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1 Universidade Federal de Sergipe Campus São Cristovão Departamento de Fisiologia Manual de Aulas Práticas – Bioquímica 2015 – 2 Profª Drª Brancilene Santos de Araujo 2 Sumário Aula (carga horária) 1. Apresentação da Bioquímica Prática (2h) 2. Segurança no laboratório (2h) 3. Vidrarias (2h) 4. Preparo de soluções I (2h) 5. Preparo de soluções II (2h) 6. Preparo de soluções III (2h) 7. A química de pH e tampões I (2h) 8. A química de pH e tampões II (2h) 9. Identificação baseada em DNA (2h) 10. Discussão dos relatórios (2h) 11. Extração de DNA de cebola (2h) 12. Reações de Identificação de proteínas e digestão de proteínas (2h) 13. Reações de identificação de carboidratos redutores (2h) 14. Identificação de lipídeos (2h) 15. Discussão dos relatórios e resultado final (2h) 3 PRÁTICA 1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA BIOQUÍMICA 1. Roteiro para Elaboração de Relatório 1.1. Noções Gerais O relatório de atividades deve em primeiro lugar, retratar o que foi realmente realizado no experimento, sendo de fundamental importância a apresentação de um documento bem ordenado e de fácil manuseio. Além disso, deve ser o mais sucinto possível e descrever as atividades experimentais realizadas, a base teórica dessas atividades, os resultados obtidos e sua discussão, além da citação da bibliografia consultada. O relatório deve ser redigido de uma forma clara, precisa e lógica. Redija sempre de forma impessoal, utilizando-se a voz passiva no tempo passado. Ex. a massa das amostras sólidas foi determinada utilizando-se uma balança. Devem ser evitados expressões informais ou termos que não sejam estritamente técnicos (Não utilize em hipótese alguma adjetivo possesivo, como por exemplo, minha reação, meu banho, meu qualquer coisa). É bastante recomendável, efetuar uma revisão do relatório para retirar termos redundantes, clarificar pontos obscuros e retificar erros no original. Uma atenção especial deve ser dada aos termos técnicos, resultados, fórmulas e expressões matemáticas. As ilustrações (tabelas, fórmulas, gráficos) deverão vir na sequência mais adequada ao entendimento do texto e seus títulos e legendas devem constar imediatamente abaixo. Tabela: é composta de título, um cabeçalho, uma coluna indicadora, se necessário, e um corpo: Título- deve conter breve descrição do que contém a tabela e as condições nas quais os dados foram obtidos; Cabeçalho- parte superior da tabela contendo as informações sobre o conteúdo da cada coluna; Coluna indicadora- à esquerda da tabela, especifica o conteúdo das linhas; Corpo- abaixo do cabeçalho e a direita da coluna indicadora, contém os dados ou informações que se pretende relatar. Exemplo Tabela 1.Algumas características dos estados da matéria Estado da matéria Compressibilidade Fluidez ou rigidez Densidade relativa Gasoso Alta Fluido baixa Líquido muito baixa Fluido alta Sólido muito baixa Rígido alta Gráfico: é a maneira de detectar visualmente como varia uma quantidade (y) a medida que uma segunda quantidade (x) também varia; é imprescindível o uso de papel milimetrado para construção de um gráfico. Eixos: horizontal (abcissa) - representa a variável independente; é aquela cujo valor é controlado pelo experimentador; vertical (ordenada)- representa a variável dependente; cujo valor é medido experimentalmente. Escolha das escalas - suficientemente expandida de modo a ocupar a maior porção do papel (não é necessário começar a escala no zero, sim num valor um pouco abaixo do valor mínimo medido) 4 Símbolos das grandezas- deve-se indicar junto aos eixos os símbolos das grandezas correspondentes divididos por suas respectivas unidades; Título ou legenda- indicam o que representa o gráfico; Valores das escalas- deve-se marcar os valores da escala em cada eixo de forma clara; Pontos- deve-se usar círculos, quadrados, etc. para indicar cada ponto de cada curva; Traço- a curva deve ser traçada de modo a representar a tendência média dos pontos. 5.2. Tópicos de Composição: 1. Capa 2. Introdução 3. Materiais e Métodos 4. Resultados e Discussão 5. Conclusões 6. Referências Identificação Relatório N. Título Nome dos autores: Resumo Inicialmente, deve ser feito um resumo dos principais aspectos a serem abordados no relatório, tomando por base, as etapas constantes do procedimento experimental desenvolvido e dos resultados obtidos. Este ítem deve ser elaborado de forma clara e sucinta para proporcionar ao leitor os tipos de informações fornecidas no documento. Não deve ultrapassar a 100 palavras. Introdução Apresentar os pontos básicos do estudo ou atividades desenvolvidas, especificando as principais aquisições teórico-metodológicas, referentes as técnicas empregadas. Neste ítem é dado um embasamento teórico do experimento descrito. para situar o leitor naquilo que se pretendeu estudar no experimento. A literatura é consultada, apresentando-se uma revisão do assunto. Normalmente, as citações bibliográficas são feitas por números entre parênteses e listadas no final do relatório. Lembrar que a introdução não é uma cópia da literatura. Não copie os textos consultados, para isso basta uma máquina de fotocópias. A introdução deve conter no máximo 5 parágrafos e não exceder a 400 palavras. Parte Experimental (ou Materiais e Métodos) Descrição detalhada do experimento realizado, dos métodos analíticos e técnicas empregadas, bem como descrição dos instrumentos utilizados. Não é um receituário. Este item precisa conter elementos suficientes para que qualquer pessoa possa ler e reproduzir o experimento no laboratório. Utilizam-se desenhos e diagramas para esclarecer sobre a montagem de aparelhagem. Não deve incluir discussão de resultados. Aqui procure conhecer as unidades métricas em vigor. Por exemplo, litro e seus derivados é representado por L maiúsculo (L, mL), enquanto grama deve ser descrito como o grama e não a grama (a grama = gramado). Embora seja amplamente usado, não se expressa mais molaridade como M, mas como mol/L. Um relatório deve conter informações suficientes para que o experimento seja repetido, portanto, não se deve esquecer de mencionar as quantidades misturadas e as concentrações dos reagentes utilizados (2 mL de NaOH 1% ou NaOH 1% (2 mL)). Resultados e Discussão 5 Esta é a parte principal do relatório, onde serão mostrados todos os resultados obtidos, que podem ser numéricos ou não. Deverá ser feita uma análise dos resultados obtidos, com as observações e comentários pertinentes. Em um relatório desse tipo espera-se que o aluno discuta os resultados em termos dos fundamentos estabelecidos na introdução, mas também que os resultados inesperados e observações sejam relatados, procurando uma justificativa plausível para o fato. Em textos científicos utilizam-se tabelas, gráficos e figuras como suporte para melhor esclarecer o leitor do que se pretende dizer. Ao realizar cálculos, deve-se considerar valores com até duas casas décimas (exemplo: se uma determinada concentração foi de 16,74567, considere-a como 14,75 ou 16,8). Use a seguinte regra: se o número depois da primeira ou segunda casa (depende de quantas casas decimais serão consideradas) é 1, 2, 3 ou 4, o arredondamento deve ser feito para baixo (16,743 = 16,74), e se o número depois da primeiraou segunda casa for 5 ou maior que ele, arredonda-se para cima (16,745 = 16,75). Conclusões Neste item deverá ser feita uma avaliação global do experimento realizado, são apresentados os fatos extraídos do experimento, comentando-se sobre as adaptações ou não, apontando-se possíveis explicações e fontes de erro experimental. Não é uma síntese do que foi feito (isso já está no sumário) e também não é a repetição da discussão. Bibliografia Listar bibliografia consultada para elaboração do relatório, utilizando-se as normas recomendadas pela ABNT: Sobrenome do autor, iniciais do nome completo. Título do livro: subtítulo. Tradutor. Nº da edição. Local de publicação, casa publicadora, ano de publicação. Páginas consultadas. Exemplo: Russel, J.B. Química Geral. Trad. de G. Vicentini et al. São Paulo, Mc Graw-Hill, 1982. Consulta a banco de dados bibliográficos Por meio da internet é possível ter acesso a vários periódicos de divulgação científica que disponibilizam artigos sobre os mais variados temas dentro das ciências exatas e da Química e que podem ser usados como material para o relatório. Além de artigos, sites, revistas, livros, também podem ser usados. Todo a bibliografia usada deverá ser mencionado na sessão correspondente do relatório. 6 PRÁTICA 2 SEGURANÇA NO LABORATÓRIO/VIDRARIAS Introdução: A Química é uma ciência eminentemente experimental, cujas leis e hipóteses obedecem não somente a observação de um fenômeno químico, mas também a repetição exaustiva do mesmo em locais chamados laboratórios. Assim, um laboratório de química pode ser considerado como o local onde o aluno usa métodos, técnicas e instrumentos com vistas a observação e aplicação dos conceitos teóricos aprendidos. Um laboratório de Química deve possuir todas as instalações necessárias, tais como instalações de água, luz e gás de fácil acesso em todas as bancadas, para a realização dos experimentos que nele ocorrerão. Deve possuir uma capela com sistema próprio de exaustão para a manipulação de substâncias tóxicas que liberem vapores (a capela). Se as precauções de segurança para trabalho em um laboratório não forem seguidas, tais como uso de vestimenta apropriada e dos equipamentos de proteção individual (luvas, óculos, etc), este local de trabalho é vulnerável a acidentes. Assim, abaixo serão apresentados alguns cuidados que devem ser observados, não somente para a realização das aulas práticas, mas também na vida profissional cotidiana, de modo a evitar os riscos de acidentes. 1. Leia e siga rigorosamente as instruções fornecidas pelo roteiro de prática. 2. Caso tenha que montar seu próprio roteiro, minimize o uso dos reagentes para evitar desperdício e disponibilize recipientes para a coleta de rejeitos do laboratório; implementando coleta seletiva se for o caso. 3. Tenha respeito pelas outras pessoas que trabalham com você: um bom ambiente de trabalho contribui para uma melhor condução das práticas. 4. Tenha respeito pelos objetos de trabalho, pois nem sempre é possível a reposição imediata dos mesmos. 5. Nunca trabalhe sozinho no laboratório. 6. Não brinque no laboratório. 7. Em caso de acidente, procure imediatamente o setor de acidentes (em aula práticas, o professor), mesmo que não haja danos pessoais ou materiais. 8. Encare todos os produtos químicos como venenos em potencial, enquanto não verificar sua inocuidade, consultando a literatura especializada. Não fume no laboratório. 9. Não fume no laboratório 10. Não beba e nem coma no laboratório. 11. Caso tenha cabelos longos, mantenha-os presos durante a realização dos experimentos. 12. Nunca deixe frascos contendo solventes inflamáveis (acetona, álcool, éter, etc...) próximos à chama. 13. Nunca deixe frascos contendo solventes inflamáveis expostos ao sol. 14. Evite contato de qualquer substância com a pele. 15. Trabalhe calçado com sapato fechado e nunca de sandálias. 16. Todas as experiências que envolvem a liberação de gases e/ou vapores tóxicos devem ser realizadas na câmara de exaustão (capela). 17. Ao preparar soluções aquosas diluídas de um ácido, coloque o ácido concentrado na água, nunca o contrário. 18. Nunca pipete líquidos cáusticos ou tóxicos diretamente, utilize pipetadores. Nunca aqueça o tubo de ensaio, apontando sua extremidade aberta para um colega ou para si mesmo. 19. Sempre que necessário proteja os olhos com óculos de proteção. 20. Não jogue nenhum material sólido dentro da pia ou nos ralos. 21. Não jogue resíduos de solventes na pia ou no ralo; há recipientes apropriados para isso. 22. Não jogue vidro quebrado ou lixo de qualquer espécie nas caixas de areia. Também não jogue vidro quebrado no lixo comum. Deve haver um recipiente específico para fragmentos de vidro. 7 23. Não coloque sobre a bancada de laboratório bolsas, agasalhos, ou qualquer material estranho ao trabalho que estiver realizando. 24. Caindo produto químico nos olhos, boca ou pele, lave abundantemente com água. A seguir, procure o tratamento específico para cada caso. 25. Use jaleco apropriado, bem como outros equipamentos de proteção individual (EPIs), e saiba como manusear os diferentes tipos de extintores (tabela 1) em caso de incêndio. Tabela 1. Tipos de extintores e seu uso. CLASSES DE INCÊNDIOS TIPOS DE EXTINTORES ÁGUA ESPUMA PÓ QUÍMICO CO2 CLASSE “A“ Madeira, papel, corda, algodão, lixo, pano, capim, lona, borracha, estopa, etc. incêndio de profundidade. ÓTIMO Atua por resfriamento e penetração FRACO Não tem ação de penetração ÓTIMO Somente é eficiente se for incêndio de superfície. Lance o jato de pó em forma de leque. Somente é eficiente se for incêndio de superfície. Lance o jato em forma de leque. CLASSE “B” Gasolina, álcool, thinner, querosene, graxa,’ óleo, tinta, terebintina, éter, etc. PERIGOSO Espalha o líquido inflamável. Somente pode ser usado em forma de neblina. FRACO Em áreas abertas não é eficiente em recipientes, tanques, etc., Eficiente Quando lançado contra uma parede, para formar um lençol. ÓTIMO Atua por eliminação do oxigênio. Lance o jato de pó em forma de leque. ÓTIMO Atua por eliminação do oxigênio. Lance o jato em forma de leque. CLASSE “C” Motores, caixas de comando elétrico, fiação elétrica, tomadas, etc. Equipamentos elétricos energizados. PERIGOSO Condutor de Eletricidade. Perigo de choque mortal PERIGOSO À base de água. Condutor de Eletricidade. Perigo de choque mortal. ÓTIMO Atua por eliminação do oxigênio. Lance o jato de pó em forma de leque, na base do fogo. ÓTIMO Atua por eliminação do oxigênio. Lance o jato em forma de leque, na base do fogo. CLASSE “D” metais pirofóricos: magnésio, zircônio, titânio. NÃO NÃO NÃO ÓTIMO Atua por eliminação do oxigênio. Método de abafamento por meio de areia seca, limalha de ferro fundido. O avental deve ser constituído de algodão grosso, uma vez que o tecido “queima” mais devagar ao reagir com ácidos e bases, com fechamento em velcro ou botão de pressão e de comprimento até os joelhos, devendo ser usado sempre fechado. As luvas devem se adequadas para o tipo de reagente que se está trabalhando, abaixo a tabela 2 mostra a compatibilidade química de luvas. 8 Tabela 2. Diferentestipos de luvas e suas compatibilidades químicas. Tipo Uso Borracha butílica (luva grossa) Bom para cetonas e ésteres, ruim para os demais solventes Latex Bom para ácidos e bases diluídas, péssimo para solventes orgânicos Neopreno (luva grossa) Bom para ácidos e bases, peróxidos, hidrocarbonetos, álcoois, fenóis. Ruim para solventes halogenados e aromáticos PVC (luva grossa) Bom para ácidos e bases, ruim para a maioria dos solventes orgânicos PVA (luva grossa) Bom para solventes aromáticos e halogenados. Ruim para soluções aquosas Nitrila Bom para uma grande variedade de solventes orgânicos, ácidos e bases Viton (luva grossa) Excepcional resistência a solventes aromáticos e halogenados Neopreno usado por lixeiros. 26. Saiba a localização e como utilizar o chuveiro de emergência, extintores de incêndio e lavadores de olhos. 27. Nunca teste um produto químico pelo sabor (por mais apetitoso que ele possa parecer). 28. Não é aconselhável testar um produto químico pelo odor, porém caso seja necessário, não coloque o frasco sob o nariz. Desloque com a mão, para a sua direção, os vapores que se desprendem do frasco. 29. Se algum produto químico for derramado, lave o local imediatamente. 30. Verifique que os cilindros contendo gases sob pressão estão presos com correntes ou cintas. 31. Consulte outro profissional mais experiente (nas aulas práticas, o professor), se necessário, antes de fazer qualquer modificação no andamento da experiência e na quantidade de reagentes a serem usados. 32. Caso esteja usando um aparelho pela primeira vez, leia sempre o manual antes. 33. Não aqueça líquidos inflamáveis em chama direta. 34. Lubrifique tubos de vidro, termômetros, etc, antes de inseri-los em rolhas e proteja sempre as mãos com um pano. 35. Antes de usar qualquer reagente, leia cuidadosamente o rótulo do frasco para ter certeza de que aquele é o reagente desejado. 36. Verifique se as conexões e ligações estão seguras antes de iniciar uma reação química, 37. Abra os frascos o mais longe possível do rosto e evite aspirar ar naquele exato momento. 38. Não use lentes de contato. 39. Apague sempre os bicos de gás que não estiverem em uso. 40. Nunca torne a colocar no frasco um regente retirado em excesso e não usado. Ele pode ter sido contaminado. 41. Não armazene substâncias oxidantes próximas a líquidos voláteis e inflamáveis. 42. Dedique especial atenção a qualquer operação que necessite aquecimento prolongado ou que libere grande quantidade de energia. 43. Cuidado ao aquecer vidro em chama: o vidro quente tem exatamente a mesma aparência do frio. 44. Ao se retirar do laboratório, verifique se não há torneiras (água ou gás) abertas. Desligue todos os aparelhos, deixe todo o equipamento limpo e lave as mãos. 45. Conheça a classificação de substâncias químicas e a simbologia indicativa de periculosidade das mesmas, como mostrado na tabela 3. Corrosivos - substâncias que em contato com os materiais de tubulações, equipamentos e com o tecido vivo (pele, mucosas) exercem uma ação destrutiva. Assim, deve-se evitar o respingo deles em sua vestimenta, pele e olhos. Os reagentes corrosivos são representados por um símbolo de um ácido ativo. Exemplos: Hidróxido de sódio, ácido fosfórico, ácido sulfúrico, ácido clorídrico. Inflamáveis – São as substâncias que se inflamam ou provocam chamas à temperatura ambiente, isto é, sofrem combustão espontânea em contato com o ar. Em geral emitem gases e vapores e seu manuseio deve ser feito evitando o contato com materias ignitivos (ar, água). As substâncias Inflamáveis são representadas por uma chama ou letra F. Exemplos: Hexano (solvente de extração), etanol, acetona, etc. Explosivos - São as substâncias muito sensíveis ao fogo, ao calor e à fricção (choques, atritos). Ao trabalhar com esses reagentes deve-se evitar batida, empurrão, fricção, faísca e calor Exemplos: nitroglicerina metano, propano, butano, etc. 9 Comburente – São as substâncias que podem acender ou facilitar a combustão, impedindo o combate ao fogo. Ao manipular esses reagentes deve-se evitar o contato deles com materiais combustíveis. Exemplos: oxigênio, nitrato de potássio, peróxido de hidrogênio, etc. Irritantes - São as substâncias que em contato imediato, prolongado ou repetido com a pele ou com as mucosas, podem provocar uma reação inflamatória. Assim, gases e vapores não devem ser inalados, e líquidos não devem respingar sobre a pele e olhos. As substâncias irritantes são representadas por uma cruz de Santo André ou pelas letras X i , Exemplos: Cloreto de cálcio, carbonato de sódio, formol, etc. Nocivo – São as substâncias que por inalação, ingestão ou penetração através da pele, podem produzir doenças. Assim, deve-se evitar o contato dessas substâncias com o corpo humano, assim como sua inalação. As substâncias nocivas são representadas por uma cruz de Santo André ou pelas letras X n . Exemplos: Clorofórmio, etanal, diclorometano, cloreto de potássio, etc. Tóxico - São aquelas substâncias químicas que, em determinadas concentrações podem causar danos graves à saúde, podendo inclusive levar uma pessoa à morte. O contato com este tipo de substância deve, portanto, ser também evitado. A representação por pictograma é de uma caveira sobre tíbias cruzadas ou pela letra T. Ex. Metanol, cloreto de bário, monóxido de carbono, etc. Perigosa para o ambiente – São os reagentes que liberados no meio ambiente podem provocar danos a curto ou longo prazo. Assim, eles não devem ser descartados em pias ou no lixo comum se que haja tratamento prévio. A representação por pictograma é uma cena mostrando um ambiente degradado em que se vê peixe e árvore mortos. A letra N representa esse risco Exemplos de reagentes que oferecem riscos ao ambiente benzol, cianureto de potássio, o inseticida lindan (hexaclorociclohexano), etc. Tabela 3. Representação com pictogramas e letras dos riscos de reagentes de laboratório. Perigo: Por contato, destroem o tecido vivo bem como utensílios. Exemplos: Bromo, ácido sulfúrico. Cuidado: Não inalar os vapores e evitar o contato com a pele, olhos e vestuário. Perigo: São substâncias que podem explodir sob determinadas condições. Exemplos: Permanganato de potássio, peróxido de sódio. Cuidado: Evitar qualquer contacto com substâncias combustíveis. Perigo: Podem desenvolver uma ação irritante sobre a pele, olhos e vias respiratórias. Exemplos: Solução de amoníaco, cloreto de benzilo. Cuidado: Não inalar os vapores e evitar o contacto com a boca e olhos. Perigo: A inalação, ingestão ou absorção através da pele provoca, na maior parte das vezes lesões muito graves ou mesmo a morte. Exemplos: Trióxido de arsénio, cloreto de mercúrio (II). Cuidado: Evitar qualquer contacto com o corpo e no caso de indisposição chamar o médico. Perigo: Quando absorvidas pelo corpo, por inalação, ingestão ou contacto, estas substâncias provocam lesões pouco graves. Exemplos: Piridina, tricloroetileno. Cuidado: Evitar qualquer contacto com o corpo humano, inclusive inalação de vapores, no caso de indisposição chamar o médico. 10 Perigo: Facilmente inflamáveis, sensíveis à humidade ou água. Exemplos: Propano, acetona, hidreto de boro e sódio. Cuidado: Manter afastado de fontes de calor. 46. CONHEÇA OS MATERIAIS E TÉCNICAS DE PRIMEIROS SOCORROS, POSICIONE-OS NO LABORATÓRIO EM LOCAL DE FÁCIL ACESSO E FAÇA COM QUE TODOS SAIBAM ONDE ELES ESTÃO. Cortes e ferimentos devem ser desinfetados e cobertos. Queimaduras leves, com fogo ou material quente, tratar com ÁGUA FRIA/ GELADA ou PICRATO DE BUTESIN ou ÁCIDO PÍCRICO. Queimaduras cutâneas: COM ÁCIDOS - lavar com bastanteágua e sabão e, em seguida, neutralizar com LEITE DE MAGNÉSIA ou BICARBONATO DE SÓDIO. COM BASES - lavar com muita água e, em seguida, com solução diluída de ÁCIDO ACÉTICO (0,1N). COM FENOL - lavar abundantemente com ÁLCOOL ETÍLICO. Queimaduras oculares com substâncias ácidas ou básicas devem ser lavadas com água (usar lava - olhos) e tratadas com colírio estéril. Ingestão: DE ÁCIDOS - tomar HIDRÓXIDO DE CÁLCIO, LEITE DE MAGNÉSIA ou LEITE. Não tomar bicarbonato de sódio ou carbonato de cálcio. Estes produtos são contra-indicados porque produzem distensão e facilitam a perfuração. DE BASES - tomar solução de ácido acético 1/100 ou vinagre 1/10 ou água de limão. DE SAIS DE CHUMBO - lavar com água em abundância. Após, beber grande quantidade de água seguida de duas colheres de SULFATO DE MAGNÉSIO (sal de Epson). Intoxicação por gases: REGRA GERAL: remova o paciente da exposição, fazendo-o respirar profundamente e mantendo-o aquecido. 11 PRÁTICA 3 VIDRARIAS DE LABORATÓRIO Mesa de trabalho A mesa de trabalho ou bancada em um laboratório de química é o local onde serão desenvolvidas todas as atividades. Ela normalmente é composta por pia e torneira, para lavagem da vidraria, bico de gás, usado em reações químicas que necessitem de aquecimento e uma fonte de energia elétrica (tomada) para ligação dos mais variados equipamentos (chapas aquecedoras, balanças, banhos-maria, espectrofotômetros, etc) em laboratório. Nela estarão os materiais comumente usados em um laboratório, que em sua maioria, são de vidro, e que serão vistos a seguir. Vidrarias Abaixo segue uma lista com as vidrarias e equipamentos básicos usados corriqueiramente em laboratório. Vidrarias feitas de vidro e/ou plástico 1- Balões de fundo chato ou Florence (a) e fundo redondo (b) a) b) a) Utilizado no armazenamento e no aquecimento de líquidos, bem como em reações que se processam com desprendimento de gás. Deve ser aquecido sobre a tela de amianto. b) Muito usado em destilações, para colocação do líquido a ser destilado ou para a coleta do líquido após a condensação do vapor. 2- Balão volumétrico Recipiente calibrado, de precisão, destinado a conter um determinado volume de liquido, a uma dada temperatura. É utilizado no preparo e na diluição de soluções de concentração definida (soluções padrão). Como o volume nominal dos balões volumétricos é geralmente calibrado a 20ºC, não é recomendado colocar soluções aquecidas no seu interior, nem submetê-los a temperaturas elevadas. 3- Bastão de vidro Usado na agitação e na transferência de líquidos. Quando envolvido em uma das extremidades por um tubo de látex é chamado de "policial" e é empregado na remoção quantitativa de precipitados. Testes na solução. 4- Béquer Recipiente com ou sem graduação, de forma alta (Berzelius) ou baixa (Griffin). Usado no prepraro de soluções, na pesagem de sólidos e no aquecimento de líquidos, bem como em reações de precipitação e recristalização. É freqüentemente confeccionado em vidro pirex, resistente a temperaturas elevadas. Apesar disso, não resiste a choques nem a variações bruscas de temperatura. Pode ser aquecido sobre a tela de amianto. 12 5- Bureta Equipamento calibrado para medida precisa de volume. Permite o escoamento de líquido e é muito utilizada em titulações. Possui uma torneira controlada de vazão na sua parte inferior. São encontradas no comércio buretas com capacidades que variam de cinco a cem mililitros microburetas com capacidade mínima de cem microlitros. As buretas automáticas possuem dispositivos capazes de abastecê-las automaticamente, evitando a contaminação do titulante com, CO2 do ar. 6- Condensador a) b) c) Equipamento destinado a condensação de vapores, utilizado em destilações ou aquecimentos sob refluxo. Os mais comuns são: a) condensador de bolas: empregado em refluxos. Contribui para que os vapores condensados retornem ao balão de origem. b) condensador de serpentina: proporciona maior superfície de condensação e é usado principalmente no resfriamento de vapores de líquidos de baixo ponto de ebulição c) condensador reto: apresenta uma superfície de condensação pequena e por isso não é apropriado para o resfriamento de líquidos de baixo ponto de ebulição. 7- Frasco de Erlenmeyer e kitassato a) b) a) Recipiente largamente utilizado na análise titulométrica, no aquecimento de líquidos e na dissolução de substâncias. Pela sua forma cônica, é muitas vezes utilizado para conter soluções durante reações conduzidas sob agitação. b) Frasco cônico de paredes reforçadas, munido de saída lateral. É usado em filtrações sob sucção (ou pressão reduzida) 8- Dessecador Usado no armazenamento de substâncias que devem ser mantidas sob pressão reduzida ou em condições de umidade baixa. 13 9- Funis a) b) a) Simples: Empregado na transferência de líquidos e em filtrações simples, utilizando papel de filtro adequado. b) Separação: Vidraria largamente utilizada em extração, decantação, separação de líquidos imiscíveis e adição gradativa de líquidos reagentes durante uma reação química. 10- Proveta ou cilindro graduado Frasco destinado a medidas aproximadas de volume. São encontradas no comércio provetas TC e TD, com volume nominal variando de cinco mililitros a alguns litros. 11- Pipeta a) b) Instrumento calibrado para medida precisa e transferência de determinados volumes de líquidos, a dada temperatura. Existem basicamente dois tipos de pipetas: as volumétricas ou de transferências (a) e as graduadas (b). As primeiras são utilizadas para escoar volumes fixos, enquanto as graduadas são utilizadas para escoar volumes variáveis de líquidos. 12- Tubo de ensaio e estante a) b) Geralmente utilizado em reações tipo teste e em ensaios de precipitação, cristalização e solubilidade. Pode ser aquecido, com cuidado, diretamente sobre a chama do bico de gás. 13- Vidro de relógio Utilizado no recolhimento de sublimados, na pesagem de substâncias sólidas, em evaporações e na secagem de sólidas não-higroscópicos. 14 14- Frasco para reativos São encontrados em vários tamanhos e diferem, quanto à cor, em frascos incolores ou de cor âmbar. Estes últimos são utilizados para conter reativos e substâncias fotossensíveis. 15- Pesa-filtro Recipiente destinado à pesagem de sólidos e de líquidos. Material de porcelana 1- Almofariz e pistilo Destinados à pulverização e homogeneização de sólidos, bem como na maceração de amostras que devem ser preparadas para posterior extração. Podem ser feitos de porcelana, ágata, vidro ou metal. 2- Cadinho Usado na secagem, no aquecimento e na calcinação de substâncias. Pode ser feito de porcelana, metal ou teflon. 3- Cápsula de porcelana Usada na evaporação de soluções, na sublimação e secagem de sólidos e na preparação de misturas. 15 4- Espátula Usada para transferir substâncias sólidas, especialmente em pesagens. Pode ser fabricada em aço inoxidável, porcelana e plástico. 5- Funil de Büchner Utilizado em filtrações por sucção (ou sob pressão reduzida), devendo ser acopladoa um frasco Kitasato. 6- Triângulo de porcelana Usado como suporte no aquecimento de cadinhos, normalmente apoiado sob tripé. Material de metal 1- Bico de gás Fonte de calor destinada ao aquecimento de materiais não inflamáveis. A chama de um bico de gás pode atingir temperatura de até 1500ºC. Existem vários tipos de bicos de gás (ver figura), mas todos obedecem a um mesmo princípio básico de funcionamento: o gás combustível é introduzido numa haste vertical, em cuja parte inferior há uma entrada de ar para suprimento de oxigênio, o gás é queimado no extremo superior da haste. Tanto a vazão do gás quanto a entrada de ar podem ser controladas de forma conveniente. 2- Pinças a) b) As pinças ou garras têm por finalidade segurar objetos aquecidos, especialmente cadinhos, sendo geralmente de madeira (a), e é também empregadas para manter fixas outras vidrarias (b), como erlenmeyers, em aparelhos como destiladores ou rotavapores (normalmente metálicas). 16 3- Tela de amianto, anel e tripé a) b) c) Tela metálica (a), contendo amianto, utilizada para distribuir uniformemente o calor durante o aquecimento de recipientes de vidro ou metal expostos à chama do bico de gás, que deve ser apoiada sobre tripé (b). A argola ou anel (b) é normalmente usada para apoiar balões de fundo redondo sob o tripé. 4- Suporte universal Serve para sustentar equipamentos em geral, normalmente seguros por garras ou anéis. Equipamentos 1- Balança analítica Instrumento utilizado para determinação de massa. As balanças analíticas podem ser classificadas em duas categorias: a) balança de braços iguais: efetua a pesagem mediante a comparação direta. Foi largamente utilizada até a década de 50, sendo posteriormente substituída pela balança analítica de prato único. b) Balança de prato único: possui um contrapeso que balanceia as massas conhecidas e o prato (ver figura). Um objeto é pesado através da remoção de massas conhecidas até que o equilíbrio com o contrapeso seja restabelecido; deste modo, o valor da massa desconhecida é igual ao total das massas removidas. 2- Banho-maria Equipamento utilizado para aquecimento e incubação de líquidos a temperaturas inferiores a 100ºC. 3- Centrífuga Instrumento que serve para acelerar a sedimentação de sólidos suspensos em líquidos. É empregado, também, na separação de emulsões. 4- Estufa Equipamento empregado na secagem de materiais por aquecimento. Atinge, em geral, temperaturas de até 200ºC. 6- Manta elétrica Utilizada no aquecimento de líquidos contidos em balões de fundo redondo. 17 7- Mufla ou forno Utilizada na calcinação de substâncias. Atinge em geral, temperaturas na faixa de 1000 a 1500ºC. 8- Pisseta ou frasco lavador Frasco próprio para armazenamento de pequenas quantidades de água destilada, álcool ou outros solventes. É usado para efetuar a lavagem de recipientes ou precipitados com jatos do líquido nele contido. 10- Trompa de água Dispositivo para aspirar o ar e reduzir a pressão no interior de um frasco. É muito utilizado em filtrações por sucção, geralmente adaptado a um frasco kitasato. 11- Escovas Usadas para limpeza de tubos de ensaio e outros recipientes de vidro. Devem ser umedecidas, evitando usá-las secas. Limpeza de vidraria Todo material de vidro que vai ser utilizado em análise quantitativa deve estar rigorosamente limpo. Para isso, deve-se lavá-lo com água e detergente, 1 a 2% ( aquecer quando necessário), enxaguá-lo várias vezes com água e água destilada (várias porções de 5,00 a 20,00 mL). Após isso, se necessário, apenas pipeta, bureta e balões devem se tratados com mistura sulfonítrica ou alcolato de sódio ou potássio (10%m/v). Toda vez que se utiliza mistura sulfonítrica, deve-se tampar o recipiente que a contém. Após 15 minutos retorna-se tal mistura para o seu frasco de origem, escoando o máximo possível. Lava-se o material com água corrente (6 ou 7 vezes) e a seguir, com água destilada (3 vezes). Nunca adicionar a mistura sulfonítrica a um recipiente sujo; este deve ser previamente lavado com água e detergente. Nunca adicionar essa mistura a um recipiente que contenha água. ATENÇÃO: a mistura sulfonítrica é extremamente corrosiva. Deve ser manipulada com cuidado evitando respingos. Pesagem em balanças analíticas As balanças analíticas são balanças de precisão que permitem a determinação de massas com um erro absoluto da ordem de 0,10 mg. Por se tratar de instrumentos delicados e caros, seu manejo envolve a estrita observância dos seguintes cuidados gerais: 1. As mãos do operador devem estar limpas e secas; 2. Durante as pesagens as portas laterais devem ser mantidas fechadas; 3. Destravar e travar (inclusive a meia trava) com movimentos lentos; 4. Nunca pegar diretamente com os dedos o objeto que vai pesar. Conforme o caso, usar uma pinça ou uma tira de papel impermeável; 5. Nunca colocar ou retirar massas do prato sem antes ter travado a balança. Em seguida retornar os pesos a zero e descarregar imediatamente a balança após a pesagem; 6. Para sucessivas pesagens no decorrer de uma análise, usar sempre a mesma balança; 7. O recipiente e/ou as substâncias que serão pesados devem estar em equilíbrio com o ambiente. OBS: As salas de balanças devem ser mantidas na mais absoluta ordem e limpeza. Os conhecimentos necessários ao manejo dos diferentes tipos de balanças analíticas serão ministrados pelo responsável ou adquiridos através de consulta ao manual. Além da escolha da balança com precisão adequada de acordo com a massa a ser pesada, devem ser observados: o acerto do nível da balança, o ajuste do zero e a limpeza do prato da balança. 18 PRÁTICA 4 E 5 PREPARO DE SOLUÇÕES I e II Introdução: As soluções são, provavelmente, o mais comum dos sistemas químicos encontrados em laboratórios. As soluções são definidas como misturas homogêneas de duas ou mais substâncias puras, em geral, o componente de uma solução presente em maior quantidade é chamado de solvente e o que está em menor quantidade, de soluto. Entretanto, esses termos podem ser trocados quando for necessário. Este é o caso das soluções de sólidos em líquidos, em que o líquido é tomado, comumente, como solvente e o sólido como soluto, independente das proporções relativas de cada um. Assim, podemos ter soluções de sacarose em água a 10% e 60%, e em ambos os casos, a água é considerada como solvente e a sacarose como soluto. A concentração de uma solução pode ser expressa em função da quantidade de soluto num volume definido de solução, ou como a quantidade de soluto numa massa definida de solução ou solvente. As convenções mais comuns são definidas abaixo: Concentração comum é a forma mais comum de se apresentar a relação soluto/solvente de uma solução. Corresponde à quantidade de massa por um dado volume de solução (g/mL, por exemplo). Assim: Onde: massa pode ser expressa em grama, miligrama, micrograma, etc, e o volume pode ser expresso em litro, mililitro, microlitro, etc. Molaridade (M) é o número de moles de soluto por litro de solução, ou seja, o número de moles é igual ao peso (em grama) do soluto/ PM (mol/L). O Peso Molecular (PM) é a soma de todos os pesos atômicos dos átomos da molécula. Concentrações molares são normalmente expressas entre colchetes, por exemplo, a concentração molar do íon hidrogênio é representada dessa forma, [H + ]. Soluções diluídas são representadas emtermos de milimolaridade, micromolaridade, nanomolaridade, picomolaridade, etc. 1 mmol = 10 -3 moles 1 mol = 10 -6 moles 1 nmol = 10 -9 moles 1 pmol = 10 -12 moles Portanto: 1 mM = 10 -3 moles = 1mmol/litro = 1mol/mL 1 M = 10 -6 moles = 1Mol/litro = 1nmol/mL 1 nM = 10 -9 moles = 1nmol/litro = 1pmol/mL Título é a forma de expressar a concentração de uma solução pelo percentual do soluto em solução. Pode ser usado para expressar: - Porcentagem peso/volume (% p/v) é o peso em grama de um soluto por 100 mL de solução. Exemplo: Uma solução de NaCl 0,9% contém 0,9 g de NaCl em 100 mL da solução. - Porcentagem peso/peso (% p/p) é o peso em grama de um soluto por 100g de solução. Exemplo: Os ácidos comerciais como HCl e H2SO4 estão disponíveis com concentração em peso/peso. Uma solução de HCl 37% contém 37g de HCl em 100g da solução. 19 - Porcentagem volume/volume (% v/v) é o volume em mililitro (mL) do soluto em 100 mL de solução. Exemplo: Uma solução hidroalcoólica 70% contém 70 mL de álcool etílico absoluto (100%) em 30 mL de água destilada. Tabela 2: Unidades de massa Unidades de massa Abreviatura Fator de multiplicação ( relativo ao grama) Quilograma Kg 10 3 Grama G 1 Miligrama MG 10 -3 Micrograma g 10 -6 Nanograma Ng 10 -9 Picograma Pg 10 -12 Para converter miligrama em micrograma, multiplica-se o valor do miligrama por 1000. Exemplo: 2 mg correspondem a 2000g ( 2 x 1000 = 2000). Para converter micrograma em miligrama dividi-se o valor de micrograma por 1000. Exemplo: 2000g correspondem a 2mg( 2000 /1000 = 2). Objetivo: Entender a relação em uma mistura formada de um soluto e um solvente para formar uma solução com base em três tipos de concentração: concentração comum, título e molaridade Questões: Responda os exercícios abaixo. 1) Que massa de NaCl deve ser pesada para preparar 250 mL de uma solução de NaCl 1,5 mol/L? PM NaCl = 58,45 g/mol. 2) Que volume da solução estoque de HCl 37% (p/p) deve ser retirado para preparar 500 mL de uma solução de HCl 0,2 mol/L? Dados – PM HCl =36,45 g/mol, densidade (d) = 1,19 g/mL. 3) Quantos mililitros (mL) de H2SO4 98% são necessários para preparar 200 mL de uma solução de H2SO4 0,8 mol/L. densidade (d) = 1,84 g/mL. 4) O ácido clorídrico (HCl) 37% tem densidade de 1,19 g/mL. Calcular a molaridade do ácido concentrado. Dados – PM HCl =36,45 g/mol, densidade (d) = 1,19 g/mL. 5) Que massa de glicose deve ser pesada para preparar 30 mL de uma solução de glicose 0,5 g/mL? 6) Que massa de NaOH deve ser pesada para preparar 600 mL de uma solução de NaOH 15% (m/v)? 7) Que massa de NaCl deve ser pesada para preparar 1 L de uma solução de NaCl 0,9% (m/v)? 8) Que volume da solução de AgNO3 1 mol/L pode ser produzido a partir de 55 g desse soluto? Dados: Pesos atômicos – Ag = 107 g/mol, N = 14 g/mol, O = 16 g/mol. 9) Que volume de uma solução 0,5 mol/L pode ser preparado a partir de 5 g de glicose (C6H12O6)? Dados: Pesos moleculares – C = 12 g/mol, H = 1 g/mol, O = 16 g/mol 10) Que massa de ácido pícrico deve ser pesada para preparar 100 mL de uma solução de ácido pícrico 2% (p/v)? 11) Qual o volume de uma solução de K2SO4 25% (m/v) pode ser preparado a partir de 45 g dessa substância? 20 PRÁTICA 6 PREPARO DE SOLUÇÕES III Introdução: As biomoléculas orgânicas (DNA, proteínas, carboidratos e lipídeos) são freqüentemente quantificadas para estabelecer parâmetros que definem desde a saúde de espécies até sua identificação. A quantificação destas moléculas pode ser feita por meio da espectrofotometria, quando soluções das mesmas são expostas a feixes de luz com comprimento de onda específico de forma a absorver parte da luz associada com este comprimento de moda. Tal absorção pode ser determinada e usada para quantificação pela lei de Lambert-Beer: A = C . ɛ . ℓ Onde A é a absorção medida no espectofotômetro (sem unidade), C é a concentração (mol/L) da substância de interesse a ser calculada, ɛ (mol/L.cm) é a constante de absortividade molar da substância de interesse e ℓ é o caminho ótico (cm), que correspondente ao comprimento da cubeta (normalmente 1 cm). Objetivo: Aplicar a lei de Lambert beer na quantificação de substâncias. Material 3 tubos de ensaio Estante para tubo de ensaio 6 pipetas de 5 mL 1 pêra 4 cubetas 4 pipetas Pasteur Béquer contendo a substância de interesse Béquer contendo água destilada Método - Adicionar ao tubo de ensaio 1, 4 mL da substância de interesse - Adicionar ao tubo de enaio 2, 2 mL da substância de interesse - Adicionar ao tubo de ensaio 2, 2 mL de água - Agitar o tubo de ensaio 2 - Adicionar ao tubo de enaio 3, 1 mL da substância de interesse - Adicionar ao tubo de ensaio 3, 3 mL de água - Agitar o tubo de ensaio 3 - Calibrar o espectrofotômetro para o comprimento de onda de interesse - Adicionar 3 mL da amostra do tubo 1, com auxílio de uma pipeta, a uma cubeta - Medir a absorção no espectrofotômetro e anotar o valor encontrado - Repetir os três passos acima para as misturas nos tubos de ensaio 2 e 3 - Com os valores anotados, calcular as concentrações da substância de interesse em cada tubo de ensaio, usando a lei de Lambert-Beeer Questões - O que ocorreu visualmente com a substância de interesse quando água foi adicionada a ela? Como você explica esta observação? - O que ocorreu com a concentração da substância com a adição de água? O resultado observado condiz com o que você esperaria? 21 PRÁTICA 7 e 8 A QUÍMICA DE PH E TAMPÕES Introdução: Pelo menos 75% do ambiente celular corresponde a água, sendo que a carga total de muitas biomoléculas depende da quantidade de íons H + presentes na solução intra e extracelular. COO - e NH3 + . Em altas concentrações de íons H + , o grupo COO - pode reagir com o mesmo, perdendo sua carga negativa (COOH), enquanto em baixas concentrações de H + , o grupo NH3 + cede um de seus prótons para o meio (NH2). Portanto, a reação entre dois aminoácidos pode não ocorrer e a proteína não será, portanto, produzida. Os organismos apresentam um sistema para controlar os níveis de íons H + , que consiste de sistemas tamponantes ou simplesmente tampões. A concentração de íons H + de uma solução é expressa como pH, cuja faixa varia de 0 a 14 unidades. De acordo com a escala de pH, soluções que apresentam pH = 7,0 são neutras, as que apresentam pH abaixo de 7,0 são ácidas e as que têm pH acima de 7,0 são alcalinas ou básicas. A figura abaixo descreve a escala de pH, destacando o valor de pH de algumas soluções. Os fluidos celulares apresentam um pH constante e específico, geralmente próximo de 7,4. Nos organismos multicelulares, o pH dos líquidos extracelulares (sangue, por exemplo) é também estreitamente regulado através da ação dos tampões biológicos. Tampões são misturas de ácidos fracos e suas bases conjugadas, que evitam variações bruscas de pH de em soluções, quando são adicionadas quantidades relativamente pequenas de ácido (H + ) ou base (OH - ). Por exemplo, quando se adiciona 1 mL de uma solução de HCl 0,1 mol/L a 99 mL de água destilada o pH cai abruptamente. Se fizermos outro experimento, adicionando 1 mL de NaOH 0,1 mol/L a 99 mL de água destilada, observaremos que o pH se elevará consideravelmente. Se experimentarmos agora adicionar 1 mL da solução de HCl 0,1 mol/L a 99 mL dasolução tampão de acetato de sódio, que consiste de uma mistura de ácido acético e acetato, verificaremos que o pH dessa solução não se alterará, devido a forma básica desse tampão (CH3COO - ) captar o íon H + , como demonstra o esquema abaixo. Quando se adicionar 1 mL da solução de NaOH 0,1 mol/L a 99 mL da solução tampão de acetato de sódio, o pH dessa solução não se alterará, devido a forma ácida do tampão (CH3COOH) liberar o íon H + , que reagirá com a hidroxila (OH - ), produzindo H2O. Portanto o papel de um sistema tampão é neutralizar as ações de H + e OH - , conforme o a equação abaixo: 22 Os tampões são preparados com base na equação de Henderson-Hasselbalch (pH = pKa + log [ aceptor H + ]/ [doador H + ]) Determinação do pH Existe pelo menos 3 formas de se medir o pH de uma solução: indicadores, fitas indicadoras e pHmetros. Os indicadores são substâncias que apresentam uma cor em pH ácido e outra em pH básico, sendo, portanto, usados somente para indicar o caráter ácido ou básico da substância ou solução. Constituem o método mais impreciso de se medir o pH, uma vez que não é possível definir o seu valor. As fitas indicadoras graduadas variam sua cor de acordo com o pH do meio, considerando a escala de pH. Assim, haverá uma variação na tonalidade da cor quando consideramos os pHs 1 e 2, por exemplo. Esse método é mais preciso que o uso de indicadores, mas ainda sim, não fornece o valor exato de pH. As medidas mais exatas na determinação do pH são feitas através de técnicas potenciométricas, em que se utiliza o pHmetro, instrumento que consiste de: um eletrodo de referência, um eletrodo de vidro, cujo pH depende da solução em que ele está imerso e um sistema para medida de voltagem, que é capaz de medir diferenças potenciais mínimas num circuito de resistência extremamente elevada. Objetivo: Entender como o pH pode ser medido usando solução indicadora e pHmetro, bem como estabelecer como o pH varia com adição ou remoção de íons H + e – OH em solução. Entender como funciona um sistema tampão. Material: 2 Béquers 2 Provetas Ácido clorídrico (HCl) 1 mol/L Água destilada Tampão acetato 3 mol/L pH 5,2 Procedimento: - Adicionar 60 mL de água a um béquer - Lavar o eletrodo do pHmetro e mergulhá-lo no béquer - Anotar o valor do pH - Adicionar uma gota de HCl e agitar - Anotar o pH - Repetir os passos 4 e 5 mais 3 vezes - Repetir os passos acima, adicionando ao segundo béquer o tampão Questionário 1. Explique as variações de pH vistas acima 2. Explique como funciona o pHmetro H + (base conjugada)(ácido) íon acetatoÁcido acético CH3COO - - OH H2O CH3COOH 22 23 PRÁTICA 9 IDENTIFICAÇÃO BASEADA EM DNA Introdução: O ácido desoxirribonucléico (ADN, em português, ou DNA, do inglês deoxyribonucleic acid), é um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos e alguns vírus. O seu principal papel é armazenar as informações necessárias para a construção das proteínas por intermediação do ARN (ácido ribonucléico). Os segmentos de ADN que são responsáveis por carregar a informação genética são denominados genes. O restante da seqüência de ADN tem importância estrutural ou está envolvido na regulação do uso da informação genética. Objetivo: Entender como o DNA pode ser usado para identificar indivíduos. Metodologia: A partir do gel simulado de DNA, responda as perguntas abaixo. a. O indivíduo P1 foi assassinado. O exame de uma amostra de DNA encontrada nas unhas do mesmo deu o padrão de bandas abaixo, que não foi igual ao do indivíduo. A perícia atribuiu o bandeamento ao assassino. Compare os padrões dos nove indivíduos restantes e aponte quem é o possível assassino. b. Quem são os pais do indivíduo P7? c. Quais indivíduos podem ser irmãos gêmeos? 24 PRÁTICA 10 EXTRAÇÃO DE DNA DE CEBOLA Introdução: O DNA é a molécula responsável pela transferência da informação genética de um organismo para sua descendência, sendo que os métodos modernos de biologia molecular, tais como clonagem, sequenciamento e PCR para fins variados, se baseiam na extração do DNA das células que o contém. A extração do DNA de células é realizada basicamente em quatro etapas: i) ruptura (física e química) das membranas celulares para liberação do material genético, ii) desmembramento dos cromossomos em seus componentes básicos – DNA e proteínas, iii) separação do DNA dos demais componentes celulares e iv) precipitação do DNA para purificação e armazenamento e/ou análise. Objetivo: Mostrar como DNA puro pode ser obtido para suas mais diversas aplicações, onde o aluno deverá entender quais reagentes são usados e quais as suas funções. Material: 2 béqueres de plástico 1 Proveta 50 mL 1 tubo de falcon de 50 mL 2 tubos de ensaio 1 estante para tubos de ensaio 1 Funil de filtração com papel de filtro 1 bastão de vidro 1 pipeta de 5 mL 1 pêra Cebola picada Água destilada Detergente Álcool etílico gelado (conservado no congelador) Banho-maria 90ºC Procedimento: - Coloque a cebola picada em um béquer plástico - Coloque em uma proveta 10 mL de detergente e 10 mL de água, agitando a mistura com o bastão de vidro - Transfira a mistura da proveta para o béquer contendo a cebola - Macere, com auxílio do lado da tampa do tubo de falcon de 50 mL, por 15 min - Deixe a mistura por 20 min em banho-maria a 90ºC - Filtre o material, com auxílio de funil de filtração e papel de filtro, para o outro béquer limpo - Transfira 4 mL do líquido filtrado para 1 tubo de ensaio - Resfrie o tubo de ensaio em água corrente por 2 minutos - Acrescente álcool etílico gelado, na mesma proporção, lentamente - Observe o que ocorre Questões: Porque a cebola deve ser picada? Porque aquecer a solução? Porque resfriar a solução após a filtração? Qual a função do detergente? E do álcool? Dê exemplos de uso do DNA após sua extração. Retire de um artigo científico um protocolo de extração de DNA usado em laboratório. Explique a função de cada reagente químico usado no protocolo escolhido. Obs.: A pesquisa pode ser feita no Scielo ou ScienceDirect, que são bases de artigos científicos em português e inglês, respectivamente, bastando digitar extração de DNA ou "DNA extraction". 25 26 PRÁTICA 11 REAÇÕES DE IDENTIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS E DIGESTÃO DE PROTEÍNAS Introdução: As proteínas são digeridas por outras proteínas, chamadas enzimas, no sistema digestivo de mamíferos. As proteínas são formadas de aminoácidos unidos através de ligações peptídicas. A digestão de proteínas envolve o processo de hidrólise, enzimas proteolíticas combinam íons hidroxila e íons hidrogênio derivados da água com as moléculas de proteínas para decompô-las em seus aminoácidos constituintes. Nos humanos normais essencialmente toda a proteína ingerida é digerida e absorvida, sendo que as enzimas envolvidas no processo são pepsina, tripsina, quimiotripsina, carboxipeptidase, elastase, aminopolipeptidases e dipeptidases. Muitas frutas também apresentam enzimas capazes de degradar proteínas. Há diversos métodos na literatura utilizados na identificação e dosagem de proteínas em solução, entre eles destacamos o de Bradford, o do Biureto e o de Lowry. Todos eles apresentam vantagens e desvantagens. A escolha pelo melhor método é dependente de vários fatores como: a quantidade de material de que se dispõe para fazer a dosagem, o tempo requerido para realizar o ensaio e as substâncias que interferem com o ensaio. O método de Bradford é um dos mais rápidos e sensíveis na quantificação deproteínas. O limite de detecção da concentração protéica desse método é de 0-20 μg de proteína. Ele se fundamenta na ligação da proteína ao corante Coomassie brilliante blue G-250, ligação essa que causa a mudança na absorbância máxima do corante de 495 nm para 595 nm. É por isso que as leituras de absorbâncias devem ser feitas nesse comprimento de onda (595nm). Este ensaio é bastante reproduzível, apresentando boa estabilidade de cor por cerca de 1 hora. Existe pouca ou nenhuma interferência de cátions como sódio ou potássio. Os principais componentes que causam interferência de cor neste ensaio são: dodecilsulfato de sódio (SDS), triton X-100 e detergentes comerciais. Objetivo: Mostrar ao aluno um método colorimétrico usado para identificar a presença de proteínas em uma solução. O aluno também desenvolverá prática que permitirá a ele observar o que ocorre com proteínas quando elas são expostas a agentes degradantes. Material: 1. Identificação de proteínas (P I) Reagente de Biureto Tampão acetato de sódio 3 mol/L pH 5,2 Amido 1% Gelatina em pó solubilizada em água quente 4 Pipetas 5 mL 1 Pêra 3 Tubos de ensaio 1 Estante para tubos de ensaio Banho-maria 2. Digestão (P II) Abacaxi Gelatina em pó solubilizada em água quente NaOH 1 mol/L HCl 1 mol/L Água destilada 4 tubos de ensaio 5 pipetas de 5 mL 1 Estante para tubos 1 Pêra 1 tubo de falcon 1 béquer de plástico Procedimento: 1. Identificação de proteínas - Adicionar 2 mL das soluções de amido, tampão acetato e gelatina dissolvida em água quente em tubos de ensaio, separadamente, com auxílio de pipeta e pêra - Adicionar 2 mL da solução de biureto a cada tubo de ensaio preparado na etapa acima - Observar 27 2. Digestão - Adicionar água ao béquer contendo os pedaços de abacaxi até cobrir os pedaços da fruta - Macerar por 5 minutos com auxílio do lado da tampa do tubo de falcon - Colocar 2 mL de gelatina em quatro tubos de ensaio - No primeiro tubo, adicionar 2 mL de água - No segundo tubo adicionar 2 mL da solução de abacaxi - No terceiro tubo adicionar 2 mL de NaOH 1 mol/L - No quarto tubo adicionar 2 mL de HCl 1 mol/L - Colocar os tubos de ensaio em geladeira e observar após 24h - Observar o que ocorre em cada tubo de ensaio e anotar os resultados Questões P1 Porque a cor de uma das soluções tratadas com biureto sofreu alteração? Do que é formada a gelatina? Qual o objetivo da utilização da solução biureto? P2 O que há no suco de abacaxi para explicar os efeitos observados? Por que muitas pessoas usam o "leite" retirado da casca do mamão verde para amolecer a carne? Diz-se que comer algumas fatias de abacaxi após participar de um farto churrasco ajuda a digestão. Você acha que isso tem algum fundamento? Explique. 28 PRÁTICA 12 REAÇÕES DE IDENTIFICAÇÃO DE CARBOIDRATOS REDUTORES Introdução: Os carboidratos são poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas ou substâncias que por hidrólise, liberem essas substâncias. Os carboidratos, ou glicídios, são substâncias de ocorrência natural, que apresentam a fórmula básica Cn(H2O)n. Os carboidratos desempenham função vital no metabolismo energético, sendo a glicose central nessa função. Os carboidratos desempenham também função estrutural, sendo componentes essenciais das membranas celulares e de paredes celulares de bactéria e plantas. Desempenham também funções dinâmicas em comunicação e reconhecimento celular. Objetivo: O aluno realizará experimentos que levam a identificação de tipos específicos de carboidratos em uma solução, o que ocorre de acordo com a mudança de cor da solução testada e/ou tempo para que a reação ocorra. Material: 1 Estante para tubo de ensaio 4 tubos de ensaio 4 pipetas (5 mL) 1 Pêra Solução 1% de glicose Solução 1% sacarose Reagente de Benedict Reagente de Seliwanoff Procedimento experimental: Reação de Benedict (Prática 1) Pipetar em 2 tubos de ensaios, limpos e secos: 1 mL da solução de glicose no tubo 1 1 mL da solução de sacarose no tubo 2 1 mL do reativo de Benedict nos dois tubos de ensaio; Homogenizar a solução; Aquecer os tubos de ensaio em banho-maria 100ºC por 5 minutos; Observar a formação de cor e anotar o resultado. Reação de Seliwanoff (Prática 2) Pipetar em 2 tubos de ensaios, limpos e secos: 1 mL da solução de glicose no tubo 1 1 mL da solução de sacarose no tubo 2 Adicionar 2 mL da solução de Seliwanoff nos dois tubos de ensaio; Aquecer em banho-maria a 100°C por 1 minuto; Observar a formação de cor e anotar o resultado. Deixar aquecer por mais 5 minutos e observar Anotar a formação de cor e/ou precipitado,se for o caso. Questões Qual a composição química do reagente de Benedict e Seliwanoff? O teste de Benedict serve para identificar que tipo de carboidratos? O que ocorre com o sulfato de cobre durante a reação de Benedict? Qual a coloração do reagente Benedict se um açúcar redutor estiver presente? Se a coloração acima não for observada, que conclusão pode ser feita para a amostra fornecida? Que tipo de açúcar é detectado pelos métodos de Seliwanoff e Benedict? Qual a função da resorcina usada no teste de Seliwanoff? 29 PRÁTICA 13 IDENTIFICAÇÃO DE LIPÍDIOS Introdução: Sabendo que os lipídios são moléculas apolares e conhecendo a lei de dissolução "semelhante dissolve semelhante", certamente as amostras que contém lipídios formarão soluções de apenas uma fase com as substâncias apolares; e com as substâncias polares soluções onde observaremos mais de uma fase. Objetivo: Mostrar ao aluno formas de identificar lipídios de forma geral e de forma específica. Material: 5 tubos de ensaio 6 Pipeta (5 mL) 1 proveta 1 Erlenmeyer Pinça de madeira Procedimento: Teste da Solubilidade Colocar 1 mL da amostra em cada um dos 3 tubos de ensaio. Acrescentar 2 mL dos seguintes solventes: no primeiro, água (H2O), no segundo, acetona (CH3-CO-CH3) e, no terceiro, hidróxido de sódio (NaOH) 1 mol/L. Agitar e observar a solubilidade da amostra nos respectivos solventes. Teste da Saponificação Colocar em um Erlenmeyer 2 mL da amostra e adicionar 5 mL de solução etanólica de hidróxido de potássio (KOH) a 10%. Aquecer cautelosamente em banho-maria a 100 ºC até evaporar o líquido e ficar um material amarelo viscoso. Resfriar o Erlenmeyer em água corrente. Em seguida, acrescentar 10 mL de água e agitar. Observar os resultados. Questões: Em que consiste o teste da solubilidade dos lipídeos? Quais os produtos da hidrólise alcalina de um triglicerídeo (reação de saponificação)? Após um teste de saponificação, observou-se formação de bolhas. O que se pode concluir? Explique. Qual a finalidade do teste de saponificação? O teste da solubilidade de lipídeos quando realizado com NaOH é positivo ou negativo? Justifique.
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