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Saiba Mais Aula 07 – Empresa e Relação com Consumidor 
 
 
 
Práticas Empresariais 
 
Oferta 
 
A escassa regulamentação pressupunha a igualdade das partes e tinha presente o 
entendimento de que a oferta se dava entre pessoas determinadas: proponente e 
aceitante. 
Fruto dessa insuficiência normativa e da constatação de que a oferta nas relações de 
consumo poderia dar-se entre pessoas indeterminadas, alcançando tanto o consumidor 
efetivo (aquele que atua adquirindo produtos ou serviços), como o potencial (aquele que 
está propenso a consumir ou exposto às práticas de consumo, como oferta, publicidade e 
práticas abusivas), verificou-se que este último também merecia proteção especial da lei. 
 
Requisitos da Oferta 
 
As informações devem ser verdadeiras e corretas, guardando correlação fática com as 
características do produto ou serviço, redigidas em linguagem clara, lançadas em lugar e 
forma visíveis. Além disso, devem ser escritas em língua portuguesa. 
Em caso de oferta por telefone ou reembolso postal há um requisito extra: para possibilitar 
a responsabilização, o nome do fabricante e seu endereço deverão constar 
obrigatoriamente da embalagem, publicidade e impressos utilizados na transação 
comercial (art. 33). 
 
Propaganda Enganosa e Abusiva 
 
Os Publicitários diferenciam a propaganda da publicidade, estabelecendo que a 
propaganda possui caráter ideológico e a publicidade o caráter negocial-comercial, sendo 
que a publicidade possui sentido mais estreito (mais comercial). 
 
As regras que proíbem a propaganda enganosa estão previstas no art. 36, p. único e art. 
37 §§ ambos do CDC. 
 
O conceito de publicidade enganosa ou abusiva está expresso na lei , nos §§ 1º e 2º do art. 
37 do CDC. 
 
Defesa do Consumidor em Juízo 
 
Na defesa do consumidor em juízo, pretende-se aplicar medidas eficazes para efetivar os 
direitos instituídos no Código. Era preciso fortalecer o consumidor não apenas na 
celebração do contrato, como também em juízo. A palavra defesa não trás apenas seu 
sentido restrito, de contestação, resposta, trata de defesa lato sensu. 
No que concerne a defesa do consumidor, o código assegura tanto a defesa individual 
como coletiva, portanto, tudo aplicável no individual cabe também ao coletivo. O tempo 
mostra que as lesões não são pulverizadas e sim massificadas, sendo assim, não se faz 
possível julgar essas macro lesões, lesões em massa como micro lesões. Cada vez mais a 
demanda átomo, como é chamada à defesa individual, é substituída pela demanda 
molécula, defesa coletiva. 
Em regra a relação processual atua em três áreas : acesso ao judiciário( justiça gratuita); 
defesa de direitos coletivos ( predominância das ações coletivas sobre as individuais), 
como fenômeno da massificação das lesões e o ressarcimento pelo dano sofrido. 
 
No que se refere à defesa individual, o legislador dispôs algumas regras para fortalecê-lo: 
 
a. Competência das ações (Art. 101, I). A ação tem que ser proposta no domicílio do 
Autor. Ou seja, entre as cláusulas abusivas está aquela em que o contratado designa um 
foro distante do domicílio do contratante para dirimir dúvidas ( foro de eleição), com o 
evidente propósito de dificultar seu acesso à justiça. 
 
b. Vedação da denunciação da lide (Arts. 88 e 101,II). Pois tem-se que esta tumultua o 
processo, por inserir um outro gerando o embate entre o lidedenunciante e o 
lidedenunciado, sendo assim tardaria a ação. O regresso, quando cabível, procederá em 
ação autônoma. 
 
c. Assegurar o uso de toda e qualquer ação (Art. 83). Não há no C.D.C um rol de ações 
especificas à relação de consumo, ou seja, qualquer ação presente no direito positivo pode 
ser movida, ampliando assim os horizontes do consumidor. 
 
d. Execução específica da obrigação de fazer ou não fazer (art 84, §4 C.D.C, 
transpassado do art.461 do CC). Essas execuções específicas derivam de um caso que 
tornou-se corriqueiro em nosso direito. Até a promulgação do presente código, o 
fornecedor que se negasse a fazer, sofreria conseqüentemente ação de perdas e danos 
desprendendo mais tempo para o fornecedor executar o serviço ou entregar o produto tão 
necessário ao consumidor. O diploma, no referido artigo inovou ao delegar poderes ao juiz, 
podendo hoje, aplicar multas diárias compelindo o fornecedor a fazer o que lhe compete. 
Sendo assim, a regra de converter ação de obrigação de fazer ou de não fazer em perdas 
e danos deixa de ser regra e torna-se exceção, e a culminação de astreinte (multa diária) 
não impede essa conversão. 
 
e. Inversão do ônus da prova. Que opera: ope judice, (art.6,VIII) ou ope legis, 
determinada por lei, quanto à publicidade (art.38). 
 
f. Desaguar as demandas de consumo nos J.E.C.s (art. 5º IV) . Atualmente noventa por 
cento das causas nos Juizados Especiais Cíveis, dizem respeito à relação consumerista. 
 
g. Assistência Jurídica (art. 5º,I) . E esta se faz integral e gratuita, para o consumidor 
carente de recursos financeiros, como já era garantido pela Lei 1.060/50. 
 
h. Garantia do Hábeas Data (art.43, §4.º) . A segurança constitucional ( art. 5º , LXXII e 
LXXVIII da CF) se repete, é um direito que assiste ao consumidor, ir a cadastros e bancos 
de dados, ver tudo que consta a seu respeito. 
 
i. Ação coletiva erga omnes (art.103). A extensão das ações coletivas, quando procede, 
estendem-se às ações individuais. 
 
 
j. Defesa coletiva (demanda molecular) (art.81). Esta sim, a grande novidade deste 
inovador código, em prol do princípio da igualdade entre as partes. A demanda molecular 
aumenta a força política do lado mais fraco, que geralmente é o consumidor. O C.D.C. não 
foi o pioneiro desta idéia de defesa coletiva, surgiu com a ação civil pública, porém o que o 
Código defensor dos consumidores faz é abrir o leque, implantando mais órgãos 
capacitando-os a moverem tais ações.

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