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DDC 03 - O Direito Ambiental

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Apostilas Concursos Jurídicos 
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Uso exclusivo do assinante (D 02458). É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 
1 
 
DDIIRREEIITTOOSS DDIIFFUUSSOOSS EE CCOOLLEETTIIVVOOSS 
 
0033 
 
OO DDiirreeiittoo AAmmbbiieennttaall 
 
 
 
 
 
 
 
 0033..11 –– IInnttrroodduuççããoo 
 
 
 NNooççõõeess GGeerraaiiss 
 
Meio Ambiente: 
Conforme o que estabelece a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente, o meio ambiente é o 
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que 
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (Lei 6.938/81, art. 3°, inciso I). O conceito é 
amplo, abrangendo o meio ambiente natural (meio ambiente em sentido estrito) e também o meio 
ambiente artificial e cultural. 
 
Classificação do Meio Ambiente: 
Atualmente a classificação elaborada pela doutrina busca facilitar a identificação da atividade 
degradante e do bem imediatamente agredido: 
? Meio ambiente natural: é aquele constituído pelo solo, água, ar atmosférico, flora e fauna. 
? Meio ambiente artificial: é aquele compreendido pelo espaço urbano construído, consistente 
no conjunto de edificações (chamado espaço urbano fechado), e pelos equipamentos públicos 
(espaço urbano aberto); 
? Meio ambiente cultural: é aquele integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, 
paisagístico, turístico, que embora artificial, em regra, como obra do homem, difere do anterior 
(que também é cultural) pelo sentido de valor especial. 
? Meio ambiente do trabalho: é aquele que engloba o local onde as pessoas desempenham suas 
atividades laborais, sejam remuneradas ou não, cujo equilíbrio está baseado na salubridade do 
meio e na ausência de agentes que comprometam a incolumidade físico-psíquica dos 
trabalhadores, independentemente da condição que ostentem. 
 
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Bem Ambiental: 
O bem ambiental é aquele bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida. 
Conforme a Constituição Federal, estes bens podem ser desfrutados por qualquer pessoa, segundo 
limites estabelecidos na lei, mas ninguém poderá dispor deles ou transacioná-los. Não se vinculam a 
uma pessoa individualmente, mas sim a uma coletividade de pessoas indefinidas. São bens difusos 
por excelência. 
 
Direito Ambiental: 
O direito ambiental pode ser entendido como o conjunto de normas que regulam as atividades 
humanas que direta, ou, indiretamente passam a afetar a sanidade do meio ambiente, visando a sua 
preservação dos recursos ambientais. 
 
 
Resursos ambientais ? são aqueles destinados ao sustento do meio ambiente, capazes de 
manter a existência das águas, ar atmosférico, propriedades do solo e subsolo e a 
sobrevivência das espécies da fauna e da flora. 
 
Autonomia do Direito Ambiental: 
O Direito Ambiental é considerado por muitos autores como um ramo autônomo do direito, haja 
visto que possui princípios e institutos próprios e regramento constitucional e infraconstitucional 
complexo e moderno. 
 
Fontes do Direito Ambiental: 
São fontes formais do Direito Ambiental: 
? a Constituição Federal; 
? as leis e normas administrativas; 
? a jurisprudência; 
? os tratados e atos internacionais. 
São fontes materiais do Direito Ambiental: 
? a doutrina jurídica; 
? a ciência e suas descobertas, no que se refere ao meio ambiente; 
? os movimentos populares. 
 
Relação do Direito Ambiental com outros Ramos do Direito: 
? Direito Constitucional: na Constituição encontram-se as regras fundamentais do Direito 
Ambiental 
? Direito Administrativo: estabelece regras de controle ambiental realizado pela Administração 
Pública. 
? Direito Penal: estabelece crimes e sanções para o agressor do meio ambiente; 
? Direito Processual: regula o processos relativos à responsabilização por dano ambiental. 
? Direito Civil: estabelece regras de tutela ambiental. 
? Direito Internacional: relativo aos tratados e convenções internacionais sobre meio ambiente. 
 
 
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 PPrriinnccííppiiooss ddoo DDiirreeiittoo AAmmbbiieennttaall 
 
Princípio do Meio Ambiente Como Direito Fundamental: 
Este princípio teve sua origem na Declaração de Estocolmo, em 1972, segundo o qual o homem tem 
direito ao ambiente ecologicamente equilibrado, pois havendo o desequilíbrio ecológico, estará em 
risco a própria vida humana. Todos os demais princípios decorrem deste e é colocado por alguns 
como direitos de terceira geração, dentro dos chamados direitos de solidariedade. 
 
Princípio da Prevenção: 
Conforme este princípio o Poder Público e os particulares têm o dever de prevenir os danos 
ambientais. Tem importância devido à irreversibilidade do dano ambiental, priorizando a adoção de 
medidas que o evitem e exigindo instrumentos prévios para novos empreendimentos. Tal princípio 
desdobra-se na precaução, sendo que para proteger o meio ambiente, medidas de precauções devem 
ser largamente aplicadas pelos Estados segundo suas capacidades. Em caso de risco de danos graves 
ou irreversíveis, a ausência de certeza absoluta não deve servir de pretexto para procrastinar a adoção 
de medidas efetivas visando a prevenir a degradação do meio ambiente. 
 
Princípio do Desenvolvimento Sustentável: 
Tendo também origem na declaração de Estocolmo, em 1972, este princípio é previsto pelo art. 225 
da Constituição Federal. Constitui basicamente no dever de preservar o meio ambiente, para as 
gerações presentes e futuras, uma vez que os recursos ambientais são esgotáveis, e o dilema para a 
sociedade moderna é a conciliação e o desenvolvimento sustentável com a preservação ambiental. 
Este princípio visa a manutenção das bases vitais da produção e da reprodução do homem e de suas 
atividades. A sua manutenção não pode significar, porém, a inviabilização do desenvolvimento. O 
trabalho é o direito social e por ele, fomenta-se a ordem econômica. 
 
Princípio da Natureza Pública da Proteção Ambiental: 
A Constituição Federal ao dispor do meio ambiente como um bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impôs ao Poder Público e à coletividade a responsabilidade por 
sua proteção. Este princípio está norteado pelo princípio geral de Direito Público, da primazia do 
interesse público, bem como do princípio de Direito Administrativo, da indisponibilidade do 
interesse público. Na dúvida sobre qual norma aplicar ao caso concreto, prevalece aquela que 
privilegiar o meio ambiente e, de forma mediata, a coletividade. A tutela do meio ambiente, como um 
bem de uso comum do povo, é indisponível. 
 
Princípio do Poluidor Pagador: 
Conforme este princípio o poluidor deve responder pelos danos de sua atividade. O objetivo é a 
prevenção e a precaução em relação ao dano ambiental. No entanto, ocorrida a degradação e a 
poluição, cabe ao poluidor pagar tal reparação. Não se deve inferir do enunciado do princípio que 
paga-se para poluir, pois o poluidor deve não só pagar, mas reparar o dano. Este princípio estabelece 
a responsabilidade civil objetiva, privilegia a obrigação específica e permite a solidariedade dos 
responsáveis pelo dano ambiental. 
 
Princípio da Participação: 
Segundo este princípio, a defesado meio ambiente é um processo participativo através do qual o 
indivíduo, a coletividade e o Poder Público devem atuar conjuntamente na proteção e preservação do 
meio ambiente e adquirir conhecimentos, atitudes e habilidades voltadas para a conquista e 
manutenção do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
 
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 CCoommppeettêênncciiaa eemm MMaattéérriiaa AAmmbbiieennttaall 
 
Noções Iniciais: 
A Constituição Federal atribui competência para tratar de assuntos do meio ambiente à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos municípios. São estabelecidas duas espécies de competências: para 
executar (administrativa) e para legislar. 
 
Competência Administrativa: 
A competência administrativa sobre meio ambiente é comum às três esferas de governo. As matérias 
de interesse local devem ser administradas pelo Executivo Municipal. Quando a matéria ultrapassar 
os limites municipais, envolvendo mais de um município, ou for relativa à bens públicos estaduais a 
competência passa a ser do Executivo Estadual. Nas hipóteses em que as matérias envolvam 
problemas internacionais de poluição transfronteiriça ou duas ou mais unidades federadas brasileiras, 
a competência será do Executivo Federal. 
 
CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL 
Art. 23 - É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
 
.......................................................................................................................................................... 
 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
 
Competência Legislativa Concorrente: 
Conforme dispõe o art. 24 da Constituição Federal, para assuntos relativos ao meio ambiente é 
competência legislativa concorrente, estando limitada a União a estabelecer normas gerais (art. 24, § 
1º). Aos Estados e ao Distrito Federal caberá a suplementação dessas normas gerais. No caso de não 
haver normas gerais da União, os Estados exercerão a competência legislativa plena para atender às 
suas peculiaridades. 
 
CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL 
Art. 24 - Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
 
......................................................................................................................................................... 
 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos 
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
 
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor 
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
 
Competência dos Municípios: 
Os municípios possuem competência para fixar regras sobre o meio ambiente local. Também a eles é 
atribuída a competência legislativa suplementar (art. 30, II) competindo a eles suplementar a 
legislação federal e a estadual no que couber. O Município edita leis no âmbito de suas competências 
que têm a mesma hierarquia das leis estaduais e federais, salvo no exercício da competência 
suplementar quando então as normas terão de se amoldar às dos outros níveis de governo. 
 
 
 
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CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL 
Art. 30 - Compete aos Municípios: 
 
I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 
 
........................................................................................................................................................... 
 
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e 
controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; 
 
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação 
fiscalizadora federal e estadual. 
 
 
 FFuunnddaammeennttooss CCoonnssttiittuucciioonnaaiiss ddaa PPrrootteeççããoo AAmmbbiieennttaall 
 
Noções Iniciais: 
Apesar da Constituição possuir um capítulo exclusivo dedicado ao meio ambiente faz em várias 
passagens referências ao direito ambiental, como podemos verificar a seguir. 
 
Conselho de Defesa Nacional: 
Está incluído entre as atribuições do Conselho de Defesa Nacional opinar sobre o efetivo uso das 
áreas indispensáveis à segurança do território nacional, especialmente na faixa de fronteira e nas 
áreas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo. 
 
Atividade Garimpeira: 
A Constituição Federal determina que o Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em 
cooperativas levando em conta a proteção do meio ambiente, além da promoção econômico-social 
dos garimpeiros, ou seja, se o meio ambiente não estiver devidamente protegido, o Estado estará 
proibido de favorecer a organização da atividade garimpeira. 
 
Ordem Econômica: 
A Constituição dispõe em seu art. 170, ao referir-se à ordem econômica, que esta deverá observar, 
dentre outros, aos princípios da função social da propriedade e da defesa do meio ambiente, 
estabelecendo, portanto, tanto a função ambiental da propriedade quanto vinculando as atividades 
econômicas sobre estas desenvolvidas. 
 
CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL 
Art. 170 - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, 
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, 
observados os seguintes princípios: 
 
.......................................................................................................................................................... 
 
III - função social da propriedade; 
 
.......................................................................................................................................................... 
 
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto 
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional n° 42) 
 
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Função Social da Propriedade Rural: 
Em seu art. 186, a Constituição Federal estabelece os requisitos da função social da propriedade 
rural, onde está incluída a previsão de que esta será cumprida se atender, na forma da lei, dentre 
outras, ao uso adequado dos recursos naturais e à preservação do meio ambiente. A utilização 
adequada dos recursos naturais disponíveis e a preservação do meio ambiente, constituem um 
requisito da função social da propriedade rural cuja inobservância pode propiciar desapropriação para 
fins de reforma agrária (art. 184 e 186, inciso II). 
 
CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL 
Art. 186 - A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, 
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: 
 
.........................................................................................................................................................II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; 
 
Sistema Único de Saúde: 
No art. 200, inciso VIII declara-se que o Sistema Único de Saúde compete além de outras 
atribuições, colaborar na proteção ao meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. 
 
Propaganda e Meio Ambiente: 
O Constituição Federal impede a realização de propaganda que seja nociva ao meio ambiente. 
 
CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL 
Art. 220 - A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer 
forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta 
Constituição. 
 
........................................................................... 
 
§ 3º - Compete à lei federal: 
 
I - ...................................................................... 
 
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se 
defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 
221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e 
ao meio ambiente. 
 
Meio Ambiente: 
Por fim, a Constituição reservou um capítulo inteiro à proteção ambiental. O art. 225 prevê que todos 
têm direito a uma sadia qualidade de vida e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Este dever 
de conservação pertencerá ao Poder Público e a toda coletividade. Percebemos a preocupação do 
texto constitucional em proteger o meio ambiente, bem como proporcionar ao cidadão a noção de 
bem comum e instigá-lo a exercitar a sua cidadania, apresentando vários instrumentos ambientais de 
proteção ambiental. Este artigo também contém o princípio do desenvolvimento sustentável, segundo 
o qual observamos que os recursos ambientais não são inesgotáveis. Dessa forma, o princípio do 
desenvolvimento sustentável tem por conteúdo a manutenção das bases vitais da produção e 
reprodução do homem e de suas atividades. 
 
CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL 
Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum 
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o 
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
 
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§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público: 
 
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das 
espécies e ecossistemas; 
 
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as 
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; 
 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem 
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, 
vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua 
proteção; 
 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de 
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade; 
 
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que 
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; 
 
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública 
para a preservação do meio ambiente; 
 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua 
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. 
 
Exploração de Recursos Minerais: 
 
CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL 
Art. 225 - .......................................................................................................................................... 
 
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente 
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da 
lei. 
 
Responsabilidade Civil: 
A responsabilidade civil pelos danos causados ao meio ambiente é do tipo objetiva, pois obriga-se a 
reparação dos danos causados ao meio ambiente, sem exigir-se qualquer elemento subjetivo para a 
configuração da responsabilidade civil. 
 
CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL 
Art. 225 - .......................................................................................................................................... 
 
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, 
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação 
de reparar os danos causados. 
 
Patrimônio Nacional: 
A Constituição reconhece os biomas da Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o 
Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira como patrimônio nacional, sendo determinada sua 
especial proteção. 
 
 
Bioma ? amplo conjunto de ecossistemas terrestres, caracterizados por tipos 
fisionômicos semelhantes de vegetação com diferentes tipos climáticos. 
 
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CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL 
Art. 225 - .......................................................................................................................................... 
 
§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, 
dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos 
recursos naturais. 
 
Terras Indisponíveis: 
A Constituição Federal declara indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, 
mediante ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 
 
CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL 
Art. 225 - .......................................................................................................................................... 
 
§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações 
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 
 
Usinas Nucleares: 
Somente após Lei Federal é que poderão ser instaladas usinas que possuam reator nuclear. 
 
CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL 
Art. 225 - .......................................................................................................................................... 
 
§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei 
federal, sem o que não poderão ser instaladas. 
 
 
 AA PPoollííttiiccaa NNaacciioonnaall ddoo MMeeiioo AAmmbbiieennttee 
 
Noções Iniciais: 
A Lei Federal 6.938/81 dispôs sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos 
de formulação e aplicação, e instituiu o Sistema Nacional do Meio Ambiente. 
 
Objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
A Política Nacional do Meio Ambiente tem como objetivo geral a preservação, melhoria e 
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar ao País, condições de 
desenvolvimento socieconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da 
vida humana. Além destes, existem os seguintes objetivos específicos: 
? a compatibilização do desenvolvimento econômico-socialcom a preservação da qualidade do 
meio ambiente e do equilíbrio ecológico; 
? a definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio 
ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios 
e dos Municípios; 
? o estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e 
manejo de recursos ambientais; 
? o desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de 
recursos ambientais; 
 
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? a difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações 
ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da 
qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; 
? a preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e 
disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à 
vida; 
? a imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos 
causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins 
econômicos. 
 
Princípios da Política Nacional do Meio Ambiente: 
A implementação da Política Nacional do Meio Ambiente decorre de princípios estabelecidos pela 
Constituição Federal e pela legislação infraconstitucional. O art. 2° da Lei 6.938/81 enumera os 
princípios legais da Política Nacional do Meio Ambiente: 
? ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente 
como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o 
uso coletivo; 
? racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
? planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
? proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; 
? controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; 
? incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos 
recursos ambientais; 
? acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
? recuperação de áreas degradadas; 
? proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
? educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, 
objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. 
 
Os princípios da Política Nacional do Meio Ambiente não se confundem com os princípios do 
Direito Ambiental, embora tenham os mesmos objetivos. 
 
 
 OO SSiisstteemmaa NNaacciioonnaall ddoo MMeeiioo AAmmbbiieennttee 
 
Noções Iniciais: 
O Sistema Nacional do Meio Ambiente SISNAMA foi instituído pela Lei 6.938/81 e regulamentado 
pelo Decreto n° 99.274 de 6.6.90, com a finalidade de criar uma rede de agências governamentais, 
nos diversos níveis da Federação, visando assegurar mecanismos capazes de implementar a Política 
Nacional do Meio Ambiente. É constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios e pelas Fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela 
proteção e melhoria da qualidade ambiental, possuindo na sua estrutura os seguintes órgãos: 
 
 
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Órgão Superior – Conselho do Governo: 
O Conselho do Governo tem a finalidade de assessorar o Presidente da República na formulação da 
política nacional e das diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais. É 
composto por todos os ministros de Estado, Casa Civil, Secretaria Geral, SECOM, SAE, Casa Militar 
e pelo Advogado-Geral da União. 
 
Órgão Consultivo (CONAMA): 
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) tem como objetivo assessorar, estudar e 
propor ao Conselho do Governo. É presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e tem como funções: 
? estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de 
atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e 
supervisionado pelo IBAMA; 
? determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis 
conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, 
estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para 
apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou 
atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas 
patrimônio nacional; 
? decidir, como última instância administrativa em grau de recurso, mediante depósito prévio, 
sobre as multas e outras penalidades impostas pelo IBAMA; 
? homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de 
executar medidas de interesse para a proteção ambiental: (Vetado); 
? determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais 
concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de 
participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; 
? estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos 
automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes; 
? estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do 
meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos. 
 
As normas de meio ambiente conferem ao CONAMA o poder de impor os critérios de controle 
ambiental uma vez que este é dotado de poder regulamentar, podendo deliberar sobre normas e 
padrões compatíveis com a Constituição. As deliberações se expressam por meio de resolução, com 
força vinculativa. 
 
Órgão Central: 
O Ministério do Meio Ambiente. 
 
Órgão Executor (IBAMA): 
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) é uma 
autarquia federal de regime especial, criado pela Lei n° 7.739, de 22.02.89 e vinculada ao Ministério 
do Meio Ambiente. O IBAMA foi formado pela fusão de quatro entidades brasileiras que 
trabalhavam na área ambiental: Secretaria do Meio Ambiente - SEMA, Superintendência da 
Borracha - SUDHEVEA, Superintendência da Pesca - SUDEPE e o Instituto Brasileiro de 
Desenvolvimento Florestal - IBDF. O IBAMA é o órgão gerenciador da questão ambiental, 
 
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responsável por formular, coordenar, executar e fazer executar a Política Nacional do Meio Ambiente 
e da preservação, conservação e uso racional, fiscalização, controle e fomento dos recursos naturais 
renováveis. 
 
Órgãos Setoriais: 
Os órgãos ou entidades da Administração Pública Federal direta ou indireta, as fundações instituídas 
pelo Poder Público cujas atividades estejam associadas às de proteção da qualidade ambiental ou 
àquelas de disciplinamento do uso dos recursos ambientais, bem assim os órgãos e entidades 
estaduais responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização de 
atividades capazes de provocara degradação ambiental. 
 
Órgãos Seccionais: 
Órgãos estaduais voltados à proteção ambiental. Os órgãos ambientais estaduais são incluídos na 
sigla OEMAS. 
 
Órgãos Locais: 
Os órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle e fiscalização das atividades 
ambientais nos respectivos municípios. 
 
Fundo Nacional de Meio Ambiente: 
A Lei n° 7.797, de 10.07.89, criou o Fundo Nacional de Meio Ambiente cujo principal objetivo é 
viabilizar a política ambiental, dando apoio financeiro a projetos de médio e pequeno porte que visam 
à qualidade ambiental. É um importante elemento da Política Nacional do Meio Ambiente. 
 
 
 EEdduuccaaççããoo AAmmbbiieennttaall 
 
A Constituição Federal, ao consagrar o Meio Ambiente ecologicamente equilibrado como um direito 
do cidadão, estabelece vínculo entre qualidade ambiental e cidadania, e, determina, para garantir a 
efetividade desse direito, como uma das obrigações do Poder Público a promoção da Educação 
Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública. A educação ambiental se 
constitui numa forma abrangente de educação, que se propõe atingir todos os cidadãos, através de um 
processo pedagógico participativo permanente que procura incutir no educando uma consciência 
crítica sobre a problemática ambiental, compreendendo-se como crítica a capacidade de captar a 
gênese e a evolução de problemas ambientais. 
 
O IBAMA assume a Educação Ambiental como um processo participativo, utilizando-se de 
instrumentos como capacitação de gestores e educadores ambientais e produção e divulgação de 
materiais educativos (vídeos e livros) direcionados para multiplicadores e públicos específicos das 
comunidades envolvidas. Respeitando os princípios ambientais, as ações de educação ambiental do 
IBAMA são desenvolvidas em parceria com universidades, órgãos integrantes do SISNAMA (órgãos 
estaduais e municipais de meio ambiente), secretarias estaduais e municipais de educação e entidades 
da sociedade civil. 
 
 
 
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 0033..22 –– IInnssttrruummeennttooss ddee CCoonnttrroollee AAmmbbiieennttaall 
 
 
 NNooççõõeess GGeerraaiiss 
 
Noções Iniciais: 
O controle administrativo sobre o meio ambiente será exercido de duas formas: 
? preventivamente: quando o Poder Público atua de forma a proteger o meio ambiente da 
atividade humana nociva; 
? repressivamente: quando o Poder Público exerce a função fiscalizatória e reprime as infrações 
admnistrativas, ou descumprimento de condições impostas nas licenças ambientais. 
A característica básica deste controle é de limitação administrativa à propriedade. Segundo conceitua 
Hely Lopes Meirelles, “limitação administrativa é toda imposição de caráter geral, gratuita, unilateral 
e de ordem pública condicionadora do exercício de direitos ou de atividades particulares às 
exigências do bem-estar social”. 
 
Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
Os instrumentos para a implementação da Política Ambiental estão estabelecidos no art. 9° da Lei 
6.938/81: 
? o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
? o zoneamento ambiental; 
? a avaliação de impactos ambientais; 
? o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 
? os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, 
voltados para a melhoria da qualidade ambiental; 
? a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e 
municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas 
extrativistas; 
? o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; 
? o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; 
? as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à 
preservação ou correção da degradação ambiental; 
? a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; 
? a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder 
Público a produzi-las, quando inexistentes; 
? o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos 
recursos ambientais. 
 
 
 
 
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 ZZoonneeaammeennttoo AAmmbbiieennttaall 
 
Noções Iniciais: 
O zoneamento ambiental tem como objetivo subsidiar processos de planejamento e de ordenamento 
do uso e da ocupação do território, bem como da utilização de recursos ambientais. Através do 
zoneamento, disciplina-se de que forma será compatibilizado o desenvolvimento industrial, as zonas 
de conservação e a própria habitação do homem, tendo em vista a manutenção da vida com qualidade 
às presentes e futuras gerações. O zoneamento deve ser conseqüência do planejamento estabelecido 
ao nível federal, estadual e municipal. 
 
Zoneamento Federal: 
Há áreas em que a competência para estabelecer o zoneamento é exclusiva da União. Assim, caberá 
exclusivamente à União, ouvidos os governos estaduais e municipais, aprovar a delimitação e 
autorizar a implantação de zonas estritamente industriais, que se destinem a pólos petroquímicos, 
cloroquímicos, bem como instalações nucleares e outras definidas em lei (Lei 6.938/81, art. 10, § 2°). 
 
Zoneamento Urbano: 
O zoneamento pode ser rural ou urbano. No caso de municípios com mais de 20 mil habitantes, é 
obrigatória a elaboração de um plano diretor da cidade (art. 182, § 2°, da Constituição Federal), que 
encerra em si diversos zoneamentos ambientais no espaço urbano. São exemplos de áreas de 
zoneamento: 
? zona de uso estritamente residencial; 
? zona de uso predominantemente residencial; 
? zona de uso misto; 
? zona de uso estritamente industrial; 
? zona de uso preponderantemente industrial; 
? zona de uso comercial; 
? zona de uso de serviços; 
? zona de uso institucional (educação, lazer e serviços públicos). 
 
Zoneamento Industrial: 
Em áreas críticas de poluição, de acordo com a Lei 6.803/80, caberá aos Estados e Municípios 
estabelecer limites e padrões ambientais para a instalação e licenciamento de indústrias, exigindo o 
Estudo de Impacto Ambiental. Os Municípios podem criar três classes de zonas destinadas a 
instalação de indústrias: 
? zonas de uso estritamente industrial: destinadas somente às indústrias cujos efluentes, ruídos ou 
radiação possam causar danos à saúde humana ou ao meio ambiente, sendo proibido instalar 
atividades não essenciais ao funcionamento da área; 
? zonas de uso predominantemente industrial: para indústrias cujos processos possam ser 
submetidos ao controle da poluição, não causando incômodos maiores às atividades urbanas e 
repouso noturno, desde que se cumpram exigências, como a obrigatoriedade de conter área de 
proteção ambiental que minimize os efeitos negativos; 
? zonas de uso diversificado: abertas a indústrias que não prejudiquem as atividades urbanas e 
rurais. 
 
 
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14EEssppaaççooss EEssppeecciiaallmmeennttee PPrrootteeggiiddooss 
 
Unidades de Conservação: 
As unidades de conservação são espaços territoriais e seus componentes, incluindo as águas 
jurisdicionais, com características naturais relevante, legalmente instituídas pelo Poder Público, com 
objetivos de conservação e limites definidos sob o regime especial de administração, ao qual se 
aplicam garantias especiais de proteção. Dividem-se em unidades de proteção integral e unidades de 
uso sustentável. 
 
A Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000 regulamenta o art. 225, § 1°, incisos I, II, III e VII da 
Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá 
outras providências. 
 
Unidades de Conservação 
Unidades de Proteção Integral Unidades de Uso Sustentável 
Reserva Biológica 
Estação Ecológica 
Parque 
Monumento Natural 
Refúgio da Vida Silvestre 
Reserva Extrativista 
Florestas 
Área de Proteção Ambiental 
Área de Relevante Interesse Ecológico 
Reserva de Fauna 
Reserva Particular do Patrimônio Natural 
 
Unidades de Proteção Integral: 
Destinam-se a preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos recursos naturais. Visa 
a manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitindo 
apenas o uso indireto dos seus atributos naturais. 
 
Uso indireto é aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais. 
 
Reserva Biológica (REBIOS): 
É uma área de proteção integral, com a finalidade de conservação e proteção integral da flora e fauna, 
sendo proibida qualquer forma de exploração de seus recursos naturais. Não deve haver interferência 
humana e a visitação somente deve ocorrer com objetivo educacional. São de posse e domínio 
públicos. 
 
Estação Ecológica: 
Área protegida ou manejada principalmente para pesquisa científica. São representativas de um ou 
vários ecossistemas brasileiros e tem como característica a preservação da natureza e a realização de 
pesquisas científicas. São de posse e domínio públicos e a visitação só com objetivo educacional. 
 
Parques Nacionais, Estaduais e Municipais: 
Áreas protegidas, manejadas principalmente para proteção de ecossistemas de grande relevância, 
recreação e turismo. Sua posse e domínio são públicos. 
 
 
 
 
 
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Monumento Natural: 
Área com objetivo básico de preservar sítios naturais, singulares ou de grande beleza. Pode ser 
constituído por áreas particulares. 
 
Refúgio de Vida Silvestre: 
Área destinada à proteção de populações ou comunidades de interesse especial. 
 
Unidades de Uso Sustentável: 
São espaços constituídos com o objetivo de promover e assegurar o uso sustentável dos recursos 
naturais. Podem ser localizados em áreas públicas ou privadas. Por terem atributos ambientais, 
merecem um tratamento diferenciado e especial, sujeitando-se ao regime jurídico de interesse 
público. São de uso direto. 
 
Uso direto é aquele que envolve a coleta e o uso comercial. 
 
Reserva Extrativista: 
Área de proteção habitada por populações tradicionais que praticam o extrativismo. É de domínio 
público, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais e geridas por um Conselho 
Deliberativo. Na reserva extrativista é proibida a exploração dos recursos minerais e a caça 
amadorista ou profissional. 
 
Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais: 
Área com cobertura florestal de espécies nativas, para uso sustentável (como extração de madeira) e 
pesquisa. Posse e domínios públicos. Dispõe de um Conselho Consultivo, presidido pelo órgão 
responsável por sua administração. 
 
Área de Proteção Ambiental (APA): 
Zona com um certo grau de ocupação humana, 
importante para proteger a biodiversidade e 
ordenar o processo de ocupação. Em geral, 
compreendem áreas extensas, constituídas por 
terras públicas e particulares. Deve dispor de 
um conselho presidido pelo órgão responsável 
por sua administração. 
 
Manguezal na 
Área de 
Proteção de 
Guaraqueçaba, 
localizada nos 
Estados do 
Paraná e São 
Paulo 
 
Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE): 
Área protegida com extensão inferior a 5.000 ha. e pequena ou nenhuma ocupação humana. 
 
Reserva de Fauna: 
É uma área de domínio público onde é proibido o exercício da caça amadorista ou profissional. 
 
Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN): 
São unidades privadas de conservação que permitem aliar preservação ambiental e atividades 
econômicas sustentáveis, sem perda da titularidade. A existência de uma RPPN é um ato de vontade 
do proprietário. Ao ser decretada uma RPPN, o proprietário se compromete a preservar integralmente 
aquela área. O título tem caráter perpétuo, ou seja, a área sempre será reserva natural. Qualquer 
 
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atividade extrativista é proibida e seu uso deve limitar-se à pesquisa científica, educação ambiental e 
ecoturismo. É o equivalente a um parque nacional, só que de responsabilidade privada. 
 
 
Unidades de Conservação 
Tipo de Unidade Áreas Área Total 
Reserva Biológica 26 3.228.709,00 
Estação Ecológica 29 3.979.409,82 
Parque Nacional 53 16.806.687,00 
Monumento Natural - - 
Refúgio de Vida Silvestre 1 128.521,00 
Total : Áreas de Proteção Integral 109 23.961.397,82 
Reserva Extrativista 33 5.661.311,00 
Reserva de Desenvolvimento Sustentável - - 
Floresta Nacional 55 13.964.847,16 
Área de Proteção Ambiental 29 7.666.689,00 
Área de Relevante Interesse Ecológico 17 38.790,12 
Reserva de Fauna - - 
Reserva Particular do Patrimônio Natural 403 435.737,87 
Total: Áreas de Uso Sustentável 537 27.767.365,15 
Total Geral 646 51.728.772,97 
Fonte: Atlas de Conservação da Natureza Brasileira - 2005 
 
 
 O LLiicceenncciiaammeennttoo AAmmbbiieennttaall 
 
Noções Iniciais: 
O licenciamento é um dos instrumentos de gestão ambiental, possuindo caráter preventivo na tutela 
do meio ambiente. Constitui-se num procedimento administrativo realizado pelo órgão ambiental 
competente que pode ser federal, estadual ou municipal (Municípios integrados ao SISNAMA), para 
licenciar a instalação, ampliação, modificação e operação de atividades e empreendimentos que 
utilizam recursos naturais, ou que sejam potencialmente poluidores ou que possam causar degradação 
ambiental. No licenciamento ambiental são avaliados impactos causados pelo empreendimento, tais 
como: seu potencial ou sua capacidade de gerar líquidos poluentes (despejos e efluentes), resíduos 
sólidos, emissões atmosféricas, ruídos e o potencial de risco, como por exemplo, explosões e 
incêndios. Cabe ressaltar, que algumas atividades causam danos ao meio ambiente principalmente na 
sua instalação. É o caso da construção de estradas e hidroelétricas, por exemplo. 
 
Licenciamento ambiental não se confunde com licença ambiental. O licenciamento é o 
procedimento que objetiva a concessão de licença ambiental, mas que pode ser indeferido no final. 
A licença é conseqüência do licenciamento e materializa-se num documento administrativo. 
 
 
 
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Competência: 
A Resolução n° 237/97 do CONAMA estabelece a competência para a concessão do ato, que pode 
ser da União, Estados ou Municípios. O licenciamento deverá ser sempre feito em um único nível de 
competência. Ao nível federal, as licenças ambientais deverão ser expedidas pelo IBAMA para os 
empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental. Os Estados e o Distrito Federal 
será competente quando as atividades e empreendimentos estejam localizados em mais de um 
Município ou em unidades de conservação de domínio estadual ou do DF. 
 
Alterações: 
É importante lembrar que as licenças ambientais estabelecem as condições para que a atividade ou o 
empreendimento cause o menor impacto possível ao meio ambiente. Por isso, qualquer alteração 
deve ser submetida a novo licenciamento, com a solicitação de Licença Prévia. 
 
Etapas do Licenciamento Ambiental 
Licença Prazo 
Licença prévia (LP) Licença que deve ser solicitada na fase de 
planejamento da implantação, alteração ou 
ampliação do empreendimento. Aprova a 
viabilidade ambiental do empreendimento, não 
autorizando o início das obras. 
máximo de 6 anos 
Licença de instalação (LI) Licença que aprova os projetos. É a licença que 
autoriza o início da obra ou empreendimento. É 
concedida depois de atendidas as condições da 
licença prévia. 
máximo de 6 anos 
Licença de operação (LO) Licença que autoriza o início do funcionamento do 
empreendimento ou obra. É concedida depois de 
atendidas as condições da licença de instalação. 
mínimo de 4 e 
máximo de 10 anos 
 
 
 AAvvaalliiaaççããoo ddee IImmppaaccttoo AAmmbbiieennttaall ((AAIIAA)) 
 
A avaliação de impacto ambiental é o instrumento de política ambiental, formado por um conjunto de 
procedimentos capaz de assegurar, desde o início do programa, que se faça um exame sistemático 
dos impactos ambientais de uma ação proposta (projeto, programa, plano ou política) e de suas 
alternativas, e que os resultados sejam apresentados de forma adequada ao público e aos responsáveis 
pela tomada de decisão, e por eles considerados. Além disso, os procedimentos devem garantir a 
adoção das medidas de proteção do meio ambiente determinadas, no caso de decisão sobre a 
implantação do projeto. 
 
A avaliação de impacto ambiental não se confunde com Estudos Ambientais. Estes, assim como o 
EIA/RIMA, subsidiam a Avaliação de Impacto Ambiental. Além do Estudo de Impacto Ambiental 
(EIA) que é mais utilizado em empreendimentos complexos, existem outras espécies de estudos 
ambientais, como o Projeto de Controle Ambiental (PCA), o Relatório Ambiental (RA), o Relatório 
Ambiental Preliminar (RAP), o Diagnóstico Ambiental, o Plano de Manejo, o Plano de 
Recuperação de Área Degradada (PRAD) e a Análise Preliminar de Risco. 
 
A avaliação de impacto ambiental é condição para o licenciamento de empreendimentos 
potencialmente causadores de significativo impacto ambiental. O Decreto 99.274/90, que 
regulamenta a Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, vincula a avaliação de impacto ambiental 
aos sistemas de licenciamento, cabendo ao CONAMA fixar os critérios para sua exigência. 
 
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 EEssttuuddoo ddee IImmppaaccttoo AAmmbbiieennttaall 
 
Noções Iniciais: 
O estudo prévio de impacto ambiental é um estudo das prováveis modificações nas diversas 
características socioeconômicas e biofísicas do meio ambiente que podem resultar de um projeto 
proposto. É um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938, art. 9°, III). O 
objetivo central do EIA é evitar que um projeto (obra ou atividade), justificável sob o prisma 
econômico ou em relação aos interesses imediatos do seu proponente, se revele posteriormente 
nefasto ou catastrófico para o meio ambiente. Baseia-se no princípio da prevenção do dano 
ambiental. Deve ser dada publicidade ao EIA, permitindo-se a participação popular na sua 
elaboração. É competência do CONAMA estabelecer normas gerais sobre o EIA (art. 8° da Lei 
6.938). A Resolução CONAMA 237 estabelece uma relação de atividades necessariamente sujeitas 
ao licenciamento. 
 
O Estudo de Impacto Ambiental é um instrumento compulsório da Política Nacional do Meio 
Ambiente a ser realizado em todos os casos de obras ou atividades de significativa degradação 
ambiental. Se o órgão público competente não exigir o EIA, quando presente o risco de degradação 
ambiental significativa, os legitimados ad causam poderão agir judicialmente para obrigar a sua 
realização. 
 
Procedimento: 
O EIA deve ser anterior à autorização da obra ou a autorização da atividade. O Estudo não deve ser 
concomitante nem posterior à obra ou atividade. A cada licenciamento da atividade poder-se-á exigir 
um novo estudo. A omissão do EIA torna o procedimento ilegal e passível de anulação pelo Poder 
Judiciário. O Decreto Federal 88.351/83 obriga os órgãos federais a comunicar aos órgãos 
financiadores as infrações de implantação e operação sem licença. A não comunicação implica em 
responsabilização funcional. As verificações e análises do EIA terminam, com um juízo de valor, ou 
seja, uma avaliação favorável ou desfavorável do projeto. Não se admite um estudo que se abstenha 
de emitir a avaliação do projeto. O EIA/RIMA deve ser realizado por uma equipe técnica 
multidisciplinar, com profissionais de diferentes áreas. É um procedimento encomendado pelo 
proponente do projeto, sendo imprescindível a intervenção inicial do órgão público ambiental desde o 
início do procedimento. As custas do EIA/RIMA devem ser pagas pelo proponente do projeto. 
 
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA): 
O RIMA é um documento elaborado a partir do EIA, com finalidade de tornar compreensível para o 
público o conteúdo do EIA, uma vez que este último é elaborado segundo critérios técnicos. O RIMA 
deve esclarecer todos os pontos da proposta em estudo, de modo que possam ser divulgados aos 
interessados e por todas as instituições envolvidas. Tornou-se o documento essencial para exame dos 
Conselhos de Meio Ambiente, assim como para a tomada de decisão das autoridades ambientais. 
 
Projeto Básico Ambiental (PBA): 
A Resolução do CONAMA n° 06, de 16.09.87, trata do licenciamento ambiental de obras 
consideradas de grande porte, em especial as de geração de energia elétrica. 
Nesse instrumento legal, é determinada a exigência de elaboração e aprovação do projeto básico 
ambiental, para que o órgão ambiental forneça a licença de instalação (LI), ou seja, a de início das 
obras. O projeto básico ambiental (PBA) é um conjunto de Programas a serem implantados, visando 
viabilizar as recomendações emitidas no EIA e no RIMA e atender às exigências e condicionantes 
fixadas pelo órgão ambiental licenciador. 
 
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 0033..33 –– IInnssttrruummeennttooss ddaa TTuutteellaa JJuuddiicciiaall ddoo MMeeiioo AAmmbbiieennttee 
 
 
 A AAççããoo CCiivviill PPúúbblliiccaa 
 
Noções Iniciais: 
No direito ambiental, de natureza eminentemente difusa, a origem da ação civil pública está na Lei 
6.938/81, que definiu a Política Nacional do Meio Ambiente e concedeu ao Ministério Público 
legitimação para a ação de responsabilidade civil contra o poluidor por danos causados ao meio 
ambiente. Com a Lei 7.347/85 e o Código de Defesa do Consumidor,em sua parte processual, os 
interesses difusos passaram a ser tutelados judicialmente. 
 
Legitimidade Ativa: 
São partes legítimas para propor a ação civil pública o Ministério Público (originária ou 
superveniente) e também autarquia, empresa pública, fundação, sociedade de economia mista ou por 
associação que esteja constituída há pelo menos um ano, nos termos da lei civil e inclua entre suas 
finalidades institucionais a proteção ao meio ambiente. 
 
Atuação do Ministério Público: 
O Ministério Público, pela Constituição, tem um papel fundamental na defesa do meio ambiente. O 
art. 129, inciso III, da Constituição Federal, determina que uma das funções institucionais do 
Ministério Público é promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção do patrimônio 
público e social do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. O direito a um meio 
ambiente sadio e equilibrado é prerrogativa de todo cidadão, isto é, das coletividades que compõem a 
população brasileira. Diante disso, cabe aos movimentos ambientalistas levar ao Ministério Público o 
conhecimento de fatos, irregularidades e problemas que prejudiquem os direitos dos cidadãos e das 
coletividades, exigindo dele uma ação saneadora, no âmbito de sua competência. É preciso lembrar 
que, hoje, se multiplicam no Ministério Público brasileiro, curadorias do meio ambiente dedicadas a 
tratar exclusivamente dessa natureza de questões. 
 
O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de indenização por danos causados 
ao meio ambiente. Pode o Ministério Público Estadual ajuizar ação na Justiça Federal e vice-versa. 
Pode haver, ainda, litisconsórcio entre eles, como reza o art. 5°, § 5° da Lei 7.347/85. 
 
Legitimidade Passiva: 
São legitimados passivos todos aqueles que, de alguma forma, foram os causadores do dano 
ambiental. O Estado pode ser legitimado passivo, se tiver alguma parcela da atividade causadora do 
dano ambiental. 
 
Inquérito Civil: 
O inquérito civil, previsto pelos arts. 8° e 9° da Lei 7.347/85, é procedimento administrativo 
destinado a reunir elementos para eventual ajuizamento da ação civil pública. O inquérito civil 
fornece elementos para a propositura da ação civil pública fundada em em dano causado ao meio 
ambiente. 
Tem como características: 
? utilização privativa do Ministério Público 
 
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? informalidade 
? tem natureza de instrumento administrativo inquisitório, não há o contraditório 
? o arquivamento fica restrito ao âmbito interno do Ministério Público. 
 
Compromisso de Ajustamento: 
O inquérito civil desempenha importante papel preventivo, já que possibilita, se for o caso, um 
compromisso de ajustamento de conduta, de forma a evitar-se o dano. O compromisso de 
ajustamento é uma hipótese de transação, já que se destina a prevenir o litígio perante o Poder 
Judiciário. 
 
Competência: 
Conforme a Lei 7.347/85 e o Código do Consumidor o foro competente para julgar a ação civil 
pública é o do local do fato onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, sendo esta competência 
denominada territorial funcional, tendo em vista que, embora seja territorial, não é relativa, mas 
absoluta (todos os outros foros são absolutamente incompetentes para julgar a causa). Se o dano 
ultrapassar os limites geográficos, atingindo mais de uma circunscrição territorial, ocorre a 
concorrência de competências, ou seja, resolve-se pela prevenção. E a aplicação do art. 93, II do 
CDC prevê a competência do foro da Capital do Estado ou do Distrito Federal para os danos de 
âmbito regional ou nacional, respectivamente. 
 
Objeto da Ação: 
Poder-se-á ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento da obrigação de fazer ou não 
fazer. Não impede a cumulatividade. A condenação em dinheiro será revertida a um fundo especial 
destinado a reconstituição do bem lesado. 
 
Liminar: 
Na petição inicial da ação civil pública de indenização por danos causados ao meio ambiente pode vir 
contido, cumulativamente, pedido de liminar, se for o caso. Não se trata, aqui, de “interditalizar” o 
processo de conhecimento, mas de medida expressamente autorizada pela Lei (art. 12 da Lei 
7.347/85), em atendimento às necessidades procedimentais de efetiva proteção dos direitos difusos, 
porquanto os instrumentos individualísticos do processo civil não mais atendem àquelas necessidades 
da sociedade moderna. 
 
 
 AAççããoo PPooppuullaarr AAmmbbiieennttaall 
 
Noções Iniciais: 
A Constituição Federal (art. 5°, LXXIII) confere legitimação a qualquer cidadão para propor ação 
popular que vise a anular ato lesivo ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Trata-se 
de um remédio constitucional de defesa dos interesses da coletividade, que dá possibilidade de o 
cidadão buscar um provimento judicial visando tornar nulos os atos do Poder Público. O objeto da 
ação é a proteção do meio ambiente e do patrimônio público histórico e cultural. 
 
Legitimidade Ativa: 
Também chamado de “autor popular”, será sempre o cidadão, pessoa física no gozo de direitos 
políticos, isto é, o eleitor. No caso de desistência da ação, poderá prosseguir na mesma qualquer 
outro cidadão ou o Ministério Público. 
 
 
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Legitimidade Passiva: 
O responsável pelo ato lesivo ao meio ambiente. 
 
Competência: 
É o local onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, independentemente de onde o ato teve a sua origem. 
 
 
 MMaannddaaddoo ddee SSeegguurraannççaa CCoolleettiivvoo AAmmbbiieennttaall 
 
Noções Iniciais: 
Além da ação civil pública e da ação popular, a Constituição (art. 5°, LXX), conferiu às entidades 
associativas, aos partidos políticos e aos sindicatos poderes para, através do mandado de segurança 
coletivo, atuarem na defesa dos interesses transindividuais (legítimos, difusos ou coletivos), como o 
meio ambiente. 
 
Legitimidade Ativa: 
Partido político com representação no Congresso Nacional. Organização sindical, entidade de classe 
ou associações legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses dos seus membros ou associados. 
 
Legitimidade Passiva: 
Autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuição do Poder Público, que 
tenha praticado ilegalidade ou abuso do poder. 
 
 
 MMaannddaaddoo ddee IInnjjuunnççããoo AAmmbbiieennttaall 
 
Noções Iniciais: 
A Constituição Federal (art. 5°, LXXI) prevê o mandado de injunção, que tem importância para a 
tutela do meio ambiente ecologicamente equilibrado, que é direito de todos, quando faltar norma 
regulamentadora que torne inviável seu exercício. Neste caso, o Poder Judiciário não irá criar a 
norma regulamentadora faltante, apenas soluciona o caso concreto, com medidas protetivas ao meio 
ambiente. O objetivo do mandado de injunção é possibilitar que o exercício dos direitos 
constitucionais sobre o meio ambiente não sejam inviabilizados pela ausência de norma 
regulamentadora. 
 
Legitimidade Ativa: 
Pode ser impetrado por qualquer pessoa, física ou jurídica. 
 
Legitimidade Passiva: 
É aquele que tem competência para elaborar a norma regulamentadora faltante. 
 
 
 
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 0033..44 –– AA RReessppoonnssaabbiilliiddaaddee ppeelloo DDaannoo AAmmbbiieennttaall 
 
 
 AA RReessppoonnssaabbiilliiddaaddee CCiivviill 
 
Noções Iniciais: 
O Direito Ambiental atua de forma preventiva, quando o dano ambiental ainda não ocorreu, ou de 
forma repressiva e reparatória, quando a degradação do meio ambiente já tenha acontecido. Nesta 
última hipótese, surge a responsabilidade pelo causador do dano ambiental. O sistema jurídico 
brasileiro prevê três formas de responsabilidade ambiental: civil, criminal e administrativa. 
 
O Dano ambiental: 
O dano ambiental pode ser entendido como 
qualquer lesão aos recursos ambientais que 
cause degradação e conseqüentemente o 
desequilíbrio ambiental, caracterizando-se pela 
multiplicidade de vítimas. Em termos gerais, o 
dano ambiental pode ser entendido como lesões 
à atmosfera, às águas interiores, superficiais e 
subterrâneas, aos estuários, ao mar territorial, ao 
solo, ao subsolo, aos elementos da biosfera, à 
fauna e à flora que geram degradação do 
equilíbrio ecológico. 
 
Teoria da Responsabilidade Objetiva: 
No Direito Ambiental é adotada a teoria da responsabilidade objetiva, ou do risco integral, onde não 
é preciso provar a culpa do agente e nem se o ato praticado foi lícito ou ilícito para que haja 
obrigação de reparar o dano. É o que dispõe o art. 14, § 1° da Lei 6.938, in fine: “Sem obstar a 
aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente de 
existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados 
por sua atividade”. É irrelevante a existência de caso fortuito ou força maior. Aplica-se a teoria do 
risco integral onde a obrigação de indenizar independe do elemento subjetivo do agente, pois este 
deve assumir todos os riscos inerentes a sua atividade, não importando se o dano foi causado por 
forças da natureza, falhas humanas ou obra do acaso. Se houvesse a exigência da demonstração de 
culpa esta levaria a proteger o poluidor que se apropriou de forma indevida de um bem coletivo em 
benefício próprio, remetendo o ônus de arcar com os prejuízos causador pela atividade do infrator 
para a coletividade. Ademais, o direito ambiental tem como fim último o interesse público e este não 
pode ser prejudicado pela simples ausência de culpa do agente. 
 
A lei sempre deve mencionar expressamente as hipóteses em que a indenização ocorre 
independentemente da culpa, ou seja, quando for adotada a teoria da responsabilidade objetiva. 
Além de danos ambientais, esta forma de responsabilidade é prevista atualmente para os casos de 
acidentes nucleares (art. 40, da Lei n° 6.453/77) e em algumas hipóteses do Código do 
Consumidor. 
 
 
 
 
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Pressupostos: 
Assim como na responsabilidade civil, a responsabilidade civil ambiental tem como pressupostos 
básicos: 
? o dano, devendo esse ser essencialmente ambiental; 
? a conduta omissiva ou comissiva do agente poluidor permite a solidariedade dos responsáveis 
pelo dano ambiental; 
? a presença da conexão causal, ou seja, a relação de causa e efeito entre a atividade do agente e 
o dano dela advindo. 
 
Reparação do Dano Ambiental: 
O responsável pelo dano ambiental pode ser condenado a reparar os prejuízos ecológicos que 
provocou com sua ação delituosa ambiental, independentemente das possíveis sanções penais e 
administrativas. Na impossibilidade de reparação específica do dano, a reparação pode ser 
representada por valor em dinheiro. 
 
 
 A RReessppoonnssaabbiilliiddaaddee ddaa PPeessssooaa JJuurrííddiiccaa 
 
A Lei dos Crimes Ambientais prevê que as pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, 
civil e penalmente, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal 
ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. Essa lei 
representa um grande avanço na repressão do ilícito penal ambiental. O Brasil adotou uma tendência 
moderna, de considerar havido o tipo penal mesmo sem o substrato humano. A França adota esta 
posição, desde 1994, e lá, com exceção do Estado, todas as pessoas jurídicas podem cometer crimes 
ambientais. A razão da política criminal que determina esta posição reside no fato de que as grandes 
degradações ambientais são causadas por pessoas jurídicas que atuam muitas vezes consorciadas. 
 
 
 A RReessppoonnssaabbiilliiddaaddee AAddmmiinniissttrraattiivvaa 
 
Noções Gerais: 
A Administração Pública imporá sanções, por meio de um procedimento administrativo, nas 
hipóteses de responsabilidade administrativa, imposta pelo órgão competente, quando houver 
degradação ambiental. São previstas hipóteses de responsabilidade administrativa no art. 14, I, II, III 
e IV, da Lei 6.938/81 e no art. 70 da Lei 9.605/98. 
 
Conforme a gravidade da infração, a competência será: 
? municipal (dano local); 
? estadual (dano em mais de um Município); 
? federal (dano de âmbito nacional ou dano em mais de um Estado). 
 
 
 
 
 
 
 
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LEI N° 9.605, 
DE 12.02.1998 
Art. 70 - Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as 
regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente. 
 
§ 1º - São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo 
administrativo os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio 
Ambiente - SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das 
Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha. 
 
§ 2º - Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às 
autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para efeito do exercício do seu poder de polícia. 
 
§ 3º - A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada a 
promover a sua apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de co-
responsabilidade. 
 
§ 4º - As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo próprio, assegurado o 
direito de ampla defesa e o contraditório, observadas as disposições desta Lei. 
 
Art. 71 - O processo administrativo para apuração de infração ambiental deve observar os 
seguintes prazos máximos: 
I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de infração, contados 
da data da ciência da autuação; 
II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração, contados da data da sua 
lavratura, apresentada ou não a defesa ou impugnação; 
III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância superior do Sistema 
Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da 
Marinha, de acordo com o tipo de autuação; 
IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento da notificação. 
 
Art. 72 - As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o 
disposto no art. 6º: 
I - advertência; 
II - multa simples; 
III - multa diária; 
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, 
equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração; 
V- destruição ou inutilização do produto; 
VI - suspensão de venda e fabricação do produto; 
VII - embargo de obra ou atividade; 
VIII - demolição de obra; 
IX - suspensão parcial ou total de atividades; 
X – (VETADO) 
XI - restritiva de direitos. 
 
§ 1º - Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, 
cumulativamente, as sanções a elas cominadas. 
 
§ 2º - A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei e da legislação 
em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais sanções previstas neste 
artigo. 
 
§ 3º - A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo: 
I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo 
assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da 
Marinha; 
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do 
Ministério da Marinha. 
 
§ 4° - A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação 
da qualidade do meio ambiente. 
 
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§ 5º - A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar no tempo. 
 
§ 6º - A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V do caput obedecerão ao disposto no 
art. 25 desta Lei. 
 
§ 7º - As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas quando o produto, a 
obra, a atividade ou o estabelecimento não estiverem obedecendo às prescrições legais ou 
regulamentares. 
 
§ 8º - As sanções restritivas de direito são: 
I - suspensão de registro, licença ou autorização; 
II - cancelamento de registro, licença ou autorização; 
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; 
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos 
oficiais de crédito; 
V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três anos. 
 
Art. 73 - Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental serão 
revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de 
1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou 
municipais de meio ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador. 
 
Art. 74 - A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou outra medida 
pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado. 
 
Art. 75 - O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no regulamento desta Lei e 
corrigido periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, sendo o 
mínimo de R$ 50,00 (cinqüenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de 
reais). 
 
Art. 76 - O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou 
Territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de incidência. 
 
 
 A RReessppoonnssaabbiilliiddaaddee ppoorr AAttiivviiddaaddeess NNuucclleeaarreess 
 
A atividade nuclear envolve vários usos, não somente as instalações nucleares para produção de 
energia elétrica, mas também o uso de radioisótopos para fins medicinais, agrícolas, industriais ou de 
pesquisas. A Constituição Federal somente admite a atividade nuclear em território nacional para fins 
pacíficos (art. 21, inciso XXIII), não sendo permitido o seu uso para produção de armamentos de 
nenhuma espécie. A exploração dos serviços e instalações nucleares de qualquer natureza será de 
competência privativa da União a quem cabe também o controle específico. As usinas que operem 
reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser 
instaladas. 
 
Atualmente, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia federal vinculada ao 
Ministério de Ciência e Tecnologia, estabelece normas e regulamentos sobre radioproteção e 
segurança nuclear, licencia, fiscaliza e controla a atividade nuclear no Brasil. A CNEN desenvolve 
ainda pesquisas voltadas à utilização das técnicas nucleares em benefício da sociedade. Para isso, 
conta com institutos, distritos e centros regionais. 
 
A Lei n° 6.453, de 17.10.1977, dispõe sobre responsabilidade civil por danos nucleares e a 
responsabilidade criminal por atos relacionados com as atividades nucleares. Entre outros, determina 
que quando houver um acidente nuclear, a instituição autorizada a operar a instalação nuclear tem a 
 
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responsabilidade civil pelo dano, independente da existência de culpa. Se for provada a culpa da 
vítima, a instituição apenas será exonerada de indenizar os danos ambientais. Em caso de acidente 
nuclear não relacionado a qualquer operador, os danos serão suportados pela União. A lei classifica 
como crime produzir, processar, fornecer, usar, importar, ou exportar material sem autorização legal, 
extrair e comercializar ilegalmente minério nuclear, transmitir informações sigilosas neste setor, ou 
deixar de seguir normas de segurança relativas à instalação nuclear. 
 
 
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 0033..55 –– FFoorrmmaass ddee PPrrootteeççããoo ddoo MMeeiioo AAmmbbiieennttee 
 
 
 Proteção dos RReeccuurrssooss HHííddrriiccooss 
 
Noções Iniciais: 
A água é um recurso ambiental existente na biosfera na forma salgada ou doce. A água doce é 
reconhecidamente um recurso vulnerável, finito e já escasso em quantidade e qualidade, por isso, 
trata-se de um bem econômico. É portanto, fundamental que se disponha de instrumentos legais 
essenciais ao equilíbrio da oferta e da demanda para garantir o desenvolvimento sustentável. 
 
 
Biosfera ? sistema integrado de organismos vivos e seus suportes, compreendendo o 
envelope periférico do planeta Terra com a atmosfera circundante, estendendo-se 
para cima e para baixo até onde existe naturalmente qualquer forma de vida. 
 
Legislação: 
São os princípios instrumentos sobre recursos hídricos em nosso ordenamento: 
? Decreto n° 24.643, de 0.07.1934 (Código de Águas): a lei tradicional de direito das águas no 
Brasil é o denominado Código das Águas. Apesar de mais de 70 anos de existência, ainda é 
considerado pela doutrina jurídica como um dos textos modelares do direito brasileiro. 
? Lei 9.433, de 08.01.1997: instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos. 
? Lei 9.984/00: instituiu a Agência Nacional de Águas (ANA). 
 
Recursos Hídricos: 
A Lei 9.433, de 08.01.97, instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema 
Nacional de Recursos Hídricos. A lei definiu a água como recurso natural limitado dotado de valor 
econômico que pode ter usos múltiplos (consumo humano, produção de energia, transporte 
aquaviário, tratamento de esgotos). A gestão dos recursos hídricos passou a ser descentralizada, 
contando com a participação do Poder Público, usuários e comunidades. São instrumentos da Política 
das Águas: 
? os Planos de Recursos Hídricos: elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o País, 
visam gerenciar e compatibilizar os diferentes usos

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