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A TÉCNICA DE RAIOS X APLICADA NA PESQUISA PALEONTOLÓGICA Amanda S. Abreu, Brenda A. L. O. Monteiro, Gabriel F. Sabadini, Marcel S. Pimenta e Ualisson D. Bellon INTRODUÇÃO Paleontólogos sempre dedicaram suas vidas para desvendar aspectos passados e não vistos da vida na Terra. Geralmente, o estudo de amostras fósseis é danoso e sem grandes expectativas de completo sucesso. Porém, com auxílio da moderna tecnologia de Raios X, cientistas conseguem analisar aspectos interiores e exteriores de fósseis com maior sucesso e de uma forma mais segura às amostras. Fonte: “Paleontology’s X-ray Excavations” (CLABBY, C.) – American Scientist O FÓSSIL Fósseis são restos ou traços preservados de antigos organismos que datam ao menos 10 mil anos. O processo de fossilização se dá por: mumificação, petrificação e carbonização. A grande maioria dos fósseis são compostos por organismos simples, como bactérias, pois estes orgasnismos apresentam características de fósseis guias. São elas: ampla distribuição geográfica, alta taxa de reprodução, curto período entre o aparecimento e a extinção e características fossilizáveis. Fonte: “Fossil” - National Geographic / “Diccionário de Geologia” (Whitten e Brooks, 1980) O FÓSSIL Fonte: National Geographic http://education.nationalgeographic.com Figura 1. Fóssil de um pteroussauro preservado através da petrificação. Platô do Araripe – Brasil. TÉCNICAS DE ESTUDO DOS FÓSSEIS O trabalho com fósseis requer cuidados, já que suas estruturas – apesar de estarem associadas a uma rocha – são frágeis. Técnicas manuais de extração envolvem utilização de trinchas, escovas de nilon e pincéis de seda. Outros métodos envolvem, de acordo com o litotipo, banho em soluções ácidas, como ácido acético, onde este, lentamente, remove a rocha deixando apenas o fóssil. Contudo, essas técnicas são, na grande maioria das vezes, danosas aos fósseis, desencadeando no uso de técnicas menos agressivas a amostra. Fonte: Grupo Fossilis – Associação Científica e Cultural http://grupofossilis.com.br TÉCNICAS DE ESTUDO DOS FÓSSEIS Entre essas técnicas menos agressivas, temos a utilização do Raio X aplicado na pesquisa paleontológica. O Raio X consiste em uma emissão de ondas eletromagnéticas que consegue atravessar materiais de baixa densidade e ser absorvido por materiais de alta densidade. Deste modo, é possível distinguir materiais distintos em uma mesma matriz. Fonte: Física Moderna – UFRGS http://if.ufrgs.br RAIO X APLICADO A PALEONTOLOGIA O uso do Raio X revela estruturas internas que, sem essa tecnologia, jamais seriam vistas, permitindo “transformar nosso entendimento de grupos fósseis e as narrativas da evolução ecológica que estes foram submetidos” (Trends in Ecology & Evolution). Em outras palavras, ter uma visão aguçada da anatomia animal ou vegetal, revela detalhes paleoambientais. Por exemplo, a forma da arcada dentária de um animal pode revelar pistas sobre sua alimentação, logo também sobre o ambiente onde vivia. Fonte: “Paleontology’s X-ray Excavations” (CLABBY, C.) – American Scientist RAIO X APLICADO A PALEONTOLOGIA Os Raios X interagem com a matéria de forma que a interação pode ser descrita pelo seu índice de refração: onde a parte imaginária (estrutura do fóssil) representa a refração dos Raios X, e a parte real descreve a absorção sofrida pela onda ao passar pelo meio (matriz rochosa). Para podermos utilizar técnicas radiográficas é essêncial dispormos de fontes de Raios X que não existem normalmente. O princípio do método de imagens por contraste de fases reside no fato de que refrações produzidas por um fóssil aparecerão como interferências, gerando contraste na imagem. Fonte: “Tomografia de Fósseis e Amostras Paleontológicas Usando Contraste de Fases” (TOMM, N.) RAIO X APLICADO A PALEONTOLOGIA Fonte: “Tomografia de Fósseis e Amostras Paleontológicas Usando Contraste de Fases” (TOMM, N.) Figura 2 MICROTOMOGRAFIA DE RAIOS X A Microtomografia de Raios X é uma técnica não destrutiva caracterizada por aferir a microestrutura de um material em 3 dimensões em uma escala de microns. Através dela é possível fazer modelagem tridimensional de pequenas estruturas de forma detalhada. Fonte: “X-Ray Microtomography” – ScienceDirect MICROTOMOGRAFIA DE RAIOS X Fonte: “Utilização da Microtomografia na Paleontologia de Vertebrados: Aplicações no Estudo de Candidodon itapecuruense” (SANTOS, B. R. et al.) Figura 3. Imagem tridimensional (A) criada a partir de radiografia (B) de fósseis. Os círculos em vermelho indicam as partes correspondentes. O EXPERIMENTO Figuras 4 e 5. Amostras do Acervo UFES O EXPERIMENTO Figura 6. Amostra do Acervo UFES O EXPERIMENTO Figuras 7 e 8. Amostras e equipamentos prontos para o processo de Raio X O EXPERIMENTO Figura 9. Radiografia feita a partir das amostras anteriormente mostradas O EXPERIMENTO Uma vez que o aparelho hospitalar é utilizado para radiografias de espécies orgânicas e de densidades inferiores à de rochas, ao realizar o experimento, foi utilizada a frequência e a carga máxima possível do aparelho em questão. Revelou-se, assim, que aparelhos convencionais de raios X possuem capacidade relativamente satisfatória para revelar dados. Contudo, estes não devem ser tomados como conclusivos, tendo em vista a radiografia das amostras mostrada anteriormente. AS DESVANTAGENS Apesar de serem técnicas aprimoradas e pouco destrutivas, o Raio X e a Microtomografia de Raio X possuem suas desvantagens. Por exemplo: Falha na previsão no caso de superposição e adjacência de ossos; Inacessibilidade ao material fossilizado. Fonte: “Modelagem 3D e suas aplicações na pesquisa paleontológica” (DARDON, U. et al.) CONCLUSÃO Tendo em vista que o objetivo do seminário era mostrar a técnica de raios x aplicada à paleontologia e suas implicações, pode-se aferir que este método possibilita detectar estruturas fósseis em matrizes rochosas sem causar alteração física à amostra. Tal qual, suas empregações beneficiam estudos paleontológicos e suas sub-áreas de conhecimento. AGRADECIMENTOS • Ao professor Juan A.A. Espinoza por ceder as amostras; • Ao Dr. e ao técnico de radiografia que se disponibilizaram a efetuar o processo de Raio-X gratuitamente e o doar de seu tempo em prol dos estudos acadêmicos.
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