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Execução_Civil_no_Novo_CPC_1a_edição (1)

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SÉRGIO	LUIZ	DE	ALMEIDA	RIBEIRO
EXECUÇÃO	CIVIL
NO
NOVO	CPC
1ª	Edição	LUALRI	EDITORA
São	Paulo	2016
LUALRI	EDITORA	MEI
SERGIO	LUIZ	DE	ALMEIDA	RIBEIRO	Diretor	Responsável
Rua	Barata	Ribeiro,	190,	conjunto	12.	Bela	Vista	Tel.	11	2528	7750
CEP	01308-000	–	São	Paulo,	SP,	Brasil
TODOS	OS	DIREITOS	RESERVADOS.	Proibida	a	reprodução	total	ou	parcial,
por	qualquer	meio	ou	processo,	especialmente	por	sistemas	gráficos,
microfílmicos,	fotográficos,	reprográficos,	fonográficos,	videográficos.	Vedada	a
memorização	e/ou	a	recuperação	total	ou	parcial,	bem	como	a	inclusão	de
qualquer	parte	desta	obra	em	qualquer	sistema	de	processamento	de	dados.	Essas
proibições	aplicam-se	também	às	características	gráficas	da	obra	e	a	sua
editoração.	A	violação	dos	direitos	autorais	é	punível	como	crime	(art.	184	e
parágrafos	do	Código	Penal)	com	pena	de	prisão	e	multa,	busca	e	apreensão	e
indenizações	diversas	(arts.	101	a	110	da	Lei	nº	9.610,	de	19.02.1998,	Lei	dos
Direitos	Autorais).
ISBN:	978-85-92749-02-6
AGRADECIMENTOS	E	PLANO	GERAL	DO	LIVRO
“A	dignidade	do	trabalho	se	baseia	no	amor.	O	grande	pr	ivilégio	do	homem	é
poder	amar,	transcendendo	assim	o	efêmero	e	transitório.	Fazei	tudo	por	amor,
assim	não	há	coisas	pequenas:	tudo	é	grande.	A	perseverança	nas	pequenas
coisas,	por	amor,	é	heroísmo.	Na	simplicidade	do	teu	trabalho	habitual,	nos
detalhes	monótonos	de	cada	dia,	tens	que	descobrir	o	segredo	–	para	tantos
escondidos–	da	grandeza	e	da	novidade:	o	Amor”1.
As	palavras	acima	sempre	me	motivaram	a	me	doar	cada	vez	mais	ao	meu
trabalho,	principalmente,	quando	estou	lecionando,	pois	contribuo	com	a
formação	e	com	o	aperfeiçoamento	profissional	de	alguém.
A	realização	deste	livro	se	tornou	possível	com	as	aulas	ministradas	no	período
de	vacatio	legis	do	CPC	de	2015,	no	curso	de	graduação	da	Faculdade	Nacional
de	Direito	–	UFRJ,	em	2015,	nas	aulas	ministradas	na	Escola	Superior	da
Advocacia	de	São	Caetano	do	Sul/SP,	entre	2015	e	primeiro	semestre	de	2016,
por	fim,	nas	aulas	ministradas	no	curso	CPC	in	Company,	este	último,	nos
diversos	escritórios	de	advocacia	da	capital	paulista	até	a	publicação	deste	livro.
Esta	breve	jornada	na	docência	permitiu-me	dedicar	arduamente	à	análise	sobre
as	transformações	que	a	Lei	13.105/2015	promoveu	no	processo	de	execução	e
cumprimento	de	sentença,	mediante	reflexões	em	torno	das	dúvidas	surgidas
entre	os	alunos,	que	me	fizeram	refletir	e	aprimorar	os	argumentos	em	torno	da
nova	legislação	processual	civil	destinada	a	satisfação	do	direito	material
reconhecido	por	decisão	judicial	ou	por	previsão	na	lei	infraconstitucional.
Os	grandes	temas	e	problemas	da	execução	civil	não	respeitam	fronteiras
acadêmicas,	quando	colocados	na	prática	forense,	que	provoca	uma	adaptação
nas	regras	do	conhecimento.
1	Novena	do	trabalho	a	São	Josemaria	Escrivá.
Este	livro	não	tem	por	escopo	trazer	teses	doutrinárias	inovadoras,	tampouco,
servir	como	um	manual,	mas	sim,	eternizar	e	trazer	a	discussão,	toda	reflexão
dos	debates	oriundos	das	aulas	por	mim	ministradas	sobre	o	tema	execução	civil.
Enfim,	um	estudo	sobre	execução	civil	jamais	poderá	se	afastar	da	vida	prática,
razão	pela	qual	busca-se	aqui	alinhar	conhecimentos	doutrinários	com	atividade
forense,	como	ainda	com	as	dúvidas	oriundas	de	quem	pela	primeira	vez	teve
contado	com	as	técnicas	para	satisfação	de	direitos	ilustrados	em	títulos
executivos.
Meus	agradecimentos	a	todos	alunos,	professores,	amigos,	em	especial	a	minha
mãe,	Maria,	e	minha	companheira,	Sandra,	que	nas	horas	mais	difíceis	da	vida
acadêmica	sempre	me	apoiaram	e	incentivaram	seguir	firme	nesse	caminho.
PREFÁCIO
Convidou-me	o	advogado	Sergio	Almeida	Ribeiro	para	prefaciar	suma	obra	de
sua	autoria	versando	o	processo	de	execução	e	o	cumprimento	de	sentença	sob	a
nova	disciplina	dessa	matéria	no	novo	Código	de	Processo	Civil,	o	que	implicou
profundas	modificações	implantadas	nesse	diploma	legal.	Aceitei	e	honrado	pelo
convite,	a	fazê-lo	de	maneira	mais	adequada	aos	propósitos	do	Autor	e	dos
advogados	que	constituem	seu	público	alvo.
Assim	agradecendo	o	convite	do	Autor,	que	deixou	patente	o	seu	propósito	de
enfrentar	as	modificações	impostas	ao	ordenamento	jurídico	vigente	e	que
afetaram	a	execução	civil	a	ponto	de	permitir	e	ensejar	uma	disciplina	própria
para	satisfação	de	direitos	individuais	na	seara	dos	instrumentos	direcionados	a
esse	escopo.
Considerando-se	a	sua	finalidade,	o	novo	Código	de	Processo	Civil,	a	despeito
de	albergar	os	frutos	de	uma	elaboração	doutrinária	refletida	no	seu	texto
merece,	ainda,	uma	exegese	a	respeito	da	disciplina	da	execução	encartada	nesse
diploma	legal.
O	Autor,	que	é	mestre	e	doutorando	em	Direito	Processual	Civil	pela	Faculdade
de	Direito	da	Pontifícia	Universidade	Católica	de	São	Paulo,	aceitou	a	faina	de
enfrentar	todas	as	questões	ou,	pelo	menos,	aquelas	mais	rentes	à	disciplina	do
cumprimento	de	sentenças,	tal	como	resulta	do	texto	legal	atualmente	em	vigor.
Esta	opção	pelo	tema,	que	tem	provocado	inúmeros	debates	e	escritos	a	respeito
da	execução	como	um	processo	ensejador	de	satisfação	de	direitos	malferidos,
convolou-se	em	também	instrumento	relevante	para	satisfação	de	direitos	que
exigem,	para	tanto,	também	no	plano	empírico,	declaração	como	na	tela
instrumento	importante	no	plano	da	tutela	jurisdicional,	para	tal	satisfação	de
direitos	reconhecidos	judicialmente	mediante	a	atuação	de	normas	direcionadas
a	esse	escopo.
Ciente	da	insuficiência	dos	comandos	até	então	vigentes	direcionados	à
satisfação	de	direitos	na	tela	executiva,	o	Legislador	impôs	modificações
consideradas	relevantes	para	a	satisfação	dos	direitos	dos	credores	na	tela
executiva.
Deveras	o	novo	Código	de	Direito	Processual	Civil	passou	a	regrar	execuções
emergentes	de	demandas,	que	não	as	ensejavam,	sem	previa	manifestação	do
Judiciário.
Normalmente	podem	convolar-se	em	sentenças	judiciais	também	títulos
executivos,	permitindo	a	sua	execução	considerando	a	tipicidade	do	modelo
adotado	pelo	credor	do	devedor	inadimplente.	Neles	são	enfocados	os	temas
referentes	à	execução	lastreada	em	títulos	judiciais,	aquelas	já	matéria	judicial	ou
extra	judicial,	bem	como	outros	sem	tipificação,	conforme	sentença	apta	para
esse	mister,	a	tipicidade.
Sem	pretensão	a	exaurir,	de	qualquer	forma,	o	título	executivo,	a	matéria	vem
sendo	adotada	também	como	fundamento	em	ação	de	execução	lastreada	em,
ando	título	executivo	emergente	de	acordos	ou	avenças	dotados	requisitos	legais
para	sua	atuação	na	faina	de	assegurar	satisfação	de	direitos	já	judicialmente
reconhecidos	sem	necessidade,	de	prévia	convolação	destes	em	títulos
executivos	embasadores	da	execução.
Com	o	advento	da	nova	lei	disciplinando	a	execução	e	seu	suporte	legal	o	título
executivo,	emergiram	questões	desafiando	os	juristas	que	versaram	sobre	as
modificações	impostas	ao	novo	Código	de	Processo	Civil	como	resultado	de
pesquisas	e	estudos	a	respeito	da	execução	que,	aliás,	teve	nessa	lei	os	vários
aspectos	inovadores	na	sua	disciplina.
O	Autor	não	se	desviou	no	exame	da	obra	que,	como	sói	acontecer,	envolve
também	a	abordagem	de	questões	correlatas	à	matéria	arbitral,	fixando	o
domínio	desse	instrumento	de	resolução	de	demandas,	bem	assim	como	de
vários	outros	atinentes	ou	correlatos	às	suas	diferentes	modalidades	de	embargos
de	devedor	na	defesa	do	executado.
Deveras,	na	obra	prefaciada	foram	examinados	ainda	os	vários	temas	referentes
à	execução	civil,	como	são	o	título	executivo	e	outras	categorias,	o	processo	de
execução	e	sua	natureza	e	suas	hipóteses	de	cabimento	como	a	ação	executiva	e
a	legitimidade	para	agir,	o	título	executivo	judicial	e	extra	judicial	e	outras
matérias	como	as	relativas	à	s	questões	centradas	na	tela	da	execução	tais
executiva	no	autor	manifestou	de	plano	a	abrangência	de	sua	obra	quanto	às
novas	diretrizes	impostas	aos	litigantes	na	tela	executiva	e	reportadas	nessa	obra.
Em	verdade	o	Autor	escolheu	um	tema	que,	pela	sua	natureza,	encarta-se	no
elenco	daquelas	obras	que,	pela	sua	abrangência,	merecem	ser	acolhidas	na
doutrina	e	na	jurisprudência	como	fatoresda	evolução	da	jurisprudência	que
vem	se	formando	a	respeito..
DONALDO	ARMELIN	APRESENTAÇÃO
Minha	amizade	com	Sérgio	Almeida	Ribeiro,	apadrinhada	por	Luiz	Eduardo
Ribeiro	Mourão	e	Glauco	Gumerato	Ramos,	foi	forjada	em	meio	a	bons	e
abundantes	vinhos,	suculentas	carnes	argentinas,	karaokês,	noitadas	e	bate-papos
sem	fim	(sempre	muito	agradáveis)	acerca	de	uma	infinidade	de	assuntos
(inclusive	Direito).	Tudo	isso	ao	longo	de	nossa	passagem	pela	Universidad
Nacional	de	Rosario.	Talvez	porque	ambos	sejamos	almas	boemias,	não	tive
dificuldade	em	logo	compreender	os	traços	que	distinguem	a	sua	personalidade:
idealista,	perseverante	(característica	que	reputo	ter	sido	nele	desenvolvida	à
época	em	que	era	atleta	profissional),	dotado	de	forte	carisma,	emocional,
curioso,	comunicativo,	pesquisador	esforçado	e	advogado	de	coração,	sempre
fervoroso	e	combativo.
É	uma	alegria	incomensurável	ter	sido	escolhido,	entre	aqueles	que	integram	seu
extenso	círculo	de	amizade,	para	apresentar	esta	obra	à	qual	os	leitores	agora	têm
em	suas	mãos.	Minha	afirmativa	se	assenta	simplesmente	no	fato	de	que	o
escritor	é	esse	meu	amigo	por	quem	nutro	grande	afeto.	É	o	que	por	si	me
bastaria.	Mas	meu	contentamento	tornou-se	ainda	maior	quando	percebi	que	o
referido	livro	é	fruto	das	inquietações	que	lhe	foram	lançadas	por	seus	alunos	no
que	tange	a	alguns	aspectos	da	execução	civil,	disciplina	que	eu	próprio	lecionei
anos	a	fio,	e	com	a	qual	sempre	tive	simpatia.	Escrever	sobre	execução	civil	é
exprimir	preocupação	com	o	ideal	de	efetividade	que	amiúde	se	pretende
alcançar	no	âmbito	jurídico-processual,	sem	descurar	naturalmente	as	garantias
processuais-constitucionais	de	todo	cidadão.
Para	além	disso,	é	preciso	perceber	que	hoje	vivemos	uma	época	de	transição.
Temos	entre	nós	um	novo	Código	de	Processo	Civil	que	traz	significativas
mudanças,	e	que,	se	bem	compreendido	e	aplicado,	tem	o	condão	de	alterar
substancialmente	a	prática	judiciária	brasileira,	com	ganhos	qualitativos	em
respeito	à	legitimidade	constitucional,	com	destaque	para	o	reforço	legislativo
positivado	em	favor	das	garantias	do	contraditório,	da	fundamentação	e	da
segurança	jurídica.	É	preciso	louvar	a	doutrina	elaborada	a	fim	de	jogar	luzes	no
dia	a	dia	forense	e,	por	conseguinte,	facilitar	a	labuta	dos	profissionais	do	direito,
pois	há	inúmeros	problemas	cujo	desvelamento	e	solução	se	impõem.	Aí	entra
em	cena	doutrinadores	sérios	e	destemidos,	que	enaltecem	aquilo	que	é	bom,
mas	também	tecem	críticas	necessárias,	constrangem	epistemologicamente
práticas	judiciais	desafinadas	e,	sobretudo,	desdobram-se	para	resolver	enigmas
e	harmonizar	dificuldades	causadas	pelo	mal	vezo	que	não	raro	identifica	a
técnica	legislativa.
Esta	é	uma	obra	que	detém	méritos.	Encara	temas	variados,	enfrenta	problemas	e
sugere	soluções.	Aqui	o	que	se	tem,	salvo	engano,	é	o	início	de	um	projeto	mais
soberbo,	que	decerto	ganhará	corpo	em	edições	futuras,	algo	com	a
potencialidade,	enfim,	de	se	tornar	um	manual	de	execução	civil.	Tanto	que
principia	com	temas	de	base	e,	ao	fim	e	ao	cabo,	atinge	outros	de	ordem	mais
pragmática,	com	relevo	aos	procedimentos	de	cumprimento	de	sentença	e	meios
de	impugnação.	Tudo	bem	detalhado	como	manda	a	melhor	técnica	didática.
Enfim,	caros	leitores,	estamos	diante	de	uma	obra	muito	interessante	e	que
merece	ser	lida.	Parabéns	ao	Sérgio	e	à	nova	Editora	Luari	por	presentear	a
comunidade	jurídica	com	esta	importante	contribuição.
Uberaba,	20	de	junho	de	2016.
LÚCIO	DELFINO	Pós-doutor	em	Direito	pela	Universidade	do	Vale	do	Rio
dos	Sinos	(UNISINOS).	Doutor	em	Direito	pela	Pontifícia	Universidade
Católica	de	São	Paulo	(PUC-SP).	Membro-fundador	da	Associação	Brasileira	de
Direito	Processual	(ABDPro).	Membro	do	Instituto	dos	Advogados	Brasileiros
(IAB).	Diretor	da	Revista	Brasileira	de	Direito	Processual	(RBDPro).	Advogado.
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS	E	PLANO	GERAL	DO	LIVRO............5
PREFÁCIO	.....................................................................................7
APRESENTAÇÃO.......................................................................11
INTRODUÇÃO	............................................................................19
1.	CONSIDERAÇÕES	INICIAIS	SOBRE	EXECUÇÃO
CIVIL........................................................................................21
1.1	Conceito	e	Natureza	Jurídica...............................................21
1.2	Aspectos	Jurisdicionais	da	Execução	Civil	.........................24
1.2.1	Execução	Por	Sub-Rogação	Ou	Direta........................24
1.2.2	Execução	Por	Coerção	ou	Indireta...............................25
1.2.3	Da	Aplicação	das	Normas	Processuais	Executivas	.....25
1.3	Princípios	Norteadores	do	Processo	Executivo	...................26
1.3.1	Princípio	da	Dignidade	da	Pessoa	Humana	na	Execução	Civil
............................................................27
1.3.2	Princípio	da	Tipicidade	dos	Títulos	.............................28
1.3.3	Princípio	da	Patrimonialidade	(realidade)	...................29
1.3.4	Princípio	da	Disponibilidade	.......................................30
1.3.5	Princípio	da	Menor	Gravosidade	.................................30
1.4	Legitimidade........................................................................31
1.4.1	Legitimidade	Ativa	......................................................32
1.4.2	Legitimidade	Passiva	...................................................34
1.4.2.1	Legitimidade	Passiva	Derivada............................34
1.4.2.1.1	Novo	Devedor	..............................................36
1.4.2.1.2	O	Fiador........................................................36
1.4.2.1.3	Da	Responsabilidade	Tributária	...................38
1.5	Litisconsórcio	e	Intervenção	de	Terceiros...........................39
1.6	Cumulação	de	Execução......................................................41
1.7	Execução	Injusta	e	Indevida	................................................42
1.8	Competência	........................................................................44
1.9	Inclusão	no	Cadastro	de	Inadimplentes	...............................45
2	TÍTULO	EXECUTIVO	............................................................49
2.1	Considerações	Iniciais.........................................................	49
2.2	Conceito	e	Elementos	essenciais.........................................	49
2.3	Tipicidade	Legal	do	Título	Executivo	(nullus	titulus	sine	legis)
...........................................................................	50
2.4	Probabilidade	de	Existência	de	Crédito	..............................	52
2.5	Título	Executivo	como	Ato	Jurídico	...................................	52
2.6	Eficácia	Abstrata	do	Título	Executivo	................................	53
2.7	Execução	Fundada	em	Mais	de	um	Título	Executivo.........	55
2.8	Requisitos	do	Título	Executivo	...........................................	56
2.8.1	Certeza	e	Liquidez	.......................................................	57
2.8.1.1	Liquidez	Suprida	por	Documentos	Ulteriores	ou	por	Declaração	do
Obrigado	...........................	58
2.8.1.2	Certeza	Reduzida:	As	Obrigações	Alternativas,	o	Incidente	de
Concentração	e	Obrigações	Determinadas	pelo	Gênero	e
Quantidade..................................................................	60
2.8.2	Exigibilidade................................................................	62
2.9	Espécie	de	Títulos	Executivos.............................................	62
2.9.1	Títulos	Executivos	Judiciais	........................................	62
2.9.1.1	Decisões	Proferidas	no	Processo	Civil	que	Reconheçam	a	Exigibilidade
de	Obrigação	de	Pagar	Quantia,	de	Fazer	de	Não	Fazer	ou	de	Entregar	Coisa
(Art.	515,	I)	..........................	62
2.9.1.2	Decisão	Homologatória	de	Autocomposição	Judicial	(inciso	II)
.......................................	64
2.9.1.3	Decisão	Homologatória	de	Autocomposição	Extrajudicial	de	Qualquer
Natureza	(inciso	III)...............................................................	64
2.9.1.4	O	formal	e	a	Certidão	de	Partilha,	Exclusivamenteem	Relação	ao
Inventariante,	aos	Herdeiros	e	aos	Sucessores	a	Título	Singular	ou	Universal
(inciso	IV)	...............................	65
2.9.1.5	O	Crédito	de	Auxiliar	da	Justiça,	quando	as	Custas,	Emolumentos	ou
Honorários	Tiverem	sido	Aprovados	por	Decisão	Judicial	(inciso	V)
...........................................................	65
2.9.1.6	Sentença	Penal	Condenatória	(inciso	VI)	............	66
2.9.1.7	Sentença	Arbitral	(inciso	VII)..............................	68
2.9.1.8	Sentença	Estrangeira	Homologada	pelo	STJ	(inciso	VIII)
................................................68	2.9.1.9	Decisão	Interlocutória	Estrangeira,	após
a	Concessão	do	Exequatur	à	Carta	Rogatória	pelo	STJ	(	inciso	IX)
..........................................68	2.9.2	Título	Executivo	Extrajudicial	(Art.
784)....................69
3	RESPONSABILIDADE	PATRIMONIAL	.............................72
3.1	Considerações	Iniciais	.........................................................72
3.2	Bens	de	Terceiros	Submetidos	à	Responsabilidade	patrimonial
......................................................................73
3.3	Dos	Responsáveis	Secundários	(Art.	790)	..........................75
3.3.1	O	Sucessor	a	Título	Singular	(inciso	I)........................75
3.3.2	O	Sócio	(art.	790,	II)	....................................................76
3.3.3	Do	Devedor,	Ainda	que	em	Poder	de	Terceiros	(art.	790,	inciso
III)......................................................77
3.3.4	Posição	do	Cônjuge	ou	Companheiro	(art.	790,	IV)
...............................................................................77
3.3.5	Do	Responsável,	nos	casos	de	Desconsideração	da	Personalidade	Jurídica
(art.	790,	VII).....................78
3.3.5.1	Do	Procedimento	do	Incidente	de	Desconsideração	da	Personalidade
Jurídica	no	CPC	de	2015......................................................................81
3.3.5.1.1	O	Incidente	da	Desconsideração	da	Personalidade	Jurídica	e	sua
Aplicação	nos	Juizados	Especiais	Cíveis	...........................84
3.3.6	Responsabilidade	Patrimonial	no	Regime	do	Direito	de	Superfície	(art.	791
do	CPC	c/c	art.	1.369	e	1.377	do	Código	Civil)	.............................................88
3.4	Observação	Final	sobre	Responsabilidade	Patrimonial	......90
4	AS	FRAUDES	DO	DEVEDOR................................................91
4.1	Conceito...............................................................................91
4.2	Ineficácia	.............................................................................92
4.3	Fraude	Contra	Credores	–	o	consilium	fraudis....................93
4.4	Fraude	à	Execução...............................................................95
4.4.1	Momento	para	Reconhecimento	da	Fraude	à
Execução............................................................................96
4.4.2	A	Posição	do	Adquirente	.............................................97
5	DAS	DIVERSAS	ESPÉCIES	DE	EXECUÇÃO	(art.	806	a
913)...........................................................................................	99	5.1	Requisitos
da	Inicial	Executiva	.........................................	100	5.2	Execução	das	Obrigações
Alternativas	.............................	101	5.3	Do	Prazo	Prescricional
......................................................	101
5.3.1	Da	Prescrição	Intercorrente	(Art.	924,	V	e	Art.	1056)
.........................................................................	101
5.4	Da	Nulidade	da	Execução	(art.	803)	.................................	104
5.5	Da	Execução	para	Entrega	de	Coisa	(Certa	e	Incerta)	......	105
5.6	Execução	das	Obrigações	de	Fazer	e	Não	Fazer...............	106
6	DO	CUMPRIMENTO	DE	SENTENÇA...............................	110
6.1	PARTE	GERAL................................................................	110
6.1.1	Definição	de	Cumprimento	de	Sentença	...................	111
6.1.2	Início	da	Fase	de	Cumprimento	de	Sentença.............	112
6.1.3	Impossibilidade	de	Cumprimento	de	Sentença	Contra	Terceiros	não
Constante	no	Título	Judicial...	115
6.1.4	Do	Protesto	do	Título	Executivo	e	Negativação	nos	Órgãos	de	Proteção	ao
Crédito	...........................	116
6.2	Do	Cumprimento	Provisório	da	Decisão	que	Reconhece	a	Exigibilidade	de
Quantia	Certa.................................	117
6.3	Do	Cumprimento	Definitivo	de	Sentença	que	Reconhece	a	Exigibilidade	de
Obrigação	de	Pagar	Quantia	Certa
.................................................................................	121
6.4	Do	Cumprimento	de	Sentença	que	Reconhece	a	Exigibilidade	de	Obrigação
de	Prestar	Alimentos	(art.	528	a
533)...................................................................................	123
6.5	Cumprimento	De	Sentença	Que	Reconheça	A	Exigibilidade	De	Obrigação
De	Pagar	Quantia	Certa	Pela	Fazenda
Pública....................................................................	126
6.5.1	Considerações	Iniciais	...............................................	127
6.5.2	Requerimento.............................................................	127
6.6	Cumprimento	de	Sentença	que	Reconheça	a	Exigibilidade	das	Obrigações	de
Fazer,	Não	Fazer	e	Entrega	De	Coisa
...........................................................................	129
6.6.1	Das	Medidas	de	Apoio	..............................................	129
6.6.2	Do	Regramento	da	Multa	Astriente	(art.	537)	...........	131
7	MEIOS	DE	DEFESA	NO	CUMPRIMENTO	DE	SENTENÇA
...................................................................................134
7.1	Introdução..........................................................................134
7.2	Da	Impugnação	ao	Cumprimento	de	Sentença..................134
7.3	Momento	para	Apresentação	de	Impugnação	ao	Cumprimento	de
Sentença................................................135
7.4	Do	Objeto	da	Impugnação	ao	Cumprimento	de
Sentença..................................................................................137
7.4.1	Falta	ou	Nulidade	da	Citação.....................................138
7.4.2	Ilegitimidade	de	Parte	................................................138
7.4.3	Inexigibilidade	do	Título	ou	Inexigibilidade	da	Obrigação
..................................................................138
7.4.4	Penhora	Incorreta	ou	Avaliação	Errônea	...................139
7.4.5	Excesso	de	Execução	ou	Cumulação	Indevida..........140
7.4.6	Incompetência	Absoluta	ou	Relativa	.........................140
7.4.7	Causas	Modificativas	ou	Extintivas	da	Obrigação	....140
7.4.8	Suspeição	e	Impedimento	do	Juiz..............................140
7.4.9	Impugnação	Apresentada	pelo	Exequente	(art.
526).......................................................................141
7.5	Da	Exceção	de	Pré-executividade	.....................................142
7.6	Defesa	do	Executado	no	Cumprimento	de	Sentença	que	Reconheça
Obrigação	de	Fazer,	Não	Fazer	e	Entrega	de	Coisa	Certa
..............................................142
7.7	Recurso	na	Fase	de	Cumprimento	de	Sentença.................143
BIBLIOGRAFIA........................................................................145
ANEXO	–	ENUNCIADOS	SOBRE	PROCESSO	DE	EXECUÇÃO	E
CUMPRIMENTO	DE	SENTENÇA	APROVADOS	NO	FORUM
PERMANENTE	DE	PROCESSUALISTAS	CIVIS.	SÃO	PAULO,	18,	19	e
20	de	março	de	2016	............................149	INTRODUÇÃO
Antigamente,	na	sociedade	primitiva,	a	autotutela	era	empregada	para	defesa	de
interesses	privados.	Era	meio	pelo	qual	fazia	valer	seu	interesse	na	medida	da
sua	força	e	não	pelo	seu	direito.
Seguindo	a	linha	evolutiva	do	direito	romano,	o	Estado	cada	vez	mais
consolidava	a	judicialização	das	contendas,	no	sentido	de	fazer	cumprir	o	direito
e	restringir	a	autotutela.	Para	tanto,	a	execução	forçada,	por	influência	do
cristianismo,	passou	ser	mais	humana.	Da	execução	corporal,	passou-se	à
patrimonial,	e	esta	principiou	incidindo	sobre	todo	o	patrimônio	do	devedor,	para
só	num	estágio	ulterior	restringir-se	ao	necessário	à	satisfação	do	direito	violado.
Hodiernamente,	a	pacificação	social	e	a	administração	da	justiça	é	realizada	pelo
Estado-juiz,	mediantesua	atuação	jurisdicional,	que	impõe	a	vontade	concreta	da
lei	para	solucionar	conflitos	entre	as	pessoas	acerca	de	um	direito	material.
O	processo	de	execução	tem	por	escopo	realizar	no	mundo	dos	fatos	a	certeza	de
um	direito	obrigacional	expressa	num	título	executivo,	no	caso	de	inadimplência.
No	CPC	de	2015,	o	tratamento	dispensado	ao	processo	de	execução	e	o
cumprimento	de	sentença,	instrumentos	de	realização	do	direito	que	são,	visou
adequar	os	respectivos	institutos	ao	mundo	moderno,	para	serem	mais	eficientes,
sem,	contudo,	promover	grandes	inovações,	além	daquelas	já	promovidas	pelas
Leis	Federais	nº	11.232/2005	e	11.382/2006,	no	CPC	de	Buzaid.
Atendendo	a	linha	mestra,	apresentada	na	exposição	de	motivos,	no	tocante	ao
processo	de	execução	e	cumprimento	de	sentença,	o	legislador	procurou	ser
pragmático,	dar	maior	rendimento	à	prestação	jurisdicional	voltada	à	satisfação
do	direito,	bem	como	resolver	problemas.
Este	trabalho,	sem	grandes	pretensões,	buscou	sistematizar	as	diversas	reflexões
e	dúvidas	extraídas	nas	aulas	ministradas	pelo	autor,	sobre	o	tratamento	que	o
legislador	infraconstitucional	deu	ao	processo	de	execução	e	ao	cumprimento	de
sentença	na	Lei	13.105/2015,	o	novo	Código	de	Processo	Civil.
1
CONSIDERAÇÕES	INICIAIS	SOBRE
EXECUÇÃO	CIVIL
1.1	CONCEITO	E	NATUREZA	JURÍDICA
Falar	em	execução	civil	é	o	mesmo	que	dizer	efetivação	de	algo,	pois	remete	à
ideia	de	realização,	que	em	termos	jurídicos	satisfaz	e	da	realidade	a	um	fato.2
No	caso	do	Direito	Processual	Civil,	execução	significa	produzir	a	satisfação	de
um	direito	(reconhecido	numa	sentença	condenatória	ou	num	título	executivo
extrajudicial),	que	tem	lugar	quando	o	devedor	não	cumpre,	no	plano	prático,
espontaneamente	com	a	obrigação	a	qual	se	comprometeu	ou	se	sujeitou.
Antes	de	ingressar	no	conceito	de	execução,	mister	alguns	esclarecimentos:
Por	execução	processual,	Chiovenda	a	define	como	sendo	aquela	em	que	“a
atuação	prática,	da	parte	dos	órgãos	jurisdicionais,	de	uma	vontade	concreta	da
lei	que	garante	a	alguém	um	bem	da	vida	e	que	resulta	de	uma	verificação;	e
conhece-se	por	execução	o	complexo	dos	atos	coordenados	a	esse	objetivo”.
Trata-se,	portanto,	de	um	conceito	genérico	da	realização	da	vontade	da	lei.
2	Nos	dizeres	do	Eduardo	Couture	“en	su	acepción	común	el	vocablo	ejecución	alude	a	la	acción	y	efecto
de	ejecutar.	Ejecutar	es,	a	su	vez,	realizar,	cumplir,	satisfacer,	hacer	efectivo	y	dar	realidade	a	um	hecdo”.
(COUTURE,	Eduardo	J.	Fundamentos	del	derecho	procesal	civil.	Montevideo	-Buenos	Aires:	Editorial	B
de	F	Ltda,	2004,	p.	357).
Há	que	se	fazer	distinção	entre	execução	forçada	ou	processual,	da	execução
voluntária	e	das	outras	formas	de	execução	previstas	na	lei.
A	execução	voluntária	é	a	forma	espontânea	do	direito,	em	que	se	fala	de
execução	das	obrigações	para	referir-se	à	ação	mediante	a	qual	o	devedor
(obrigado),	por	vontade	própria,	cumpre	com	sua	obrigação	seja	de	dar,	fazer	e
não	fazer.	Consuma-se	sem	qualquer	interferência	dos	órgãos	jurisdicionais.
Prevê	a	legislação	ordinária	meios	com	escopo	de	incutir	no	obrigado	a	sensação
de	adimplir	sua	vontade	manifestada	no	negócio	jurídico	obrigacional	sem	a
necessidade	de	intervenção	dos	órgãos	jurisdicionais,	como	por	exemplo:	o	réu
na	ação	possessória	fica	privado	do	direito	de	promover	o	processo	petitório
enquanto	não	cumprir	inteiramente	a	sentença,	ou	então,	o	devedor	fica	privado
de	exercitar	um	direito	enquanto	não	satisfazer	a	prestação	que	deve.
Também	prevê	a	lei,	excepcionalmente,	algumas	modalidades	de	autotutela,	no
sentido	de	autorizar	o	credor	a	praticar	atos	em	defesa	do	próprio	direito	(ex:
separação	do	patrimônio	do	de	cujos),	que	não	necessita	da	atividade	executiva
dos	órgãos	jurisdicionais.
Por	fim,	temos	a	execução	processual	que	são	atos	realizados	pela	atividade	de
órgãos	jurisdicionais	com	fito	de	executar	a	vontade	da	lei	no	campo	dos	fatos,
no	sentido	de	obter	efetivamente	o	bem	da	vida	por	ela	(lei)	garantido.
Nas	lições	de	Leonardo	Greco3,	a	finalidade	da	execução	é	o	desenvolvimento
de	atividades	práticas	para	propiciar	ao	credor	o	mesmo	bem	que	alcançaria
através	do	adimplemento	voluntário	da	obrigação	pelo	devedor,	para	produzir	na
situação	de	fato	as	modificações	necessárias	à	efetivação	da	regra	sancionadora.
3	GRECO,	Leonardo.	O	processo	de	execução,	Vol	I.	Rio	de	Janeiro:	Renovar,	1999.
Incumprida	a	obrigação	pelo	devedor,	põe	o	Direito	à	disposição	do	credor	um
conjunto	de	sanções,	cuja	atuação	se	realiza	sem	a	colaboração	voluntária	do
inadimplente.
Pois	bem,	diante	da	ausência	de	um	cumprimento	espontâneo	de	uma	obrigação,
o	sistema	processual	impôs	a	sanção	executiva	como	meio	de	impor	medidas
que,	independentemente	da	vontade	do	obrigado,	produz	o	mesmo	resultado	que
assegura	ao	credor	a	satisfação	do	direito	material	ilustrado	no	título.
A	execução	civil	como	sanção,	distingue-se	da	sanção	obrigacional	de	direito
material	(multas	contratuais,	administrativas	e	tributárias),	pois	esta	é	um	direito
a	mais	do	credor	que	não	altera	o	mundo	fático,	sem	transformação,	apenas
agrava	a	situação	do	devedor,	que	continua	inadimplente,	enquanto	que	o	credor
continua	detendo	um	direito	perante	aquele.	No	caso	da	sanção	executiva,
resolve-se	em	atos	práticos	de	invasão	patrimonial	ou	de	pressão	sobre	a	vontade
da	pessoa,	destinada	a	impor	resultados	efetivos	referentes	às	relações	entre	dois
ou	mais	sujeitos.
A	execução	é	judicial,	típica	modalidade	de	tutela	jurisdicional	do	Estado,
quando	tem	por	objetivo	imediato	a	tutela	dos	interesses	dos	particulares
envolvidos	na	relação	jurídica	de	direito	material	por	um	órgão	estatal
independente.
Mas	ela	também	pode	ser	extrajudicial,	confiando	a	lei	os	atos	executórios	a	um
órgão	auxiliar	administrativo,	ou	ao	próprio	credor,	desde	que	assegurado	o
amplo	e	imediato	acesso	dos	interesses	à	proteção	judiciária	para	o	controle	da
legalidade	e	da	adequação	dos	atos	executórios.	Nesse	caso,	a	atividade
jurisdicional	não	é	primária	e	imediata,	mas	secundária	e	mediata.	Não	é	o
próprio	juiz	que	pratica	diretamente	as	mudanças	do	mundo	sensível	para	o
efetivo	cumprimento	da	obrigação,	mas	a	ele	incumbe	legitimar	essa	atividade
através	do	controle	provocado	por	qualquer	interessado.
Das	lições	de	Leonardo	Greco	tem-se	por	execução,	como	sendo	a	modalidade
de	tutela	jurisdicional	consistente	na	prática	pelo	juiz	ou	sob	o	seu	controle	de
uma	série	de	atos	coativos	concretos	sobre	o	devedor	e	sobre	seu	patrimônio,
para,	a	custa	dele	e	com	ou	sem	o	concurso	da	sua	vontade,	tornar	efetivo	o
cumprimento	de	prestação	por	ele	inadimplida,	desde	que	previamente
constituída	na	forma	da	lei.
Daí,	pode-se	conceituar	execução	como	o	conjunto	de	medidas	com	as	quais	o
terceiro	imparcial	produz	ou	propicia	a	satisfação	do	direito	de	uma	pessoa	à
custa	do	patrimônio	da	outra,	quer	com	o	concurso	da	vontade	desta,
independentemente	ou	mesmo	contra	ela.
1.2	ASPECTOS	JURISDICIONAIS	DA	EXECUÇÃO	CIVIL
A	jurisdição	como	função	pública	tem	como	natureza	a	substitutividade	para
fazer	atuar	concretamente	a	vontade	da	lei.	Como	ensina	Dinamarco,	“na
atividade	desenvolvida	pelo	Estado,	no	processo	executório,	encontram-se	as
características	essenciais	da	jurisdição,	como	o	escopo	de	atuação	da	vontade
concreta	da	lei	e	o	traço	de	substitutividade”4.
Esse	papel,	no	entanto,	substitutividade,	pode	ser	desempenhado	também	por
outros	órgãos	estatais,	inclusive	por	Poderes,	que	não	seja	o	Judiciário,	assim
como	este	desempenha	atividade	não	jurisdicional	(autogoverno).
Não	se	pode	negar	que	a	execução	tem	natureza	publicista,	no	entanto	entende-
se	que	pertence	à	função	administrativa	do	Estado,	mas	vinculada	à	atividade
jurisdicional.	Esse	entendimento	decorre	do	princípio	da	autonomia	dos	oficiais
de	justiça	que	vigorou	a	partir	da	Idade	Média	na	França,	Alemanha	e	Itália.
1.2.1	Execução	por	Sub-Rogação	ou	Direta
A	natureza	jurisdicional	da	execução	se	externa	através	da	sub-rogação,	quando
o	Poder	Judiciário	substitui	o	devedor	no	cumprimento	da	obrigação,	a	fim	de
satisfazero	direito	do	credor.
4	DINAMARCO,	Cândido	Rangel.	Execução	Civil.	São	Paulo:	Malheiros.
A	sub-rogação,	portanto,	se	constitui	numa	técnica	para	eliminar	o
inadimplemento	e	satisfazer	a	obrigação	ilustrada	no	título,	mediante	o	uso	da
força	legitimada	pelo	devido	processo	legal.	Tal	técnica	de	execução	só	tem
cabimento	nas	obrigações	que	não	tem	cunho	personalíssimo.
1.2.2	Execução	por	Coerção	ou	Indireta
Aplica-se	nas	obrigações	de	caráter	personalíssimo	e,	diferentemente,	da	sub-
rogação	(ou	execução	direta),	o	Poder	Judiciário	não	substitui	a	vontade	das
partes	e	sim,	atua	coercitivamente	para	que	haja	o	cumprimento	da	obrigação	por
parte	do	devedor.	Exerce	pressão	de	cunho	psicológico	e	pecuniária	para	que	o
devedor	entenda	ser	melhor	cumprir	a	obrigação	do	título	a	ter	que	se	submeter
aos	atos	coercitivos	impostos	pelo	Estado-juiz.	Nesse	aspecto,	conforme	se	verá
mais	a	frente	o	legislador	infraconstitucional,	com	o	CPC	de	2015,	procurou
reformar	as	medidas	de	apoios	para	as	obrigações	de	fazer,	não	fazer	e	entrega
de	coisa.
Outrossim,	deu	maior	racionalidade	ao	tratamento	das	multas	astriente.
	1.2.3	Da	Aplicação	das	Normas	Processuais	Executivas
Sob	a	ótica	do	credor	e	do	devedor,	as	normas	processuais	executivas	visam	dar
maior	efetividade	possível	à	satisfação	do	direito	ao	credor,	como	também,	se
destinam	para	serem	menos	onerosas	às	partes.	São	esses	dois	vértices	que
orientam	a	aplicação	das	normas	processuais	executivas.
A	idoneidade	e	legitimação	da	tutela	jurisdicional	executiva	relacionam-se	com
estes	dois	postulados,	que	são	desdobramento	do	devido	processo	legal	e,
portanto,	são	de	ordem	pública.	São	vértices	extremamente	importantes,	segundo
Marcelo	Abelha	Rodrigues,	porque	as	posições	jurídico-processuais	das	partes
na	execução	são	bem	diferentes	do	contraditório	dialético	da	atividade	cognitiva.
Na	execução,	o	título	executivo	outorga	para	o	exequente	uma	posição	de
vantagem	decorrente	do	acesso	à	justiça.	Por	outro	lado,	o	executado	está	numa
posição	de	desvantagem	e	sujeição	aos	atos	estatais	executivos,	que	atuarão
sobre	a	sua	propriedade	ou	a	sua	liberdade	no	sentido	de	efetivação	da	norma
concreta,	sem	contudo	deixar	de	observar	suas	garantias	constitucionais.
Mister	ressaltar,	que	a	execução	tem	por	escopo	afastar	crises	de	adimplementos,
mediante	imposição	coativa	do	Estado	da	norma	jurídica	concreta	realizando	no
plano	fático	o	seu	comando	jurídico.
“As	técnicas	de	execução	estão	biunivocamente	relacionadas	com	a	crise	de
adimplemento,	pois	é	para	estas	modalidades	de	crises	que	é	usada	a	tutela
jurisdicional	executiva”.5
Marcelo	Abelha	ensina	que,	“o	núcleo	de	toda	e	qualquer	atividade	jurisdicional
executiva	é	formado	pelos	três	institutos	acima.	São	institutos	bifrontes,	porque
recebem	influxos	tanto	do	direito	material	quanto	do	direito	processual.
Destarte,	decorre	que	os	institutos	fundamentais	da	execução	civil	são:	o	título
executivo,	o	inadimplemento	e	a	responsabilidade	patrimonial.	São,	pois,
elementos	essenciais	e	verdadeiros	pilares	da	atividade	jurisdicional	executiva.
1.3	PRINCÍPIOS	NORTEADORES	DO	PROCESSO	EXECUTIVO
A	norma	jurídica	–	gênero	que	engloba	os	princípios	e	as	regras	–	constituem-se
em	um	comando	às	ações	das	pessoas,	que	tem	por	finalidade	regular	a	sua
conduta	em	suas	relações	sociais.	Além	disso,	operacionaliza-se	por	meio	de
modalidades	de	condutas	e	deveres	–	modais	deônticos	-,	a	saber:	de	proibição,
de	obrigação	e	de	permissão.
5	RODRIGUES,	Marcelo	Abelha.	Manual	de	direito	processual	civil.	São	Paulo:	Editora	Revista	dos
Tribunais,	2010,	p.	726
A	sanção	jurídica	é	espécie	do	gênero	sanção.	Tudo	no	direito	obedece	a	esse
princípio	de	sanção	organizada	de	forma	predeterminada.
Os	princípios	são	enunciados	(vetores,	diretrizes)	amplos	e	genéricos,	extraíveis
do	sistema	normativo,	podendo	revelar	ou	não	as	regras	jurídicas,	de	modo
explícito	ou	implícito.
Desempenham,	dentre	outros,	o	papel	de	meio	interpretativo	do	direito,	uma	vez
que,	se	o	ordenamento	positivo	se	cria	e	se	estrutura	a	partir	de	princípios	e
regras,	àquele	deve	o	interprete	recorrer	quando	se	extrai	o	sentido	da	norma
positiva,	para,	com	isso,	dar	–	ou,	pelo	menos,	tentar	obter–	coesão,	unidade	e
harmonia	no	sistema.
Dito	de	outra	forma,	princípio	jurídico	constitui-se	em	um	preceito	normativo,
que,	pela	sua	generalidade,	abstração	e	capacidade	de	produzir	consequências
jurídicas,	serve	de	fonte	do	direito	e	de	interpretação	das	normas	jurídicas	(ex:
princípio	do	devido	processo	legal,	acesso	à	justiça	etc.).
As	regras	são	também	espécies	de	normas	jurídicas,	mas	que	descrevem	uma
situação	fática,	que,	em	ocorrendo	no	mundo	real,	leva	á	incidência	dos	efeitos
nelas	previstos.	Por	exemplo,	a	revogação	da	lei	que	traduza	uma	regra	de
conduta	simplesmente	a	exclui	do	ordenamento	e,	pois,	do	sistema	jurídico.	A	lei
posterior	revoga	a	anterior,	sendo	caso	de	vigência	ou	não	da	regra	contida	na
lei.
Princípios	são	normas	jurídicas	que	prescrevem	um	valor	maior,	adquirindo,
assim,	positividade.	Se	os	princípios	são	formulações	genéricas,	não	se
desconhece	a	possibilidade	de	princípios	opostos.	Neste	caso,	cada	princípio	se
aplica	a	determinada	situação	específica,	em	função	das	circunstâncias	do	caso
concreto.
O	processo	executivo	enseja	a	observância	de	alguns	princípios	para	que	a
prestação	jurisdicional	voltada	a	satisfação	de	um	direito	material	seja	decorrente
de	um	processo	équo	e	giusto.
1.3.1	Princípio	da	Dignidade	da	Pessoa	Humana	na	Execução	Civil
A	execução	é	uma	forma	legítima	de	violência	estatal,	que	incide	na	atividade
jurisdicional	para	cessar	o	inadimplemento	do	devedor	da	obrigação	contida	no
título	executivo	e	satisfazer	o	direito	do	credor	que	se	socorre	a	jurisdição
estatal.	Assim,	toda	execução	deve	se	sujeitar	e	respeitar	a	dignidade	da	pessoa
humana,	haja	vista	ser	um	dos	fundamentos	da	república	(art.	1º,	III	da
Constituição	Federal)	e,	portanto,	diretriz	que	ressoa	em	outros	dispositivos,
constitucionais	e	infraconstitucionais.
A	execução	deve	viabilizar	o	acesso	à	justiça	ao	credor,	dando-lhe	o	que	lhe	é
direito,	inclusive	por	meio	de	violência,	dentro	dos	limites	impostos	pelo	devido
processo	legal.	Todavia,	a	materialização	desse	direito	deve	ocorrer	de	forma
equilibrada	e	humana,	sendo	vedados	meios	abusivos	e	injustos	que	levem	o
devedor	à	um	estado	de	miséria.
O	princípio	da	dignidade	da	pessoa	humana	pode	se	fazer	presente	em	várias
hipóteses,	como	a	impenhorabilidade	de	certos	bens,	por	exemplo,	a	pequena
propriedade	rural	(art.	5º,XXVI,	da	CF),	o	bem	de	família	(lei	8.009/1990),
determinada	quantia	de	caderneta	de	poupança,	salário	e,	em	se	cuidando	de
consumidor,	é	vedada	a	sua	exposição	ao	ridículo	ou	sujeição	a	constrangimento
ou	ameaça	(art.	42,	parágrafo	púnico	do	CDC).
1.3.2	Princípio	da	Tipicidade	dos	Títulos
Trata-se	da	premissa	maior,	não	há	título	executivo	sem	lei	anterior	que	o	defina
(nullus	títulos	sine	legis),	ou	seja,	só	podem	ser	títulos	executivos	aqueles	atos
ou	fatos	definidos	em	lei	como	tais.	A	construção	do	elenco	dos	atos	e	fatos
dotados	de	eficácia	executiva	cabe	exclusivamente	ao	legislador
infraconstitucional	e	jamais	ao	juiz	ou	mesmo	às	partes,	mediante	manifestação
de	vontade.
São	ineficazes,	no	Brasil,	as	cláusulas	executivas,	ou	seja,	onde	as	partes
manifestam	vontade	de	que	um	contrato	valha	como	título	para	a	execução
forçada	em	caso	de	inadimplemento,	independentemente	de	qualquer	tipificação
em	lei.	Ex:	Sumula	232	do	STJ,	que	veda	os	contratos	de	abertura	de	crédito
serem	títulos	executivos,	ante	a	ausência	de	lei.
Enfim,	somente	por	lei	que	se	institui	um	título	executivo.
1.3.3	Princípio	da	Patrimonialidade	(Realidade)
No	período	arcaico	do	direito	romano,	cujo	o	emprego	da	autotutela	era	usado	na
defesa	de	interesses	privados	era	comum	o	devedor	pagar	com	o	próprio	corpo.
Com	a	consolidação	da	Judicialização	das	contendas,	a	autotutela	foi	eliminada	e
a	execução	deixou	de	ser	corporal	para	se	dirigir	ao	patrimônio	do	devedor6.
Destarte,	o	princípio	da	patrimonialidadeou	realidade	indica	que	o	devedor	só
responde	com	o	seu	patrimônio,	nunca	com	o	seu	corpo	físico.	Deriva	da	própria
Constituição	Federal,	quando	enuncia	que	não	existe	prisão	por	dívidas	e	que
ninguém	pode	ser	privado	de	seus	bens,	sem	o	devido	processo	legal	(art.	5º,
LIV	e	LXVII),	encontrando	ressonância	no	art.	789	do	CPC	de	2015,	quando
estabelece	que	o	devedor	responde,	para	o	cumprimento	de	suas	obrigações,	com
todos	os	seus	bens	presentes	e	futuros.
Significa	que	a	execução	é	real,	no	sentido	de	recair	sobre	as	coisas	pertencentes
do	obrigado,	e	não	sobre	a	sua	pessoa	física.	Mas	a	relação	jurídica	subjacente	à
execução	é	sempre	de	natureza	pessoal,	isto	é,	de	conteúdo	obrigacional.
Como	efeito	desse	princípio,	quando	o	devedor	não	possuir	bens	penhoráveis,
suspende-se	a	execução	(art.	921,III);	nos	JEC	é	caso	de	extinção	do	processo
(art.	53	Lei	9.099/95).
A	temática	da	suspensão	também	está	ligada	à	prescrição,	cabendo	a	seguinte
pergunta:	até	quando	o	processo	de	execução	(ou	cumprimento	de	sentença)
pode	ficar	suspenso	diante	da	falta	de	bens	do	devedor?	A	questão	ganha	relevo,
tendo	em	vista	a	possibilidade	de	o	juiz	reconhecê-la	de	ofício.	Outrossim,	o
CPC	de	2015	positivou	a	prescrição	intercorrente,	conforme	se	verá	adiante.
A	resposta	depende	de	haver	ou	não	desídia	ou	negligência	do	credor,	visto	que	a
prescrição	encerra	sanção	a	tal	comportamento.	Caso	contrário,	o	credor	não
pode	ser	penalizado	pela	pobreza	ou	insolvência	do	devedor.
6	Sobre	o	aspecto	histórico	da	execução	civil,	recomenda-se:	DINAMARCO,	Candido	Rangel.	Execução
civil.	São	Paulo:	Malheiros,	2000,	p.	10
	1.3.4	Princípio	da	Disponibilidade
Permite	que	o	exequente	desista	do	processo,	sendo-lhe	dispensado	da
concordância	do	executado,	para	que	tal	desistência	gere	efeitos	jurídicos.	No
entanto,	se	a	execução	estiver	embargada	ou	impugnada,	observar-se-á	os
critérios	estabelecidos	no	art.	775	do	CPC.
1.3.5	Princípio	da	Menor	Gravosidade
Como	desdobramento	da	dignidade	da	pessoa	humana	e	da	patrimonialidade,
exsurge	o	da	menor	gravosidade	para	o	devedor,	pelo	qual,	havendo	vários	meios
de	se	promover	a	execução,	esta	deve	se	dar	de	modo	menos	oneroso	para	o
executado	(art.	805	CPC).
Menor	onerosidade	não	significa	abrigo	para	chicanice,	muito	menos	desculpa
para	incidentes	infundados	ou	protelatórios,	vez	que	tal	princípio	há	de	estar
atrelado	à	boa-fé	e	lealdade	processual.
Mas	a	moderação	em	face	do	devedor	não	deve	mascarar	um	descaso	em	relação
ao	dever	de	oferecer	tutela	jurisdicional	a	quem	tiver	um	direito	insatisfeito,	sob
pena	de	afrouxamento	do	sistema	executivo.	É	preciso	distinguir	entre	o	devedor
infeliz	e	de	boa-fé,	que	vai	ao	desastre	patrimonial	em	razão	de	involuntárias
circunstâncias	da	vida	ou	dos	negócios,	e	o	caloteiro,	chicanista,	que	se	vale	as
formas	do	processo	executivo	e	da	benevolência	dos	juízes	como	instrumento	a
serviço	de	suas	falcatruas.
O	CPC	de	2015	adotou	como	norma	fundamental	o	fair	play	processual,
representado	em	seu	art.	5º,	que	dispõe	a	boa-fé	objetiva.
Quando	não	houver	meios	mais	amenos	para	o	executado,	capazes	de	conduzir	à
satisfação	do	credor,	que	se	apliquem	os	mais	severos.	A	regra	do	artigo	804	não
pode	ser	manipulada	como	um	escudo	a	serviço	dos	maus	pagadores	nem	como
um	modo	de	renunciar	o	Estado-juiz	a	cumprir	seu	dever	de	oferecer	tutelas
jurisdicionais	adequadas	e	integrais	sempre	que	possível.
A	previsão	do	princípio	da	menor	gravosidade	se	deve	a	razões	humanitárias,	de
equidade,	em	respeito	a	valores	fundamentais	do	ser	humano,	como	a	vida,
saúde	e	mordia,	evitando	o	abuso	ou	mero	capricho	do	credor.
É	imperioso,	portanto,	estar	atento	a	uma	indispensável	linha	de	equilíbrio	entre
o	direito	do	credor,	que	deve	ser	satisfeito	mediante	imposição	dos	meios
executivos,	e	a	possível	preservação	do	patrimônio	do	devedor,	que	não	deve	ser
sacrificado	além	do	necessário.	Em	casos	concretos,	não	havendo	um	modo	de
tratar	o	devedor	de	modo	mais	ameno,	deve	prevalecer	o	interesse	daquele	que
tem	um	crédito	a	receber	e	não	pode	contar	senão	com	as	providências	do	Poder
Judiciário.	Resguardam-se	obviamente	a	impenhorabilidades,	que	são
manifestações	do	zelo	da	ordem	jurídica	pela	integridade	dos	valores	do	ser
humano,	admitem-se	as	defesas	deduzidas	pelo	executado	sem	abuso,	permite-se
lhe	em	alguma	medida	a	escolha	de	bens	a	serem	penhorados	etc.,	mas	o	que	for
além	disso	constitui	ruptura	dessa	linha	de	equilíbrio	e	deve	ser	repudiado	pelo
juiz.
Esse	princípio	pode	se	expressar	de	diversos	modos	e	momentos.
	1.4	LEGITIMIDADE
Na	ação	executiva,	os	legitimados	ativo	e	passivo	são	o	credor	e	o	devedor
constante	do	título,	que	no	CPC	de	2015	são	denominados	respectivamente
como	exequente	e	executado.
Na	execução	a	legitimação	pode	ser	classificada	como	originária,	ou	seja,	surge
simultaneamente	com	a	identificação	das	condições	de	credor	e	devedor	no	título
executivo	e	derivada	ou	superveniente,	quando	advém	de	posterior	transferências
dessa	condição.
A	propósito,	não	é	o	título	que	confere	legitimidade	ao	exequente	ou	ao
executado.	A	legitimidade	decorre	da	afirmação	do	exequente	na	inicial	da
qualidade	de	credor	e	devedor,	afirmação	essa	que	deve	estar	em	estrita
conformidade	com	o	título	executivo,	mesmo	que	dele	não	decorra	diretamente.
Assim,	pode	ter	legitimidade	ativa	e	passiva,	ordinária	ou	extraordinária,	sujeitos
que	não	figurem	como	credor	ou	devedor	no	título	executivo	original,	como	o
Ministério	Público,	o	espolio	do	credor,	o	cessionário,	o	espolio	do	devedor	e	o
fiador	judicial,	que,	de	algum	modo,	a	legitimidade	deriva	de	um	dos	sujeitos
indicados	no	título.	Se	o	exequente	e	o	executado	identificados	na	inicial	da
execução	não	ostentam	a	legitimidade	em	decorrência	do	título	(ordinária)	ou	de
algumas	circunstâncias	(extraordinária),	prevista	na	lei,	vinculada	aos	sujeitos
constantes	do	título,	será	o	autor	julgado	carecedor	da	ação.
1.4.1	Legitimidade	Ativa
O	art.	778	do	CPC	de	2015	estabelece	a	legitimidade	para	fins	de	execução.	São
legitimados	ativos	ordinários	o	credor	constante	do	título,	o	espólio,	os	herdeiros
ou	sucessores	do	credor,	o	cessionário	por	ato	entre	vivos,	o	sub-rogado	legal	ou
convencional.
Os	requisitos	para	a	legitimação	ativa	do	espólio,	herdeiros	ou	sucessores	do
credor	diferem	em	relação	ao	momento	em	que	se	dá	a	sucessão:
a)	Antes	de	iniciada	a	execução:	a	legitimidade	se	dá	por	meio	de	provas;
b)	Depois	de	iniciada	a	execução:	instauração	de	processo	de	habilitação
incidente,	com	a	consequente	suspensão	do	processo	principal.7
A	legitimidade	do	espólio	dura	até	a	partilha	de	bens	e,	uma	vez	partilhado,	a
legitimidade	ativa	somente	será	conferida	aquele	que	receber	em	seu	quinhão	o
crédito	representado	pela	execução,	considerando-se	inclusive	a	extinção	do
espólio.
7	A	instrumentalidade	processual	flexibilizou	tal	rigor,	no	sentido	de	que,	se	o	pretendente	a	assumir	o	polo
ativo	provar	suficientemente	sua	legitimidade	a	habilitação	é	dispensada,	consequentemente,	não	se
suspende	o	processo	executivo.
Embora	não	constem	do	título,	são	legitimados	ativos	ordinário,	como	sujeito
dos	interesses	materiais	em	conflito	a	quem	a	lei	confere	título	executivo,	o
ofendido	na	execução	civil	da	sentença	penal	condenatória,	o	lesado	na	execução
de	sentença	genérica	referente	a	direitos	individuais	homogêneos,	o	advogado
que	executa	seus	honorários	etc.
Como	sub-rogados8,	tem	legitimidade	ativa	ordinária	o	fiador	convencional	que
satisfez	a	obrigação	e	o	avalista,	nas	mesmas	condições.
O	§	2º	do	art.	778	do	CPC	reproduz	a	ratio	do	Recurso	Especial	Repetitivo	nº
1091.443/SP,	de	relatoria	da	Ministra	Maria	Thereza	de	Assis	Moura:
“RECURSO	ESPECIAL	REPRESENTATIVO	DE	CO	NTROVÉRSIA.	ART.
543-C	DO	CPC.	PROCESSO	CIVIL.	CESSÃO	DE	CRÉDITO.	EXECUÇÃO.
PRECATÓRIO.	SUCESSÃO	PELO	CESSIONÁRIO.	INEXISTÊNCIA	DE
OPOSIÇÃO	DO	CEDENTE.	ANUÊNCIA	DO	DEVEDOR.
DESNECESSIDADE.	APLICAÇÃO	DO	DISPOSTO	NO	ART.	567,	II,	DO
CPC.	EMENDA	CONSTITUCIONAL	Nº	62/2009.	1.	Em	havendo	regra
específica	aplicável	ao	processo	de	execução	(art.	567,II,	do	CPC),	que	prevê
expressamente	a	possibilidade	de	prosseguimento	da	execução	pelo	cessionário,
não	há	falar	em	incidência,	na	execução,	de	regra	que	se	aplica	somente	ao
processo	de	conhecimento	no	sentido	da	necessidade	de	anuência	do	adversário
para	o	ingresso	do	cessionário	no	processo	(arts.	41	e	42	do	CPC).	2.	"Acerca	do
prosseguimento	na	execução	pelo	cessionário,	cujo	direito	resulta	de	título
executivo	transferido	por	ato	entre	vivos	–	art.	567,	inciso	II	do	Código	de
Processo	Civil–,	esta	Corte	já	se	manifestou,	no	sentido	de	que	a	norma	inserta
no	referido	dispositivo	deve	ser	aplicada	independentemente	do	prescrito	pelo
art.	42,	§	1º	do	mesmo	CPC,	porquanto	as	regras	do	processo	de	conhecimento
somente	podem	ser	aplicadas	ao	processo	de	execução	quando	não	há	norma
específica	regulando	o	assunto"	(AgRg	nos	EREsp	354569/DF,	Rel.	Ministro
CASTRO	MEIRA,	CORTE	ESPECIAL,	DJe	13/08/2010).	3.	Com	o	advento	da
Emenda	Constitucional	nº	62,	de	9	de	dezembro	de	2009,	todas	as	cessões	de
precatórios	anteriores	à	nova	redação	do	artigo	100	da	Constituição	Federal
foram	convalidadas	independentemente	da	anuência	do	ente	político	devedor	do
precatório,	seja	comum	ou	alimentício,	sendo	necessária	apenas	a	comunicação
ao	tribunal	de	origem	responsável	pela	expedição	do	precatório	e	à	respectiva
entidade.	4.	Recurso	especial	provido.	Acórdão	sujeito	ao	regime	do	art.	543-C
do	CPC	e	da	Resolução	STJ	08/2008”.
8	Pesssoa	que	paga	uma	dívida	alheia,	assumindo	todos	os	direitos,	ações	e	privilégios	que	antes	eram
atribuídos	ao	credor	originário.
No	tocante	ao	Ministério	Público,	tem	legitimidade	ativa	ordinária	para	a
execução	das	sentenças	nas	ações	condenatórias	por	ele	proposta	com	essa
mesma	legitimidade.
O	Ministério	Público	ainda	pode	atuar	como	legitimado	ativo	extraordinário,	na
hipótese	de	substitutos	processuais,	ou	seja,	age	em	nome	próprio	na	defesa	do
interesse	alheio,	exemplo:	quando	executa	a	sentença	penal	condenatória	em
favor	da	vítima	pobre;	na	ação	civil	pública;	na	ação	popular;	o	marido	na	defesa
do	dote	da	mulher;	o	fiador	que	promove	o	andamento	da	execução	já	iniciada
pelo	credor	contra	o	devedor;	qualquer	legitimado	na	ação	civil	pública	para
promover	a	execução	da	respectiva	indenização;	o	agente	fiduciário	em	caso	de
inadimplemento	de	obrigação	pela	companhia	emissora	das	debentures	etc.
1.4.2	Legitimidade	Passiva
A	legitimidade	passiva	é	sempre	ordinária,	porque	ninguém	pode	ser	sujeito
passivo	da	execução	se	não	for	devedor,	sucessor	do	devedor	ou	alguém	que	pela
lei	ou	por	ato	voluntário	deva	responder	pela	satisfação	da	obrigação	constante
no	título.
As	únicas	hipóteses	de	autêntica	legitimação	extraordinária	passiva	na	execução
referem-se	a	do	curador	especial	do	réu	preso	ou	do	réu	citado	por	edital	ou	com
hora	certa	que	não	acudir	a	citação,	e	a	do	cônjuge	do	devedor	necessariamente
citado	em	execução	fundada	em	direito	real	sobre	imóvel	que	não	integre	a
comunhão	de	bens.
1.4.2.1	Legitimidade	Passiva	Derivada
Nos	casos	em	que	a	execução	pode	recair	sobre	bens	de	algum	sujeito	que	não
seja	o	devedor	principal	da	obrigação,	Carnelutti	se	refere	a	substituição
processual	substancial	e	Liebman	a	responsabilidade	executória	secundária.
As	diversas	situações	em	que	isso	pode	ocorrer	merecem	um	estudo	à	parte,
porque	o	Direito	não	considera	essas	pessoas	como	sujeitos	passivos	da
execução,	não	lhes	conferindo	os	direitos,	deveres	e	ônus	de	partes,	embora	a	lei
determine	que	os	seus	bens	sejam	atingidos	pelos	atos	executórios.
Em	face	do	alcance	da	garantia	constitucional	do	contraditório,	especialmente	no
tocante	ao	art.	9º	e	10	do	CPC	de	2015,	como	expressão	do	princípio	da
participação,	nenhum	sujeito	de	direito	pode	ter	atingida	a	sua	esfera	patrimonial
por	qualquer	ato	executório,	sem	que	a	lei	lhe	assegure	a	oportunidade	de	influir
eficazmente	na	elaboração	da	decisão	que	o	determinou	ou	no	reexame
imediatamente	subsequente	dessa	decisão,	bem	como	em	todos	os	sucessivos
atos	do	processo	de	execução	em	que	isso	ocorreu.
Se	o	legitimado	passivo	originário	é	aquele	contra	o	qual	a	execução	é
promovida,	legitimados	passivos	derivados	devem	ser	todos	aqueles	que,	por
algum	fundamento	de	direito	material,	podem	ter	o	seu	patrimônio	atingido	por
atos	executórios.	Destes,	o	Código	apenas	reconhece	o	fiador	judicial	como
sujeito	passivo	da	execução	(art.	779,	IV).
Essa	legitimidade	passiva	derivada,	que	decorre	da	chamada	responsabilidade
patrimonial,	pode	surgir	desde	o	ajuizamento	da	execução	ou	no	curso	dela.	A
partir	da	sua	ocorrência,	a	esses	sujeitos	devem	ser	assegurados	todos	os	direitos
subjetivos	processuais	inerentes	à	qualidade	de	sujeitos	passivos	da	execução,
como	serem	intimados	de	todos	os	atos	processuais,	assegurar-lhes	o	direito	de
intervir	em	todos	os	atos	e	fases	do	processo	de	execução	e	de	se	pronunciar
previamente	antes	de	qualquer	decisão	que	o	juiz	venha	a	adotar,	em	igualdade
de	condições	com	as	partes	originárias.
Somente	a	observação	das	garantias	constitucionais	do	legitimado	passivo
derivado,	possibilita	o	Estado-juiz	invadir	em	seu	patrimônio	para	fins	de
execução.
1.4.2.1.1	Novo	Devedor
O	CPC	de	2015	inovou	ao	inserir	como	legitimado	passivo	aquele	que	assume	a
dívida	no	lugar	do	devedor	originário.	Trata-se	da	assunção	de	dívidas	ou	cessão
de	débito	(art.	299	do	Código	Civil9),	ou	seja,	consiste	na	transferência	da	dívida
a	um	novo	sujeito	que	não	o	devedor	originário	e	exige	concordância	expressa
do	credor,	por	que	a	partir	do	momento	em	que	se	modifica	o	devedor,
automaticamente	há	alteração	no	patrimônio	que	ficará	submetido	para	o
pagamento	da	dívida.
1.4.2.1.2	O	Fiador	Fiança	é	uma	garantia	prestada	por	terceiro,	que	se	configura
em	três	espécies:
	-	Convencional:	decorrente	de	acordo	de	vontade	dos	contratantes.
	-	Legal:	decorre	da	lei,	como	por	exemplo	o	art.	1400	e	1745,	parágrafo	único,
ambos	do	Código	Civil.
	-	Judicial:	determinada	pelo	juiz,	de	ofício	ou	a	requerimento	das	partes	e
funciona	como	caução.
Assim,	fiador	judicial	é	o	terceiro	que,	no	curso	de	um	processo	(não
necessariamente	de	execução),	compromete-se	perante	o	juízo	a	garantir
obrigação	que,	eventualmente,	venha	a	ser	imposta	a	uma	das	partes	naquela
relação	processual.	Trata-se	de	legitimação	passiva	extraordinária.
Sobre	o	fiador	judicial	mister	transcrever	interessante	julgado	do	STJ:
9	Art.	299.	É	facultado	a	terceiro	assumir	a	obrigação	do	devedor,	com	o	consentimento	expresso	do	credor,
ficando	exonerado	o	devedor	primitivo,	salvo	se	aquele,	ao	tempo	da	assunção,	era	insolvente	e	o	credor	o
ignorava.	Sobre	referido	dispositivo,	tem-se	o	Enunciado	nº	16,	aprovado	na	Jornada	de	direito	civil,
ocorrida	em	setembro	de	2002,	organizada	pelo	Centro	de	Estudos	Jurídicos	do	Conselho	da	Justiça
Federal,in	verbis:	“O	art.	299	do	Código	Civil	não	exclui	a	possibilidade	de	assunção	cumulativa	de	dívida,
quando	dois	ou	mais	devedores	e	tornam	responsáveis	pelo	débito	com	a	concordância	do	credor”.
“EXECUÇÃO	FISCAL.	CREDITOS	DE	ICM.	FIADOR	JUDICIAL.	POSIÇÃO
IDENTIFICADA	COM	A	DO	DEVEDOR	PRINCIPAL.	EXIGIBILIDADE	DO
PAGAMENTO	DA	DIVIDA.	PROSSEGUIMENTO	DA	EXECUÇÃO.
PRESCRIÇÃO	CONSUMADA.	CONTAGEM	DO	PRAZO	PRESCRICIONAL.
SENDO	O	FIADOR	JUDICIAL	AQUELE	QUE	PRESTA,	NO	CURSO	DO
PROCESSO,	GARANTIA	EM	FAVOR	DE	UMA	DAS	PARTES,	A	SUA
POSIÇÃO	SE	IDENTIFICA	COM	A	DO	DEVEDOR	PRINCIPAL;	TORNA-SE
SOLIDARIO.	PODE,	O	CREDOR	EXIGIR	DELE,	DESDE	LOGO,	O
PAGAMENTO	DA	DIVIDA.DESNECESSARIA	A	CITAÇÃO	DO	FIADOR,
BASTANDO	SUA	INTIMAÇÃO,	EFETUADA	A	PENHORA,	A	EXECUÇÃO
PODE	PROSSEGUIR	NOS	PROPRIOS	AUTOS.	A	ORDEM	DE	CITAÇÃO,
ANTES	DA	VIGENCIA	DA	LEI	N.	6.830/80,	NÃO	TEM	EFEITO
INTERRUPTIVO	DA	PRESCRIÇÃO.	TENDO	A	INTIMAÇÃO	DO	FIADOR,
QUE	CORRESPONDE	A	CITAÇÃO,	OCORRIDO	MAIS	DE	OITOANOS	APOS
ROMPIDO	O	COMPROMISSO	DO	FI
NANCIAMENTO	PELO	QUAL	SE	RESPONSABILIZOU,	EM	RELAÇÃO10A
ELE	TAMBEM	FLUIU	O	PRAZO	QUINQUENAL”	.
Vale	ressaltar,	que	este	fiador	judicial,	não	se	confunde	com	as	demais	figuras	de
fiador	(quando	tal	condição	é	assumida	em	atos	de	direito	material,	por	forçade
convenção	ou	da	lei).
Em	verdade,	o	fiador,	seja	convencional,	legal	ou	judicial,	não	é,	no	plano	do
direito	material,	devedor	principal,	mas	responsável	pelo	pagamento	de	débito	de
outrem,	caso	este	não	o	faça.	Sua	responsabilidade,	solidária	ou	subsidiária,	é
sempre	derivada.
Segundo	parte	da	doutrina,	independentemente,	da	obrigação	principal
(garantida	pela	fiança)	estar	representada	em	título	executivo	extrajudicial,	o
fiador	legal	ou	convencional	poderia	ser	parte	passiva	da	execução,	desde	que
existente	instrumento	escrito	da	fiança.	Por	coerência,	os	que	preconizam	essa
tese	terão	de	qualificar	tal	fiador	como	legitimado	ordinário	originário,	uma	vez
que	seria	posto	na	condição	de	executado	por	figurar	diretamente	como	devedor
no	título.
10	STJ.	REsp	nº	41932/SP.	Min.	Relator	Helio	Mosimann.	Dj.	25.08.1997
Reputa-se	que,	só	quando	a	obrigação	assumida	pelo	afiançado	estiver
representada	em	título	executivo,	o	fiador	poderá	ser	parte	passiva	na	execução.
O	novo	CPC	dispõe	que	a	execução	somente	poderá	ser	promovida	contra	o
fiador	do	débito	constante	em	título	extrajudicial,	sem	prejuízo	da	hipótese	em
que,	previamente	condenado,	o	fiador	é	executado	com	base	em	título	judicial–
ou	seja,	pelo	procedimento	de	cumprimento	de	sentença.
Tal	dispositivo	advém	do	entendimento	do	STJ,	através	do	verbete	nº	268,	que
assim	dispõe:
	“O	fiador	que	não	integrou	a	relação	processual	na	ação	de	despejo	não	responde
pela	execução	do	julgado”.
O	art.	513,	§	5	do	CPC	de	2015	diz	que	o	cumprimento	de	sentença	não	poderá
ser	promovido	em	face	do	fiador,	do	coobrigado	ou	do	corresponsável	que	não
tiver	participado	da	fase	de	conhecimento.
1.4.2.1.3	Da	Responsabilidade	Tributária
A	responsabilidade	tributária	vem	regulada	nos	arts.	128	a	138	do	CTN,	como
também	no	art.	4º,	V	da	Lei	6.830/80.	Contudo,	nem	todas	as	figuras	ali
previstas	recaem	na	hipótese	do	art.	779,	VI	do	código	de	processo.
O	responsável	tributário	assume	tal	condições	de	executado	em	duas	situações:
	a)	Substitui	aquele	que	deveria	ser	naturalmente	o	contribuinte,	por	multifários
motivos	previstos	em	lei	e;
b)	Recebe	por	transferência	o	dever	de	pagar	o	tributo	antes	atribuído	ao
contribuinte,	o	qual,	por	motivos	diversos,	não	pode	ou	não	deve	satisfazer	a
prestação.
Na	responsabilidade	tributária	por	transferência,	o	contribuinte	deixa	de	cumprir
sua	obrigação	por	alguma	razão,	mas	não	é	originariamente	ignorado,
transferindo-se	a	responsabilidade	posteriormente	e	por	ato	superveniente.
Na	responsabilidade	tributária	por	substituição,	o	contribuinte	é	desde	logo
afastado,	não	chegando	nem	mesmo	a	ser	considerado	sujeito	passivo,	sendo	que
a	própria	lei,	independentemente	de	um	fato	posterior,	atribui	a	responsabilidade
a	quem	não	é	contribuinte.	Essa	terceira	pessoa	passa	denominarse	“responsável
por	substituição”.	Na	substituição	tributária	a	obrigação	de	pagar,	desde	o	início,
é	do	responsável,	ficando	o	contribuinte	desonerado	de	quaisquer	deveres.	Ex:
ICMS	e	no	IR	(art.	45	do	CTN).	Outros	exemplos	de	responsáveis	tributários	por
substituição:	a)	o	empregador,	com	relação	ao	IR	relativo	a	renda	do	empregado;
b)	a	Caixa	Econômica	Federal	com	relação	ao	imposto	de	renda	incidente	sobre
o	prêmio	da	loteria	auferido	pelo	ganhador	da	receita;	c)	os	fundos	de
previdência	privada,	que	devem	reter	o	imposto	de	renda	na	fonte,	e	repassa-lo	à
União;	d)	o	laticínio,	com	relação	ao	ICMS	devido	pelo	produtor	rural	na
comercialização	de	leite	cru;	e)	a	usina,	com	relação	ao	ICMS	devido	pelo
produtor	rural	na	comercialização	do	caule,	etc.
Importa	para	fins	de	legitimidade,	é	a	regra	que	fixa	como	responsável	um
terceiro	que	recebe	o	dever	de	zelar	pelo	recolhimento	do	tributo	e	com	multas
(art.	134,	CTN).	Ex;	inventariante,	administrador	judicial	e	etc.	A	tendência	é	a
de	se	afirmar	que	são	estes	os	responsáveis	legitimados	passivos	extraordinários,
uma	vez	que	figurariam	na	execução	respondendo	pelo	débito	alheio.
Autorizadas	vozes	entre	os	tributaristas,	entretanto,	sustentam	que	nessas
hipóteses	há	imposição	de	dever	material	específico	para	o	responsável,	distinto
da	própria	obrigação	tributária	devida	pelo	contribuinte	–	dever	cujo
descumprimento	é	sancionado	por	penalidade	no	valor	da	obrigação	tributária.
Dentro	dessa	perspectiva,	a	legitimação	seria	ordinária.
1.5	Litisconsórcio	e	Intervenção	de	Terceiros
Ao	se	tratar	da	cumulação	de	demandas	executivas,	já	se	evidenciou	a
possibilidade	de	litisconsórcio	na	execução.	Basta	pensar	no	caso	em	que	no
título	executivo	constam	várias	pessoas	como	credoras	ou	como	devedoras.
O	litisconsórcio	tanto	poderá	ser	originário	(é	o	exemplo	acima)	quanto
superveniente	(ex:	no	curso	da	execução,	falece	o	devedor,	sucedendo-lhe	na
condição	de	executados	os	seus	vários	herdeiros).
Normalmente	o	litisconsórcio	na	execução	é	facultativo,	uma	vez	que	não	são
usuais	as	hipóteses	em	que	a	execução	tenha	de	ser	necessariamente	movida	em
face	dos	vários	devedores	ou	requerida	por	todos	os	credores.	Mas	não	é
impossível	o	litisconsórcio	necessário,	tomemos	por	exemplo	o	art.	73,	§	3º	do
CPC	de	2015;	a	execução	movida	contra	os	sócios	da	sociedade	dissolvida;	os
concursos	universal	e	singular	de	credores.
Em	suma,	na	execução,	o	litisconsórcio	necessário	reside	nas	obrigações	de	fazer
indivisível	ou	de	entrega	de	coisa	indivisível.
Quanto	a	intervenção	de	terceiros,	somente	a	assistência	simples	é	compatível
com	o	processo	de	execução.
No	entanto,	é	polêmica	a	admissibilidade	da	assistência	na	execução.	Negam-na
alguns,	sob	o	argumento	de	que,	através	de	tal	mecanismo,	terceiro	intervém	no
processo	visando	a	auxiliar	uma	das	partes	a	obter	sentença	favorável	que
repercutirá	em	sua	esfera	jurídica	(art.	119):	não	visando	a	execução	da	sentença
de	mérito,	ficaria	prejudicada	a	função	do	instituto.	Outros,	porém,	respondem
que	o	art.	119	e	seguintes	devem	ser	aplicados	à	execução	com	as	devidas
adaptações	(art.	771,	parágrafo	único,	CPC	2015):	a	assistência	serviria	para	o
terceiro	auxiliar	uma	das	partes	a	obter	resultado	prático	que	refletiria
juridicamente	de	modo	positivo	na	esfera	dele,	por	exemplo	o	fiador	principal,	a
fim	de	lhe	dar	adequado	andamento,	com	amparo	no	art.	834	do	Código	Civil).
Araken	de	Assis11	defende	que	a	execução	tem	as	suas	formas	próprias	de
intervenção	de	terceiros,	como	no	concurso	de	preferência,	na	atuação	dos
credores	pignoratício	e	hipotecário	e	no	chamamento	de	todos	os	credores	da
insolvência	civil.
Essas	e	outras	modalidades	de	intervenção	espontânea	ou	provocada	de	novos
sujeitos,	diversos	dos	que	originalmente	figuraram	na	execução,	põem	os
intervenientes	na	posição	de	legitimados	ativos	ou	passivos	da	execução,	ou	de
autores	ou	réus	de	ações	de	conhecimento	incidentes,	pouco	importando	trata-las
como	hipóteses	de	intervenção	ou	de	modificação	ou	ampliação	da	legitimação
originária.
11	ASSIS,	Araken.	Manual	da	execução	civil.	São	Paulo:	Editora	Revista	dos	Tribunais,	2007.
	1.6	CUMULAÇÃO	DE	EXECUÇÃO
Para	fins	de	economia	processual,	o	art.	780	do	CPC	de	2015	dispõe	que	é	licito
ao	credor,	sendo	o	mesmo	o	devedor,	cumular	várias	execuções,	ainda	que
fundadas	em	títulos	diferente,	desde	que	para	todas	elas	sejam	competentes	o
juiz	e	idêntica	a	forma	do	processo.
Obviamente	não	se	aplica	ao	cumprimento	de	sentença,	pois	esta	é	uma	fase
processual	destina	a	execução	de	sentença	proferida	especificamente	naquele
processo.
A	viabilidade	em	se	autorizar	cumulação	objetiva	de	pedidos	executivos	se	dá
em	razão	do	devedor	ser	o	mesmo,	o	que	varia,	é	a	causa	do	pedido	e	pedido.	Os
pedidos	não	precisarão	se	fundar	todos	eles	sobre	o	mesmo	título.
Destarte,	a	cumulação	de	execução	tem	os	seguintes	requisitos:	a)	identidade	do
credor;	b)	identidade	do	devedor;	c)	o	juiz	deve	deter	competência	absoluta	para
processar	todos	os	pedidos	executivos	e;	d)	todos	os	pedidos	executivos	tem	de
se	submeter	a	mesma	forma	de	processo	executivo.
Além	disso,	nosso	sistema	admite	a	cumula	subjetiva	quando	o	título	faz	menção
a	vários	credores	ou	devedores	(ex:	execução	propostaem	face	de	várias	pessoas
que	firmaram	a	promessa	de	pagamento	na	mesma	nota	promissória;	execução
da	sentença	condenatória	proferida	em	favor	de	inúmeras	pessoas	e	contra	outras
tantas	etc.).
No	que	tange	a	possibilidade	de	dupla	cumulação,	ou	seja,	quando	diferentes
pedidos	executivos	são	formulados	por	vários	credores,	e/ou	em	face	de	vários
devedores,	com	base	em	diferentes	títulos	executivos	(ex:	cumulação	de	um
pedido	executivo	contra	A,	fundado	em	cheque,	com	outro	pedido	contra	B,
fundado	em	promissória).	Essa	hipótese	não	foi	a	aventada	pelo	art.	573	do	CPC,
razão	pela	qual	muitos	a	consideram	vedada.
A	meu	ver,	aplica-se	a	regra	do	art.	113	do	NCPC,	referente	as	regras	gerais	do
litisconsórcio.	Ou	seja,	embora	os	pedidos	executivos	sejam	feitos	em	face	de
diferentes	devedores	e	com	base	em	títulos	distintos,	eles	poderiam	ser	reunidos
na	mesma	execução,	desde	que	todos	os	títulos	tivessem	origem	na	mesma
relação	de	direito	material,	ou	houvesse	alguma	afinidade	de	questão,	que	o
procedimento	executivo	seja	o	mesmo	e	etc.
1.7	EXECUÇÃO	INJUSTA	E	INDEVIDA
Os	atos	executivos	constitui-se	uma	espécie	sanção,	que	para	afastar	a	crise	de
adimplemento	do	obrigado,	autoriza	o	Estado	socorrer-se	de	violência	legitimada
pelo	devido	processo	legal,	para	satisfazer	o	direito	do	credor.
Assim	sendo,	o	credor	deve	agir	com	zelo	e	responsabilidade	a	fim	de	não
ajuizar	processo	executivo	de	maneira	indevida,	razão	pela	qual,	o	código	de
processo	reprime	execução	tidas	como	injusta.
Nesse	lanço,	sobre	as	perdas	e	danos	oriundos	de	execução	injusta,	transcreve-se
julgado	do	STJ,	da	lavra	do	ministro	Cesar	Asfor	Rocha:
“RESPONSABILIDADE	CIVIL.	AÇÃO	DE	INDENIZ	AÇÃO	POR	ATO
ILÍCITO.	EXECUÇÃO	INDEVIDA.	DANO	MORAL.	QUANTUM
INDENIZATÓRIO	EXCESSIVO.	REDUÇÃO.
O	valor	da	indenização	por	danos	morais	submete-se	ao	crivo	desta	Corte	e,
quando	exorbitante,	deve	ser	reduzido	a	patamares	razoáveis.
Não	se	conhece	de	recurso	especial	que	trata	de	tema	não	debatido	pelas
instâncias	ordinárias,	incidindo	os	óbices	previstos	nos	verbetes	ns.	282	e	356	da
Súmula	do	STF.	Recurso	especial	principal	conhecido	e	parcialmente	provido
para	redução	da	verba	indenizatória.
Recurso	adesivo	não	conhecido”12.
12	STJ.	REsp	nº	605.665/SC.	Min.	Relator	Cesar	Asfor	Rocha.	Dj.	11.11.2006.
A	sanção	pela	execução	injusta	advém	do	direito	intermediário	–	com	a	fixação
bárbara	em	Roma,	em	que	o	exequente,	na	execução	privada,	caso	não	houvesse
o	crédito	por	ele	alegado,	seria	condenado	a	pagar	para	o	devedor	a	mesma
quantia	indevidamente	exigida,	ou	mais.
Com	base	nesse	antecedente	histórico,	o	CPC	de	2015	visa	tutelar	aqueles	que
são	indevidamente	executados	em	face	daquele	que	executou	indevidamente.	O
ressarcimento	envolverá	todos	os	danos	causados	pela	execução	injusta,	sejam
eles	de	índole	patrimonial	ou	extrapatrimonial.
Para	se	ter	uma	execução	como	injusta,	é	preciso	que	exista	uma	sentença	de
mérito	transitada	em	julgado,	nos	embargos,	na	impugnação	ou	em	qualquer
ação	heterotópica	onde	se	reconheça	a	inexistência,	no	todo	ou	em	parte,	da
obrigação	que	deu	lugar	à	execução.
Dispõe	o	art.	776	do	CPC	de	2015,	que	poderá	ser	aplicado	a	qualquer
modalidade	de	execução,	o	Código	ainda	regula	a	responsabilidade	pela
execução	provisória	injusta	ou	indevida,	onde	o	risco	de	erro	é	maior	do	que	nas
execuções	fundadas	em	título	acobertado	pela	coisa	julgada	material.	É	o	que
dispõe	o	art.	520,II	do	CPC.	Igualmente,	prevê	o	Código	regra	específica	de
ressarcimento	pela	execução	indevida	nos	casos	de	tutela	de	urgência,	quando	a
medida	urgente	executa	cause	prejuízo	a	parte	e	posteriormente	não	seja
confirmada	pela	sentença	ou	acórdão.	Tanto	neste	caso,	como	no	anterior,	há
execução	provisória,	e	os	dispositivos	podem	ser	aplicados	conjuntamente.
É	de	se	lembrar	que	a	tutela	prevista	neste	dispositivo	é	ressarcitória,	o	que
significa	que	essa	demanda	desembocará	numa	sentença	condenatória	para
pagamento	de	quantia.	Dada	a	íntima	relação	dessa	demanda	com	os	fatos
ocorridos	no	processo	de	execução	que	lhe	deu	origem,	deve	ser	processada	nos
próprios	autos	da	execução.	Observa-se	que,	se	a	parte	foi	executada	e
indevidamente	teve	seu	patrimônio	alienado,	ou	em	razão	da	execução	foi
obrigado	a	prestar	um	fazer	indevido,	a	tutela	não	será	restauradora	da	situação
anterior,	devendo-se	converter	o	prejuízo	suportado	em	perdas	e	dados.	É	o	que
se	conclui	da	redação	do	dispositivo	e	também	do	art.	903	do	CPC.
A	ação	executiva	assegura	para	o	detentor	do	título	executivo	todas	as	garantias
para	satisfação	do	seu	direito,	inclusive,	mediante	emprego	legítimo	da	força,
uma	vez	ele	detém	o	jus	imperium	,	já	que	é	seu	múnus	público	e	político	vedar	a
autotutela	e	impor	a	vontade	concreta	da	lei	para	eliminar	conflitos.
A	vedação	à	execução	injusta	visa	afastar	o	mau	uso	deste	meio	jurisdicional,
ante	os	efeitos	por	ele	gerado,	bem	como	afastar	eventuais	abuso	de	direito	pelo
credor,	já	que	na	lide	executiva	inclina-se	mais	para	o	credor.
1.8	COMPETÊNCIA
Na	fase	de	cumprimento	de	sentença,	a	competência	é	funcional	e,	portanto,
absoluta.	Quer	dizer,	o	juízo	competente	para	cumprimento	de	sentença	é	o
mesmo	em	que	ocorreu	a	formação	do	título	executivo	judicial.	Todavia,
formado	o	título,	o	exequente	poderá	prosseguir	com	a	satisfação	de	seu	direito
em	outros	foros,	vejamos:
a)	Onde	foi	proferida	a	sentença;
	b)	Onde	se	encontram	os	bens	sujeitos	à	expropriação;	ou
	c)	No	atual	domicílio	do	executado.
A	execução	de	título	judicial	com	trâmite	a	outro	juízo,	que	não	seja	aquele	em
que	se	formou	a	sentença,	também	é	denominada	como	execução	itinerante.
Caso	o	credor	escolha	executar	em	outro	juízo	distinto	daquele	em	que	foi
formada	a	sentença,	ele	deverá	peticionar	e	requerer	perante	o	juízo	itinerante.	O
juízo	itinerante	irá	fazer	a	admissibilidade	do	pleito,	ou	seja,	verificará	se	estão
presentes	os	requisitos	para	que	a	execução	seja	processada,	seja	porque	os	bens
do	devedor	estão	ali	situados	ou	então,	porque	é	o	atual	domicílio	do	devedor.
Presentes	alguns	dos	requisitos	supra,	o	juízo	itinerante	solicitará	ao	juízo	de
origem,	que	lhe	remeta	os	autos	do	cumprimento	de	sentença.
Ao	final,	os	autos	serão	arquivados	no	juízo	onde	tramitou	a	execução,	e	não
restituídos	ao	de	origem.
Outrossim,	a	execução	itinerante	deverá	obedecer	à	Justiça	em	que	está
vinculado	o	juízo.	Em	outras	palavras,	se	a	sentença	for	originária	de	juízo
comum	federal,	o	cumprimento	de	sentença	deve	se	dar	perante	a	mesma	justiça
federal.
No	que	tange	a	competência	para	execução	de	sentença	penal	condenatória,
sentença	arbitral	e	sentença	estrangeira	(art.	516,	III)	será	competente	o	juízo
cível	que	seria	o	competente	para	conhecer	o	processo	de	conhecimento	se	não
existisse	o	título	executivo.
Na	sentença	penal	condenatória,	executa-se	na	jurisdição	civil,	obrigação	civil	de
indenizar,	ou	seja,	decorrente	do	efeito	extrapenal	das	sentenças	penais
condenatória.
Destarte,	primeiro	torna-se	necessário	liquidar	e,	posteriormente,	executa-la.
Com	efeito,	a	competência	para	a	liquidação	advém	das	regras	do	processo	de
cognição.	Exemplo:	tratando-se	de	reparação	de	dano	decorrente	de	ato	ilícito,	a
competência	é	o	lugar	do	ato	ou	do	fato,	conforme	o	art.	53,	IV,	alínea	‘a’;	sendo,
portanto,	esse	foro	o	competente	para	processar	a	fase	de	cumprimento	de
sentença.
Em	relação	a	sentença	arbitral,	geralmente,	no	compromisso	arbitral	ou	a
cláusula	compromissória	deve	haver	previsão	de	foro	judicial	para	execução
daquela	sentença.	Em	caso	de	omissão	no	contrato,	aplica-se	a	regra	para	os
títulos	extrajudiciais	consistentes	em	investigar	qual	o	juízo	competente	para
conhecer	do	processo	de	conhecimento	se	inexistisse	arbitragem.
Por	fim,	a	sentença	estrangeira	deve	ser	homologada	pelo	STJ	para	que	gere
eficácia	no	Brasil	e,	após	a	homologação	a	competência	para	executa-la	(art.
109,	X	da	CF)	é	da	Justiça	Federal	de	primeiro	grau	de	jurisdição.
1.9	INCLUSÃO	NO	CADASTRO	DE	INADIMPLENTES
Outra	inovação	trazida	para	o	CPC	de	2015	reside	nos	§§	3º,	4º	e	5º	do	art.782,
que	autoriza	a	instauração	de	procedimento	para	inclusão	do	executado	no
cadastro	de	inadimplentes,	tais	como	SERASA	e	SCPC.	Para	tanto,	o	exequente
deverá	requerer	ao	órgão	jurisdicional	competente,	assumindo	as
responsabilidades	pelos	danos	oriundos	de	uma	inscrição	indevida.
Essa	regra	poderá	ser	aplicada	em	toda	modalidade	de	execução	(judicial	ou
extrajudicial),	inclusive	nas	execuções	de	alimentos,	sem	prejuízo	da
possibilidade	de	protesto	do	título	e	prisão	civil	do	devedor,	que	nesta	espécie	de
satisfação	de	direito	alimentar	guarda	uma	peculiaridade	a	ser	analisada	em
tópico	específico.
A	regra	em	comento	não	é	novidade	em	alguns	órgãos	jurisdicionais	da
federação,	por	exemplo	no	Tribunal	de	Justiça	do	Estado	de	São	Paulo,	que	há
tempos	firmou	com	a	SERASA	um	convênio13,	para	que	referido	órgão	de
proteção	ao	crédito,	voluntariamente,	coletasse	junto	ao	cartório	distribuidor
judicial	a	relação	de	processos	executivos	que	foram	distribuídos	naquele	órgão
jurisdicional,	a	fim	de	ampliar	seu	rol	de	negativados.	Com	base	na	relação
fornecida	pelo	cartório	distribuidor,	a	SERASA	reproduz	fielmente	as
informações	e	repassa	a	seus	clientes.
A	questão	inclusive,	foi	objeto	no	STJ	em	sede	de	recurso	especial	repetitivo:
“REPRODUÇÃO	FIEL	EM	BANCO	DE	DADOS	DE	Ó	RGÃO	DE
PROTEÇÃO	AO	CRÉDITO	DE	REGISTRO	ATUALIZADO	ORIUNDO	DO
CARTÓRIO	DE	DISTRIBUIÇÃO.	RECURSO	ESPECIAL
REPRESENTATIVO	DA	CONTROVÉRSIA.	REGISTROS	DOS	CARTÓRIOS
DE	DISTRIBUIÇÃO.	UTILIZAÇÃO	SERVIL	DESSAS	INFORMAÇÕES
FIDEDIGNAS	POR	ÓRGÃO	DE	PROTEÇÃO	AO	CRÉDITO.	EXERCÍCIO
REGULAR	DE	DIREITO.
HIPÓTESE	QUE	DISPENSA	A	COMUNICAÇÃO	AO	CONSUMIDOR.
13	Considerando	os	cartórios	de	distribuição	judicial	são	serviços	públicos,	a	teor	dos	artigos	5º,	inciso
XXXIII	e	37,	ambos	da	Constituição	Federal,	salvo	as	hipóteses	em	que	é	decretado	segredo	de	justiça,	a
coleta	realizada	pelo	supracitado	órgão	de	proteção	ao	crédito	decorrente	de	convenio	mantido	com	o
tribunal	atende	o	modelo	constitucional.
1.	Para	fins	do	art.	543-C	do	Código	de	Processo	Civil:	"Diante	da	presunção
legal	de	veracidade	e	publicidade	inerente	aos	registros	do	cartório	de
distribuição	judicial,	a	reprodução	objetiva,	fiel,	atualizada	e	clara	desses	dados
na	base	de	órgão	de	proteção	ao	crédito	-	ainda	que	sem	a	ciência	do	consumidor
-	não	tem	o	condão	de	ensejar	obrigação	de	reparação	de	danos".
2.	Recurso	especial	não	provido”14.
No	caso	dos	tribunais	não	firmaram	convênio	com	algum	órgão	de	proteção	ao
crédito,	considerando	a	ratio	do	precedente	supra,	bem	como	interpretação
extensiva	do	art.	828	do	CPC	de	2015,	nos	processos	de	execução	de	títulos
extrajudiciais,	o	exequente	poderá	requerer	na	própria	petição	inicial	a
negativação	do	executado,	ou	então,	após	distribuição	da	ação	executiva,	com
juízo	positivo	de	admissibilidade,	poderá	requerer	certidão	e/ou	expedição	de
ofício	para	o	órgão	jurisdicional,	a	fim	de	que	a	entidade	de	proteção	ao	crédito
reproduza	fielmente	as	informações	relativas	ao	processo	executivo,	a	fim	de
alimentar	o	banco	de	dados	do	referido	órgão	cadastral.
No	caso	de	execução	por	quantia	certa,	considerando	que	o	processo	de
execução	possibilita	prazo	de	três	dias	para	o	executado	promover	o	pagamento
espontâneo	do	débito	e/ou,	reconhecê-lo	e	requerer	seu	parcelamento,	na	forma
do	disposto	no	art.	916	do	CPC	de	2015,	recomenda-se	que	a	negativação	do
processo	executivo	em	órgãos	de	proteção	ao	crédito,	seja	após	o	transcurso	do
prazo	para	pagamento	espontâneo.
No	entanto,	nada	impede	que	a	negativação	do	executado	nos	órgãos	de	proteção
ao	crédito	seja	feita	ab	initio,	tal	como	acima	aduzido.
Já	na	fase	de	cumprimento	de	sentença,	a	inclusão	do	executado	nos	órgãos	de
proteção	ao	crédito	poderá	ser	requerida,	após	o	transcurso	do	prazo	para
cumprimento	espontâneo	da	decisão	judicial	que	reconhece	obrigação	de	pagar
quantia	certa,	fazer,	não	fazer	e	entrega	de	coisa,	conforme	interpretação	análoga
do	art.	517	do	CPC	de	2015.
14	STJ.	REsp	nº	1.344.352-SP.	Min.	Relator	Luis	Felipe	Salomão.	DJ	12.11.2014	O	cancelamento	da
inscrição	acontecerá	se	houver	o	pagamento,	garantia	do	juízo	ou	por	extinção
da	execução.
2
TÍTULO	EXECUTIVO
2.1	CONSIDERAÇÕES	INICIAIS
A	eficácia	dos	títulos	executivos	judiciais	previstos	na	lei	processual	e/ou
esparsa,	decorre	de	um	processo	que	tramitou	num	órgão	jurisdicional
regularmente	constituído.
Por	outro	lado,	a	eficácia	dos	demais	títulos	executivos	extrajudiciais	decorre	da
lei,	mesmo	sendo	eles	atos	negociais	celebrados	entre	dois	ou	mais	sujeitos
dotados	de	capacidade,	no	exercício	de	sua	liberdade	negocial.	Ou	seja,	a
vontade	do	sujeito	que	declara	ser	devedor	e	diz	que	pagará	não	é,	em	si	mesma,
o	fator	que	qualifica	o	ato	como	título	executivo;	não	passa	de	um	critério	levado
em	conta	pelo	legislador,	o	qual	se	apoia	nele	para,	nos	casos	que
discricionariamente	escolhe,	instituir	a	eficácia	executiva.
2.2	CONCEITO	E	ELEMENTOS	ESSENCIAIS
Conforme	visto	anteriormente,	o	processo	de	execução	depende	de	um	título
executivo,	haja	vista	que	decorre	e,	é	regida	pela	cláusula	do	due	process	of	law,
como	também,	em	observância	ao	princípio	da	nemo	executio	sine	titulo.
Título	executivo15	é	um	ato	ou	fato	jurídico	indicado	em	lei	como	portador	do
efeito	de	tornar	adequada	a	tutela	executiva	em	relação	ao	preciso	direito	a	que
se	refere.	Essa	conceituação	permite	visualizar	os	elementos	essenciais	ao	título
executivo	e	a	seu	correto	entendimento	no	sistema,	que	são:	a)	tipicidade	dos
títulos	segundo	as	leis	vigentes	no	país;	b)	sua	natureza	de	ato	ou	fato	jurídico;	c)
sua	eficácia	executiva	e;	d)	a	necessidade	de	que	o	título	se	refira	a	uma
obrigação	perfeitamente	definida	quanto	a	seus	elementos	constitutivos	(certeza
e	liquidez).
2.3	TIPICIDADE	LEGAL	DO	TÍTULO	EXECUTIVO	(NULLUS	TITULUS
SINE	LEGIS)
Conforme	visto	no	tópico	relacionado	aos	princípios	executivos,	a	regra	da
tipicidade	dos	título	executivos	significa	que	não	há	título	executivo	sem	lei
anterior	que	o	defina.	No	direito	brasileiro,	só	podem	ser	títulos	executivos
aqueles	atos	ou	fatos	definidos	em	lei	como	tais;	a	construção	do	elenco	dos	atos
e	fatos	dotados	de	eficácia	executiva	cabe	exclusivamente	ao	legislador	e	jamais
ao	juiz	ou	mesmo	às	partes.
A	severidade	dessa	reserva	legal,	associada	à	própria	exigência	de	um	título	para
executar,	decorre	da	gravidade	das	medidas	executivas	que	o	título	autoriza,	as
quais	podem	conduzir	ao	desapossamento	ou	mesmo	à	expropriação	de	bens	do
executado,	contra	sua	vontade	e	a	dano	de	seu	patrimônio.	Trata-se	de	matéria	de
ordem	pública	do	processo16,	que	não	há	espaço	para	o	poder	dispositivo	dos
particulares.
15	Ver	artigos	586;	614,	I	e	618,I;	todos	do	CPC
16PROCESSUAL	CIVIL.	RECURSO	ESPECIAL.	EXECUÇÃO	DE	TÍTULO	JUDICIAL	CONTRA	A
FAZENDA	PÚBLICA	ESTADUAL.	ANUÊNCIA	DO	ESTADO	EMBARGADO	COM	CÁLCULOS	DO
EXEQÜENTE.	TRANSCURSO	IN	ALBIS	DO	PRAZO	PARA	OPOSIÇÃO	DE	EMBARGOS	DO
DEVEDOR.	HOMOLOGAÇÃO	DOS	CÁLCULOS.	EXCEÇÃO	DE	PRÉ-EXECUTIVIDADE.
NULIDADE.	INEXISTÊNCIA	DE	TÍTULO	EXECUTIVO.	EXTINÇÃO	DO	PROCESSO	DE
EXECUÇÃO.	COISA	JULGADA.	FENÔMENO	EXCLUSIVO	DOS	PROCESSOS	DE	COGNIÇÃO.
INOCORRÊNCIA,	IN	CASU,	DE	PRECLUSÃO	PRO	IUDICATO.	1.	Recurso	especial	no	qual	a
controvérsia	gravita	em	torno	de	saber-se,	se	na	execução,	a	não	oposição	de	embargos	do	devedor	e	a
conseqüente	homologação	dos	cálculos	são	aptos	a	gerar	a	coisa	julgada	capaz	de	validar	o	processo
executivo,	obstando	inclusive,	a	decretação	da	nulidade	do	feito	pelos	juízos	de	cognição	plena	na	hipótese
em	que,	após	a	expedição	do	precatório,	mas	antes	de	seu	efetivo	pagamento,	a	parte	executada	demonstra
cabalmente	a	inexistência	de	título	executivo	a	instruir	a	ação	executiva,	via	"exceção	de	pré-
executividade".	2.	In	casu,	a	Corte	de	origem,	mediante	análise	do	conjunto	fático	probatório	carreado	nos
autos,	assentou	o	entendimento	de	que:	"No	caso	dos	autos,	não	há	a	mínima	evidência	de	que	a	exeqüente
esteja	vinculada	ao	título	judicial,	o	que	autorizava	o	decreto	extintivo	da	execução,	como	lançado	pelo
operoso	magistrado	singular".	3.

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