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Universidade Federal do Paraná Setor de Ciências Exatas Departamento de Química Curso de Química Prática 05: Expansão adiabática dos gases Prática em 7 de abril de 2015 CQ050 Físico-Química experimental I Prof.a Dra. Regina Maria Queiroz de Mello Bancada 02 Amanda Zanluca Bianca Hazt Carla Alessandra Marques Luiza Castro de Toledo Piza Maria Helena Niedermaier Anze Viktor Kalbermatter Curitiba, 14 de abril de 2015 1. Introdução Um processo adiabático é definido como aquele em que não há troca de calor entre o sistema e o meio, ou seja, q = 0. Sabe-se que a energia interna de um sistema é dada pela Primeira Lei da Termodinâmica, expressa pela equação: No caso de um processo adiabático, a energia interna do sistema é alterada apenas por troca de energia na forma de trabalho. Por se tratar de uma expansão, o trabalho realizado é negativo (o sistema perde energia) e sua energia interna diminui. Como consequência, a velocidade média das moléculas diminui e, consequentemente, sua temperatura também.1 Graficamente, uma expansão adiabática é semelhante a uma expansão isotérmica, com um decaimento mais acentuado. Ou seja, em um gráfico pressão versus volume, o processo adiabático é caracterizado por cruzar as isotermas entre os estados inicial e final. Esse comportamento pode ser explicado pelo coeficiente adiabático . Relacionando a pressão e volume de uma expansão adiabática, obtém-se a equação: Ou seja, o produto é constante. O decaimento exponencial observado em um gráfico é, agora, explicado pela relação . Um processo que ocorre de forma muito rápida, pode ser considerado adiabático, pois não há, praticamente, tempo para a troca de calor. Baseados nisso, Clément e Désormes desenvolveram um método prático para a expansão adiabática de um gás ideal e a determinação do coeficiente adiabático através de medidas de pressão. 1 ATKINS, P. W. PAULA, J. Físico-Química: volume 1. Nona edição. Gen, 2014, volume 1 paginas 52 e 53 2. Objetivo O objetivo do experimento é determinar o coeficiente de expansão adiabática γ, calculado pela razão entre Cp e Cv, através do método desenvolvido por Clemente e Deformes (1812). Neste método a transformação do sistema pode ser dividida em duas etapas, uma adiabática e uma isovolumétrica. Podemos imaginar uma terceira etapa isotérmica que varia de p1 para p3. Assim tendo três valores de pressão (p1, p2, p3) pode-se determinar o coeficiente de expansão adiabática de um gás. 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 3.1 Aparelhagem e montagem Utilizou-se: Um garrafão de vidro, uma rolha para esse garrafão, uma pera de borracha, um barômetro, um manômetro, régua, presilha. Montagem: Rolha conectada ao garrafão, pera e manômetro conectados à rolha. 3.2 Método Primeiramente, anota-se o valor da pressão ambiente utilizando o barômetro. Em seguida, tampa-se o garrafão de forma que não ocorram vazamentos. Com uma bomba de ar (pera) introduz-se ar dentro do garrafão até provocar uma diferença de altura maior que 30 centímetros entre os níveis dos líquidos das colunas do manômetro. Fecha-se a mangueira da pera com uma presilha e se aguarda o sistema entrar em equilíbrio (aproximadamente 1 minuto). Após isso, faz-se a leitura da altura no manômetro. Em seguida, retira-se e coloca-se rapidamente a rolha no garrafão para fazer a expansão adiabática. Após o fechamento do sistema, inicia-se a etapa isovolumétrica. Aguarda-se cerca de 2 minutos para atingir o estado de equilíbrio. Faz-se a leitura da altura no manômetro. Repete-se o método três vezes, a fim de conseguir resultados parecidos. 4. Cálculos e discussões O valor medido da pressão ambiente no dia foi de: 690,5 mmHg. Transformando esse valor para pascal: Onde: Patm = 690,5 mmHg (1mmHg = 133,322 Pa) = 92058,841 Pa Adotando para os cálculos de pressão nas três medidas realizadas, os seguintes valores de gravidade, densidade do ar (valor retirado da referência abaixo): g = 9, 78 m/s2 (valor para Curitiba); µar = 1,293 kg/m 3 2 Primeira Medida: Estado 1: Δh 1 = 36,7 cm = 0,367 m P1 = Patm + µgΔh1 P1 = 92058,841 + ( 1,293 ∙ 9,78 ∙ 0,367 ) P1= 92063,482 Pa Estado 3: Δh3 = 10, 9 cm = 0,109 m P3 = Patm + µgΔh3 P3 = 92058,841 + (1, 293 ∙ 9,78 ∙ 0,109) P3 = 92060,219 Pa Segunda medida: Estado 1: Δh 1 = 33,7 cm = 0,337 m P1 = Patm + µgΔh1 P1 = 92058,841 + (1,293 ∙ 9,78 ∙ 0,337) P1= 92063,102 Pa Estado 3: Δh3 = 10,0 cm = 0,10 m P3 = Patm + µgΔh3 P3 = 92058,841 + (1, 293 ∙ 9,78 ∙ 0,10) P3= 92060,105 Pa Terceira medida: Estado 1: Δh 1 = 40,8 m = 0,408 P1 = Patm + µgΔh1 2 Dados terrestres - Diretório Acadêmico da Física da UFBa. Disponível em: http://www.fis.ufba.br/~dafis/Utilitarios/Tab_const/dados_ter_imp.htm; Acesso em 11/04/2015. P1 = 92058,841 + (1,293 ∙ 9,78 ∙ 0,408) P1= 92064,0 Pa Estado 3: Δh3 = 27,6 cm = 0,276 m P3 = Patm + µgΔh3 P3 = 92058,841 + (1,293 ∙ 9,78 ∙ 0,276) P3 = 92062,331 Pa O cálculo de (coeficiente de expansão adiabática de um gás) foi feito através da fórmula: Como para Δh2 = 0, então P2= Pamb, que é igual a 92058,841 Pascal. Para a primeira medida, em que Δh1 = 36,7 cm = 0,367 m e Δh3 = 10,9 cm = 0,109 m: Para a segunda medida, em que Δh 1 = 33, 7 cm = 0,337 m e Δh3 =10,0cm = 0,10 m: Para a terceira medida, em que Δh 1 = 40,8 cm = 0,408 m e Δh3 = 27,6 cm = 0,276 m: Primeira medida Segunda medida Terceira medida P1 /Pa 92063,482 Pa 92063,102 Pa 92064,0 Pa P3/ Pa 92060,219 Pa 92060,105 Pa 92062,331 Pa 1,4224 1,4219 3,0910 Para calcular o erro relativo, foi usado , o valor para gases diatômicos e a fórmula geral: Então, para calcular o ER da primeira medida, onde , temos: Para a segunda medida, onde : E para a terceira medida, onde : Eram esperados valores de erros relativos baixos para a primeira e segunda medida, já que suas pressões são muito parecidas com a pressão ambiente no dia. O valor alto do erro relativo da terceira medida está associada à pequena diferença entre a primeira e a terceira pressão, que elevaram o valor do gama. 5. Conclusão Neste experimento foi determinado o coeficiente de expansão adiabática de um gás para três medidas diferentes. O valor de γ tabelado é de 1,4[3], foram encontrados os seguintes valores experimentais γ: 1,4224,1,4219 e 3,0910, para as três medidas respectivamente. A primeira medidaobteve um erro relativo de 1,6% isto se deve a pequena diferença entre a pressão atmosférica com a pressão inicial e a pressão final.A segunda medida obteve um erro relativo de 1,5643%, muito próximo ao da primeira medida.Podemos justificar essa aproximação nos valores de γ nas duas medidas a pequena diferença nos valores coletados de Δh1 e Δh3 da primeira medida com a segunda medida. Na terceira medida o erro relativo é de 120,7857%, isto pode ser justificado pela proximidade dos valores de Δh1 e Δh3 que tornaram a diferença entre a pressão atmosférica e as pressões experimentais maior.Os valores de p1 e p3 da terceira medida foram maiores do que nas duas primeiras medidas por isso a diferença entre os valores de γ. A explicação encontrada para isso é de que a expansão rápida do gás permite que haja um resfriamento de forma que possamos considerar o sistema adiabático. Na terceira medida a expansão do gás foi relativamente baixa, como não havia um termômetro acoplado ao sistema, não foi possível verificar se de fato houve um resfriamento do gás. Dessa forma, conclui-se que quanto maior a diferença entre os valores de Δh maior será a diferença entre as pressões experimentais e a pressão atmosférica, assim o valor de γ experimental fica mais próximo do valor de γ tabelado. 33 ATKINS, P. W. PAULA, J. Físico-Química: volume 1. Nona edição. Gen, 2014, volume 1, página 44 6. Referências 1. ATKINS, P. W. PAULA, J. Físico-Química: volume 1. Nona edição. Gen, 2014, volume 1 páginas 44, 52 e 53 2. Dados terrestres - Diretório Acadêmico da Física da UFBa. Disponível em: http://www.fis.ufba.br/~dafis/Utilitarios/Tab_const/dados_ter_imp.htm; Acesso em 11/04/2015.
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