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PONTES INTRODUÇÃO GERAL – DEFINIÇÕES l - Definições Chama-se "ponte" a uma obra destinada a manter a continuidade de uma via de comunicação qualquer, através de um obstáculo natural ou artificial, com a característica de não interromper totalmente esse obstáculo. A via de comunicação pode ser uma rodovia, uma ferrovia, uma via de pedestres ou um canal navegável. Pode ainda, por extensão, ser representada por um aqueduto; modernamente, a via de comunicação pode ser representada, em um aeroporto, peIa pista de ligação do pátio de embarque com a pista principal de aterragem ou decolagem dos aviões. O obstáculo natural é, geralmente, representado por um rio, um lago, um trecho de mar ou por uma depressão do terreno, como um vale ou uma erosão profunda e extensa ("canyon" ) ; o obstáculo artificial é representado por outra via de comunicação (cruzamento de uma rodovia ou ferrovia, por exemplo) ou um canal ou lago, construídos com uma determinada finalidade. Por não interromper inteiramente o obstáculo transposto, a ponte difere dos aterros, também executados com a finalidade de conservar a continuidade da via de comunicação, porém vedando totalmente a secção de travessia. Em geral, no caso de utilização de aterros, há necessidade de prever a execução de pequenas obras enterradas, representadas quase sempre por galerias, destinadas a manter a continuidade de pequenos cursos d'agua, de regime permanente ou temporário, constituídos por ribeirões ou córregos e localizados no fundo de vales (fig.(1). fig.(1) Em sentido restrito, o termo “ponte” é utilizado quando o obstáculo transposto pela obra e representado, de forma predominante, pela água. É o caso do cruzamento de rios, canais, trechos de mar e lagos . No caso em que o obstáculo não apresenta agua ou esta comparece de modo pouco significativo, constituindo apenas pequena parcela do obstáculo, a obra recebe a designação de “viaduto”. São exemplos de viadutos as obras executadas sobre vias de comunicação (ruas, avenidas ou estradas ) ou para transpor vales em que a água só aparece sob a forma de pequenos riachos ou córregos . Em sua grande maioria, as obras executadas no perímetro urbano das cidades são exemplos de viadutos . Na construção de estradas o viaduto destina-se a substituir aterros de custo elevado ou de estabilidade precária, ou necessitando de obras secundarias de arrimo muito caras e de difícil execução . É o caso do chamado "Viaduto de meia encosta", muito comum em estradas cujo traçado se desenvolve em terreno montanhoso . Esse tipo de viaduto (fig. ( 4 ) ) é encontrado no trecho da Serra do Mar na Via Anchieta, por exemplo . Em obras de grande extensão, pode ocorrer a necessidade de transpor, simultaneamente, trechos com considerável quantidade de água e trechos longos nas margens, onde, por razões diversas, não há possibilidade ou a conveniência da execução de aterros . Nesses casos tem- se, reunidos em uma só obra, viadutos e pontes, sendo que os primeiros recebem a designação de "viadutos de acesso"(fig.(5). fig.(2) fig.(3) fig.(4) Como exemplos podem ser citados a ponte Rio-Niterói e a ponte de Kohlbrand, recentemente construída no porto de Hamburgo (Alemanha). fig.(5) 2 - Requisitos de uma ponte Os principais requisitos que devem ser atendidos por uma ponte são os seguintes: 2.1 - Funcionalidade 2.2 - Segurança 2.3 - Economia 2.4 – Estética A importância de cada um desses requisitos é variável e depende da ponte em exame. Dessa forma, há casos em que a economia ê mais importante que a estética, enquanto que em outros verifica-se o contrario. Deve-se observar, porém, que a funcionalidade e a segurança devem ser atendidas em qualquer caso. As principais características de cada um desses requisitos são as seguintes: 2.1 - Funcionalidade Segundo o requisito de funcionalidade> toda ponte deve preencher as condições de utilização para as quais foi prevista. Entre essas condições, podem ser citadas a correta capacidade de escoamento do trafego de veículos, com o numero de faixas conveniente, a previsão adequada para a circulação de pedestres (se for o caso), a sua carreta adequação ao sistema viário em que esta incluída, e outras. Ainda quanto à funcionalidade, a ponte devera ser projetada de modo a servir durante um intervalo de tempo suficientemente longo, isto é, apresentar disposições e dimensões tais que atenda as solicitações de trafego com uma previsão conveniente e de acordo com o tempo de vida útil admitido para a obra. A ponte executada sem atender as exigências dá funcionalidade, em breve prazo, passa a apresentar problemas para a sua boa utilização, obrigando, não raro, à execução de obras complementares de alto custo e com interferência sobre o trafego normal dos veículos. 2.2- Segurança A segurança é um dos mais importantes requisitos a serem atendidos por qualquer estrutura. No caso de pontes, a segurança e particularmente importante, não só pela necessidade de garantia da integridade física dos seus usuários como também pelas graves consequências económicas que a sua ruína (estado limite último) ou mesmo pela sua inutilização temporária ou definitiva (estado limite de utilização) podem trazer à comunidade. De acordo com o conceito de segurança, a ponte devera apresentar suficiente resistência à ação das cargas que a solicitam, bem como adequado comportamento nas correspondentes deformações. A verificação â segurança dos elementos estruturais que constituem a ponte tem apresentado uma evolução muito importante nos últimos tempos, através da sequência de métodos desenvolvidos em análise de estruturas, a saber: - método das tensões admissíveis - meto do da ruptura. - método dos estados limites. Modernamente, o método dos estados limites, de carâter Semiprobabilistico, e o preferível, por conduzir à consideração da segurança mais próxima da realidade, face a um tratamento estatístico dos dados disponíveis sobre as propriedades dos materiais e um melhor conhecimento das variações das ações que agem sobre as estruturas, É o método atualmente adotado pelo CEB para as obras em concreto estrutural ( armado e protendido) e pelas normas que, para esse material e baseadas nas recomendações do CEB, estão sendo utilizadas em grande número de países, inclusive o Brasil, com a nova redação da NBR/6118. 2.3- Economia Um dos principais objetivos do Engenheiro, ao estudar e projetar uma nova obra, é obter o resultado mais econômico possível, atendidas as demais exigências estabelecidas previamente para cada caso e relativas à segurança, funcionalidade e estética. Em geral, o problema de economia é resolvido pela escolha inicial da estrutura mais adequada, uma Vez que, posteriormente _, as modificações que possam ser introduzidas em uma estrutura impropriamente escolhida não trarão economia sensível no custo final. Para a escolha inicial da estrutura mais conveniente e que conduzira ao custo mínimo de execução, deve-se fazer uma serie de estudos comparativos entre as várias soluções possíveis do problema proposto. Nessa fase, serão comparadas soluções em que se adota um certo material (concreto armado, concreto protendido ou aço, por exemplo) e, a seguir, comparadas as soluções escolhidas como mais favoráveis para os vários materiais. Em outros termos, se A, B e C são as soluções consideradas mais econômicas quando se utiliza, para a estrutura em estudo, o concreto armado, o concreto protendido e o aço, respectivamente, compara-se finalmente essassoluções A, B e C entre si para a decisão final. Em relação a economia, deve-se também, ressaltar que e um elemento de importância para a decisão sobre propostas vencedoras em concorrências públicas, por parte de entidades oficiais, para a execução de pontes.
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