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2ª Parte - Estado fiscal - poder de tributar

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL
FACULDADE DE DIREITO DE ALAGOAS – FDA
CURSO DE DIREITO
PERÍODO: 7º
DISCIPLINA : DIREITO TRIBUTÁRIO I
Prof. Dr. Manoel Cavalcante de Lima Neto
Estado fiscal
 Estado patrimonial
Receitas do seu patrimônio ou propriedade;
Atividade comercial e industrial.
Estado socialista - Base financeira nos rendimentos da atividade econômica produtiva por eles monopolizada ou hegemonizada, e não em impostos lançados sobre os seus cidadãos.
Estados “petrolíferos” ou dependentes do jogo - podem dispensar os cidadãos do pagamento de tributos e assim assumirem o seu principal suporte financeiro.
Estado fiscal
Estado cujas necessidades financeiras são essencialmente cobertas por impostos - regra do estado moderno.
A estadualidade fiscal significa, uma separação fundamental entre o estado e a economia e a consequente sustentação financeira daquele através da sua participação nas receitas da economia produtiva pela via do imposto.
O tributo como preço da liberdade - A idéia de estado fiscal vista pelo prisma dos indivíduos significa o reconhecimento da liberdade econômica, da livre disponibilidade econômica dos particulares.
Estado tributário - A generalidade dos estados actuais constituem estados fiscais e não estados tributários (tributos bilaterais).
Estado fiscal liberal - estado mínimo - tributação limitada.
Estado fiscal social - economicamente interventor e socialmente conformador. Tributação alargada – a exigida pela estrutura estadual correspondente.
Estado Democrático e Social Fiscal – Estado Democrático e Social de Direito. Mantém características do Estado Social, mas passa por modificações importantes. Diminuição do tamanho, restrição ao intervencionismo no domínio social e econômico.
Custos dos direitos
Direitos: liberdades privadas com custos públicos. Todos os direitos têm custos financeiros públicos. (HOLMES, Stephen & SUNSTEIN, Cass R., The Cost of Rights. No Brasil, GALDINO, Flávio, Custo dos Direitos: Os direitos não nascem em árvores.)
Custos lato sensu – a) custos ligados à existência e sobrevivência do estado (dever de defesa da pátria....); b) custos ligados ao funcionamento democrático do estado (dever de votar....); c) custos financeiros públicos dos direitos (importam no dever de pagar impostos)
Custos indiretos - Direitos de liberdades (propriedade, liberdade contratual) – despesas com serviços públicos que não se concretizam em custos individuais junto a cada titular (custos gerais)
Custos diretos - Direitos sociais: despesas públicas com imediata expressão na esfera de cada um dos titulares.
Poder de tributar
Expressão mais utilizada é “Competência Tributária”. Há um preconceito muito grande na utilização da nomeclatura, Carrazza diz que o “Poder de tributar” somente pertence ao Poder Constituinte Originário. (Não procede).
Poder político do Estado (Elementos constitutivos do Estado: povo, território, poder e fins). 
Constitui uma das mais importantes manifestações do poder político público. A criação de tributo é uma decisão-ação extraída do poder tributário enquanto poder político.
Fonte de financiamento mais volumosa do Estado para desenvolvimento de suas atividades.
Poder juridicamente limitado
Competência tributária.
Limitação pelos direitos fundamentais.
O poder tributário nasce na Constituição da República (CR - ou, em outra concepção, nasce no espaço aberto pela liberdade, fincando suas raízes no direito de propriedade na liberdade de profissões – R. Lôbo Torres - RLT).
Os direitos fundamentais limitam o poder de tributar. Direitos e garantias dos contribuintes limitam de forma mais específica (Limitações Constitucionais do Poder de Tributar - CR, 150-152).
Tributo como penalidade (Ives Gandra)
O tributo é uma penalidade. A norma que o exige é sempre examinada com resistência (mal necessário ou mal desmedido). (p. 50).
No Estado moderno, com a concepção mais lata das necessidades públicas, a imprescindibilidade do tributo não é rejeitada pelo povo, mas apenas a densidade de sua exigência, em uma reformulação da teoria da participação indevida pela teoria da participação desmedida. (p. 51).
“Brasileiro trabalha quase 5 meses só para pagar imposto, diz IBDT”.
O pagamento de tributo como dever fundamental
Deveres jurídicos do homem e do cidadão que, por determinarem a posição fundamental do indivíduo, têm especial significado para a comunidade e podem por esta ser exigidos (CR, 195 – Contribuições sociais).
O dever de pagar imposto apresenta-se como um dever fundamental que tem a sua disciplina traçada na Constituição, num contraponto com os direitos que ela assegura. Configuração – implícita – pormenorização do sistema tributário – Estado Fiscal.
O dever de contribuir – poder para exigência do dever (poder de tributar).
CRFB - Configuração implícita – pormenorização do sistema tributário – Estado Fiscal. [Explicitamente somente no Capítulo 1 do Título 2 da CRFB “Direitos e deveres individuais e coletivos”].
Constituição da Espanha – “todos contribuirão para o sustento dos gastos públicos”......(art. 31.1).
Plano constitucional: Poder de tributar e Dever de contribuir. 
Plano infraconstitucional: Obrigação tributária – Sujeito ativo e Sujeito passivo.
Capacidade contributiva
Princípio da solidariedade
Atualmente tem-se tentado justificar a capacidade contributiva pela idéia de solidariedade.
A solidariedade entre os cidadãos deve fazer com que a carga tributária recaia sobre os mais ricos, aliviando-se a incidência sobre os mais pobres e dela dispensando os que estão abaixo do nível mínimo de sobrevivência.
Nabais - […]pelo fato de o Estado ser financeiramente suportado por tributos unilaterais (impostos) deste Estado Fiscal decorre uma plataforma mínima de solidariedade social 
“no estado fiscal, que é suportado por todos os cidadãos, ou mais exatamente por todos os residentes que revelem capacidade contributiva. O que tem por consequência ser o conjunto dos contribuintes a suportar a totalidade dos serviços públicos de que beneficiam todos os cidadãos ou residentes sejam contribuintes ou não. Daí que a existência de um estado fiscal tenha subjacente uma idéia de justiça distributiva traduzida na redistribuição dos rendimentos dos contribuintes para os que não sejam contribuintes”. Estudos de direito fiscal, p. 103-104.
O STF destacou o princípio da solidariedade na decisão sobre a contribuição de inativos – “o regime previdenciário público visa garantir condições de subsistência, independência e dignidade pessoais ao servidor idoso por meio do pagamento de proventos da aposentadoria durante a velhice e, nos termos do art. 195 da CF, deve ser custeado por toda a sociedade, de forma direta e indireta, o que se poderia denominar princípio estrutural da solidariedade”. ADI 3.105-STF.
Antes da criação pela EC 43, houve a criação da contribuição dos inativos pelo legislador ordinário, após decretada inconstitucional.
 Em contrário, Humberto Ávila – “[...] não há poder de tributar com base no princípio da solidariedade social ou na função social da propriedade de acordo com CF/88”. Defende que a atribuição de competência por meio de regras afasta o poder de tributar com fundamento direto e independente nos princípios constitucionais. Ver votos vencidos no julgamento da ADI 3.105: “Ressucitação”.
Separação do poder tributário 
 Separação vertical (Federal, Estadual e Municipal).
Poder de legislar sobre tributos – art. 145 a 156, da CF (apartado da competência geral de legislar – art. 48 a 52). CTN (art. 6º) A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena.
Separação horizontal 
Poder de administrar tributos – Decorre do poder de legislar – não está explícito na Constituição. (RLT, Curso, p. 360)
Poder de julgar os litígios tributários – Não está explícito na Constituição, mas “desde que se admite o controle jurisdicional da constitucionalidade da lei tributária, nenhum motivo subsiste paranegar o poder tributário do judiciário”. Art. 102 e seguintes da CF. (RLT)
Bibliografia
GALDINO, Flávio. Introdução Teoria dos Custos dos Direitos: Direitos não nascem em árvores. Rio de Janeiro: Lumen júris, 2005.
GRECO, Marco Aurélio. Solidariedade Social e Tributação. In: GRECO, Marco Aurélio; Godói, Marciano Seabra de, (Coords). Solidariedade Social e Tributação. São Paulo: Dialética, 2005.
LIMA NETO, Manoel Cavalcante de. O pagamento de tributo como dever fundamental. In: Direitos Fundamentais dos Contribuintes: Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar. Recife: Nossa Livraria, 2005.
MARTINS, Ives Gandra da Silva. Da sanção tributária. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 1998.
NABAIS, José Casalta. A face oculta dos direitos fundamentais: os deveres e os custos dos direitos. In: Por um estado fiscal suportável: estudos de direito fiscal. Coimbra: Almedina, 2005.
________, Algumas reflexões sobre o actual Estado Fiscal. In: Revista Virtual da AGU. Ano II nº 09, de abril de 2011, http://agu.gov.br; em 7-3-2012.
TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Financeiro e Tributário. 12. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2005.

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