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Complexo de Édipo - meu primeiro artigo

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COMPLEXO DE ÉDIPO E A IMPORTÂNCIA DE ENTENDE-LA
Guilherme Oliveira
Curso de Graduação em Psicologia, Faculdade da Serra Gaúcha
Orientador da APS
Mestre Profº Rudimar Mendes
Palavras-chave: Infância. Complexo de édipo. Relação familiar.
Resumo
O presente trabalho procura explicitar de forma simples o que é e como o complexo de édipo atua na infância. O Complexo de édipo surge na infância entre o nosso terceiro ano de vida, o autor da teoria inspirou-se em um drama grego de Sófocles, o filho chamado Óidipus que significa “pés inchados”, mata o pai e casa com a própria mãe. Partindo disso com essa analogia Freud cria uma ponte entre a peça grega e o que ele observou nos seus anos de clínica. Foi usado o método bibliográfico para a compreensão e escrita do assunto, foram usados livros, artigos entre outros.
INTRODUÇÃO
	O complexo de édipo será o grande acontecimento da infância em termos de desenvolvimento psicológico, dependendo da dissolução deste complexo poderá acarretar a três possíveis estruturas que serão abordadas em outro momento. O artigo tem como objetivo a informação simplificada do que é o complexo de édipo e como os pais podem atuar para que a criança passe por esta fase com o menor número de sequelas psicológicas possíveis. Quando se conhece a teoria Edipiana é possível ver na prática todos os acontecimentos, todas as fases. Sem dúvidas era de muita relevância escrever sobre este assunto, pelo simples fato de que a criança levará para a vida toda esses desejos geralmente de ter a mãe se for o menino e de ter o pai se for uma menina, o modo como é tratada pela família, refletirá nas próximas relações interpessoais que o indivíduo tiver e essa foi a importância vista para a realizar o artigo.
	
Para que seja compreendido melhor o contexto do assunto abordado entrará uma breve história sobre o autor dessa teoria Sigmund Freud, depois passará para a antiga Grécia época de grandes pensadores, Sófocles um dos mais aclamados dramaturgos da Grécia criou a história de Édipo Rei que Freud se apropriará dela para formular esse conflito entre filho e progenitor do sexo oposto, a partir disso o conflito edipiano será esclarecido.
SIGMUND FREUD E A PSICANÁLISE
Sigmund Freud, judeu e austríaco nascido no século XIX aos quatro anos de idade ele e sua família foram para Viena, \\Áustria, formou-se em filosofia, mais tarde optou por medicina especializou-se em fisiologia nervosa, trabalhava principalmente na área neurológica, estudou e teorizou a mente humana por mais de quatro décadas, ele mesmo denominou essa corrente teórica a Psicanálise, que hoje é considerada uma das três forças da psicologia atual, o tratamento é mais extenso, pois atua na origem do problema essa corrente foi muito criticada até os últimos dias de Freud. Seus primeiros casos com a histeria que o levou a conhecer a hipnose. Freud e Josef Breuer, começaram a atender pacientes usando a hipnose. Descobriu então a origem das histerias. Causas e as lembranças que traziam a patologia eram geralmente desejos sublimados, pensamentos intoleráveis para a sociedade entre outros. Mas sua grande descoberta foi o inconsciente, aparelho que guardava as lembranças desde as mais traumáticas a lembranças intrauterinas, diante desta descoberta tudo se encaixou para Freud, os desejos moralmente errados eram sublimados e esquecidos pelo consciente. Foram muitas suas contribuições as mais importantes são: complexo de édipo, inconsciente e a histeria. Escreveu vinte e quatro obras em 1939 morreu aos oitenta e três anos. 
ÉDIPO REI E A TEORIA FREUDIANA
A palavra “Édipo” em grego (Oídipus) que significa pés inchados, vem de uma peça do Grego Sófocles chamada “Édipo rei”. Laio o rei de Tebas recebe uma maldição de Apollo na qual seu próprio filho o mataria, ao receber esta informação do oráculo ele entrega seu filho aos soldados que amarram os pés do menino em uma árvore. Édipo é adotado, na fase adulta ele se encontra com o pai, ele mata Laio toma o poder do pai e casa com Jocasta e com ela tem quatro filhos, ao descobrir que era seu filho ela se mata e Édipo ao ver essa cena de horror arranca os próprios olhos. Ele se condena a exiliar-se de Tebas ele e sua filha saem da cidade para morar em um pequeno vilarejo, morreu velho e amargurado. Partindo desta história Sigmund Freud usou como base para a criação dessa teoria polêmica. 
A teoria Edipiana estruturou uma fase primordial para a nossa vida. A idade infantil que era considerada inocente para todos, foi aos poucos sendo removida pelas descobertas de Freud, num primeiro momento ele acreditava que os pais seduziam os filhos, mas na realidade eram os filhos que desejavam estar nessa situação. Fazendo uma ponte entre o drama grego e a teoria do Complexo de Édipo, o menino quer a mãe, e quer se livrar do pai, ama e odeia ao mesmo tempo, aos seis ou sete anos o menino por medo de perder o pênis (princípio da castração) busca se identificar com o pai. A menina por outro lado odeia e ama a mãe, a menina sonha em ter um bebê com o pai, mas na mesma faixa etária do menino ela desiste e começa a se identificar com a mãe. O complexo de Édipo determina se ela irá atrair-se pelo mesmo sexo ou pelo sexo oposto. São diversos os caminhos que o Complexo edipiano dará a criança, cabe aos pais estarem atentos as mudanças desta fase. 
RECALCAMENTO DOS DESEJOS
O recalcamento dos desejos da criança será sufocado pelo período denominado “período de latência”. Que é dividido em duas etapas os diques e a barreira do insesto. Falaremos mais a seguir:
Diques: são sentimentos capazes de fazer uma grande transformação de desprazer gerando angústia, principalmente sentimentos morais que cada dia mais recalca seu desejo pela mãe ou pai, Freud disse: “esses diques são de condicionamento orgânico fixado pela herança e podem se produzir sem nenhuma ajuda da educação ” (Freud, 1905b p.161).
Barreira do incesto: propriamente social e cultural essa barreira aparecerá na mesma época dos “diques”, o horror ao incesto por meio de regras, costumes como por exemplo a filha quando mais velha ter um quarto separado do irmão. Em ambos os períodos ocorrerá essa batalha entre prazer e desprazer o que determina o sucesso ou não será a postura imposta pelo meio onde vive. 
Nas garotas primeiramente é importante afirmar que na puberdade a área erógena é alterada do clitóris para a vagina. Freud diz: “Na mudança de zona erógena dominante assim como na onda de recalque da puberdade que elimina a virilidade infantil residem as principais condições da tendência da mulher à neurose em particular à histeria. Essas condições se entrelaçam então e de modo mais íntimo com a natureza da feminilidade” (freud 1905b p.202). 
No garoto que tem o pênis como principal área erógena se mostra viril e menos submisso que a garota. O menino com a imposição de regras do pai tem o medo da castração que para ele já aconteceu na menina. Há uma grande polêmica quanto a isso, porque Freud diz que a garota se sente inferior por não possuir o órgão masculino. 
Tanto no gênero masculino e feminino o complexo de édipo não é a fonte de toda a neurose. A criança que não tem suas pulsões sublimadas ou que não foi possível dizimar tais desejos com sucesso, entrará em uma das três estruturas psicológicas a seguir:
Neurose: relacionado ao raciocínio, o neurótico é a pessoa que pensa nas consequências, que avalia os resultados. A neurose acontece quando as figuras materna e paterna se posicionam em determinadas situações, eles mostram ao filho o que pensam, alimentam e dão suporte emocional. A maioria da sociedade daquela época eram neuróticos, para Freud neste contexto a neurose é a normalidade por sermos em maioria. Se fossem mais psicóticos então esta estrutura seria a “normal”. Na neurose acontece o recalque que pode ser eficaz, acabando com qualquer vestígio dos desejos hostis e incestuosos. Freud complementa: “os pais protagonizam o papel principal na vida anímica infantil de todos os que depois serão neuróticos. O amor por um dosmembros do casal parental e o ódio pelo outro são (...) um patrimônio inalterável de enorme importância para a sintomatologia da neurose ulterior, mas não acredito que os neuróticos se diferenciem das outras crianças que depois serão normais” (freud, 1900 p.269)
Psicose: o indivíduo não possuí a figura paterna, isso não significa que o pai não era presente o que a criança só tinha a mãe. O pai não terá “voz ativa” para intervir na relação mãe/filho. Não existe a castração o filho continua a desejar a mãe e seus desejos incestuosos persistem em sua imaginação. Segundo Freud a alucinação é como uma tentativa de restabelecimento, um processo de reconstrução. Esses delírios são o que anteriormente abolido da mente consciente, mais tarde retornará para o externo, tornando não apenas uma fantasia e partindo para a realidade.
Perversão: neste indivíduo o recalcamento não foi suficiente para manter as pulsões no inconsciente. Os ensinamentos dados pelos pais são controversos ou não foram subjetivados de forma correta pela criança. O perverso possuí desvios de caráter acreditando que abusar sexualmente de uma criança não é errado, mas roubar lhe causa culpa. O perverso tem consciência do que é socialmente correto ao contrário do psicótico que não teve a figura paterna para intervir no desenvolvimento psicológico. Essa estrutura psicológica não mantém seus desejos no imaginário ela se projeta no real. Um bom exemplo é o psicopata que tem o prazer em causar dor, mata e esconde o que fez por que sabe que matar para a sociedade é algo ruim. 
Cada estrutura psicológica possuí seus subtipos, por exemplo na neurose temos a obsessão na psicose a esquizofrenia e na perversão o masoquismo. Tudo dependerá de que forma a criança irá subjetivar as informações que são dadas a ela, ou até mesmo privações do objeto de amor que é mãe em um primeiro momento, da falta de posicionamento do pai, a forclusão da figura paterna, mas são inúmeros os motivos que levam a cada estrutura. Com a abominação ao incesto o filho(a) buscará quando mais velho uma pessoa que seja semelhante a antiga figura progenitora desejada, não parecendo idêntica porque seria uma espécie de incesto para o inconsciente. Existem outros tipos de estruturas de relação afetiva que a própria psicanálise desenvolveu que não será abordadas neste artigo.	
INTERVENÇÃO E TRATAMENTO
 
Com a Intervenção psicanalítica é possível intervir no sintoma, levando o indivíduo a uma revivescia do passado, para descobrir em que época as experiências da infância levaram a qual estrutura psicológica se este se adequa a neurose, psicose ou perversão. Com este diagnóstico será possível intervir de forma que não seja modeladora, isso não significa que a psicanálise quer de alguma forma transformar todos em neuróticos ou “curar”. Temos como métodos psicanalíticos a “associação livre” que Freud desenvolveu para interpretar o inconsciente e suas manifestações, a interpretação de sonhos que ajudou o autor a identificar os desejos incestuosos que ele próprio tinha por sua mãe e o desejo de livrar-se de seu pai, é basicamente como se o indivíduo na sua forma mais pura tivesse um mundo apenas seu. 
A forma como os pais agem com seu filho é o essencial para que a criança cresça de forma saudável. Compreender essa fase do desenvolvimento humano é importante para qualquer um de nós por que o édipo refletirá em nossas relações futuras. Importante que o Complexo de Édipo é universal, ninguém escapa dele e também muitos de nós seremos pais um dia, mas me pergunto será que não estamos criando possíveis psicóticos ou perversos? Deixando os filhos fazerem tudo que não conseguimos fazer, mas a forma como pai e mãe se posicionam perante as escolhas, a forma de agir, manias e gostos da criança dará a mesma um limite. Errado não é mostrar ao filho que a escolha dele não lhe agrada, errado seria deixar ele “inexperiente” fazer o que quiser bagunçar a casa, deixar brinquedos espalhados etc. O olhar também é tão importante quanto falar algo ao bebê por que é uma forma de transmitir uma emoção a outra pessoa exercendo o poder do olhar para ensinar com carinho e atenção o que é ideal para os pais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base em tudo que foi lido não há dúvidas de como o Complexo de Édipo molda a vida da humanidade e a Psicanálise que tem papel importante no diagnóstico das possíveis patologias que surgem desse conflito o desejo versus castração. É um tema muito abrangente com muitas variáveis que renderia inúmeras pesquisas. Saber da fase edipiana é importante pra qualquer pai e mãe por que é uma fase onde pode ocorrer vários danos psicológicos, possíveis conflitos familiares é importante ter em vista o futuro dessa relação pai-mãe-filho tanto pelo bem da sociedade quanto para a família.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA, T. Édipo, 1 ed. Rio de Janeiro: Editora ZAHAR, 2010
MIGUELEZ, N.B.S. Complexo de Édipo, 1 ed, São Paulo: Casa do psicólogo, 2007
MOREIRA, J. O. ÉDIPO EM FREUD: O MOVIMENTO DE UMA TEORIA. Scielo Brasil, p. 1-8. 2004
SÓFOCLES. ÉDIPO REI. P. 6-30. 406 A.C - 406 AC

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