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Direito Administrativo (LFG EO XIX)

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INTRODUÇÃO:[1: 1ª Aula (16 de junho de 2015). Lícinia Rossi.]
1.1. Administração pública: a nomenclatura apresenta-se sobre dois aspectos/sentidos:
(i) o complexo orgânico que corresponde às funções administrativas (subjetivo ou formal), e 
(ii) atividade concreta do Estado para suprir as necessidades coletivas (sentido material ou objetivo).
1.2. Conceito de Direito Administrativo: 
Critério legalista: o direito administrativo é um conjunto de leis administrativas.
Critério do Poder Executivo: o direito administrativo cuidará/disciplinará dos/os atos desempenhados pelo Poder Executivo.
Escola do Serviço Público (França, a partir do Caso Blanco de 1873): o direito administrativo se preocupará somente com o serviço público prestado pelo Estado.
Critério das Relações Jurídicas: o direito administrativo regulamenta as relações jurídicas entre a Administração Pública e os administrados (agentes).
Critério teleológico ou finalístico: o direito administrativo seria um conjunto de regras e princípios.
Critério da Administração Pública (Heli Lopes Meireles): contém todos os elementos dos critérios anteriores e possui elementos novos e relevantes (os outros conceitos estão corretos, mas incompletos entre si). Basicamente: o direito administrativo consiste no conjunto harmônico dos princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.
PRINCÍPIOS QUE REGEM A ATUAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
2.1. Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular: porque o Estado busca o bem estar comum, ou seja, busca o interesse do coletivo (sempre em relação vertical, ou seja, o bem coletivo prevalecerá sobre o interesse particular).
Celso Antônio Bandeira de Melo diz que a Administração Pública têm poderes em decorrência desse princípio, bem como intervém na propriedade particular em busca do bem estar coletivo (art. 5º, inciso XXIV. Exemplo: desapropriação para construir um hospital), além das cláusulas exorbitantes instituídas pela Administração (exemplo: possibilidade de rescisão unilateral de contrato a qualquer tempo, em favor do coletivo). 
Basicamente: a Administração Pública só tem poderes para fazer valer o instituto da Supremacia do Interesse Público.
2.2. Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público: o interesse é da coletividade, o agente não pode abrir mão.
O agente público exerce o “munus público”, pois age em nome da coletividade, ou seja, sempre deverá buscar a vontade do bem comum. Outrossim, a vontade do agente público não pode prevalecer sobre o coletivo.
Exemplo: Administração que contrata profissionais para realizar uma obra, seguirá a lei conforme o art. 37, inciso XXI da CF, ou seja, será obrigatório procedimento por meio de licitação, com igualdade de condições a todos os concorrentes. Basicamente: não seguirá conforme a sua vontade, não pode contratar a bem prazer.
Do mesmo modo, é obrigatório a exigência de concurso público conforme o art. 37, inciso II da CF (exceto em casos de cargo em comissão = livre nomeação e exoneração).
Aprofundamento: 
a) Cargo Público ≠ Emprego Público: ambos são adquiridos mediante concurso público.
	CARGO PÚBLICO
	EMPREGO PÚBLICO
	Direitos previstos em lei ou na Constituição Federal
	Consolidação das Leis Trabalhistas
	Art. 41 da CF = estabilidade (cargo que somente será perdido em algumas hipóteses, ou seja, em virtude de sentença judicial transitada em julgado; mediante processo administrativo respeitado a ampla defesa; e mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho). *adquire estabilidade após três anos contados da nomeação.
	Não terá estabilidade, contudo, em caso de dispensa unilateral de empregado de “empresa pública ou sociedade de economia mista”, será obrigatória a MOTIVAÇÃO (STF, RE 589.998).
b) Cargo em comissão: é de livre a nomeação (não precisa prestar concurso público), bem como de livre exoneração. A livre nomeação para ocupação de cargos em comissão encontra limites na súmula vinculante 13, que veda o nepotismo (não é qualquer nomeação, vedado a nomeação de cônjuge/companheiro, parentesco em linha reta e colaterais até o terceiro grau).[2: Súmula Vinculante 13. A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.]
Em dezembro de 2014, no RE 579.392 o STF fixou que as leis que tratam de vedação ao nepotismo não são de inciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo.
CUIDADO: o STF ao disciplinar a questão do nepotismo na Súmula Vinculante 13 “esqueceu” de mencionar os parentes na colateral ou transversal em quarto grau (exemplo: primos) e os ocupantes de cargos políticos e, por essa razão ante a falta de proibição expressa ainda podem ocupar cargos em comissão.
2.3. Princípio da Legalidade: fazer aquilo que a lei manda, significa que o agente público encontra-se em tese, subordinação à lei.
O ato praticado e considerado ilegal (quando não realiza o que a lei manda) será passível de anulação. 
OBS: Quem pode/tem competência para anular atos ilegais? Qual o Prazo (art. 54 da Lei 9.784/99)? Quais serão os efeitos da anulação? Poderá tanto a Administração Pública, quanto o Poder Judiciário (ambos possuem competência), cujo prazo é de cinco anos, e os efeitos são “ex tunc”, ou seja, são retroativos.
2.4. Princípio da Impessoalidade: é a ausência de subjetividade, ou seja, não pode o agente beneficiar o amigo e prejudicar o inimigo. *súmula vinculante 13. Basicamente: ser imparcial e seguir o que a lei determina.
2.5. Princípio da Moralidade: combater a imoralidade. É também conhecido como o conceito de “boa Administração”, ou seja, o agente público deve agir de forma correta/moral/honesta/transparente.
Quando o agente público não segue a moralidade, cometerá improbidade administrativa (Lei 8.429/92 e art. 37, § 4º da CF). Exemplo: enriquecimento ilícito (art. 9º), dano ao erário público (art. 10), e violação aos princípios da administração pública (art. 11 da Lei de Improbidade Administrativa). A título de curiosidade a improbidade administrativa não é crime.
OBS: também é vedado nepotismo cruzado (nomeação de parentes de forma cruzada, ou seja, “A” nomeia meus parentes e eu nomeio os parentes de “A”).
2.6. Princípio da Publicidade: a Administração Pública deve dar ciência a sociedade, ou seja, publicidade ao ato praticado. 
Geralmente ocorre por Diário Oficial. Tendo ciência, a população pode controlar os atos praticados pela administração pública.
Exceções do Princípio da Publicidade, ou seja, quando o ato não se público:
Art. 5º, inciso X, da CF: não se pode dar publicidade às situações que possam colocar em risco a intimidade, vida privada, a honra e a imagem das pessoas, ou seja, nessas hipóteses não terá publicidade o ato.
Art. 5ª, inciso XXXIII da CF: igualmente, não terá publicidade os atos da Administração Pública que contenham sigilo imprescindível à segurança da Sociedade e/ou do Estado.
Art. 5º, inciso LX da CF: por fim, também haverá restrição à publicidade, quando a defesa da intimidade ou interesse social o exigir.
Aprofundamento: “promoção pessoal” = art. 37, § 1º da CF. Não pode o agente político/público utilizar de nomes, símbolos ou imagens para promoçãopessoal. Exemplo: Marcos, prefeito de uma determinada cidade, constrói um teatro e o “batiza” com seu nome.
2.7. Princípio da Eficiência: não estava na redação original da Constituição, foi acrescentado com a EC 19/98. Conjuga o binômio produtividade + economia = eficiente. 
Para testar se o agente é eficiente ou não, ele é periodicamente submetido a uma avaliação de desempenho (para verificar se o agente público é eficiente após ter passado em um concurso; art. 41, § 1º, inciso III da CF). Neste caso, a avaliação periódica de desempenho é realizada após adquirir a estabilidade, sendo que se o agente for reprovado, PERDE A ESTABILIDADE.
O agente adquire estabilidade após três anos da nomeação, e durante esse período se submete a avaliação especial de desempenho (art. 41, § 1º da CF), para adquirir estabilidade.
2.8. Princípio da Autotutela: revisão (controle endógeno), por meio de anulação (no caso de ato ilegal) e por meio de revogação (no caso de inconveniente/inoportuno). É a revisão que a Administração Pública faz sobre seus atos, senda ela pode renovar atos ilícitos e revogar quando inconvenientes ou inoportunos.
Súmula 346 STF: nulidade de atos ilegais.[3: Súmula 346 STF. A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.]
Súmula 473 STF: anular quando vícios ilegais, ou revogados por motivos de conveniência ou oportunidade.[4: Súmula 473 STF. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.]
Revogação: há um ato da Administração válido (inválido não pode ser revogado), mas não atende mais ao interesse público, terá efeito “ex nunc” (não retroage). Somente a Administração poderá revogar atos (aquela que praticou aquele ato).
Anulação: ausência de legalidade, sendo que a Administração Pública e o Judiciário podem anular.
2.9. Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos: os serviços públicos devem ser prestados de forma contínua. Exceto:
Art. 6º, § 3º da Lei 8.987/95: autoriza a interrupção do serviço, sem aviso prévio, em caso de urgência. Da mesma forma, poderá ser com aviso prévio se ocorrer o (i) inadimplemento ou (ii) desobediência de norma técnica (“gato”).
Greve dos agentes públicos: art. 37, inciso VII da CF (definidos por lei específica). 
OBS: lei específica? O Congresso Nacional ainda não fez, falta regulamentação. Toda vez que não tiver norma regulamentadora, a parte pode entrar com mandado de injunção, neste caso o STF (Mandado de Injunção n.º 670, 708 e 712) decidiu que enquanto não vier a lei específica que regulamenta a greve no setor público, utiliza-se, no que couber, a lei que regulamenta a Greve no setor privado (Lei 7.783/89). 
Mas, com relação às atividades desempenhadas por policiais em geral (policiais federais – STF, RCL 17.358; policiais civis – STF, MI 774) entendeu que devem ser equiparados aos militares e, portanto, proibidos de fazer greve já que suas atividades são essenciais para a manutenção da ordem pública e da segurança. Nesse sentido, vide art. 142, § 3º, inciso IV da CF.
2.10. Princípio da Isonomia ou Igualdade: 
Igualdade formal (“caput” do art. 5º): homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações.
Igualdade Material (decorrente da máxima aristotélica): iguais de forma igual e desiguais de forma desigual de acordo com sua desigualdade (com o objetivo de diminuir as desigualdades sociais). Exemplo: art. 5º, inciso L (presidiárias que estão no período de amamentação ficam com as suas proles); art. 7º, incisos XVIII e XIX (licença paternidade ≠ licença maternidade); prazos em dobro para Fazenda Pública e Ministério Público.
Considerações: 
Súmula Vinculante 44: só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público (não vale decreto, resolução, portaria);
Súmula 683 STF: estabelece que somente será possível fixar limite de idade para inscrição em concurso público quando justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.[5: Súmula 683 STF. O limite de idade para inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, inciso XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.]
O STF na ADI 4424 entendeu que no caso da Lei Maria da Penha o Ministério Público pode dar início à ação penal sem necessidade de representação da vítima. A Lei 11.340/06 inaugurou nova fase de ações afirmativas em favor da mulher (99,9% dos casos de violência doméstica é praticado pelo homem contra a mulher) como forma de assegurar o princípio da isonomia.
O STF no RE 658.312 com repercussão geral reconhecida e mérito julgado em fevereiro de 2015 fixou que o art. 384 da CLT é constitucional e, em caso de prorrogação de jornada de trabalho somente às mulheres é possível período de descanso de quinze minutos antes do início de trabalho extraordinário.
2.11. Princípio do Contraditório e Ampla Defesa: art. 5º, inciso LV da CF, tanto em âmbito judicial, como em âmbito administrativo.
Súmula vinculante 05: a falta de advogado durante o processo administrativo não ofende à CF.[6: Súmula Vinculante 5. A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.]
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO:[7: 2ª Aula (23 de junho de 2015). Alexandre Mazza.]
3.1. Introdução: estuda-se as mais importantes competências da Administração Pública. 
Os poderes da Administração têm relação com a função típica do Poder Executiva (não exclusiva), ou seja, administrar. A função administrativa subdivide-se em seis, sendo elas:
Poder Vinculado.
Poder Discricionário.
Poder Regulamentar.
Poder Hierárquico.
Poder Disciplinar.
Poder de Polícia. 
O poder da administração é um poder-dever, que está relacionado à busca por uma finalidade pública (de interesse coletivo). Sempre será desempenhado nos limites definidos pela lei.
Quando um dos poderes da administração for utilizado de forma ideal/correta, chama-se este de “uso regular do poder” (quando a lei atribui competências ao agente, e o mesmo os utiliza de forma correta). A título de curiosidade: o uso regular do poder não trás consequências jurídicas, pois o agente se manteve nos limites legais.
OBS: USO REGULAR DO PODER é ≠ de uso irregular do poder (também conhecido por abuso de poder). Este é o exercício inadequado de uma competência por determinado agente público, que possui as seguintes características:
Agente competente (sempre pressupõe): porque o abuso de poder não é vício de consentimento, ou seja, o agente que praticou tal ato era competente para tanto.
Ato nulo.
O uso irrEgular do poder é dividido em duas espécies:
Desvio de poder (desvio de finalidade ou ainda tredestinação ilícita): ocorre quando o ato é praticado visando interesse alheio ao previsto na regra de competência, ou seja, visa interesses diferentes dos coletivos. Exemplo: interesse pessoal, perseguição de terceiro. *tresdestinação ilícita (≠ de tresdestinação lícita, art. 519 CC = mudança do bem expropriado para interesse público). Basicamente: ocorre a prática de um determinado ato por um agente competente, mas que age com interesse divergente da Administração Pública. OBS: o ato praticado com desvio de poder será NULO.
Excesso de poder: o agente competente ultrapassa os limites de suas atribuições legais, ou seja, existe um exagero no uso da competência. Exemplo: policiais que ao revistarem “suspeitos” exageram no emprego da força ativa utilizada. 
PODERES EM ESPÉCIE:
4.1. Poder Vinculado: é aquela competência atribuída pela lei sem margem de liberdade (o legislador já atribui todas as condutas, sendo que o agente não pode fazer algo que a lei não prevê), ou seja, jeito pré-definido pela lei. O agente é mero executor da atividade legal.
Todo ato administrativo tem cincoaspectos (requisitos de validade): “Sem o Faustão morreria feliz” (sujeito ou competência; objeto ou conteúdo; forma ou modo de exteriorização; motivo ou situação fática que autoriza a prática do ato; e finalidade ou razão de interesse pública para o ato).
Basicamente: no poder vinculado os cinco requisitos de validade são vinculados. Não há por parte do agente liberdade quanto os requisitos de validade. Exemplo: aposentadoria compulsória ou obrigatória ou ainda expulsória, sendo que o agente não tem outra alternativa.
4.2. Poder Discricionário: é aquele praticado COM MARGEM DE LIBERDADE dada pela lei. Basicamente: opções de escolha.
Como funciona em relação aos requisitos da validade do ato? Pelo menos três são vinculados, ou seja, (i) sujeito, (ii) forma e (iii) finalidade. OBS: em qualquer ato terá pelo menos esses três requisitos.
O objeto e/ou o motivo podem ser discricionários (pode ou não estar no ato praticado pelo agente público).
Ato discricionário (ato lícito, ou seja, dentro da lei) é ≠ de ato arbitrário (ato ilícito, ou seja, praticado fora daquilo previsto na norma).
Dica: atos discricionários também se sujeitam a controle judicial, desde que haja violação a princípios administrativos (súmula 473 STF). Quais são os princípios que geralmente são violados? Razoabilidade, proporcionalidade, moralidade e eficiência.[8: Súmula 473 STF. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.]
4.3. Poder Regulamentar (art. 84, inciso IV e VI CF): é um poder privativo e indelegável dos chefes do Poder Executivo, para expedir Decretos e Regulamentos visando dar fiel execução à lei. O intuito é viabilizar no caso concreto.
Os decretos e regulamentos podem ser de dois tipos: 
Executivos: são aqueles que pressupõem lei anterior na matéria. Chamados de comum, secundam a lei, desdobram o conteúdo da lei. Nunca vão prever matérias antes não previstas.
Independentes ou autônomos (sendo que muitos autores não aceitam a sua ocorrência, como por exemplo: Celso Antônio Bandeira de Melo), ou seja, não dependem de lei anterior. OBS. A maioria da doutrina e o STF aceitam sua existência. Exemplo: art. 84, inciso VI CF (o Presidente da República extingue cargos ou funções por meio de decreto, quando vagos).
4.4. Poder Disciplinar: é um poder para apurar e punir infrações cometidas por agentes públicos e contratados. Por isso o poder disciplinar é interno, ou seja, ele se manifesta no âmbito do poder “intra munos do Estado”, da qual não atingem particulares.
É interno e casual: ou seja, não é permanente (não exercido o tempo todo, apenas no caso de cometimento de alguma infração).
Como se manifesta o poder disciplinar? Obrigatoriamente exige a abertura de um devido processo legal, que foi constituído mediante contraditório e ampla defesa. 
Se decidir pela aplicação da sanção, esta deverá ser regida pelo princípio da proporcionalidade entre a pena e infração, ou seja, além de garantir contraditório e ampla defesa, o agente escolherá uma pena proporcional e adequada à infração aplicada.
Se a pena aplicada for muito exagerada, ocorrerá a nulidade da mesma.
4.5. Poder Hierárquico: é o poder de chefia, direção e comando exercido pela Administração direta sobre órgãos públicos e pelas chefias sobre agentes públicos subordinados. *escalonar e distribuir competências.
Exercido de forma permanente (ininterrupta) e interno (não atinge particulares), ou seja, não atingem particulares e nem entidades descentralizadas (autarquias, empresas públicas e agências reguladoras). *dica: as entidades descentralizadas são vinculadas mas não subordinadas ao poder central (ou seja, pela matéria).
São dois institutos que derivam do poder hierárquico:
Avocação de competência: possui a chamada força centrípeta (atrai para o centro, força de concentração da competência). Exemplo: agente ou órgão que chama para si a competência de um determinado subordinado. Na verdade, é um ato de autoridade, sendo que no Brasil somente existe a avocação vertical (de cima para baixo), da qual o superior chama para si a competência de seus subordinados.
Delegação de competência: possui a chamada força centrífuga (sai do centro). Exemplo: agente ou órgão competente que transfere parte de sua competência para um subordinado ou não subordinado (pode ser vertical ou horizontal). Aqui, ocorre um meio e distribuição de competência, da qual o agente/órgão transfere parte de sua competência para um subordinado ou não subordinado (ocorre a delegação vertical ou horizontal). Por sim, a delegação pode ser revogada a qualquer tempo, pela autoridade delegante.
Competências indelegáveis: 
Aquelas que a lei declara “exclusiva”.
Competências normativas.
Decisão de recursos.
4.6. Poder de Polícia: constituem em limitações gerais (valem para todos) à liberdade e propriedade privadas. Exemplos: vigilância sanitária, fiscalização ambiental, regras de trânsito.
O poder de polícia se desdobra em três atividades administrativas: quando exercidas em relação ao particular (externo).
Limitar:
Fiscalizar:
Sancionar:
O poder de polícia se exercido regularmente não indeniza, justamente por ser um poder geral, ou seja, atinge todo mundo (sendo que não há indenização à toda a população, por não ser especial). Porque o efeito do poder de polícia está para com a sociedade.
É conceituado no art. 78 do CTN: descreve inclusive os valores que podem ser tutelados pelo poder de polícia, quais sejam: segurança, higiene, e outros.[9: Art. 78 CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.]
BENS PÚBLICOS:
Arts. 98 ao 100 CC: 
5.1. Conceito: são todos aqueles pertencentes à pessoas jurídicas de direito público interno (União, Estados, DF e Munícipios + autarquias, fundações públicas e agências reguladoras).
5.1.1. Doutrina: também são bens públicos os afetados à prestação de serviços públicos (mesmo que o bem não pertença à PJ de direito público interno). Exemplo: trens do metrô (em caso de alienação será prejudicado a prestação do serviço público).
5.2. Espécies de bens públicos (art. 99):
a) Bens de uso comum do povo (art. 99, inciso I, CC): ruas, praças, florestas, mares. A característica básica é que esses bens possuem o uso múltiplo (afetado simultaneamente a diversas situações). Esses tipos de bens não podem ser vendidos enquanto estiverem nesta categoria, fazem parte do “patrimônio público indisponível”. Para serem alienados, precisa-se desafetar (mudança de categoria, do bem de uso comum do povo em bem dominical, sendo que normalmente será feito por lei). 
Nem sempre o bem poderá ser desafetado, ou seja, depende de sua natureza.
b) Uso especial (art. 99, inciso II CC): são os bens afetados a uma destinação determinada. Exemplo: prédio de uma repartição pública, prédio do TJ, escola pública, mercado municipal. Aqui não tem possibilidade de uso múltiplo, é chamado de patrimônio público indisponível.
No caso de patrimônio público de uso especial, pode ocorrer a desafetação fática ou por lei. A Desafetação fática ocorre por evento natural.
c) Bens Dominicais (art. 99, inciso III CC): “são aqueles que pertencem ao patrimônio de pessoa jurídica de direito público como objeto de direito real ou pessoal”. 
São também aqueles sem destinação (bens sem uso, como no caso de viaturas velhas da policial, terras devolutas).São os chamados “patrimônio público disponível”. 
OBS: a venda sempre depende de licitação.
5.3. Atributos dos bens públicos:
a) Inalienabilidade (relativa): não podem ser vendidos/onerados livremente, porque existe um processo de venda em algumas situações específicas. Exceto no caso de bens públicos dominicais e desafetados.
b) Impenhorabilidade (absoluto): os bens públicos não se sujeitam a constrição judicial (penhora), justamente porque não é possível aliena-lo.
c) Não oneração (absoluto): não podem ser gravados com penhor, ônus, hipotecas ou encargos de qualquer natureza.
d) Imprescritibilidade (absoluta): não se sujeitam à usucapião. *existe uma corrente em que admite a usucapião em bens dominicais (minoritária).
	Quiz no site da Lícia Rossi (de todas as matérias da OAB).
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:[10: 3ª Aula (24 de junho de 2015). Lícinia Rossi.]
6.1. Conceito: sob dois aspectos, sendo eles: *Decreto-Lei 200/67 (foi recepcionado, com “status” de lei ordinária).
a) Critério Material ou objetivo: é toda a atividade administrativa exercida pelo Estado, pela realização do interesse coletivo.
b) Critério Formal ou subjetivo: são os órgãos/entidades/indivíduos que vão desenvolver/desempenhar a atividade administrativa (quem desempenha a atividade pública).
6.2. Decreto-Lei 200/67: divide a Administração Pública em direta e indireta.
6.2.1. Princípios:
a) Princípio do Planejamento (art. 6º desse dispositivo legal): tudo precisa ser planejado. Exemplo: por uma licitação, precisa planejar antes, ver a reserva orçamentária.
b) Princípio da Coordenação (arts. 8º e 9º): quem serão as pessoas responsáveis por executar aquilo que foi planejado. Exemplo: chefias em hierarquia vertical.
c) Princípio da Descentralização Administrativa (art. 10): descentralização (distribuiu/transfere) da Administração Pública Direta (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), com base no princípio da eficiência, da qual transfere competências à Administração Pública Indireta (Autarquias, Fundações, Agências Executivas, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e Associações Públicas; sempre po meio de Lei), sendo que a Lei descentralizará a Administração.
Outrossim, a descentralização também ocorre para entes da iniciativa Privada, sendo que sua constituição ocorrerá por meio de (i) contrato administrativo, ou (ii) por ato unilateral.
Por contrato pode acontecer para os concessionários, no caso de concessão comum (regida pela Lei 8987/95) ou a concessão pode ser especial (PPP, regida pela Lei 11.079/04), bem como para os permissionários.
Os por ato unilateral podem ocorrer por meio de atos autorizatórios.
Aprofundamento: qual a diferença de descentralização e desconstituição?
	DESCENTRALIZAÇÃO
	DESCONSTITUIÇÃO
	Nova Pessoa Jurídica
	Mesma Pessoa Jurídica. Exemplo: para repartições de uma mesma entidade.
	Não há hierarquia, cria-se uma nova Pessoa jurídica com ideias distintas. Entretanto existe o controle de fiscalização.
	Há hierarquia (por delegação no mesmo órgão).
	As entidades descentralizadas respondem pelos danos causados (responsabilidade objetiva do Estado).
	O órgão não tem personalidade jurídica, ou seja, não é sujeito de direitos e obrigações.
d) Princípio do Controle (art. 13): a ideia é de fiscalização por parte da Administração Pública Direta (tem relação com o poder hierárquico e com o poder disciplinar).
6.3. Administração Pública Direta/Centralizada: 
Composta pela U, E, DF e M;
São pessoas jurídicas de direito público (regime jurídica de direito público);
Sua contabilidade é pública (acesso, como no caso da Lei de Responsabilidade Fiscal);
Obrigatoriedade de concurso público (art. 37, inciso II CF);
Obrigatoriedade de procedimento licitatório (art. 37, inciso XXI CF);
Possuem competências financeira (pelos danos causados), legislativa (quando a CF define a atividade legiferante) e administrativa (na prestação de determinados serviços público);
Atos e contratos realizados são considerados ADMINISTRATIVOS;
Gozam de privilégios tributários (imunidade recíproca para impostos = art. 150, inciso VI, “a” CF);
6.4. Administração Pública Indireta: é descentralizada pela criação de novas pessoas jurídicas pela busca da eficiência, cuja criação se deu por meio de Lei. Composição da Administração Indireta:
6.4.1. Autarquia:
6.4.1.1. Autarquia Comum (como o INSS): 
a) É pessoa jurídica de direito público;
b) Desempenha atividades típicas de Estado;
c) Criados por Lei (art. 37, inciso XIX CF);
d) Seus atos e contratos são ADMINISTRATIVOS;
e) Se um de seus agentes causar dano ao administrado, responderá objetivamente (conduta + dano + nexo causal) nos termos do art. 37, § 6º CF;
f) Os bens das autarquias são considerados bens públicos;
g) Gozam de privilégios processuais e estão sujeitas à contabilidade pública (prazos maiores);
h) Quem trabalha numa autarquia é classificado como “servidor público”.
6.4.1.2. Autarquias especiais (como as agências reguladoras. Exemplo: ANATEL, ANEEL, ANA, ANAC, ANP, ANVISA, ANCINE): são autarquias de regime especial responsáveis pela regulamentação (dentro de cada uma dessas áreas), controle e fiscalização de serviços públicos, atividades e bens transferidos ao setor privado.
a) Investidura especial de seus dirigentes (Presidente da República nomeia após aprovação do Senado Federal – ato complexo).
b) Mandato fixo dos dirigentes (muda de acordo com cada agência);
c) “Quarentena”: período de tempo que o ex-dirigente fica impedido de atuar no mesmo seguimento do setor regulado ou fiscalizado;
d) devem seguir a Lei 8.666/93, mas de acordo com o STF na ADI 1668, podem adotar o pregão e a consulta (é modalidade específica de licitação que têm somente nas agências reguladoras).
6.4.1.3. Autarquias Coorporativas (Conselhos Profissionais, ou seja, CRM, CFM, CRO e CREA): aplica-se as regras das autarquias comuns.
CUIDADO: OAB não se compara às demais autarquias profissionais (STF, ADI 3026).
O STF decidiu que a OAB é entidade independente;
Não integra nem a Administração Pública Direta e nem a Indireta;
Não está sujeita a controle pelo Tribunal de Contas;
O regime de pessoal da OAB é regido pela CLT (portanto, não se exige aprovação em concurso público para contratação de seus agentes);
É entidade “sui generis” – regime esdrúxulo (por Mauro Filho ???).
6.4.1.4. Autarquia Fundacional e FUNDAÇÕES (equivale à Fundação Pública de direito Público): 
A Fundação Pública pode ser: de (i) direito público, chamada de “Autarquia Fundacional” ou de (ii) direito privado, conhecida como Fundação Governamental. Diferenças:
Direito público: pessoa jurídica de direito público com elemento patrimonial público, que segue as regras aplicadas às AUTARQUIAS COMUNS.
Direito privado: de acordo com sua instituição, sendo que a personalidade jurídica é de direito privado (parecido com o regime de empresa pública ou sociedade de economia mista).
Conceito: a fundação pública é pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, destinado pelo seu fundador para uma finalidade específica (que será definida por Lei Complementar – art. 37, inciso XIX CF). 
A lei específica cria uma autarquia (e fundações públicas de direito público) ou autoriza a criação de uma sociedade de economia mista, empresa pública e fundação (governamental ou de direito privado), que por meio de uma Lei Complementar define suas finalidades.
6.4.2. Agências Executivas: autarquia ou fundação pública que está sucateada e que precisa de um plano estratégico de modernização (recebe esse “status”).
Contrato de gestão? Por meio da Lei 9649/98.
6.4.3. Empresa Pública e Sociedades de Economia Mista:
	EMPRESA PÚBLICA
	SOCIEDADE DE ECONÔMIA MISTA
	Personalidade jurídica de direito privado.
	Personalidade jurídica de direito privado.
	Prestação de serviço público ou a exploração da atividade econômica.
	Prestação de serviço público ou a exploração da atividade econômica.Capital: exclusivamente público.
	Capital: misto (público e privado).
	Princípio da autorização legislativa.
	Princípio da autorização legislativa.
	Forma organizacional é LIVRE.
	Forma organizacional de S/A.
	Exemplo: Correios.
	Exemplo: Petrobras, BB.
Aprofundamentos: 
Quem trabalha numa EP/S.EM. é considerado “empregado público”, são regidos pela CLT e não gozam da estabilidade do artigo 41 CF. Mas o STF decidiu no RE 589.998 que é obrigatória a motivação da dispensa unilateral desses empregados;
Essas entidades respondem objetivamente pelos danos que seus agentes causarem aos particulares (art. 37, § 6º CF – mas só quando tiverem por finalidade a prestação de um serviço público);
Estão obrigadas a licitar quando sua finalidade for a prestação de um serviço público. Mas se a finalidade for a exploração da atividade econômica, via de regra deverá ser a do art. 173, § 1º, inciso III CF;
Na ADPF 46 o STF decidiu que a EBCT deve atuar em regime de exclusividade na prestação do serviço postal para algumas entregas.
6.4.4. Associações Públicas: são os consórcios públicos previstos no art. 241 CF e na Lei 11107/05. Basicamente: juntar esforços públicos (entes políticos) para se consorciar para o bem estar comum. Sendo que cria-se uma reunião de entes políticos com um protocolo de intenções (contém regras, interesses e prazos visando uma finalidade pública em comum) com metas e diretrizes, em busca do interesse público.
ATOS ADMINISTRATIVOS:[11: 4ª Aula (25 de junho de 2015). Lícinia Rossi.]
7.1. Conceito: Heli Lopes Meireles (presença de todos os elementos necessários) diz que ato administrativo é toda manifestação unilateral (em decorrência do princípio da supremacia do interesse público sobre o particular) de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato (finalidade) adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. 
Nem sempre os atos praticados pela Administração Pública são “atos administrativos”. 
7.2. Não são atos administrativos:
a) Aqueles que são regidos pelo direito privado. Exemplo: contrato de locação entre a Administração Pública e um determinado particular.
b) Atos materiais ou de execução (Celso Antônio Bandeira de Melo). Exemplo: pavimentação de uma rua, pois é um mero ato de execução. Na verdade atos materiais não são nem atos jurídicos.
c) Ato político ou de governo (decorre da Constituição). Exemplo: quando o Poder Executivo sanciona ou veta um determinado projeto de lei (divisão dos poderes conforme modelo de Montesquieu, sendo que tal ato não é função típica); declarar a guerra e paz; decretar de estado de sítio e de defesa.
7.3. Espécies de atos administrativos: classificação feita pela doutrina, sendo que os doutrinadores divergem sobre o assunto.
7.3.1. Atos normativos: ato que normativa é aquele que regulamenta uma lei. Trata-se de um comando geral que irá explicitar a lei. Exemplo: decreto (Poder Executivo), instrução normativa (Ministro de Estado), regimentos (Órgão Colegiado, resolução e deliberações). Basicamente: explicitar uma norma geral.
7.3.2. Atos ordinatórios: somente gera efeito dentro daquela repartição pública. Exemplo: circulares, avisos, ordens de serviço, ofício e despacho. Basicamente: ocorre por base do Poder Hierárquico.
7.3.3. Atos negociais: ato negocial é um ato praticado entre a Administração Pública e um determinado particular (a vontade de ambos coincidem), desde que obedeça o princípio da Legalidade. Exemplo: licença para construir um imóvel (alvará); permissão da Administração Pública para uso de bem público, como no caso de colocação de mesas em calçadas, por ser conveniente ao coletivo (porém é ato discricionário, pois depende de conveniência e é revogável a qualquer tempo); autorização para porte de arma; aprovação do Senado para nomeação de um determinado cargo indicado pelo STF; dispensa do serviço militar; e admissão.
7.3.4. Atos enunciativos: são os atos que vão certificar/atestar/fornecer uma opinião sobre determinado assunto.
a) Certificar: por meio das certidões. Exemplo: certidão de nascimento, objeto e pé. O Certificar é definitivo.
b) Atestar: comprovar um fato por meio de atestados. OBS: Atestados pode, ser alterados.
c) Opinião: como no caso dos “pareceres técnicos”.
OBS: não incide imperatividade. 
7.3.5. Atos punitivos ou sancionatórios: só será punido aquele que pratica algo incorreto, tanto o particular, quanto o agente público. Basicamente: vem com uma sanção. 
Exemplo: agente público que pratica algo contrario a Lei, ou seja, violação do princípio da legalidade, sendo que o agente público receberá uma pena (suspensão, por meio de um processo administrativo instaurado com base no poder disciplinar); multa de trânsito para o particular (consequência do poder de polícia).
7.4. Critério de formação do ato administrativo:
7.4.1. Quanto à formação do Ato Administrativo (leva em consideração a formação do ato administrativo).
	ATO SIMPLES
	ATO COMPOSTO
	ATO COMPLEXO
	Única manifestação para que aquele ato aconteça.
	Mais de uma manifestação de vontade. 
OBS: vontade? Patamar de desigualdade, ou seja, diferentes (relação vertical de hierarquia).
	Mais de uma manifestação de vontade, sendo que o patamar desta manifestação ocorre em igualdade.
7.4.2. Quanto ao seu regramento: o Ato Administrativo pode ser:
a) Vinculado ou regrado: aquele que a Administração não tem liberdade de agir e que preenchido os requisitos estabelecidos em lei, devem ser realizados, ou seja, necessariamente deve obedecer o Princípio da Legalidade. Não tem juízo de conveniência ou oportunidade, por isso é chamando de ato vinculado ou regrado.
b) Discricionário: há liberdade e juízo de valor para o administrador, já que a lei permitiu margem de liberdade para decidir (conveniência ou oportunidade). Basicamente: a lei deu a opção de liberdade para constituir um juízo de valor (incide sobre o motivo e o objeto).
7.5. Atributos do Ato Administrativo: “Pati”
P = presunção de legitimidade.
A = autoexecutoriedade. 
T = tipificidade (tratado por Maria Sylvia Zanella di Pietro).
I = imperatividade.
7.5.1. Presunção de Legitimidade: a presunção de legitimidade e de regularidade é atributo do ato administrativo e significa que, pelo simples fato de ter emanado e ter sido praticado por agente público (decorre do Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular) integrante da estrutura estatal presume-se que foi praticado em conformidade com a lei (obedeceu o princípio da legalidade), e que os atos e fatos alegados pelo administrador são verdadeiros (veracidade) e morais (obedecido o princípio da moralidade), tendo aptidão para gerar efeitos “erga omnes” (Marçal Justen Filho).
7.5.2. Autoexecutoriedade: a Administração Pública possui meios coercitivos próprios (mecanismos). Exemplo: passeata tumultuosa, sendo que a Administração Pública utilizará de seus meios próprios, sem requisitar permissão ao Judiciário. Possui dois requisitos: 
Para que um ato administrativo tenha autoexecutoriedade, deve obrigatoriamente deve possuir os requisitos:
a) Exigibilidade: é o “decidir” por parte da Administração Pública.
b) Executoriedade: após a Administração Pública decidir o que fazer, ela colocará a “mão na massa”, ou seja, aplicará aquilo que for decidido. MEIOS DIRETOS DE COERÇÃO = urgente.
Nem todo ato administrativo tem autoexecutoriedade, como no caso de uma multa de trânsito, pois não tem o atributo da “executoriedade”.
7.5.3. Imperatividade: “poder extroverso” (utilizado pelo professor Renato Alessi). É consequência do Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular.
A Administração Pública cria unilateralmente (depende única e exclusivamente da vontade da Administração) obrigação para o administrado, dentro da legalidade (obedecer aquilo disposto pela Lei) e independentemente de sua concordância. Mesmoque o particular não queira, irá prevalecer o interesse do coletivo.
7.5.4. Tipicidade: é tratado por Maria Sylvia Zanella di Pietro. É o atributo pelo qual o administrado deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei (porque o agente público somente faz aquilo que a lei manda/determina) como aptas a produzir determinados resultados. Para cada finalidade (bem comum e interesse público) que a administração pretende alcançar existe um ato definido em Lei.
Se ilegal for, o ato será passível de erro (pois não obedeceu o Princípio da Legalidade).
7.6. Elementos/requisitos dos atos Administrativos: “Fo fi co m o” (Forma, finalidade, competência, motivo e objeto). Lei 4.717/65, art. 2º.
7.6.1. Forma: como regra a forma a ser adotada para um ato administrativo será a forma escrita, com base no princípio da solenidade. Existe exceção, como por exemplo no caso de sinal convencional/ordem verbal praticada por guarda de trânsito.
OBS: se o ato administrativo não obedecer a forma prevista em lei, conterá um defeito:
Mera irregularidade: ainda é possível corrigir o ato administrativo;
Vício sanável: é aquele que da para convalidar, ou seja, concertar (originalmente não era correto, mas se torna);
Vício insanável: é tão sério que é preciso anular o mesmo, porque o memso não obedeceu o princípio da legalidade, cuja prazo é de cinco anos (art. 54, Lei 9.784/99), com efeitos “ex tunc”.
7.6.2. Finalidade: enquanto elemento ou requisito do ato administrativo, a intenção (“móvel”, expressão de Celso Antônio de Melo) do agente estava contaminada, ou seja, desvio de finalidade (abuso de poder).
Conceito: o agente público não busca o interesse da coletividade, mas persegue interesses pessoais.
7.6.3. Competência ou sujeito: pode ser realizado em razão da (i) matéria, (ii) hierarquia, (iii) lugar ou (iv) tempo. Basicamente: critérios que definem a competência de um agente público.
Quando o agente público não segue esses critérios, por consequência ele comete abuso de poder na modalidade de excesso de poder, sendo que o ato deverá ser anulado, por ter sido formulado de maneira irregular.
Aprofundamento: a competência administrativa, em regra, é intransferível. Apenas será possível a delegação e a avocação em algumas hipóteses excepcionais (arts. 11 ao 17, Lei 9.784/99).
CUIDADO: não podem ser objeto de delegação (transferir para outra autoridade):
A edição de atos de caráter normativo (para todas as pessoas);
Decisão de recursos administrativos (decidir recurso administrativo);
As matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
7.6.4. Motivo ou causa: pressupostos de fatos + pressupostos de direito para determinado ato. Basicamente: razão de ter praticado o ato (praticado um ato que o direito proíbe).
Motivação: art. 50, Lei 9.784/99 = pode aparecer tanto nos atos vinculados quanto nos atos discricionários. OBS: motivo falso? Pela Teoria dos Motivos Determinantes a Administração Pública se vincula aos motivos que elegeu para a prática do ato. O motivo tem que ser verdadeiro e existente sob pena de invalidação do ato (o motivo alegado precisa ser verdadeiro e existente, pois se for falso, será invalidado o ato).
Pela teoria dos motivos determinantes, a Administração Pública se vincula aos motivos que elegeu para a prática do ato, sob pena de invalidade do mesmo.
CUIDADO: 
É possível a mudança de motivo na desapropriação (tredestinação lícita), sem que isso viole a Teoria dos Motivos Determinantes: pode ocorrer normalmente a mudança de motivo. Exemplo: desaproprio para construir um hospital, e o agente resolve construir uma escola pública (em ambos os casos tenho um interesse coletivo).
Exoneração “ad nutum”: de cargo em comissão (art. 37, inciso II, CF), não precisa apresentar o motivo da exoneração, mas se o agente apresentar o motivo, estará vinculado sobre o mesmo, pois se aplica a Teoria dos Motivos Determinantes. Basicamente: não preciso apresentar, se apresento, o motivo deverá ser verdadeiro e existente sob pena de invalidade.
7.6.5. Objeto: qual o efeito jurídico imediato que o ato produz? Exemplo: ato normativo cujo objeto é dar um comando geral.
7.7. Extinção dos Atos Administrativos: 
Cumprimento de seus efeitos;
Desaparecimento do sujeito ou do objeto: como no caso da morte do agente público ou interdição de uma fabrica;
Anulação: quando o ato for ilegal;
Revogação: ato inconveniente ou inoportuno ao interesse público;
Cassação: retirada do ato administrativo quando o destinatário descumpre condições (porque não cumpriu algumas condições);
Contraposição: retirada do ato administrativo em razão de um segundo ato que impede os efeitos do primeiro.
OBS: mais importante = anulação e revogação (princípio da legalidade e da autotutela).
LICITAÇÃO:[12: 5ª Aula (30 de junho de 2015). Alexandre Mazza.]
8.1. Conceito: é o procedimento administrativo (está é a natureza jurídica da licitação) pelo qual o Estado seleciona seus fornecedores. Basicamente: a licitação é um rito/sequência encadeada de atos.
A licitação é obrigatória para a Administração Pública, sendo que as empresas privadas não precisam fazer licitação para selecionar fornecedores.
8.1.1. Regras: 
Constituição Federal: art. 22, inciso XXVII (compete privativamente a União editar normas gerais sobre licitação e contratos administrativos); art. 37, inciso XXI (obras, serviços, compras e alienação serão contratados mediante prévia licitação).
Lei 8.666/93: normas gerais sobre licitação e contratos administrativos.
Outras leis: 
Lei 10.520/02 (lei do pregão); 
Lei 12.461/11 (RDC = registro diferenciado de contratação);
8.2. Finalidades da Licitação (art. 3º, Lei 8.666/93): atualmente são três os objetivos:[13: Art. 3o  A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.     ]
Isonomia: fornecer iguais condições à quem queria contratar (licitantes) com o Estado.
Seleção da proposta mais vantajosa: busca pela melhor proposta (competitividade), ou seja, obter o melhor contrato possível.
Promoção do desenvolvimento nacional sustentável (licitação verde/sustentável): é a ideia segundo a qual, uma licitação deve dar condições vantajosas para empresas que sejam ambientalmente sustentáveis (preocupação com causas ambientais).
8.3. Princípios específicos: submete-se aos princípios gerais do direito administrativo (LIMPE). Outrossim, submete-se aos seguintes princípios:
8.3.1. Princípio da vinculação ao instrumento convocatório: os licitantes e (+) a comissão de licitações estão vinculados às regras do edital (ato de abertura da fase externa). Basicamente: “o edital é a lei da licitação”.
8.3.2. Princípio do julgamento objetivo: a licitação deve ser decidida segundo o critério de julgamento previsto no edital, e não de acordo com preferências pessoais do administrador. 
8.4. Quais são os critérios de julgamento na licitação brasileira (recebe o nome de tipos de licitação)? ≠ modalidade de licitação (ou rito). Tipo de licitação é o critério de julgamento. São tipos de licitação:
Menor preço: ganha quem tiver o preço mais baixo. Critério utilizado em produtos/objetos de baixa complexidade, como por exemplo, água mineral, caneta, algodão, entre outros.
Melhor técnica: não interessa preço, o que importa é a melhor qualidade. Critério utilizado em produtos com grande complexidade, em geral é utilizado em serviços especializados, como no caso de asfaltamento de autódromo.
Melhor técnica e preço: normalmente esse critério é utilizado em objetos de complexidade intermediário. Levará o licitante que tiver a melhor relação custobenefício, ou seja, aquele que oferece a melhor técnica e o melhor preço.
Maior lance: critério específico utilizado no leilão, aquele que pagar mais, leva o objeto.
Menor lance: critério de julgamento do pregão.
Maior economia: critério exclusivo do RDC (o licitante deve demonstrar a melhor economia ao vender determinado produto). Exemplo: propostas para diminuir o consumo de energia elétrica de um determinado município (obrigatório estudo de caso).
8.5. Dever de licitar: quem está obrigado a fazer licitação? 
Regra geral: 
Estado (União), Estados-membros, Distrito Federal, Municípios e órgãos integrantes dos três poderes, autarquias, fundações e outros; 
Iniciativa privada não precisa licitar.
8.5.1. Obrigados a licitar:
Entidades federativas: U, E, DF e M.
Órgãos da Administração Pública direta: Ministérios da União, Secretárias estaduais e municipais, tribunais, casas legislativas, Ministério Público, tribunais de contas e outros.
Entidades da Administração Pública indireta: autarquias, fundações públicas, agências reguladoras e executivas, associações públicas, empresas públicas, sociedade de economia mista, subsidiárias (?) e fundações estatais.
OBS: Licitações fora do Estado? Jurisprudenciais. Quais são esses casos:
Paraestatais: são os serviços sociais do sistema “S” (ligados ao Sindicato, sendo que os serviços sociais são provenientes de recursos públicos). Exemplos: SESC, SENAI, SESI, SEBRAE. De acordo com o entendimento do TCU e do STF, as paraestatais precisam fazer licitação.
Organizações Sociais e OSCIPS (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público): as OS e OSCIPS não precisam fazer licitação sempre, somente serão obrigadas na aplicação de recursos repassados pelo governo. Exemplo: o governo Federal entregue cinquenta milhões para uma determinada ONG, sendo que essa organização social deve licitar quando for utilizar o recurso referenciado.
8.6. Objeto da licitação: é o estudo sobre o que deve ser licitado. 
Compras: sempre que o Estado for adquirir bens móveis, deverá ser licitado.
Serviços: como no caso de prestação de serviço de limpeza.
Alienações: vendas de bens.
Locações: contrato de locação exige prévia licitação, tanto sendo o Estado locador ou locatário. Existe apenas uma única exceção, quando o imóvel que o Estado pretende locar tenha condições especiais/singular.
Concessão de serviço público: como transporte público.
Permissão de serviço público. 
Obras: toda obra pública exige prévia licitação.
Serviço de publicidade.
8.7. Modalidades de licitação: todas estão regidas pela Lei 8.666/93, exceto o pregão que tem procedimento próprio.
Concorrência: é modalidade aberta à quaisquer interessados, com ampla publicidade e para objetos de grande vulto (mais 1,5 milhão) econômico.
Exceções ao preço = independentemente do valor a concorrência será obrigatória: 
Compra e alienação de imóveis.
Concessão de direito real de uso.
Licitação internacional.
Contratos de empreitada integral.
Concessão de Serviços Públicos.
Registro de Preços.
Tomada de preço: é a modalidade entre interessados devidamente cadastrados, para objetos de vulto intermediário (entre 150 mil e 1,5 milhão).
Convite: é a modalidade em que os interessados são convidados em número mínimo de três, sendo que nessa modalidade não há EDITAL (carta-convite), cujo objeto é de pequeno vulto (entre 15 mil e 150 mil).
MUITO IMPORTANTE: se o objeto estiver a baixo da faixa convite (menos 15 mil) para obras de serviços de engenharia, é caso de dispensa de licitação (a licitação é possível, mas não obrigatória).
Concurso: é o tipo de licitação para PREMIAR trabalhos artísticos, culturais e arquitetônicos.
Leilão: é modalidade para vendas de BENS PÚBLICOS INSERVÍVEIS.
 
Pregão (Lei 10.520/02): modalidade de licitação que pode ser utilizada em todas as entidades federativas. Representa grande economia de tempo (porque o procedimento do pregão possuía a chamada inversão de fases = julgamento das propostas antecede a habilitação) e de dinheiro (lances verbas decrescentes, sendo que ganha aquele que oferece o menor lance) para o Estado.
OBS: na licitação comum primeiro eu analiso os documentos (habilitação), depois o julgamento das propostas. Basicamente: na modalidade convite = (i) instrumento convocatório, (ii) habilitação e (iii) classificação/julgamento das propostas, (iv) homologação e (v) adjudicação (objeto do certame é atribuído ao vencedor).
Ainda, o pregão serve para bens/objetos e serviços comuns (não é objeto simples). Objeto comum é aquele padronizado (na prática são chamados de “objetos de prateleira”, aqueles que estão prontos antes mesmo da licitação).
CUIDADO: o Decreto Presidencial n.º 5.504/05 tornou obrigatório o uso de pregão (retirou a escolha) para licitações federais (toda licitação da União), preferencialmente na modalidade eletrônica, independentemente do vulto.
8.8. Regime Diferenciado de Contratação (Lei 12.461/11 = lei da copa): na verdade não é modalidade de licitação, é um sistema de licitação e contratos. OBS: foi pensado para viabilizar e facilitar os eventos sediados no Brasil, como no caso da COPA.
Tem como marca fundamental o uso exclusivo para licitações e contratos vinculados:
Jogos Olímpicos e paralímpicos;
Copa das Confederações, Copa do Mundo;
Aeroportos das capitais dos Estados da Federação distantes até 350 km das cidades sedes;
Ações integrantes do PAC (Programa de de Aceleração do Crescimento);
Obras e serviços do SUS;
Das obras e serviços de engenharia para construção, ampliação e reforma de estabelecimentos penais e unidades de atendimento socioeducativo;
Contratações vinculas à segurança pública (não está na lei, mas faz parte de medida provisória).
8.9. Contratação Direta: 
A regra geral no Brasil é que toda licitação/contratação seja precedida de licitação. Exceção: contrato administrativo sem licitação (contratação direta).
8.9.1. Dois institutos: dispensa e inexigibilidade.
	DISPENSA
	INEXIGILIDADE
	Art. 24.
	Art. 25 e todos os que por analogia forem parecidos com esse artigo.
	Rol taxativo.
	Rol exemplificativo.
	Licitação é possível, mas não é obrigatória (da para fazer, mas a lei não obriga).
	Licitação é impossível de ser realizada, por inviabilidade de competição (mesmo que a Administração queira, não será possível).
	Decisão pela contratação direta, é discricionária, ou seja, a Administração pode escolher entre a licitação ou contratação direta.
	A decisão pela contratação direta é VINCULADA.
	Exemplo: objeto de pequeno valor (abaixo do convite), como no caso de obras de serviço de engenharia e licitação deserta (quando a Administração Pública publica o edital e ninguém aparece).
	Exemplo: objeto singular, fornecedor exclusivo (como por exemplo no caso de revisão de carro importado), notória especialização (como no caso de um jurista famoso) e artista consagrado (a lei deixa claro que o artista pode ser consagrado pela crítica ou pena opinião pública).
 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS:[14: 6ª Aula (02 de julho de 2015). Alexandre Mazza.]
9.1. Conceito: contratos administrativos são todos aqueles firmados pela Administração Pública e submetidos aos princípios e regras gerais do direito administrativo (critério formal = a partir do regime jurídico do processo administrativo).
CUIDADO: antigamente o conceito de contrato administrativo era baseado no critério subjetivo das partes contraentes. Assim, era contrato administrativo qualquer um com a presença da Administração Pública. Hoje, os contratos com a presença da Administração fazem parte um gênero chamado “contratos da administração”. Esse gênero se subdivide-se em duas espécies:
Contratos Administrativos (regidos pelo Direito Administrativo).
Contratos Privados da Administração (regidos pelo Civil e Empresarial).
Basicamente = Contratos da Administração (todos aqueles que têm a Administração como parte).
Contratos administrativos (posição de superioridade da Administração Pública, nãohá igualdade): são regidos pelo Direito Administrativo. Exemplo: concessão de serviço público, parceria público-privada (PPP), contrato de obra pública, contrato de fornecimento.
Contratos privados (posição de isonomia, ou seja, as partes se tratam de igual para igual): são regidos pelo Direito Civil e Empresarial. Exemplo: contrato de locação, contrato de seguro, contratos bancários (todos, sem exceção nenhuma), contrato de empréstimo.
OBS: nos dois casos é obrigatória a confecção de licitação para comprar, alienar e adquirir um bem ou serviço.
9.2. Formalização dos contratos: como o contrato administrativo é exteriorizado. Em regra, o contrato administrativo deve ter a forma escrita (art. 60, parágrafo único, Lei 8.666/93). Exceção: “é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração” (salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a cinco por cento do limite estabelecido no art. 23, inciso II, “a” desta Lei, feitas em regime de adiantamento).
OBS: porém, admite-se contrato administrativo verbal quando efetuado para:
Pequenas compras: até quatro mil, cuja aquisição seja de bens imóveis.
Pronto pagamento.
Regime de adiantamento: sistema de contabilidade pública em que determinada receita é antecipada ao gasto. ATENÇÃO: segundo a jurisprudência do STJ, se a Administração celebra contrato verbal fora das hipóteses legais, e o contratado de boa-fé promove a sua execução, a Administração não pode alegar a irregularidade para recusar o pagamento, porque isso viola a proteção à confiança legítima (segurança jurídica).
9.3. Contratos em espécie:
9.3.1. Concessão de Serviço Público: é um contrato administrativo regido pela Lei 8.987/95, sendo aquele que o Estado (Poder Concedente) delega à prestação de um determinado serviço público (não delega o serviço em si, delega a prestação de determinado serviço) à uma PESSOA JURÍDICA ou CONSÓRCIO DE PESSOA (não existe pessoa física concessionária), mediante LICITAÇÃO obrigatória na modalidade “concorrência”.
9.3.1.1. Partes:
Poder Concedente: Estado titular do serviço.
Concessionário: aquele que recebe a delegação da PRESTAÇÃO.
Usuário: aquele que utiliza o serviço prestado.
Tarifa: aquilo que se paga a título do serviço prestado.
Exemplos: rádio e televisão, rodovias, telefonia fixa, transporte aéreo de passageiros, empresas de ônibus.
9.3.1.2. Responsabilidade: o STF firmou o entendimento de que a responsabilidade é direta e objetiva (dano e nexo) do concessionário perante usuários e terceiros não usuários (aquele que recebe a delegação, ou seja, o prestador de serviço). O Poder Concedente só responde de forma subsidiária, ou seja, na hipótese em que o patrimônio da concessionária for insuficiente para arcar com os gastos (tão somente essa hipótese).
Reversão de bens: é a transformação ao final do contrato de bens do concessionário em bens públicos para garantir a continuidade do serviço. Exemplo: cabine de pedágio. 
OBS: gera direito à indenização? Somente dos bens não amortizados (não recuperados no valor da tarifa, ou seja, imprevista).
9.3.2. Concessão precedida de obra pública: é um contrato de concessão em que o concessionário primeiro constrói uma obra e depois cobra dos usuários pela sua utilização. Exemplo: ponte Rio-Niterói.
A diferença da concessão comum, é que esta precisa construir uma “determinada obra”, e a outra apenas presta um determinado serviço.
A concessão precedida de obra pública permite ao Estado construir uma obra pública sem gastar recursos estatais (o Estado não tem recursos, ou tem e não quer onerar os cofres públicos).
9.3.3. Parceria público-privada (Lei 11.079/04): são espécies de concessão de serviço público com distribuição objetiva dos riscos entre o Estado (parceiro público) e o concessionário (parceiro privado). 
9.3.3.1. Características:
a) Duração entre cinco e trinta e cinco anos;
b) Objeto acima de vinte milhões de reais;
c) Criação de uma sociedade de proposta específica (pessoa jurídica com o nome de “personificação contratual”, cujo controle societário é da iniciativa privada);
d) Existem dois tipos de PPP:
Concessões administrativas: a Administração é a principal usuária do serviço. Exemplo: presídios em MG.
Concessão patrocinada: além da tarifa paga pelo usuário, existe a previsão de contraprestação pecuniária custeada pela Administração Pública. Exemplo: linha amarela do metrô de São Paulo.
9.4. Características dos contratos administrativos:
Verticalidade: é a característica segundo a qual os contratos administrativos ocupam uma posição de superioridade frente o contratado (não existe igualdade entre as partes, ou seja, hierarquia ou relação em vertical).
A administração possui prerrogativas contratuais que não existem em relação ao contratado, ou seja, cláusulas exorbitantes. OBS: contrato privado é formado pelo equilíbrio das partes, ou seja, horizontalidade.
Mutabilidade: é a possibilidade da Administração alterar unilateralmente as regras contratuais por razões supervenientes de interesse público (não precisa de anuência da parte contratada).
Exceção: regras de remuneração do contratado (exigem acordo, pois são regras de direito privado).
Presença de cláusulas exorbitantes: são dispositivos contratuais que conferem poderes especiais para a administração do contrato. Elas valem ainda que não escritas no contrato (previstas na Lei 8.666/93). Basicamente: ao participar de um contrato administrativo, a parte contratada deve estar ciente da existência de cláusulas exorbitantes, pois as mesmas derivam da supremacia do interesse público sobre o privado.
O termo exorbitante não é pejorativo, não quer dizer ilegítimo/inadequado/abusivo, decorre do Direito Administrativo francês, pois elas surgem ultrapassando a lógica daquilo que é normal em cláusulas do direito privado ou civil. Elas simplesmente são cláusulas incomuns para o direito privado.
Professora Maria Silvia Z. de P. diz que essas cláusulas seriam nulas se previstas em contratos privados (quaisquer uma delas).
Quais são as cláusulas exorbitantes?
Poder de fiscalizar e sancionar dentro de um contrato: qualquer infração é punida pela própria Administração Pública. Exemplo: atraso na entrega de mercadoria adquirida por licitação.
Rescisão unilateral do contrato: a Administração pode extinguir o contrato sem anuência da outra parte. Presume fato superveniente de interesse público. IMPORTANTE: se o contrato for especificamente um contrato de concessão de serviço público, esta rescisão unilateral recebe a nomenclatura de “encampação” (extinção antecipada do contrato). 
ENCAMPAÇÃO (características):
Implica em retomada de serviço: deve ser ininterrupta, a Administração retorna o serviço prestado, mantendo a prestação;
Ocorre por um fato superveniente (novo) e sempre por motivo de interesse público;
Sem culpa do contratado: não ocorreu má execução do contrato, simplesmente houve um fato novo que impede a prestação de tal serviço;
Depende de autorização legislativa;
Prévia indenização: o concessionário será indenizado pela ausência de lucro que “seria” obtido pelo tempo de concessão (frustrar a provisão de lucro).
Exemplo: contrato de concessão de serviços de bonde por trinta anos, sendo que tal investimento se tornou obsoleto (extinguiu antecipadamente).
É o dever do contratado continuar executando o serviço por até noventa dias, mesmo que não receba para tanto: todo empresário assume ao firmar um contrato com a Administração Pública;
Restrição à “exceção do contrato não cumprido”: é regra existe no direito privado, segundo a qual os contratos comutativos do direito privado tem sempre uma cláusula de extinção do contrato, que ocorre quando uma das partes se torna inadimplente. Exemplo: rescisão do contrato por falta de pagamento, sendo que a parte contratada não entregará o produto enquanto não receber a prestação pecuniária. OBS: no Direito Administrativo não é aplicado de pleno direito, apenas no caso de 90 diasapós o inadimplemento da Administração Pública, sendo que é jurisdição contenciosa do Judiciário.
É poder que a Administração tem de promover modificações unilaterais no objeto: pode ocorrer de duas naturezas, sendo elas:
Qualitativas: desde que não seja desvirtuado a natureza do objeto. Exemplo: alterações no projeto para o bem do coletivo, como no caso de rampa de acesso para deficientes.
Quantitativas: são modificações na extensão do objeto, como acréscimos e supressões (dentro dos limites legais, pois a lei estabelece limites máximo de supressão).
Até 25% para acréscimo.
Até 25% para supressões.
OBS: sendo que o limite será de 50% em casos de reforma. Entretanto, no caso de supressão pode ser ultrapassado em caso de acordo firmado entre as partes, e nunca será possível acréscimo acima daqueles previstos.
Garantia do equilíbrio econômico-financeiro: a Constituição Federal garante a preservação da margem de lucro do contratado que aumentem o custo da execução. Basicamente: existe um equilíbrio entre custo (o que ira gastar) e benefício (aquilo que receberá) ao pactuar um contrato administrativo (deriva a margem de lucro), sendo que se durante a execução do contrato ocorrer algo que aumente o custo, a CF garante que deve ser majorada a execução para preservar o lucro do contratado.
IMPORTANTE: o Estado nunca terá lucro sobre o contratado. Exemplo: se no contrato de concessão por razões de política tarifária, o Presidente da República resolve dar isenção de pedágio a motoqueiros (fato do príncipe), o concessionário tem direito à um aumento de remuneração.
Circunstâncias especiais que dão direito ao reequilíbrio:
Fato do príncipe: é um evento estatal, externo ao contrato e de natureza geral (atinge toda a coletividade). Exemplo: aumento de tributo.
Fato da Administração: interno ao contrato (dentro do contrato), ou seja, não é geral (não é oponível à todos), que é determinado pela Administração contratante. Exemplo: modificação quantitativa do objeto.
Circunstâncias imprevisíveis (teoria da imprevisão): são dificuldade de ordem técnica que aumentam o custo da execução. Exemplo: descoberta de lençol freático aumentando o custo para duplicar estrada.
Área extraordinária: evento da natureza, como no caso de geada.
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA:[15: 7ª Aula (07 de julho de 2015). Alexandre Mazza.]
10.1. Conceito: é o estudo dos instrumentos de limitação da propriedade pelo Estado em favor do INTERESSE PÚBLICO, ou seja, em favor do bem comum.
10.2. Funções Precípuas (principais) da administração moderna: cronologia em termos históricos das funções da Administração Pública.
Poder de Polícia;
Serviços Públicos;
Fomento (atividade administrativa de incentivo);
Atividade Interventiva (Estado atuando por meio de uma regulação, ou seja, disciplinando em certos setores).
No domínio econômico (como no caso do BACEN/CADE que exerce intervenção no setor da economia).
No domínio social (como as medidas adotadas pelo Governo para o combate as desigualdades sociais: bolsa família).
Na propriedade privada.
10.3. Constituição Federal: art. 5º, inciso XXII, assegura o direito de propriedade em decorrência do Estado Democrático de Direito e “capitalista”. Entretanto, tal direito deve respeitar as limitações que a própria lei prevê, com base nos seguintes princípios:
10.3.1. Princípio da Função Social da Propriedade (art. 5º, inciso XXIII, CF): mais poderoso instrumento de intervenção na propriedade privada, ou seja, o fundamento geral de praticamente toda intervenção na propriedade, por ser dever do Estado intervir em bem do coletivo.
10.3.2. Desapropriação (art. 5º, inciso XXIV): retirar a propriedade do particular.
10.3.3. Requisição administrativa (art. 5º, inciso XXV):
OBS: como saber se uma propriedade compre ou não a sua função social? 
Propriedade Urbana (art. 182, § 2º, CF): quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no PLANO DIRETOR (é uma LEI MUNICIPAL que fixa as exigências sobre propriedades imóveis).
Propriedade Rural (art. 186, CF): desde que atenda os seguintes requisitos, (i) aproveitamento racional e adequado; (ii) utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; (iii) observância das disposições que regulam as relações de trabalho; e (iv) exploração que favoreça o bem estar dos proprietários e dos trabalhadores. 
Aquele que descumpre a função social da propriedade pratica ato ilícito e está sujeito a uma punição, qual seja, desapropriação por interesse social com indenização em títulos (prévia, justa, mas não é em dinheiro, recebe em título de dívida).
DICA: como regra, a competência para desapropriar é concorrente entre as entidades federativas, mas a desapropriação sancionatória por interesse social é de competência privativa:
Propriedade rural: só a União, e a indenização em TDA's (títulos da divida agrária) em até vinte anos, desde que seja para reforma agrária.
Propriedade urbana: só o Município, e a indenização em TD’s (títulos da divida) resgatáveis em até dez anos, desde que seja para política urbana.
INSTRUMENTOS DE INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE PRIVADA:
11.1. Divisão em três tipos:
Formas ilícitas de intervenção: é quando o Estado intervém violando a lei.
Formas supressivas de domínio: o Estado intervém retirando o bem da propriedade de uma pessoa, sendo que o bem se torna público (desapropriação e confisco).
Formas não supressivas de domínio: o Estado intervém, mas o bem continua com o dono, pois o Estado cria limitações e não transforma o bem em público (poder de polícia, servidão administrativa, tombamento, requisição administrativa e ocupação temporária). 
OBS: tombamento não é apropriação. Requisição administrativa ocorre em caso de urgência e ocupação temporária sem destinação principal.
11.2. Formas ilícitas de intervenção:
Apossamento administrativo ou apropriação indireta: quando o Poder Público invade uma determinada área sem o devido processo legal, idem ao esbulho possessório. Aqui, o único caminho é a vítima pleitear uma ação indenizatório de perdas e danos em decorrência da apropriação indireta, cujo prazo prescricional é de dez anos. Logo, não cabe ações possessórias.
11.3. Formas de intervenção supressivas de domínio: são institutos em que o Estado intervém transformando o bem particular em bem público:
Confisco (art. 243, CF): 
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei. OBS: o “grifo” foi acrescentado pela EC 81/2014.
O confisco pode se dar em duas hipóteses: em decorrência de psicotrópico e/ou trabalho escravo (qualquer tipo de trabalho escravo).
Outrossim, o confisco poderá acontecer tanto em propriedades urbanas ou rurais, cujo objeto será destinado à reforma agrária ou moradia.
CUIDADO: no confisco a propriedade é perdida sem qualquer indenização.
Desapropriação: é um procedimento administrativo. Neste caso o Estado transforma um bem em propriedade pública (desde que pague uma indenização prévia, que seja justa e em $$). OBS: não será em dinheiro quando ocorrer interesse social (item 10.3.3.).
Desapropriação é forma originária de aquisição da propriedade (o bem ingressa no domínio público livre das relações jurídicas anteriores, como contratos, ônus, encargos, hipoteca, penhora e outros).
Outrossim, no caso de locatário que sofreu prejuízo pela desapropriação, o mesmopode propor ação indenizatória autônoma contra o poder expropriante. Somente credores com direitos reais se sub-roga no preço da desapropriação, como hipoteca.
11.4. Formas de intervenção não supressivas de domínio: o Estado intervém, mas o bem permanece com o dono. Em regra, não há dever de indenizar por parte do Poder Público, pois não existe perda da propriedade. Exceto se houver dano especial do bem (raridade de ocorrer).
11.4.1. Espécies de intervenção não supressiva:
11.4.1.1. Poder de Polícia: são limitações gerais (atinge todos) sobre liberdade e propriedade privadas em favor do interessa coletivo.
O poder de polícia se desdobra em:
LIMITAR o particular;
FISCALIZAR o particular;
SANCIONAR o particular.
Exemplo: vigilância sanitária, vigilância ambiental, fiscalização de trânsito.
Poder de polícia é ≠ de órgãos estatais de segurança público, o primeiro é mais abrangente.
11.4.1.2. Servidão Administrativa: é um direito real que encontra-se grafado na matricula do bem no cartório de registro de imóveis, cuja restrição ocorre sobre bem determinado “imóvel”.
É criada por meio de lei, acordo (voluntário) e sentença. OBS: são as mesmas hipóteses para desapropriação.
Exemplo: servidão para passagem de dutos no subsolo.
11.4.1.3. Tombamento: é forma de intervenção em direito real que encontra-se grafada na matricula do bem no cartório de registro de imóveis, para fins de preservação/conservação do próprio bem. Basicamente: o Poder Público se preocupa com o bem, e tão somente com o mesmo.
É modalidade de intervenção autorreferente, ou seja, preservação do bem. 
Diferença entre tombamento e servidão: o tombamento pode ser de bem imóvel ou móvel (como no caso de bonde ou quadro), o dono do bem pode gravar com ônus, penhor, hipoteca, encargo e até alienar (as entidades federativas têm preferência, na seguinte ordem, União, Estados ou DF e Municípios, após, poderá oferecer para particulares).
11.4.1.4. Requisição Administrativa: é direito pessoal, não real. Somente poderá ser utiliza em iminente perigo público, seja o bem móvel ou imóvel.
A indenização é ulterior apenas no caso de restar danos. Exemplo: carro para perseguir bandido.
11.4.1.5. Ocupação temporária: também é direito pessoal, não ocorre a gravação na matrícula do bem. Geralmente ocorre para apoio em obras/serviços públicos.
Exemplo: duplicação de avenida pelo Município, sendo que os veículos ficaram estacionados no terreno “x”.
Outrossim, como regra não caberá indenização por parte do Poder Público, exceto no caso de danos causados ou para o caso de quando a ocupação temporária é vinculada à desapropriação, sendo que nesta hipótese sempre será indenizada.
SERVIÇOS PÚBLICOS:[16: 8ª Aula (aula online vista em 27 de julho de 2015). Alexandre Mazza.]
12.1. Conceito: serviços públicos são atividades materiais que consistem no oferecimento de comodidades e utilidades fruíveis individualmente pelo usuário, cuja prestação é definida por Lei ou pela Constituição Federal como dever do Estado.
12.1.1. Atividades materiais: significa que os serviços públicos são terefas práticas (concreta/obrigação de fazer, como no caso de fornecimento de água e transporte urbano), nunca serviço público será definido como atividades intelectuais/jurídicas. Deste modo, atividade legislativa ou jurisdicional não são serviços públicos.
12.1.2. Oferecimento de comodidades e utilidades: serviços públicos são atividades ampliativas da esfera dos interesses do particular (fazer algo em benefício da pessoa, difere do Poder de Polícia, pois aquele busca o bem estar dos indivíduos). 
Exemplos: fornecimento de água, energia residencial, saúde pública e transporte aéreo de passageiros.
OBS: serviço público possui natureza ampliativa, enquanto que o Poder de Polícia tem natureza restritiva (como a segurança pública).
12.1.3. Fruíveis individualmente pelo usuário: em tese, existem duas espécies de serviços públicos:
Serviços públicos “uti universi”: são serviços públicos indivisíveis, que criam vantagens difusas à coletividade (não trás benefícios isolados aos particulares). Basicamente: não cria serviços particularizados (este não são serviços públicos em sentido estrito). Exemplo: iluminação pública, limpeza pública.
Serviço público “uti singule”: são serviços chamados de específico e divisível, que criam vantagens isoladas a cada usuário. Exemplo: energia residencial (cobra-se na medida em que o usuário usufrui). Basicamente: são os únicos que podem ser taxados e concedidos (dados em concessão).
12.1.4. Definido na lei ou na CF como dever do Estado: a definição de uma atividade como serviço público não depende da atividade em si, mas se trata da vontade política do legislador/constituinte que opta por atribuí-la ao Estado. Basicamente: não é a atividade em si que a define como serviço público.
OBS: o serviço público instituído por lei ou pela CF devem ser prestados de forma contínua, sob pena do Estado continuar a desempenhar suas funções/delegar a função.
12.2. Princípios do serviço público: estão disciplinados no art. 6º da Lei 8.987/95 (lei das concessões de serviços públicos).
12.2.1. Princípio da Adequação: discorre que o serviço não pode ser prestado conforme o entendimento do prestador, pois a prestação tem que satisfazer algumas condições, como:
a) Regularidade.
b) Continuidade.
c) Eficiência.
d) Segurança.
e) Atualidade.
f) Generalidade.
g) Cortesia.
h) Modicidade das tarifas.
12.2.2. Princípio da Obrigatoriedade: o Estado tem o dever de garantir a prestação do serviço (não é mera faculdade). Basicamente: a partir do momento em que a Lei/CF trás a previsão, o Estado estará obrigado a presta-lo.
12.2.3. Princípio da Atualidade ou da modernidade: os serviços públicos devem ser prestados com a técnica moderna, sem retrocesso ou tecnologias obsoletas, ou seja, acompanhar a evolução tecnológica (não necessariamente o mais moderno). Exemplo: ônibus por “bonde”.
CUIDADO: não pode haver retrocesso e nem precisa ser necessariamente a tecnologia mais moderna.
12.2.4. Princípio da modicidade das tarifas (vem de modico): os serviços públicos devem possuir tarifa reduzida (baixa). O valor cobrado do usuário deve ser o mais baixo possível. 
12.2.5. Princípio da continuidade: a prestação do serviço não pode ser interrompida. Mas se o usuário não pagar a tarifa pode haver corte do serviço bastando prévio aviso (art. 6º, § 3º, Lei 8.987/95).
 
RESPONSABILIDADE DO ESTADO:
13.1. Conceito (art. 37, § 6º, CF): estuda o dever estatal de indenizar particulares (terceiros) por prejuízos causados pelos agentes públicos no exercício de suas funções.
13.1.1. TEORIA DA IMPUTAÇÃO VOLITIVA (Otto Gierte): se o dano foi causado pelo agente público no exercício da função (o agente não responde), caberá ao Estado (contra a PJ estatal em que o agente público atua) responder pelo dano. Em contrapartida, se o dano for ocasionado fora do exercício da função, caberá à pessoa física do agente a responsabilização (o Estado não responde).
OBS: agente público é um “status” temporário, ou seja, não é permanente e nem contínuo (24 horas por dia).
13.1.1.1 PJ estatal: usar o raciocínio da escada, ou seja, se eu não sei qual a PJ do agente público, vou subindo na hierarquia (a partir do órgão integrante) até encontrar a PJ que integra. Exemplo: ambulância de pronto socorro de determinado hospital municipal, da qual compete à Fazenda Municipal o polo passivo da ação.
13.1.2. TEORIA OBJETIVA para responsabilidade do Estado: segundo a qual a vítima só precisa provar os seguintes requisitos para caracterizar a responsabilidade do Estado: (i) ação; (ii) dano; e (iii) nexo. 
OBS: não precisa provar culpa/dolo.
13.2. Prescrição: a ação de reparação pelos danos causados prescreve conforme a sua natureza.
No exercício da função (ação indenizatória): cinco anos.
Fora do exercício da função (ação indenizatória): três anos (art. 206, CC).
13.3. Ações indenizatórias:
13.3.1. Ação

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