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Capítulo IV: Capacidade de cargas dos solos Texto extraído do seguinte livro: 1. Introdução Considera-se uma sapata com largura B e comprimento L, embutida no maciço de solo a uma profundidade h em relação à superfície, sujeita a aplicação de uma força P, no topo. A tensão normal na base da sapata será: Pelo princípio da ação e reação, esta será a tensão aplicada no solo pela sapata, caracterizando um sistema solo-sapata, formado pelo elemento estrutura (sapata) e pelo elemento geotécnico (maciço de solo, conforme apresentado na figura 2.1. O aumento gradual da força P causará o aumento da tensão o que irá provocar o surgimento de uma superfície de ruptura no interior do maciço de solo. Na eminência de ruptura, teremos a mobilização da resistência máxima do sistema, que se denomina capacidade de carga do conjunto. Para uma sapata suficientemente resistente como peça estrutural, a capacidade de carga do elemento de fundação é a tensão que provoca a ruptura do maciço de solos em que a sapata esta embutida ou apoiada. 2. Modos de ruptura • Ruptura frágil: a sapata pode girar, lavantando uma porção do solo para cima do terreno, também denominado de ruptura geral. Ocorre em solos mais resistentes (rígidos) e menos deformáveis, com sapatas suficientemente rasas. A superfície de ruptura é contínua, desde a borda esquerda da base da sapata até a superfície do terreno à direita (vale a simetria). A ruptura é súbita e catastrófica levando ao tombamento da sapara e a deformação é uma considerável protuberância na superfície do terreno, conforme mostrado na figura 2.2. • Ruptura ductil: caracarteriza-se por deslocamentos significativos da sapata para baixo, sem desaprumar, também chamada de ruptura por puncionamento. Ocorre em solos deformáveis (menos resistentes). Tem-se a penetração cada vez maior da sapata. A carga de ruptura é atingida para recalques elevados e para este valor de carga, passam a ser incessantes, podendo haver a necessidade de acréscimo continuo de carga para manter a evolução dos recalques. Duas possibilidade são apresentadas na figura 2.4. • Ruptura local: Ocorre em solos de média compacidade e consistência, sem apresentar os mecanismos anteriores, constituindo um caso intermediário. O modo de ruptura não depende somente da rigidez do solo, pois há também o efeito do embutimento da sapata no maciço de solo. Para o caso de areia, Versic (1975) estabelece as condições de ocorrência dos modos de ruptura (figura 2.6), em função da compacidade relativa e do embutimento relativo da sapara h/B*, com: � 3. Teoria de Terzaghi Terzaghi considera três hipóteses: Do equilíbrio de forças para a cunha de comprimento unitário: Não há solução geral que leve em conta o peso dos solos e a influência da sobrecarga, não sendo possível conhecer Ep. Terzaghi adotou a metodologia de estudar casos particulares, às vezes hipotéticos, para depois generalizar através da superposição dos efeitos. A seguir são apresentados estes casos. 3.1. Solo se peso e sapata à superfície 3.2. Solo não coesivo e sem peso 3.3. Solo não coesivo e sapata à superfície 3.4. Superposição dos efeitos 3.5. Efeito da forma da sapata A formula anterior permite estimar a capacidade de carga de fundações por sapatas corridas em solos passíveis de ruptura geral. Para o caso de sapatas quadradas ou de base circulares as soluções requerem procedimentos numéricos. Com base em resultados e experimentos, Terzaghi e Peck (1967) apresentaram uma equação semi-empírica para a sapata circular com diâmetro B embutida em solo compacto rijo: Para sapata quadrada de lado B: Posteriormente, essas equações passaram a ser agrupadas em uma equação geral de capacidade de carga na ruptura geral, que considera a forma da sapata: Esta equação considera as seguintes variáveis: • Parâmetros do solo; • Dimensões da sapata; • Embutimento da sapata no maciço de solo. Importante ressaltar que este modelo se aplica para o tipo de ruptura geral e mostra que o elemento de fundação por sapata constitui mesmo um sistema sapata-solo. 3.6. Ruptura por puncionamento 4. Proposição de Vesic 4.1. Ruptura Geral Para solos mais rígidos, passíveis de ruptura geral, Vesic (1975) propôs duas substituições nos fatores da equação geral de capacidade de carga de Terzaghi. 4.2. Ruptura por puncionamento Vesic (1975) apresenta um método racional em contraposição ao método semi-empírico de Terzaghi. Consiste na introdução de fatores de compressibilidade nas três parcelas da equaão geral de capacidade de carga para a ruptura geral, a semelhança do procedimento empregado para considerar a forma da sapata. Primeiramente, é calculado o Índice de Rigidez do solo (Ir) em função de parâmetros de resistência e compressibiliadde, e o índice de rigidez crítico (Ir crit) em função do ângulo de atrito do solo e da geometria da sapata. A seguir estas variáveis são comparadas e sempre que Ir< Ir crit, a capacidade de carga deve ser reduzida através de fatores de compressibilidade, todos adimensionais. As tabelas a seguir apresentam os fatores de capacidade de carga e de forma propostos. � 5. Solo estratificado 5.1. Bulbo de tensões Pode-se admitir, para o cálculo aproximado e prático, que a propagação de tensões num maciço de solo ocorre de forma simplificada, mediante a inclinação 2:1 ou 27º de inclinação com a vertical conforme ilustrado pelas figuras a seguir, sendo z a distância da base da sapata ao topo da segunda camada de solo. 5.2. Duas Camadas Neste caso o problema da capacidade de carga torna-se complexo, por isso pode-se recorrer a um procedimento prático. Primeiramente determina-se a capacidade de carga considerando apenas a primeira camada (σr1) e depois a capacidade de carga para uma sapata fictícia apoiada no topo da segunda camada (σr2), conforma mostra a figura a seguir. 6. Parâmetro do solo Em solos saturados, principalmente nas argilas moles, os parâmetros de resistência (coesão e ângulo de atrito) dependem das condições de drenagem, variando de não drenado (rápido) ao drenado (lento). Em termos de capacidade de carga de fundações, geralmente predomina como crítica a condição não drenada, pois a capacidade de carga tende a aumentar com a dissipação das pressões neutras. 6.1. Coesão Para estimativa do valor da coesão não drenada, quando não se dispõe de resultados de ensaios de laboratório, Teixeira e Godoy (1996) sugerem a seguinte correlação com o índice de resistência a Penetração Nspt. C = 10*Nspt (kPa) 6.2. Ângulo de atrito Pode-se recorrer a figura 2.20, que mostra as correlações estatísticas entre os pares de valores σv e Nspt e prováveis valores de F, em que σv é a tensão vertica efetiva à cota de obtenção do Nspt. Ainda pode-se recorrer as seguintes equações empíricas: 6.3. Peso específico Se não houver ensaios de laboratório, pode-se obter opeso específico do solo a partir dos valores aproximados das tabelas 2.4 e 2.5 (Godou, 1972); Exemplos: Exercício 1 (para casa) Exercício 2 (para casa) � Exercício 3 (para casa) � �
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