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Enfermagem Cardiológica parte 01


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Programa de Educação 
Continuada a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Enfermagem em Cardiologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 
 
 
EAD - Educação a Distância 
 Parceria entre Portal Educação e Sites Associados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Curso de 
 
Enfermagem em Cardiologia 
 
 
 
 
 
 
 
 MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
2 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
1. O SISTEMA CIRCULATÓRIO 
Coração : órgão central do sistema circulatório. 
Sangue: meio que fornece às células nutrientes, oxigênio, hormônios e recebe os 
produtos finais do metabolismo (gás carbônico). 
Vasos Sangüíneos: tubos pelos quais o sangue circula (artérias, veias e capilares). 
 
1.1 Circuito Pulmonar e Sistêmico 
 
Circuito Pulmonar: transporta o sangue pobre em oxigênio do coração para os pulmões 
e traz o sangue oxigenado de volta ao coração 
 
Circuito Sistêmico: conduz o sangue rico em oxigênio do coração para as partes do 
corpo, exceto os pulmões e traz este de volta ao coração. 
 
 
3 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
4 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
1.2 As Circulações 
As funções básicas do sistema cardiovascular são transportar oxigênio e outros 
nutrientes para as células do corpo, remover produtos do metabolismo celular e carregar 
substâncias de uma parte para outra do corpo. O funcionamento do coração é 
extraordinariamente complexo, sendo a resposta integrada de propriedades intrínsecas do 
miocárdio sob muitas influências extrínsecas tais como: fatores do sistema nervoso, 
fatores humorais, o volume de sangue e o retorno venoso, e também as impedâncias 
instantâneas da vasculatura periférica. 
Chama-se circulação, o movimento que o sangue realiza ciclicamente dentro do 
sistema vascular. Este sistema compreende uma extensa rede de condutos ou tubos 
especialmente preparados para que o sangue circule em seu interior. As artérias são os 
vasos que levam o sangue do coração para os órgãos, músculos, ossos, enfim, para cada 
célula do nosso organismo. A parede das artérias é composta de três camadas: a camada 
adventícia, que é a camada mais externa; a camada média, formada por musculatura lisa 
e a camada íntima, que é um revestimento de endotélio. As artérias tem a propriedade 
especial de se contraírem assim que recebem o estímulo de substâncias contidas no 
próprio sangue (hormônios) produzindo o efeito que se chama de pressão arterial. O 
pulso arterial é produzido pela ejeção de sangue do ventrículo esquerdo dentro da aorta e 
grandes vasos. Esta pressão faz com que o sangue seja empurrado para frente, 
chegando aos órgãos e as células. 
As veias são os vasos que trazem o sangue de volta ao coração. Diferem das 
artérias por ter uma camada média menos espessa, isto porque a pressão de retorno do 
sangue para o coração é menor do que a de saída. O retorno do sangue ocorre devido ao 
pulso venoso gerado pela contração dos músculos e pela contração da própria veia. A 
isto, soma-se a ação das válvulas contidas no interior das veias que ajudam a vencer a 
força da gravidade. Além disto, o próprio átrio direito gera uma força ou pressão negativa, 
sugando o sangue na direção do coração. 
A grande circulação ou circulação sistêmica é o movimento do sangue que sai 
pela aorta e retorna pelas veias cavas inferior e superior de volta ao átrio direito. 
A pequena circulação ou circulação pulmonar é o movimento do sangue que sai 
do ventrículo direito através da artéria pulmonar, passando pelos capilares pulmonares 
 
 
 
 
 
(local onde o sangue entra em contato com o leito alveolar e é oxigenado). Depois de 
oxigenado o sangue retorna para o átrio esquerdo através das veias pulmonares, 
seguindo para o ventrículo esquerdo e a grande circulação. 
A terceira circulação ou circulação coronariana é o movimento do sangue a 
partir dos seios coronarianos localizados na raiz da aorta. Estes seios dão origem a 
artéria coronária direita e tronco da coronária esquerda. Assim que o miocárdio é irrigado, 
o sistema venoso coronariano trás de volta o sangue para o átrio direito. 
 
1.3 Localização do Coração 
 
Situa-se na porção mediana da cavidade torácica, encontrando – se separado pelo 
diafragma. 
Projeta – se na coluna vertebral, nas vértebras dorsais estando separado destas 
pelo esôfago e aorta torácica. 
Situa – se na face interna dos pulmões, num local denominado mediastino. 
 
 
 
 
 
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1.4 Forma do Coração 
 
 
O coração é um órgão muscular oco em forma de cone, contendo quatro câmaras 
internas e que fica posicionado dentro do saco pericárdico e abrigado bilateralmente pelos 
pulmões. Normalmente sua posição é inclinada a mais ou menos 30 graus para a 
esquerda e para baixo. É envolvido externamente pelo pericárdio e dentro deste 
envoltório é secretado um fluido que tem a finalidade de evitar o atrito do coração dentro 
do saco pericárdico. O coração é do tamanho aproximado de um punho fechado e com 
peso em média de 400 g, tem cerca de 12 cm de comprimento por 8 a 9 cm de largura. 
 
1.5 Átrios 
 
 Os átrios são as câmaras cardíacas superiores. Ambos os átrios são constituídos 
por uma camada miocárdica de espessura fina. Uma camada muscular chamada de 
septo, divide o átrio direito do átrio esquerdo. 
 O átrio direito comunica-se lateralmente com as veias cavas inferior e superior. 
Inferiormente, comunica-se com o ventrículo direito, sendo separado pela válvula 
tricúspide. Na porção posterior superior do átrio direito está localizado o nodo sinoatrial 
que é o marcapasso natural, estrutura que rege os batimentos normais do coração. 
 
6 
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O átrio esquerdo comunica-se posteriormente com as quatro veias pulmonares e 
inferiormente com o ventrículo esquerdo, sendo separado pela válvula mitral. A função 
dos átrios é receber o sangue e conduzi-lo para os ventrículos. 
 
1.6 Ventrículos 
 
Os ventrículos são as câmaras cardíacas inferiores. Como os átrios, são em 
número de dois. No lado direito, o ventrículo se comunica com o átrio direito através da 
válvula tricúspide e com o tronco da artéria pulmonar através da válvula pulmonar. A 
parede muscular no ventrículo direito (VD) é mais espessa do que a parede dos átrios. 
Isso se deve ao esforço que o ventrículo realiza durante a contração. A cada contração o 
VD tem que vencer a resistência apresentada pela artéria pulmonar; essa resistência é 
traduzida por uma pressão. Uma camada muscular chamada de septo interventricular 
separa os dois ventrículos. 
O ventrículo esquerdo (VE) se comunica com o átrio esquerdo através da válvula 
mitral e coma aorta através da válvula aórtica. A parede do VE é duas vezes mais 
espessa que a parede do VD porque a pressão de resistência encontrada pelo VE na 
aorta é muito mais alta. O trabalho ventricular é diferente em cada lado. No lado direito, o 
VD irriga os pulmões e no lado esquerdo, o VE irriga todos os órgãos. De dentro dos 
ventrículos surgem as fibras tendinosas onde se inserem as cordoalhas das válvulas de 
entrada, do lado direito a válvula tricúspide e do lado esquerdo a válvula mitral. Durante a 
contração ventricular estas fibras se distendem e dão a sustentação necessária para 
segurar os folhetos das válvulas, evitando o retorno do sangue para os átrios. 
 
1.7 Coração Direito 
 
É constituído pelo átrio direito e ventrículo 
direito que comunicam – se entre si pelo 
orifício átrio – ventricular. O átrio direito é uma 
câmara de parede fina que recebe o sangue 
www.bombeirosemergencia.com.br
 
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venoso. O ventrículo direito se comunica com a artéria pulmonar que leva o sangue pobre 
em oxigênio para os pulmões. 
 
1.8 Coração Esquerdo 
 
O átrio esquerdo apresenta uma espessura 
maior que a direita, assim como o ventrículo 
esquerdo é mais desenvolvido que o direito. 
 O átrio esquerdo recebe as quatro 
veias pulmonares que trazem o sangue 
arterial vindo dos pulmões. 
 O ventrículo esquerdo bombeia o 
sangue arterial para a artéria aorta e desta o 
sangue é encaminhado para todas as partes 
do corpo. www.bombeirosemergencia.com.br
 
 
1.9 Fluxo Sangüíneo e Válvulas 
 
 
 
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A existência de quatro válvulas cardíacas assegura o funcionamento do coração e 
o modo unidirecional como o sangue se desloca. As válvulas além de determinarem o 
sentido do fluxo sangüíneo, evitam o retrocesso de sangue no sistema. 
 
1.10 Válvulas 
Válvulas átrio – ventriculares (AV) 
 Asseguram a saída do sangue dos átrios para os ventrículos. São as válvulas 
TRICÚSPIDE e MITRAL. 
 
Válvulas Semilunares 
 Permitem a saída de sangue dos ventrículos para as artérias. São as válvulas 
PULMONAR e AÓRTICA. 
 
ADAM
 
As válvulas cardíacas são estruturas de material fibroso posicionadas na entrada e saída 
de ambos os ventrículos. As válvulas cardíacas são assim denominadas: 
 
Válvula Tricúspide: é uma válvula posicionada entre o átrio e o ventrículo direito. Possui 
três folhetos que se fecham no início da contração ventricular, evitando que o sangue 
retorne do ventrículo ao átrio direito. Os folhetos são sustentados em forma de um 
 
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guarda-chuva pelas cordoalhas tendinosas. As cordoalhas são fibras miocárdicas 
altamente resistentes que se originam do interior do VD. 
 
Válvula Pulmonar: é a válvula posicionada na saída do fluxo sangüíneo do VD para o 
tronco da artéria pulmonar. Seus folhetos se fecham no final da contração ventricular, 
evitando que o sangue que atingiu a AP retorne para o VD. O diâmetro dessa válvula é 
menor do que a válvula tricúspide. 
Válvula Mitral: é a válvula posicionada entre o átrio e o ventrículo esquerdo. Sua função 
é a de evitar o refluxo de sangue do ventrículo para o átrio esquerdo. Como acontece no 
lado direito com a válvula tricúspide, a válvula mitral se fecha no início da contração 
ventricular. A sustentação dos folhetos se dá graças às cordoalhas tendinosas que se 
originam no interior do VE. 
 
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Válvula Aórtica: é a válvula posicionada 
na saída do VE para a aorta. O 
fechamento dos folhetos desta válvula 
ocorre no final da contração ventricular 
com a função de evitar que o sangue que 
foi para a aorta retorne para o VE. 
 
 
 
1.11 Paredes do Coração 
 
Endocárdio - Uma fina membrana serosa que forra o órgão interiormente e cobre a 
superfície das válvulas cardíacas. É formado por um tecido epitelial de revestimento 
interno que nas artérias e veias chama-se endotélio. Esse tecido permite a não 
coagulação do sangue; 
 
Miocárdio - Uma camada média, e mais espessa, da parede do coração, formada por 
músculo anatomicamente estriado (vermelho) e fisiologicamente liso. Forma o coração; 
 
 
 
 
 
 
Epicárdio - (mais externa) Fina camada visceral que reveste diretamente o coração. É 
uma víscera serosa: membrana que deriva do revestimento da primitiva cavidade 
celomática; 
 
 
 
 
Pericárdio - É um saco seroso de parede dupla, está localizado 
no mediastino médio, envolvendo o coração. Externamente, é 
constituído por uma espessa lâmina de tecido fibroso denso – 
pericárdio fibroso. Internamente por uma membrana 
transparente chamada pericárdio seroso; fluido pericárdico no 
interior diminui a fricção entre as camadas. 
 
 
1.12 As Artérias Coronárias 
As artérias do coração têm origem nas Artérias Coronárias, uma esquerda e outra 
direita. Têm origem na porção inicial da Aorta, constituindo os primeiros ramos colaterais 
desta artéria. A Artéria Coronária Esquerda nasce ao nível da parte média do Seio de 
Valssalva esquerdo. A Artéria Coronária Direita nasce ao nível do Seio de Valssalva 
direito. 
 
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Artéria Coronária Esquerda 
 
O seu tronco de origem mede aproximadamente 1cm. Dirige-se para frente, para 
baixo e para a esquerda. O tronco de origem divide-se depois em dois ramos terminais: a 
Artéria Interventricular Anterior ou Artéria Descendente Anterior e a Artéria Auriculo-
Ventricular Esquerda ou Ramo Circunflexo. 
 
Artéria Interventricular Anterior 
A também denominada Artéria Descendente Anterior desce ao longo do Sulco 
Interventricular Anterior, contorna o Bordo direito do coração à direita da ponta, 
terminando na face posterior do coração. Ao longo do seu trajeto a Artéria Interventricular 
Anterior dá origem a 3 classes de Ramos Colaterais: a) Ramos Direitos, que irrigam o 
Ventrículo Direito; b) Ramos Esquerdos, que irrigam o Ventrículo Esquerdo e c) Ramos 
Septais (que irrigam o septo interventricular). 
 
Artéria Auriculo-Ventricular Esquerda 
Esta artéria, também denominada Ramo Circunflexo, pois contorna o bordo 
esquerdo do coração, seguindo o Sulco Coronário, termina na face posterior do Ventrículo 
esquerdo, a uma distância variável do Sulco Interventricular Posterior, não atingindo, na 
maior parte dos casos, o referido sulco. Dirige-se horizontalmente até à parte esquerda do 
Sulco Coronário e atinge a face esquerda do coração. 
A Artéria Auriculo-Ventricular Esquerda dá: a) Ramos Ascendentes ou Auriculares 
e b) Ramos Descendentes ou Ventriculares (que irrigam as respectivas regiões do 
coração esquerdo). 
 
Coronária Direita 
A Artéria Coronária Direita percorre o Sulco Auriculo-Ventricular Direito e o Sulco 
Interventricular Posterior. Ao longo do seu trajeto tem 3 segmentos: o 1º estende-se 
desde a origem até ao bordo direito do coração e no órgãoin situ tem inicialmente um 
trajeto oblíquo de trás para a frente, tornando-se de seguida descendente; o 2º segmento 
 
 
 
 
 
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vai desde o Bordo direito do coração até à parte superior do Sulco Longitudinal Posterior, 
no ponto denominado Cruz do Coração e por último o 3º segue a parte esquerda do 
Sulco Interventricular Posterior. 
Ramos Colaterais 
Os Ramos Colaterais da Coronária Direita são de 2 tipo: a) Ascendentes ou 
Auriculares e b) Descendentes ou Ventriculares. 
Ramos Ascendentes ou Auriculares 
São 3 ou 4 (que são responsáveis maioritariamente pela irrigação da aurícula 
direita) dos quais 2 são principais: a) a Artéria Auricular Direita Anterior, responsável pela 
irrigação do nódulo sinusal e b) a Artéria Auricular do Bordo Direito. 
Ramos Descendentes ou Ventriculares 
Existem nos três segmentos da artéria e são responsáveis pela irrigação do 
ventrículo direito. 
Ramo Terminal 
O ramo terminal da Coronária Direita é a Artéria Interventricular Posterior. Há 
numerosas variações na terminação da Artéria Coronária Direita, podendo dizer-se que 
está tanto mais desenvolvida quanto menos o estiver a terminação da Coronária 
Esquerda. 
A Artéria Interventricular Posterior tem Ramos Direitos para a parede posterior do 
Ventrículo direito, Ramos Esquerdos para a parede posterior do Ventrículo esquerdo e por 
fim as Artérias Septais Posteriores. 
As Artérias Septais Posteriores são menos desenvolvidas que as Anteriores e o 
seu território resume-se ao 1/3 posterior do Septo Interventricular. É de realçar que o 
grupo inferior das septais posteriores tem freqüentemente origem na terminação da 
Artéria Interventricular Anterior. 
 
1.13 Territórios Vasculares das Coronárias 
Em geral podemos considerar que: 
 A Coronária Esquerda distribui-se pelo coração esquerdo e 2/3 Anteriores do Septo; 
 A Coronária Direita distribui-se pelo coração direito e 1/3 Posterior do Septo; 
 Cada uma das 2 Coronárias contribui para a irrigação da outra metade do coração. 
 
 
 
 
 
 
1.14 Células Musculares Cardíacas 
99% células musculares contráteis 
1% células cardíacas especializada do sistema de condução, não contráteis, com 
despolarização espontânea. 
- Miocárdio é composto por fibras musculares cardíacas em espiral; 
- Células ramificadas e uninucleadas; 
- Células adjacentes unidas por discos intercalares. 
 
 
 
 
 
 
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Discos intercalares contêm desmossomas e 
junções de hiato. 
- Desmossomas: conferem resistência 
mecânica. 
- Junções de hiato: permitem a 
propagação de potenciais de ação entre 
as células adjacentes. 
Tecido fibroso não condutor separa células 
musculares dos átrios das células musculares 
dos ventrículos. 
 
1.15 Sistema de Condução Elétrica 
 
O estímulo elétrico para a contração do miocárdio se origina em um pequeno 
agrupamento de células especiais, localizado na junção da veia cava superior com o átrio 
direito, na região chamada seio venoso. Esse conjunto de células é o NÓDULO SINUSAL. As 
células do nódulo sinusal através de reações químicas no seu interior geram o impulso 
elétrico que se propaga pelos átrios e produz a contração do miocárdio atrial. O estímulo 
elétrico se propaga pelos átrios, em ondas e através de vias preferenciais chamadas vias 
internodais. O estímulo das vias internodais é captado em um outro nódulo, localizado 
junto ao anel da válvula tricúspide, próximo ao orifício do seio coronário, chamado NÓDULO 
ÁTRIOVENTRICULAR, ou simplesmente nódulo A-V. Deste nódulo A-V, parte um curto feixe 
das células especiais, o feixe átrio-ventricular ou FEIXE DE HISS, que atravessa o esqueleto 
fibroso e se divide em dois ramos, direito e esquerdo. O ramo esquerdo, por sua vez se 
subdivide em outros dois feixes, um anterior e um posterior. Os feixes principais, direito e 
esquerdo vão se ramificando, como uma árvore, no interior da massa miocárdica, 
constituindo um emaranhado de células condutoras, chamado REDE DE PURKINJE. 
 
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As células do nódulo sinusal, por mecanismos químicos, geram o próprio impulso 
elétrico, a intervalos regulares, o que garante a automaticidade e a ritmicidade da 
estimulação cardíaca. O estímulo gerado no nódulo sinusal, se propaga pelos átrios e 
alcança o nódulo A-V e o feixe de Hiss, onde sofre um pequeno retardo. Do feixe de Hiss, 
o estímulo rapidamente alcança os feixes direito e esquerdo e as fibras terminais de 
Purkinje, que por sua vez, estimulam o miocárdio ventricular. No adulto, o nódulo sinusal 
produz aproximadamente 80 impulsos elétricos por minuto, constituindo-se no 
marcapasso do próprio coração. 
O nódulo sinusal, o nódulo átrio-ventricular e o feixe de Purkinje recebem 
terminações nervosas simpáticas e parassimpáticas. Quando há estimulação simpática, 
liberam-se as catecolaminas adrenalina e noradrenalina, que produzem aumento da 
freqüência dos impulsos elétricos do nódulo sinusal. A estimulação parassimpática ou 
vagal, se faz através da acetilcolina e tem o efeito oposto, reduzindo a freqüência dos 
impulsos. Na eventualidade de secção das fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas, 
cessa a influência nervosa sobre o coração, que, contudo, mantém a automaticidade e 
ritmicidade pelo nódulo sinusal. 
 
 
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Atividade Elétrica das Células 
A concentração de íons no interior de uma célula é diferente da concentração no 
seu exterior, o que propicia a geração de uma diferença de potencial denominada 
“potencial de membrana”. Simultaneamente, o gradiente de concentração iônica está 
associado ao aparecimento de forças elétricas de difusão. Quando não há condução de 
impulsos elétricos, o potencial de repouso da membrana é de cerca de – 70mVolt em 
relação ao líquido extracelular. Este valor se modifica devido a uma excitação externa, 
quando ocorre uma tendência de inversão do potencial de membrana. Por exemplo, com 
a entrada maciça de íons sódio (Na+) na célula, a célula começa a se despolarizar, isto é, 
o potencial negativo no interior da célula desaparece, tornando-se positivo no interior da 
fibra e negativo no exterior. Quando há um grande gradiente de concentração de íons, 
tanto fora quanto dentro da célula, as forças de difusão elétrica fazem com que os íons 
positivos se desloquem para regiões cujo potencial é predominantemente negativo, 
enquanto que os íons negativos se desloquem para regiões cujo potencial é 
predominantemente positivo. Quando as cargas positivas e negativas se igualam, há um 
equilíbrio da energia potencial, não ocorrendo, portanto, nenhuma movimentação de íons. 
Para que a membrana permaneça no estado de repouso, é necessário manter o potencial 
elétrico por meio da diferença de concentração de íons entre o meio intracelular e o meio 
extracelular. No corpo humano, tal gradiente de concentração ocorre por transporte ativo, 
com gasto de energia na forma de ATP (adenosina trifosfato), provenientedo 
metabolismo celular. Esse processo ativo denominase “bomba de sódio-potássio”. 
A atividade elétrica do coração é o resultado do movimento de íons (partículas 
ativadas, como sódio, potássio e cálcio) através da membrana celular. As alterações 
elétricas registradas no interior de uma única célula resultam no que se conhece como 
potencial de ação cardíaco. 
 No músculo cardíaco existem três tipos de canais iônicos importantes na produção 
da variação de voltagem da membrana; o potencial de ação nessas fibras se dá como no 
esquema abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 O potencial de repouso de membrana da fibra muscular cardíaca é de 
aproximadamente -90 mV. Quando um impulso despolarizante chega à ela, ocorrem os 
seguintes eventos: 
 0 - Abertura dos canais rápidos de Na+ (o Na+ entra rapidamente na célula, elevando o 
potencial de membrana); 
 1 - Abertura dos canais de K+ (o K+ sai da célula, repolarizando-a); 
 2 - Os canais lentos de Ca+2, que começaram a se abrir lentamente em -60 a -50 mV, 
abrem-se por completo, permitindo a saída do íon cálcio e interrompendo a queda do 
potencial causada pela saída de íons K+ ; 
 3 - Os canais lentos de Ca+2 se fecham e a saída de K+ leva o potencial de volta ao valor 
normal de repouso; 
 4 - Os canais de K+ se fecham e a membrana permanece no seu potencial de repouso. 
 Nos nós sinoatrial e atrioventricular, encontramos outro tipo de curva de potencial de 
ação: 
Fibras do nó Sinoatrial 
 
18 
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Fibras do nó Atrioventricular 
 
 Como podemos observar, a freqüência de despolarização e deflagração de 
potenciais de ação no nó sinoatrial é maior que nos demais tecidos especializados. Por 
isso, o nó sinoatrial é o marcapasso normal do coração. Como o nó sinoatrial despolariza 
mais rapidamente seu impulso é gerado e conduzido através do átrio até alcançar o nó A-
V, que ainda não se despolarizou o suficiente para deflagrar seu potencial de ação 
independentemente; com o impulso despolarizante vindo do nó sinoatrial o nó A-V atinge 
seu limiar e transmite o impulso elétrico aos ventrículos. 
 Temos então que o coração possui uma ritmicidade sinusal; porém, em situações 
onde o nó sinoatrial está danificado, o nó A-V assume o controle da ritmicidade e 
passamos a ter o chamado ritmo infra-sinusal, mais lento (bradicardia nodal) devido ao nó 
A-V ter uma freqüência de impulsos menor. Em casos onde ocorrem a falência desses 
dois tecidos, o próximo a assumir o controle da ritmicidade seriam as fibras de Purkinge; 
porém a freqüência de impulsos destas é muito baixa e não é suficiente para manter os 
níveis normais de pressão arterial necessários. Neste caso são implantados os chamados 
marcapassos artificiais. 
 O nó A-V possui uma importante função no que diz respeito ao retardo da 
transmissão do impulso elétrico do átrio ao ventrículo, sincronizando assim a contração 
dos miocárdios atrial e ventricular de forma que os átrios se contraiam um pouco antes da 
contração ventricular. 
 A parte do sistema nervoso que regula a freqüência cardíaca automaticamente é o 
sistema nervoso autônomo, constituído pelos sistemas nervosos simpático e 
parassimpático. O sistema nervoso simpático aumenta a freqüência cardíaca, enquanto o 
 
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sistema nervoso parassimpático a diminui. O sistema simpático supre o coração com uma 
rede de nervos, o plexo simpático. O sistema parassimpático supre o coração através de 
um único nervo, o nervo vago. A freqüência cardíaca também é influenciada pelos 
hormônios circulantes do sistema simpático – a epinefrina (adrenalina) e a norepinefrina 
(noradrenalina) –, os quais são responsáveis por sua aceleração. 
O hormônio tireoidiano também influencia a freqüência cardíaca: quando em 
excesso, a freqüência cardíaca torna-se muito elevada; quando há deficiência do mesmo, 
o coração bate muito lentamente. Geralmente, a freqüência cardíaca normal em repouso 
é de 60 a 100 batimentos por minuto. Entretanto, freqüências muito mais baixas podem 
ser normais em adultos jovens, particularmente entre aqueles que apresentam um bom 
condicionamento físico. Variações da freqüência cardíaca são normais. 
A freqüência cardíaca responde não só ao exercício e à inatividade, mas também a 
estímulos como, por exemplo, a dor e a raiva. Apenas quando a freqüência cardíaca é 
inadequadamente elevada (taquicardia) ou baixa (bradicardia) ou quando os impulsos 
elétricos são transmitidos por vias anormais é que se considera que o coração apresenta 
um ritmo anormal (arritmia). Os ritmos anormais podem ser regulares ou irregulares. 
 
1.16 O Ciclo Cardíaco 
 
Um batimento cardíaco completo é chamado ciclo cardíaco. O ciclo cardíaco vai do 
final de uma contração cardíaca até o final da contração seguinte e inclui quatro eventos 
mecânicos principais, a saber: contração atrial ou sístole atrial, relaxamento atrial ou 
diástole atrial, contração ventricular ou sístole ventricular e relaxamento ventricular ou 
diástole ventricular. 
Um batimento cardíaco se inicia com a sístole atrial. A seguir, durante a diástole 
atrial, ocorrem sucessivamente a sístole e a diástole ventricular. O sangue flui de modo 
contínuo, das grandes veias para os átrios e, cerca de 70% desse volume flui diretamente 
dos átrios para os ventrículos. A contração dos átrios produz um enchimento ventricular 
adicional de 30%. Os átrios funcionam como bombas de ativação, que aumentam a 
eficácia do bombeamento ventricular. Durante a sístole ventricular, o sangue se acumula 
nos átrios, porque as válvulas átrio-ventriculares estão fechadas. Ao terminar a sístole 
 
 
 
 
 
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ventricular, a pressão nos átrios faz com que as válvulas átrio-ventriculares se abram, 
permitindo que os ventrículos se encham rapidamente. Este período é seguido por um 
outro curto período de enchimento mais lento dos ventrículos, com o sangue que 
continuou a fluir para os átrios durante o período anterior. Na fase final do enchimento ou 
diástole ventricular, ocorre a sístole atrial. Ao se iniciar a contração ou sístole ventricular, 
a pressão no interior do ventrículo se eleva muito rapidamente, pelo retesamento das 
suas fibras, fechando as válvulas átrio-ventriculares. Logo após uma pequena fração de 
segundo, o ventrículo ganha pressão suficiente para abrir as válvulas semilunares (aórtica 
ou pulmonar) e iniciar a ejeção do sangue para as grandes artérias. Cerca de 60% do 
volume de sangue do ventrículo é ejetado nessa primeira fase da sístole ventricular e os 
40% restantes, logo a seguir, um pouco mais lentamente. Ao final da sístole pouco, 
sangue passa às grandes artérias. A pressão ventricular começa a cair rapidamente pelo 
início do relaxamento da musculatura miocárdica, o que fecha as válvulas aórtica e 
pulmonar. A continuação do relaxamento ou diástole ventricular, logo a seguir permite a 
abertura das válvulas átrio-ventriculares e se inicia um novo período de enchimento 
ventricular. 
 
1.17 Débito Cardíaco e Índice Cardíaco 
 
Durante a diástole ocorre o enchimento ventricular que, ao final, atinge um volumede aproximadamente 120ml, chamado volume diastólico final. À medida que a sístole 
ventricular ejeta sangue para as grandes artérias, o volume ventricular cai, sendo de 
aproximadamente 50ml ao final da sístole (volume sistólico final). A diferença entre o 
volume diastólico final e o volume sistólico final é chamada de volume de ejeção ou 
volume sistólico e corresponde ao volume de sangue impulsionado a cada batimento 
cardíaco. Em um adulto, o volume sistólico médio é de cerca de 70ml de sangue. O 
volume sistólico varia com os indivíduos, sendo menor nas crianças. No coração normal, 
é o mesmo para ambos os ventrículos. 
 Quando o coração se contrai com mais força o volume sistólico final pode cair 
para penas 20ml. Quando grandes quantidades de sangue fluem para os ventrículos 
durante a diástole, o volume diastólico final pode atingir a 200ml. Em ambas as 
 
 
 
 
 
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circunstâncias, o volume de ejeção ou volume sistólico estará aumentado e, portanto, 
estará aumentado o débito do ventrículo, a cada batimento. 
O débito cardíaco sistêmico corresponde à quantidade de sangue lançada pelo 
ventrículo esquerdo na aorta, a cada minuto. Esta é a forma habitual de expressar a 
função de bomba do coração. 
Em cada batimento, o volume ejetado pelo ventrículo esquerdo na aorta é a 
diferença entre o volume diastólico final (VDF) e o volume sistólico final (VSF). O débito 
cardíaco (DC) será igual àquela diferença multiplicada pelo número de batimentos a cada 
minuto (freqüência cardíaca, FC). 
O débito cardíaco pode ser expresso pela seguinte equação: 
 
DC = (VDF - VSF) x FC em que: 
DC = débito cardíaco, 
VDF = volume diastólico final, 
VSF = volume sistólico final e, 
FC = freqüência cardíaca. 
O volume sistólico de um adulto médio é de aproximadamente 70ml e a freqüência 
cardíaca é de 80 batimentos por minuto. O débito cardíaco desse indivíduo será de 70 x 
80 = 5.600ml/min. (5,6 litros/ minuto). O débito cardíaco é habitualmente expresso em 
litros por minuto (l/min.). Se, em uma criança, por exemplo, o volume diastólico final é de 
60ml, o volume sistólico final é de 25ml e a freqüência cardíaca é de 100 batimentos por 
minuto, o seu débito cardíaco será: 
 
DC = (60 - 25) x 100 = 35 x 100 = 3.500 ml/min ou 3,5 l/min. 
 
O débito cardíaco na criança é inferior ao débito calculado para os adultos, o que nos 
mostra a dificuldade de comparar o débito cardíaco de diferentes indivíduos, em face das 
variações de seu peso e massa corporal, dos quais dependem os volumes diastólico e 
sistólico finais. 
 
 
 
 
 
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Para permitir a comparação do débito cardíaco entre diferentes indivíduos, usa-se 
dividir o valor do débito cardíaco pela superfície corpórea (SC), expressa em metros 
quadrados. 
Esse novo indicador da função de bomba do coração tem maior significado que o 
anterior e é chamado de Índice Cardíaco (IC). 
Se a superfície corpórea do adulto do exemplo anterior é de 1,8 m2 e a superfície 
corpórea da criança é de 1,1 m2, teremos os seguintes índices da função ventricular: 
 
IC = DC/SC = 5,6/1,8 = 3,1 l/min/m2 
IC = DC/SC = 3,5/1,1 = 3,1 l/min/m2 
 
O índice cardíaco de ambos os indivíduos é o mesmo, de 3,1 litros de sangue por 
minuto, por cada metro quadrado de superfície corporal. 
O índice cardíaco é o indicador mais importante da função do sistema 
cardiovascular, porque expressa a quantidade de sangue que o coração impulsiona a 
cada minuto, para o transporte dos elementos essenciais à função celular em todos os 
tecidos do organismo. O índice cardíaco varia com a idade. Nas crianças, é de 2,5 l/ 
min/m2, desde o nascimento, para atingir pouco mais de 4 l/min/m2 aos 10 anos de idade. 
Na velhice, o índice declina, alcançando os 2,4 l/min/m2, em torno dos oitenta anos. O 
índice cardíaco normal, para os indivíduos de todas as idades, em repouso, varia de 2,5 a 
3,75 l/min/m2 atinge cerca de 120mmHg. 
 
2. MEIOS DIAGNÓSTICOS EM CARDIOLOGIA 
 
2.1História Clínica e Exame Físico do Paciente Cardiopata 
 
Em primeiro lugar, interrogamos o indivíduo sobre sintomas como, por exemplo, 
dor torácica, dispnéia, edema dos pés e tornozelos e palpitações, os quais sugerem a 
possibilidade de uma cardiopatia. Em seguida, deve-se perguntar se a pessoa tem outros 
sintomas como febre, debilidade, fadiga, falta de apetite e mal-estar generalizado, que 
também são indícios de cardiopatia. 
 
 
 
 
 
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A seguir, o paciente é questionado sobre infecções passadas, exposição prévia a 
agentes químicos, uso de medicações, álcool e tabaco, ambientes doméstico e 
profissional e atividades de lazer. Também questionamos a pessoa acerca de membros 
da família que tiveram cardiopatias e moléstias afins e sobre o paciente manifestar 
alguma outra doença que afete o sistema cardiovascular. 
Durante o exame físico, anotamos o peso, o estado físico e o aspecto geral da 
pessoa, verificando a presença de palidez, sudorese ou sonolência – as quais podem ser 
indicadores sutis de uma cardiopatia. Também são observados o humor do indivíduo e 
sua disposição, os quais costumam ser afetados pelas cardiopatias. A avaliação da cor da 
pele é importante, porque a palidez anormal ou a cianose (coloração azulada) podem 
indicar anemia ou deficiência do fluxo sangüíneo. Esses achados podem indicar que a 
pele está recebendo oxigênio de forma inadequada devido a uma doença pulmonar, à 
insuficiência cardíaca ou a problemas circulatórios. 
Verificamos o pulso de artérias do pescoço, sob os braços, nos cotovelos e pulsos, 
no abdômen, na região inguinal, nos joelhos e nos tornozelos e pés, para avaliar melhor 
se o fluxo sangüíneo é adequado e igual em ambos os lados do corpo. A pressão arterial 
e a temperatura corpórea também são verificadas. Qualquer anormalidade pode sugerir 
uma cardiopatia. As veias no pescoço são então analisadas porque elas estão 
conectadas diretamente ao átrio direito do coração e fornecem uma indicação sobre o 
volume e a pressão do sangue que está entrando no lado direito do coração. Nessa etapa 
do exame, a pessoa coloca-se em decúbito dorsal com a parte superior do corpo elevada 
em um ângulo de 45°. Às vezes, o indivíduo pode sentar-se, permanecer em pé ou deitar 
em decúbito dorsal totalmente horizontal. 
A pele sobre os tornozelos e a perna (e, em alguns casos, sobre a região dorsal 
inferior) é pressionada, para verificar a presença de acúmulo de líquido (edema) nos 
tecidos subcutâneos. É utilizado um oftalmoscópio (instrumento que permite examinar o 
interior do olho) para a observação dos vasos sangüíneos e tecidos nervosos da retina (a 
membrana sensível à luz existente na superfície interna da parte posterior do olho). São 
comuns as anormalidades visíveis na retina em pessoas com hipertensão, diabetes, 
arteriosclerose e infecções bacterianas das válvulas cardíacas. 
 
 
 
 
 
Observamos a região torácica para determinar se a freqüência e os movimentos 
respiratórios são normais e, em seguida, percute o tórax com os dedos para determinar 
se os pulmões estão cheios de ar, o que seria normal, ou se eles contêm líquido, 
condição anormal. A percussão também ajuda a determinar se a membrana que envolve 
o coração (pericárdio) ou a dupla camada membranosa que reveste ospulmões (pleura) 
contém líquido. Usando um estetoscópio, também auscultamos os sons respiratórios para 
determinar se o fluxo de ar encontra-se normal ou obstruído e se os pulmões contêm 
líquido em decorrência da insuficiência cardíaca. 
 
Uma das mãos é colocada sobre o tórax para determinar o tamanho do coração, o 
tipo e a força das contrações durante cada batimento cardíaco. Às vezes, um fluxo 
sangüíneo turbulento e anormal no interior dos vasos ou entre as câmaras cardíacas 
causa uma vibração que pode ser sentida com a ponta dos dedos ou a palma da mão. 
Com um estetoscópio, escutamos o coração (procedimento denominado auscultação), 
observando os diferentes sons produzidos pela abertura e pelo fechamento das válvulas. 
 
Anormalidades das válvulas e de estruturas cardíacas produzem um fluxo 
sangüíneo turbulento, o qual dá origem a sons característicos denominados sopros. Em 
geral, o fluxo sangüíneo turbulento ocorre quando o sangue passa por válvulas 
estenosadas (estreitadas) ou insuficientes (que permitem o refluxo). No entanto, nem 
todas as cardiopatias causam sopros, e nem todos os sopros indicam cardiopatia. É 
comum mulheres grávidas apresentarem sopros cardíacos em razão do aumento normal 
do fluxo sangüíneo. Sopros cardíacos inofensivos também são comuns em bebês e 
 
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crianças, em virtude do rápido fluxo do sangue através das pequenas estruturas do 
coração. 
À medida que as paredes dos vasos, das válvulas e dos outros tecidos se 
enrijecem nos idosos, o sangue vai fluindo de forma turbulenta, mesmo que não exista 
cardiopatia grave subjacente. O posicionamento do estetoscópio sobre artérias e veias 
em qualquer outro ponto do corpo permite realizarmos a auscultação em busca de sons 
do fluxo sangüíneo turbulento, denominados ruídos e causados pelo estreitamento 
(estenose) dos vasos ou por conexões anormais entre vasos. 
 
Palpamos abdômen para determinar se o fígado está aumentado de volume em 
conseqüência do acúmulo de sangue nas veias principais que se dirigem ao coração. Um 
abdômen com um aumento anormal de volume em decorrência da retenção de líquido 
pode indicar insuficiência cardíaca. O pulso e o tamanho da aorta abdominal também são 
verificados. 
Os membros inferiores devem ser observados quanto a perfusão, edema, e a 
simetria dos pulsos periféricos. 
 
 
2.2 EXAME FÍSICO / CÁRDIO 
 
2.2.1. Inspeção do Tórax 
ABAULAMENTOS 
Causas Extracardíacas 
Causas Cardíacas 
 
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RETRAÇÕES 
Cicatrizes de toracotomia 
 
PULSAÇÕES ANORMAIS 
Precordiais 
Epigástricas 
 
ICTUS CORDIS 
 
2.2.2. Palpação do Tórax 
 
1. ICTUS CORDIS: Localização; Extensão; Intensidade; Mobilidade; 
 
2. FRÊMITO CATÁREO: Sede; Tempo; Intensidade; 
 
3. CHOQUE VALVAR; 
 
4. ATRITO PERICÁRDICO; 
 
5.RITMO DE GALOPE; 
 
6. PULSAÇÕES ANORMAIS. 
 
2.2.3. Percussão do Tórax 
1. LIMITES NORMAIS DA ÁREA CARDÍACA; 
2. MACICEZ CARDÍACA; 
 
2.2.4. Ausculta Cardíaca; 
a) FOCOS DE AUSCULTA 
Foco Aórtico: 2º espaço intercostal direito, linha paraesternal; 
Foco Pulmonar: 2º espaço intercostal esquerdo, linha paraesternal; 
Foco Tricúspide: base apêndice xifóide; 
 
 
 
 
 
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Foco Mitral ou Apical: 5º espaço intercostal na linha hemiclavicular à esquerda do 
esterno( sede do ictus). 
 
b) RITMO : Regular; 
 
c) FREQUÊNCIA 
Recém-nascidos: 130 a 160 bpm; 
Lactentes: 110 a 130 bpm; 
Crianças: 80 a 120 bpm; 
Adultos: 60 a100 bpm. 
 
d) BULHAS CARDÍACAS 
B1- Fechamento das válvulas mitral e tricúspide; 
B2 - Fechamento das válvulas aórtica e pulmonar; 
B3 - Presente em crianças e adultos jovens; 
B4 – Patológica. 
 
 
SOPROS (alterações das bulhas cardíacas) 
 
Avaliação 
 
• ITENSIDADE: 
+ sopro suave 
++ sopro moderado 
+++ sopro forte 
++++ sopro intenso 
 
• TIMBRE: Suave - Musical – Áspero 
 
• DURAÇÃO: 
Proto - início do ciclo; 
Meso - parte média do ciclo; 
 
 
 
 
 
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Tele - segunda parte do ciclo; 
Holo - todo o ciclo. 
 
• IRRADIAÇÃO 
Classificação 
 
- Sistólico: Ocupam total ou parcialmente a sístole (ejeção e/ou regurgitação); 
- Diastólico: Ocupam total ou parcialmente a diástole (regurgitação e/ou enchimento 
ventricular); 
- Contínuos: Regurgitação e obstrução. 
- Inocentes: Sopros suaves e sem frêmitos 
 
2.3 Paciente Sem Alterações ao Exame Cardiovascular 
• Precórdio calmo. Ausência de abaulamentos e retrações. Ausência de pulsações 
visíveis e palpáveis nas regiões para-esternal, epigástrica, supra-claviculares e em 
fúrcula. 
• Ictus cordis visível e palpável no 5º espaço intercostal esquerdo (EICE), na linha 
hemiclavicular esquerda (LHCE) (a 10 cm da linha medio-esternal), normo-impulsivo, 
com freqüência de 75 bpm, rítmico, de amplitude normal, com uma polpa digital de 
extensão, com discreta mobilidade ao decúbito de Pachón (deslocamento de cerca de 
2 cm para esquerda). Ausência de frêmitos e de atrito pericárdico palpáveis. Bulhas 
cardíacas (choques valvares) impalpáveis. 
• A percussão da área cardíaca mostra limite de transição de submacicez para som 
claro pulmonar no 3º, 4º e 5º EICE a 4, 7 e 10 cm da borda esternal esquerda, 
respectivamente. 
• À ausculta observa-se ritmo cardíaco regular em 2 tempos, bulhas normofonéticas 
com desdobramento fisiológico (respiratório) da 2ª bulha no foco pulmonar, ausência 
de sopros e de atrito pericárdico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.4 Exames Diagnósticos em Cardiologia 
Exames de Sangue 
 
2.4.1Creatino Kinase (CK) 
É uma enzima citoplasmática e mitocondrial que cataliza a fosforilação reversível 
da creatinina com formação de ATP. A CK é composta de duas subunidades (M e B) que 
se combinam em três tipos: MM, MB e BB que são encontradas em maior proporção 
respectivamente, no músculo esquelético, cardíaco e nos tecidos. Elevações de MM são 
encontradas nas disfunções tireoideanas e BB nas doenças gastrointestinais, adenomas, 
carcinomas, doenças vasculares, autoimunes e cirrose. Portanto, a sua elevação não 
significa necessariamente Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). A associação clínica com 
ECG e outras provas laboratoriais aumenta o seu valor diagnóstico no IAM. A elevação do 
CK Total ocorre 4 a 8 horas após o início da dor peitoral, tendo o seu pico máximo de 12 a 
24 horas, retornando ao normal em 3 a 4 dias. 
Os níveis aumentados podem indicar: infarto do miocárdio, lesão da musculatura 
cardíaca ou esquelética, doença muscular cardíaca congênita, acidente vascular cerebral, 
injeções intramusculares, hipotireoidismo, doenças infecciosas, embolia pulmonar, 
hipertermia maligna, convulsões generalizadas, neoplasias de próstata, vesícula, e trato 
gastrintestinal. 
Considerando as limitações da CK total, o CKMB é um marcador mais específico 
paradetecção de lesões no miocárdio, pois 25 a 46% da concentração desta enzima 
encontram-se no músculo cardíaco e apenas 5% no músculo esquelético. Elevações de 
CKMB ocorrem de 2 a 6 horas após as manifestações cardíacas, com pico máximo em 
torno de 24 horas, retornando ao normal dentro de 48 horas. Precocidade de sua 
detecção e maior especificidade faz com que ela seja o marcador de escolha em relação 
ao CK Total. 
 
2.4.2 CK-MB 
É uma isoenzima da creatina fosfoquinase (CPK) que corresponde a enzima 
liberada pelo músculo cardíaco. Esta enzima eleva-se quando ocorre isquemia em uma 
determinada região do músculo cardíaco. No infarto agudo do miocárdio os valores de 
 
 
 
 
 
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CK-MB podem estar superiores a 16 U/L e entre 4% a 25% do valor de CPK total. A 
interpretação dos resultados pode ser a seguinte: 
Valores de CK-MB acima de 16 U/L, mas inferiores a 4% do valor do CPK total 
podem sugerir lesão de músculo esquelético; 
CK-MB acima de 25% do valor do CPK total pode indicar presença de isoenzima, 
neste caso o indicado é dosar o CK-MB por meio de metodologias alternativas, como no 
caso do CK-MB por quimioluminescência. A interpretação deste exame é a seguinte: o 
CK-MB encontra-se predominantemente no músculo cardíaco, sendo responsável por 
aproximadamente 10 a 40% das miocardites. Os danos no miocárdio originam a liberação 
transitória de CKMB para a circulação. Esse aumento de CKMB atinge o auge entre 12 e 
24 horas, depois regressa ao normal dentro de 48 a 72 horas. 
 
2.4.3 CK-MB massa 
Enquanto na dosagem de CK-MB é determinada a atividade da enzima, o teste de 
CK-MB massa detecta sua concentração, independentemente de sua atividade, o que 
torna o CK-MB massa mais confiável que os testes de CK-MB atividade. Desta maneira, o 
CK-MB massa apresenta melhor sensibilidade analítica, pois detecta enzimas ativas e 
inativas. 
A sensibilidade analítica também aumenta, já que pode detectar lesões no 
miocárdio 1 a 2 horas antes do CK-MB. 
A menor incidência de resultados falso-positivos ocorre devido ao fato de o teste 
não sofrer interferência de outras enzimas com atividade semelhante. Na prática 
laboratorial pode-se encontrar valores de CK-MB maiores que CK total, isso ocorre devido 
a formas macromoleculares da enzima (macro-CK), que levam a resultados falso-
positivos em ensaios de CK-MB. 
 Através de alguns exames de sangue é possível detectar, tanto um risco para 
doença arterial coronariana, como a presença de doença arterial coronariana. No primeiro 
caso, certas substâncias são dosadas, e quando estão acima dos valores normais, 
indicam um risco para desenvolver a doença arterial coronariana, e no segundo caso, 
algumas substâncias chamadas de enzimas, quando aumentadas, indicam dano ou 
 
 
 
 
 
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isquemia no miocárdio. A seguir serão apresentados os exames laboratoriais mais 
comumente realizados na avaliação do risco para doença arterial coronariana. 
 
2.4.5 Troponina T 
É um exame que começa a ser muito utilizado no diagnóstico do infarto agudo do 
miocárdio. Esta enzima é liberada no sangue a partir de 2 a 8 horas após a lesão do 
miocárdio. Os valores se elevam por um período de 2 horas a 14 dias após o infarto. O 
resultado positivo significa que a concentração de Troponina T contida na amostra supera 
o valor de sensibilidade do teste, que é 0,1 ng/ml. Entretanto, o resultado negativo não 
permite excluir com segurança um infarto do miocárdio nas primeiras 8 horas após a 
aparição dos primeiros sintomas. Se a suspeita persistir, o exame deve ser repetido em 
intervalos apropriados. 
Pode-se utilizar uma ampla gama de exames e procedimentos para a realização de 
diagnósticos rápidos e precisos. A tecnologia inclui as mensurações elétricas, os estudos 
radiográficos, a ecocardiografia, a ressonância magnética (RM), a tomografia por emissão 
de pósitrons (TEP) e o cateterismo cardíaco. A maioria dos procedimentos diagnósticos 
cardíacos apresenta apenas um risco mínimo, mas este aumenta de acordo com a 
complexidade do procedimento e a gravidade da cardiopatia subjacente. 
Nos casos do cateterismo e da angiografia cardíacos, a probabilidade de uma 
complicação grave – como acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio ou morte – é 
de 1:1.000. Os testes de esforço apresentam risco de infarto do miocárdio ou de morte de 
1:5.000. Virtualmente, o único risco dos estudos com radionuclídeos é originário da 
diminuta dose de radiação recebida pelo paciente, que é inferior à radiação recebida 
pelos indivíduos na maioria das radiografias. 
 
2.4.6 Colesterol Total 
 
Este é um exame que determina a dosagem total de colesterol no sangue. A 
unidade de medida é em miligramas por decilitro de sangue (mg/dl). As frações são 
exames específicos. Abaixo estão os valores para o colesterol e as suas frações. 
 
 
 
 
 
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2.4.7 Colesterol Total e Frações 
 
Colesterol Total e Frações Desejável Limite Superior Muito Alto 
Colesterol Total < 200 mg/dl 200-239 mg/dl > 240 mg/dl 
LDL Colesterol < 130 mg/dl 130-159 mg/dl > 160 mg/dl 
Triglicérides < 200 mg/dl > 200 mg/dl 
 
2.4.8 TGO - Transaminase glutâmico oxaloacética 
No infarto agudo do miocárdio o aumento do TGO está ligado à necrose de células 
miocárdicas. A elevação é geralmente moderada raramente chegando a atingir 10 vezes 
o limite superior normal. A elevação da TGO aparece entre a sexta e a décima segunda 
horas após o episódio de dor, atinge seu nível máximo em 24 a 48 horas, e o seu retorno 
ao normal se processa entre o quarto e o sétimo dia após o episódio de dor. 
 
2.4.9 TGP - Transaminase glutâmica-pirúvica 
Nos pacientes com infarto do miocárdio seus níveis de elevação sérica são leves 
ou ausentes. Entretanto na insuficiência cardíaca ou no choque com necrose hepática 
presente pode-se terr níveis elevados. A aplicação principal da determinação desta 
enzima sérica está no diagnóstico da destruição hepatocelular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Outros Exames 
 
2.5 Exames Diagnósticos 
Pode-se utilizar uma ampla gama de exames e procedimentos para a realização de 
diagnósticos rápidos e precisos. A tecnologia inclui as mensurações elétricas, os estudos 
radiográficos, a ecocardiografia, a ressonância magnética (RM), a tomografia por emissão 
de pósitrons (TEP) e o cateterismo cardíaco. A maioria dos procedimentos diagnósticos 
cardíacos apresenta apenas um risco mínimo, mas este aumenta de acordo com a 
complexidade do procedimento e a gravidade da cardiopatia subjacente. 
Nos casos do cateterismo e da angiografia cardíacos, a probabilidade de uma 
complicação grave – como acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio ou morte – é 
de 1:1.000. Os testes de esforço apresentam risco de infarto do miocárdio ou de morte de 
1:5.000. Virtualmente, o único risco dos estudos com radionuclídeos é originário da 
diminuta dose de radiação recebida pelo paciente, que é inferior à radiação recebida 
pelos indivíduos na maioria das radiografias. 
 
2.5.1 Teste de Esforço 
A resistência dos indivíduos ao exercício fornece ao médico, informações sobrea 
existência e a gravidade de uma doença arterial coronariana e de outros distúrbios 
cardíacos. Um teste de esforço, o qual permite controlar o ECG e a pressão arterial do 
indivíduo durante o exercício, pode revelar problemas que não são evidenciados em 
repouso. 
Se as artérias coronárias apresentam um bloqueio parcial, o coração pode 
apresentar uma circulação sangüínea suficiente quando o indivíduo encontra-se em 
repouso, mas não quando ele se exercita. 
A realização simultânea de uma prova da função pulmonar pode diferenciar a 
limitação do exercício por uma doença cardíaca ou pulmonar da limitação em função da 
ocorrência concomitante de uma patologia cardíaca e uma patologia pulmonar. 
 
 
 
 
 
Durante a prova, a pessoa pedala uma bicicleta ergométrica ou anda sobre uma 
esteira rolante em um determinado ritmo. 
 
O ritmo é gradualmente aumentado. O ECG é monitorizado de forma contínua e a 
pressão arterial é medida em intervalos regulares. Em geral, é solicitado ao indivíduo que 
está sendo testado que ele continue o teste até a sua freqüência cardíaca atingir entre 80 
e 90% do máximo para sua idade e seu sexo. Se sintomas, como a dificuldade 
respiratória ou a dor torácica, tornarem-se muito desconfortáveis ou se forem detectadas 
anormalidades significativas no registro eletrocardiográfico ou da pressão arterial, a prova 
deve ser interrompida. 
Os indivíduos que, por alguma razão, não podem realizar exercícios, são 
submetidas ao eletrocardiograma de estresse, o qual fornece informações semelhantes 
às do teste de esforço, mas não envolvem a prática de exercícios. Em vez disso, uma 
substância que aumenta o suprimento sangüíneo ao tecido cardíaco normal, mas diminui 
o suprimento ao tecido anormal, como o dipiridamol ou a adenosina, é injetada no 
indivíduo para simular os efeitos do esforço. 
O teste de esforço sugere a presença de uma doença arterial coronariana quando 
surgem determinadas anormalidades eletrocardiográficas, o indivíduo apresenta angina 
ou a sua pressão arterial diminui. Nenhum teste é perfeito. Às vezes, eles revelam 
anormalidades em pessoas que não apresentam doença arterial coronariana (resultado 
falso-positivo) e, às vezes, eles não revelam anormalidades em pessoas que realmente 
apresentam angina (resultado falso-negativo). 
Para os indivíduos assintomáticos (sem sintomas), especialmente os mais jovens, 
a probabilidade de doença arterial coronariana é baixa, apesar de um resultado anormal 
 
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do teste. Apesar disso, é freqüente o teste de esforço ser utilizado com finalidade de 
controle de indivíduos aparentemente saudáveis como, por exemplo, antes do início de 
um programa de exercícios ou na avaliação para a realização de um seguro de vida. Os 
muitos falso-positivos resultantes causam uma preocupação considerável e despesas 
médicas desnecessárias. Por isso, a maioria dos especialistas não incentiva a utilização 
do teste de esforço em pessoas assintomáticas. 
 
2.5.2 Eletrocardiografia 
A eletrocardiografia é um procedimento rápido, simples e indolor, em que impulsos 
elétricos no coração são amplificados e registrados em uma fita de papel em movimento. 
O eletrocardiograma (ECG) permite que o médico analise o marcapasso do coração, o 
qual dispara cada batimento, as vias de condução nervosa do coração e a freqüência e o 
ritmo cardíaco. Para obter um ECG, o examinador instala pequenos contatos metálicos 
(eletrodos) sobre a pele dos braços, das pernas e do tórax do indivíduo. 
Esses eletrodos mensuram o fluxo e a direção das correntes elétricas no coração 
durante cada batimento cardíaco. Os eletrodos são conectados através de fios metálicos 
a um aparelho que gera um traçado para cada eletrodo. Cada traçado representa uma 
“imagem” particular dos padrões elétricos do coração; essas imagens são denominadas 
derivações. Quase todas as pessoas com suspeita de serem portadoras de uma 
cardiopatia devem ser submetidas à realização de um ECG. 
Esse exame pode ajudar a identificar diversos problemas cardíacos, como ritmos 
cardíacos anormais, suprimento inadequado de sangue e de oxigênio ao coração e um 
espessamento (hipertrofia) exagerado do miocárdio, o qual pode ser decorrente da 
hipertensão arterial. O ECG também pode revelar o adelgaçamento do miocárdio ou sua 
ausência (em razão de sua substituição por tecido não-muscular), condição esta que pode 
ser decorrente de um infarto do miocárdio. 
 O eletrocardiograma (ECG) é uma representação da atividade elétrica do coração, 
refletida pelas alterações do potencial elétrico na superfície da pele. 
 O ECG é registrado como um traçado sobre uma fita de papel milimetrado, onde os 
espaços entre as linhas verticais representam a amplitude e distam entre si 1 milímetro. 
 
 
 
 
 
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Cada 10 milímetros corresponde a 1 milivolt (mV). A distância entre as linhas horizontais 
medem o tempo, e cada 1 milímetro corresponde a 0,04 segundos ou 400 milisegundos. 
O ECG é particularmente útil na avaliação das condições que interferem com as 
funções cardíacas normais, como distúrbios da freqüência ou ritmo, anormalidades da 
condução, crescimento das câmaras cardíacas, presença de um infarto do miocárdio e 
desequilíbrios eletrolíticos. 
A informação registrada no ECG representa impulsos elétricos do coração. Os 
impulsos elétricos representam várias etapas da estimulação cardíaca. 
 Quando se estimula o músculo cardíaco eletricamente, ele se contrai. 
 No estado de repouso as células do coração estão POLARIZADAS, o interior das 
células se acha NEGATIVAMENTE carregado. Quando se estimula as células a 
contraírem-se, se tornam POSITIVAMENTE carregadas, denominando-se 
DESPOLARIZAÇÃO. 
 Assim uma onda progressiva de estimulação (despolarização) atravessa o coração, 
produzindo contração do miocárdio. O estímulo elétrico de despolarização causa 
contração progressiva das células miocárdicas, quando então a onda de cargas positivas 
progride para o interior das células. A onda de despolarização (o interior das células se 
torna positivo ) e a repolarização ( as células voltam a ser negativas ) 
 O impulso elétrico ao se difundir nos átrios, forma a primeira onda positiva - onda P. 
 Depois da onda P, registra-se um segmento sem ondas, porque a atividade elétrica 
é de pequena magnitude - segmento PR, que representa a despolarização do tecido 
específico (região do nódulo AV e feixe de His). Em seguida, vemos uma onda negativa - 
onda Q; uma onda positiva alta - onda R e outra negativa - onda S. Forma-se o complexo 
QRS que representa a estimulação elétrica dos ventrículos e não a contração mecânica 
das câmaras ventriculares. 
 Em seguida há repouso elétrico do coração quando se inscreve outro segmento 
sem ondas - segmento ST. Finalmente, inicia - se o fenômeno espontâneo e mais lento da 
repolarização ventricular, representado por uma deflexão positiva, onda T. Muitas vezes 
observa - se outra onda positiva - onda U, que aparece principalmente, quando a 
freqüência cardíaca é baixa. Para se registrar o traçado eletrocardiográfico, algumas 
precauções devem ser observadas. 
 
 
 
 
 
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? O paciente deve estar, preferentemente, deitado e em absoluto repouso - relaxado; 
? Os eletrodos dos membros deverão ser conectados aos punhos e ao terço inferior das 
pernas. Todavia, porém podem ser colocados desde a raiz da coxa até o dorso do pé, 
ou desde o ombro até o dorso da mão, pois que na prática se pode considerar que um 
eletrodo explorador colocado além de 12 cm do coração capta sempre o mesmo 
potencial; 
? Entre a pele e o eletrodo explorador deve ser colocado um bom condutor de 
eletricidade: certas pastas (gel condutor), álcool ou mesmo água; 
? As crianças pela sua natural inquietação, podem ou devem ser sedadas. 
 
O ECG consiste em 12 derivações. A informação sobre a atividade elétrica do coração 
é obtida colocando - se eletrodos sobre a superfície da pele, em posições anatômicas 
convencionadas. As diversas posições dos eletrodos que podem ser monitorizadas são 
denominadas derivações. Para um ECG completo com 12 derivações, o coração é 
analisado em cada uma das 12 posições anatômicas diferentes. O sistema é composto de 
4 eletrodos periféricos, um em cada braço e cada perna e 6 precordiais, constituindo as 
derivações standarts ( D1, D2, D3 ) e 3 variáveis ( aVR , aVL e aVF ). 
 
Colocação dos eletrodos nos membros 
COR POSIÇÃO 
VERMELHO Braço direito 
AMARELO Braço esquerdo 
PRETO Perna direita 
VERDE Perna esquerda 
AZUL Precordiais 
 
 
Posição das derivações precordiais 
Derivação POSIÇÕES 
V1 4º espaço intercostal na borda direita do esterno 
V2 4º espaço intercostal na borda esquerda do esterno 
 
 
 
 
 
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V3 Espaço intermediário entre V2 e V4 
V4 5º espaço intercostal esquerdo na linha médio clavicular 
V5 5º espaço intercostal esquerdo na linha axilar anterior 
V6 5º espaço intercostal esquerdo na linha axilar média 
 
2.5.3 ECG: Interpretação das Ondas 
O eletrocardiograma (ECG) representa a corrente elétrica que percorre o coração 
durante um batimento cardíaco. Cada parte do ECG é designada por uma letra. Cada 
batimento cardíaco começa com um impulso do principal marcapasso do coração (nódulo 
sinoatrial). Esse impulso ativa primeiramente as câmaras superiores do coração (átrios). 
A onda P representa essa ativação dos átrios. Em seguida, a corrente elétrica flui 
até as câmaras inferiores do coração (ventrículos). O complexo QRS representa a 
ativação dos ventrículos. A onda T representa a onda de recuperação, enquanto a 
corrente elétrica dissemina-se de forma retrógrada sobre os ventrículos. 
Muitos tipos de anormalidade são revelados num ECG. As de compreensão mais 
fácil são as anormalidades do ritmo do batimento cardíaco: demasiadamente rápido, 
demasiadamente lento ou irregular. Em geral, ao analisar o ECG, o médico determina em 
qual parte do coração o ritmo anormal é originado e pode dar início ao processo de 
determinação de sua causa. 
 
2.5.4 Eletrocardiografia Ambulatorial Contínua (Holter) 
Os ritmos cardíacos anormais e o fluxo sangüíneo insuficiente ao miocárdio podem 
ocorrer apenas durante um curto período de tempo ou de maneira imprevisível. Para 
detectar esses problemas, o médico pode lançar mão da monitorização 
eletrocardiográfica ambulatorial contínua. Neste exame, o indivíduo carrega consigo um 
pequeno aparelho movido a pilha (monitor Holter), o qual registra o ECG durante 24 
horas. 
Enquanto estiver com o monitor, a pessoa anota em um diário o horário e o tipo de 
qualquer sintoma. Em seguida, o registro é transferido para um computador, o qual 
analisa a freqüência e o ritmo do coração, verifica a ocorrência de alterações na atividade 
 
 
 
 
 
elétrica que possam indicar um fluxo sangüíneo inadequado ao miocárdio e reproduz um 
registro de cada batimento cardíaco ocorrido durante as 24 horas. 
Os sintomas registrados no diário podem então ser relacionados às alterações 
eletrocardiográficas Caso seja necessário, o ECG pode ser transmitido por via telefônica a 
um computador localizado no hospital ou no consultório médico, para leitura imediata, 
assim que o paciente apresenta sintomas. 
 
Aparelhos ambulatoriais sofisticados podem registrar simultaneamente um ECG e 
um eletroencefalograma (mensurações da atividade elétrica do cérebro) em pacientes que 
apresentam episódios de perda da consciência. Esses registros ajudam a diferenciar as 
crises convulsivas epilépticas das anormalidades do ritmo cardíaco. 
 
 
 A pessoa utiliza um pequeno monitor, que é sustentado por um dos ombros por 
uma correia. Com os eletrodos fixados no tórax, o monitor registra continuamente a 
atividade elétrica do coração. 
 
2.5.5 Testagem Eletrofisiológica 
A testagem eletrofisiológica é utilizada na avaliação de alterações graves do ritmo 
ou da condução elétrica. No hospital, o médico insere diminutos eletrodos através das 
veias e, em alguns casos, através das artérias, atingindo diretamente o interior das 
 
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câmaras cardíacas, para obter o registro eletrocardiográfico a partir do interior do coração 
e para identificar a localização exata das vias de condução elétrica. 
Às vezes, o médico provoca intencionalmente um ritmo cardíaco anormal durante a 
testagem para descobrir se determinado medicamento pode interromper o distúrbio ou se 
uma cirurgia irá ajudar o paciente. Em caso de necessidade, o médico retorna 
rapidamente ao ritmo normal com um choque elétrico de curta duração sobre o coração 
(cardioversão). Embora seja um procedimento invasivo e exija a anestesia do paciente, a 
testagem eletrofisiológica é muito segura e o seu risco de morte é de 1:5.000. 
 
2.5.6 Exames Radiológicos 
Qualquer pessoa com suspeita de cardiopatia deve ser submetida a radiografias 
nas incidências frontal e de perfil. As radiografias revelam a forma e o tamanho do 
coração e delineiam os vasos sangüíneos nos pulmões e no tórax. A anormalidade da 
forma ou do tamanho do coração e alterações, como depósitos de cálcio no interior do 
coração, são imediatamente observadas. 
As radiografias torácicas também podem revelar o estado dos pulmões, 
particularmente dos vasos sangüíneos pulmonares, e a presença de qualquer líquido no 
interior ou em torno dos pulmões. Freqüentemente, a insuficiência cardíaca ou uma 
alteração de uma válvula cardíaca acarreta um aumento do volume do coração. 
No entanto, o tamanho do coração pode ser normal mesmo em pessoas com 
cardiopatia grave. Nos casos de pericardite constritiva, a qual cria um envelope de tecido 
cicatricial envolvendo o coração, este não aumenta de volume, mesmo na vigência de 
uma insuficiência cardíaca. 
O aspecto dos vasos sangüíneos nos pulmões é muitas vezes mais importante na 
confirmação diagnóstica do que o aspecto do coração em si. Por exemplo, a dilatação das 
artérias pulmonares localizadas próximas ao coração e a sua estenose no interior do 
tecido pulmonar sugerem o aumento do ventrículo direito. 
 
 
 
 
 
 
 
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2.5.7 Tomografia Computadorizada 
A tomografia computadorizada (TC) comum não é freqüentemente utilizada no 
diagnóstico das cardiopatias. No entanto,ela pode detectar anormalidades estruturais do 
coração, do pericárdio, dos vasos principais, dos pulmões e das estruturas de 
sustentação no tórax. Nesse exame, um computador gera imagens de cortes transversais 
de todo o tórax utilizando raios X, revelando a localização exata de qualquer anomalia. 
A tomografia computadorizada é moderna e ultra-rápida, também chamada de 
cinetomografia computadorizada, fornece uma imagem móvel tridimensional do coração. 
Esse exame pode ser utilizado na avaliação de anormalidades estruturais e de 
movimento. 
 
2.5.8 Fluoroscopia (Radioscopia) 
A fluoroscopia (radioscopia) é um procedimento radiológico contínuo que mostra 
em um monitor o coração batendo e os pulmões insuflando e desinsuflando. Contudo, a 
fluoroscopia, a qual envolve uma dose relativamente alta de radiação, vem sendo 
amplamente substituída pela ecocardiografia e por outros exames. 
A fluoroscopia também é utilizada como um componente do cateterismo cardíaco e 
da testagem eletrofisiológica. Ela pode ser útil em alguns diagnósticos difíceis que 
envolvem doenças valvulares e defeitos congênitos do coração. 
 
2.5.9 Ecocardiografia 
É uma das técnicas mais amplamente utilizadas no diagnóstico das cardiopatias, 
por não ser invasiva, não utilizar raios X e fornecer imagens excelentes. O exame é 
inofensivo, indolor, relativamente barato e amplamente disponível. A ecocardiografia 
utiliza ondas de ultra-som de alta freqüência, as quais são emitidas por uma sonda de 
registro (transdutor), chocam-se contra as estruturas do coração e os vasos sangüíneos e 
são retornadas, produzindo uma imagem móvel. 
A imagem é visualizada em um monitor e é registrada em videocassete ou em 
papel. Ao variar a posição e o ângulo da sonda, o médico visualiza o coração e os vasos 
sangüíneos importantes sob vários ângulos, obtendo um retrato acurado da estrutura e do 
funcionamento do coração. 
 
 
 
 
 
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Para uma maior nitidez ou para analisar estruturas localizadas na parte posterior do 
coração, pode-se passar uma sonda através da garganta do paciente até o esôfago, 
registrando os sinais a partir de um ponto situado logo atrás do coração. Esta técnica é 
conhecida como ecocardiografia transesofágica. Esta técnica pode detectar 
anormalidades de movimento da parede do coração e do volume de sangue que está 
sendo bombeado pelo coração em cada batimento, espessamentos e doenças da 
membrana que envolve o coração (pericárdio) e acúmulo de líquido entre o pericárdio e o 
músculo cardíaco (miocárdio). 
Os principais tipos de exames ultra-sonográficos são: modo M, bidimensional, 
Doppler e Doppler colorido. Na ultra-sonografia no modo M, a qual é a técnica mais 
simples, um feixe isolado de ultrasom é direcionado à parte do coração estudado. A ultra-
sonografia bidimensional, a qual é a técnica mais utilizada, produz imagens 
bidimensionais reais, em “cortes” gerados por computador. 
A ultra-sonografia com Doppler detecta o movimento e a turbulência do sangue e 
pode produzir uma imagem colorida (Doppler colorido). As ecocardiografias com Doppler 
colorido e com Doppler simples podem determinar e mostrar a direção e a velocidade do 
fluxo sangüíneo nas câmaras cardíacas e nos vasos sangüíneos. 
As imagens permitem ao médico observar se as válvulas cardíacas abrem e 
fecham adequadamente, se há escape de sangue durante fechamento e, em caso 
afirmativo, a quantidade de sangue que escapa, e ainda se o sangue flui normalmente. 
Podem ser detectadas conexões anormais entre os vasos sangüíneos ou entre as 
câmaras cardíacas e a estrutura e o funcionamento de vasos e câmaras cardíacas podem 
ser determinados. 
 
2.5.10 Ressonância Magnética 
A ressonância magnética (RM) é uma técnica que utiliza um campo magnético 
potente para a produção de imagens detalhadas do coração e do tórax. Essa técnica 
extremamente cara e sofisticada ainda se encontra em estágio experimental para uso no 
diagnóstico de cardiopatias. 
O indivíduo é colocado no interior de um enorme ímã elétrico, o qual faz com que 
os núcleos dos átomos do organismo vibrem e emitam sinais característicos, os quais são 
 
 
 
 
 
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convertidos em imagens bi e tridimensionais das estruturas cardíacas. Em geral, não há 
necessidade de agentes de contraste (radiopacos). 
No entanto, ocasionalmente, são administrados contrastes paramagnéticos pela via 
intravenosa, os quais ajudam na identificação de áreas de pouco fluxo sangüíneo do 
miocárdio. Uma desvantagem da RM é a demora para a obtenção de cada imagem, em 
comparação com a tomografia computadorizada (TC). 
Em razão dos movimentos cardíacos, as imagens obtidas com RM são borradas, 
em comparação com as obtidas por TC. Além disso, algumas pessoas apresentam 
claustrofobia durante a realização da RM, pois elas devem ficar imóveis em um espaço 
estreito dentro de uma máquina gigantesca. 
 
2.5.11 Estudos com Radionuclídeos 
Nos estudos imagenológicos com radionuclídeos, quantidades diminutas de 
substâncias radioativamente marcadas (marcadores) são injetadas em uma veia, mas, de 
qualquer modo, o exame expõe o indivíduo a uma menor radiação do que na maioria dos 
estudos radiográficos. 
Os marcadores distribuem-se rapidamente por todo o corpo, incluindo o coração. 
Em seguida, eles são detectados por uma câmara gama. A imagem é apresentada em um 
monitor e gravada no disco rígido do computador para análise posterior. Diferentes tipos 
de câmaras de registro de radiação podem registrar uma imagem isolada ou gerar uma 
série de imagens de cortes transversais, as quais são refinadas pelo computador – 
técnica conhecida como tomografia computadorizada por emissão de fótons isolados. 
O computador também pode gerar uma imagem tridimensional. Os estudos com 
radionuclídeos são particularmente úteis no diagnóstico de indivíduos com dor torácica de 
causa desconhecida. Nos indivíduos que apresentam estreitamento (estenose) de uma 
artéria coronária, a técnica é utilizada para a determinação da magnitude do efeito da 
estenose sobre o aporte sangüíneo e o funcionamento do coração. 
 
 
 
 
 
 
Os estudos com radionuclídeos também são utilizadas na comprovação da 
melhoria do fluxo sangüíneo ao miocárdio após uma cirurgia de bypass (revascularização 
miocárdica) ou um procedimento similar. Além disso, eles também são úteis na 
determinação do prognóstico de um indivíduo após um infarto do miocárdio. Geralmente, 
o fluxo sangüíneo miocárdico é examinado com o uso de uma injeção intravenosa de 
tálio-201 e através da obtenção de imagens enquanto a pessoa realiza um teste de 
esforço. 
A quantidade de tálio-201 absorvida pelas células do músculo cardíaco depende do 
fluxo sangüíneo. No pico do exercício, uma determinada área do miocárdio com irrigação 
sangüínea deficiente (isquemia) apresenta menor radioatividade (gera uma imagem 
menos nítida) que o músculo vizinho com uma circulação normal. Nos indivíduos 
incapazes de realizar o exercício, pode ser aplicada uma injeção intravenosa de 
dipiridamol ou de adenosina para simular os efeitos do exercício sobre o fluxo sangüíneo. 
Essas drogas desviam a irrigação sangüínea dos vasos anormais para os vasos normais. 
Após o indivíduo repousar algumas horas, é realizado uma segunda exploração. O 
médico pode então observar quais são as áreas do coração que apresentam uma 
ausência de fluxo reversível, a qual é comumente decorrente de uma