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Execução em Geral - NOVO CPC

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Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Escola de Direito
Curso de Direito – Câmpus Maringá
Curso: Direito Data: 
Disciplina: Direito Processual Civil – Execuções Período/Turma:
Professor Responsável: Luciano Schwerdtner Semestre: 01/2016
Coordenador: Marcus Geandré Nakano Ramiro
1ª UNIDADE – DA EXECUÇÃO EM GERAL
1. Teoria geral da execução
1.1. Vivência em sociedade, necessidade de criação de normas de conduta para a harmonia e
ordem social.
1.2. Desinteresse ou dificuldade humana de cumprimento de determinadas regras (sociais,
morais, jurídicas).
1.3. Necessidade de instrumentos para a prevenção dos ilícitos (lato sensu) ou “repressão”,
sanção dos ilícitos.
1.4. No sentido amplo apresentado por Luiz Rodrigues Wambier e Eduardo Talamini, os
instrumentos jurídicos para assegurar (em geral pelo Estado) o cumprimento do
ordenamento jurídico podem ser concebidos como sanções jurídicas.
1.5. Essas podem ser preventivas (evitam a violação – fiscalização) ou sucessivas (atacam a
atitude violadora: sanção premial ?; sanção retributiva negativa ou punitiva – multa; e,
busca do resultado igual àquele que existiria acaso a norma não tivesse sido violada).
1.6. É nesta que reside o conteúdo/caráter jurisdicional da execução.
2. Conceito de jurisdição
2.1. “Uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses
em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve, com
justiça. Essa pacificação é feita mediante a atuação da vontade do direito objetivo que rege
o caso apresentando em concreto para ser solucionado; e o Estado desempenha essa
função sempre mediante o processo, seja expressando imperativamente o preceito
(através de uma sentença de mérito), seja realizando no mundo das coisas o que o
preceito estabelece (através da execução forçada).” (g.n.)1
2.2. V. art. 5º XXXV, CF.
2.3. Jurisdição não só declara o direito, quem tem razão em uma demanda, mas, também,
concretiza o direito, forçando a sua observação.2
3. Caráter jurisdicional da execução. Conceito
3.1. Assim, todas as vezes que os sujeitos de direitos não conseguem, por suas próprias forças
e dentro dos limites legais, fazer cumprir o ordenamento jurídico, poderão se valer do
Poder Judiciário (jurisdição) para que este os substitua na realização dos atos concretos
para o respeito ao ordenamento jurídico.
1 GRINOVER, Ada Pellegrini; CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Pro-
cesso. 23. ed. São Paulo: Malheiros, 2007, p. 145
2 Neste sentido: MEDINA, Jośe Miguel Garcia. Direito processual civil moderno. São Paulo: Revista dos Tribunais, 
2015. p. 909
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3.2. Nas palavras de Luiz Rodrigues Wambier e Eduardo Talamini: “Quando a atuação da
sanção pela jurisdição se dá através da prática de atos materiais, concretos, tem-se a
execução. Execução consiste na atividade prática desenvolvida jurisdicionalmente para
atuar a sanção.”3
3.3. A execução jurisdicional não se confunde com:
3.3.1. Cumprimento espontâneo ou execução voluntária (permanece confusão – art. 475-I,
CPC;
3.3.2. Sentença constitutiva (modificação de estado jurídico, seja para sua constituição,
seja para sua desconstituição) – Nulidade de cláusula contratual; divórcio;
investigação de paternidade → necessidade de atuação do devedor para a realização
de certa prestação;
3.3.3. Autotutela (exercício direto e pessoal de uma pretensão pelo interessado sem a
participação jurisdicional: desforço possessório/direito de retenção);
3.3.4. Executoriedade dos atos administrativos (autos de infração, imposições de multas);
3.3.5. Execução imprópria (atividades realizadas pelos órgãos não jurisdicionais para
inscrever atos em registros em cumprimento a decisões judiciais);
3.3.6. Cumprimento de diligências e de atos instrutórios (citações, intimações, expedição
de alvarás, cartas precatórias não possuem qualquer relação com a execução
jurisdicional, salvo no que se refere aos atos concretos para o exercício de direitos
processuais);
3.3.7. Execução indireta: aplicação judicial de medidas de coação (coerção), de pressão
psicológica sobre o devedor, a fim de que ele voluntariamente cumpra a obrigação,
como nos casos de astreintes ou, ainda, a ordem de pagamento do devedor de
obrigação alimentícia, sob pena de prisão.
3.3.7.1. Por fim, “(...) a execução sempre se faria pela sub-rogação (substituição) da
conduta do devedor pela atuação do órgão jurisdicional.”4 → Ex.: execução por
quantia certa. 
3.3.7.2. Alguns autores entendem ser espécie de execução propriamente dita,
dividindo-a em: a) execução por meios sub-rogatórios, e b) execução por meios
intimidatórios.
4. Cognição sumária e contraditório no processo de execução (Wambier e Talamini)
4.1. Há, pois, dois tipos de atividade jurisdicional: a) a cognitiva (processo de conhecimento), e
b) a executória (ou executiva)
4.2. Sincretismo processual: atividades cognitiva e executiva reunidas num mesmo caderno,
num mesmo processo.
4.2.1. Ações monitórias, de contas exigidas (prestação de contas), cumprimento de
decisões em tutela provisória (antecipação dos efeitos da tutela – art. 273, CPC/73 →
art. 294 e ss., CPC) e, o cumprimento de sentença (art. 513, CPC).
3 WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso avançado de processo civil. 12 ed., rev. atual. e ampl. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. v. 2. p. 42.
4 Id., Ibid. p. 45.
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4.3. Com a alteração da diretriz original do CPC/73, culminando na entrada em vigor do
CPC/15, no que se refere à execução dos títulos judiciais (cumprimento de sentença), há a
necessidade de adequação do conteúdo de defesa do devedor, sem prejuízo do
estabelecimento do contraditório.
4.4. Diz-se, assim, que no processo de execução a cognição é “rarefeita”, sumária ou limitada,
podendo ser aplicadas, subsidiariamente, as regras do processo de conhecimento (art.
771, parágrafo único, CPC).
4.5. Apesar de ser sumária, em razão das questões de conhecimento já terem sido resolvidas
anteriormente no momento oportuno (processo de conhecimento + cumprimento de
sentença) ou por não serem razoáveis a sua discussão na própria execução (constituição
prévia do título executivo), as partes têm o direito constitucional de ampla defesa e
contraditório, porém, limitadas logicamente às particularidades do processo executivo.
4.6. Neste sentido há a possibilidade do devedor valer-se da objeção à execução (exceção de
pré-executividade), ou ainda das matérias processuais de ordem pública e que podem ser
alegadas em qualquer momento e grau de jurisdição (defesa indireta e sumária) para se
opor a eventuais ilegalidades.
4.7. Exemplos: defesas para manter o princípio do menor sacrifício do devedor (discussão
quanto à avaliação dos bens penhorados a serem arrematados); discussão a respeito de
pressupostos processuais e condições da ação de execução (arts. 485, §3º; 337, §5º c/c
parágrafo único do art. 771; 786, 583 e 803, todos do CPC). No mérito, de forma
absolutamente restrita, é possível no processo de execução, discutir-se de forma indireta e
sumária, as matérias do art. 924 do CPC.
4.8. Detalhe importante: Embargos do Devedor (art. 917, CPC) e Impugnação ao Cumprimento
de Sentença (art. 525, CPC) → cognição mais ampla e contraditório. 
5. Princípios (Wambier e Talamini)
5.1. Uma vez que a execução possui caráter jurisdicional, aplicam-se os princípios processuais
em geral, tais como, o princípio do acesso à justiça, da inérciainicial da jurisdição, da
publicidade dos atos processuais, do devido processo legal etc.
5.2. Em razão das peculiaridades do processo de execução, existem princípios que se aplicam
quase que somente à mesma e existem princípios comuns que são aplicados de forma
peculiar à execução.
5.3. Princípios setoriais da execução
5.3.1. Princípio da autonomia da execução: funcionalmente e estruturalmente a execução
é autônoma, mesmo diante do sincretismo processual, vez que possui regras,
princípios e procedimento diferentes do que ocorre no processo de conhecimento.
5.3.2. Princípio do título: “a drasticidade da execução sobre a esfera jurídica do executado
faz com que ela subordine-se à prévia existência e a apresentação de um título
executivo (arts. 786, 783, 803, I, CPC), seja no processo autônomo executivo, seja na
fase de cumprimento (arts. 784 e 515, CPC)”. Ainda, princípio do nulla executio sine
titulo.
5.3.3. Princípio da realidade da execução e da responsabilidade patrimonial
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5.3.3.1. Art. 789, CPC os prevê. De acordo com o princípio da realidade da execução,
a execução civil recai precipuamente sobre o patrimônio do executado, e não
sobre sua pessoa. Há, todavia, exceções como a remoção com uso de força, do
executado do bem imóvel objeto de execução (art. 536, §1º, CPC); ou a prisão
civil por dívida alimentícia inadimplida (art. 528 e §3º, CPC).
5.3.3.2. “A responsabilidade patrimonial consiste na situação de sujeição à atuação
da sanção. É a situação em que se encontra o devedor de não poder impedir que
a sanção seja realizada mediante a agressão direta ao seu patrimônio. Traduz-se
na destinação dos bens do devedor a satisfazer o direito do credor.”
5.3.3.3. É o patrimônio atual e futuro do devedor que responde pelo crédito
executado, excetuadas as situações de impenhorabilidade (art. 833, CPC; Lei nº
8.009/1990; bens públicos e art. 100, CF – precatórios) e de responsabilidade
patrimonial de terceiros (alienação de bens do devedor em fraude à execução –
Art. 790, V, CPC; bens hipotecados ao credor e depois alienados, os bens do sócio
– art. 790, II, CPC
5.3.4. Princípio da disponibilidade da execução: Como o objetivo principal da execução é a
satisfação de seu crédito, direito patrimonial e disponível, perfeitamente possível a
sua disposição. Pode o credor desistir do processo executivo observando-se o previsto
no art. 775, CPC e transferir seu crédito, mesmo no curso da execução, com a
automática mudança da parte autora da ação executiva, mesmo sem a anuência do
executado (art. 778, §§ 1º, III e 2º, CPC), diferente do que ocorre no processo de
conhecimento (art. 109, §1º CPC).
5.4. Aplicação na execução dos princípios gerais
5.4.1. Princípio da máxima utilidade da execução: decorrente da garantia da
inafastabilidade da adequada tutela jurisdicional (art. 5º, XXXV, CF), este princípio
ganha maior importância no processo executivo porque altera efetivamente a
realidade fática para dar a quem tem direito tudo aquilo e exatamente aquilo a que
tem direito. Aqui, efetivamente aplica-se a sanção para se obter o resultado prático da
satisfação do crédito. Para tanto, é possível valer-se de astreintes (Art. 806, §1º e 814,
CPC), da execução provisória, imposição da multa do art. 744, parágrafo único, do
CPC.
5.4.2. Princípio do menor sacrifício do executado: apesar da preocupação com a máxima
efetividade do processo executivo em favor do credor, deve-se buscar sempre o
caminho menos oneroso para o devedor (art. 805, CPC). É, na realidade,
desdobramento do princípio da proporcionalidade. Neste sentido existem os
seguintes instrumentos: pedido de substituição do bem penhorado por outro nas
hipóteses do art. 847 ou 848, caput e parágrafo único, do CPC; possibilidade de o
devedor ficar como depositário do bem penhorado (art. 840, §2º, CPC); a vedação da
arrematação de bem por preço vil (art. 891, CPC); a impenhorabilidade de certos bens
(arts. 833, 834, CPC); a possibilidade de parcelamento da dívida executada (art. 916,
CPC).
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5.4.3. Princípio do contraditório: mencionado acima, não incide sobre a existência do
crédito, mas quanto aos pressupostos processuais, as condições da ação, a validade
dos atos do procedimento e decorre diretamente do disposto no art. 5º incisos LIV e
LV da CF, bem como da função ou natureza jurisdicional da execução e do princípio do
menor sacrifício do devedor.
5.4.4. Execução equilibrada: como há uma contrariedade natural entre os princípios acima
indicados (máxima utilidade x menor sacrifício) e como se trata de princípios,
perfeitamente possível a ponderação proporcional e razoável quando houver
contraposição. Assim, se o pedido de substituição do bem penhorado por outro (art.
847, CPC) fora da ordem do art. 835 do CPC levar à melhor satisfação dos interesses
em jogo, poderia o magistrado (mediante fundamentação essencial – art. 93, IX, CF)
balancear os fatores e decidir de forma equilibrada.
5.4.4.1. “À concreta compatibilização dos dois princípios [máxima utilidade x menor
sacrifício] fundamentais no curso do procedimento executivo dá-se o nome de
execução equilibrada”.
6. Ação executiva
6.1. Definição: A ação de execução abrange a demanda formulada ao juiz, pedindo a execução,
e os demais atos que, no curso do processo, o exequente pratica. Tem os mesmos
atributos essenciais da ação de conhecimento: é pública, independente, autônoma,
abstrata e condicionada.
6.1.1. “Pode-se, assim, definir a ação de execução como direito de se ativar a aplicação
material da sanção pela jurisdição, de modo tal que nenhuma alegação quanto à
efetiva existência do direito à sanção possa ser feito no próprio processo de execução
ou na fase de cumprimento de sentença (mas sim, apenas, respectivamente, em
processo incidental de conhecimento, que são os embargos do executado, ou no
incidente, também cognitivo, de impugnação ao cumprimento de sentença).”
6.2. Condições da ação executiva (legitimação, interesse de agir)
6.2.1. Aplicação geral dos pressupostos processuais e das condições da ação ao processo
executivo
6.2.1.1. Legitimidade para a causa (arts. 2º, 17, 18 → 337 → 485 do CPC), capacidade
postulatória, litispendência, coisa julgada (executiva), incompetência do juízo etc.
6.2.1.2. Apreciação dos pressupostos processuais e das condições da ação pode ser
realizada a qualquer momento e grau de jurisdição (art. 485, §3º e 337, §5º,
CPC).
6.2.1.3. Requisitos próprios da ação executiva
6.2.1.3.1. Análise dos arts. 783, 786, 788 e 523, CPC (título executivo, certeza,
liquidez, exigibilidade e inadimplemento)
7. Títulos executivos
7.1. Definição: “… é cada um dos atos jurídicos que a lei reconhece como necessários e
suficientes para legitimar a realização da execução, sem qualquer nova ou prévia
indagação a respeito do crédito, em outros termos, sem qualquer nova ou prévia cognição
quanto à legitimidade da sanção cuja determinação está veiculada no título.”
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7.2. Taxatividade da enumeração dos dispositivos legais → numerus clausus (art. 515 e 784,
CPC)
7.3. Natureza jurídica do título executivo: prova material do crédito ou categoria processual.
Apesar de sempre vir documentalmente, o título é categoria processual e não instrumento
do direito material, para fins de cumprimento da obrigação nele consubstanciada. O
Estado-Juiz não necessita indagar ou apreciar a prova dos fatos indicadosno título, apenas
necessita do título para veicular ou legitimar a execução, logo, é categoria processual →
consequência, imediata aplicação da lei processual no tempo.
7.4. Classificação:
7.4.1. Títulos judiciais (art. 515, CPC): “...consistem em provimentos jurisdicionais, ou
equivalentes, que contêm a determinação a uma das partes de prestar algo à outra. O
ordenamento confere a esses provimentos a eficácia de, inexistindo prestação
espontânea, autorizar o emprego dos atos executórios.”
7.4.1.1. Análise do dispositivo.
7.4.2. Títulos extrajudiciais (art. 784, CPC): “São os atos que abstratamente indicam alta
probabilidade de violação de norma ensejadora de sanção e que, por isso, recebem
força executiva.”
7.4.2.1. Detalhe das duplicatas mercantis (necessidade de protesto para aceite ou
pagamento e, neste caso, ser acompanhada do comprovante de entrega do
produto ou efetiva prestação de serviço.
7.4.2.2. Detalhe do crédito documentalmente comprovado decorrente do contrato
de aluguel (inexigibilidade de contrato escrito, mas necessidade de prova
documental do crédito) e da necessidade de prévio processo de conhecimento
do condomínio contra o condômino (art. 275, II, b, CPC/73 → Lei n. 9.099/95 c/c
art. 1.063, CPC), dispensada, todavia, quando pretendido pelo locador em face
do locatário (encargos da locação)
7.4.2.3. Detalhe: demais títulos previstos por leis federais esparsas, tais como:
cédulas de crédito bancário, rural e comercial; contratos garantidos por alienação
fiduciária etc.
8. Obrigação certa, líquida e exigível
8.1. Art. 783, CPC.
8.2. Certeza: refere-se à exata definição de seus elementos (natureza da prestação [fazer,
deixar de fazer, entregar/dar coisa certa ou incerta], objeto [o quê fazer, dar ou deixar de
fazer] e seus sujeitos [credor e devedor]).
8.2.1. Obrigação alternativa é certa, mesmo que dependa de manifestação do credor ou
do devedor, bastando, no processo de execução, ser a parte intimada para realizar a
concentração (art. 800, caput ou §2º, CPC).
8.3. Exigibilidade: deve encontrar-se vencida, isto é, deve estar estampado no título que a
obrigação nele inserta pode ser exigida judicialmente (insubmissão ou ocorrência da
condição ou do termo) → Art. 514 e 798, I, “c”, CPC.
8.4. Liquidez: consiste na determinação (direta ou por mero cálculo) da quantidade de bens
objeto da prestação (e, consequentemente, da execução). “Há liquidez autorizadora da
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execução, quando o título permite, independentemente da prova de outros fatos, a exata
definição da quantidade de bens devidos, quer porque a traga diretamente indicada, quer
porque o número final possa ser aritmeticamente apurado mediante critérios constantes
do próprio título ou de fontes oficiais, pública e objetivamente conhecidas (índices de
reajuste, correção monetária).
8.4.1. Possibilidade de cumprimento da parte líquida da sentença e da liquidação da parte
ilíquida (art. 509, § 1º, CPC)
8.5. Inadimplemento: necessidade de violação da norma ensejadora da sanção. É o que se
dessume dos arts. 786 e 788, segunda parte, do CPC.
9. Da fraude contra credores e da fraude à execução
9.1. Fraude contra credores
9.1.1. Definição: é aquela que se opera por meio de atos de disposição de bens orientados
pela vontade e consciência de prejudicar credores, na medida em que provoca a
insolvência do disponente, diminuindo seu patrimônio a ponto de impedir a satisfação
do crédito (arts. 158 a 165, CC).
9.1.2. Requisitos:
9.1.2.1. Objetivo: eventus damni (evento danoso ou dano ao credor), caracterizado
pela insolvência do disponente devedor;
9.1.2.2. Subjetivo: consilium fraudis, isto é, a intenção de fraudar, a fraude bilateral
levada a efeito pelo disponente devedor e pelo adquirente.
9.1.3. É atacada pela ação pauliana (autônoma, não no bojo da execução), que se processa
pelo procedimento comum e tem natureza constitutivo negativa (desconstituir o
negócio translativo).
9.2. Fraude à execução:
9.2.1. Definição: consiste no ato grave de alienação de bens no decurso de ação
contemporânea ao ato de diminuição patrimonial (Marinoni e Arenhart) . V. Art. 792,
CPC.
9.2.2. Além de investir contra os direitos dos devedores, atenta contra a autoridade do
Estado concretizada no exercício jurisdicional, tanto que implica no crime de fraude à
execução (art. 179, CP).
9.2.3. Desnecessário o ajuizamento de ação autônoma, podendo ser intentada no bojo da
própria ação (de execução ou não).
9.2.4. O momento da caracterização da fraude é fixado quando da citação válida, mas há
entendimento jurisprudencial que exige o conhecimento da existência da ação
principal por parte do adquirente. É o que indica a Súmula 375 do STJ: “O
reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem
alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente.”
9.2.5. Nessa linha de ideias houve uma importante mudança trazida pelo art. 54 da Lei
13.097/2015, que pressupõe a eficácia dos negócios jurídicos regularmente, salvo se
observadas as hipóteses dos incisos do referido artigo.
9.2.6. Em razão desse entendimento é que se recomenda a averbação do processo de
execução no Serviço de Registro de Imóveis (art. 828 e § 4º, CPC).
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