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PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1
Aula 7 
(Interpretação e estrutura textual) 
Olá, pessoal! Chegamos à nossa aula 7 e, a partir desta, vou procurar 
inserir aula-extra com comentário de provas, para que você possa treinar 
bastante. 
Bom, quanto ao assunto desta aula, muita gente comenta comigo que a 
interpretação de texto é um tipo muito subjetivo de questão, pois pode haver 
várias interpretações. 
Mas, na realidade, não é bem assim!!!! 
Devemos nos lembrar do seguinte: todo professor que propõe qualquer 
questão de concurso tem que provar que o julgamento feito por ele (correto ou 
incorreto) é a única resposta possível. Para isso, as bancas cobram tudo 
documentado: os fundamentos, prováveis recursos, índice de dificuldade, 
tempo aproximado de resolução. Isso nos prova que interpretar não é coisa 
subjetiva, como muitos têm dito por aí. Entender o texto tem sua lógica, seu 
princípio norteador, por isso vamos trabalhar nesta aula os fundamentos e 
vamos exercitar bastante. 
Assim, não podemos resolver questões de interpretação de texto 
somente no achismo. Temos que provar que o julgamento da questão está 
correto, com fundamento no texto. 
É importante notarmos que, dentro de um texto, há informações 
implícitas e explícitas. É mais fácil o concursando encontrar as informações 
explícitas, e vemos que muitas vezes é isso que a banca CESPE cobra. 
Toda informação implícita do texto é “carregada” de vestígios. Como em 
uma investigação, o criminoso não está explícito, mas ele existe. Um bom 
investigador é um excelente leitor de vestígios. Os vestígios podem ser: uma 
palavra irônica, as características do ambiente e do personagem, a época em 
que o texto foi escrito ou a que o texto se refere, o vocabulário do autor, o 
rodapé do texto, as figuras de linguagem, o uso da primeira ou terceira pessoa 
verbal etc. Tudo isso pode indicar a intenção do autor ao escrever o texto, daí 
se tira o vestígio que nos leva à boa interpretação. 
Outro ponto que devemos entender é que, quando se interpreta um 
texto para realizar um concurso, temos, na realidade, duas interpretações a 
serem feitas. A primeira é a compreensão do texto em si, entender as 
expressões ali colocadas, tirar conclusões, compreender as entrelinhas, o 
contexto; a outra é a compreensão do pedido da questão. 
Às vezes até compreendemos bem o texto, mas não entendemos o 
pedido da questão. 
Português p/ Polícia Federal 
(teoria e questões comentadas) 
Conteúdo 
do 
texto 
Conteúdo 
da 
questão 
Interpretação
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 2
Interpretação 
do 
Portanto, devemos comparar dois textos: o propriamente dito e o 
enunciado da questão. Após isso, devemos confrontá-los e julgar se possuem 
ideias semelhantes ou não. Isso é a interpretação. 
a) Como vimos, em um texto podemos encontrar os dados explícitos, 
isto é, aquilo que o pedido da questão informou é encontrado literalmente no 
texto. Didaticamente, representamos os dados explícitos com o sinal “xxx”: 
Este é o tipo de questão mais simples e o que a banca CESPE tem 
cobrado muitas vezes em prova. Veja: 
Questão 1: TJ - RR / 2006 / Superior 
Na época atual, embora a avareza ou o ócio devam continuar 
merecendo a nossa condenação, no seio dos detentores da riqueza (ou dos 
que se proponham a alcançá-la), há uma figura digna de ser exaltada: o 
empresário. Pela razão muito simples de que agora estamos diante de uma 
sociedade de abundância (ao contrário da sociedade primitiva, vitimada pela 
escassez) e a única maneira de a imensa maioria ter acesso à variada gama 
de bens e serviços disponíveis na sociedade é por intermédio do emprego. E 
ainda que a busca da riqueza pelo empresário não vise diretamente ao bem-
estar geral, ao propiciar novos empregos, ele está desempenhando função 
primordial na economia. 
Antonio Paim. Op. cit., p.290 ( com adaptações).
Em relação às idéias do texto, assinale a opção correta. 
(A) A avareza e o ócio são características da época a que o texto se refere. 
(B) No seio dos detentores da riqueza, o empresário é o símbolo da avareza. 
(C) O emprego permite que a maioria tenha acesso aos bens e serviços 
disponíveis na sociedade. 
(D) Ao propiciar novos empregos, o empresário visa diretamente ao bem-
estar geral da sociedade. 
Comentário: Perceba que as alternativas possuem dados explícitos do texto, 
com algumas modificações. Assim, basta confrontar os dados explícitos do 
texto e os da questão, para que se encontre a alternativa correta. 
Na alternativa (A), há erro, porque foi dito no texto que “o ócio e a 
avareza” devem continuar merecendo a nossa condenação. Assim, essa não é 
a característica desta época. Se a banca tivesse inserido como uma das
Texto: 
xxx
Questão: 
xxx
dados explícitos 
Interpretação 
do 
texto
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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características desta época, implicitamente poderíamos até entender como 
uma resposta possível. 
Na alternativa (B), há erro, pois foi informado no texto que o empresário 
deve ser exaltado pela razão de que estamos diante de uma sociedade em 
abundância. Assim, sabemos que não há literalmente no texto a característica 
do empresário como avaro. 
A alternativa (C) é a correta, pela interpretação literal. Os dados estão 
explícitos no texto. Basta observarmos os dados expressos no seguinte 
trecho: “... a única maneira de a imensa maioria ter acesso à variada 
gama de bens e serviços disponíveis na sociedade é por intermédio do 
emprego”. 
Confronte os dois textos: este trecho e o da questão. Assim, temos 
certeza de que esta alternativa está correta. 
Na alternativa (D), também há erro, pois a questão afirmou que “o 
empresário visa diretamente ao bem-estar geral da sociedade”. O dado no 
texto que discorda desta alternativa é literal. Veja: “a busca da riqueza pelo 
empresário não vise diretamente ao bem-estar geral”. 
Gabarito: C 
b) Outro tipo de interpretação é a dos dados implícitos: 
 
xxx 
 
Neste tipo de interpretação, a questão não possui literalmente o mesmo 
trecho do texto. Nela há um entendimento, uma conclusão (xxx), a qual 
podemos chamar de inferência, com base nos vestígios (...), que são os 
vocábulos no texto. Para saber se a questão está correta, basta confrontar 
esses dois textos e observar se há semelhança de sentido. 
Muitas vezes, nesse tipo de questão, vemos expressões categóricas que 
eliminam a possibilidade de semelhança no sentido. Por exemplo: 
Podemos dizer que o Brasil vem crescendo economicamente e que o 
brasileiro está melhorando sua qualidade de vida e aumentando seu poder de 
compra. Mas isso não quer dizer que todo brasileiro aumentou seu padrão de 
compra, concorda? Por isso, chamamos de palavra categórica aquela que 
especifica demais ou amplia demais o universo a que se refere o termo. 
Perceba que a palavra “todo” ampliou muito (todo brasileiro aumentou seu 
poder de compra) um referente tomado de maneira geral (o brasileiro 
aumentou seu poder de compra). 
Assim, palavras como só, somente, apenas, nunca, sempre, ninguém, 
tudo, nada etc, têm papel importante nas afirmativas das questões. Essas 
palavras categóricas não admitem outra interpretação e normalmente estão 
nas questões para que o candidato a visualize como errada. 
Texto: 
. ... . 
. .... .. 
 . . . 
.
Questão: 
.... . . ..= xxx
Vestígios 
A soma dos vestígios (. ... ..) gera o dado 
implícito (xxx). 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL -(TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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Vale lembrar que essas palavras categóricas são encontradas nos 
diversos tipos de interpretação (literal ou implícita). 
Vamos exercitar tomando como exemplo a seguinte frase: 
É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de ataques de 
extremistas. 
Marque (C) para informação de possível inferência do texto e (E) como 
informação equivocada do texto. 
1. O Ocidente necessita construir mísseis. 
2. Há uma finalidade de defesa contra ataques de extremistas. 
3. Os mísseis atuais não são suficientes para conter os ataques de extremistas. 
4. Uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os 
extremistas. 
5. A ação dos diplomatas com os extremistas é o único meio real de dissuadi-
los de um ataque ao Ocidente. 
6. Todo o Oriente está contra o Ocidente. 
7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente. 
8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica. 
9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente. 
10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente. 
Vamos às respostas com base nos vestígios! 
1. O Ocidente necessita construir mísseis. (C) 
(Inferência certa, pois o vestígio é “É preciso”) 
2. Há uma finalidade de defesa contra o ataque de extremistas. (C) 
(Inferência certa, pois o vestígio é a oração subordinada adverbial de 
finalidade “para defender o Ocidente de um ataque soviético”.) 
3. Os mísseis atuais não são suficientes para conter os ataques de extremistas. 
(E) (Inferência errada, pois não há evidência no texto de que já havia mísseis 
anteriormente) 
4. Uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os 
extremistas. (E) 
(Inferência errada, pois a expressão “destruir o mundo inteiro” é uma 
suposição com base em expressão categórica. Não há certeza de que os 
mísseis destruirão por completo o mundo, mas é certo que vão abalar o mundo 
inteiro.) 
5. A ação dos diplomatas com os extremistas é o único meio real de 
dissuadi-los de um ataque ao Ocidente. (E) 
(Inferência errada, pois novamente há expressão categórica, pois pode haver 
outros meios, outras negociações, não só pelos diplomatas.) 
6. Todo o Oriente está contra o Ocidente. (E) 
(Inferência errada, pois novamente há expressão categórica. Não se sabe se 
todo o Oriente está contra o Ocidente. Pelo texto, apenas os extremistas) 
7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente. (E) 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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(Inferência errada, pois novamente há expressão categórica: “sempre”. Além 
disso, houve uma palavra que extrapolou o texto: “invasões”. Nada foi 
afirmado sobre invasão no texto.) 
8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica. (E) 
(Consideração sem fundamento no texto. Veja as palavras categóricas.) 
9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente. (C) 
(Inferência possível, pois é vista a preocupação de possível ataque.) 
10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente. (E) 
(Consideração sem fundamento no texto.) 
Assim, quando você for realizar as questões de interpretação, verá 
muitas dessas expressões categóricas ou palavras que extrapolam o conteúdo 
do texto. Normalmente, já consideramos as questões erradas já na primeira 
leitura, por estarem bem fora do contexto. Mas, logicamente, sempre devemos 
voltar ao texto para confirmar. Aí vem o “burilamento”. Deve-se ter paciência 
para encontrar os vestígios que comprovem sua resposta como a correta. 
Agora, veremos duas questões com interpretação de dados explícitos −
com palavra categórica − e implícitos: 
 IPEA / 2008 / Superior 
Enquanto outros países em desenvolvimento, como China, Índia e 
Coréia, investem na formação de pesquisadores e se transformam em 
produtores de conhecimentos que dinamizam suas economias, o Brasil não 
consegue eliminar o fosso que separa as instituições de pesquisa das 
empresas privadas, nem aumentar o volume de investimentos em pesquisa e 
desenvolvimento. Vai ficando para trás em uma corrida decisiva para sua 
inserção em um mundo cada vez mais competitivo, sobretudo nos segmentos 
mais dinâmicos da indústria, como o da microeletrônica. 
Estudo do consultor do Banco Mundial Alberto Rodríguez, publicado pela 
Confederação Nacional da Indústria, confirma que, apesar do conhecido 
diagnóstico sobre o atraso do país na área tecnológica, pouco se faz de prático 
para superar o problema. 
Os pesquisadores brasileiros publicam seus trabalhos em um volume 
aceitável — eles respondem por cerca de 2% dos artigos científicos das 
principais publicações internacionais —, mas os resultados práticos das 
pesquisas são modestos. O Brasil responde por apenas 0,18% do total de 
patentes registradas no mundo. 
“Há a necessidade de que a pesquisa feita na universidade e nos 
laboratórios seja menos teórica e mais voltada para aplicações práticas”, diz 
Rodríguez. “E o setor privado precisa investir mais em pesquisa e 
desenvolvimento.” 
O Estado de S. Paulo, Editorial, 1.º/10/2008 (com adaptações).
Questão 2: Infere-se das informações do texto que todos os trabalhos 
publicados pelos pesquisadores brasileiros em periódicos internacionais se 
transformam em patentes registradas ou em aplicações práticas. 
Comentário: Esta é uma questão em que se pode notar o confronto literal 
dos dados do texto e da questão. Além disso, podemos notar a resolução pela 
percepção de uma expressão categórica. Veja: 
No terceiro parágrafo é informado que “Os pesquisadores brasileiros 
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publicam seus trabalhos em um volume aceitável (...), mas os resultados 
práticos das pesquisas são modestos.” 
Já a questão afirma que “todos os trabalhos publicados pelos 
pesquisadores brasileiros em periódicos internacionais se transformam em 
patentes registradas ou em aplicações práticas.” 
Assim, o erro está na expressão categórica “todos os trabalhos”, pois o 
texto afirmou que estes resultados, na verdade, são modestos. 
Gabarito: E 
Questão 3: Depreende-se das idéias do texto que a aproximação entre as 
instituições de pesquisa e as empresas privadas seria prejudicial ao 
desenvolvimento tecnológico do país, pois restringiria o campo de pesquisa 
aos interesses econômicos e comerciais. 
Comentário: Perceba que a afirmação da questão não tem sustentação no 
texto. Mesmo não possuindo dados literais que contrastem com esta 
informação, encontramos no texto alguns vestígios que tornam a afirmação 
errada: “...o Brasil não consegue eliminar o fosso que separa as instituições 
de pesquisa das empresas privadas...”. Literalmente, foi afirmado que há um 
fosso entre as instituições de pesquisa e as empresas públicas. O autor usou 
esta informação para mostrar que este é um dos motivos que vai deixando o 
Brasil “para trás em uma corrida decisiva para sua inserção em um mundo 
cada vez mais competitivo”. 
Além disso, o texto fecha com a seguinte conclusão: “E o setor privado 
precisa investir mais em pesquisa e desenvolvimento.” 
Isso torna errada a afirmativa da questão, tendo em vista que os 
vocábulos “prejudicial” e “restringiria” contrastam com os dados do texto. 
Gabarito: E 
IPEA / 2008 / Superior 
No Brasil, apenas 19% dos estudantes das faculdades estão 
matriculados nas áreas de ciências e engenharia. No Chile, são 33% e na 
China, 53%. 
Não surpreende que, como mostraram o físico Roberto Nicolsky e o 
engenheiro André Korottchenko de Oliveira, em artigo publicado 
recentemente, o Brasil venha caindo na classificação dos países que mais 
registrampatentes no escritório norte-americano que cuida do assunto, o 
USPTO (sigla do nome em inglês). Há anos, o Brasil vem sendo superado 
pelos países asiáticos, que centraram as políticas de apoio à inovação em 
áreas de grande impacto sobre diferentes cadeias produtivas, como a 
microeletrônica. Trata-se, como dizem os autores, de um “setor transversal 
que agrega valor à tecnologia de outras indústrias”. 
O Estado de S. Paulo, Editorial, 1.º/10/2008.
Questão 4: A expressão “Não surpreende” (linha 4) introduz um fato que 
funciona como argumento de oposição às informações apresentadas no 
parágrafo anterior. 
Comentário: Esta é a interpretação localizada, em que a banca especifica ao 
candidato qual ponto do texto deve ser interpretado. Sabemos que algo 
surpreendente é aquele que foge às expectativas, é contrastante, oposto ao 
que se esperava. Já aquilo que não surpreende é o que se volta à tendência 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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natural, sem quebra de expectativas, como ocorreu no texto com o fato de 
que “o Brasil venha caindo na classificação dos países que mais registram 
patentes no escritório norte-americano”. 
Portanto, não ocorre contraste, mas uma ratificação de uma tendência 
natural, não surpreendente. 
Gabarito: E 
Questão 5: Pelas informações do texto, depreende-se que o setor de 
microeletrônica contribui para o desenvolvimento de produtos de diversas 
indústrias e, portanto, o investimento e o apoio à inovação nessa área 
estimulam o crescimento econômico. 
Comentário: Note que a afirmação do texto não foi categórica, ela se abre às 
possibilidades da informação do texto, à depreensão a partir dos dados ali 
colocados. Na questão, foi afirmado que investimento e apoio à inovação na 
área da microeletrônica estimulam o crescimento econômico. No texto, os 
dados que confirmam isso não são literais, mas os vestígios são. Veja: 
“Há anos, o Brasil vem sendo superado4 pelos países asiáticos, que centraram 
as políticas de apoio à inovação¹ em áreas de grande impacto sobre diferentes 
cadeias produtivas, como a microeletrônica². Trata-se, como dizem os 
autores, de um ‘setor transversal que agrega valor à tecnologia de outras 
indústrias³’.” 
Confronte com a questão: 
“...depreende-se que o setor de microeletrônica² contribui para o 
desenvolvimento de produtos de diversas indústrias³ e, portanto, o 
investimento e o apoio à inovação¹ nessa área estimulam o crescimento 
econômico4.” 
Os dados 1, 2 e 3 são literais, como pudemos observar nas estruturas 
acima, e o dado 4 está sendo subentendido, pois, se o Brasil vem sendo 
superado pelos países asiáticos que possuem os dados 1, 2 e 3, então 
depreendemos que isso estimula o crescimento. 
Gabarito: C 
c) Cuidado com a extrapolação. Ela ocorre quando a questão insere 
entendimento que não é possível baseando-se apenas no texto. Mas note que 
podemos até concordar com o enunciado da questão por nosso conhecimento 
de mundo, mas devemos provar isso pelos dados explícitos ou implícitos no 
texto. 
xxx 
 
yyy 
Texto: 
. ... . 
. .... .. 
 . . . 
.
 Questão: 
.... . . .. = yyy
Vestígios
A soma dos vestígios (...) gera um 
entendimento (xxx), mas a questão 
interpretou bem diferente (yyy). Por isso, 
há a extrapolação. 
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PROFESSOR TERROR 
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Veremos exemplo disso na sequência das questões. Antes de partirmos 
literalmente para elas, vamos abordar a estrutura e a tipologia textuais: 
Tipologia textual 
Veremos apenas o essencial da tipologia, noções que são cobradas nas 
provas. 
Descritivo 
O texto descritivo enfatiza o estático, é um retrato, um recorte de uma 
paisagem, uma ação, um costume. O texto descritivo vai induzindo o leitor a 
imaginar o espaço, o tempo, o costume, isto é, tudo que ambienta a história, a 
informação. 
“Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios. Nos bares, 
bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Nas 
ruas, pedestres apressados se atropelam. O trânsito caminha lento e 
nervoso. Eis São Paulo às sete da noite.” 
(em Platão e Fiorin) 
Podemos notar no texto muitos adjetivos, juntamente com a enumeração 
de substantivos e verbos. Não há interpretação de movimento neste texto. 
Tudo é recorte de instantes, por isso poderíamos pintar um quadro com base 
na imagem que ele nos sugere. 
Assim, descrever é enumerar características, ações e elementos que 
produzem uma imagem “congelada” do instante ou da rotina 
Muitas vezes o CESPE cobra apenas o fragmento do texto em que haja 
passagem descritiva; assim, há necessidade de se encontrar a enumeração. 
Questão 6: Tribunal de Justiça - SE / 2006 / nível superior 
Fragmento do texto: Os objetivos perseguidos pelas entidades 
representativas de notários e registradores bandeirantes são o 
aperfeiçoamento dos serviços, a harmonização de procedimentos, buscando 
uma regulação uniforme nas atividades notariais e registrais. 
A referência aos “objetivos perseguidos” faz parte de uma passagem 
descritiva do texto. 
Comentário: Observe: não foi dito que a expressão “os objetivos 
perseguidos” faz parte de uma passagem descritiva, mas a referência a essa 
expressão. “Os objetivos perseguidos” é o sujeito e “o aperfeiçoamento dos 
serviços, a harmonização de procedimentos” é o predicativo composto, 
enumerado. O predicativo é a referência ao sujeito. Se ele está composto, 
está enumerado; por isso ele é uma passagem descritiva que faz referência ao 
sujeito. 
Gabarito: C 
 Dentre a variedade de textos descritivos, ressaltam-se os textos 
instrucionais, injuntivos. Veja um exemplo: 
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Capa de prova da banca CESPE, agente de inteligência, ABIN 2008 
Este texto é a capa da prova de agente de inteligência da ABIN de 2008, 
da banca CESPE. No texto se observa uma ordenação lógica, uma interlocução 
direta com o leitor (o candidato ao cargo). Assim, a característica fundamental 
do texto instrucional é levar o receptor a modificar comportamento, a agir 
de acordo com os preceitos emanados do texto, seguir a sequência. Este tipo 
de texto é também chamado de injuntivo ou prescritivo. Apresenta em sua 
estrutura procedimentos a serem seguidos. 
Narrativo 
Diferentemente do texto descritivo, o narrativo é aquele que trabalha o 
movimento, as ações se prolongam no tempo, sendo esta a característica 
principal. Narrar é contar uma história, baseando-se na ótica do narrador
(aquele que conta), sobre uma ou mais ações de um personagem(ns), numa 
sequência temporal, em determinado lugar. A história pode ser imaginária 
(ficção) ou real (fato). Pode ser contada por alguém que é o pivô da história 
(narrador-personagem), ou por alguém que está testemunhando as ações 
(narrador-observador). Quando há o narrador-personagem, há verbos ou 
pronomes em primeira pessoa do singular. Quando há narrador-observador, há 
verbos e pronomes em terceira pessoa. 
Muitas vezes, quando o autor de um texto quer considerar um problema 
relevante na sociedade, parte de um fato (narra uma pequena história real) e 
a partir dela tece suas considerações. Assim, pode-se dizer que a primeira 
parte do texto é narrativa e a segunda é dissertativa, a qual será vista adiante. 
Eis, a seguir, um bom exemplo deste tipo de texto encontrado na prova 
do CESPE (médico perito INSS -2009), em que os elementos da narrativa se 
fazem presentes. 
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A Revolta da Vacina 
O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma 
cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como febre 
amarela, varíola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam questão de 
anunciar que não parariam no porto carioca e os imigrantes recém-chegados da 
Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas. 
Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves 
instituiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da 
República. Para assumir a frente das reformas, nomeou Francisco Pereira Passos para 
o governo municipal. Este, por sua vez, chamou os engenheiros Francisco Bicalho 
para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no centro. Rodrigues 
Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento. 
O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de 
casarões e cortiços e o consequente despejo de seus moradores. A população apelidou 
o movimento de o “bota-abaixo”. O objetivo era a abertura de grandes bulevares, 
largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares. 
Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. 
Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade 
espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o alvo 
foram os mosquitos transmissores da febre amarela. 
Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei de 
vacinação obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autoritário e 
violento, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeitavam a 
exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo. 
A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente 
insatisfeito com o “bota-abaixo” e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante 
uma semana, enfrentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido com 
violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a 
recém-reconstruída cidade do Rio de Janeiro em uma praça de guerra, onde foram 
erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados. 
Internet: <www.ccs.saude.gov.br> (com adaptações). 
Observe os traços temporais que marcam a evolução dos 
acontecimentos, ao mesmo tempo em que as ações vão sendo desenvolvidas 
num cenário (Rio de Janeiro). Veja os elementos temporais: “na passagem do 
século XIX para o século XX”; “Ao assumir a presidência da República”; “Ao 
mesmo tempo”; “Em seguida”; “Finalmente”; “Durante uma semana”; “no 
período de 10 a 16 de novembro de 1904”. 
Com isso, observa-se que há uma história sendo contada por alguém que 
não participou dela (narrador-observador). Ele não tem necessidade de se 
posicionar diante de alguma situação, o que se pretende com o texto é narrar 
um fato que ocorreu no Rio de Janeiro. Como o texto se fundamenta na 
informação, diz-se que há um ponto de vista objetivo. 
Questão 7: Médico Perito INSS / 2009 / nível superior 
O texto faz um histórico da Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro, 
mostrando explicitamente o ponto de vista do autor acerca do tema.
Comentário: Realmente houve um histórico sobre a Revolta Vacina, pois 
foram narrados os fatos que a cercaram. Mas o erro está em dizer que houve 
ponto de vista explícito do autor acerca do tema. Houve apenas a narrativa do 
fato, o narrador não faz considerações, por isso não toma nenhum ponto de 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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vista explicitamente. 
Gabarito: E 
Questão 8: Médico Perito INSS / 2009 / nível superior 
O texto apresenta marcadores que evidenciam a progressão da narrativa, tais 
como “Ao mesmo tempo” e “Finalmente”. 
Comentário: Estas são algumas das expressões que marcam a evolução do 
tempo, típica estrutura de texto narrativo. 
Gabarito: C 
Veja outro exemplo de narrativa, agora com o ponto de vista 
subjetivo, pois o narrador se coloca na história: 
"O pungente amor" 
 
A descoberta da poesia de Carlos Drummond de Andrade, em 1949, atingiu-me 
de maneira contraditória: chocou-me e obrigou-me a mudar de rumo. 
Para que se entenda melhor o que ocorreu, devo esclarecer que a poesia que 
fazia até ali nascera da leitura dos parnasianos, com os quais aprendera a compor 
sonetos rigorosamente rimados e metrificados. Ignorava a poesia moderna. Alguns 
"sonetos brancos" de Murilo Mendes publicados num jornal da cidade impressionaram-
me, mas não me ganharam. Foi a leitura de Poesia até agora, de Drummond, que 
provocou o choque. Havia no livro um poema intitulado "Lua diurética". Fiquei 
perplexo: aquilo não podia ser poesia, disse-me, pois poesia para mim era, por 
exemplo, "Ora direis, ouvir estrelas, certo/ perdeste o senso..." ou "Hão de chorar por 
ela os cinamomos...". Lua diurética não tinha nada a ver... 
Mas não conseguia largar o livro de Drummond. Lia e relia alguns dos poemas 
que mais me perturbavam. E terminei tomando uma decisão: ler os críticos modernos 
para entender o que era de fato aquela poesia antipoética. 
E assim, na Biblioteca Pública, descobri O empalhador de passarinhos, de Mário 
de Andrade, As cinzas do purgatório, de Otto Maria Carpeaux. Não sei se entendi 
direito o que diziam, não me lembro. Mas terminei por admitir que havia uma nova 
poesia, distinta da que conhecia, cujo mérito era exatamente estar ligada ao 
cotidiano. Em breve rendia-me ao fascínio de poemas como "Onde há pouco 
falávamos" e "Viagem na família" ("Fala fala fala fala/ Puxava pelo casaco/ que se 
desfazia em barro"). Uma outra dimensão da realidade se revelava a meus sentidos. 
É verdade que passei a ler ao mesmo tempo todos os poetas modernos que me 
caíam nas mãos: Bandeira, Jorge de Lima, Murilo Mendes, Mário de Andrade. E poetas 
estrangeiros, como Rilke, Eliot e, mais tarde, Rimbaud, Lautréamont, Mallarmé e 
Artaud... O que bebi neles amontoou-se dentro de mim, fundiu-se, virou sangue, fala, 
fogo - um magma que me temperou e me fez nascer de novo. 
A verdade é que, agora, quando releio alguns dos poemas de Drummond 
daquela época, me reconheço neles, percebo que sua fala está entranhada na minha, 
que aprendi com ele o "o pungente amor" da vida. 
Ferreira Gullar. In: http://revistacult.uol.com.br/website/dossie
Dissertativo 
Dissertar é um processo em que o emissor transmite conhecimento, 
relata, expõe ideias, discorre sobre determinado assunto, argumenta. De certa 
maneira, o texto mostra o ponto de vista que o autor tem de determinado 
assunto, fundamentado em argumentos e raciocínios baseados em sua 
vivência, conhecimento, posturas. 
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É certo dizer que ele engloba um conjunto de juízos. É próprio de temas 
abstratos e usado em textos críticos, teses, exposição, explanação e 
argumentação. 
Dependendo do ponto de vista, da organização e do conteúdo, a 
dissertação pode simplesmente relatar saberes científicos, dados estatísticos, 
etc ou pode também buscar defender um princípio, uma visão parcial ou não 
de um assunto, apresentando argumentos precisos, exemplos, contradições, 
comparações, causas etc, para defender suas ideias. Sua estrutura 
normalmente é a seguinte: 
 1) Introdução: é o parágrafo que abre a discussão ou simplesmente 
expõe a informação principal, da qual se partirá nos próximos parágrafos à 
exemplificação, explicação, etc. Neste parágrafo normalmente se encontra o 
tópico frasal, o qual também é entendido como tese, cuja função é transmitir 
a opinião do autor, o centro da informação. 
 2) Desenvolvimento: pode sercomposto de um ou mais parágrafos, os 
quais servem para ampliar e analisar o conteúdo informado na introdução. 
Nele, encontramos os procedimentos argumentativos, que podem conter a 
relação de causa e consequência, exemplificações, contrastes, citações de 
autoridades no assunto. Enfim, é o debate ou simplesmente o mergulho nas 
implicações do tema. 
 3) Conclusão: é o fechamento da informação, seja ela crítica ou não. 
Muitas vezes iniciadas por elementos como “Portanto”, “Em suma”, “Enfim”, 
etc. Nela há normalmente a ratificação, confirmação da tese, tomando por 
base os argumentos dos parágrafos de desenvolvimento. 
Com base nisso, a dissertação se divide basicamente em dois tipos: 
 a) Dissertativo-expositivo: quando o autor apenas transmite os 
saberes de uma comunidade (como em livros didáticos, enciclopédias etc), não 
colocando sua opinião sobre o assunto, mas apenas os dados objetivos. 
Ferramenta que devolve spam 
ao emissor já é realidade 
Uma nova ferramenta para combater a praga do spam foi recentemente 
desenvolvida. O sistema é capaz de devolver os e-mails inconvenientes às 
pessoas que os enviaram, e está estruturado em torno de uma grande base de 
dados que contém os números de identificação dos computadores que enviam 
spam. Depois de identificar os endereços de onde procedem, o sistema reenvia 
o e-mail ao remetente. 
A empresa que desenvolveu o sistema assinalou que essa ferramenta 
minimiza o risco de ataques de phishing, a prática que se refere ao envio 
maciço de e-mails que fingem ser oficiais, normalmente de uma entidade 
bancária, e que buscam roubar informação como dados relativos a cartões de 
crédito ou senhas. 
Internet: <http://informatica.terra.com.br>. Acesso em mar./2005 (com adaptações). 
(Prova: ANS / 2005 / superior/ CESPE) 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
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constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
 I - a soberania; 
 II - a cidadania 
 III - a dignidade da pessoa humana; 
 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 V - o pluralismo político. 
 Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce 
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos 
desta Constituição. 
(Excerto da CF/88. In: http://www.planalto.gov.br) 
Não se nota em nenhum dos dois textos a intervenção do autor, 
sinalizando sua opinião. Houve apenas a exposição de fato (no primeiro) e de 
dado conceitual (no segundo). 
Note que nesses dois textos não houve a opinião do autor. A base deles 
foi a transmissão do saber, a informação. Por isso são textos dissertativo-
expositivos. 
 b) Dissertativo-argumentativo ou opinativo: quando o autor 
transmite sua opinião dentro do texto. Geralmente é o que a banca CESPE 
cobra nos concursos, tanto em interpretação de textos quanto na elaboração 
de redações. 
Veja alguns exemplos de texto dissertativo-argumentativo: 
Existe, por certo, um abismo muito largo e profundo entre a cosmovisão 
dos médicos em geral (fundada em sua leitura dos fenômenos biológicos) e as 
concepções de vida da vasta maioria da população. Salta à vista, na 
abordagem do assunto (a ética e a verdade do paciente), que se fica, mais 
uma vez, diante da pergunta feita por Pôncio Pilatos a Jesus Cristo, encarando, 
como estava, um homem pleno de sua verdade, “O que é a verdade?” E é 
evidente que um e outro se cingiam a verdades díspares. 
Dalgimar Beserra de Menezes. A ética médica e a verdade 
do paciente. In: Desafios éticos, p. 212-5 (com adaptações). 
(Prova: ANS / 2005 / superior) 
Com pouco mais de meio século de atividade da indústria automobilística 
no Brasil, de acordo com registros, foram vendidos 2,5 milhões de carros. 
Contraposto aos sucessivos recordes de congestionamentos nas grandes 
cidades brasileiras, esse resultado expõe as fragilidades de um modelo de 
desenvolvimento e urbanização que privilegia o transporte motorizado 
individual, prejudica a mobilidade e até a produtividade das pessoas. O carro, 
no entanto, não é o único vilão. A solução para o problema da mobilidade 
passa pela criação de alternativas ao uso do transporte individual. 
“Como as opções alternativas ao transporte individual são pouco 
eficientes, pela falta de conforto, segurança ou rapidez, as pessoas continuam 
optando pelos automóveis, motocicletas ou mesmo táxis, ainda que 
permaneçam presas no trânsito”, afirma S. G., profissional da área de 
desenvolvimento sustentável. Contudo, restringir o uso do carro não resolve o 
problema. De acordo com consultores em transportes, a tecnologia é uma das 
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ferramentas para equacionar o problema do trânsito, desde que escolhida e 
implementada com competência. 
Enfrentamento do problema da mobilidade determinará futuro das 
grandes metrópoles. In: Revista Ideia Socioambiental. São Paulo. 
Internet: <www.ideiasocioambiental.com.br>. (com adaptações). 
(Prova: DETRAN 2010 Médio) 
Ponto de vista: 
Os diversos tipos de texto são expressos por um emissor, que orienta o 
leitor sobre o que se quer defender, criticar, contrastar. Esse ponto de vista 
pode ser objetivo ou subjetivo. 
 Texto subjetivo: 
É subjetivo (intimista) o texto em que a impressão do autor extrapola a 
razão, a informação do texto. Logicamente todo texto possui de alguma forma 
a opinião do autor, aquilo em que ele acredita. Mas isso pode se dar de forma 
velada (mascarada) ou enfática. No texto subjetivo, o autor se mostra pelo uso 
de verbos e pronomes em primeira pessoa, com vocabulário depreciativo ou 
demasiado valorativo. A intenção é mostrar sua insatisfação, supervalorização, 
baseado na emoção, no sentimento. 
Como a linguagem é dinâmica e é por meio dela que o texto se veicula, 
não se pode ser categórico ao se analisar o tipo de texto, nem mesmo seu 
ponto de vista; pois tudo depende da intenção do autor. Um texto pode ser 
objetivo, mas com alguns traços de subjetividade, assim como um texto 
altamente subjetivo pode possuir traços de objetividade. Leia o texto a seguir, 
extraído do blog de Diogo Mainard, colunista da Revista Veja. Perceba nele os 
verbos e pronomes em primeira pessoa, certos vocábulos que mostram a 
liberdade expressiva de sua opinião altamente pessoal. Isso caracteriza o texto 
dissertativo-argumentativo, com ponto de vista subjetivo: 
O leitor de VEJA já sabe o que esperar de mim: em matéria de 
prognósticos eleitorais, eu erro fatalmente, eu erro teimosamente, eu erro 
rumorosamente. Nos primeiros meses de 2008, prognostiquei que a candidata 
petista chegaria em quinto lugar. Dois anos e meio depois, estou aqui 
reivindicando meu erro. Errei, errei, errei. 
É bom errar. É bom repetir que errei. Só há um aspecto de meu trabalho 
de que realmente me orgulho: eu nunca tentei compreender a mente ou o 
comportamento de meus compatriotas. Eu me atormentaria se um dia, mesmo 
que por engano, acabasse acertando um resultado eleitoral. Os valores aos 
quais sou mais apegado ruiriam. Quem compreende a mente e o 
comportamento dos brasileiros é Valdemar Costa Neto. Quem compreende a 
mente e o comportamento dos brasileiros é a Mulher Melancia. Quem 
compreende a mente e o comportamento dos brasileiros é Chico Buarque. Eles 
sabem o que os brasileiros querem. Eu só sei o que os brasileiros repelem. 
Eles repelem Antonello da Messina e Memling. Eles repelem Pitágoras e 
Empédocles. 
De todos os nossos escritores, o único que conseguiu compreender a 
mente e o comportamento dos brasileirosfoi Euclides da Cunha. Eu sempre 
recorro a ele quando tenho de tratar do assunto. Ele é meu Valdemar Costa 
Neto particular. Euclides da Cunha podia interpretar o caráter de uma pessoa a 
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partir do formato e da medida de suas orelhas ou de sua testa. Eu me 
pergunto como ele teria interpretado o formato e a medida das orelhas de um 
eleitor do PT, como Chico Buarque. 
http://veja.abril.com.br/blog/mainardi/ 
 
Texto objetivo: 
O ponto de vista objetivo procura basear-se em fatos, argumentos, 
informações, evitando transparecer a opinião pessoal do autor. O texto 
continua sendo opinativo, mas o autor mascara sua opinião para ganhar 
credibilidade. Para isso se baseia em argumentos de autoridade (especialistas 
entendidos no assunto, leis, regulamentos), pensamentos filosóficos, máximas, 
etc. Tudo para fugir da impressão, do “eu acho”. Quanto mais dados para 
consubstanciar a opinião “velada” do autor, melhor para a sustentação dos 
argumentos, tornando o texto objetivo, com verbos e pronomes normalmente 
em terceira pessoa. 
Veja um exemplo de trecho dissertativo-argumentativo, com ponto de 
vista objetivo. 
O homem e a natureza 
A idéia de que a natureza existe para servir o homem seria apenas 
ingênua, se não fosse perigosamente pretensiosa. 
Essa crença lançou raízes profundas no espírito humano, reforçada por 
doutrinas que situam corretamente o homo sapiens no ponto mais alto da 
evolução, mas incidem no equívoco de fazer dele uma espécie de finalidade da 
criação. Pode-se dizer com segurança que nada na natureza foi feito para 
alguma coisa, mas pode-se crer em permuta e equilíbrio entre seres e coisas. 
A aquisição de características muito específicas como a linguagem, raciocínio 
lógico, memória pragmática, noção de tempo e capacidade de acumular não 
fizeram do homem um ser superior no sentido absoluto, mas apenas mais bem 
dotado para determinados fins. 
Isso não lhe confere autoridade para pretender que todo o resto do 
universo conhecido deve prestar-lhe vassalagem, como de fato ainda pretende 
a maioria das pessoas com poder decisório no mundo. 
Lisboa, Luiz Carlos. Olhos de ver, ouvidos de ouvir. Rio de Janeiro, Difel, 1977. 
Note que o texto é iniciado por uma ideia geral (a natureza não existe 
para servir o homem) que será desenvolvida em seguida. Há várias inserções 
do autor, que provam sua opinião, em terceira pessoa: 
Pode-se dizer com segurança...
pode-se crer em permuta e equilíbrio... 
Isso não lhe confere autoridade... 
...como de fato ainda pretende a maioria das pessoas com poder decisório no 
mundo... 
É claro que um texto não terá apenas uma tipologia textual. Muitas vezes 
terá as três num só texto, mas vale o que predomina, aquele que transmite a 
ideia central do texto, o objetivo. 
 
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Questão 9: Tribunal de Justiça - SE / 2006 / nível superior 
Fragmento do texto: O Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (IRIB), 
seção de São Paulo, em parceria com o Colégio Notarial do Brasil, também 
seção de São Paulo, e com o apoio da Corregedoria-Geral da Justiça de São 
Paulo, congrega esforços para promover e realizar seminários de direito 
notarial e registral no estado, visando o aperfeiçoamento técnico de notários e 
registradores e a reciclagem de prepostos e profissionais que atuam na área. 
Os objetivos perseguidos pelas entidades representativas de notários e 
registradores bandeirantes são o aperfeiçoamento dos serviços, a 
harmonização de procedimentos, buscando uma regulação uniforme nas 
atividades notariais e registrais. O IRIB e o Colégio Notarial sentem-se 
orgulhosos de poder contribuir com o desenvolvimento das atividades 
notariais e registrais do estado. 
Pela estrutura do texto, narrativo por excelência, depreende-se que se trata 
da notícia de um evento que provavelmente irá ocorrer no estado de São 
Paulo. 
Comentário: A frase está errada, porque o texto não é narrativo por 
excelência, isto é, ele não narra; anuncia algo que irá ocorrer, sem ter como 
princípio contar uma história ou fato que ocorrera, o que caracterizaria o texto 
narrativo. Ele traduz uma mescla de descrição, princípios da narrativa e 
também há passagens dissertativas. Pode-se dizer que prepondera o objetivo 
de descrever para anunciar algo. 
Gabarito: E 
Questão 10: TRE - MA / 2006 / nível superior 
Texto: 
Para que a democracia seja efetiva, é necessário que as pessoas se 
sintam ligadas aos seus concidadãos e que essa ligação se manifeste por meio 
de um conjunto de organizações e instituições extramercado. Uma cultura 
política atuante precisa de grupos comunitários, bibliotecas, escolas públicas, 
associações de moradores, cooperativas, locais para reuniões públicas, 
associações voluntárias e sindicatos que propiciem formas de comunicação, 
encontro e interação entre os concidadãos. 
A democracia neoliberal, com sua idéia de mercado “über alles”, nunca 
leva em conta essa atuação. Em vez de cidadãos, ela produz consumidores. 
Em vez de comunidades, produz shopping centers. O que sobra é uma 
sociedade atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e 
socialmente impotentes. 
Em suma, o neoliberalismo é o inimigo primeiro e imediato da 
verdadeira democracia participativa, não apenas nos Estados Unidos, mas em 
todo o planeta, e assim continuará no futuro previsível. 
Assinale a opção que está de acordo com as ideias do texto. 
A) O setor econômico da sociedade inibe qualquer iniciativa de se construir 
uma cultura política verdadeiramente democrática. 
B) A democracia neoliberal, ao desprezar as ações da sociedade civil 
organizada, reduz a condição política do cidadão a um plano mínimo. 
C) É previsível que, em um futuro próximo, o neoliberalismo evolua para uma 
democracia extramercado. 
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D) A política neoliberal produz um tipo de democracia voltada, 
exclusivamente, para a defesa dos interesses do consumidor. 
E) Os sindicatos destacam-se das demais instituições associativas por 
promover a interação entre seus associados. 
Comentário: Perceba os vestígios tanto no texto, quanto nas alternativas. 
Na alternativa (A), há elemento categórico. Então cuidado! A expressão 
“qualquer iniciativa” invalida a afirmativa. 
Na alternativa (B), para melhor visualizar esta resposta como correta, 
serão reescritos o trecho do texto e a alternativa (B): 
Uma cultura política atuante precisa de grupos comunitários, 
bibliotecas, escolas públicas, associações de moradores, 
cooperativas, locais para reuniões públicas, associações 
voluntárias e sindicatos que propiciem formas de comunicação, 
encontro e interação entre os concidadãos. A democracia 
neoliberal, com sua ideia de mercado über alles, nunca leva em conta 
essa atuação. Em vez de cidadãos, ela produz consumidores. Em vez de 
comunidades, produz shopping centers. O que sobra é uma sociedade 
atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e socialmente 
impotentes. 
A democracia neoliberal, ao desprezar as ações da sociedade civil 
organizada, reduz a condição política do cidadão a um plano mínimo. 
Note que as ações da sociedade civil organizada são as que estão 
marcadas em negrito. A alternativa (B) mostra que a democracia neoliberal 
despreza as ações da sociedade civil organizada, o que encontra ratificação no 
texto “nunca leva em conta essa atuação”. A alternativa continua afirmando 
que essa democracia reduz a condição política do cidadão a um plano mínimo, 
o que écorroborado pelo texto na passagem “O que sobra é uma sociedade 
atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e socialmente 
impotentes.” 
Na alternativa (C), a relação desta afirmativa está textualmente 
equivocada. O texto não mostra uma perspectiva, na visão do autor, otimista. 
Não há tendência no texto para uma sociedade extramercado. Note que o 
valor semântico de extramercado no contexto é uma sociedade fora (extra) 
dos padrões de consumo (mercado). 
Na alternativa (D), “Exclusivamente” é outra palavra categórica, isso 
invalida a alternativa, haja vista que a política neoliberal não produz um tipo 
de democracia voltada somente para a defesa dos interesses do consumidor, 
muito pelo contrário. 
Na alternativa (E), relação textualmente equivocada. Não houve 
informação no texto de que os sindicatos se destacam das demais instituições.
Gabarito: B 
Questão 11: Assinale a opção correta com referência à tipologia do texto. 
A) O produtor do texto apresenta, em narrativa concisa, a trajetória 
contemporânea da democracia neoliberal em direção a um futuro 
previsível. 
B) Trata-se de texto expositivo, de caráter intimista, em que o autor 
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apresenta suas impressões pessoais a respeito do neoliberalismo e da 
influência norte-americana sobre o futuro da humanidade. 
C) Em um texto eminentemente descritivo, o autor estabelece, de modo 
subjetivo, um paralelo entre dois tipos de democracia cujas ações 
atendem, de modo diferenciado, aos interesses populares. 
D) No texto, identifica-se uma parte narrativa, em que o autor relata o 
surgimento da democracia neoliberal, e outra descritiva, por meio da qual 
o produtor enumera, objetivamente, as características da democracia 
participativa. 
E) O texto caracteriza-se como dissertativo-argumentativo, no qual o autor, 
contrapondo dois tipos de sistema político, manifesta-se contra os efeitos 
nocivos de um sobre o outro. 
Comentário: Esta questão quer explorar seus conhecimentos sobre a 
estrutura e tipologia textuais. 
Na alternativa (A), deve-se observar que o texto não narra uma 
trajetória. Narrativa é uma história; e esse não foi o objetivo do texto. 
Na alternativa (B), perceba que não se trata de um texto dissertativo-
expositivo, mas sim de um texto dissertativo-argumentativo, pois há 
claramente a opinião do autor. Só essa primeira afirmação da alternativa está 
errada, o restante está de acordo com o texto. Nele a opinião do autor se 
pauta mais pela emoção que pela razão, retratando suas impressões pessoais 
a respeito do tipo de sociedade; por isso se pode entendê-lo como ponto de 
vista subjetivo ou intimista, mesmo com verbos em terceira pessoa. 
Na alternativa (C), apesar de haver passagens descritivas 
(enumerações) no texto, ele é eminentemente dissertativo-argumentativo. A 
descrição serviu apenas como fundamento argumentativo para a dissertação. 
Na alternativa (D), não há passagens narrativas no texto. O autor 
também não relata o surgimento da democracia neoliberal, ele a condena. 
Na alternativa (E), perceba que é correta a afirmação de o texto ser 
dissertativo-argumentativo, além de trabalhar a oposição entre duas visões da 
sociedade: uma ideal (participativa) e outra real (neoliberal). O autor se 
mostra altamente inclinado à primeira, inclusive com tons categóricos. 
Gabarito: E 
Questão 12: TRE - MT / 2009 / Médio 
Diariamente, milhões de pessoas em todo o mundo conectam-se à 
Internet e mais de doze milhões de e-mails são enviados. Isso sem se 
mencionar o número de negócios fechados e o dinheiro movimentado. Com o 
advento do computador e, mais tarde, da Internet, as informações e os 
grandes negócios acontecem com uma velocidade impressionante. Resultado 
de um mundo globalizado, em que a informação se transformou na moeda 
corrente. E, quando o assunto é informação, ou seja, transmitir informações, 
nada melhor do que utilizar a tecnologia. A cada dia, mais e mais serviços são 
disponibilizados por empresas para que as pessoas interessadas tenham 
acesso à informação de maneira rápida e eficaz. 
Internet: <www.caieiraspress.com.br> (com adaptações).
O texto em questão é, predominantemente, 
(A) narrativo. 
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(B) descritivo. 
(C) dissertativo. 
(D) dialógico. 
(E) instrucional. 
Comentário: Note que o texto desenvolve um tema: a agilidade da 
informação. Assim, a alternativa correta é a (C). A estrutura do texto nos 
mostra uma introdução com um dado sobre a internet, em seguida esse tópico 
frasal é ampliado para a relação comercial, negócios, tecnologia, globalização. 
Tudo isso, para se ter a conclusão da importância da informação rápida e 
eficaz. 
Gabarito: C 
Questão 13: TJ - RR / 2006 / Superior 
Todo povo tem na sua evolução, vista a distância, um certo “sentido”. 
Esse se percebe não nos pormenores de sua história, mas no conjunto dos 
fatos e acontecimentos essenciais que a constituem em um largo período de 
tempo. Quem observa aquele conjunto, desbastando-o do cipoal de incidentes 
secundários que o acompanham sempre e o fazem, muitas vezes, confuso e 
incompreensível, não deixará de perceber que ele se forma de uma linha 
mestra e ininterrupta de acontecimentos que se sucedem em ordem rigorosa, 
e dirigida sempre em uma determinada orientação. É isto que se deve, antes 
de mais nada, procurar quando se aborda a análise da história de um povo, 
seja, aliás, qual for o momento ou o aspecto dela que interesse, porque todos 
os momentos e aspectos não são senão partes, por si só incompletas, de um 
todo que deve ser sempre o objetivo do historiador, por mais particularista 
que seja. 
Caio Prado Júnior. Op. cit., p. 1.130 (com adaptações).
Como se trata de tema relativo à história, o texto é predominantemente 
narrativo. 
Comentário: Note que o texto se inicia com uma tese (“Todo povo tem na 
sua evolução, vista a distância, um certo ‘sentido’.”), a qual será desenvolvida 
em seguida. Assim, este texto é dissertativo. 
Gabarito: E 
ANNEL / 2010 / Médio 
Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES) estima que, nos próximos quatro anos, os investimentos na indústria 
brasileira chegarão a R$ 500 bilhões, um valor 60% maior do que os R$ 311 
bilhões investidos entre 2005 e 2008 (o banco não incluiu 2009, pois ainda 
não dispõe de dados consolidados do ano passado). 
O estudo aponta forte concentração dos investimentos na exploração de 
petróleo e gás, não tanto no pré-sal, mas, especialmente, na cadeia 
econômica ligada ao óleo, como a indústria naval e a de fabricação de 
plataformas. Trata-se de um investimento que estimula outros setores da 
economia. 
Mas o BNDES prevê também fortes investimentos em setores voltados 
para atender à demanda interna, entre os quais o automobilístico. 
O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações).
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Questão 14: Trata-se de texto subjetivo e pessoal, em que o autor explicita 
sua opinião individual. 
Comentário: Este é um texto dissertativo, pois há o desenvolvimento de um 
tema: investimentos na área produtiva. Percebemos a opinião do autor, por 
meio de considerações inseridas no texto, tais como “um valor 60% maior do 
que os R$ 311 bilhões investidos entre 2005 e 2008”, “o banco não incluiu 2009, pois 
ainda não dispõe de dados consolidados do ano passado”, “Trata-se de um 
investimento que estimula outros setores da economia“. Isso marca que o texto é 
dissertativo-argumentativo. 
O texto dissertativo-argumentativopode transmitir a opinião do autor de 
forma velada, mascarada, implícita; por isso, é transmitida com verbos ou 
pronomes em terceira pessoa. É um texto centrado na informação, na razão 
em detrimento da emoção. Este texto se enquadra neste tipo de opinião, 
portanto, é um texto objetivo. 
Já na opinião subjetiva, os pronomes e verbos são expressos em 
primeira pessoa, com marcas de emoção, palavras de elogio ou depreciação. 
O texto se pauta mais pela emoção do que pela razão. 
Por isso, a questão está errada. 
Gabarito: E 
Questão 15: Infere-se das informações do texto que o investimento na 
exploração de combustíveis fósseis e na cadeia econômica associada a essa 
atividade influencia o desenvolvimento de outras áreas da economia. 
Comentário: A interpretação para esta questão é localizada, pois o último 
parágrafo informa isso. Veja: 
 “O estudo aponta forte concentração dos investimentos na exploração de 
petróleo e gás, não tanto no pré-sal, mas, especialmente, na cadeia econômica ligada 
ao óleo, como a indústria naval e a de fabricação de plataformas. Trata-se de um 
investimento que estimula outros setores da economia.” 
Entender o que significa “combustíveis fósseis” com certeza ajudaria 
bastante na resolução da questão, pois “petróleo”, “gás” e “óleo” fazem parte 
deste tipo de combustível. Assim, a interpretação é literal. 
Gabarito: C 
 
Questão 16: DPU / 2010 / Médio 
Não se consegue imaginar uma nação forte, ou que tenha aspirações de 
ser um país de ponta no mundo, se ela tiver muita gente sem ocupação. Os 
números do emprego, relativos ao primeiro trimestre de 2010, são uma 
animadora mostra do bom momento vivido pelo Brasil, que dá mostras 
seguidas de ter superado em definitivo qualquer resquício de consequência da 
crise econômica global. Foi um total de 657,3 mil novos postos de trabalho 
formais, ou seja, com carteira assinada, entre os meses de janeiro e março. 
Isso significa o melhor desempenho para esse período desde o início da série 
histórica. Significa ainda um crescimento de 19% em relação ao primeiro 
trimestre de 2008, que já havia sido um recorde. 
Jornal do Brasil, Editorial, 19/4/2010 (com adaptações).
Predomina no trecho o tipo textual narrativo. 
Comentário: Perceba que o texto possui um período inicial que fomenta o 
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seu desenvolvimento ao longo do texto. Ele se confunde é a tese ou o tópico 
frasal: “Não se consegue imaginar uma nação forte, ou que tenha aspirações de ser 
um país de ponta no mundo, se ela tiver muita gente sem ocupação.” 
Como há o desenvolvimento de uma discussão a respeito do tema 
“emprego”, o texto é dissertativo. 
Gabarito: E 
Questão 17: TRE - AP / 2007 / Médio 
Para mostrar a importância do voto aos 16 anos de idade, a União 
Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) realizou a campanha Te liga 
16 — O Brasil só ganha se você tiver esse título. O objetivo da campanha foi 
conscientizar os jovens de 16 anos da responsabilidade do voto e da 
participação política. “Votar aos 16 anos é despertar uma consciência cidadã. 
Ficar em casa reclamando que política é ruim não está com nada. Está na hora 
de não só pensar, mas de decidir”, disse o professor Pedro. 
A presidenta da Comissão de Educação da Câmara de Vereadores de 
Porto Alegre completou a introdução do professor, chamando a atenção dos 
estudantes para o poder de decisão que eles têm. “Somos 33 milhões de 
brasileiros entre 16 e 24 anos. A juventude brasileira, se unida, é suficiente 
para mudar qualquer coisa neste país.” 
Internet: <www.maristas.org.br> (com adaptações).
Assinale a opção correta a respeito das idéias apresentadas no texto e da 
tipologia textual. 
(A) O texto é fragmento de uma notícia e se estrutura em duas partes: uma 
expositiva e outra argumentativa. 
(B) O texto é uma descrição retirada de um texto publicitário, destinado a 
convencer os adolescentes a votarem. 
(C) O texto narra episódios políticos que aconteceram antes das eleições para 
a chefia da UBES. 
(D) O texto tem estrutura dissertativa, sendo as passagens entre aspas 
transcrições de discursos contrários às eleições aos 16 anos. 
(E) No primeiro parágrafo, predomina a estrutura descritiva, mas, no 
segundo, sobressai a narrativa. 
Comentário: Note que o texto é dissertativo, pois relata fatos sobre um 
tema: a importância do voto aos 16 anos. O texto veiculado na internet tem 
um padrão de notícia, pois podemos notar que expõe fatos: a UBES ter 
realizado uma campanha; a presidenta da Comissão chamar a atenção dos 
estudantes, etc. 
O texto se baseia em duas posturas dissertativas: numa, há o simples 
relato dos fatos, por isso é classificado como notícia, assim há um texto 
dissertativo-expositivo; noutra, percebemos dentro dos parênteses a tentativa 
de convencimento do jovem a votar, por meio das palavras do professor Pedro 
e da presidenta da Comissão. A fala deles é o texto dissertativo-
argumentativo. Portanto, a alternativa correta é a (A). 
A alternativa (B) está errada, porque não há só e simplesmente uma 
propaganda fazendo com que os jovens votem; há um relato do que ocorreu. 
A alternativa (C) está errada, porque o texto não narra episódios. 
A alternativa (D) está errada, por causa da expressão “contrários às”. 
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A alternativa (E) está errada, porque no primeiro parágrafo predomina a 
dissertação. 
Gabarito: A 
INCA / 2010 / Médio 
Criada em 1983 pela doutora Zilda Arns, a Pastoral da Criança monitora 
atualmente cerca de 2 milhões de crianças de até 6 anos de idade e 80 mil 
gestantes, com presença em mais de 3,5 mil municípios em todo o país, 
graças à colaboração de 155 mil voluntários. A importância da Pastoral é 
palpável: a média nacional de mortalidade infantil para crianças de até 1 ano, 
que é de 22 indivíduos por mil nascidos vivos, cai para 12 por mil nos lugares 
atendidos pela instituição. Na primeira experiência da Pastoral, em 
Florestópolis, no Paraná, a mortalidade infantil despencou de 127 por mil 
nascimentos para 28 por mil — em apenas um ano. Sua metodologia é 
simples — por meio de conversas frequentes com a família, o voluntário 
receita cuidados básicos para evitar que a criança morra por falta de 
conhecimento, como os hábitos de higiene, a administração do soro caseiro e 
a adoção da farinha de multimistura na alimentação, que se tornou uma 
solução simples e emblemática contra a desnutrição. Mas o seu segredo é um 
só: a persistência. 
Jornal do Commercio (PE), Editorial, 20/1/2010 (com adaptações).
Questão 18: Depreende-se das informações do texto que os lugares não 
atendidos pela Pastoral da Criança apresentam média de mortalidade infantil 
para crianças de até 1 ano maior que a dos lugares em que a Pastoral atua. 
Comentário: A interpretação é literal. Veja o seguinte trecho do texto: 
“A importância da Pastoral é palpável: a média nacional de mortalidade 
infantil para crianças de até 1 ano, que é de 22 indivíduos por mil nascidos 
vivos, cai para 12 por mil nos lugares atendidos pela instituição.” 
Gabarito: C 
Questão 19: Esse texto é predominantemente narrativo. 
Comentário: O texto aborda um tema: a importância da Pastoral. Ele o 
desenvolve mostrando dados que confirmam essa importância. Portanto, há 
um texto dissertativo. 
Gabarito: E 
INCA / 2010 / Médio 
A disseminação do vírus H1N1, causador da gripe denominada Influenza 
A, ocorre, principalmente, por meio das gotículas expelidas na tosse e nos 
espirros, do contato com as mãos e os objetos manipulados pelos doentes e 
do contato com material gastrointestinal. O período de incubação vaide dois a 
sete dias, mas a maioria dos pacientes pode espalhar o vírus desde o primeiro 
dia de contaminação, antes mesmo do surgimento dos sintomas, e até 
aproximadamente sete dias após seu desaparecimento. Adverte-se, pois, que 
as precauções com secreções respiratórias são de importância decisiva, 
motivo pelo qual são recomendados cuidados especiais com a higiene e o 
isolamento domiciliar ou hospitalar, segundo a gravidade de cada caso. 
Diário do Nordeste (CE), Editorial, 11/1/2010.
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Questão 20: Depreende-se das informações do texto que, assim que 
desaparecem os sintomas, não há mais possibilidade de que o paciente 
contagie outra pessoa com o vírus H1N1. 
Comentário: Mesmo a banca afirmando que se pode depreender, a 
interpretação é literal. Perceba isso nos dados explícitos no seguinte trecho: 
“O período de incubação vai de dois a sete dias, mas a maioria dos pacientes pode 
espalhar o vírus desde o primeiro dia de contaminação, antes mesmo do surgimento 
dos sintomas, e até aproximadamente sete dias após seu desaparecimento.” 
Gabarito: E 
Questão 21: Esse texto é predominantemente dissertativo. 
Comentário: O texto trata do tema “a disseminação do vírus H1N1”. Veja 
que o autor não faz inserções, transmitindo opinião. Ele apenas relata. Por 
isso, ocorre o texto dissertativo-expositivo. 
Gabarito: C 
Questão 22: SEAD - PA / 2007 / Superior 
Heróis de bronze e heróis de carne e osso 
Houve época em que nos bancos escolares se aprendia a cultuar os 
chamados heróis da pátria. Figuras como Tiradentes, dom Pedro I, Duque de 
Caxias e a princesa Isabel, entre outros, eram pintados como patriotas 
exemplares e seres imaculados. Visões hegemônicas forjam mitos históricos. 
Se a Holanda tivesse vencido os portugueses no Nordeste no século 
XVII, nosso herói não seria Matias de Albuquerque, mas Domingos Fernandes 
Calabar, senhor de terras e contrabandista que traiu os portugueses e se 
passou para o lado dos batavos. 
Tiradentes, contudo, é o mais poderoso e universal dos nossos mitos. 
Pesquisas recentes revelaram um personagem contraditório, imperfeito, ao 
contrário do que pretende a história oficial. Demasiado humano, demasiado 
brasileiro. Felizmente um herói em carne e osso, não o modelo de virtude 
perpetuado em sombrias estátuas de bronze. 
Cláudio Camargo. Istoé. “Opinião e idéias”, 18/4/2007, p. 50 (com adaptações).
Assinale a opção em que o trecho apresentado contém a tese, ou seja, a idéia 
básica sobre a qual se desenvolvem as outras idéias e as exemplificações do 
texto. 
(A) “nos bancos escolares se aprendia a cultuar os chamados heróis da pátria” 
(linhas 1 e 2) 
(B) “Visões hegemônicas forjam mitos históricos” (linha 4) 
(C) “Tiradentes, contudo, é o mais poderoso e universal dos nossos mitos” 
(linha 9) 
(D) “Felizmente um herói em carne e osso” (linha 14) 
Comentário: Antes de responder à questão, note a estrutura textual. 
Primeiro, o autor insere a introdução que se divide em três partes: situa o 
leitor no tempo sobre a visão imaculada de herói, depois cita exemplos de 
heróis para em seguida transmitir uma crítica como a ideia central do texto: a 
visão intocável, sublimada do herói, acaba mascarando ideologias (criando 
mitos). 
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O segundo parágrafo insere uma hipótese que nos chama a atenção. Se 
o resultado de uma guerra fosse outro, estaríamos idolatrando um 
contrabandista e traidor, mas viraria um herói forjado, acabando por ser 
mitificado. 
O terceiro parágrafo insere um contraste que rebate essa visão 
tradicional dos heróis, mostrando o lado humano, não toda aquela redoma 
mitificada dos registros históricos. Daí vem a conclusão do texto, em que se 
ratifica a ideia central: “Felizmente um herói em carne e osso, não o modelo 
de virtude perpetuado em sombrias estátuas de bronze”. 
Lembre-se do que vimos anteriormente, a tese é a ideia central do 
texto. Podemos notar também que o título, muitas vezes, vai nos apontar a 
ideia central e vai confirmar a tese. Além disso, é natural que a conclusão do 
texto confirme o que foi dito na tese. Por isso, confronte: 
O título: “Heróis de bronze e heróis de carne e osso.” 
A tese: “Visões hegemônicas forjam mitos históricos.” 
A conclusão do texto: “Felizmente um herói em carne e osso, não o 
modelo de virtude perpetuado em sombrias estátuas de bronze.” 
Assim, a alternativa correta só pode ser a alternativa (B). 
Já “matamos” a questão, mas cabe aqui ressaltar uma coisa: como esta 
questão possui respostas por alternativas, fica bem mais fácil interpretar, pois 
poderemos trabalhar a interpretação tanto da questão, quanto a do texto. 
Assim, veja que as alternativas (A), (C) e (D) transmitem ideias parciais do 
tema. Por eliminação, fica bem mais fácil achar a alternativa correta, não é 
mesmo? 
Gabarito: B 
Questão 23: TRE - ES/ 2011 / Superior 
No Brasil, a tradição política no tocante à representação gira em torno 
de três ideias fundamentais. A primeira é a do mandato livre e independente, 
isto é, os representantes, ao serem eleitos, não têm nenhuma obrigação, 
necessariamente, para com as reivindicações e os interesses de seus eleitores. 
O representante deve exercer seu papel com base no exercício autônomo de 
sua atividade, na medida em que é ele quem tem a capacidade de 
discernimento para deliberar sobre os verdadeiros interesses dos seus 
constituintes. A segunda ideia é a de que os representantes devem exprimir 
interesses gerais, e não interesses locais ou regionais. Os interesses nacionais 
seriam os únicos e legítimos a serem representados. A terceira ideia refere-se 
ao princípio de que o sistema democrático representativo deve basear-se no 
governo da maioria. Praticamente todas as leis eleitorais que vigoraram no 
Brasil buscaram a formação de maiorias compactas que pudessem governar. 
Gilberto Bercovici. A origem do sistema eleitoral proporcional
no Brasil. In: Estudos Eleitorais, TSE, vol. 5, n.º 2, 2010, p. 53.
Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações ) .
Nesse fragmento de texto, o tópico frasal corresponde ao primeiro período. 
Comentário: O tópico frasal é a frase ou expressão que abre os caminhos, 
sugere ampliação e desenvolvimento do texto. Por isso, percebemos que o 
primeiro período realmente é o tópico frasal, pois se declara algo que 
necessita de ampliação, e essa necessidade se deveu à expressão “três ideias 
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fundamentais”, ideias as quais foram desenvolvidas nos outros períodos. 
Gabarito: C 
TRE - ES/ 2011 / Superior 
Convocada por D. Pedro em junho de 1822, a constituinte só seria 
instalada um ano mais tarde, no dia 3 de maio de 1823, mas acabaria 
dissolvida seis meses depois, em 12 de novembro. 
Os membros da constituinte eram escolhidos por meio dos mesmos 
critérios estabelecidos para a eleição dos deputados às cortes de Lisboa. Os 
eleitores eram apenas os homens livres, com mais de vinte anos e que 
residissem por, pelo menos, um ano na localidade em que viviam, e 
proprietários de terra. Cabia a eles escolher um colégio eleitoral, que, por sua 
vez, indicava os deputados de cada região. Estes tinham de saber ler e 
escrever, possuir bens e virtudes. Em uma época em que a taxa de 
analfabetismo alcançava 99% da população, só um entre cem brasileiros era 
elegível. Os nascidos em Portugal tinham de estar residindo por, pelo menos, 
doze anos no Brasil. Do total de cem deputados eleitos, só 89 tomaram posse. 
Era a elite intelectual e política do Brasil,composta de magistrados, membros 
do clero, fazendeiros, senhores de engenho, altos funcionários, militares e 
professores. Desse grupo, sairiam mais tarde 33 senadores, 28 ministros de 
Estado, dezoito presidentes de província, sete membros do primeiro conselho 
de Estado e quatro regentes do Império. 
O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 1808, havia 
sido remodelada pelo vice-rei conde dos Arcos para abrigar parte da corte 
portuguesa de D. João. No dia da abertura dos trabalhos, D. Pedro chegou ao 
prédio em uma carruagem puxada por oito mulas. Discursou de cabeça 
descoberta, o que, por si só, sinalizava alguma concessão ao novo poder 
constituído nas urnas. A coroa e o cetro, símbolos do seu poder, também 
foram deixados sobre uma mesa. 
Laurentino Gomes. 1822. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2010, p. 213-16 (com adaptações).
Questão 24: No primeiro parágrafo do texto, o autor resume a história da 
assembleia constituinte de 1822. 
Comentário: Releia o primeiro parágrafo: 
 “Convocada por D. Pedro em junho de 1822, a constituinte só seria instalada 
um ano mais tarde, no dia 3 de maio de 1823, mas acabaria dissolvida seis meses 
depois, em 12 de novembro.” 
Há uma história (narrativa), pois ocorre uma evolução temporal. Ela se 
fez de forma concisa, abreviada, resumida; pois se referiu a trechos que 
demarcaram os limites, como “convocação”, “instalação” e “dissolvição”. 
Gabarito: C 
Questão 25: Se os primeiros dois parágrafos fossem reunidos em um só, o 
primeiro parágrafo original corresponderia a uma sentença tópico, e o 
segundo parágrafo original, ao desenvolvimento desse novo parágrafo. 
Comentário: A sentença tópico ou tópico frasal num texto tem a 
funcionalidade de generalizar o tema, abrir questionamentos, sugerir novo 
assunto. Perceba que foi realmente isso que podemos observar no primeiro 
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parágrafo, inclusive a banca nos induziu a entender isso a partir da questão 
anterior, em que vimos que houve um resumo histórico da constituinte. No 
segundo parágrafo, esse tema é desenvolvido, pois é informada a composição 
da constituinte e suas características. Por isso, a questão está correta. 
Gabarito: C 
Questão 26: De acordo com o texto, portugueses recém-chegados ao Brasil 
que possuíssem riquezas e virtudes poderiam, mediante concessão especial, 
tornar-se membros da constituinte. 
Comentário: Esta questão faz referência direta aos seguintes trechos que 
dizem respeito à possibilidade de alguém se tornar elegível: 
 “Estes tinham de saber ler e escrever, possuir bens e virtudes.” e 
 “Os nascidos em Portugal tinham de estar residindo por, pelo menos, doze 
anos no Brasil.” 
Por isso, vemos que a questão está errada. 
Gabarito: E 
Questão 27: PM - DF / 2009 / Superior 
Ética, cidadania e segurança pública são valores entrelaçados. Não pode 
haver efetiva vigência da cidadania em uma sociedade que não se guie pela 
ética. Não vigora a ética onde se suprima ou se menospreze a cidadania. A 
segurança pública é direito do cidadão, é requisito de exercício da cidadania. A 
segurança pública é também um imperativo ético. 
A luta pela ética, pela construção da cidadania e pela preservação da 
segurança pública não constitui dever exclusivo do Estado. Cabe ao povo, às 
instituições sociais, às comunidades, participar desse processo político de 
sedimentação de valores tão essenciais à vida coletiva. 
Internet: <www.dhnet.org.br> (com adaptações).
Esse texto é predominantemente narrativo. 
Comentário: Este é um exemplo clássico de texto dissertativo-
argumentativo. Por isso, vale a pena comentar sua estrutura. 
Note que o texto é iniciado por uma ideia geral (“Ética, cidadania e 
segurança pública são valores entrelaçados.”) que será desenvolvida ao longo 
dos parágrafos. Assim, percebemos que há o desenvolvimento de um tema. 
Isso confirma que temos um texto dissertativo. 
O tipo de texto dissertativo pode se dividir em expositivo (relato) ou 
opinativo/argumentativo (opinião do autor). Percebemos que este texto é 
argumentativo pelas várias inserções do autor, quais sejam: 
 “Não pode haver efetiva vigência da cidadania em uma sociedade que 
não se guie pela ética.” 
 “Não vigora a ética onde se suprima ou se menospreze a cidadania.” 
 “Cabe ao povo, às instituições sociais, às comunidades, participar 
desse processo político de sedimentação de valores tão essenciais à vida 
coletiva.” 
Os termos em negrito evidenciam os elementos linguísticos que provam 
a opinião do autor. 
É claro que um texto não terá apenas uma tipologia textual. Muitas 
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vezes terá as três num só texto, mas vale o que predomina, aquele que 
transmita a ideia central do texto, o objetivo. 
Você já deve estar percebendo, durante a resolução destas questões, 
que a predominância nos textos da banca CESPE é a dissertação. 
Gabarito: E 
TRE - AL / 2004 / Superior 
Apostando na leitura 
1 
5 
10 
15 
20 
25 
30 
35 
40 
Se a chamada leitura do mundo se aprende por aí, na tal escola 
da vida, a leitura de livros carece de aprendizado mais regular, que 
geralmente acontece na escola. Mas leitura, quer do mundo, quer de 
livros, só se aprende e se vivencia, de forma plena, coletivamente, em 
troca contínua de experiências com os outros. É nesse intercâmbio de 
leituras que se refinam, se reajustam e se redimensionam hipóteses de 
significado, ampliando constantemente a nossa compreensão dos 
outros, do mundo e de nós mesmos. Da proibição de certos livros (cuja 
posse poderia ser punida com a fogueira) ao prestígio da Bíblia, sobre a 
qual juram as testemunhas em júris de filmes norte-americanos, o livro, 
símbolo da leitura, ocupa lugar importante em nossa sociedade. Foi o 
texto escrito, mais que o desenho, a oralidade ou o gesto, que o mundo 
ocidental elegeu como linguagem que cimenta a cidadania, a 
sensibilidade, o imaginário. É ao texto escrito que se confiam as 
produções de ponta da ciência e da filosofia; é ele que regula os direitos 
de um cidadão para com os outros, de todos para com o Estado e vice-
versa. Pois a cidadania plena, em sociedades como a nossa, só é 
possível — se e quando ela é possível — para leitores. Por isso, a escola 
é direito de todos e dever do Estado: uma escola competente, como 
precisam ser os leitores que ela precisa formar. Daí, talvez, o susto com 
que se observa qualquer declínio na prática de leitura, principalmente 
dos jovens, observação imediatamente transformada em diagnóstico de 
uma crise da leitura, geralmente encarada como anúncio do apocalipse, 
da derrocada da cultura e da civilização. Que os jovens não gostem de 
ler, que lêem mal ou lêem pouco é um refrão antigo, que de salas de 
professores e congressos de educação ressoa pelo país afora. Em tempo 
de vestibular, o susto é transportado para a imprensa e, ao começo de 
cada ano letivo, a terapêutica parece chegar à escola, na oferta de 
coleções de livros infantis, juvenis e paradidáticos, que apregoam 
vender, com a história que contam, o gosto pela leitura. Talvez, assim, 
pacifique corações saber que desde sempre — isto é, desde que se 
inventaram livros e alunos — se reclama da leitura dos jovens, do 
declínio do bom gosto, da bancarrota das belas letras! Basta dizer que 
Quintiliano, mestre-escola romano, acrescentou a seu livro uma 
pequena antologia de textos literários, para garantir um mínimo de 
leitura aos estudantes de retórica. No século I da era cristã! Estamos, 
portanto, em boa companhia. E temos, de troco, uma boa sugestão: se 
cada leitor preocupado com a leitura do próximo, sobretudoleitores-
professores, montar sua própria biblioteca e sua antologia e contagiar 
por elas outros leitores, sobretudo leitores-alunos, por certo a prática de 
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leitura na comunidade representada por tal círculo de pessoas terá um 
sentido mais vivo. E a vida será melhor, iluminada pela leitura solidária 
de histórias, de contos, de poemas, de romances, de crônicas e do que 
mais falar a nossos corações de leitores que, em tarefa de amor e 
paciência, apostam no aprendizado social da leitura. 
Marisa Lajolo. Folha de S. Paulo, 19/9/1993 (com adaptações).
Questão 28: O texto, de natureza dissertativa, poderia ser corretamente 
reestruturado em um mínimo de três parágrafos. 
Comentário: O texto realmente apresenta o tipo dissertativo, pois se declara 
algo sobre um tema (necessidade da leitura). Há no desenvolvimento desse 
tema argumentações que provam a tese, a qual se encontra no início do 
texto: “a leitura de livros carece de aprendizado mais regular”. 
A banca nos chama a atenção sobre a divisão natural de um texto 
dissertativo, em que haja um parágrafo de introdução, um ou mais de 
desenvolvimento e outro de conclusão. 
Percebemos claramente que o texto está bem extenso, pois é composto 
por 45 linhas. Isso torna o texto pouco claro, apesar de não podermos afirmar 
que esteja errado, pois tudo depende do veículo de comunicação, a intenção 
do autor, etc. A banca, então, sugere uma divisão, mostrando que o texto 
poderia ser reestruturado em 3 parágrafos no mínimo. Isso porque, se 
dividimos a introdução do desenvolvimento, é natural que tenhamos que 
dividir entre desenvolvimento e conclusão. 
Por tudo isso, a questão está correta. 
Gabarito: C 
Questão 29: Considerando a possibilidade de divisão do texto em parágrafos, 
o primeiro deles apresentaria o tema a ser desenvolvido e se estenderia até 
“mesmos” (linha 8). 
Comentário: Perceba que banca não é categórica na afirmação. Você pode 
até discordar desta divisão, mas é possível entendermos o primeiro parágrafo 
estendido até a linha 8. Veja: 
“Se a chamada leitura do mundo se aprende por aí, na tal escola da vida, a 
leitura de livros carece de aprendizado mais regular, que geralmente acontece 
na escola. Mas leitura, quer do mundo, quer de livros, só se aprende e se vivencia, 
de forma plena, coletivamente, em troca contínua de experiências com os outros. É 
nesse intercâmbio de leituras que se refinam, se reajustam e se redimensionam 
hipóteses de significado, ampliando constantemente a nossa compreensão dos 
outros, do mundo e de nós mesmos.” 
Perceba em negrito a ideia principal do texto: o tema. É natural às vezes 
confundirmos a tese (frase que transmite a ideia central do texto) com o tema 
(ideia central), pois este pode ser expresso tanto por uma frase, quanto por 
uma expressão. Assim, o trecho em negrito é o tema central do texto. 
Portanto, a afirmativa da questão está correta. 
Gabarito: C 
Questão 30: Ao afirmar que “a escola é direito de todos e dever do Estado” 
(linhas 18 e 19), Marisa Lajolo exime a família de participar do processo de 
formação das crianças na educação básica. 
Comentário: Perceba que esta questão pede mais a interpretação da 
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afirmação da questão (entender o sentido do verbo “exime”=dispensa, 
desobriga) do que propriamente do texto, pois, no trecho “a escola é direito 
de todos e dever do Estado”, não há qualquer restrição categórica – explícita 
ou implícita – informando que somente a escola é responsável pela formação 
das crianças. 
Gabarito: E 
Questão 31: A autora circunscreve o assunto, principalmente, à realidade 
social brasileira, pondo em destaque a leitura do texto escrito. 
Comentário: Novamente, a interpretação da afirmação da questão é muito 
importante. A autora circunscreve (envolve) o assunto (tema:leitura) à 
realidade social brasileira. Note que não há no texto qualquer referência direta 
à sociedade brasileira. Mas podemos perceber os vestígios em expressões que 
marcam características da sociedade brasileira, tais como: 
“Pois a cidadania plena, em sociedades como a nossa”; 
 “Que os jovens não gostem de ler, que lêem mal ou lêem pouco é um refrão 
antigo, que de salas de professores e congressos de educação ressoa pelo país 
afora”; 
 “Em tempo de vestibular”. 
Além disso, devemos nos certificar no texto de que realmente há 
destaque à leitura do texto. Nada mais convincente como o próprio título do 
texto: “Apostando na leitura”. 
Portanto, realmente a afirmativa está correta. 
Gabarito: C 
Questão 32: Desde os tempos narrados na Bíblia, o livro ocupa lugar de 
destaque na sociedade ocidental. 
Comentário: Perceba que a questão cobra a interpretação localizada. Basta 
acharmos o ponto no texto em que há referência à Bíblia e confrontarmos os 
dois textos: a afirmativa da questão e o trecho do texto: 
Texto: “Da proibição de certos livros (cuja posse poderia ser punida com a 
fogueira) ao prestígio da Bíblia, sobre a qual juram as testemunhas em júris de filmes 
norte-americanos, o livro, símbolo da leitura, ocupa lugar importante em nossa 
sociedade.” 
Questão: Desde os tempos narrados na Bíblia, o livro ocupa lugar de destaque 
na sociedade ocidental. 
 Note que o texto informa o início da importância dos livros em nossa 
sociedade: “Da proibição de certo livros”. Esse tempo se estende aos dias de 
hoje, dias em que há o prestígio da Bíblia, pois há referência à situação do 
que retrata os filmes norte-americanos. 
Já a questão retrata o início da importância do livro no trecho “Desde os 
tempos narrados na Bíblia”. Sabemos que esses dois trechos referenciados e 
negritados acima não são sinônimos. Portanto, a questão está errada. 
Gabarito: E 
Questão 33: Temporariamente, a valorização da leitura dos jovens deixa de 
ser foco das discussões, para reaparecer, depois, em épocas próximas aos 
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vestibulares. 
Comentário: Outra questão localizada. Basta procurarmos o ponto no texto 
que trata deste conteúdo e confrontarmos com a afirmativa da questão: 
Texto: “Daí, talvez, o susto com que se observa qualquer declínio na prática de 
leitura, principalmente dos jovens, observação imediatamente transformada em 
diagnóstico de uma crise da leitura, geralmente encarada como anúncio do 
apocalipse, da derrocada da cultura e da civilização. Que os jovens não gostem de 
ler, que lêem mal ou lêem pouco é um refrão antigo, que de salas de professores e 
congressos de educação ressoa pelo país afora. Em tempo de vestibular, o susto é 
transportado para a imprensa e, ao começo de cada ano letivo, a terapêutica parece 
chegar à escola, na oferta de coleções de livros infantis, juvenis e paradidáticos, que 
apregoam vender, com a história que contam, o gosto pela leitura.” 
Questão: Temporariamente, a valorização da leitura dos jovens deixa de ser foco 
das discussões, para reaparecer, depois, em épocas próximas aos vestibulares. 
Podemos até concordar com a afirmativa da questão, mas perceba que a 
frase não abre, não amplia possibilidades de conclusão do leitor, com 
expressões como “é possível”, “podemos entender que”. Ela é categórica: 
afirma criticamente que as discussões sobre a preocupação com a leitura só 
reaparece em época de vestibulares. Esse entendimento não é possível a 
partir dos dados do texto. 
Assim, a afirmação da questão extrapola o conteúdo do texto. 
Gabarito: E 
Questão 34: Segundo Marisa Lajolo, o desinteresse pela leitura é um 
problemaantigo, que coincidiu com o advento dos modernos veículos de 
comunicação e aumentou com o surgimento da Internet. 
Comentário: Nesta questão nem é preciso ler o fragmento do texto, pois a 
interpretação da própria questão já nos mostra que “advento de veículos 
modernos de comunicação” e “problema antigo” certamente não são 
contemporâneos (mesmo tempo). 
Gabarito: E 
Questão 35: A relação da leitura com a cidadania ocorre na medida em que 
os cidadãos letrados têm mais domínio dos problemas contextuais que dos 
textuais. 
Comentário: A expressão “têm mais domínio dos problemas contextuais que
dos textuais”, retirada da questão, extrapolou o conteúdo do texto. Neste se 
afirma que a cidadania plena tem como princípio a leitura, pois os códigos, as 
produções de ponta etc. são confiadas aos textos escritos. Isso você encontra 
da linha 14 à 20. Mas não há referência à comparação estipulada na questão 
(em negrito). Não há lógica em se afirmar que o cidadão letrado vai ter mais 
domínio dos problemas contextuais que dos textuais. 
Gabarito: E 
Questão 36: A autora põe em dúvida a possibilidade de existência de uma 
cidadania plena desvinculada da leitura. 
Comentário: Outra questão de interpretação localizada. Basta localizar no 
texto e confrontar com a questão: 
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Texto: “Pois a cidadania plena, em sociedades como a nossa, só é possível — se e 
quando ela é possível — para leitores. Por isso, a escola é direito de todos e dever 
do Estado: uma escola competente, como precisam ser os leitores que ela precisa 
formar.” 
Questão: A autora põe em dúvida a possibilidade de existência de uma cidadania 
plena desvinculada da leitura. 
A expressão “se e quando ela é possível” transmite a dúvida veiculada na 
questão. Além disso, perceba que o advérbio “só” ratifica a necessidade da 
leitura. 
Gabarito: C 
TRE - RS / 2003 / Superior 
A soberania popular não deve ser, apenas, mais uma peça de retórica. 
Deve ser um meio eficaz, por intermédio do qual o povo exerça plenamente 
seus direitos e prerrogativas constitucionais e legais. 
Na época de implementação dos direitos sociais, como o direito de 
moradia, de trabalhar, de viver decentemente, não é mais possível a inclusão 
de normas programáticas no texto da Constituição da República. 
Há necessidade de que os princípios e as normas constitucionais sejam 
eficazes, produzindo, de logo, os efeitos jurídicos que todos esperam. 
Não há, evidentemente, direitos sem garantia. Não basta também a 
Constituição proclamar uma série de direitos e garantias, se estes e estas não 
se podem concretizar. 
Paulo Lopo Saraiva. A soberania popular e as garantias constitucionais.
In: Introdução crítica ao direito, p.141-2 (com adaptações).
Questão 37: Infere-se que o autor coloca a soberania popular como um 
objetivo mais fácil de ser atingido que o estabelecimento de direitos. 
Comentário: Há uma comparação fora de lógica na questão, pois foi dito que 
a soberania popular (= “o povo exerça plenamente seus direitos e 
prerrogativas constitucionais e legais”) é mais fácil que o estabelecimento de 
direitos (= “Constituição proclamar uma série de direitos e garantias”). Essa 
comparação não é possível porque o primeiro estabelece o cidadão como 
referente (o cidadão ter seus direitos plenamente gozados) e no segundo o 
referente é o Estado (inclusão das normas). Como são parâmetros 
completamente diferentes, não se pode afirmar o que é mais fácil ou difícil, 
além de os dados do texto não fazerem qualquer referência a esta 
interpretação. 
Gabarito: E 
Questão 38: Infere-se que direitos eficazes são aqueles com garantias. 
Comentário: Perceba que a interpretação da questão é muito importante. Ela 
é localizada no texto. Então devemos confrontar: 
Segundo o texto, direito eficaz é aquele “por intermédio do qual o povo exerça 
plenamente seus direitos e prerrogativas constitucionais e legais.” 
O texto ainda aborda que “Não há, evidentemente, direitos sem garantia. Não 
basta também a Constituição proclamar uma série de direitos e garantias, se estes e 
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estas não se podem concretizar.” 
A questão abordou essa expressão conceitualmente, dando uma rigidez 
categórica: “direitos eficazes são aqueles com garantias”, isto é, todo direito 
eficaz obrigatoriamente tem garantia. Isso extrapolou o conteúdo do texto, 
pois não é isso que foi abordado nele. Ele simplesmente afirmou que não há 
direito sem garantia. Percebeu a diferença?????? 
Gabarito: E 
Questão 39: Infere-se que normas programáticas devem ser substituídas 
pela implementação de direitos sociais. 
Comentário: O texto informa que: “Na época de implementação dos direitos 
sociais, como o direito de moradia, de trabalhar, de viver decentemente, não é mais 
possível a inclusão de normas programáticas no texto da Constituição da 
República.” 
Da mesma forma que a questão anterior, perceba que estamos 
resolvendo a questão pela pura e simples interpretação de texto, pois não 
importa nosso conhecimento na área do Direito: a interpretação é do que está 
escrito ou sugerido, não do que temos de conhecimento nesta área. Assim, o 
procedimento é o seguinte: 
Veja que foi dito no texto que vivemos uma época de implementação 
dos direitos sociais e não é mais possível a inclusão de normas programáticas. 
Note: não é mais possível a inclusão. Isso não quer dizer que deve haver a 
substituição de um pelo outro. 
Gabarito: E 
Questão 40: Infere-se que a eficácia de princípios e normas constitucionais 
está diretamente ligada aos efeitos jurídicos que produzem. 
Comentário: Esta questão também sugere a interpretação localizada e 
basicamente deveríamos verificar o valor da expressão “produzindo, de logo”, 
isto é, tendo como resultado subsequente, direto. Veja: 
Há necessidade de que os princípios e as normas constitucionais sejam 
eficazes, produzindo, de logo, os efeitos jurídicos que todos esperam. 
Portanto, a questão está correta. 
Gabarito: C 
Questão 41: Infere-se que a concretização de direitos e garantias resulta de 
sua proclamação na Constituição. 
Comentário: Esta questão está se referindo ao último parágrafo do texto: 
 “Não há, evidentemente, direitos sem garantia. Não basta também a 
Constituição proclamar uma série de direitos e garantias, se estes e estas não se 
podem concretizar.” 
A oração subordinada adverbial condicional “se estes e estas não se podem 
concretizar” nos mostra que não há um resultado direto entre a proclamação 
na Constituição e a concretização de direitos e garantias. 
Gabarito: E 
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SESA - ES / 2011 / Superior 
No Brasil, a coleta de materiais recicláveis, tais como latinhas, garrafas 
pet, papelão, papel, isopor, nem sempre é vista com o respeito devido. Claro 
que existem exceções, mas muita gente reclama das carroças que atrapalham 
o trânsito, e, mesmo quando param para descansar ou recolher material, os 
catadores são vistos com desconfiança ou desdém. O mais complicado é fazer 
determinadas pessoas enxergarem nessa atividade um trabalho árduo e 
extremamente útil. São homens e mulheres anônimos que contribuem para o 
milagre da transformação do lixo, que entope bueiros, suja as ruas e vai parar 
nos rios, em matéria útil que volta para a cadeia produtiva em forma de 
insumo para novos produtos. 
Mesmo com a atividade desses trabalhadores, que travam uma luta 
diária pela sobrevivência, repousa, no fundo de muitos rios brasileiros, a 
exemplo dos rios Tietê ePinheiros, em São Paulo, uma colossal quantidade de 
lixo composta de todo o tipo de materiais, inclusive sofás e geladeiras, e 
sujeiras de toda a espécie despejados pelas pessoas. Os especialistas 
consideram que uma das principais razões da ocorrência de enchentes é 
exatamente a ausência de vazão dos nossos principais rios, em cujos leitos há 
enorme quantidade de sedimentos. 
Reinaldo Canto. Fim de ponto de coleta é
retrocesso injustificável. Internet:
<www.cartacapital.com.br> (com adaptações).
Questão 42: Depreende-se do texto que, no Brasil, parte do problema das 
enchentes deve-se ao descarte indevido do lixo, o que demonstra a 
necessidade do trabalho desenvolvido pelos catadores de lixo, atividade ainda 
menosprezada por muitas pessoas. 
Comentário: A interpretação da questão está literal no texto: realmente 
parte do problema das enchentes deve-se ao descarte indevido do lixo. Isso é 
confirmado no final do texto, em que “Os especialistas consideram que uma das 
principais razões da ocorrência de enchentes é exatamente a ausência de vazão dos 
nossos principais rios, em cujos leitos há enorme quantidade de sedimentos.” 
Além disso, há realmente necessidade do trabalho dos catadores de lixo, 
os quais possuem atividade ainda menosprezada pela população. Isso é 
confirmado literalmente no texto em: 
“No Brasil, a coleta de materiais recicláveis, tais como latinhas, garrafas pet, papelão, 
papel, isopor, nem sempre é vista com o respeito devido.” 
“São homens e mulheres anônimos que contribuem para o milagre da transformação 
do lixo, que entope bueiros, suja as ruas e vai parar nos rios”. 
Gabarito: C 
Questão 43: Esse texto caracteriza-se como predominantemente 
dissertativo-argumentativo. 
Comentário: No texto, está claro que a tipologia predominante é a 
dissertativa, pois ele desenvolve argumentação sobre um tema: a importância 
da coleta do lixo. Note que, além da própria estrutura textual marcar a 
argumentação, há expressões que evidenciam a opinião do autor, tais como 
“Claro que existem exceções”, “O mais complicado é”. Isso reforça que o texto 
realmente é dissertativo-argumentativo. 
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Gabarito: C 
SESA - ES / 2011 / Superior 
A pesquisa biomédica passou do amadorismo e voluntarismo à seriedade 
e ao profissionalismo necessários à projeção do Brasil no cenário mundial. 
Nenhum país que pretenda ser potência mundial pode deixar de criar e 
ampliar seu parque científico. As pesquisas, em geral, e a biomédica, em 
particular, vêm-se beneficiando da estabilidade econômica alcançada nos 
últimos quinze anos, além da criação dos fundos setoriais de ciência e 
tecnologia e da consolidação do financiamento estadual pelas fundações de 
apoio à pesquisa. Mas ainda falta muito a ser feito. Apesar da melhora, o 
Brasil ainda tem um longo caminho a seguir para ser competitivo. Nos últimos 
oito anos, o volume de recursos do Ministério da Saúde, que vem aumentando 
progressivamente, aproximou-se dos 200 milhões de reais ao ano, 
incentivando setores da pesquisa específicos e complementares aos que 
recebem o apoio tradicional das agências de fomento. 
Riad Younes. Pesquisa em saúde. Internet:
<www.cartacapital.com.br> (com adaptações).
Questão 44: Infere-se do texto que, no Brasil, a pesquisa biomédica, 
importante fator de desenvolvimento científico do país, embora receba cada 
vez mais recursos do poder público, ainda não atingiu o patamar ideal de 
competitividade em relação aos países desenvolvidos. 
Comentário: Esta questão tem referentes literais no texto que a comprovam 
como correta. A pesquisa biomédica realmente é importante fator de 
desenvolvimento científico do país. Isso é comprovado nos dois primeiros 
períodos do texto, em que se afirma “A pesquisa biomédica passou do 
amadorismo e voluntarismo à seriedade e ao profissionalismo necessários à 
projeção do Brasil no cenário mundial. Nenhum país que pretenda ser potência 
mundial pode deixar de criar e ampliar seu parque científico” 
O Brasil realmente recebe cada vez mais recursos do poder público. Isso 
está comprovado no texto em: “Nos últimos oito anos, o volume de recursos do 
Ministério da Saúde, que vem aumentando progressivamente, aproximou-se dos 200 
milhões de reais ao ano, incentivando setores da pesquisa...” 
Mas o Brasil ainda não atingiu o patamar ideal de competitividade em 
relação aos países desenvolvidos. Comprovamos isso, com a seguinte 
passagem no texto: “Mas ainda falta muito a ser feito. Apesar da melhora, o Brasil 
ainda tem um longo caminho a seguir para ser competitivo.” 
Gabarito: C 
Questão 45: Da afirmação contida no primeiro período do texto infere-se que 
a criação e a implantação de instrumentos legais obrigaram o Estado a 
exercer o seu papel regulador, o que tornou a pesquisa biomédica séria e 
profissional. 
Comentário: A questão é de interpretação localizada. Assim, devemos 
transcrever o primeiro período do texto: 
“A pesquisa biomédica passou do amadorismo e voluntarismo à seriedade e ao 
profissionalismo necessários à projeção do Brasil no cenário mundial.” 
Na questão, a expressão “o que tornou” traduz um valor de 
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consequência, fazendo-nos inferir que a causa da pesquisa biomédica tornar-
se séria e profissional seria a “criação e a implantação de instrumentos legais” 
e a obrigação de o Estado exercer o seu papel regulador. A causa não é essa, 
primeiro porque isso não está explícito, nem implícito no primeiro parágrafo; 
segundo porque o próprio texto informa que a estabilidade do país e a criação 
de fundos fomentaram esse campo científico. 
Gabarito: E 
Questão 46: TSE / 2006 / Superior 
A ética é o dia-a-dia de uma sociedade. Sociedades não existem no 
abstrato: elas precisam de alguma espécie de cimento que mantenha as suas 
peças bem-ajustadas e sólidas. Antigamente, esse cimento era fornecido pelos 
valores religiosos. Uma das diferenças entre o Ocidente moderno e os países 
islâmicos é que lá o cimento continua a ser religioso; enquanto aqui, chegou-
se à conclusão de que era melhor laicizar a política, deixando as crenças para 
a consciência ou a convicção de cada um. 
E assim, o que nos mantém unidos em torno deste ou daquele projeto 
político é a idéia — concreta ou difusa — de uma ética; de um tipo de 
comportamento que preste homenagem a certos princípios. Esses princípios 
poderiam ser resumidos em um só: o da coisa pública. 
O Globo, 30/11/2006, p. 6 (com adaptações).
Em relação às idéias do texto acima, assinale a opção correta. 
(A) O cimento que mantém a sociedade ocidental bem-ajustada e sólida são 
os valores religiosos. 
(B) Os países islâmicos laicizaram a política em busca de um princípio ético. 
(C) O princípio da coisa pública resume os princípios a que uma ética que 
embasa um projeto político presta homenagem. 
(D) Os países islâmicos relegam as crenças à consciência ou à convicção de 
cada um. 
Comentário: (A) Percebe-se nas linhas 4 a 7 que nos países islâmicos o 
cimento continua a ser religioso, no Ocidente moderno não. 
(B) O advérbio “aqui” mostra que a referência não é aos países islâmicos. 
Além disso, não há elementos no texto que relacionem a busca de um 
princípio ético à laicização da política. 
(C) Esta é a alternativa correta, pois resume literalmente o parágrafo final. 
(D) O erro está no referente. Não são os países islâmicos que relegam, mas o 
Ocidente moderno. 
Gabarito: C 
TRE - ES/ 2011 / Superior 
Um dos problemas mais significativos da democracia representativa 
brasileira, preexistente à Constituição de 1988, mas mantido por ela, é a 
distorção da representaçãodas unidades federadas na Câmara dos 
Deputados. Trata-se de assunto cuja importância e mesmo centralidade não 
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podem ser desprezadas: princípio basilar da democracia representativa é o 
voto de cada pessoa ter o mesmo peso eletivo. O atual sistema permite que o 
voto de um cidadão seja dezenas de vezes mais significativo, nas eleições 
para a Câmara, do que o voto de outro. Essa situação é incompatível com o 
aperfeiçoamento democrático de nosso regime político. 
A Constituição brasileira (art. 45, caput) determina que a representação 
dos estados na Câmara dos Deputados seja proporcional à população. 
Entretanto, a seguir, estabelece piso e teto dessa representação (oito e 
setenta deputados, respectivamente), que implicam a negação dessa 
proporcionalidade. 
Octaciano Nogueira, em trabalho a respeito do tema, parte da premissa 
de que essa distorção “não é obra do regime militar, que, na verdade, se 
utilizou desse expediente, como de inúmeros outros, para reforçar a Arena, 
durante o bipartidarismo; sua origem remonta à Constituinte de 1890, 
quando, por sinal, o problema foi exaustivamente debatido; a partir daí, 
incorporou-se à tradição de nosso direito constitucional legislado, em todas as 
subsequentes constituições; e o princípio, portanto, estabelecido durante as 
fases democráticas sob as quais viveu o País e mantido sempre que se 
restaurou o livre debate, subsequente aos regimes de exceção, foi 
invariavelmente preservado, como ocorreu em 1946 e 1988.” 
Arlindo F. de Oliveira. Sobre a representação dos estados na Câmara dos
Deputados. In: Textos para Discussão, n.º 5, abr./2004 (com adaptações).
Questão 47: A distorção referida no primeiro período do texto reside na 
possibilidade de um candidato ser eleito deputado estadual com votação 
inexpressiva no lugar de outro que obtenha maior número de votos. 
Comentário: Perceba que o primeiro parágrafo do texto é o tópico frasal, 
pois fomenta um desenvolvimento a partir de um problema. Esse tópico é 
desenvolvido e ampliado nos demais períodos do texto. Note que a expressão 
“representação das unidades federadas na Câmara dos Deputados” denota a 
referência a deputado federal, pois ele é o representante de sua unidade 
federada na Câmara dos Deputados. O restante da informação da questão 
amplia o que se diz em “distorção da representação”. Assim, a expressão 
“deputado estadual” fez com que a questão estivesse errada. 
Gabarito: E 
Questão 48: Deduz-se da citação inserida no terceiro parágrafo que a 
distorção mencionada no texto não faz parte do entulho autoritário gerado 
pelo regime militar implantado no Brasil. 
Comentário: A questão é de interpretação literal e faz referência direta ao 
que foi citado em “não é obra do regime militar, que, na verdade, se utilizou 
desse expediente (...) sua origem remonta à Constituinte de 1890”. 
Portanto, a questão está correta. 
Gabarito: C 
Questão 49: Depreende-se da leitura que houve oportunidades para se 
corrigir a distorção mencionada no texto, mas isso não foi feito. 
Comentário: A banca queria que o candidato notasse as expressões que se 
encontram abaixo sublinhadas, as quais marcam os momentos em que se 
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poderia corrigir o problema, mas se manteve preservado. Veja: 
“...o problema foi exaustivamente debatido; a partir daí, incorporou-se à tradição de 
nosso direito constitucional legislado, em todas as subsequentes constituições; e o 
princípio, portanto, estabelecido durante as fases democráticas sob as quais viveu o 
País e mantido sempre que se restaurou o livre debate, subsequente aos regimes de 
exceção, foi invariavelmente preservado, como ocorreu em 1946 e 1988.” 
Gabarito: C 
Questão 50: O texto contém segmentos que permitem ao leitor depreender a 
opinião do autor acerca do tema tratado. 
Comentário: A banca quis que o candidato notasse que este texto é 
dissertativo-argumentativo (= opinativo). Note que a questão não foi 
categórica em afirmar que há expressões de opinião do autor, pois esta se 
encontra mascarada. Assim, é pedido que depreendamos com base em alguns 
segmentos essa opinião mascarada do autor. 
Podemos notar isso logo no primeiro parágrafo: “Um dos problemas
mais significativos da democracia representativa brasileira, preexistente à 
Constituição de 1988, mas mantido por ela, é a distorção da representação das 
unidades federadas na Câmara dos Deputados.” 
Além disso, há as expressões “não podem ser desprezadas”, “Essa situação 
é incompatível”. 
Tudo isso nos mostra o posicionamento do autor a respeito do tema, ele 
não apenas relata o problema, ele argumenta, opina. 
Gabarito: C 
Questão 51: Para o autor, o tema da representação dos estados na Câmara 
dos Deputados está vinculado ao aprimoramento da democracia 
representativa brasileira. 
Comentário: Esta questão é uma continuidade da anterior, pois, ao notarmos 
que há a opinião do autor, percebemos que ela expressa uma crítica ao 
problema veiculado no primeiro parágrafo. Neste parágrafo, percebemos 
dados literais que respondem à questão, principalmente nos dois últimos 
períodos deste parágrafo. Veja: 
“O atual sistema permite que o voto de um cidadão seja dezenas de vezes 
mais significativo, nas eleições para a Câmara, do que o voto de outro. Essa 
situação é incompatível com o aperfeiçoamento democrático de nosso 
regime político.” 
Perceba que a questão mudou o substantivo “aperfeiçoamento” para um 
sinônimo: aprimoramento. Por isso, a questão está correta. 
Gabarito: C 
TRE - PA / 2007 / Superior 
A partir da diplomação, os deputados federais eleitos só podem ser 
presos em caso de incontestável crime. A regra vale para todos os membros 
do Congresso Nacional, conforme dispõe o texto constitucional em vigor. 
Enquanto não forem diplomados, os eleitos continuam sujeitos às penalidades 
da lei, como qualquer cidadão, podendo, inclusive, ser presos, mesmo se não 
se tratar de crime evidente. 
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O artigo 53 da Constituição Federal expressa que, a partir da posse, com 
a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser 
presos. Ainda de acordo com o texto constitucional promulgado em 1988, a 
diplomação torna deputados e senadores invioláveis civil e penalmente, por 
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. A mesma norma legal 
estabelece que deputados e senadores, a contar da expedição do diploma, 
serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal (STF). 
Outra prerrogativa dos parlamentares consiste em que, recebida a 
denúncia contra senador ou deputado, por crime ocorrido após a diplomação, 
o STF dará ciência à Casa respectiva, que, pelo voto da maioria de seus 
membros, poderá, até a decisão final, suspender o andamento da ação. 
Serão diplomados, até o dia 19 de dezembro, pelo Tribunal Superior 
Eleitoral (TSE) e pelos tribunais regionais eleitorais (TREs), 513 deputados 
federais, 1.059 deputados estaduais e distritais, 27 senadores, 27 
governadores e o presidente da República, eleitos no pleito de 2006. O prazo 
final para a diplomação está previsto no calendário eleitoral. Todavia, nenhum 
candidato poderá ser diplomado até que as contas da campanha tenham sido 
acertadas e julgadas. 
Internet: <www.agencia.tse.gov.br> (com adaptações).
Questão 52: Considerando as idéias do texto e a prescrição gramatical, 
assinale a opção que apresenta o título mais adequado a esse texto. 
(A) Após diplomação, deputados eleitos só podem ser presosem situação de 
flagrante. 
(B) Só com diploma, o fragrante leva à prisão, passível de fiança, aos 
deputados eleitos. 
(C) De posse do diploma, apenas com o fragrante delito os deputados podem 
ser conduzidos a prisão domiciliar. 
(D) Existe requisitos para a diplomação e conseqüente prisão em flagrante. 
(E) Os deputados e senadores eleitos tem foro previlegiado no caso de crimes 
pós-eleitorais. 
Comentário: Perceba que o título é uma expressão que transmite a ideia 
central do texto, como se fosse um resumo. Por isso, a alternativa (A) é a 
correta. Mas, se você não interpretou bem o texto, perceba que as demais 
alternativas possuem problemas gramaticais e, por eliminação, você chegaria 
a esta alternativa como correta. 
Na alternativa (B), há erro gramatical. Note que o vocábulo correto seria 
“flagrante”. A vírgula após “fiança” deve ser retirada, pois a expressão “aos 
deputados eleitos” é o complemento nominal. 
Na alternativa (C), há erro gramatical. Novamente a palavra “fragrante” 
está errada, ela tem relação com “fragrância” (perfume), por isso não cabe 
neste contexto. Deve haver crase antes do substantivo “diplomação”, pois 
esse vocábulo é antecedido do artigo “a” e “conduzidos” exige preposição “a”. 
Na alternativa (D), há erro gramatical, pois o verbo “Existe” é 
intransitivo e deve concordar com o sujeito “requisitos”. Note que o uso do 
trema, à época da prova, estava de acordo com a norma culta. 
Na alternativa (E), há erro gramatical. O verbo “tem” deve receber o 
acento circunflexo, pois seu sujeito está no plural: “Os deputados e senadores 
eleitos”. O vocábulo corretamente grafado é “privilegiado”. A palavra “pós-
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eleitorais” à época estava corretamente grafada e com a reforma ortográfica 
se manteve este uso do hífen. 
Gabarito: A 
Questão 53: Com relação às idéias expressas no texto, assinale a opção 
correta. 
(A) Segundo a Carta Magna, a posse de líder público está condicionada à sua 
diplomação. 
(B) Não estando diplomados, os cidadãos eleitos continuam sujeitos às 
penalidades da lei. 
(C) A partir da diplomação, opiniões, palavras e votos de deputados e 
senadores são invioláveis. 
(D) A suspensão do andamento de ação contra candidatos diplomados é 
requisito indispensável ao cumprimento do mandato. 
(E) Se as contas da campanha não tiverem sido quitadas, deve-se estender o 
prazo da diplomação previsto no calendário eleitoral. 
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois a expedição do diploma 
apenas materializa a posse. Assim, não é a diplomação que condiciona a 
posse. Veja isso no seguinte trecho: “O artigo 53 da Constituição Federal expressa 
que, a partir da posse, com a expedição do diploma, os membros do Congresso 
Nacional não poderão ser presos.” 
A alternativa (B) está correta e expressa o que está previsto no terceiro 
período do texto. Veja: “Enquanto não forem diplomados, os eleitos continuam 
sujeitos às penalidades da lei, como qualquer cidadão”. 
Na alternativa (C), há erro, pois o texto possui restrições, especificações 
que a questão não inseriu. Veja os termos em negrito que deixaram de ser 
inseridos: “Ainda de acordo com o texto constitucional promulgado em 1988, a 
diplomação torna deputados e senadores invioláveis civil e penalmente, por 
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. A mesma norma legal estabelece 
que deputados e senadores, a contar da expedição do diploma, serão 
submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal (STF).” 
Na alternativa (D), há erro. Basta observar o que consta no terceiro 
parágrafo: “... recebida a denúncia contra senador ou deputado, por crime ocorrido 
após a diplomação, o STF dará ciência à Casa respectiva, que, pelo voto da maioria 
de seus membros, poderá, até a decisão final, suspender o andamento da ação.” 
Na alternativa (E), há erro. Basta observar o último período do texto: 
“...nenhum candidato poderá ser diplomado até que as contas da campanha tenham 
sido acertadas e julgadas.” 
Gabarito: B 
Questão 54: TRE - AP / 2007 / Médio 
Jornal do Comércio — O voto aberto nos processos de cassação 
poderia mudar o destino dos acusados? 
Schirmer — Não sei se o voto aberto mudaria o resultado final. O que 
ele mudaria seria a responsabilidade individual. Porque, com a votação aberta, 
você é responsável pelo seu voto. Votando sim ou não, você assume a 
responsabilidade pelo voto dado. Com o voto fechado, a responsabilidade é 
difusa, pois ninguém sabe quem votou em quem e, sendo assim, todos 
carregam o ônus do resultado da votação. O voto fechado é muito ruim 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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porque quem sai perdendo é a própria instituição. Em vez de você falar mal de 
um ou de outro deputado, você acaba penalizando a instituição. 
Jornal do Comércio, 17/4/2006.
Assinale a opção correta quanto à compreensão e à tipologia do texto. 
(A) Por estar estruturado em duas partes, compreendendo uma pergunta e 
uma resposta, o texto pode pertencer ao gênero entrevista. 
(B) Na pergunta feita pelo Jornal do Comércio, predomina a descrição dos 
processos de cassação. 
(C) O parágrafo que contém a resposta de Schirmer possui estrutura 
predominantemente narrativa, porque o falante explica como se 
processam as atividades de cassação de eleitos. 
(D) O segundo parágrafo do texto é estruturalmente argumentativo, porque 
apresenta, primeiro, os aspectos favoráveis ao voto em aberto e, em um 
segundo momento, os aspectos desfavoráveis dessa modalidade de 
votação. 
(E) O primeiro e o segundo parágrafos têm a mesma estrutura textual e a 
mesma tipologia: são dissertativos. 
Comentário: O gênero textual que é constituído de perguntas e respostas é a 
entrevista. Por isso, a alternativa correta é a (A). 
Na alternativa (B), há erro, pois a descrição é a enumeração de ações, 
elementos ou característica. Mas houve apenas uma pergunta. 
Na alternativa (C), a resposta se baseia na explicação da importância do 
voto aberto, por isso há predominância do texto dissertativo, mas, como 
nessa explicação, há características e enumerações, ocorre também (em 
menor escala) a descrição. 
Na alternativa (D), o único erro é a expressão “dessa modalidade de 
votação”. Na realidade, ele informa os aspectos desfavoráveis do voto 
fechado. 
Na alternativa (E), é evidente o erro. Basta o candidato perceber que há 
uma pergunta e uma reposta. 
Gabarito: A 
FUB / 2010 / Médio 
Há gente no Brasil interessada em importar dos Estados Unidos da 
América (EUA) o Teach for America, o mais bem-sucedido programa feito para 
atrair os melhores estudantes de ensino médio para a carreira de professor. 
No Brasil, os professores têm saído da parte menos qualificada da pirâmide — 
justamente aquela habitada por 20% dos alunos com o mais baixo rendimento 
escolar do país. Qualquer iniciativa para mudar isso será mais do que bem-
vinda. 
 O Teach for America consegue atrair os mais talentosos alunos para a 
docência oferecendo-lhes algo bem concreto. Depois de dois anos no papel de 
professor de escola pública — tempo mínimo de estada no programa —, esses 
jovens ingressam quase que automaticamente em algumas das maiores 
empresas americanas, com as quais o Teach for America estabeleceu uma 
produtiva parceria. Para as empresas, recrutar gente que passou por lá 
significa encurtar o complicado processo de busca por bons profissionais. Pela 
estreita peneira do programa só passam os realmente capazes. Para se ter 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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uma ideia, apenas os alunos de ótimo boletim têm direito à inscrição e, ainda 
assim, 85% deles ficam de fora. É essa rigorosa seleção que atrai os próprios 
estudantes. Sobreviver a ela é um sinal claro de excelência, algo que faz todo 
mundo querer ostentar um carimbo do Teach for America no currículo. 
No final, uma parcela deles acaba optando pela carreira de professor, 
coisa que jamais haviam pensado antes. A maioria, no entanto, acaba 
deixando o programa depois dos dois anos previstos, mas não sem antes 
causar um impacto gigantesco no nível do ensino. Os estudantes certamente 
irão beneficiar-se desse empurrão ao longo de toda a vida escolar. Mais do 
que isso: muitos dos que já passaram pelo Teach for America continuam 
envolvidos com educação, em diferentes graus e áreas de atuação. Por tudo 
isso, não faria mal ao Brasil trilhar caminho parecido. 
Mônica Weinberg. Tomara que dê certo. Internet: <veja.abril.com.br> (com adaptações).
Questão 55: Passar pelo Teach for America implica sucesso profissional 
garantido. 
Comentário: Veja a expressão categórica. Ela naturalmente faz com que a 
afirmativa da questão esteja errada, pois o texto informa sobre as 
possibilidades de sucesso. Veja isso no trecho “...esses jovens ingressam 
quase que automaticamente em algumas das maiores empresas 
americanas”. 
Assim, não há certeza absoluta. 
Gabarito: E 
Questão 56: Embora a permanência do estudante no programa Teach for 
America seja curta, seus efeitos contribuem para a melhoria da qualidade da 
educação pública nos EUA. 
Comentário: Entende-se no texto que os dois anos é um período curto, em 
vista do tempo normal de permanência em uma profissão. A melhora na 
qualidade do ensino está explícita no seguinte trecho do texto: “A maioria, no 
entanto, acaba deixando o programa depois dos dois anos previstos, mas não sem 
antes causar um impacto gigantesco no nível do ensino.” 
Portanto, a questão está correta. 
Gabarito: C 
Questão 57: De acordo com o texto, por ser mal remunerada e desvalorizada 
perante a sociedade, a carreira de professor não tem sido uma opção para os 
jovens estudantes brasileiros. 
Comentário: Podemos tirar nossas conclusões a partir do texto, percebendo 
que os professores no Brasil são mal remunerados, por isso a maioria dos 
jovens não quer essa profissão. Porém, o texto não aborda isso 
explicitamente. Ademais, perceba como a banca nos limita para evitar que 
façamos inferências equivocadas. A questão começou com a seguinte 
expressão: “De acordo com o texto”. Isso nos força a centrar nos argumentos 
explícitos ou implícitos (os vestígios) do texto. Em nenhum momento isso foi 
afirmado. Apenas foi relatado que atrair bons estudantes para a carreira, 
mesmo que temporária, de professor ajuda muito a educação pública. 
Portanto, a questão está errada. 
Gabarito: E 
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Questão 58: Ainda que o objetivo do Teach for America seja atrair os 
melhores alunos para a docência, poucos optam definitivamente pela carreira 
de professor. 
Comentário: Perceba que esta interpretação é literal. Realmente a intenção 
do programa é atrair os melhores alunos, como se observa no trecho: 
 “O Teach for America consegue atrair os mais talentosos alunos para a 
docência oferecendo-lhes algo bem concreto”. 
Poucos optam definitivamente pela carreira de professor, como se 
observa no seguinte trecho: 
 “No final, uma parcela deles acaba optando pela carreira de professor, 
coisa que jamais haviam pensado antes. A maioria, no entanto, acaba deixando o 
programa depois dos dois anos previstos”. 
Gabarito: C 
Questão 59: Infere-se do texto que a pouca qualificação dos professores 
influencia a qualidade da educação. 
Comentário: Perceba que o texto inicia relatando o programa nos EUA que 
atrai os melhores estudantes para a carreira de professor. Em seguida, é 
informado que, no Brasil, os professores têm saído da parte menos qualificada 
da pirâmide. Assim, a opinião do autor (a qual caracteriza este texto como 
dissertativo-argumentativo) é que “Qualquer iniciativa para mudar isso será mais 
do que bem-vinda.”. 
Com isso, podemos realmente inferir que a pouca qualificação dos 
professores influencia a qualidade da educação. Assim, perceba o vestígio. 
Isso não foi informado explicitamente no texto, mas só pudemos inferir isso a 
partir do último período do primeiro parágrafo. 
Gabarito: C 
Questão 60: O estímulo oferecido aos estudantes pelo Teach for America é a 
possibilidade de ser contratado por uma grande empresa americana. 
Comentário: Esta questão exige a interpretação de dado literal no texto. 
Basta localizar o seguinte trecho do texto: “esses jovens ingressam quase que 
automaticamente em algumas das maiores empresas americanas”. 
Perceba a diferença desta questão para a anterior em que se afirmava 
categoricamente que o sucesso seria garantido (“Passar pelo Teach for 
America implica sucesso profissional garantido”). Confronte as duas questões 
para perceber que esta afirmou que há possibilidade (por isso está certa). 
Gabarito: C 
Questão 61: Há, no texto, elementos que permitem classificá-lo como 
dissertativo-argumentativo. 
Comentário: Já havíamos afirmado que o texto é dissertativo-argumentativo, 
mas devemos observar que apontamos apenas uma opinião no texto e nesta 
questão foi informado que haveria elementos que permitem classificá-lo como 
dissertativo-argumentativo. Assim, os elementos são as expressões: “Qualquer 
iniciativa para mudar isso será mais do que bem-vinda” e “Por tudo isso, não faria 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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mal ao Brasil trilhar caminho parecido”. 
Gabarito: C 
FUB / 2010 / Superior 
Se você está lendo estas linhas, saiba que seu cérebro provavelmente 
difere do de quem não foi alfabetizado. Estudos de neurociência já 
demonstraram que aprender a ler, especialmente na infância, altera a 
anatomia do cérebro e engrossa uma estrutura chamada corpo caloso, 
responsável pela conexão entre os dois hemisférios cerebrais. Se aprender a 
ler pode ter um impacto tão profundo, vários cientistas e pensadores estão se 
perguntando qual será o efeito da Internet na nossa mente e na maneira 
como pensamos. 
Recentemente, uma série de estudos, livros e debates tem tentado 
deslindar essa questão. A indicação inicial é a de que, sim, a rede está 
alterando a forma como pensamos e, possivelmente, até a estrutura do 
cérebro humano. Por ser um fenômeno novo — ainda não temos uma geração 
que tenha sido completamente formada na era da Internet —, existem 
poucos trabalhos que confirmam o impacto no nível das sinapses. Um dos 
mais famosos nessa área foi realizado pelo neurocientista Gary Small, da 
Universidade da Califórnia. Small comparou a mente de adultos com pouca 
experiência em tecnologia com a de assíduos usuários da Internet. Todos 
realizaram testes na própria rede. A análise mostrou maior atividade na área 
de tomada de decisões e raciocínio complexo no cérebro das pessoas 
acostumadas à tecnologia. Apontou também que os inexperientes, após algum 
tempo, começavam a se igualar aos conectados. 
Descobertas como essa vêm motivando outros cientistas e pensadores a 
discutirem o assunto amplamente. Deve chegar, em breve, ao Brasil, por 
exemplo, o livro The Shallows (algo como O Raso), do editor americano 
Nicholas Carr, que expõe um ponto de vista mais negativo sobre o efeito da 
Web. A tese central de Carr resume-se na ideia de que a natureza caótica e 
descentralizada da Internet está diminuindo a nossa capacidade de 
concentração e contemplação profundas. 
Mao Barros e Victor Guy. A Internet e a mente. In:
Época Negócios,abr./2010, p. 82 (com adaptações).
Questão 62: Conclui-se da leitura do texto que a diferença entre o cérebro 
de uma pessoa alfabetizada e o de um analfabeto é geneticamente 
determinada. 
Comentário: A interpretação da afirmação da questão já nos mostra a 
incoerência com o texto. 
Como a diferença será geneticamente determinada do alfabetizado e do 
analfabeto se isso só pode ocorrer depois de alguns anos de vida? 
Partindo-se, logicamente, de que aquilo que é geneticamente 
determinado ocorre desde o nascimento. 
Gabarito: E 
Questão 63: Infere-se da leitura do texto que, no futuro, o modo de pensar 
das pessoas será diferente do atual. 
Comentário: Perceba que a questão aborda de maneira geral, mais ampla. 
Veja que no texto há um trecho que confirma a alteração no futuro no nosso 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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modo de pensar. Veja: “A indicação inicial é a de que, sim, a rede está alterando 
a forma como pensamos e, possivelmente, até a estrutura do cérebro humano.” 
Gabarito: C 
Questão 64: Deduz-se das informações do texto que pessoas que fazem uso 
frequente da rede mundial de computadores estão aptas a ocupar cargos de 
direção de empresas, dado o alto grau de desenvolvimento de sua capacidade 
de tomar decisões. 
Comentário: Perceba que no texto foi informado que houve uma pesquisa 
em que se registrou que houve “maior atividade na área de tomada de decisões e 
raciocínio complexo no cérebro das pessoas acostumadas à tecnologia”. Daí a inferir 
que essas pessoas estão aptas a ocupar altos cargos em empresas é um passo 
muito largo e sem consequência coerente no texto. 
Gabarito: E 
Questão 65: Pesquisas científicas comprovam que o uso constante da 
Internet e o aprendizado da leitura afetam, de forma análoga, o cérebro. 
Comentário: As pesquisas elencadas no texto não comprovaram que o uso 
constante da Internet e o aprendizado da leitura afetam, de forma análoga, o 
cérebro. Foi apenas informado que “Estudos de neurociência já demonstraram que 
aprender a ler, especialmente na infância, altera a anatomia do cérebro e engrossa 
uma estrutura chamada corpo caloso...”. 
Portanto, a questão está errada. 
Gabarito: E 
Questão 66: Depreende-se da leitura do texto que o cérebro de uma pessoa 
alfabetizada na fase adulta não sofre alterações advindas desse aprendizado. 
Comentário: A banca queria que o candidato percebesse a expressão 
“especialmente na infância”. Com base nela, podemos entender que isso não 
ocorre categoricamente só na infância. Há uma brecha que nos faz interpretar 
que pode ocorrer também na fase adulta. 
Gabarito: E 
O que devo tomar nota como mais importante? 
• Entender as diferenças dos tipos de texto. 
• Saber que, mesmo os dados não estando explícitos, haverá vestígios no 
texto que confirmem a correta interpretação. 
• Cuidado com as palavras categóricas e com a extrapolação do texto. 
Até nosso próximo encontro! 
Grande abraço. 
Terror 
Lista de questões 
Questão 1: TJ - RR / 2006 / Superior 
Na época atual, embora a avareza ou o ócio devam continuar 
merecendo a nossa condenação, no seio dos detentores da riqueza (ou dos 
que se proponham a alcançá-la), há uma figura digna de ser exaltada: o 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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empresário. Pela razão muito simples de que agora estamos diante de uma 
sociedade de abundância (ao contrário da sociedade primitiva, vitimada pela 
escassez) e a única maneira de a imensa maioria ter acesso à variada gama 
de bens e serviços disponíveis na sociedade é por intermédio do emprego. E 
ainda que a busca da riqueza pelo empresário não vise diretamente ao bem-
estar geral, ao propiciar novos empregos, ele está desempenhando função 
primordial na economia. 
Antonio Paim. Op. cit., p.290 ( com adaptações).
Em relação às idéias do texto, assinale a opção correta. 
(A) A avareza e o ócio são características da época a que o texto se refere. 
(B) No seio dos detentores da riqueza, o empresário é o símbolo da avareza. 
(C) O emprego permite que a maioria tenha acesso aos bens e serviços 
disponíveis na sociedade. 
(D) Ao propiciar novos empregos, o empresário visa diretamente ao bem-
estar geral da sociedade. 
IPEA / 2008 / Superior 
Enquanto outros países em desenvolvimento, como China, Índia e 
Coréia, investem na formação de pesquisadores e se transformam em 
produtores de conhecimentos que dinamizam suas economias, o Brasil não 
consegue eliminar o fosso que separa as instituições de pesquisa das 
empresas privadas, nem aumentar o volume de investimentos em pesquisa e 
desenvolvimento. Vai ficando para trás em uma corrida decisiva para sua 
inserção em um mundo cada vez mais competitivo, sobretudo nos segmentos 
mais dinâmicos da indústria, como o da microeletrônica. 
Estudo do consultor do Banco Mundial Alberto Rodríguez, publicado pela 
Confederação Nacional da Indústria, confirma que, apesar do conhecido 
diagnóstico sobre o atraso do país na área tecnológica, pouco se faz de prático 
para superar o problema. 
Os pesquisadores brasileiros publicam seus trabalhos em um volume 
aceitável — eles respondem por cerca de 2% dos artigos científicos das 
principais publicações internacionais —, mas os resultados práticos das 
pesquisas são modestos. O Brasil responde por apenas 0,18% do total de 
patentes registradas no mundo. 
“Há a necessidade de que a pesquisa feita na universidade e nos 
laboratórios seja menos teórica e mais voltada para aplicações práticas”, diz 
Rodríguez. “E o setor privado precisa investir mais em pesquisa e 
desenvolvimento.” 
O Estado de S. Paulo, Editorial, 1.º/10/2008 (com adaptações).
Questão 2: Infere-se das informações do texto que todos os trabalhos 
publicados pelos pesquisadores brasileiros em periódicos internacionais se 
transformam em patentes registradas ou em aplicações práticas. 
Questão 3: Depreende-se das idéias do texto que a aproximação entre as 
instituições de pesquisa e as empresas privadas seria prejudicial ao 
desenvolvimento tecnológico do país, pois restringiria o campo de pesquisa 
aos interesses econômicos e comerciais. 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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IPEA / 2008 / Superior 
No Brasil, apenas 19% dos estudantes das faculdades estão 
matriculados nas áreas de ciências e engenharia. No Chile, são 33% e na 
China, 53%. 
Não surpreende que, como mostraram o físico Roberto Nicolsky e o 
engenheiro André Korottchenko de Oliveira, em artigo publicado 
recentemente, o Brasil venha caindo na classificação dos países que mais 
registram patentes no escritório norte-americano que cuida do assunto, o 
USPTO (sigla do nome em inglês). Há anos, o Brasil vem sendo superado 
pelos países asiáticos, que centraram as políticas de apoio à inovação em 
áreas de grande impacto sobre diferentes cadeias produtivas, como a 
microeletrônica. Trata-se, como dizem os autores, de um “setor transversal 
que agrega valor à tecnologia de outras indústrias”. 
O Estado de S. Paulo, Editorial, 1.º/10/2008.
Questão 4: A expressão “Não surpreende” (linha 4) introduz um fato que 
funciona como argumento de oposição às informações apresentadas no 
parágrafo anterior. 
Questão 5: Pelas informações do texto, depreende-se que o setor de 
microeletrônica contribui para o desenvolvimento de produtos de diversas 
indústrias e, portanto, o investimento e o apoio à inovação nessa área 
estimulam o crescimento econômico. 
Questão 6: Tribunal de Justiça - SE / 2006 / nível superior 
Fragmento do texto: Os objetivos perseguidos pelas entidades 
representativas de notáriose registradores bandeirantes são o 
aperfeiçoamento dos serviços, a harmonização de procedimentos, buscando 
uma regulação uniforme nas atividades notariais e registrais. 
A referência aos “objetivos perseguidos” faz parte de uma passagem 
descritiva do texto. 
Questão 7: Médico Perito INSS / 2009 / nível superior 
A Revolta da Vacina 
O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma 
cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como febre 
amarela, varíola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam questão de 
anunciar que não parariam no porto carioca e os imigrantes recém-chegados da 
Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas. 
Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves 
instituiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da 
República. Para assumir a frente das reformas, nomeou Francisco Pereira Passos para 
o governo municipal. Este, por sua vez, chamou os engenheiros Francisco Bicalho 
para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no centro. Rodrigues 
Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento. 
O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de 
casarões e cortiços e o consequente despejo de seus moradores. A população 
apelidou o movimento de o “bota-abaixo”. O objetivo era a abertura de grandes 
bulevares, largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares. 
Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade 
espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o 
alvo foram os mosquitos transmissores da febre amarela. 
Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei 
de vacinação obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autoritário e 
violento, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeitavam a 
exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo. 
A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente 
insatisfeito com o “bota-abaixo” e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante 
uma semana, enfrentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido com 
violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a 
recém-reconstruída cidade do Rio de Janeiro em uma praça de guerra, onde foram 
erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados. 
Internet: <www.ccs.saude.gov.br> (com adaptações). 
O texto faz um histórico da Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro, 
mostrando explicitamente o ponto de vista do autor acerca do tema. 
Questão 8: O texto apresenta marcadores que evidenciam a progressão da 
narrativa, tais como “Ao mesmo tempo” e “Finalmente”. 
Questão 9: Tribunal de Justiça - SE / 2006 / nível superior 
Fragmento do texto: O Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (IRIB), 
seção de São Paulo, em parceria com o Colégio Notarial do Brasil, também 
seção de São Paulo, e com o apoio da Corregedoria-Geral da Justiça de São 
Paulo, congrega esforços para promover e realizar seminários de direito 
notarial e registral no estado, visando o aperfeiçoamento técnico de notários e 
registradores e a reciclagem de prepostos e profissionais que atuam na área. 
Os objetivos perseguidos pelas entidades representativas de notários e 
registradores bandeirantes são o aperfeiçoamento dos serviços, a 
harmonização de procedimentos, buscando uma regulação uniforme nas 
atividades notariais e registrais. O IRIB e o Colégio Notarial sentem-se 
orgulhosos de poder contribuir com o desenvolvimento das atividades 
notariais e registrais do estado. 
Pela estrutura do texto, narrativo por excelência, depreende-se que se trata 
da notícia de um evento que provavelmente irá ocorrer no estado de São 
Paulo. 
Questão 10: TRE - MA / 2006 / nível superior 
Texto: 
Para que a democracia seja efetiva, é necessário que as pessoas se 
sintam ligadas aos seus concidadãos e que essa ligação se manifeste por meio 
de um conjunto de organizações e instituições extramercado. Uma cultura 
política atuante precisa de grupos comunitários, bibliotecas, escolas públicas, 
associações de moradores, cooperativas, locais para reuniões públicas, 
associações voluntárias e sindicatos que propiciem formas de comunicação, 
encontro e interação entre os concidadãos. 
A democracia neoliberal, com sua idéia de mercado “über alles”, nunca 
leva em conta essa atuação. Em vez de cidadãos, ela produz consumidores. 
Em vez de comunidades, produz shopping centers. O que sobra é uma 
sociedade atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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socialmente impotentes. 
Em suma, o neoliberalismo é o inimigo primeiro e imediato da 
verdadeira democracia participativa, não apenas nos Estados Unidos, mas em 
todo o planeta, e assim continuará no futuro previsível. 
Assinale a opção que está de acordo com as ideias do texto. 
A) O setor econômico da sociedade inibe qualquer iniciativa de se construir 
uma cultura política verdadeiramente democrática. 
B) A democracia neoliberal, ao desprezar as ações da sociedade civil 
organizada, reduz a condição política do cidadão a um plano mínimo. 
C) É previsível que, em um futuro próximo, o neoliberalismo evolua para uma 
democracia extramercado. 
D) A política neoliberal produz um tipo de democracia voltada, 
exclusivamente, para a defesa dos interesses do consumidor. 
E) Os sindicatos destacam-se das demais instituições associativas por 
promover a interação entre seus associados. 
Questão 11: Assinale a opção correta com referência à tipologia do texto. 
A) O produtor do texto apresenta, em narrativa concisa, a trajetória 
contemporânea da democracia neoliberal em direção a um futuro 
previsível. 
B) Trata-se de texto expositivo, de caráter intimista, em que o autor 
apresenta suas impressões pessoais a respeito do neoliberalismo e da 
influência norte-americana sobre o futuro da humanidade. 
C) Em um texto eminentemente descritivo, o autor estabelece, de modo 
subjetivo, um paralelo entre dois tipos de democracia cujas ações 
atendem, de modo diferenciado, aos interesses populares. 
D) No texto, identifica-se uma parte narrativa, em que o autor relata o 
surgimento da democracia neoliberal, e outra descritiva, por meio da qual 
o produtor enumera, objetivamente, as características da democracia 
participativa. 
E) O texto caracteriza-se como dissertativo-argumentativo, no qual o autor, 
contrapondo dois tipos de sistema político, manifesta-se contra os efeitos 
nocivos de um sobre o outro. 
Questão 12: TRE - MT / 2009 / Médio 
Diariamente, milhões de pessoas em todo o mundo conectam-se à 
Internet e mais de doze milhões de e-mails são enviados. Isso sem se 
mencionar o número de negócios fechados e o dinheiro movimentado. Com o 
advento do computador e, mais tarde, da Internet, as informações e os 
grandes negócios acontecem com uma velocidade impressionante. Resultado 
de um mundo globalizado, em que a informação se transformou na moeda 
corrente. E, quando o assunto é informação, ou seja, transmitir informações, 
nada melhor do que utilizar a tecnologia. A cada dia, mais e mais serviços são 
disponibilizados por empresas para que as pessoas interessadas tenham 
acesso à informação de maneira rápida e eficaz. 
Internet: <www.caieiraspress.com.br> (com adaptações).
O texto em questão é, predominantemente, 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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(A) narrativo. 
(B) descritivo. 
(C) dissertativo. 
(D) dialógico. 
(E) instrucional. 
Questão 13: TJ - RR / 2006 / Superior 
Todo povo tem na sua evolução, vista a distância, um certo “sentido”. 
Esse se percebe não nos pormenores de sua história, mas no conjunto dos 
fatos e acontecimentos essenciais que a constituem em um largo período de 
tempo. Quem observa aquele conjunto, desbastando-o do cipoal de incidentes 
secundários que o acompanham sempre e o fazem, muitas vezes, confuso e 
incompreensível, não deixará de perceber que ele se forma de uma linha 
mestra e ininterrupta de acontecimentos que se sucedem em ordem rigorosa, 
e dirigida sempre em uma determinada orientação. É isto que se deve, antes 
de mais nada, procurar quando se aborda a análise da história de um povo, 
seja, aliás, qual for o momento ou o aspecto dela que interesse, porque todos 
os momentos e aspectos não são senão partes, por si só incompletas, de um 
todo que deve ser sempre o objetivo do historiador, por mais particularista 
que seja. 
Caio Prado Júnior. Op. cit., p. 1.130 (com adaptações).
Como se trata de tema relativo à história, o texto é predominantemente 
narrativo. 
ANNEL / 2010 / Médio 
Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES) estima que, nos próximos quatro anos, os investimentos na indústria 
brasileira chegarão a R$ 500 bilhões, um valor 60% maior do que os R$ 311 
bilhões investidos entre 2005 e 2008 (o banco não incluiu 2009, pois ainda 
não dispõe de dados consolidados do ano passado). 
O estudo aponta forte concentração dos investimentos na exploração de 
petróleo e gás, não tanto no pré-sal, mas, especialmente, na cadeia 
econômica ligada ao óleo, como a indústria naval e a de fabricação de 
plataformas. Trata-se de um investimento que estimula outros setores da 
economia. 
Mas o BNDES prevê também fortes investimentos em setores voltados 
para atender à demanda interna, entre os quais o automobilístico. 
O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações).
Questão 14: Trata-se de texto subjetivo e pessoal, em que o autor explicita 
sua opinião individual. 
Questão 15: Infere-se das informações do texto que o investimento na 
exploração de combustíveis fósseis e na cadeia econômica associada a essa 
atividade influencia o desenvolvimento de outras áreas da economia. 
 
Questão 16: DPU / 2010 / Médio 
Não se consegue imaginar uma nação forte, ou que tenha aspirações de 
ser um país de ponta no mundo, se ela tiver muita gente sem ocupação. Os 
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números do emprego, relativos ao primeiro trimestre de 2010, são uma 
animadora mostra do bom momento vivido pelo Brasil, que dá mostras 
seguidas de ter superado em definitivo qualquer resquício de consequência da 
crise econômica global. Foi um total de 657,3 mil novos postos de trabalho 
formais, ou seja, com carteira assinada, entre os meses de janeiro e março. 
Isso significa o melhor desempenho para esse período desde o início da série 
histórica. Significa ainda um crescimento de 19% em relação ao primeiro 
trimestre de 2008, que já havia sido um recorde. 
Jornal do Brasil, Editorial, 19/4/2010 (com adaptações).
Predomina no trecho o tipo textual narrativo. 
Questão 17: TRE - AP / 2007 / Médio 
Para mostrar a importância do voto aos 16 anos de idade, a União 
Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) realizou a campanha Te liga 
16 — O Brasil só ganha se você tiver esse título. O objetivo da campanha foi 
conscientizar os jovens de 16 anos da responsabilidade do voto e da 
participação política. “Votar aos 16 anos é despertar uma consciência cidadã. 
Ficar em casa reclamando que política é ruim não está com nada. Está na hora 
de não só pensar, mas de decidir”, disse o professor Pedro. 
A presidenta da Comissão de Educação da Câmara de Vereadores de 
Porto Alegre completou a introdução do professor, chamando a atenção dos 
estudantes para o poder de decisão que eles têm. “Somos 33 milhões de 
brasileiros entre 16 e 24 anos. A juventude brasileira, se unida, é suficiente 
para mudar qualquer coisa neste país.” 
Internet: <www.maristas.org.br> (com adaptações).
Assinale a opção correta a respeito das idéias apresentadas no texto e da 
tipologia textual. 
(A) O texto é fragmento de uma notícia e se estrutura em duas partes: uma 
expositiva e outra argumentativa. 
(B) O texto é uma descrição retirada de um texto publicitário, destinado a 
convencer os adolescentes a votarem. 
(C) O texto narra episódios políticos que aconteceram antes das eleições para 
a chefia da UBES. 
(D) O texto tem estrutura dissertativa, sendo as passagens entre aspas 
transcrições de discursos contrários às eleições aos 16 anos. 
(E) No primeiro parágrafo, predomina a estrutura descritiva, mas, no 
segundo, sobressai a narrativa. 
INCA / 2010 / Médio 
Criada em 1983 pela doutora Zilda Arns, a Pastoral da Criança monitora 
atualmente cerca de 2 milhões de crianças de até 6 anos de idade e 80 mil 
gestantes, com presença em mais de 3,5 mil municípios em todo o país, 
graças à colaboração de 155 mil voluntários. A importância da Pastoral é 
palpável: a média nacional de mortalidade infantil para crianças de até 1 ano, 
que é de 22 indivíduos por mil nascidos vivos, cai para 12 por mil nos lugares 
atendidos pela instituição. Na primeira experiência da Pastoral, em 
Florestópolis, no Paraná, a mortalidade infantil despencou de 127 por mil 
nascimentos para 28 por mil — em apenas um ano. Sua metodologia é 
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simples — por meio de conversas frequentes com a família, o voluntário 
receita cuidados básicos para evitar que a criança morra por falta de 
conhecimento, como os hábitos de higiene, a administração do soro caseiro e 
a adoção da farinha de multimistura na alimentação, que se tornou uma 
solução simples e emblemática contra a desnutrição. Mas o seu segredo é um 
só: a persistência. 
Jornal do Commercio (PE), Editorial, 20/1/2010 (com adaptações).
Questão 18: Depreende-se das informações do texto que os lugares não 
atendidos pela Pastoral da Criança apresentam média de mortalidade infantil 
para crianças de até 1 ano maior que a dos lugares em que a Pastoral atua. 
Questão 19: Esse texto é predominantemente narrativo. 
INCA / 2010 / Médio 
A disseminação do vírus H1N1, causador da gripe denominada Influenza 
A, ocorre, principalmente, por meio das gotículas expelidas na tosse e nos 
espirros, do contato com as mãos e os objetos manipulados pelos doentes e 
do contato com material gastrointestinal. O período de incubação vai de dois a 
sete dias, mas a maioria dos pacientes pode espalhar o vírus desde o primeiro 
dia de contaminação, antes mesmo do surgimento dos sintomas, e até 
aproximadamente sete dias após seu desaparecimento. Adverte-se, pois, que 
as precauções com secreções respiratórias são de importância decisiva, 
motivo pelo qual são recomendados cuidados especiais com a higiene e o 
isolamento domiciliar ou hospitalar, segundo a gravidade de cada caso. 
Diário do Nordeste (CE), Editorial, 11/1/2010.
Questão 20: Depreende-se das informações do texto que, assim que 
desaparecem os sintomas, não há mais possibilidade de que o paciente 
contagie outra pessoa com o vírus H1N1. 
Questão 21: Esse texto é predominantemente dissertativo. 
Questão 22: SEAD - PA / 2007 / Superior 
Heróis de bronze e heróis de carne e osso 
Houve época em que nos bancos escolares se aprendia a cultuar os 
chamados heróis da pátria. Figuras como Tiradentes, dom Pedro I, Duque de 
Caxias ea princesa Isabel, entre outros, eram pintados como patriotas 
exemplares e seres imaculados. Visões hegemônicas forjam mitos históricos. 
Se a Holanda tivesse vencido os portugueses no Nordeste no século 
XVII, nosso herói não seria Matias de Albuquerque, mas Domingos Fernandes 
Calabar, senhor de terras e contrabandista que traiu os portugueses e se 
passou para o lado dos batavos. 
Tiradentes, contudo, é o mais poderoso e universal dos nossos mitos. 
Pesquisas recentes revelaram um personagem contraditório, imperfeito, ao 
contrário do que pretende a história oficial. Demasiado humano, demasiado 
brasileiro. Felizmente um herói em carne e osso, não o modelo de virtude 
perpetuado em sombrias estátuas de bronze. 
Cláudio Camargo. Istoé. “Opinião e idéias”, 18/4/2007, p. 50 (com adaptações).
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Assinale a opção em que o trecho apresentado contém a tese, ou seja, a idéia 
básica sobre a qual se desenvolvem as outras idéias e as exemplificações do 
texto. 
(A) “nos bancos escolares se aprendia a cultuar os chamados heróis da pátria” 
(linhas 1 e 2) 
(B) “Visões hegemônicas forjam mitos históricos” (linha 4) 
(C) “Tiradentes, contudo, é o mais poderoso e universal dos nossos mitos” 
(linha 9) 
(D) “Felizmente um herói em carne e osso” (linha 14) 
Questão 23: TRE - ES/ 2011 / Superior 
No Brasil, a tradição política no tocante à representação gira em torno 
de três ideias fundamentais. A primeira é a do mandato livre e independente, 
isto é, os representantes, ao serem eleitos, não têm nenhuma obrigação, 
necessariamente, para com as reivindicações e os interesses de seus eleitores. 
O representante deve exercer seu papel com base no exercício autônomo de 
sua atividade, na medida em que é ele quem tem a capacidade de 
discernimento para deliberar sobre os verdadeiros interesses dos seus 
constituintes. A segunda ideia é a de que os representantes devem exprimir 
interesses gerais, e não interesses locais ou regionais. Os interesses nacionais 
seriam os únicos e legítimos a serem representados. A terceira ideia refere-se 
ao princípio de que o sistema democrático representativo deve basear-se no 
governo da maioria. Praticamente todas as leis eleitorais que vigoraram no 
Brasil buscaram a formação de maiorias compactas que pudessem governar. 
Gilberto Bercovici. A origem do sistema eleitoral proporcional
no Brasil. In: Estudos Eleitorais, TSE, vol. 5, n.º 2, 2010, p. 53.
Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações ) .
Nesse fragmento de texto, o tópico frasal corresponde ao primeiro período. 
TRE - ES/ 2011 / Superior 
Convocada por D. Pedro em junho de 1822, a constituinte só seria 
instalada um ano mais tarde, no dia 3 de maio de 1823, mas acabaria 
dissolvida seis meses depois, em 12 de novembro. 
Os membros da constituinte eram escolhidos por meio dos mesmos 
critérios estabelecidos para a eleição dos deputados às cortes de Lisboa. Os 
eleitores eram apenas os homens livres, com mais de vinte anos e que 
residissem por, pelo menos, um ano na localidade em que viviam, e 
proprietários de terra. Cabia a eles escolher um colégio eleitoral, que, por sua 
vez, indicava os deputados de cada região. Estes tinham de saber ler e 
escrever, possuir bens e virtudes. Em uma época em que a taxa de 
analfabetismo alcançava 99% da população, só um entre cem brasileiros era 
elegível. Os nascidos em Portugal tinham de estar residindo por, pelo menos, 
doze anos no Brasil. Do total de cem deputados eleitos, só 89 tomaram posse. 
Era a elite intelectual e política do Brasil, composta de magistrados, membros 
do clero, fazendeiros, senhores de engenho, altos funcionários, militares e 
professores. Desse grupo, sairiam mais tarde 33 senadores, 28 ministros de 
Estado, dezoito presidentes de província, sete membros do primeiro conselho 
de Estado e quatro regentes do Império. 
O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 1808, havia 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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sido remodelada pelo vice-rei conde dos Arcos para abrigar parte da corte 
portuguesa de D. João. No dia da abertura dos trabalhos, D. Pedro chegou ao 
prédio em uma carruagem puxada por oito mulas. Discursou de cabeça 
descoberta, o que, por si só, sinalizava alguma concessão ao novo poder 
constituído nas urnas. A coroa e o cetro, símbolos do seu poder, também 
foram deixados sobre uma mesa. 
Laurentino Gomes. 1822. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2010, p. 213-16 (com adaptações).
Questão 24: No primeiro parágrafo do texto, o autor resume a história da 
assembleia constituinte de 1822. 
Questão 25: Se os primeiros dois parágrafos fossem reunidos em um só, o 
primeiro parágrafo original corresponderia a uma sentença tópico, e o 
segundo parágrafo original, ao desenvolvimento desse novo parágrafo. 
Questão 26: De acordo com o texto, portugueses recém-chegados ao Brasil 
que possuíssem riquezas e virtudes poderiam, mediante concessão especial, 
tornar-se membros da constituinte. 
Questão 27: PM - DF / 2009 / Superior 
Ética, cidadania e segurança pública são valores entrelaçados. Não pode 
haver efetiva vigência da cidadania em uma sociedade que não se guie pela 
ética. Não vigora a ética onde se suprima ou se menospreze a cidadania. A 
segurança pública é direito do cidadão, é requisito de exercício da cidadania. A 
segurança pública é também um imperativo ético. 
A luta pela ética, pela construção da cidadania e pela preservação da 
segurança pública não constitui dever exclusivo do Estado. Cabe ao povo, às 
instituições sociais, às comunidades, participar desse processo político de 
sedimentação de valores tão essenciais à vida coletiva. 
Internet: <www.dhnet.org.br> (com adaptações).
Esse texto é predominantemente narrativo. 
TRE - AL / 2004 / Superior 
Apostando na leitura 
1 
5 
10 
Se a chamada leitura do mundo se aprende por aí, na tal escola 
da vida, a leitura de livros carece de aprendizado mais regular, que 
geralmente acontece na escola. Mas leitura, quer do mundo, quer de 
livros, só se aprende e se vivencia, de forma plena, coletivamente, em 
troca contínua de experiências com os outros. É nesse intercâmbio de 
leituras que se refinam, se reajustam e se redimensionam hipóteses de 
significado, ampliando constantemente a nossa compreensão dos 
outros, do mundo e de nós mesmos. Da proibição de certos livros (cuja 
posse poderia ser punida com a fogueira) ao prestígio da Bíblia, sobre a 
qual juram as testemunhas em júris de filmes norte-americanos, o livro, 
símbolo da leitura, ocupa lugar importante em nossa sociedade. Foi o 
texto escrito, mais que o desenho, a oralidade ou o gesto, que o mundo 
ocidental elegeu como linguagem que cimenta a cidadania, a 
sensibilidade, o imaginário. É ao texto escrito que se confiam as 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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45 
produções de ponta da ciência e da filosofia; é ele que regula os direitos 
de um cidadão para com os outros, de todos para com o Estado e vice-
versa. Pois a cidadania plena, em sociedades como a nossa, só é 
possível — se e quando ela é possível — para leitores. Por isso, a escola 
é direito de todos e dever do Estado: uma escola competente, como 
precisam ser os leitores que ela precisa formar. Daí, talvez, o susto com 
que se observa qualquer declínio na prática de leitura, principalmente 
dos jovens, observação imediatamente transformada em diagnóstico de 
uma crise da leitura, geralmente encarada como anúncio do apocalipse, 
da derrocada da cultura e da civilização.Que os jovens não gostem de 
ler, que lêem mal ou lêem pouco é um refrão antigo, que de salas de 
professores e congressos de educação ressoa pelo país afora. Em tempo 
de vestibular, o susto é transportado para a imprensa e, ao começo de 
cada ano letivo, a terapêutica parece chegar à escola, na oferta de 
coleções de livros infantis, juvenis e paradidáticos, que apregoam 
vender, com a história que contam, o gosto pela leitura. Talvez, assim, 
pacifique corações saber que desde sempre — isto é, desde que se 
inventaram livros e alunos — se reclama da leitura dos jovens, do 
declínio do bom gosto, da bancarrota das belas letras! Basta dizer que 
Quintiliano, mestre-escola romano, acrescentou a seu livro uma 
pequena antologia de textos literários, para garantir um mínimo de 
leitura aos estudantes de retórica. No século I da era cristã! Estamos, 
portanto, em boa companhia. E temos, de troco, uma boa sugestão: se 
cada leitor preocupado com a leitura do próximo, sobretudo leitores-
professores, montar sua própria biblioteca e sua antologia e contagiar 
por elas outros leitores, sobretudo leitores-alunos, por certo a prática de 
leitura na comunidade representada por tal círculo de pessoas terá um 
sentido mais vivo. E a vida será melhor, iluminada pela leitura solidária 
de histórias, de contos, de poemas, de romances, de crônicas e do que 
mais falar a nossos corações de leitores que, em tarefa de amor e 
paciência, apostam no aprendizado social da leitura. 
Marisa Lajolo. Folha de S. Paulo, 19/9/1993 (com adaptações).
Questão 28: O texto, de natureza dissertativa, poderia ser corretamente 
reestruturado em um mínimo de três parágrafos. 
Questão 29: Considerando a possibilidade de divisão do texto em parágrafos, 
o primeiro deles apresentaria o tema a ser desenvolvido e se estenderia até 
“mesmos” (linha 8). 
Questão 30: Ao afirmar que “a escola é direito de todos e dever do Estado” 
(linhas 18 e 19), Marisa Lajolo exime a família de participar do processo de 
formação das crianças na educação básica. 
Questão 31: A autora circunscreve o assunto, principalmente, à realidade 
social brasileira, pondo em destaque a leitura do texto escrito. 
Questão 32: Desde os tempos narrados na Bíblia, o livro ocupa lugar de 
destaque na sociedade ocidental. 
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Questão 33: Temporariamente, a valorização da leitura dos jovens deixa de 
ser foco das discussões, para reaparecer, depois, em épocas próximas aos 
vestibulares. 
Questão 34: Segundo Marisa Lajolo, o desinteresse pela leitura é um 
problema antigo, que coincidiu com o advento dos modernos veículos de 
comunicação e aumentou com o surgimento da Internet. 
Questão 35: A relação da leitura com a cidadania ocorre na medida em que 
os cidadãos letrados têm mais domínio dos problemas contextuais que dos 
textuais. 
Questão 36: A autora põe em dúvida a possibilidade de existência de uma 
cidadania plena desvinculada da leitura. 
TRE - RS / 2003 / Superior 
A soberania popular não deve ser, apenas, mais uma peça de retórica. 
Deve ser um meio eficaz, por intermédio do qual o povo exerça plenamente 
seus direitos e prerrogativas constitucionais e legais. 
Na época de implementação dos direitos sociais, como o direito de 
moradia, de trabalhar, de viver decentemente, não é mais possível a inclusão 
de normas programáticas no texto da Constituição da República. 
Há necessidade de que os princípios e as normas constitucionais sejam 
eficazes, produzindo, de logo, os efeitos jurídicos que todos esperam. 
Não há, evidentemente, direitos sem garantia. Não basta também a 
Constituição proclamar uma série de direitos e garantias, se estes e estas não 
se podem concretizar. 
Paulo Lopo Saraiva. A soberania popular e as garantias constitucionais.
In: Introdução crítica ao direito, p.141-2 (com adaptações).
Questão 37: Infere-se que o autor coloca a soberania popular como um 
objetivo mais fácil de ser atingido que o estabelecimento de direitos. 
Questão 38: Infere-se que direitos eficazes são aqueles com garantias. 
Questão 39: Infere-se que normas programáticas devem ser substituídas 
pela implementação de direitos sociais. 
Questão 40: Infere-se que a eficácia de princípios e normas constitucionais 
está diretamente ligada aos efeitos jurídicos que produzem. 
Questão 41: Infere-se que a concretização de direitos e garantias resulta de 
sua proclamação na Constituição. 
SESA - ES / 2011 / Superior 
No Brasil, a coleta de materiais recicláveis, tais como latinhas, garrafas 
pet, papelão, papel, isopor, nem sempre é vista com o respeito devido. Claro 
que existem exceções, mas muita gente reclama das carroças que atrapalham 
o trânsito, e, mesmo quando param para descansar ou recolher material, os 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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catadores são vistos com desconfiança ou desdém. O mais complicado é fazer 
determinadas pessoas enxergarem nessa atividade um trabalho árduo e 
extremamente útil. São homens e mulheres anônimos que contribuem para o 
milagre da transformação do lixo, que entope bueiros, suja as ruas e vai parar 
nos rios, em matéria útil que volta para a cadeia produtiva em forma de 
insumo para novos produtos. 
Mesmo com a atividade desses trabalhadores, que travam uma luta 
diária pela sobrevivência, repousa, no fundo de muitos rios brasileiros, a 
exemplo dos rios Tietê e Pinheiros, em São Paulo, uma colossal quantidade de 
lixo composta de todo o tipo de materiais, inclusive sofás e geladeiras, e 
sujeiras de toda a espécie despejados pelas pessoas. Os especialistas 
consideram que uma das principais razões da ocorrência de enchentes é 
exatamente a ausência de vazão dos nossos principais rios, em cujos leitos há 
enorme quantidade de sedimentos. 
Reinaldo Canto. Fim de ponto de coleta é
retrocesso injustificável. Internet:
<www.cartacapital.com.br> (com adaptações).
Questão 42: Depreende-se do texto que, no Brasil, parte do problema das 
enchentes deve-se ao descarte indevido do lixo, o que demonstra a 
necessidade do trabalho desenvolvido pelos catadores de lixo, atividade ainda 
menosprezada por muitas pessoas. 
Questão 43: Esse texto caracteriza-se como predominantemente 
dissertativo-argumentativo. 
SESA - ES / 2011 / Superior 
A pesquisa biomédica passou do amadorismo e voluntarismo à seriedade 
e ao profissionalismo necessários à projeção do Brasil no cenário mundial. 
Nenhum país que pretenda ser potência mundial pode deixar de criar e 
ampliar seu parque científico. As pesquisas, em geral, e a biomédica, em 
particular, vêm-se beneficiando da estabilidade econômica alcançada nos 
últimos quinze anos, além da criação dos fundos setoriais de ciência e 
tecnologia e da consolidação do financiamento estadual pelas fundações de 
apoio à pesquisa. Mas ainda falta muito a ser feito. Apesar da melhora, o 
Brasil ainda tem um longo caminho a seguir para ser competitivo. Nos últimos 
oito anos, o volume de recursos do Ministério da Saúde, que vem aumentando 
progressivamente, aproximou-se dos 200 milhões de reais ao ano, 
incentivando setores da pesquisa específicos e complementares aos que 
recebem o apoio tradicional das agências de fomento. 
Riad Younes. Pesquisa em saúde. Internet:
<www.cartacapital.com.br> (com adaptações).
Questão 44: Infere-se do texto que, no Brasil, a pesquisa biomédica, 
importante fator de desenvolvimento científico do país, embora receba cada 
vez mais recursos do poder público, ainda não atingiu o patamar ideal de 
competitividade em relação aos países desenvolvidos. 
Questão 45: Da afirmação contida no primeiro período do texto infere-se que 
a criação e a implantação de instrumentoslegais obrigaram o Estado a 
exercer o seu papel regulador, o que tornou a pesquisa biomédica séria e 
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profissional. 
Questão 46: TSE / 2006 / Superior 
A ética é o dia-a-dia de uma sociedade. Sociedades não existem no 
abstrato: elas precisam de alguma espécie de cimento que mantenha as suas 
peças bem-ajustadas e sólidas. Antigamente, esse cimento era fornecido pelos 
valores religiosos. Uma das diferenças entre o Ocidente moderno e os países 
islâmicos é que lá o cimento continua a ser religioso; enquanto aqui, chegou-
se à conclusão de que era melhor laicizar a política, deixando as crenças para 
a consciência ou a convicção de cada um. 
E assim, o que nos mantém unidos em torno deste ou daquele projeto 
político é a idéia — concreta ou difusa — de uma ética; de um tipo de 
comportamento que preste homenagem a certos princípios. Esses princípios 
poderiam ser resumidos em um só: o da coisa pública. 
O Globo, 30/11/2006, p. 6 (com adaptações).
Em relação às idéias do texto acima, assinale a opção correta. 
(A) O cimento que mantém a sociedade ocidental bem-ajustada e sólida são 
os valores religiosos. 
(B) Os países islâmicos laicizaram a política em busca de um princípio ético. 
(C) O princípio da coisa pública resume os princípios a que uma ética que 
embasa um projeto político presta homenagem. 
(D) Os países islâmicos relegam as crenças à consciência ou à convicção de 
cada um. 
TRE - ES/ 2011 / Superior 
Um dos problemas mais significativos da democracia representativa 
brasileira, preexistente à Constituição de 1988, mas mantido por ela, é a 
distorção da representação das unidades federadas na Câmara dos 
Deputados. Trata-se de assunto cuja importância e mesmo centralidade não 
podem ser desprezadas: princípio basilar da democracia representativa é o 
voto de cada pessoa ter o mesmo peso eletivo. O atual sistema permite que o 
voto de um cidadão seja dezenas de vezes mais significativo, nas eleições 
para a Câmara, do que o voto de outro. Essa situação é incompatível com o 
aperfeiçoamento democrático de nosso regime político. 
A Constituição brasileira (art. 45, caput) determina que a representação 
dos estados na Câmara dos Deputados seja proporcional à população. 
Entretanto, a seguir, estabelece piso e teto dessa representação (oito e 
setenta deputados, respectivamente), que implicam a negação dessa 
proporcionalidade. 
Octaciano Nogueira, em trabalho a respeito do tema, parte da premissa 
de que essa distorção “não é obra do regime militar, que, na verdade, se 
utilizou desse expediente, como de inúmeros outros, para reforçar a Arena, 
durante o bipartidarismo; sua origem remonta à Constituinte de 1890, 
quando, por sinal, o problema foi exaustivamente debatido; a partir daí, 
incorporou-se à tradição de nosso direito constitucional legislado, em todas as 
subsequentes constituições; e o princípio, portanto, estabelecido durante as 
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fases democráticas sob as quais viveu o País e mantido sempre que se 
restaurou o livre debate, subsequente aos regimes de exceção, foi 
invariavelmente preservado, como ocorreu em 1946 e 1988.” 
Arlindo F. de Oliveira. Sobre a representação dos estados na Câmara dos
Deputados. In: Textos para Discussão, n.º 5, abr./2004 (com adaptações).
Questão 47: A distorção referida no primeiro período do texto reside na 
possibilidade de um candidato ser eleito deputado estadual com votação 
inexpressiva no lugar de outro que obtenha maior número de votos. 
Questão 48: Deduz-se da citação inserida no terceiro parágrafo que a 
distorção mencionada no texto não faz parte do entulho autoritário gerado 
pelo regime militar implantado no Brasil. 
Questão 49: Depreende-se da leitura que houve oportunidades para se 
corrigir a distorção mencionada no texto, mas isso não foi feito. 
Questão 50: O texto contém segmentos que permitem ao leitor depreender a 
opinião do autor acerca do tema tratado. 
Questão 51: Para o autor, o tema da representação dos estados na Câmara 
dos Deputados está vinculado ao aprimoramento da democracia 
representativa brasileira. 
TRE - PA / 2007 / Superior 
A partir da diplomação, os deputados federais eleitos só podem ser 
presos em caso de incontestável crime. A regra vale para todos os membros 
do Congresso Nacional, conforme dispõe o texto constitucional em vigor. 
Enquanto não forem diplomados, os eleitos continuam sujeitos às penalidades 
da lei, como qualquer cidadão, podendo, inclusive, ser presos, mesmo se não 
se tratar de crime evidente. 
O artigo 53 da Constituição Federal expressa que, a partir da posse, com 
a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser 
presos. Ainda de acordo com o texto constitucional promulgado em 1988, a 
diplomação torna deputados e senadores invioláveis civil e penalmente, por 
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. A mesma norma legal 
estabelece que deputados e senadores, a contar da expedição do diploma, 
serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal (STF). 
Outra prerrogativa dos parlamentares consiste em que, recebida a 
denúncia contra senador ou deputado, por crime ocorrido após a diplomação, 
o STF dará ciência à Casa respectiva, que, pelo voto da maioria de seus 
membros, poderá, até a decisão final, suspender o andamento da ação. 
Serão diplomados, até o dia 19 de dezembro, pelo Tribunal Superior 
Eleitoral (TSE) e pelos tribunais regionais eleitorais (TREs), 513 deputados 
federais, 1.059 deputados estaduais e distritais, 27 senadores, 27 
governadores e o presidente da República, eleitos no pleito de 2006. O prazo 
final para a diplomação está previsto no calendário eleitoral. Todavia, nenhum 
candidato poderá ser diplomado até que as contas da campanha tenham sido 
acertadas e julgadas. 
Internet: <www.agencia.tse.gov.br> (com adaptações).
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Questão 52: Considerando as idéias do texto e a prescrição gramatical, 
assinale a opção que apresenta o título mais adequado a esse texto. 
(A) Após diplomação, deputados eleitos só podem ser presos em situação de 
flagrante. 
(B) Só com diploma, o fragrante leva à prisão, passível de fiança, aos 
deputados eleitos. 
(C) De posse do diploma, apenas com o fragrante delito os deputados podem 
ser conduzidos a prisão domiciliar. 
(D) Existe requisitos para a diplomação e conseqüente prisão em flagrante. 
(E) Os deputados e senadores eleitos tem foro previlegiado no caso de crimes 
pós-eleitorais. 
Questão 53: Com relação às idéias expressas no texto, assinale a opção 
correta. 
(A) Segundo a Carta Magna, a posse de líder público está condicionada à sua 
diplomação. 
(B) Não estando diplomados, os cidadãos eleitos continuam sujeitos às 
penalidades da lei. 
(C) A partir da diplomação, opiniões, palavras e votos de deputados e 
senadores são invioláveis. 
(D) A suspensão do andamento de ação contra candidatos diplomados é 
requisito indispensável ao cumprimento do mandato. 
(E) Se as contas da campanha não tiverem sido quitadas, deve-se estender o 
prazo da diplomação previsto no calendário eleitoral. 
Questão 54: TRE - AP / 2007 / Médio 
Jornal do Comércio — O voto aberto nos processos de cassação 
poderia mudar o destino dos acusados? 
Schirmer — Não sei se o voto aberto mudaria o resultado final. O que 
ele mudaria seria a responsabilidade individual. Porque, com a votação aberta, 
você é responsável pelo seu voto. Votando sim ou não, você assumea 
responsabilidade pelo voto dado. Com o voto fechado, a responsabilidade é 
difusa, pois ninguém sabe quem votou em quem e, sendo assim, todos 
carregam o ônus do resultado da votação. O voto fechado é muito ruim 
porque quem sai perdendo é a própria instituição. Em vez de você falar mal de 
um ou de outro deputado, você acaba penalizando a instituição. 
Jornal do Comércio, 17/4/2006.
Assinale a opção correta quanto à compreensão e à tipologia do texto. 
(A) Por estar estruturado em duas partes, compreendendo uma pergunta e 
uma resposta, o texto pode pertencer ao gênero entrevista. 
(B) Na pergunta feita pelo Jornal do Comércio, predomina a descrição dos 
processos de cassação. 
(C) O parágrafo que contém a resposta de Schirmer possui estrutura 
predominantemente narrativa, porque o falante explica como se 
processam as atividades de cassação de eleitos. 
(D) O segundo parágrafo do texto é estruturalmente argumentativo, porque 
apresenta, primeiro, os aspectos favoráveis ao voto em aberto e, em um 
segundo momento, os aspectos desfavoráveis dessa modalidade de 
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votação. 
(E) O primeiro e o segundo parágrafos têm a mesma estrutura textual e a 
mesma tipologia: são dissertativos. 
FUB / 2010 / Médio 
Há gente no Brasil interessada em importar dos Estados Unidos da 
América (EUA) o Teach for America, o mais bem-sucedido programa feito para 
atrair os melhores estudantes de ensino médio para a carreira de professor. 
No Brasil, os professores têm saído da parte menos qualificada da pirâmide — 
justamente aquela habitada por 20% dos alunos com o mais baixo rendimento 
escolar do país. Qualquer iniciativa para mudar isso será mais do que bem-
vinda. 
 O Teach for America consegue atrair os mais talentosos alunos para a 
docência oferecendo-lhes algo bem concreto. Depois de dois anos no papel de 
professor de escola pública — tempo mínimo de estada no programa —, esses 
jovens ingressam quase que automaticamente em algumas das maiores 
empresas americanas, com as quais o Teach for America estabeleceu uma 
produtiva parceria. Para as empresas, recrutar gente que passou por lá 
significa encurtar o complicado processo de busca por bons profissionais. Pela 
estreita peneira do programa só passam os realmente capazes. Para se ter 
uma ideia, apenas os alunos de ótimo boletim têm direito à inscrição e, ainda 
assim, 85% deles ficam de fora. É essa rigorosa seleção que atrai os próprios 
estudantes. Sobreviver a ela é um sinal claro de excelência, algo que faz todo 
mundo querer ostentar um carimbo do Teach for America no currículo. 
No final, uma parcela deles acaba optando pela carreira de professor, 
coisa que jamais haviam pensado antes. A maioria, no entanto, acaba 
deixando o programa depois dos dois anos previstos, mas não sem antes 
causar um impacto gigantesco no nível do ensino. Os estudantes certamente 
irão beneficiar-se desse empurrão ao longo de toda a vida escolar. Mais do 
que isso: muitos dos que já passaram pelo Teach for America continuam 
envolvidos com educação, em diferentes graus e áreas de atuação. Por tudo 
isso, não faria mal ao Brasil trilhar caminho parecido. 
Mônica Weinberg. Tomara que dê certo. Internet: <veja.abril.com.br> (com adaptações).
Questão 55: Passar pelo Teach for America implica sucesso profissional 
garantido. 
Questão 56: Embora a permanência do estudante no programa Teach for 
America seja curta, seus efeitos contribuem para a melhoria da qualidade da 
educação pública nos EUA. 
Questão 57: De acordo com o texto, por ser mal remunerada e desvalorizada 
perante a sociedade, a carreira de professor não tem sido uma opção para os 
jovens estudantes brasileiros. 
Questão 58: Ainda que o objetivo do Teach for America seja atrair os 
melhores alunos para a docência, poucos optam definitivamente pela carreira 
de professor. 
Questão 59: Infere-se do texto que a pouca qualificação dos professores 
influencia a qualidade da educação. 
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Questão 60: O estímulo oferecido aos estudantes pelo Teach for America é a 
possibilidade de ser contratado por uma grande empresa americana. 
Questão 61: Há, no texto, elementos que permitem classificá-lo como 
dissertativo-argumentativo. 
FUB / 2010 / Superior 
Se você está lendo estas linhas, saiba que seu cérebro provavelmente 
difere do de quem não foi alfabetizado. Estudos de neurociência já 
demonstraram que aprender a ler, especialmente na infância, altera a 
anatomia do cérebro e engrossa uma estrutura chamada corpo caloso, 
responsável pela conexão entre os dois hemisférios cerebrais. Se aprender a 
ler pode ter um impacto tão profundo, vários cientistas e pensadores estão se 
perguntando qual será o efeito da Internet na nossa mente e na maneira 
como pensamos. 
Recentemente, uma série de estudos, livros e debates tem tentado 
deslindar essa questão. A indicação inicial é a de que, sim, a rede está 
alterando a forma como pensamos e, possivelmente, até a estrutura do 
cérebro humano. Por ser um fenômeno novo — ainda não temos uma geração 
que tenha sido completamente formada na era da Internet —, existem 
poucos trabalhos que confirmam o impacto no nível das sinapses. Um dos 
mais famosos nessa área foi realizado pelo neurocientista Gary Small, da 
Universidade da Califórnia. Small comparou a mente de adultos com pouca 
experiência em tecnologia com a de assíduos usuários da Internet. Todos 
realizaram testes na própria rede. A análise mostrou maior atividade na área 
de tomada de decisões e raciocínio complexo no cérebro das pessoas 
acostumadas à tecnologia. Apontou também que os inexperientes, após algum 
tempo, começavam a se igualar aos conectados. 
Descobertas como essa vêm motivando outros cientistas e pensadores a 
discutirem o assunto amplamente. Deve chegar, em breve, ao Brasil, por 
exemplo, o livro The Shallows (algo como O Raso), do editor americano 
Nicholas Carr, que expõe um ponto de vista mais negativo sobre o efeito da 
Web. A tese central de Carr resume-se na ideia de que a natureza caótica e 
descentralizada da Internet está diminuindo a nossa capacidade de 
concentração e contemplação profundas. 
Mao Barros e Victor Guy. A Internet e a mente. In:
Época Negócios, abr./2010, p. 82 (com adaptações).
Questão 62: Conclui-se da leitura do texto que a diferença entre o cérebro 
de uma pessoa alfabetizada e o de um analfabeto é geneticamente 
determinada. 
Questão 63: Infere-se da leitura do texto que, no futuro, o modo de pensar 
das pessoas será diferente do atual. 
Questão 64: Deduz-se das informações do texto que pessoas que fazem uso 
frequente da rede mundial de computadores estão aptas a ocupar cargos de 
direção de empresas, dado o alto grau de desenvolvimento de sua capacidade 
de tomar decisões. 
Questão 65: Pesquisas científicas comprovam que o uso constante da 
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Internet e o aprendizado da leitura afetam, de forma análoga, o cérebro. 
Questão 66: Depreende-se da leitura do texto que o cérebro de uma pessoa 
alfabetizada na fase adulta não sofre alterações advindas desse aprendizado. 
GABARITO 
1. C 2. E 3. E 4. E 5. C 6. C 7. E 8. C 9. E 10. B 
11. E 12. C 13. E 14. E 15. C 16. E 17. A 18. C 19. E 20. E 
21. C 22. B 23. C 24. C 25. C 26. E 27. E 28. C 29. C 30. E 
31. C 32. E 33. E 34. E 35. E 36. C 37. E 38. E 39. E 40. C 
41. E 42. C 43. C 44. C 45. E 46. C 47. E 48. C 49. C 50. C 
51. C 52. A 53. B 54. A 55. E 56. C 57. E 58. C 59. C 60. C 
61. C 62. E 63. C 64. E65. E 66. E

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