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PRINCÍPIO DA BOA FÉ

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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU
CURSO DE BACHAREL EM DIREITO
DISCIPLINA DIREITO PROCESSUAL
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA
Belém
2015
FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU
CURSO DE BACHAREL EM DIREITO
DISCIPLINA DIREITO PROCESSUAL
CURSO: BACHAREL EM DIREITO
TURMA A 2 NOITE
ALCIRIS MARINHO RODRIGUES
Belém
2015
1. PRINCÍPIO DA BOA FÉ
1.1. Conceito de Boa-fé:
A boa-fé é uma interpretação pautada às cláusulas gerais que está presente nas relações contratuais e também em qualquer relação jurídica. Este princípio tende constatar a intenção e o comportamento dos agentes nas relações jurídicas.
Destaca-se que quando a ação do agente se alude a uma conduta correta, fala-se em boa-fé objetiva, mas quando o agente sabe que não está atuando de forma correta e justa, onde a ação do agente anula outra parte na relação jurídica, estamos em presença da má-fé objetiva.
Devemos distinguir a boa-fé objetiva da boa-fé subjetiva, para que possamos compreender a função de cada uma no ordenamento civil, importante separar que nesta derradeira o agente ignora uma circunstância que tornaria o negócio jurídico ineficaz ou que o invalidaria.
Segundo Assis Neto (2014, p. 853) boa-fé e demonstra um exemplo de boa fé subjetiva:
“Quando a ação é imbuída da consciência de que a conduta é correta e proba, fala-se em boa-fé objetiva; quando o agente tem noção de que está agindo de forma improba, acarretando prejuízo à situação de outra parte na relação jurídica, fala-se em má-fé objetiva (...) como na aquisição de coisa sujeita à penhora não registrada em cartório; quem age em situação de boa-fé subjetiva, geralmente é terceiro na relação jurídica. Quando o sujeito conhece a invalidade ou ineficácia, e mesmo assim opta pela prática do ato, está em situação de má-fé subjetiva.” 
A boa-fé objetiva segundo o autor harmoniza a segurança nas relações jurídicas e nas relações contratuais, pois se espera um padrão de atitudes de cada uma das partes, que se concerne a uma relação de confiança pré-estabelecida, no caso de descumprimento das mesmas, a parte lesada terá o direito de se socorrer pela via judicial para reclamar e fazer valer seus direitos.
1.2. Deveres provenientes do princípio da boa-fé objetiva
De acordo com os ensinamentos do mesmo autor, o princípio da boa-fé objetiva faz nascer deveres anexos, estes que devem ser notados para a apropriada aplicação deste princípio. São eles:
a) dever de cuidado;
b) dever de respeito;
c) dever de informação;
d) dever de agir conforme a confiança depositada;
e) dever de lealdade;
f) dever de cooperação;
g) dever de agir conforme a razoabilidade, a equidade e a boa razão.
1.3. Teorias de aplicação do princípio da boa-fé objetiva
A jurisprudência e os estudiosos do direito, os doutrinadores, postularam teorias e institutos que distinguem a forma de aplicar o princípio da boa-fé objetiva para basear decisões e dividir os vários juízos do assunto em teorias que propendem a caracterizar a boa-fé objetiva. E são as abaixo descritas:
Proibição do venire contra factum proprium: A boa-fé objetiva atribui que, nas relações jurídicas, as partes se comportem de forma coerente, ou seja, sem adoção de atitudes que, por sua contraditoriedade, aconselhem desvio de comportamento capaz de distinguir deslealdade na conduta do agente. Dentro da regra genérica de proibição de atos contraditórios, imposta pelas cláusulas gerais de boa-fé objetiva e de vedação do abuso de direito, encontraremos dois institutos clássicos quais sejam, o tu quoque, e o venire contra factum proprium. O venire, objetiva impossibilitar comportamentos e atitudes contraditórias, tende impedir a adoção de posicionamento jurídico que beneficia a parte evitando outros posicionamentos para satisfazer interesse próprio. Não podendo o agente indicar situação teoricamente favorável a si e dela se valer enquanto lhe convém para, depois, quando já não mais lhe interessa, voltar-se contra fato por si próprio praticado, frustrando, com isso, legítimas expectativas de quem mais integra a relação jurídica. Assim se diz: nemopotestvenire contra factumproprium (ninguém pode se voltar contra fato próprio).
Supressio: expressa a diminuição ou redução de uma obrigação onde o direito não pode mais ser desempenhado em função da não fruição do mesmo em determinado período de tempo sendo que a vontade de exercer esse direito contrariaria a relação obrigacional estabelecida. A supressio acontece quando determinadas relações jurídicas não são observadas ao longo do tempo e em função disso, passa a surgir para a outra parte a expectativa de realização daquele direito ou obrigação. Trata-se de um fenômeno de supressão de direitos em função do decurso de tempo.
Surrectio: é outro fenômeno unido ao princípio da boa-fé objetiva. Incide no aparecimento de prática de ampliação do conteúdo da obrigação, trata-se de conceito inverso ao da supressio, nesse instituto, a movimentação de uma parte em realizar determinada atitude, gera um direito que não havia sido pactuado entre as partes. O Código Civil brasileiro traz esses fenômenos atuais em seu artigo 330, temos para exemplificar tal caso: quando o credor renuncia (supressio) o seu direito/obrigação de realizar a prestação em lugar diverso do pactuado, gera para o devedor o direito de efetuar o pagamento do débito também em local diverso do que foi pactuado em contrato (surrectio), não podendo o credor se alegar contrário ao que foi feito em função do decurso do prazo.
Tu quoque: O tu toque é outro princípio da boa-fé que faz parte da proibição de atos contraditórios e juridicamente é proibir-se que o agente invoque direitos, na relação bilateral, antes de cumprir a sua prestação ou sem atender às suas obrigações, por exemplo, do princípio da exceção do contrato não cumprido ( exceptio non adimpleticontractus) encartado no art. 476 do Código Civil: " nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro". Ou seja, sempre que a parte intenta aplicar, na relação jurídica, dois pesos e duas medidas, estará presente a situação do tu quoque. Como exemplo tem: nos casos em que ambas as partes, em um negócio, agem com dolo, nenhuma delas pode postular anulação ou reclamar indenização, de acordo com o art. 150.da mesma maneira, não pode o menor relativamente incapaz evocar a sua incapacidade para se furtar ao cumprimento do negócio, nos termos do art. 180.
Duty to mitigate the loss: Segundo este instituto o credor não pode permitir danos maiores, quando estes podem ser evitados para receber ressarcimento futuro. De fato, a boa-fé objetiva conta com discricionariedade onde ao julgador é lícito julgar da forma como quiser, porém, diante da previsão legal do art. 93,IX da CF, a aplicação desse princípio deve ser baseada para a aplicação ao caso concreto. O Duty to mitigate the loss é traduzido como dever do credor de sempre que possível, atuar da forma que objetiva diminuir o dano causado, evitando seu agravamento de maneira infundada. Destaca-se o Enunciado nº 169 da III Jornada de Direito Civil: “princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar o agravamento do próprio prejuízo” que aborda sobre o duty to mitigate the loss onde a parte que decide rescindir o contrato deve adotar formas que visam evitar abuso de direitos em função da predisposição contratual pois se o credor toma todas as medidas para diminuir ou reduzir o impacto negativo sobre a outra parte, está agindo de boa-fé, pois caso contrário estaria evidenciado a intenção do credor de agravar o estado da parte que depende do objeto da relação contratual, para isso, a confiança, lealdade e boa-fé devem ser largamente aplicadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSIS NETO, Sebastião de Marcelo de Jesus, Maria Izabel de Melo, Manual do Direito Civil, 3ª edição, São Paulo, Juspovivm, 2014.

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