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AULA DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

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 FURTO
 ROUBO
 EXTORSÃO
 USURPAÇÃO
 DANO
 APROPRIAÇÃO INDÉBITA
 ESTELIONATO
 RECEPTAÇÃO
 DISPOSIÇÕES GERAIS
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Os crimes contra o patrimônio figuram na lista daquelas infrações penais mais praticadas em nossa sociedade.
A má distribuição da coisa pública, que gera a desigualdade social, criando bolsões de miséria.
O mundo capitalista (consumismo) que nos incentiva às compras inúteis e desnecessárias.
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Furto
        Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Propriedade; posse e detenção. (Guilherme de S. Nucci entende que a detenção não é protegida pelo direito penal, pois não integra o patrimônio da vítima).
Quem subtrai coisa sua na posse legítima de terceiro?
Funcionário público que subtrai ou facilita que seja subtraído bem público ou particular que se encontra sob a guarda da administração?
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Objeto Jurídico: Patrimônio;
Ação Nuclear: “Subtrair”;
Meios de execução: livres;
Objeto material: Coisa (substância material, corpórea, passível de subtração e que tenha valor econômico) móvel (tudo aquilo que pode ser transportado de um local para outro, sem separação destrutiva do solo).
OBS.: bens com valor de uso/efetivo/sentimental (uma carta do filho já morto).
Elemento normativo: Coisa alheia.
Objeto Jurídico: O patrimônio da pessoa física e jurídica.
Patrimônio:
A propriedade material e outros direitos reais (CC, art. 1.225 – propriedade, superfície, servidões, usufruto, uso, habitação e anticrese);
Propriedade imaterial (direito autoral, privilégio de invenção, direito de marca, etc...Título III, e Lei 9.279/96);
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Se o agente tem uma posse desvigiada e não devolve o bem configura o crime de apropriação indébita !
 Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: 
O cadáver pode ser objeto de furto? (sendo utilizado em pesquisa, por exemplo em universidades).
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A subtração apenas configurará roubo quando existir emprego de violência, grave ameaça ou qualquer outro recurso que reduza a vítima à incapacidade de resistência;
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa;
Sujeito Passivo: Qualquer pessoa;
Elemento subjetivo: Dolo (vontade consciente de efetuar a subtração); Elemento subjetivo do tipo (finalidade especial de assenhoramento definitivo – “para si ou para outrem”;
Consumação: inversão da posse (momento em que o bem passa da esfera de disponibilidade da vítima para a do autor);
Tentativa: admissível.
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Animais e semoventes podem ser objeto de furto.
É possível também subtração de terra ou areia e de árvores (salvo crime ambiental – 9605/98)
res nullius – nunca tiveram dono (não podem);
res derelicta – coisas abandonadas (não podem);
res commune omnium – coisa do uso de todos.
res desperdicta – coisa perdida (veja o artigo 169 inc. II do CPB.
Navios, aeronaves, casas de madeira e os materiais separados provisoriamente de um prédio: CÓDIGO CIVIL (Art. 81 do CC) X CÓDIGO PENAL.
Objetos subtraídos de dentro de uma sepultura, qual crime configura? Alguém?
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Ânimo definitivo
Animus rem sibi habendi – intenção de não devolver, de ficar para si. Animus furandi.
Furto de uso não é crime (salvo no CPM);
Intenção (desde o início)
Furto de uso e finalidade lícita.
E o furto de uso de um automóvel (e a gasolina e óleo)?
Desfalque juridicamente apreciável no patrimônio.
Furto famélico é crime?
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Mútuo pignoratício e depositário judicial – artigo 346
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção: 
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite.
Art. 312, § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
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Ladrão que furta Ladrão – coisa alheia em relação ao terceiro (vítima-proprietário)
A posse pode ser ilegítima .
TACRSP: “(...) quem furta de um ladrão não é, por esse fato, menos ladrão do que o outro, devendo a sua ação ser punida” (RJDTACRIM 5/96)
TACRSP: “(...) desnecessário que a vítima comprove o domínio da res furtiva (...) a objetividade jurídica do tipo penal em questão é proteger não só a propriedade, mas também a posse, a detenção” (RJDTACRIM 14/235)
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Violação de domicílio fica absorvido pelo furto – crime meio.
Destruição do objeto – Dano absorvido – post factum impunível.
Furto e venda do bem – tecnicamente dois crimes – furto e estelionato – política criminal – mero exaurimento – estelionato absorvido pelo furto.
EXAURIMENTO X POS FATO IMPUNÍVEL: No exaurimento o resultado típico (previsto no tipo) mas não exigido para a consumação do delito, ex. obtenção da vantagem ilícita no crime de extorsão. No pos fato impunível não está previsto no tipo (ex. dano no furto, não está previsto no tipo anterior).
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Loja com sistema antifurto ou com fiscalização de seguranças – não é crime impossível – possibilidade do crime se configurar – STJ – REsp 710.667, DJ, 03/10/2005
Batedor de carteira – bolso errado / ausência de bens
Para JOHANNES WESSELS se o agente vende a coisa para terceiro de boa-fé, comete estelionato em concurso material com o crime de furto, pois produziu nova lesão autônoma e independente contra a vítima diferente, com outra conduta que não era conseqüência natural e necessária da anterior. César R. Bitencourt na mesma linha. Contudo a corrente majoritária entende que o furto absorve o estelionato.
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STF: “A subtração de pinheiros, através de seu corte do solo e transporte, configura, em tese, o delito de furto. Os acessórios do imóvel, uma vez mobilizados, constituem objeto de crime de furto(...)” (RT 518/441)
TJSC: “Furto. Subtração de animal doméstico(...)” (RT 513/450)
TACRSP “Incorre nas penas do art. 155. § 4º, II, do CP, o agente que efetua ligação clandestina, recebendo água de rede pública sem qualquer pagamento” (RJDTACRIM 26/117)
TJSP: “A subtração de cédula de identidade (...) não caracteriza o crime de furto (...) indispensável o valor patrimonial, ou, pelo menos de utilidade ou de afeição (...)” (RT 760/615)
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ATENÇÃO
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CONSUMAÇÃO DO FURTO
 a teoria da "contrectatio", para a qual a consumação se dá pelo simples contato entre o agente e a coisa alheia;
b) a teoria da "apprehensio" ou "amotio", segundo a qual se consuma esse crime quando a coisa passa para o poder do agente;
c) a teoria da "ablatio", que tem a consumação ocorrida quando a coisa, além de apreendida, é transportada (posse pacífica e segura) de um lugar para outro; 
d) a teoria da "illatio", que exige, para ocorrer a consumação, que a coisa seja levada ao local desejado pelo ladrão para tê-la a salvo.
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A teoria da “amotio” é adotada no Brasil, sendo reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal como "teoria da inversão da posse“;
"Para que o ladrão se torne possuidor, não é preciso, em nosso direito, que ele saia da esfera de vigilância do antigo possuidor, mas, ao contrário, basta que cesse a clandestinidade ou a violência, para que o poder de fato sobre a coisa se transforme de detenção em posse, ainda que seja possível ao antigo possuidor retomá-la pela violência, por si ou por terceiro, em virtude de perseguição imediata. Aliás, a fuga com a coisa em seu poder traduz inequivocamente a existência de posse. (REsp 102.490-SP, rel. Moreira Alves, 17.12.1987, v.u., DJ 16.08.199, p. 150).
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"A jurisprudência do STF dispensa, para a consumação do furto ou do roubo, o critério da saída da coisa da chamada "esfera de vigilância da vítima" e se contenta com a verificação de que, cessada a clandestinidade ou a violência,
o agente tenha tido a posse da "res furtiva", ainda que retomada, em seguida, pela perseguição imediata (HC 89958-SP, rel. Sepúlveda Pertence, 03.04.2007, v.u., DJ 27.04.2007, p. 68).
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 RESUMO
até 1987 o STF adotava o entendimento de ser necessária a retirada da coisa da esfera de vigilância e disponibilidade, mais a posse tranqüila do bem, mesmo que breve (doutrina clássica)
A partir daquele ano, passa a exigir, somente, que a coisa deixe a esfera de disponibilidade, sendo prescindíveis a saída do campo de vigilância e a posse tranqüila do agente. 
Embora posicionamento do STF, atualmente o STJ tem-se comportado de duas formas.
 A Quinta Turma segue o entendimento firmado pelo STF, ou seja, não requer a posse tranqüila para consumação do delito de furto, enquanto a Sexta Turma passou a adotar a doutrina clássica.
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Quem subtrair algo e for perseguido e capturado imediatamente, comete furto consumado para o STF e 5ª Turma do STJ 
(“amotio”)
E comete furto tentado pela 6ª Turma do STJ
(“ablatio”)
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Furto Noturno
Art. 155, § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
Somente se aplica ao furto simples, não sendo permitido no furto qualificado (situação topográfica).
De acordo com as características da região;
O aumento não incide em locais não próprios para o repouso noturno;
Período de tempo, que se modifica conforme os costumes locais, em que as pessoas dormem;
Não incide sobre a forma qualificada.
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STF: “A majorante do § 1º do artigo 155 do CP não se conjuga, necessariamente, com a circunstância de ser o furto aplicado em casa habitada. É suficiente à sua configuração que a subtração ocorra durante o período de repouso noturno” (RT 600/459)
STJ: “Para o reconhecimento da agravante do repouso noturno, não tem qualquer importância o fato de a casa, onde ocorreu o furto, estar habitada e o seu morador dormindo” (RT 748/579)
TACRSP: Furto noturno em estabelecimento comercial – inexistência de majorante – (RJTACRIM 44/61)
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Furto Privilegiado
Art. 155, § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa
Não reincidente / transcurso de 5 anos – art. 64, I
Contravenção penal não retira a primariedade
Pequeno valor (gira em torno de um salário mínimo) x Pequeno Prejuízo (art. 171);
Direito subjetivo do réu;
Furto de Energia: “§ 3° Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico”.
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Furto de Energia: “item 56 da Exposição de Motivos do CPB: “...Toda energia economicamente utilizável e suscetível de incidir no poder de disposição material e exclusiva de um indivíduo (como por exemplo, a eletricidade, a radioatividade, a energia genética dos reprodutores e etc...”
Furto: Desviar a corrente elétrica antes que ela passe pelo medidor, o chamado “gato”;
Estelionato: A ação consiste em modificar o medidor para acusar um resultado menor do que o consumido, há fraude.
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Ao contrário do repouso noturno, o § 2º do art. 155 beneficia o agente, desta forma poderá ser aplicado às modalidades qualificadas (furto qualificado privilegiado) segundo Rogério Grecco. Todavia nossos tribunais posicionam-se contrariamente (Resp. 664272/SP).
STJ: ”Para que haja o reconhecimento da figura do furto privilegiado, a lei penal exige apenas que o agente seja primário e que a res furtiva seja de pequeno valor, descartados outros requisitos, entre os quais bons antecedentes” (RT 748/579)
STJ: “Furto privilegiado. Caracterização. Valor do bem da tentativa de furto inferior a um salário mínimo(...)” (RT 730/501)
 FURTO E PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
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Furto Qualificado
Artigo 155, § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I – com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa
Obstáculos passivos ou ativos (violência contra a coisa);
Desligar alarme não configura.
Matar um cão – dano e não qualificadora;
Subtração do carro x Subtração do som;
A destruição e o rompimento devem ser levados a efeito antes da subtração ou se é possível depois do seu apossamento, também para fim de subtração (exemplo de alguém que esconde dentro da loja, para após o fechamento furtá-la).
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STJ: ”Esta corte já firmou posicionamento no sentido de que o rompimento de obstáculo inerente ao objeto do furto não caracteriza a circunstância qualificadora. Precedente” (5ª Turma. REsp 743.615/RS. Rel. Min. Gilson Dipp, j. 04/08/2005, DJ, 29/08/2005, p. 436)
STJ: “(...) pacífico é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que a subtração de objetos situados no interior de veículo, mediante rompimento de obstáculo, no caso o quebra-vento, qualifica o delito de furto.” (HC 42.658/MG, DJ, 22/08/2005)
*** O agente que corta a bolsa da vítima para subtrair carteira – objeto feito para transporte, não constituindo obstáculo.
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TJSC: ”Quebra de vidro do automóvel subtraído: inexistência de qualificadora (JCAT 76/581)
TJSC: “Furto de automóvel com “ligação direta”: inexistência de qualificadora de rompimento de obstáculo” (RT 558/359)
*** O STJ tem admitido que “a prova técnica não é a única apta a comprovar a materialidade das condutas, podendo ser suprida por outros meios de prova capazes de levar ao convencimento do julgador” (REsp 717.408/RS)
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Art. 155, § 4º, II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza.
Amizade, parentesco, relações profissionais;
Mera relação empregatícia não configura;
Fraude – artifício, engodo – ex. disfarce. Qualquer ardil no sentido de provocar a ausência mometânea do dominus ou distraindo-lhe a atenção, para mais fácil perpetração do furto.
Furto mediante fraude (diminuir a vigilância) x Estelionato (entrega espontânea);
Muro baixo / janela térrea não configura escalada (via anormal/esforço anormal
Destreza – habilidade. Punguistas. Corta a bolsa ao fundo.
O sono profundo e a embriagues em estágio avançado afastam a qualificadora.
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STJ: “ (...) ocorre furto mediante fraude e não estelionato nas hipóteses de subtração de veículo posto à venda mediante solicitação ardil de teste experimental ou mediante artifício que leve a vítima a descer do carro” (RSTJ 119/599)
TACRSP: “Configura furto qualificado pela fraude e concurso de agentes, e não roubo, a conduta do agente que empurra a vítima provocando discussão com esta para distrair-lhe a atenção, enquanto outro empolga o numerário, pois a violência constitui mero artifício, causa mediata ou remota da subtração(...)” (RJDTACRIM 32/176)
TACRSP: Furto com destreza no abraço (RJDTACRIM 23/241)
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Art. 155, § 4º, III – com emprego de chave falsa.
Cópia da verdadeira;
Qualquer outro instrumento – mixas, clips;
Chave verdadeira – não caracteriza esta qualificadora e sim mediante fraude (ex: hotel/outro hóspede)
Ligação direta não qualifica;
STJ: “(...) só se verifica quando a chave falsa é utilizada externamente à res furtiva, vencendo o agente o obstáculo propositadamente colocado para protegê-la” (RT 746/556) *** chave falsa para acionar a ignição.
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Art. 155, § 4º, IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas
Menor envolvido é contabilizado
TJAP: Irrelevância de co-autoria com menores inimputáveis (RDJ 9/190);
TJSC: irrelevância da falta de identificação do co-autor (JCAT 76/581).
O furto só será cometido mediante concurso de duas ou mais pessoas se estas participarem na fase executiva do delito (cometimento de crime e não a simples concorrência para o crime).
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Art. 155, § 5º - a pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior
Apenas se consuma com a transposição da fronteira;
Deve-se analisar a intenção do agente;
STF: “É firme a jurisprudência do STF no sentido de que não é cabível dar-se o privilégio do § 2º do art. 155 do CP em sendo o crime qualificado” (RT 627/375)
STJ: “Ao furto qualificado não se aplica a minorante do furto privilegiado (...)” (RT 770/540)
STJ: “Furto qualificado. Furto Privilegiado. Compatibilidade(...)” (RT 734/655 e RSTJ 85/361)
 Furto Qualificado_Privilegiado
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Furto de sêmen de animais;
 O furto de sinal de televisão:
 Subtração de energia alterando o medidor;
 Subtração de pulso telefônico;
 O simples ato de deslocar a telha para o furto, inexistindo o dano;
 Agente que, a pretexto de auxiliar a vítima a operar caixa eletrônico, apossa-se de seu cartão magnético, trocando-o por outro;
 Agente funcionários da empresa coloca bem de maior valor em caixa de aparelho de menor quantia.
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Agente querendo furtar (punguista) leva às mãos no bolso da vítima, mas nada encontra visto que o dinheiro e a carteira estava no outro bolso.
Agente querendo furtar (punguista) leva às mãos no bolso da vítima, mas nada encontra visto que esta não possuía dinheiro ou bens de valores quando da ação criminosa.
 Furto famélico. Estado de Necessidade. O agente deve subtrair patrimônio alheio (alimento) que cause menor prejuízo, uma vez que, havendo alternativa de subtração, deve optar por aquela menos lesiva à vítima.
Concurso entre as qualificadoras dos §§ 4º e 5º do Art. 155 do CPB. Ocorrendo essa hipótese deverá prevalecer a qualificadora de maior gravidade, vale dizer, aquela constante do § 5º do art. 155 do diploma repressivo.
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Furto e roubo contra vítima desconhecida;
Furto de Documento;
Subtração de água tratada;
FURTO DE COISA COMUM
Art. 156 – Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum.
Crime próprio;
Objeto material – coisa comum;
Ação penal é pública condicionada a representação;
Juizado Especial Criminal
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■	Sócio que furta da pessoa jurídica. Nelson Hungria reconhece o delito do art. 156, não importando se de uma sociedade com personalidade jurídica ou mesmo dela destituída. No mesmo sentido Rogério Grecco.
Art. 156, § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota parte a que tem direito o agente
Mesma espécie, quantidade e qualidade;
Afasta a antijuridicidade.
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Roubo
Art. 157 – Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Subtração;
Coisa alheia móvel;
Assenhoreamento definitivo;
Violência/grave ameaça/redução da resistência;
A ameaça deve ser verossímil, crível, razoável e capaz de infundir temor. O mal deve ser iminente.
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Violência própria
Contra a pessoa;
Vis absoluta (soco, facada, paulada);
Trombada violenta;
Violência imprópria: quando o agente, não usando de violência física, utiliza qualquer meio que reduza a possibilidade de resistência da vítima.
STF: “A violência física, caracterizadora do crime de roubo, consiste no emprego de força física sobre a vítima, tolhendo a liberdade de seus movimentos como meio para a subtração da coisa, não sendo necessário que ocorra lesão corporal, bastante a vias de fato” (RT 593/453)
STJ:”Roubo. Arrebatamento de jóias presas ao corpo da vítima, acarretando lesões corporais(...)” (RT 671/385)
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TACRSP: Gravidade da ameaça de acordo com as condições pessoais da vítima (RJTACRIM 62/59)
TJSC: “Para a caracterização do roubo não importa o fato de a arma estar ou não descarregada, porquanto o que deve ser levado em conta é o constrangimento causado à vítima, de modo a impedir ou diminuir qualquer reação, por temor a ameaça de dano iminente” (JCAT 90/464)
TACRSP: Possibilidade de resistência: desclassificação para furto (JTACRIM 72/326)
TAPR. Ameaça com arma desmuniciada: inexistência de crime impossível (RT 542/352)
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STF: “Segundo a jurisprudência do STF, se o agente, simulando porte de arma, ameaça, intimida e subjuga a vítima, subtraindo-lhe os pertences, configura-se o crime de roubo e não de furto qualificado” (RT 646/376)
STJ: “O roubo tem a ameaça como elemento constitutivo. Significa o temor da vítima, afetada psicologicamente. A simulação de o agente portar arma, manifesta-se idônea para intimidar, quando atinge o propósito, qual seja, incutir medo e, por isso, diminuir ou eliminar a resistência do sujeito passivo” (RT 695/394)
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Qualquer outro meio que reduza a vítima à impossibilidade de resistência
Soníferos, hipnose, superioridade numérica, narcóticos, aprisionamento em aposento;
E se a própria vítima se coloca em condições de incapacidade de oferecer resistência? Crime de furto, podendo ou não ser qualificado.
Goza de status de crime complexo, uma vez que podemos visualizar a fusão de suas ou mais figuras típicas.
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Crime complexo – patrimônio e liberdade individual (ameaça) ou integridade corporal (violência)
Não se aplica ao roubo o princípio da insignificância
Sem valor econômico/afetivo/utilidade desclassificação para lesões, ameaça, constrangimento
Pequeno valor não acarreta em privilégio, a exemplo do art. 155, § 2º
Inexistência da figura “roubo de uso”
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STF: “Não é possível estender ao roubo o benefício que a lei instituiu para o furto simples e previsto no art. 155, § 2º do CP” (RT 445/482)
STJ: “quando, na subtração de objetos presos ou juntos do corpo da vítima, a ação do agente repercute sobre esta, causando-lhe lesões ou diminuindo a capacidade de oferecer resistência, tem-se configurado o roubo” (REsp 631.368/RS – 27/09/2005)
O STJ já se manifestou no sentido da não incidência do princípio da insignificância no crime de roubo (HC 37.423/DF, 5ª Turma, Rel. Min. Laurita Vaz, j. 17-02-2005)
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TJRS: “Roubo. Se parte dos objetos roubados não foi recuperada, o delito foi evidentemente consumado” (RJTJERGS 189/63)
STF: “Roubo. Consumação. Subtração com violência, sendo irrelevante a circunstância de o agente não ter se locupletado com a coisa roubada” (RT 608/448)
STJ: “(...) Não se exige, para a consumação do delito, a posse tranqüila da res” (REsp 737.130/RS)
ROUBO e CRIME IMPOSSÍVEL
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ROUBO IMPRÓPRIO
Art 157, § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra a pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
Violência ou grave ameaça é posterior;
Inicialmente tangencia o furto;
A intenção é assegurar/garantir (diferente de agredir alguém dormindo depois do furto);
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Roubo impróprio – requisitos
O agente se apoderou do objeto que desejava furtar;
Empregou violência ou grave ameaça logo após se apoderar do bem;
Tem por finalidade garantir a impunidade ou a detenção da res;
STF: “No roubo, quando a violência é subseqüente à subtração, o momento consumativo é o do emprego da violência. O delito descrito no art. 157, § 1º, do CP não comporta tentativa” (RT 453/436)
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Tentativa:
1ª Posição: Inadmissível (STF, Nélson Hungria, Magalhães Noronha, Damásio);
2ª Posição: Admissível (JTACrimSP, 79/251. MIrabete).
Tanto no roubo próprio como no impróprio, a destruição da coisa, total ou parcial, tal como acontece no delito de furto, terá o condão de consumar a infração penal, haja vista que a coisa alheia móvel não poderá ser restituída da mesma forma com que foi subtraída.
Causas de aumento de pena – 05 causas;
São aplicadas tanto ao roubo próprio quanto ao impróprio
Pode haver reconhecimento simultâneo – aplica apenas uma delas – art. 68.
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ROUBO
       
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
        I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
 Arma de brinquedo não é majorante (revogado a súmula 174).
 Tanto arma
própria quanto imprópria (faca e outros)
 Simular porte de arma – não aumenta
 Arma desmuniciada não é majorate.
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ROUBO
       
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
        II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância;
 abrange roubo a carro-forte.......
 não abrange o mero transporte de valores a título particular;
 Não configura o bis in idem a condenação do réu pelos crimes de bando e roubo – infrações distintas (divergente).
 A qualificadora exige que os agentes participem da execução do crime, intervenham em sue cometimento, estejam presentes no local e momento do fato.
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	o caso do proprietário que estivesse transportando os valores o momento da abordagem, não poderia aplicar a majoraste em exame, a expressão é estar em serviço... Pois o proprietário não estaria em serviço para si mesmo.
       
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
        IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
 V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade;
Caso do sequestro-relâmpago
Quando a privação da liberdade da vítima for um meio de execução do roubo
Quando essa mesma privação de liberdade for uma garantia, em benefício do agente, contra a ação policial
não poderá ser prolongado, princípio da razoabilidade.
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ROUBO QUALIFICADO
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. 
Morte – latrocínio – hediondo – crime contra o patrimônio – juiz singular – Súm. 603 STF;
Apenas em caso de violência – grave ameaça geraria o concurso (ex. com homicídio culposo);
Morte em razão do roubo;
Co-autor que participa do roubo armado responde pelo latrocínio, ainda que o disparo tenha sido efetuado só pelo comparsa.
A pluralidade de mortes não desnatura o crime único de latrocínio. 
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Intenção inicial: morte da vítima, mas após a consumação do crime de homicídio, resolve subtrair – concurso material: homicídio + furto;
Morte consumada, subtração consumada = latrocínio;
Morte consumada, subtração tentada = latrocínio;
Quando a subtração não se efetiva, mas a vítima morre, há latrocínio consumado – Súmula 610 do STF;
Rogério Graco: discorda = tentativa de latrocínio;
Morte tentada, subtração tentada = latrocínio tentado;
Morte tentada, subtração consumada = lat. Tentado;
Havendo pluralidade de vítimas numa só subtração, gera pluralidade de crimes? Crime único.
Assaltante que mata o outro, no momento da subtração para ficar com o total apurado. Roubo + homicídio.
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Crime qualificado pelo resultado (lesão corporal grave ou morte) que poderá ser imputado ao agente a título de dolo ou culpa, em hipótese alguma o agente poderá ser responsabilizado pela ocorrência de um resultado que não lhe era previsível, não aceitando a responsabilidade objetiva.
Nesta hipótese não se aplicam as causas de aumento de pena previstas no § 2º do art. 157 do CPB.
A morte de qualquer pessoa, durante a prática do roubo, que não alguém do próprio grupo que praticava a subtração, caracteriza o latrocínio.
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Presença de mais de uma causa de aumento de pena:
a) Primeira corrente: O número de majorantes existentes, permite o julgador fugir do aumento mínimo de um terço, caminhando em direção ao aumento máximo de metade;
b) Uma delas servirá para a aplicação do percentual de aumento previsto pelo § 2º do art. 157, sendo que as demais deverão ser consideradas para efeito de fixação da pena-base;
c) A existência de mais de uma causa de aumento por si só não significa a elevação necessária da pena.
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POSSIBILIDADE DE ARREPENDIMENTO POSTERIOR NO ROUBO:
Arrependimento posterior:
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Sim, desde que o roubo não tenha sido cometido mediante o emprego de violência ou grave ameaça à pessoa, mas sim por meio daquela modalidade especial de violência, reconhecida como imprópria (qualquer outro meio capas de reduzir à impossibilidade de resistência da vítima – sonífero, hipnotiza, embriaguês etc..).
*
EXTORSÃO
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa:
Obrigar, tolerar, deixar de fazer
Vantagem econômica
Delito formal.
EXAURIMENTO (a obtenção da indevida vantagem econômica)
Súmula 96 do STJ – “O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida.
Vis corporalis (violência física).
Vis compulsiva (grave ameaça).
*
♦	No roubo o bem é retirado da vítima;
♦	Na extorsão a própria vítima entrega ao criminoso (com alguma possibilidade de escolha);
♦	Sequestro-relâmpago é extorsão (não tem a majorante);
A colaboração da vítima na digitação da senha é imprescindível;
♦	Se a vantagem for devida: exercício arbitrário das próprias razões;
♦	Podem figurar dois sujeitos passivos, um deles sofre o constrangimento, enquanto o outro, embora não constrangido, sinta a perda patrimonial: “alguém que ameaça um filho, a fim de obrigar o pai à prestação da qual resultará prejuízo para terceiro;
♦	 Pessoa jurídica pode ser vítima;
*
EXTORSÃO       
 § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade. (diferença entre cometer e concorrer, faz-se necessário a presença dos agentes durante a prática dos atos materiais de execução).
	O emprego da arma: própria ou imprópria.
        § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. 
* Apenas a extorsão qualificada pela morte, a exemplo do latrocínio, é crime hediondo
*
DIFERENÇA ENTRE ROUBO E EXTORSÃO:
Hungria: No roubo o bem é retirado da vítima; na extorsão a própria vítima entrega ao criminoso (com alguma possibilidade de escolha);
Noronha: No roubo o mal é iminente e o proveito contemporâneo; na extorsão o mal prometido é futuro e futura a vantagem a que visa;
Rogério Grecco: No roubo, como dizia Carrara, o mal é imediato, mesmo que sem a colaboração da vítima o agente não pudesse obter a vantagem indevida; na extorsão, há necessidade de colaboração da vítima, conjugada com um espaço de tempo.
*
Prisão em flagrante quando do recebimento da vantagem:
♦ Caso da extorsão em que a vítima comunica à autoridade policial e marca dia o hora para a entrega do valor...
Ora, o crime não é formal, sendo a obtenção da indevida vantagem mero exaurimento do crime?
O crime não é instantâneo? Contrário dos permanentes?
		Neste caso impossível o APFD quando da entrega da indevida vantagem econômica. Logo, prisão manifestamente ilegal, que deverá ser, imediatamente relaxada pela autoridade judiciária (art. 5º, LXV, da CRFB.
*
Concurso de pessoas:
Ingresso após a consumação do delito, mas antes do exaurimento. Terceira pessoa que teria a missão de se encontrar com a vítima, a fim de que lhe fosse entregue a indevida vantagem econômica. Poderia responder a título de co-autoria?
♦	Não, crime não permanente, a co-autoria sucessiva somente seria possível até a consumação do delito, este terceiro responderá pelo art. 349 (favorecimento real).
*
Extorsão mediante seqüestro
        Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: 
        Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
Crime hediondo – todas as formas de extorsão mediante sequestro;
Apenas ser humano / animal
de estimação – extorsão simples
*
   Obter vantagem em troca da liberdade da vítima – resgate
 A vantagem deve ser indevida – caso contrário sequestro (148) + exercício arbitrário das próprias razões (345);
A Vantagem deve ter valor econômico, de natureza patrimonial (capítulo e título do código). Não se analisa uma estrela solitariamente, devemos buscar a constelação, descobrindo sua galáxia, para se ter noção do universo.
O crime pode ocorrer dentro da própria casa da vítima.
        Seqüestro e cárcere privado
        Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado: (Neste caso sem elemento subjetivo específico !!!)
*
 Crime formal – no momento da privação da liberdade – resgate mero exaurimento;
Crime permanente – flagrante a qualquer momento enquanto a vítima estiver em poder dos seqüestradores.
 A tentativa é possível
*
Extorsão mediante seqüestro - qualificadoras
Art. 159, § 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
        Pena - reclusão, de doze a vinte anos. 
  24hs – do sequestro até a libertação – mesmo que o
 pagamento tenha sido feito antes.
 Vítima menor que 18 e maior que 14 (se menor que 14
 aplica-se o disposto no art. 9º da Lei 8072/90)
 Maior de 60: acrescido pelo Estatuto do Idoso, a idade da vítima deverá ser conhecida, caso contrário poderá ser alegado o erro de tipo.
 Quadrilha ou bando: Concurso de crimes 159 § 1º + 288 (Fernando Capez) majoritária.
*
Extorsão mediante seqüestro - qualificadoras
Art. 159, § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
        Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. 
        § 3º - Se resulta a morte:
        Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
O resultado tem que recair na pessoa que está sendo seqüestrada – caso contrário – concurso de crimes.
Exemplo do segurança...
Crime qualificado pelo resultado: o resultado pode ser a título de culpa ou dolo.
Caso seja proveniente de caso fortuito ou força maior, não poderá ser imputado ao agente (Art. 19 do CPB) (Desabamento da casa).
*
Extorsão mediante seqüestro
Delação Eficaz
Art. 159, § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. 
	A delação premiada é o ato de um acusado, em troca da redução ou até isenção da pena, denunciar outros participantes do crime, indicar a localização da vítima em caso de seqüestro ou contribuir, de alguma forma, para a resolução do caso. 
 A lei não exige que o outro co-participante seja preso ou mesmo responsabilizado criminalmente para que se possa aplicar a minorante.
*
No Brasil, aproximadamente sete leis fazem menção à delação premiada: 
art. 159 do Código Penal, sobre crimes de extorsão mediante seqüestro (redação dada pela Lei nº 9.269, de 02 abr. 1996, ao parágrafo 4º do art. 159 do CP); 
2) Lei nº 8.072, de 25 jul. 1990, sobre crimes hediondos (art. 8º, parágrafo único); 
3) Lei nº 8.137, de 27 dez. 1990, sobre crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo (art. 16, parágrafo único); 
4) Lei nº 9.034, de 03 maio 1995, sobre crime organizado (artigo 6º); 
*
5) Lei nº 9.613, de 03 mar. 1998, sobre lavagem de dinheiro (artigo 1º, parágrafo 5º); 
6) Lei nº 9.807, de 13 jul. 1999, sobre programa de proteção a vítimas e testemunhas (artigo 14); 
7) Lei nº 11.343/2006, sobre repressão a tóxicos.
Para os cristãos, a delação lembra a traição de Judas Iscariotes. Entregou Jesus a Pilatos em troca de 30 moedas de prata.
Os brasileiros associam a traição à figura de Joaquim Silvério dos Reis. Denunciou os planos dos inconfidentes mineiros em troca do perdão de sua dívida junto à Fazenda Real (id.).
*
Extorsão Indireta
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
 Geralmente tem como sujeito ativo um agiota (usura);
 Induzir o necessitado cliente a assinar um contrato simulado de depósito;
 Forjar no título de dívida a assinatura de algum parente;
 Não há violência ou grave ameaça;
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Alteração de limites
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia: (não há a necessidade de que se efetive a apropriação, basta a finalidade).
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem:
Usurpação de águas
I - desvia ou represa, em proveito (lucri faciendi animus) próprio ou de outrem, águas alheias;
Fim do proveito patrimonial ou econômico;
Se o agente for movido por vingança ou despeito, o crime será de dano;
Se para satisfazer pretensão legítima ou supostamente tal, exercício arbitrário das próprias razões;
Se para inovar artificialmente, em processo judiciário ou administrativo... Fraude processual.
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Esbulho possessório
II - invade, com violência (vis corporalis) a pessoa ou grave ameaça (vis compulsiva), ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.
A contrario sensu, se a propriedade é pública, a ação penal será conseqüentemente, de iniciativa pública incondicionada.
*
Há decisões do STJ no sentido de que o movimento popular visando a implantação da reforma agrária não caracteriza o crime. Configura direito coletivo, expressão da cidadania, visando a implantar programa constante na CF/88. A pressão popular é própria do Estado de Direito Democrático (RT 747/608).
MST...!?
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Se o animal não possuir qualquer marca ou sinal, não há o delito.
A doutrina inclina-se no sentido de ser suficiente a alteração ou supressão em um só animal. Rogério Grecco não concorda (gado e rebanho estão no plural).
*
Dano
 Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
   
 Móvel ou imóvel
 Somente existe na modalidade dolosa – salvo (CPM)
	Acidente de Veículo... Sem vítima.... Polícia...
 Destruição de obstáculo para subtração – furto qualificado.
 E o fazer desaparecer? Aquele que abre a portinhola de uma gaiola querendo que o canário pertencente à vítima ganhe liberdade. Qual conduta (criminal ou cível)?
 Dano e o artigo 346 do CP
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção: 
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Dano Qualificado
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
        I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
      II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave
       III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; (não foi incluído empresas públicas e as fundações)
       IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
        Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Se a violência ou a grave ameaça for empregada depois de consumado o dano? Não poderá ser aplicada a qualificadora.
*
 Preso que danifica a cela para fugir pratica o crime? Prescindibilidade de “animus nocendi” à caracterização do dano.
Não importa que o agente tenha ou não agido com a finalidade
específica de causar prejuízo à vítima, deve pois responder pelo crime de dano, não havendo a necessidade de se evidenciar o animus nocendi (HC 73189/MS). Rogério Grecco e Guilherme de Souza Nucci.
Corrente contrária: É necessário a constatação do animus nocendi, finalidade de causar prejuízo patrimonial à vítima. (HC 25658/SP).
 Ato de pichação – art. 65 da lei 9.605/98;
 Deteriorar objetos destinados ao culto religioso: art. 210 do CPB; Igreja Universal... Polêmica...
Bens particulares cedidos ou alugados ao poder público não adquirem natureza de bens públicos. Dano simples.
Necessidade do exame pericial.
*
Leitura dos artigos: 
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte prejuízo:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.
Art. 165... Revogado pela lei 9605/98 (art. 62);
Art. 166... Revogado pela lei 9605/98 (art. 63);
 Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante queixa.
 Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
 164 (acima).
77
*
Apropriação Indébita
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
       
        Aumento de pena
        § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
        I - em depósito necessário;
        II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário,
 inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
        III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
78
*
Apropriação Indébita
 Caracterizado pela quebra de confiança;
 A vítima entrega espontaneamente um objeto ao agente;
 Inversão do ânimo em relação ao objeto;
 Posse ou detenção desvigiada;
 Quem recebe deve estar, inicialmente, de boa-fé – caso contrário
 pode configurar o estelionato;
 Dolo surge após o recebimento da posse;
 Crime material
79
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Apropriação Indébita
 Não existe fraude
 Mero esquecimento afasta o crime – não há dolo;
 Animus rem sibi habendi – ânimo de assenhoreamento
 Funcionário público em razão do serviço: peculato
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Apropriação Indébita Previdenciária
        Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: 
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Sujeito ativo: o responsável tributário, ou seja, aquele que, por lei, está obrigado a repassar a contribuição ao INSS recolhido dos contribuintes.
Sujeito Passivo: O Estado
Crime omissivo 	x comissivo omissivo (primeiro recolhe e não repassa)
Seguridade Social 	x	Previdência Social
Dolo genérico (STF)	x	Dolo Específico (STJ)
81
*
Apropriação Indébita Previdenciária
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: 
        I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público;  
        II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;  
        III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. 
82
*
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. 
 § 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que:  
        	I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; 
	 II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. 
83
*
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza.
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
Apropriação de tesouro
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;
Apropriação de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º. (modalidades de apropriações indébitas).
84
*
Estelionato
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
        
        § 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo (considera-se a vítima), o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
 Artimanha, engodo, engano, artifício, fraude.
 Crime material – consumação com a obtenção da vantagem
 A fraude deve ser idônea – crime impossível – avaliar as 
 características da vítima.
      
*
Estelionato
♦  Deve atingir pessoa determinada;
♦  vítimas incertas crime contra a economia popular – Lei 1521/51 (pirâmides, correntes, adulteração de bombas, balança e taxímetro);
Súmula 17 do STJ: “Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é absorvido por este” (crime fim / crime meio)
Não é a vantagem obtida que deve ter natureza econômica, mas o prejuízo sofrido pela vítima é que deve ter essa qualidade.
Cola eletrônica – STF INQUÉRITO 1.145.
E a fraude bilateral (torpeza bilateral)? Exclui o crime? STF (boa fé da vítima não é elemento do tipo penal.
  
*
 O crime se consuma após a efetiva obtenção da vantagem indevida, correspondente à lesão patrimonial de outrem;
 Delito plurissubsistente;
 Estelionato + falsificação de documento:
A) STJ concurso material – bens jurídicos diversos;
B) STF – responderá pelos dois porém em concurso formal;
C) O crime de falso absorve o estelionato (princípio da absorção.
Binônimo: Vantagem ilícita + prejuízo alheio.
No estelionato, crime que requer a cooperação da vítima, o início de sua execução se dá com o engano da vítima. Quando o agente não consegue enganar a vítima, o simples emprego de artifício ou ardil caracteriza apenas a prática de atos preparatórios, não se podendo cogitar de tentativa.
  
*
Estelionato
        Disposição de coisa alheia como própria
        I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria; (praticado por quem não é o proprietário, causa prejuízo à vítima. Se a coisa sabidamente não lhe pertence, e a vítima tem esse conhecimento, não poderá ser responsabilizado pelo estelionato).
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
        II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;   (se na transação civil o agente esclarece que a coisa inalienável está gravada de ônus ou é objeto de litígio, o fato será atípico com relação a esse delito.)  
*
Estelionato
        Defraudação
de penhor
        III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
* Sujeito ativo é o devedor
        Fraude na entrega de coisa
        IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
 Vidro no lugar de cristal
 Cobre no lugar de ouro
 Mercadoria de segunda
*
Estelionato
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
        V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
Contrato de seguro em vigor;
Caso de auto-lesão punível;
Intuito de obter o valor do seguro;
Bem jurídico tutelado – patrimônio do segurador.
 O início da execução ocorre quando o agente, efetivamente, leva a efeito o pedido de indenização ou pagamento do seguro, mesmo que não receba, pois o recebimento seria mero exaurimento.
      
*
Estelionato
Fraude no pagamento por meio de cheque
        VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
 Deve haver má-fé (dolo) na emissão do cheque. O agente emite o cheque conhecendo de antemão, a insuficiência de fundos em poder do sacado. A ausência de provisão suficiente de fundos deve ocorrer no momento da emissão do cheque (momento da circulação).
 Súmula 246 STF – “Comprovado não ter havido fraude,
 não se configura o crime(...)”
 Cheque – ordem de pagamento a vista;
 Cheque pós-datado afasta o crime. Pode configurar o estelionato comum.
*
Fraude no pagamento por meio de cheque
       
 Causa direta do convencimento da vítima – cheque para pagamento de dívida anterior não configura: Ex. pagar prejuízo de um acidente de carro substituição de outro título não honrado.
 O banco paga (cheque especial) – não há crime em relação ao banco – ilícito civil;
 Súmulas 521 do STF e 244 do STJ – foro competente é
 o do local da recusa;
 Súmula 554 do STF x Arrependimento posterior 
“O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta o prosseguimento da ação penal”
Cheque (conta corrente já encerrada) caput do art. 171.
*
Estelionato
        § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.
Natureza jurídica do estelionato previdenciário:
a) Crime instantâneo (de efeito permanente) (STF)
b) Delito permanente (STJ)
Relevância na prescrição.
      
*
Estelionato
 A vítima deve ter capacidade para ser iludida? (art. 173 CPB);
 O privilégio aplica-se somente ao caput do art. 171 do CPB, ou também às formas equiparadas trazidas no parágrafo seguinte (§ 2º)?
 Cheque sem fundos, e o endossante?
STJ Súmula nº 73 - 15/04/1993 - Papel Moeda Falsificado - Estelionato – Competência - A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual.
      
*
DUPLICATA SIMULADA.
EMENTA: DUPLICATA - SIMULAÇÃO - PROTESTO - RESPONSABILIDADE - SACADOR - ALTERAÇÃO DOS FATOS - RECURSO - IMPOSSIBILIDADE - ÔNUS DA PROVA - INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 1º E 2º DA LEI 5.474/65, ART. 333, II, DO CPC E ART. 5º, V e X, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Duplicata desvinculada de compra e venda mercantil é conceituada como duplicata simulada, não ensejando ao sacado a obrigação do crédito. O sacador é responsável pelos danos ocasionados ao sacado, quando emite duplicata simulada.
 Consumação: CRB e D.J. O CRIME SE CONSUMA COM A COLOCAÇÃO DO TÍTULO EM CIRCULAÇÃO.
 Basta a simples criação do título (Fernando Capez).
 
      
95
*
 A Duplicata, espécie de título de crédito que tem origem brasileira tem como característica ser de natureza causal e a ordem, ou seja, tem uma causa que lhe da origem expressa no titulo e deve ser paga a ordem expressa nele. Tal entendimento pode ser extraído do art. 1º da Lei 5474/68 ao normatizar que “em todo contrato de compra e venda mercantil entre partes domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 dias, contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extirá a respectiva fatura para apresentação ao comprador”. 
 Duplicata fria (venda inexistente ou serviço não prestado) 	x duplicata simulada (ver o tipo penal). 
      
96
*
 Origem a nota fiscal de venda ou prestação de serviços (duplicata).
 Validade: 3 anos contra sacado e avalista
		 1 ano contra endossante e seus avalistas;
		 1 ano de qualquer dos coobrigados entre si.
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:
Induzimento à especulação
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa:
97
*
 Abuso de incapazes (só ato da procuração por exemplo)
Crime formal. Basta o ato para produzir efeitos jurídicos.
 Induzimento à especulação...
 Fraude no comércio...
 Outras fraudes (art. 176 do CPB).
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
*
 A palavra restaurante em seu sentido amplo, abrangendo lanchonetes, pensões, bares e etc.. Assim qualquer lugar que tenha a finalidade de servir refeições.
 Refeições engloba bebidas;
Hotel: Tem sentido de qualquer lugar destinado a receber hóspedes, motéis, hospedarias, pensões, pousadas, camping etc.;
 A essência da fraude consiste de silenciar-se sobre a impossibilidade de solver as despesas. Aquele que faz o gasto e percebe posteriormente que esqueceu a carteira em casa, erro de tipo, afastando a tipicidade;
Dispondo o agente de numerários bastante, mas recusa-se a realizar o pagamento, não configura.
Aplica-se o princípio da insignificância;
DIA DA PENDURA: 11 de agosto.
*
 Abastecer sem pagar, o que pode acontecer?
 Fraude à execução
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
A fraude pode ocorrer a qualquer tempo ou pressupõe processo civil já instaurado? Fase de execução ou cognitivo (conhecimento ou cautelar)?
 fraude contra credores	x	fraude à execução (demanda)
*
 Há necessidade que o devedor tenha sido citado? ou basta a simples distribuição em juízo?
 E se não houver a redução do devedor à insolvência, podendo apresentar outros bens?
Ele não está proibido de dispor de seus bens, mas tão-somente de fraudar a execução, colocando-se em situação de insolvência, de modo que não tenha como saldar sua dívida com o credor exequente.
*
RECEPTAÇÃO
(própria e imprópria)
             Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime (receptação própria), ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte (receptação imprópria): 
 Crime acessório
– indispensável a ocorrência de crime anterior
 Produto de contravenção não caracteriza.
 Não é necessário que o crime anterior seja contra o patrimônio – ex. peculato
 Neste apenas o dolo direto e não o eventual;
 Em ambas as receptações (própria e imprópria) deve saber ser a res produto de crime.
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Produto de crime: A aquisição de ouro resultante da fusão de uma jóia furtada é receptação;
Aquele que compra um veículo, sabedor que foi comprado pelo antecessor com o dinheiro ilícito (extorsão mediante seqüestro), pratica receptação
            
 Quem encomenda um carro para um outrem, comete o crime antecedente (furto ou roubo) e não a receptação – partícipe. 
 O agente deve angariar alguma vantagem – caso contrário haverá mero favorecimento real (art. 349). Exemplos:...
 Aquele que após adquirir um televisor que havia sido roubado, querendo guardá-lo em segurança, pede a terceiro de boa-fé, que o receba. Duas Correntes:
Crime único de receptação (fusão da própria e imprópria) Rogério Grecco;
Se ocorre vários verbos da receptação própria (crime único), contudo se praticar as duas espécies de receptação (própria e imprópria) cometerá dois crimes, tipos mistos cumulativos e não alternativos (Cezar Roberto Bittencourt).
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 ♦	O proprietário pode ser sujeito ativo da conduta. Ex. contrato de penhor como garantia;
 ♦	Aquele que de alguma forma participou do cometimento do delito anterior, sendo que, posteriormente adquiriu a res, não responde por receptação (pós fato impunível);
♦	Crime acessório, pressuposto de um crime principal;
♦	Na dúvida sobre a origem da coisa, esta deverá ser solucionada em benefício do agente, a quem se imputa a receptação;
♦	RECEPTAÇÃO EM CADEIA: a mesma coisa pode ser objeto de várias receptações (sucessivas). Contudo, se a coisa vem a ser adquirida ou recebida por terceiro de boa-fé, que, por sua vez, a transmite a outrem, não comete receptação, ainda que tenha conhecimento de que a coisa provém de crime (conhecimento posterior).
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RECEPTAÇÃO QUALIFICADA
        § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime 
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência. 
♦	Crime próprio, somente pode ser levado a efeito por quem gozar do status de comerciante ou industrial.
♦	 Coisa que sabe ser produto de crime: DOLO DIRETO, não admitindo o raciocínio correspondente ao dolo eventual;
♦	Coisa que deve saber...: DOLO EVENTUAL (contudo não exclui o dolo direto);
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RECEPTAÇÃO CULPOSA
 § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso.
♦	Tipo culposo fechado;
♦	inobservância ao dever objetivo de cuidado; 
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§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa 
 
 Ainda que não se saiba o autor do crime antecedente;
 Deve haver um crime anterior;
 Suposto autor do antecedente absolvido;
 Verificar os casos do art. 386 do CPP
 Em tese, se a absolvição não for calcada na inexistência do fato, atipicidade ou excludente de ilicitude, pode haver condenação por receptação independente da absolvição anterior;
 Mesmo que autor do crime anterior seja isento de pena – louco, menor, escusa absolutória;
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RECEPTAÇÃO
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. 
        § 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro. 
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IMPUTAÇÃO ALTERNATIVA:
Agente surpreendido com uma coisa que tenha sido objeto de furto. Durante as investigações policiais, também pode ocorrer sua recusa em prestar as declarações, permanecendo dúvida se fora autor do furto, ou se autor do delito de receptação. Neste caso o Ministério Público oferecerá a denúncia com imputação alternativa.
A peça acusatória atribui ao réu mais de uma conduta penalmente relevante.
Na denúncia ou queixa, que a pretensão punitiva se lastreia neste ou naquela ação narrada.
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Imunidades penais absolutas ou escusas absolutórias
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Imunidades penais relativas:
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
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Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III - se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

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