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Estatuto_da_Crianca_e_do_Adolescente

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Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
 Página 1 
 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: 
 
O ECA se aplica às crianças e adolescentes. 
 
1. Conceito legal de criança e adolescente: 
 
Tem previsão no art. 2º, caput do ECA: 
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente 
aquela entre doze e dezoito anos de idade. 
 
É necessário observar que, tanto a criança como o adolescente, pratica ato infracional. Sucede 
que a criança não pode ser responsabilidade pelo ato infracional enquanto o adolescente poderá ser. 
A criança que pratica ato infracional recebe medidas de proteção. (art. 105 c.c. 101 do ECA). 
 Já o adolescente que comete ato infracional é responsabilizado por tal ato, sofrendo medidas 
socioeducativas, inclusive restritivas e privativas da liberdade, sem prejuízo das medidas de proteção. 
 
2. Aplicação excepcional à pessoa entre 18 e 21 anos de idade: 
 
Tem previsão no art. 2º, p. único: 
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e 
vinte e um anos de idade. 
 As medidas socioeducativas do ECA podem, excepcionalmente, ser aplicadas às pessoas entre 
18 e 21 anos, que é na hipótese em que o ato infracional foi praticado antes da pessoa ter 
completado 18 anos. 
 Atente-se que a idade da pessoa é considerada na data do fato – Teoria da Atividade, e não na 
data da consumação do fato, nos termos do art. 104, p. ún. do ECA. 
 Ex. A tem 17 anos e desfere tiros em face de B, que é internado e falece quando A já possui 18 
anos. Nessa hipótese, o ECA será aplicado ao agente, pela praticado homicídio, considerando que é 
aplicada a data da conduta. 
 É necessário observar que esse artigo 2º, p.único não foi revogado pelo CC/02 que reduziu a 
maioridade para 18 anos. 
 Qualquer medida socioeducativa pode ser aplicada nessa situação. Nesse sentido, STJ, HC 
99.481/RJ. 
 
3. Conceito de ato infracional: 
 
 Tem previsão no art. 103 do ECA: 
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal. 
 Observe-se que o ato infracional deve corresponder a uma contravenção ou a um crime. Se 
não corresponder, não é considerado ato infracional. 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
 Página 2 
 
 Atente-se que é irrelevante se a correspondência diz respeito a crime de ação penal pública 
incondicionada, condicionada ou privada. 
 O MP age sempre de ofício, não havendo necessidade de representação da vítima ou de 
queixa crime. 
 O STF e o STJ admitem aplicação do Princípio da Insignificância ao ato infracional. STF, HC 
96.520 e 98.381. 
 O pleno do STF decidiu não ser cabível a extradição de menor estrangeiro pela prática de ato 
infracional. Ext. 1.135, STF. 
 
4. Apuração de ato infracional: 
 
 Deve haver divisão em duas situações: 
 
4.1. Fase policial: 
 
 É a situação em que há flagrante de ato infracional. Se houver flagrante de ato infracional, a 
fase policial segue a sequência dos artigos 172 a 176 do ECA, senão vejamos: 
a) O adolescente é apresentado a autoridade policial (art. 172) 
b) Formalização do flagrante de ato infracional: art. 173: 
Se for ato infracional com violência ou grave ameaça a pessoa, o delegado deve lavrar auto de 
apreensão de adolescente (art. 173, caput e inciso I). 
Tratando-se de ato infracional sem violência ou grave ameaça a pessoa, o delegado pode: 
lavrar auto de apreensão em flagrante ou boletim de ocorrência circunstanciado, nos termos 
do art. 173, p. único. 
c) Destinação do adolescente: art. 174 do ECA: formalizado o flagrante, o delegado tem duas 
opções: 
c.1) liberação do adolescente para os pais ou responsáveis, sob compromisso de apresentar o 
infrator ao MP. 
Se o delegado usar a primeira opção, é encaminhada cópia do auto de apreensão e do B.O. ao 
MP. 
c.2) não liberar o adolescente: nessa situação, o menor será mantido apreendido, se ocorrer a 
hipótese do art. 154, 2ª parte, ou seja, se pela gravidade do ato infracional e sua repercussão 
social, deva o adolescente permanecer internado para sua segurança e garantia da ordem 
pública. Nessa situação, aplica-se o art. 175 do ECA, ou seja, a autoridade encaminha o 
adolescente ao MP junto com cópia do auto de apreensão e B.O., sendo impossível a 
apresentação imediata, é encaminhado a entidade de atendimento. 
O delegado pode deixar o adolescente apreendido por até 24 horas, atentando-se que ficará 
em repartição especializada para menores. Se não houver, ficará em repartição policial 
comum, separado dos maiores, nos termos do art. 175, §2º do ECA. 
 
*Não flagrante de ato infracional: 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
 Página 3 
 
 
 Não havendo flagrante, aplica-se o art. 177, a autoridade investiga o ato infracional e faz um 
relatório de investigações. 
 Não é feito inquérito e nem termo circunstanciado, sendo o menor encaminhado ao MP. 
 Daí que, encerrada a fase policial, ocorre a oitiva informal do menor perante o MP, nos termos 
do art. 179. A oitiva informal é uma oitiva que não precisa ser reduzida a termo, apesar de poder ser 
reduzida a termo. 
 É realizada pelo MP, que ouvirá o adolescente e, se possível, pais ou responsáveis dele, 
vítimas e testemunhas. 
 O STJ, em sua jurisprudência mais recente entende que a oitiva informal tem natureza de 
procedimento administrativo, que antecede a fase judicial, ou seja, é um procedimento 
extrajudicial. Em face disso, nessa oitiva informal não são aplicados os princípios do contraditório e 
ampla defesa, não sendo necessário que o adolescente esteja acompanhado de advogado. Nesse 
sentido, o STJ, HC 109.402. 
 Antes dessa jurisprudência, dizia o STJ que a ausência de defensor nessa oitiva informal 
acarretaria apenas nulidade relativa. 
 É necessário observar que o STJ já decidiu que a oitiva informal não é imprescindível para o 
oferecimento da representação em face do adolescente – leia-se, mesmo que o MP não tenha feito a 
oitiva informal, ele pode oferecer representação em face do menor. 
 Realizada a oitiva informal, o MP tem três opções (art.180) 
 
a) Promover o arquivamento: isso se dará quando não houver elementos suficientes para 
responsabilizar o menor pelo ato infracional. Ex. prescrição. 
Obs.: Se o Juiz discordar da promoção de arquivamento, ele remete os autos ao Procurador 
Geral de Justiça que tem três opções (art. 181). 
1. Concordar com o Juiz e oferecer representação 
2. Concordar com o Juiz e designar outro membro do MP para oferecer representação 
3. Concordar com o membro do MP e insistir no pedido de arquivamento. 
Essa é a solução dada também pelo art. 28 do CPP. 
 
b) Conceder remissão: a remissão concedida pelo MP é a remissão perdão, pura e simples, sem 
qualquer aplicação de medidas socioeducativas. Essa remissão é aplicada considerando-se as 
circunstâncias do art. 127 do ECA. 
Se as conseqüências do fato, contexto social, personalidade do adolescente recomendarem a 
remissão pura e simples, o promotor pode concedê-la. Ex. adolescente sem antecedentes cujo 
pai está desempregado, pratica um furto. 
Obs.: 
1. Essa remissão é forma de EXCLUSÃO do processo, ou seja, uma forma de se evitar o 
processo. 
2. Essa remissão não acarreta o reconhecimento da responsabilidade pelo ato infracional. 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
 Página 4 
 
3. Essa remissão não pode ser considerada como maus antecedentes, nem mesmo em 
outro processo por ato infracional 
4. Remissão transação: é a remissão com a aplicação de uma medida socioeducativa. Essaremissão admite a aplicação de qualquer medida socioeducativa, exceto o regime de 
semiliberdade e a internação. 
A remissão transação tem previsão no art. 127 do ECA. 
O STF no RE 248.018 reconheceu a constitucionalidade dessa parte do art. 127, ou seja, 
foi reconhecida a constitucionalidade da remissão transação, não ferindo o devido 
processo legal. 
5. A remissão é concedida pelo MP, mas deve ser homologada pelo juiz para produzir 
efeitos. Caso o juiz discorde da remissão, deve ser aplicado o art. 181, §2º do ECA. 
6. De acordo com o art. 126 do ECA, após início do processo, a concessão da remissão pela 
autoridade judiciária importa em extinção ou suspensão do processo. 
 
c) Oferecer representação: não sendo o caso de arquivamento ou de remissão, a terceira opção 
é oferecer representação para aplicação de medida socioeducativa. 
Obs.: 
1. Essa representação pode ser oferecida por escrito ou oralmente. Sendo feita oralmente, 
será reduzida a escrito. 
2. Para o oferecimento da representação, não há necessidade de prova pré-constituída da 
autoria e materialidade do delito. Não se faz necessário prova pré-constituída, mas deve 
haver indícios mínimos de autoria e materialidade do ato infracional, que deem justa 
causa para ajuizamento da ação. Ex. se MP oferecer representação por ato infracional de 
tráfico sem o laudo provisório da droga, a representação deve ser rejeitada por ausência 
de indícios mínimos de materialidade. Nesse sentido, STJ, HC 153.088. 
3. O ECA não prevê nº máximo de testemunhas para arrolar na representação. A doutrina 
diz que o nº máximo é de 08, por analogia ao procedimento ordinário. 
4. Recebida a representação pelo juiz estará iniciada a ação socioeducativa contra o 
adolescente. E aqui tem início a fase processual. 
 
4.2. Fase processual: 
 
a) Oferecimento da representação 
 
b) Recebimento da representação: se o Juiz receber a representação ele designa audiência de 
apresentação do adolescente. (art. 184 do ECA) 
 
c) Audiência de apresentação: dessa audiência, serão notificados o adolescente e os pais ou 
responsáveis do menor. Essa audiência não se realiza sem a presença do menor, ou seja, se o 
adolescente estiver desaparecido (não for localizado) o juiz expede mandado de busca e 
apreensão e suspende o processo até a localização do adolescente. 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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Se o adolescente estiver internado provisoriamente, o juiz requisita a apresentação do menor 
para a audiência. 
Obs.: Se os pais não estiverem presentes na audiência de apresentação, mas for nomeado 
defensor ao menor, não há nulidade, segundo entendimento do STJ. Isso porque o defensor 
acumula a função de curador e substitui a ausência dos pais. Nessa audiência serão 
praticados os seguintes atos: 
1. Interrogatório do adolescente 
2. Decisão sobre a decretação, manutenção ou revogação da internação provisória 
Art. 186, ECA. 
����Se o adolescente confessar o ato infracional no interrogatório, é nula a desistência de 
outras provas. A acusação e defesa não podem desistir de outras provas porque o 
adolescente confessou. É o que diz a Súmula 342, STJ: “No procedimento para aplicação 
de medida socioeducativa, é nula a desistência de outras provas em face da confissão do 
adolescente” 
���� O STJ já decidiu que não se aplica a atenuante da confissão espontânea ao 
procedimento do ECA. Nesse sentido, STJ, HC 101.739/DF. 
���� O STJ não admite assistente de acusação no procedimento do ECA. 
 
d) Designação de data para audiência de continuação: na verdade, essa é uma audiência de 
instrução e julgamento. Mas antes dessa audiência, o defensor deve apresentar defesa prévia 
em três dias, podendo arrolar até 08 testemunhas. (art. 186, §3º) 
Esse prazo de três dias para defesa prévia é contado da audiência de apresentação, excluído o 
dia da audiência. 
 
e) Audiência em continuação: nessa audiência serão praticados os seguintes atos: 
1. Oitiva de testemunhas da acusação e defesa 
2. Debates orais (20 min. para cada parte, prorrogáveis por mais 10, a critério do Juiz) 
3. Sentença 
 
 Esse procedimento é quase igual ao antigo procedimento sumário. 
 
5. Sentença: 
 
 A sentença pode ser de improcedência do pedido que equivale à sentença absolutória no 
processo penal. Nesse caso não será aplicada nenhuma medida socioeducativa vez que o pedido de 
aplicação de medida socioeducativa foi julgado improcedente. (art. 189, I a IV) 
 Pode a sentença também ser de procedência do pedido. Nessa hipótese, serão aplicadas as 
medidas sócioeducativas e de proteção previstas nos artigos 112 a 123 do ECA. 
 
6. Medidas socioeducativas do ECA: 
 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
 Página 6 
 
 Estão previstas no art. 112 do ECA: 
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as 
seguintes medidas: 
I - advertência; 
II - obrigação de reparar o dano; 
III - prestação de serviços à comunidade; 
IV - liberdade assistida; 
V - inserção em regime de semi-liberdade; 
VI - internação em estabelecimento educacional; 
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI � Medidas de proteção. 
 
 Essas medidas socioeducativas podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente e são 
fungíveis, ou seja, podem ser substituídas umas pelas outras, a qualquer tempo (art. 109 c.c. 113 do 
ECA). 
 O juiz somente pode aplicar as medidas de proteção do art. 101 dos incisos I a VI, ou seja, o 
Juiz não pode aplicar ao adolescente infrator, as medidas de proteção previstas no art. 101, VII ou 
VIII. 
 
7. Advertência: 
 
 Tem previsão no art. 112, I e definição no art. 115 do ECA: 
Da Advertência 
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada. 
 
8. Obrigação de reparar o dano 
 
 Está prevista no art.112, II e definida no art. 116 do ECA: 
Da Obrigação de Reparar o Dano 
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o 
caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da 
vítima. 
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada. 
 
 Essa medida socioeducativa é aplicada para atos infracionais com reflexos patrimoniais, ainda 
que não seja ato infracional correspondente a crime contra o patrimônio. 
 
9. Prestação de Serviços à comunidade: 
 
 Está definida no art. 117 e prevista no art. 112, III: 
 
Da Prestação de Serviços à Comunidade 
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por 
período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos 
congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais. 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
 Página 7 
 
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante 
jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a 
freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho. 
 A prestação de serviços à comunidade no ECA não pode passar de seis meses 
 
10. Liberdade Assistida: 
 
O menor fica em liberdade, sendo assistido por um responsável. Tal medida está prevista no 
art. 112, IV c.c. 118. 
Da Liberdade Assistida 
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de 
acompanhar,auxiliar e orientar o adolescente. 
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por 
entidade ou programa de atendimento. 
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, 
revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor. 
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização dos seguintes 
encargos, entre outros: 
I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em 
programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social; 
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; 
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho; 
IV - apresentar relatório do caso. 
 
É necessário observar que tal medida é decretada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo 
ser prorrogada, revogada ou substituída. 
 
11. Regime de semi-liberdade: 
 
Aqui nos já temos uma medida socioeducativa restritiva de liberdade. Tem previsão no art. 
112, V e definição no art. 120: 
Do Regime de Semi-liberdade 
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio 
aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial. 
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos 
existentes na comunidade. 
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à internação. 
 
O regime de semi-liberdade pode ser aplicado como medida socioeducativa inicial ou como 
progressão para uma medida socioeducativa menos grave. 
É necessário observar que, o STJ já pacificou que o regime de semi-liberdade somente pode 
ser adotado como medida inicial se a decisão judicial for devidamente fundamentada, ou seja, deve 
ser demonstrada a imperiosa necessidade dessa medida inicial. (Princípio da Excepcionalidade). Tal 
princípio quer dizer que a restrição da liberdade do menor somente pode ser aplicada como medida 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
 Página 8 
 
excepcional. Assim, não havendo fundamentação sobre a necessidade da semi-liberdade, esta não 
pode ser a medida inicial, sob pena de nulidade da sentença. Nesse sentido, STJ, HC 128.113/SP e HC 
111.876. 
 
12. Internação: 
 
A medida socioeducativa de internação tem previsão no art. 112, VI e é disciplinada no art. 
122 do ECA. 
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando: 
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa; 
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; 
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. 
§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a três meses. 
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada. 
A internação somente pode ser aplicada se ocorrer uma das três hipóteses taxativas do art. 
122 do ECA. Se a hipótese não for uma das previstas no art. 122 do ECA, não é cabível internação, por 
mais grave que seja o ato infracional. 
São as hipóteses de aplicação da medida de internação: 
 Ato infracional praticado mediante grave ameaça ou violência à pessoa. Ex. roubo, extorsão. 
 Reiteração no cometimento de outras infrações graves. É necessário observar que, para o STJ, 
reiteração não é sinônimo de reincidência. Diante disso, o STJ exige no mínimo três atos 
infracionais para que seja cabível a internação. Nesse sentido, HC 160.224, STJ. 
 Por descumprimento reiterado e injustificado da medida anteriormente imposta. Ou seja, a 
internação é cabível quando está havendo reiterado descumprimento de outra medida sócio-
educativa. 
 
É necessário observar que a internação é medida excepcional e as hipóteses trazidas pelo art. 
122 do ECA são taxativas. Ou seja, deve ser aplicado o princípio da excepcionalidade na sua 
aplicação. Esse é o nome utilizado pelo STJ nos julgados. 
 Obs.: é possível aplicar internação a adolescente que comete tráfico internacional de uma 
tonelada de cocaína? Não. Uma vez que o tráfico não é ato infracional cometido com violência ou 
grave ameaça a pessoa e nem tampouco pode ser incluído nas demais hipóteses trazidas pelo art. 
122 do ECA. 
 
 Atente-se que o STJ entende que, mesmo no caso de ato infracional com violência ou grave 
ameaça a pessoa, a internação somente pode ser aplicada se absolutamente necessária e 
devidamente fundamentada pelo juiz. Ou seja, é aplicado o princípio da excepcionalidade. 
 A medida de internação não é automática, exigindo a necessária fundamentação da sua 
necessidade. Ex. ato infracional de lesão corporal leve. Nessa hipótese, de acordo com o STJ, apesar 
de ser ato infracional com violência à pessoa não se justifica a internação (STJ, HC 110.195/ES). 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
 Página 9 
 
 Para o STJ, se for ato infracional sem violência ou grave ameaça não cabe internação, mas, 
mesmo que seja ato infracional com violência ou grave ameaça à pessoa, a internação somente deve 
ser decretada se houver necessidade e for fundamentada essa necessidade. 
 A medida de internação é regida pelos princípios da brevidade e da excepcionalidade, ou seja, 
não pode ser aplicada quando houver outra medida socioeducativa mais adequada e menos 
severa. 
 Isso se encontra previsto no art. 121, caput, do ECA: 
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade 
e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. 
 
12.1. Prazos da internação: 
 
 Nos casos do art. 122, incisos I e II, a internação é decretada por prazo indeterminado, 
devendo ser reavaliada a cada seis meses e não podendo ser superar o limite de três anos. 
 Na hipótese do art. 122, III, o prazo de internação não pode ser superior a três meses. É o que 
diz o art. 122, §1º. 
§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a três meses. 
 
12.2. Cumprimento da medida: 
 
 Atente-se que, atingida a idade de 21 anos, a liberação do adolescente é compulsória. É o que 
dispõe o art. 12, §5º. 
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade. 
A medida de internação não pode ser cumprida em cadeia e também não pode haver a sua 
transferência para a cadeia pública após completar 21 anos. Nesse sentido, o HC 113.371, STJ. 
Completados 21 anos, é compulsória a desinternação, mas observando-se que o adolescente não 
teria condições para retorno a sociedade, de acordo com o STJ devem ser tomadas medidas cíveis 
cabíveis. 
O prazo máximo de internação de três anos é computado em relação a cada ato infracional. 
Portanto, se o adolescente tiver praticado três atos infracionais poderá sofrer até três internações, de 
até três anos cada uma. Nesse sentido, o HC 99.565, STJ. Em razão disso, se um adolescente de 12 
anos de idade praticar três latrocínios, ele poderá sofrer três medidas de internação pelo prazo de 
três anos cada uma, ou seja, poderá passar nove anos internado, saindo aos 21 anos. 
Isso deve se dar, desde que a manutenção da internação se justifique durante todo esse 
tempo. 
Obs.: 
1. O STJ já pacificou que o Juiz não é obrigado a requisitar laudo técnico psicossocial para 
decretar internação. A decretação da internaçãopode ser decretada dentro do livre 
convencimento do Juiz, dispensando o referido laudo. 
2. As medidas do art. 102 são medidas de proteção que podem ser aplicadas ao menor 
infrator, sendo adolescente, de acordo com o art. 112 do ECA. 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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3. Se não houver local adequado para o cumprimento da internação, o menor poderá 
cumpri-la em cadeia pública, separado dos maiores? A resposta é negativa. A medida de 
internação deve ser cumprida nos locais indicados no art. 123 do ECA. 
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele 
destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da 
infração. 
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão obrigatórias atividades 
pedagógicas. 
O adolescente não poderá cumprir nunca a medida socioeducativa em cadeia 
pública, ainda que separado dos maiores. 
 
13. Aplicação das Medidas Socioeducativas: 
 
Somente o juiz pode aplicar as medidas socioeducativas, nos termos da Súmula 108 do STJ: “A 
aplicação de medidas socioeducativa ao adolescente, pela prática de ato infracional é da competência 
exclusiva do Juiz”. 
 De acordo com a Súmula, o MP não poderá aplicar a medida socioeducativa, apesar de poder 
conceder a remissão-transação, que é a remissão com aplicação de medida socioeducativa não 
privativa de liberdade. Mas observe-se que essa remissão depende de homologação Judicial. 
Portanto, quem está aplicando a medida socioeducativa é o Juiz, mesmo no caso de remissão-
transação. 
 
14. Execução das medidas socioeducativas: 
 
Durante a execução, as medidas socioeducativas podem ser substituídas umas pelas outras, 
ou seja, são medidas fungíveis. 
Nesse sentido, o art. 113 do ECA: 
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100. 
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como 
substituídas a qualquer tempo. 
 
 Em face disso, podemos observar que há possibilidade de progressão de medida 
socioeducativa que é a substituição de medida mais grave por uma mais leve; bem como a 
possibilidade de regressão de medida socioeducativa que significa a substituição de uma medida 
socioeducativa mais leve por uma mais grave. 
 De acordo com a Súmula 265 do STJ, para que seja decretada regressão de regime é 
necessária a oitiva do menor. Cite-se “É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a 
regressão da medida socioeducativa”. 
 Assim, se o juiz não ouvir o menor, é nula a decisão que decreta a regressão. A regressão para 
a medida de semi-liberdade ou para medida de internação somente podem ocorrer se essas 
medidas foram aplicadas em ação socioeducativa, ou seja, em sentença, após o devido processo 
legal. 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
 Página 11 
 
 Se o menor recebeu remissão pelo MP ou pelo Juiz, como medida socioeducativa de 
prestação de serviços a comunidade, por exemplo, essa medida não pode regredir para internação 
ou medida de semi-liberdade, em face da ausência de contraditório e de ampla defesa. 
 Assim, não pode sofrer o adolescente medida privativa da liberdade, sem o devido processo 
legal. 
 
15. Internação Provisória: 
 
A internação provisória é a única medida cautelar cabível contra o adolescente infrator 
durante o processo de apuração de ato infracional. 
Somente poderá ser decretada se houver imperiosa necessidade e indícios suficientes de 
autoria e materialidade do ato infracional, em decisão judicial devidamente fundamentada. 
O prazo máximo da internação provisória é de 45 dias, nos termos do art. 108 do ECA: 
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. 
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, 
demonstrada a necessidade imperiosa da medida. 
 
É jurisprudência pacífica do STJ e do STF que a internação provisória, em nenhuma hipótese, 
pode ultrapassar 45 dias, pouco importando a gravidade do ato infracional, as condições pessoais 
do adolescente, ou a complexidade do processo. 
Ex. prática de ato infracional por adolescente, tratando-se de latrocínio. No processo devem 
ser ouvidas 15 testemunhas. 10 delas por precatória em locais diferentes. Ainda assim, a internação 
não pode ultrapassar 45 dias. 
Nesse sentido, STJ, HC 119.980/PI. 
O STF decidiu que, proferida a sentença de mérito fica prejudicada a alegação de excesso de 
prazo da internação provisória. Nesse sentido, STF, HC 102.057/RS, julgado em 01.06.2010. Aqui foi 
aplicado o mesmo raciocínio aplicado na prisão preventiva. 
 
16. Prescrição de medida socioeducativa: 
 
Medida socioeducativa prescreve ou não? Acerca da matéria há duas correntes: 
1ª Corrente: Não há prescrição de medida socioeducativa. Isso porque medida socioeducativa não é 
pena, e diante disso não há o que se falar em prescrição. 
Outro argumento é no sentido de que o ECA não tem regras sobre prescrição e ainda que, ato 
infracional não se trata de crime. 
2ª Corrente: há prescrição de medida socioeducativa. Essa corrente fundamenta-se no fato de que, 
embora a medida socioeducativa não seja pena, ela tem caráter punitivo, inclusive, podendo privar a 
liberdade do menor. 
 Essa é a corrente que prevalece, nos termos da Súmula 338 do STJ: “A prescrição penal é 
aplicável nas medidas socioeducativas”. 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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 Assim, para o STJ existe prescrição de medida socioeducativa, sendo aplicadas as regras do CP. 
Assim: 
a) A prescrição da pretensão punitiva se dá considerando-se o máximo da pena cominada para o 
crime ou contravenção, ao qual corresponda o ato infracional. Ou seja, é aplicado o art. 109 
do CP. 
b) A prescrição da pretensão executória é calculada sobre o prazo da medida socioeducativa 
aplicada. O problema é o seguinte: há medida socioeducativa que é aplicada por prazo 
indeterminado. Nesse caso, sendo aplicada por prazo indeterminado, a prescrição é de três 
anos, utilizando-se por analogia, o prazo máximo da internação, salvo se lei especial prever 
prazo inferior de prescrição. Ex. ato infracional de porte de drogas para consumo pessoal � a 
prescrição dá-se em 02 anos, nos termos do art. 30 da Lei de Drogas. 
 
Obs.: Tanto os prazos da prescrição da pretensão punitiva como da pretensão executória, são 
reduzidos pela metade, aplicando-se o art. 115 do CP. Isso se dá porque o infrator será sempre 
menor de 21 anos na data do fato. Esse é entendimento consolidado no STJ. 
 
17. Recursos no processo de apuração de ato infracional: 
 
No procedimento de apuração de ato infracional (ação socioeducativa) para aplicação de 
medida socioeducativa aplica-se o sistema recursal do Código de Processo Civil, com as modificações 
do art. 198 do ECA. 
 
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude fica adotado o sistema recursal do Código 
de Processo Civil, aprovado pela Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973, e suas alterações posteriores, com as seguintes 
adaptações: 
I - os recursos serão interpostos independentemente de preparo; 
II - em todos os recursos, salvo o de agravo de instrumento e de embargos de declaração, o prazo para interpor e 
para responder será sempre de dez dias; 
III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor; 
IV - o agravado será intimado para, no prazo de cinco dias, oferecer resposta e indicar as peças a serem 
trasladadas;(Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
V - será de quarenta e oito horas o prazo para a extração, a conferência e o conserto do traslado; (Revogado pela 
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
VI - a apelação será recebida em seu efeito devolutivo. Será também conferido efeito suspensivo quando interposta 
contra sentença que deferir a adoção por estrangeiro e, a juízo da autoridade judiciária, sempre que houver perigo de 
dano irreparável ou de difícil reparação; (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso 
de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no prazo de 
cinco dias; 
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os autos ou o instrumento à superior instância 
dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos autos 
dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da 
intimação. 
 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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Atente-se que o prazo é sempre de 10 dias nos recursos do ECA, salvo os embargos 
declaratórios que devem ser aviados em cinco dias. No que tange ao agravo é também de 10 dias, 
nos termos do CPC. 
É necessário observar que o MP tem o prazo em dobro para recorrer. Esse prazo em dobro 
também é aplicado pela Defensoria Pública. É o que acaba de decidir o STJ: a defensoria pública teria 
prazo de 20 dias para recorrer, contados da data da intimação pessoal do defensor e não da juntada 
do mandado aos autos do processo. Nesse sentido, o HC 116.421, 5ª Turma, STJ. 
Os incisos IV, V e VI foram revogados. O inciso VI dizia que, em regra a apelação seria recebida 
apenas no efeito devolutivo, somente sendo recebida no efeito suspensivo quando houvesse perigo 
de grave dano ou adoção para estrangeiro. 
Em razão da revogação, deve ser aplicado o CPC, ou seja, a apelação será recebida em ambos 
os efeitos (devolutivo e suspensivo). 
 
18. Habeas Corpus, Revisão Criminal e Ação Rescisória: 
 
Todos são cabíveis no procedimento de apuração de ato infracional. 
O HC é cabível pois as medidas socioeducativas podem atingir a liberdade do adolescente e 
diante disso podem ser objeto de HC. 
 Obs.: O STF e o STJ pacificaram que não se aplica ao procedimento do ECA, o princípio da 
identidade física do Juiz previsto no art. 399, §2º do CPP. Nesse sentido, STF, RHC 105.198/DF 
(23.11.2010); STJ, HC 164.352 (19.10.2010). 
___________________________________________________________________________________ 
CRIMES CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE: 
 
Inicialmente é necessário observar que os crimes contra a criança e o adolescente são crimes 
de ação penal pública incondicionada. Mas é necessário observar o cabimento da ação penal privada 
subsidiária da pública. 
 
19. Análise dos art. 228 e 229: 
 
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de 
manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à 
parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde constem as intercorrências 
do parto e do desenvolvimento do neonato: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único. Se o crime é culposo: 
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. 
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de 
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames 
referidos no art. 10 desta Lei: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único. Se o crime é culposo: 
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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O art. 10 do ECA prevê algumas obrigações. O descumprimento das obrigações previstas no 
art. 10, I e no art. 10, IV configuram o as crimes do art. 228 do ECA. 
 Já o descumprimento das obrigações previstas nos incisos II e III do art. 10 configuram o crime 
do art. 229 do ECA. 
 O descumprimento do art. 10, V do ECA é fato atípico. 
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são 
obrigados a: 
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos; 
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, 
sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente; 
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, 
bem como prestar orientação aos pais; 
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do 
desenvolvimento do neonato; 
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe. 
 
19.1. Art. 228: 
 
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de 
manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à 
parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde constem as intercorrências 
do parto e do desenvolvimento do neonato: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único. Se o crime é culposo: 
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. 
 
19.1.1. Sujeito ativo: 
 
 Somente pode ser o encarregado de serviço ou dirigente de estabelecimento de atenção à 
saúde de gestante. 
 Diante disso, podemos observar que esse crime é um crime próprio que exige qualidade 
especial do sujeito ativo. 
 
19.1.2. Sujeito passivo: 
 
 São sujeitos passivos do crime o neonato, a parturiente ou eventual responsável pelo 
neonato. Ex. pai do recém-nascido. 
 
19.1.3. Elemento subjeito: 
 
 É o dolo ou culpa. Esse delito é também punido a título de culpa. 
 
19.1.4. Objeto jurídico: 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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 É a proteção da vida e saúde do neonato. 
 
19.1.5. Consumação e tentativa: 
 
 A consumação se dá com a simples omissão no cumprimento das obrigações previstas no tipo 
penal, ou seja, trata-se de crime omissivo puro ou próprio. 
 Tratando-se de crime omissivo puro ou próprio, não é cabível a tentativa. 
 
19.2. Art. 229: 
 
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de 
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames 
referidos no art. 10 desta Lei: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único. Se o crime é culposo: 
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. 
 
19.2.1. Conduta: 
 
Consiste em descumprir as obrigações contidas nos inciso II e III do art. 10 do ECA. 
 
19.2.2. Sujeito ativo: 
 
É o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento hospitalar de atenção à saúde da 
gestante. 
 
19.2.3. Sujeito passivo: 
 
Na figura de deixar de identificar corretamente o neonato e a parturiente, o sujeito passivo é 
duplo: neonato e parturiente. Há dupla subjetividade passiva. 
Na segunda conduta: deixar de proceder aos exames referidos no art. 10, o sujeito passivo é 
somente o neonato. 
 
19.2.4. Elemento subjetivo:Idem art. 228. 
 É o dolo ou culpa. Esse delito é também punido a título de culpa. 
 
19.2.5. Objeto jurídico: 
 
Idem art. 228. 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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 É a proteção da vida e saúde do neonato. 
 
19.2.6. Consumação e tentativa: 
 
Idem art. 228. 
 A consumação se dá com a simples omissão no cumprimento das obrigações previstas no tipo 
penal, ou seja, trata-se de crime omissivo puro ou próprio. 
 Tratando-se de crime omissivo puro ou próprio, não é cabível a tentativa. 
 
20. Análise do art. 230: 
 
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante 
de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das formalidades legais. 
 
O adolescente ou a criança somente podem ser privados da liberdade em situação de 
flagrante ou por ordem judicial. 
 
20.1. Conduta: 
 
É privar ilegalmente a liberdade da vítima. Essa privação é ilegal se ocorrer sem as 
formalidades legais. Ex. sem a lavratura do auto de apreensão do adolescente. 
 De acordo com p. ún. incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem 
observância das formalidades legais. 
 São também ilegais as apreensões realizadas na ausência de flagrante ou sem ordem judicial 
de busca e apreensão. 
 
20.2. Sujeito ativo: 
 
É comum. Pode ser, por exemplo, a professora da escola ou funcionário público de uma 
creche. 
 
20.3. Sujeito passivo: 
 
É a criança ou adolescente. 
 
20.4. Elemento subjetivo: 
 
É o dolo, apenas. Não se pune a forma culposa. 
 
20.5. Objeto jurídico: 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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O objeto jurídico é a liberdade de locomoção da criança ou adolescente. 
 
20.6. Consumação e tentativa: 
A consumação se dá com a privação da liberdade da vítima, ou seja, trata-se de crime material 
que exige resultado naturalístico. 
A tentativa é perfeitamente possível. 
 
21. Análise do Art. 231: 
 
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata 
comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
 
 Esse crime foi estudado quando se falou sobre a lei de abuso de autoridade. 
 É necessário observar que na lei de abuso de autoridade, somente é crime se o delegado deixa 
de comunicar ao Juiz competente, sobre a prisão do adulto. Aqui também é crime deixar de 
comunicar a família do menor. 
 Nos termos do art. 5º, LXII da CF a prisão do acusado deve ser comunicada o Juiz competente 
E a família do preso, ou pessoa por ele indicada. Há aqui, duplo dever de comunicação. 
Ocorre que, na lei de abuso de autoridade, só é crime deixar de comunicar ao Juiz 
competente. Não é crime deixar de comunicar a família do preso ou pessoa por ele indicado. 
No ECA é crime deixar de comunicar ao juiz competente ou à família ou pessoa indicada pela 
família. 
Outra diferença merece destaque aqui: na lei de abuso de autoridade, o autor do crime pode 
ser qualquer autoridade. Já no ECA, o crime é praticado por autoridade policial. O sujeito ativo é, 
necessariamente, autoridade policial. 
 
22. Análise do art. 232 do ECA: 
 
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a 
constrangimento: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
 
 Esse delito foi estudado na lei de abuso de autoridade – art. 4º, b. 
 Aqui apenas é necessário observar que o sujeito passivo é criança ou adolescente. 
 
Obs.: O art. 233 tipificava o delito de tortura contra criança ou adolescente. Esse artigo foi 
expressamente revogado. Assim, tortura contra criança ou adolescente é crime definido na lei de 
tortura, com causa de aumento de pena de 1/6 a 1/3. 
 
23. Análise do art. 234: 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou 
adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
 Aplica-se o que foi dito no art. 4º da Lei de abuso de autoridade, com a diferença do sujeito 
passivo, que aqui é criança ou adolescente. 
 
24. Análise do art. 235: 
 
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado de liberdade: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
 
24.1. Sujeito ativo: 
 
É somente a autoridade com competência para cumprir o prazo. Em face disso, esse crime é 
próprio. 
 
24.2. Sujeito passivo: 
 
É somente o adolescente. 
 
24.3. Conduta punível: 
 
Descumprir injustificadamente prazo que esteja ECA. Só há crime se descumprimento for 
injustificado. Havendo justificativa para o descumprimento, não há crime. 
 
24.4. Elemento Normativo do tipo: 
 
Elemento normativo do tipo é o termo injustificado. Só há crime se o descumprimento é 
injustificado. Havendo justificativa para o descumprimento, não há crime. 
 
24.5. Elemento subjetivo: 
 
É o dolo. Não há a forma culposa desse crime 
 
24.6. Consumação e tentativa: 
 
A consumação se dá no momento em que expirado o prazo, quando então ocorre o 
descumprimento. 
A tentativa não é possível já que se trata de crime unissubsistente. 
 
24.7. Objetividade jurídica: 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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É a liberdade do menor. Seu direito de locomoção. 
 
25. Análise do art. 236: 
 
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do 
Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
 
25.1. Sujeito ativo: 
 
Trata-se de crime comum. 
 
25.2. Sujeito passivo: 
 
Aqui nós temos uma dupla subjetividade passiva. Há sujeito passivo imediato ou principal que 
é o Estado. Há sujeito passivo mediato ou secundário que é a autoridade judicial ou o Conselheiro 
Tutelar, ou ainda o membro do MP. 
O sujeito passivo imediato é o Estado considerando que essa conduta impede o Estado de 
exercer com eficiência o sistema de proteção à criança e ao adolescente. 
Não basta que a vítima seja autoridade judicial, conselheiro tutelar ou membro do MP. É 
necessário que essas pessoas estejam no exercício de alguma função prevista no ECA. 
 
25.3. Condutas puníveis: 
 
São impedir (não permitir) ou embaraçar (criar obstáculos) à ação da autoridade. 
 
25.4. Elemento subjetivo: 
 
É apenas o dolo. Não há forma culposa. 
 
25.5. Consumação e tentativa: 
 
A consumação se dá com o simples impedimento ou embaraço. 
A tentativa é perfeitamente possível. 
 
26. Análise do art. 237: 
 
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem 
judicial, com o fim de colocação em lar substituto: 
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. 
 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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26.1. Sujeito ativo: 
 
É qualquer pessoa, inclusive o próprio pai ou mãe destituídos do poder familiar, ou o próprio 
tutor privado da tutela. Isso porque esses agentes não têm mais a guarda da vítima. 
 
26.2. Sujeito passivo: 
 
Esse é um crime de dupla subjetividade passiva.É sujeito passivo a criança ou adolescente 
subtraído, bem como a pessoa que tem a guarda dele. 
 
26.3. Conduta punível: 
 
É subtrair a criança ou adolescente, ou seja, retirá-lo do poder de quem detém sua guarda. 
 
26.4. Elemento normativo do tipo: 
 
O elemento normativo do tipo penal está na expressão: “guarda em virtude de lei ou ordem 
judicial.” 
 Quer dizer que, se a pessoa tem apenas a guarda de fato da criança ou adolescente, não há 
crime. 
 
26.5. Elemento subjetivo do tipo: 
 
O elemento subjetivo do tipo é o dolo de subtrair a criança, acrescido da finalidade específica 
de colocar a vítima em lar substituto. 
Não havendo essa finalidade específica haverá o crime de subtração de incapazes, previsto no 
art. 249 do CP. 
No crime do art. 249 do CP, se a criança não sofreu maus tratos, é possível perdão judicial. De 
outro lado, o art. 237 do ECA não prevê essa possibilidade de perdão judicial. 
 
26.6. Objetividade jurídica: 
 
Protege o direito da vítima de ficar sob a guarda de quem a lei ou juiz determine. 
 
26.7. Consumação e tentativa: 
 
A consumação se dá com a subtração, ainda que a finalidade específica não seja alcançada. 
 A tentativa é possível se o agente não consegue fazer a subtração. 
 
27. Análise do art. 238: 
 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa: 
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa. 
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa. 
 
 Esse dispositivo busca acabar com o comércio de crianças. 
 
27.1. Sujeito ativo: 
 
No caput, o sujeito ativo só pode ser os pais, tutor ou guardião da criança ou adolescente. 
Aqui se tem crime próprio. 
Já no p. único, o sujeito ativo é qualquer pessoa: é quem oferece ou paga a recompensa. 
 
27.2. Sujeito passivo: 
 
O sujeito passivo, em ambas as figuras é a criança ou adolescente. 
 
27.3. Condutas puníveis, consumação e tentativa. 
 
No caput do art. 238, as condutas são: prometer a entrega ou entregar. 
 Aqui nós temos um crime formal ou de consumação antecipada, ou seja, a consumação se dá 
com a simples promessa, ainda que a criança ou adolescente não seja efetivamente entregue. 
 Trata-se de crime formal, consuma-se com a simples promessa, ainda que a criança ou 
adolescente não seja efetivamente entregue. A tentativa é possível na forma escrita. 
 No que tange a conduta “entregar”, temos crime material que se consuma com a efetiva 
entrega da criança ou adolescente. A tentativa é perfeitamente possível. 
 
O art. 138, p. único traz as condutas oferecer recompensa e pagar a recompensa. Na conduta 
de oferecer, o crime se consuma com o simples oferecimento, ainda que a criança ou adolescente 
não seja entregue. A tentativa é possível na forma escrita. 
Na conduta de pagar a recompensa, temos crime material, consumando-se com o efetivo 
pagamento da recompensa. A tentativa é perfeitamente possível. 
 
27.4. Elemento subjetivo: 
 
É o dolo. 
 
28. Análise do art. 239: 
 
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior com 
inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro: 
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa. 
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência. 
 
 Esse crime pode ser denominado tráfico internacional de criança e adolescente. 
 
28.1. Condutas puníveis: 
 
São promover (organizar) ou auxiliar ato destinado ao envio da vítima. 
O crime ocorre se o envio pretendido ou efetivado ocorrer: 
a) Com inobservância das formalidades legais. Ex. enviar criança para o estrangeiro para 
adoção ilegal para o estrangeiro. Nessa figura, não há necessidade de intenção de lucro do 
agente. 
b) Se o envio pretendido ou efetivado ocorrer com o objetivo de lucro: ou seja, com a 
finalidade de lucro, ainda que não seja alcançada. 
 
28.2. Sujeito ativo: 
 
É qualquer pessoa, inclusive os responsáveis pela criança e pelo adolescente. 
 
28.3. Sujeito passivo: 
 
É a criança ou adolescente. 
 
28.4. Elemento subjetivo: 
 
É o dolo na primeira figura. 
Na segunda figura, temos o dolo acrescido da finalidade específica de obter lucro. 
 
28.5. Consumação e tentativa: 
 
A consumação se dá com a simples prática do ato destinado ao envio da vítima para o 
estrangeiro, sendo desnecessário o efetivo envio. Ex. tirar passaporte, comprar passagens aéreas. 
A consumação não é levar a criança, mas a prática de ato destinado ao envio já é suficiente 
para consumar o crime. 
A tentativa é possível pois o crime é plurisubsistente. 
 
28.6. Forma qualificada: 
 
Tem previsão no p. único: 
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência. 
 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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 Ex. levar a criança para o exterior afirmando que ela iria trabalhar com modelo, mas na 
verdade a criança está sendo vendida. Essa é uma hipótese de fraude em que houve indução ao erro 
da vítima e de seus responsáveis. 
 É necessário observar que, se houver violência o autor responde pelo crime do art. 239 + o 
crime correspondente à violência. 
 
28.7. Competência: 
 
 A competência para processo e julgamento desse crime é da justiça federal. Isso porque o 
Brasil é signatário de convenção da ONU sobre direitos da criança e do adolescente. 
 
Obs.: Esse crime revogou tacitamente o art. 245, §2º do CP. Nesse sentido, o entendimento de 
Guilherme de Souza Nucci. 
 
29. Análise do art. 240 
 
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou 
pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 
§ 1
o
 Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a 
participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses 
contracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 
§ 2
o
 Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 
2008) 
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 
11.829, de 2008) 
III 
 
 – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, 
curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu 
consentimento. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 
29.1. Condutas puníveis: 
 
As condutas são seis: 
a) Produzir 
b) Reproduzir 
c) Dirigir 
d) Fotografar 
e) Filmar 
f) Registrar 
 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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Trata-se de tipo misto alternativo, ou seja, a prática de várias condutas no mesmo contexto 
fático configura crime único. 
 
29.2.Sujeito ativo: 
 
O sujeito ativo é qualquer pessoa. 
Já se o sujeito está na situação do §2º, a pena é aumentada de 1/3. 
§ 2
o
 Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 
2008) 
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Ex. se praticado o crime por agente do conselho tutelar, por funcionário da vara da infância e da 
juventude. 
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 
11.829, de 2008). Ex. Tio e sobrinho, pais, filhos. 
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, 
curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu 
consentimento. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008). Ex. Empregador e adolescente empregado 
 
29.3. Sujeito passivo: 
 
É criança ou adolescente. 
 
29.4. Elemento subjetivo: 
 
É o dolo. O tipo penal não exige a finalidade de lucro. 
Ex. pedófilo pode fotografar criança sem qualquer finalidade lucrativa. 
Antes da alteração pela lei 11.829/08, a finalidade de lucro era qualificadora do delito. 
 
29.5. Objeto jurídico protegido: 
 
O objeto jurídico protegido aqui é a proteção da formação moral da criança e do adolescente. 
 Há quem sustente que o objeto jurídico seria a moralidade sexual coletiva. 
 
29.6. Consumação e tentativa: 
 
A consumação se dá com a mera prática de uma das condutas do tipo, ainda que não ocorra 
nenhum prejuízo à formação moral da vítima. 
 A tentativa é possível. 
 
29.7. Objeto material: 
 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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O objeto material é a cena de sexo explícita ou pornográfica envolvendo criança ou 
adolescente. 
O conceito de cena de sexo explícito e cena pornográfica é dado pelo art. 241-E que traz uma 
norma penal explicativa: 
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” 
compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou 
exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. (Incluído pela Lei nº 
11.829, de 2008) 
 
 Resumindo: trata-se de atividade sexual, real ou simulada e exibição de órgãos genitais. 
 Guilherme de Souza Nucci faz aqui uma observação importante: afirma que o legislador tenha 
cometido uma falha por não ter incluído no conceito nas chamadas poses sensuais. Ex. fotografar 
criança ou adolescente de biquíni em poses sensuais. 
 
29.8. Análise do §1º: 
 
Tal parágrafo pune quem, de qualquer forma colabora na formação das cenas ou ainda quem 
contracena com a criança. 
§ 1
o
 Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a 
participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses 
contracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 
Atente-se que aquele que contracena com a criança e o adolescente, responde ainda pelo 
delito de estupro de vulnerável. Assim, é perfeitamente possível o concurso entre esse crime do art. 
240 e crimes sexuais. Ex. estupro de vulnerável. 
 
30. Analise do art. 241: 
 
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou 
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 
30.1. Sujeito ativo: 
 
Trata-se de crime comum, podendo ser qualquer pessoa. 
 
30.2. Sujeito passivo: 
 
É a criança ou adolescente. 
 
30.3. Objeto jurídico: 
 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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Idem do art. 240: 
O objeto jurídico protegido aqui é a proteção da formação moral da criança e do adolescente. 
 Há quem sustente que o objeto jurídico seria a moralidade sexual coletiva. 
 
30.4. Objeto material: 
 
É fotografia, vídeo ou outro registro que contenha tais cenas. 
 As condutas são: vender ou expor a venda. 
 
30.5. Consumação e tentativa: 
 
A consumação se dá com a venda ou exposição à venda. A tentativa é perfeitamente possível. 
 
30.6. Elemento subjetivo: 
 
O elemento subjetivo é o dolo, não se exigindo nenhuma finalidade específica. 
Obs.: o adquirente dos produtos responde pelo delito do art. 241-B. 
 
31. Análise do art. 241-A: 
 
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive 
por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito 
ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
§ 1
o
 Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput 
deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata 
o caput deste artigo.(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 § 2
o
 As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1
o
 deste artigo são puníveis quando o responsável legal pela 
prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste 
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 
 Inicialmente é necessário observar que se trata de tipo misto alternativo: várias condutas no 
mesmo contexto fático caracterizam crime único. 
 
31.1. Consumação e tentativa: 
 
 A consumação se dá com a simples prática de qualquer das condutas do tipo. A tentativa é 
possível. 
 
31.2. Sujeito ativo: 
 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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É qualquer pessoa. 
 
31.3. Sujeito passivo: 
 
É a criança e o adolescente. 
 
31.4. Objetividade jurídica: 
 
Idem art. 241. 
O objeto jurídico protegido aqui é a proteção da formação moral da criança e do adolescente. 
 Há quem sustente que o objeto jurídico seria a moralidade sexual coletiva. 
 
31.5. Objeto material: 
 
Idem art. 241. 
É fotografia, vídeo ou outro registro que contenha tais cenas. 
 As condutas são: vender ou expor a venda. 
Obs.: O crime pode ser praticado por qualquer meio, não necessariamente informática ou internet. 
Ex. dois pedófilos se encontram na casa de um deles e trocam fotos de crianças. 
 
31.6. Elemento subjetivo: 
 
O elemento subjetivo é o dolo. 
 Se as pessoas que deveriam comunicar a autoridade policial sobre o material que armazenam 
e publicam ou divulgam esse material, respondem pelo art. 241-A. 
 
31.7. Análise do §1º: 
 
Tal dispositivo pune quem, de qualquer forma auxilia o armazenamento ou acesso ao objeto 
material do caput. 
Mas é necessário atentar para o §2º: 
 § 2
o
 As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1
o
 deste artigo são puníveis quando o responsável legal pela 
prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste 
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 
Tal §2º traz uma condição objetiva de punibilidade. As condutasdo §1º somente são puníveis 
após a notificação oficial do responsável para que desvincule o conteúdo ilícito, e esse permaneça 
inerte. 
Essa notificação oficial é uma condição objetiva de punibilidade. 
 
32. Análise do art. 241-B: 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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 Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que 
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 § 1
o
 A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que se refere o caput 
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 § 2
o
 Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades competentes a 
ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por: 
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o 
processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 
2008) 
 III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de 
computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao 
Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 § 3
o
 As pessoas referidas no § 2
o
 deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei 
nº 11.829, de 2008) 
 
 Antes da Lei da Pedofilia não havia como punir quem adquirisse esse material. 
 Quando a esse crime, é necessário observar que pode ser praticado por qualquer meio, não 
necessariamente por internet ou informática. A pessoa pode armazenar em uma gaveta de sua casa, 
por exemplo. 
 
32.1. Análise do §1º - causa de diminuição de pena: 
 
A pena é diminuída de 1 a 2/3 se de pequena a quantidade do material a que se refere o 
caput. Aqui é necessário observar que a expressão pequena quantidade é elemento normativo do 
tipo que se trata de expressão vaga, genérica e aberta, ou seja, que deve ser definida pelo Juiz, em 
cada caso concreto. 
 
32.2. Análise do §2º: 
 
Tal dispositivo afirma a exclusão do crime na hipótese em que o armazenamento se dá com o 
objetivo de se comunicar as autoridades policiais sobre o delito, devendo ser observado que, 
somente determinadas pessoas possuem tal prerrogativa. 
 Afirma Nucci que esse dispositivo corresponde a causas excludentes de ilicitude – estrito 
cumprimento do dever legal ou exercício regular do direito. Daí que, se a pessoa possui ou armazena 
material com a finalidade de comunicar o crime às autoridades, não há o crime do art. 241-B do ECA. 
 Mas atente-se que não é qualquer pessoa que pode possuir ou armazenar esse material com a 
finalidade de comunicar as autoridades, mas apenas as pessoas dos inciso I a III do referido parágrafo: 
 I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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 II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o 
processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 
2008) 
 III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de 
computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao 
Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 De acordo com o §3º, esse material ainda deverá ser mantido sobre sigilo. 
 Essas pessoas do §2º, inciso I a III podem armazenar ou possuir o material para comunicar as 
autoridades, mas não podem divulgar esse material, sob pena de praticarem crime. Ou seja, 
conforme já afirmado e segundo dispõe o §3º, tal material deve ser mantido em sigilo. Ex. policial 
apreende material e guarda em sua casa para comunicar ao Delegado. Mas antes disso, mostra para 
outras pessoas � o policial pratica crime do ECA. 
 
33. Análise do art. 241-C: 
 
 Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio 
de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual: (Incluído 
pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga 
por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 
11.829, de 2008) 
 
 Aqui a cena de sexo ou pornográfica é simulada e não real. 
 
33.1. Sujeito ativo: 
 
É qualquer pessoa. 
 
33.2. Sujeito passivo: 
 
É criança ou adolescente. 
 
33.3. Objeto jurídico: 
 
Idem art. 240 do ECA. 
 
33.4. Objeto material: 
 
É fotografia, vídeo, ou qualquer forma de representação visual com a cena simulada. 
 
33.5. Conduta: 
 
Direito Penal IV - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
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É simular cena pornográfica ou de sexo explícito. Essa simulação pode se dar de três formas; 
a) Mediante adulteração (falsificação) 
b) Mediante montagem 
c) Mediante alteração. 
 
33.6. Elemento subjetivo: 
 
É o dolo. 
 
33.7. Conduta equiparada – p. único: 
 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga 
por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 
11.829, de 2008)

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