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Resumo I Empresarial I (Rached)

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1 
Resumo para prova I – Direito empresarial I – Prof Luis Felipe Spinelli 
Aluno: Rached da Silva Centeno 
 
 
1. TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL 
 
1.1 História do direito comercial 
 
1.1.1 História do direito comercial no mundo 
 Pode ser didaticamente dividida em três fases 
o Primeira FASE: 
 Renascimento mercantil e ressurgimento das cidades (em razão 
do fortalecimento do comércio marítimo) 
 Corporações de ofício possuem monopólio da jurisdição 
 Tribunais consulares aplicam os usos e costumes 
 Codificação privada  Direito feito pelos comerciantes para os 
comerciantes 
o Segunda FASE 
 Estado moderno  Estado toma pra si o monopólio da 
jurisdição 
 Codificação Napoleônica (separa direito civil – direito comercial) 
 Teoria dos atos de comércio (adotada pelo cod. Napoleônico) 
 Objetivação do direito comercial: O estado impõe critérios 
objetivos para disciplinar as relações 
o Terceira FASE 
 CC Italiano (Teoria da empresa) 
 Unificação formal do direito privado (civil + comercial mesmo 
código) 
 Teoria da empresa 
 Empresa como ATIVIDADE 
 
 Teoria dos atos de comércio: É um critério que busca delimitar o âmbito de 
incidência do direito comercial e o âmbito de incidência do direito civil, ou 
seja, quais atos são considerados de comercio ou não. Essa teoria define atos 
de comercio os assim definidos por lei. Cabe ao legislador elencar um rol de 
relações jurídicas consideradas atos de comércio. Foi a teoria adotada pelo 
código Napoleônico, que influenciou diversas legislações pelo mundo. 
 Teoria da empresa: Diante da evidente limitação da teoria dos atos de 
comércio em abarcar todos os atos de mercancia, dado dinamismo das 
relações sociais, a todo momento surgindo profissões e modalidades novas, 
tornando a lista elencada pelo legislador ultrapassada, surge a teoria da 
 
2 
empresa definindo o âmbito de atuação do direito comercial nos casos em 
que há empresarialidade, ou seja, incide sobre relações exercidas com 
empresarialdiade (termo relacionado a articulação dos fatores de produção: 
trabalho, tecnologia, capital, natureza). 
 
1.1.2 História do direito comercial no Brasil 
 
 1822 – 1850: Aplicação da legislação lusitana. Lei da boa razão (uso das leis das 
nações cristãs polidas e iluminadas.) Legislação esparsa sem sistematização. 
 1850: Código comercial Brasileiro. Código de inspiração napoleônica, adota a 
teoria dos atos de comércio para definir o âmbito de atuação das normas de 
direito comercial. O próprio código não definiu quais seriam os atos de 
comércio, pois essa função ficou a cargo do decreto 737/1850, o qual regulou 
também o processo comercial. 
 Surgimento de diversas leis esparsas. Lei dos armazéns reais, Lei de quebras. 
 Unificação processual do direito comercial. 
 Bipartição entre código civil 1916 e o código comercial 1850. 
 2002: Novo código CIVIL. Trazendo unificação FORMAL do direito privado, 
elencando em seu texto normas de direito empresarial. Adotou a teoria da 
empresa (influência do código civil Italiano). O direito comercial permanece 
autônomo! A unificação é meramente formal. 
1.2 Autonomia do direito empresarial 
 
 Autonomia Legislativa quanto à fonte: Ao contrário da idade média, onde as 
corporações de ofício legislavam, atualmente, o direito empresarial possui as 
mesmas fontes legislativas que as demais normas do ordenamento. (lei) 
 Autonomia formal: Regras específicas para legislar sobre direito civil e direito 
comercial. Leis esparsas sobre a matéria e resquícios do código comercial. 
 Autonomia didática: Separação do direito civil nas universidades desde 1927. 
 Autonomia científica: Método e conceitos próprios. 
1.3 Fontes do direito empresarial 
 
 
Fontes do direito empresarial 
CC 2002 - Regras pertinentes 
Legislação esparsa 
Código comercial ( relações marítimas) 
Usos e costumes (registro junta) 
 
3 
1.4 Princípios e características do direito empresarial 
 
1.4.1 Princípios do direito empresarial 
 Liberdade de iniciativa: Art 170, CF: “A ordem econômica, fundada na 
valorização do trabalho humano e na livre-iniciativa, tem por fim assegurar a 
todos a existência digna, conforme ditames da justiça social, observados os 
seguintes princípios”. Nas palavras de André Luis Santa Cruz “A ideia de que a 
livre iniciativa é algo antagônico a outros princípios ditos “sociais” é deveras 
equivocada. A história é pródiga em exemplos que demonstram que as 
sociedades mais livres e que defendem com mais veemência o princípio da livre 
iniciativa são mais desenvolvidas, social e economicamente, e ostentam menos 
desigualdade e mais qualidade de vida.” 
 Liberdade de concorrência 
 Proteção à propriedade privada. 
Art 170, CF: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano 
e na livre-iniciativa, tem por fim assegurar a todos a existência digna, conforme 
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
 
II – Propriedade privada” 
 
 Regime mais benéfico às micro empresas e empresas de pequeno porte 
 Segurança jurídica (Tutela da confiança) 
 Preservação da empresa. (da atividade empresarial e não do sujeito) 
1.4.2 Características do direito empresarial 
 Avesso às formalidades. 
 Voltado ao patrimônio mobiliário e a bens imateriais. 
 Cosmopolita: voltado à internacionalização 
 Voltado para as massas e não ao sujeito 
 
1.5 Regime jurídico da atividade e da atividade negocial 
 
1.5.1 Atividade 
 Conceito: Atividade é uma séria de atos de qualquer natureza imputáveis a um 
sujeito e destinados a um fim. 
o Atos: Voluntários ou involuntários 
o Qualquer natureza: Jurídicos ou não 
 
4 
o Imputáveis a um sujeito: Pessoa natural, jurídica, ente 
despersonalizado... 
o Destinados a fim. Bem estar, desenvolvimento... 
 
 Regime jurídico próprio das atividades 
o O Sujeito que explora deve ser capaz (juridicamente), legítimo (não 
impedido legalmente) e habilitado (exigências legais – diploma – 
inscrição ordem/conselho) 
o A pessoa natural exerce atividade quando pratica volume considerável 
de atos concentrados no tempo. 
o Para a pessoa jurídica a atividade está contida no seu objeto social 
(exploração do objeto social). 
o A atividade nunca é válida ou inválida e sim lícita (de acordo com a lei) 
ou ilícita. Situam-se no âmbito da validade os atos praticados dentro da 
atividade. 
 Licitude: Está além de seguir normas básicas, administrativas e 
tributárias. 
o Eficácia da atividade: (efeitos) Atribui ao sujeito determinado status e, 
por consequências, uma série de direitos e deveres, sujeitando-o a um 
regime específico. 
o Destinação da atividade: É destinada a pessoas incertas, como o 
público e o mercado. Atos isolados são destinados a pessoas específicas. 
o Responsabilidade civil: Em regra, responsabilidade civil objetiva 
(independe de dolo ou culpa). No âmbito dos atos isolados: 
Responsabilidade subjetiva ( necessidade de dolo ou culpa) – ( dano, 
nexo causal e ato ilícito). 
 
1.5.2 Atividades negociais 
 Abarca tanto a atividade empresária quanto a não empresária. O profissional 
liberal, por exemplo, não exerce atividade empresária, mas exercer atividade negocial. 
1.5.2.1 Atividades empresárias 
 Quem exerce atividade empresária é o empresário, podendo este ser pessoa 
física (empresário individual) ou pessoa jurídica (sociedade empresária). 
 Conceito de empresário no código civil de 2002: 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.5 
 
 Atividade econômica: Com intuito lucrativo. O empresário visa o lucro 
(onerosidade das relações empresariais) e, portanto, assume os riscos 
econômicos e técnicos de sua atividade. 
 De modo profissional: Faz dessa atividade sua profissão habitual, ou seja, de 
forma não esporádica. 
 Organizada: Articulação dos fatores de produção 
 Para produção ou circulação de bens ou serviços: Visa deixar claro que 
nenhuma atividade economia está excluída do âmbito de incidência do direito 
empresarial (salvo exceções previstas). 
1.5.2.2 Atividades não empresárias 
Art. 966, Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de 
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de 
empresa. 
 
 Profissionais liberais: Não são considerados empresários, não necessitando de 
registro na junta comercial. Todavia algumas profissões exigem registro nos 
respectivos órgãos regulamentadores (OAB; conselho federal de medicina...) 
 Sociedade simples (uniprofissionais). Objeto social é a exploração das 
respectivas profissões (ex.: uma sociedade formada por engenheiros, para 
prestar serviços de engenharia). 
o Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a 
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
o Se a atividade deixar de explorar unicamente as profissões e passar a 
constituir elemento de empresa (organização FP), será considerada 
empresária. 
 Sociedades de advogados. Configuram exceção ao artigo 966 do CC por 
determinação da lei 8906/94 nos seus artigos 15 a 17. Ainda que preencham 
Empresário Exerce atividade 
Econômica 
Organizada 
De modo profissional 
Para produção ou 
cirulção de 
Bens Ou 
Serviços 
 
6 
todos os requisitos do artigo 966 são consideradas atividades não empresárias. 
Alguns escritórios podem ser considerados empresa por decisão judicial. 
 
 Exercente de atividade econômica rural. Possui a faculdade de registrar-se na 
junta comercial. Se não o fizer, não será considerado empresário. Se registrar-
se será considerado empresário para todos efeitos legais. 
o Para o empresário, o registro é ato declaratório. Para o exercente de 
atividade econômica rural é ato constitutivo, pois constitui nova 
situação jurídica. 
 Empresário  Sujeito aos efeitos legais mesmo sem registro 
 Exercente atividade rural  Só está sujeito aos efeitos legais 
após registro. 
 Sociedades cooperativas. O caput do artigo 982 faz uso de um critério 
material para determinar uma sociedade é empresária ou não (objeto social  
exploração de atividade empresária  sociedade empresária  simples as 
demais). Já em seu parágrafo único, o artigo 982 usa um critério formal para 
criar duas exceções: “Independentemente de seu objeto, considera-se 
empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa” 
o Sociedade por ações  Sempre empresária 
o Sociedade cooperativa  Sempre simples 
 
1.6 Os quarto perfis da empresa 
 
Teoria desenvolvida por Alberto Asquini, atribuindo à empresa concepções distintas e 
reconhecendo-a, portanto, como um fenômeno poliédrico. 
A) Perfil subjetivo  A empresa como sujeito (empresário). PF ou PJ. 
B) Perfil funcional  Empresa como atividade empresária. “particular força em 
movimento que é a atividade empresarial dirigida a um determinado escopo 
produtivo” 
C) Perfil Objetivo  Empresa como estabelecimento empresarial 
D) Perfil Corporativo  Empresa como “comunidade laboral, uma instituição que 
reúne o empresário e seus auxiliares ou colaboradores”. “Núcleo organizado 
em função de um fim econômico comum.” (Concepção ultrapassada) 
 
 
 
 
7 
1.7 Empresa x Empresário x Estabelecimento empresarial 
 
 Empresário  (perfil subjetivo) É o sujeito que exerce a atividade econômica 
organizada 
 Estabelecimento empresarial  (perfil objetivo) Complexo de bens usados 
para exercício da atividade econômica organizada 
 Empresa  (perfil funcional) Própria ATIVIDADE econômica organizada. 
O empresário exerce a empresa por meio do estabelecimento empresarial. 
 
1.8 O empresário individual 
 
Empresário individual é a pessoa natural que exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços. Se não fizer 
de forma empresarial, com elementos do artigo 966, sobretudo, exercendo a 
organização dos fatores de produção, será considerado profissional liberal. 
 Empresário individual não tem patrimônio próprio e distinto da empresa. 
(como acontece nas sociedades). Não possui autonomia patrimonial. 
 Responsabilidade: É direta e ilimitada. Responde com todos seus bens pelas 
dívidas contraídas tanto na vida civil quanto no exercício da atividade 
empresarial. 
1.8 Impedimentos para o empresário individual 
 
O sujeito pode estar impedido de exercer a atividade empresarial por imposição legal 
ou em decorrência de incapacidade civil. 
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da 
capacidade civil e não forem legalmente impedidos. 
1.8.1 Impedimentos legais 
(exemplificativo) 
 Militares 
 Membros ministério público e magistrados 
 Servidores públicos federais 
 Condenados a certos crimes 
 
 
8 
1.8.2 Incapacidade 
 A regra é que o incapaz não pode exercer individualmente a atividade de 
empresa. 
o Exceção: 
 Por meio de representante ou assistido 
 Para continuar a empresa (o incapaz NÃO pode abrir uma 
empresa) 
 Incapacidade superveniente (o sujeito já era empresário 
individual e torna-se incapaz) 
 Sucessão causa mortis (adquire a titularidade por 
sucessão) 
 O magistrado observará a conveniência do caso (mediante 
jurisdição voluntária) 
 Se o assistente ou representante for impedido  Juiz 
nomeará um ou mais gerentes. 
 Se o juiz achar conveniente  Nomeará um ou mais 
gerentes. 
o Não exime o Rep. Ou Assit. Dos atos praticados 
pelos gerentes nomeados. 
 Os bens do incapaz (que tinha antes da autorização) não ficam sujeitos ao 
resultado da empresa, desde que não pertençam ao acervo desta. Esses bens, 
juridicamente protegidos, devem constar no alvará de autorização para 
exercício da atividade. 
 A vedação é para exercício individual de empresa. O incapaz pode ser sócio, 
pois sócio não é empresário, empresário é a sociedade. 
o Para ser sócio: o incapaz não pode exercer poderes de administração; o 
capital deve estar totalmente integralizado; deve ser representado ou 
assistido. 
1.8 O empresário individual casado 
 
 Apenas ao empresário individual. Sociedade não casa. 
 Alienar ou agravar em ônus real  imóveis  Pode, sem necessidade de 
outorga conjugal  Em qualquer regime de bens. 
o Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges 
pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação 
absoluta: II - prestar fiança ou aval; 
Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público 
de Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título 
 
9 
de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou 
inalienabilidade. 
 
Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário 
e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e 
averbados no Registro Público de Empresas Mercantis. 
1.9 Registro do empresário 
 
 Obrigação imposta tanto ao empresário individua quanto à sociedadeempresária. 
 Inscrição na junta comercial ANTES de iniciar as atividades. 
o Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de 
Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua 
atividade. 
 Não é requisito para caracterização do empresário, isto é, para que seja 
considerado como tal e por consequência sujeição às imposições legais. (com 
exceção do exercente de atividade econômica rural) 
 O empresário irregular (não inscrito) está sujeito às normas do código civil e da 
legislação comercial, salvo naquilo que forem incompatíveis com a sua 
condição ou diante de expressa disposição em contrário (Enunciado 198 do CFJ) 
 Elementos necessários no registro (Art 968) 
 Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito 
à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá 
também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. 
o Filial  Sob direção de outra, matriz. Personalidade jurídica e 
patrimônio próprio; Autonomia diante da lei e do público. 
o Agência  Prestadora de serviços intermediária 
o Sucursal  Ponto de negócio acessório. 
 O registro é feito na junta comercial. A junta comercial faz o registro no 
“Registro público de empresas mercantis”. 
 
 Não realizando registro: 
 
 Explora atividade de forma irregular 
 Não pode requerer recuperação judicial 
 Pode falir 
 Não pode requerer falência de um devedor 
 Não pode autenticar livros na junta comercial 
 Não tem proteção ao nome empresarial. 
 Não consegue CNPJ na receita federal 
 Não pode participar de licitações 
 
10 
 Não consegue abrir conta no banco como empresário 
 
1.10 Escrituração do empresário 
 
É obrigação de todo empresário instituir “um sistema de contabilidade, mecanizado 
ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a 
documentação respectiva, e a levantar anualmente: 
 o balanço patrimonial e o 
 de resultado econômico.” 
 Único livro obrigatório: Diário 
o Pode ser substituído por: Fichas ou livro “balancetes diários e 
balanços” 
 Livros e fichas devem ser, antes de postos meu uso, autenticados na JC. (O 
empresário deve estar registrado) 
1.11 Estabelecimento empresarial 
 
Barreto Filho: “É o complexo de bens, materiais e imateriais, que constituem o 
instrumento utilizado pelo comerciante, para exploração de determinada atividade 
mercantil” 
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para 
exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. 
 O local onde o empresário exerce sua atividade empresarial é apenas um dos 
elementos do estabelecimento empresarial. 
 Estabelecimento empresarial não é sinônimo de patrimônio do empresário. 
Este pode ou não compor aquele. O patrimônio fará parte do estabelecimento 
se guardar um liame com o exercício da atividade fim do empresário. 
 Dois elementos do estabelecimento empresarial: Complexo de bens 
(corpóreos, incorpóreos); Organização. 
1.11.1 Natureza jurídica do estabelecimento empresarial 
 Teoria Atomista (Ascarelli)  Não há um complexo uno com um regime jurídico 
uno. Cada bem possui um regime de circulação própria e individualizada; 
 Teorias universalistas: Estabelecimento é uma universalidade de fato ou de 
direito: 
 
11 
o Universalidade  Conjunto de elementos que, quando reunidos, 
podem ser concebidos como coisa unitária, algo novo e distinto que não 
representa mera junção dos elementos componentes. 
 De fato: A reunião dos bens é determinada por um ato de 
vontade 
 De direito: A reunião dos bens é determinada por lei. 
 A doutrina considera o estabelecimento empresarial como uma universalidade 
de FATO. 
 
1.11.2 A sucessão empresarial 
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios 
jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. 
 O estabelecimento pode ser negociado como um todo, através do contrato de 
TRESPASSE. 
 Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou 
arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros 
depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade 
empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na 
imprensa oficial. 
o O contrato de trespasse deve ser registrado e publicado 
 O alienante deve ter bens suficientes para solver suas dívidas ou necessita do 
consentimento de todos os seus credores (Art 1145), sob pena de ineficácia da 
alienação. 
o O trespasse irregular pode decretar a falência do empresário 
 O adquirente: Responsabiliza-se pelo pagamento de débitos anteriores 
(regularmente contabilizados). 
o Devedor primitivo (antigo dono do estabelecimento)  é devedor 
solidário por 1 ano: 
 Débitos vencidos  a partir da publicação do contrato 
 Débitos não vencidos  a partir do dia do vencimento. 
 
 Esses débitos são referentes às dívidas negociais do empresário. Não dizem 
respeito às dívidas tributárias e trabalhistas. 
Enunciado 233 da III JDC: A sistemática do contrato de trespasse delineada pelo CC, 
especialmente seus , aplica-se quando o conjunto de efeitos obrigacionais somente
 
12 
bens transferidos importar a transmissão da funcionalidade do estabelecimento 
empresarial. 
Enunciado 59, II JDC: “A mera instalação de um novo estabelecimento, em lugar antes 
ocupado por outro, ainda que no mesmo ramo de atividade, não implica 
responsabilidade por sucessão prevista no art. 1.146 do CCB.” 
 É necessário contrato de Traspasse para gerar responsabilidade ao adquirente. 
 
 Clausula de Não concorrência: Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o 
alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos 
cinco anos subseqüentes à transferência. 
o Extensão do princípio da boa-fé objetiva a momento posterior ao 
contrato de trespasse. 
o Enunciado 489 do CFJ: “ A ampliação do prazo de 5 anos de proibição de 
concorrência pelo alienante ao adquirente do estabelecimento, ainda 
que convencionada no exercício da autonomia da vontade, pode ser 
revisada judicialmente, se abusiva”. 
 Aviamento: É a aptidão que um determinado estabelecimento possui para 
gerar lucros ao exercente da empresa. Ex.: Microsoft. Faturava apenas 15 
bilhões de dólares anualmente, mas foi avaliada em 507,5 bilhões de dólares 
(valor de mercado). (o aviamento atribui valor ao estabelecimento) 
 Clientela: (freguesia) É o conjunto de pessoas que mantém com o empresário 
ou sociedade empresária relações jurídicas constantes. Não é elemento do 
estabelecimento. É apenas uma qualidade ou atributo deste. Logo, a clientela 
não é transferível. 
 
1.12 Nome empresarial 
 
É a expressão que identifica o empresário nas relações jurídicas que formaliza em 
decorrência do exercício da atividade empresária. 1º caput IN/DNRC 104/07  “Nome 
empresarial é aquele sob o qual o empresário e a sociedade empresária exercem 
suas atividades e se obrigam nos atos a elas pertinentes.” 
 É um direito personalíssimo 
Não confundir nome empresarial com: 
 Nome fantasia: Título de estabelecimento (semelhante a um apelido) 
 Marca: Identifica marcas e serviços do empresário 
 Nome de domínio: Endereço eletrônico 
 Sinais de propaganda: Função de chamar atenção dos consumidores 
 
13 
Enunciado 7 da I JDC  O nome de domínio integra o estabelecimento empresarial 
como bem incorpóreo para todos efeitos de direito. 
1.12.1 Firma x Denominação 
 FIRMA: 
 Pode ser individual ou social 
 Individual: Formada pelo nome do próprioempresário 
 Social: Formada pelo nome de um ou mais sócios. 
 É facultativo: adicionar expressão que designe de forma mais precisa a pessoa 
do empresário ou ramo de sua atividade. 
 Serve de assinatura 
 
 DENOMINAÇÃO: 
 Só pode ser social 
 Formada por qualquer expressão linguística 
 Deve indicar o objeto da empresa 
 Pode indicar o nome civil ou qualquer outra expressão 
 Não serve de assinatura 
1.12.2 O nome empresarial das sociedades 
Sociedade F OU D Exemplo 
Limitada 
F Rogério e Paulo transportes limitada/ LTDA 
D Cargas e transportes limitada/LTDA 
Comandita por ações 
F Carlinhos roupas comandita por ações 
D Roupas ultrasurf comandita por ações 
Empresário individual F Ricardo Santos ou R.Santos / R. santos lanches 
Em nome coletivo F Márcia & cia sapatos (sócios de resp. ilimitada) 
Anônima D 
Cobertores Uruguai S/A ou Companhia de 
cobertores Uruaguai 
 
Limitada  limitada (LTDA) 
Comandita por ações  Comandita por ações 
Sociedades de resp. ilimitada (ex.: Em nome coletivo) companhia (CIA) 
Anônima  Sociedade anônima (S/A) ou companhia (CIA) 
 Microempresa  ME ; Empresa de Pequeno porte (EPP) 
 Três princípios norteiam a formação do nome empresarial: A veracidade (como 
exemplo, art 1158, § 3º, CC  A omissão da palavra “limitada” determina a 
responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a 
obrigatório 
 
14 
firma ou a denominação da sociedade; A novidade (proibição de registrar nome 
empresarial muito parecido ou já registrado – restrita ao território do estado da junta 
comercial); A unicidade (Cada empresário deve possuir apenas um nome) 
1.13 Microempresa e empresas de pequeno porte 
 
 Podem enquadrasse como MP ou EPP: 
o Empresário individual 
o Sociedades empresárias 
o Sociedades simples 
o Eireli 
 Devem estar regularizadas 
 Limite receita bruta: 
o ME  360.000 reais/ano 
o EPP  entre 360.000 e 3.600.000 reais/ano 
o Microempreendedor individual  36.000 reais/ano 
 MEI: 
o Pessoa natural 
o Único empregado  salário mínio ou piso 
o Único estabelecimento 
o Não pode ser sócio administrador outra sociedade 
 
2. DIREITO SOCIETÁRIO 
 
2.1 O que é o direito societário? 
Para a doutrina Alemã é o direito da cooperação privada. É o fenômeno da 
cooperação entre duas ou mais pessoas para a exploração, em conjunto, de uma 
determinada atividade e o atingimento de um fim. Ainda para essa doutrina, o 
fenômeno associativo é a criação de uma entidade de direito privado para o alcance de 
um fim. Esse conceito não abarca todos os fenômenos societários, como a sociedade 
unipessoal, por exemplo. É importante diferenciar a associação lato sensu – gênero - 
de suas espécies: associação estrito sensu e sociedade. 
 
 
Associação lato sensu 
Associação estrito sensu 
Sociedades 
 
15 
2.2 Princípios do direito societário 
2.2.1 Princípios estruturantes 
São princípios estruturantes do direito societário: A) O ordenamento das sociedades; 
B) Ordenamento patrimonial; C) Ordenamento da atividade (empresa) 
2.2.2 Princípios Valorativos 
São princípios valorativos do direito societário a proteção aos direitos individuais do 
sócio, das minorias, dos investidores, dos credores, e aos interesses dos trabalhadores. 
 2.3 Distinções básicas 
2.3.1 Sociedade x Comunhão (copropriedade) 
Na sociedade o foco está no fim comum e na comunhão no bem jurídico. Naquela o 
bem está em função da atividade e nesta a atividade em função do bem (Ferri) 
Ex.: (Comunhão) Um apartamento recebido de herança por três irmãos. Estes 
resolvem aluga-lo, dividindo o aluguel em ¹/3 para cada um. Nesse caso, tudo gira em 
torno do bem (casa), ela é elemento principal da reunião de esforços e não a atividade. 
Ex.: (Sociedade) Três irmãos recebem um imóvel de herança e resolvem transformá-lo 
em um minimercado, onde cada um dos irmãos será sócio e responsável por um setor. 
O imóvel não é o centro das relações, mas está em função da atividade. 
A comunhão é uma relação de direito real. A comunhão pode ter origem em um 
contrato ou em um fato/ato não contratual. Cabe ressaltar que na sociedades 
personificadas impera em regra o princípio da autonomia patrimonial, onde o ente 
criado possui patrimônio próprio e distinto do dos sócios. 
2.3.2 Associação estrito sensu x Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Associação 
 Atividade não empresária 
 Finalidade não econômica 
 Pode explorar atividade econômica 
 Não divide lucro entre associados 
 
 Sociedade 
 Atividade empresária 
 Finalidade econômica 
 Divide lucro entre sócios (de modo 
direto ou indireto) 
 
 
16 
2.3.3 Associação estrito sensu x Fundação 
Ao contrário da associação e da sociedade, a fundação não é um fenômeno 
associativo, pois não tem sócios nem associados. É um complexo patrimonial 
destinado a um fim. 
2.3.4 Sociedade x Empresa 
Enquanto a sociedade é sujeito, a empresa é objeto. A empresa é exercida pela 
sociedade. 
2.3.5 Sociedade Simples x Sociedade empresária 
O Empresário pode ser pessoa física (individual) ou pessoa jurídica (sociedade 
empresária). Logo, o membro de uma sociedade simples não é empresário. Ambas as 
sociedades, simples e empresária, exercem atividade econômica, porém nem toda 
atividade econômica configura atividade empresarial. As sociedades simples exercem 
atividade econômica não empresarial, ou seja, carecem do elemento de empresa. Já 
as sociedades empresárias exercem profissionalmente atividade econômica 
organizada para produção ou circulação de bens ou serviços. Um exemplo de 
sociedade simples é a sociedade unipessoal, formada por profissionais intelectuais 
cujo objeto social é a exploração da respectiva exploração da profissão intelectual de 
seus sócios, enquanto não o fizerem com empresarialidade (elemento de empresa – 
organização dos fatores de produção) 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem 
por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art.967); 
e, simples, as demais. 
2.4 NATUREZA JURÍDICA DO ATO CONSTITUTIVO E DA RELAÇÃO SÓCIO X SOCIEDADE 
2.4.1 Teorias anticontratualistas 
Não buscam no contrato a resposta para a natureza do ato constitutivo da sociedade. 
 Teoria do Ato coletivo: Há diversas partes cujas manifestações de vontade 
convergem para um determinado sentido, formando uma vontade unitária. A 
vontade das partes mantém-se paralelas, nunca se cruzam. 
 
 
 
 
Sócio A 
Sócio B 
Sócio C 
Ato 
constitutivo - 
UNILATERAL 
 
17 
 NO ATO COLETIVO as particularidades (elementos componentes) de cada 
vontade são visíveis no ato final. É negócio jurídico unilateral, pois representa a 
formação de uma única vontade, já que não há divergências. 
 
 Teoria do Ato complexo: Assim como na teoria do ato coletivo: Há diversas 
partes cujas manifestações de vontade convergem para um determinado 
sentido, formando uma vontade unitária. A vontade das partes mantém-se 
paralelas, nunca se cruzam. A grande particularidade em relação à teoria 
mencionada é que nesta o ato unilateral constitutivo dissolve todas as 
vontades, formando uma única vontade. Essa vontade única é fruto da decisão 
da maioria dos sócios. 
 
 
 
 
 
 
Os elementos componentes não são visíveis 
 
 Críticas às teorias do ato complexo e do ato coletivo: Nem sempre, no ato 
constitutivo, há completa convergência de vontades. As relações entre os 
sócios se cruzam, como por exemplo, na existência de deveres recíprocos entre 
os sócios. Nem todos sócios possuem os mesmos fins, enão raro defendem 
seus próprios interesses. 
 
 Teoria da fundação ou ato corporativo: Todas as manifestações de vontade 
dos sócios seriam antecipação de uma única vontade – a declaração do ato 
constitutivo. As declarações dos sócios não possuem validade se consideradas 
isoladamente. Ao manifestarem suas vontades, os sócios já estariam 
constituindo a pessoa jurídica. O ato de vontade possui natureza unilateral. 
 
o Críticas: 
 Pessoa jurídica e sociedade NÃO se confundem. Existem 
sociedades que não são pessoas jurídicas; 
 Não se pode conceber a vontade antecipada do ente, no próprio 
ato que o cria. 
 
 Teoria da instituição: Segundo M. Hauriou as sociedades são “uma 
organização social, estável em relação à ordem geral das coisas, cuja 
permanência é assegurada por um equilíbrio de forças ou por uma separação 
Sócio A 
Sócio B 
Sócio C 
Ato 
constitutivo - 
UNILATERAL 
 
18 
de poderes, e que constitui, por si mesma, estado de direito.” Essa teoria 
reduz a importância da vontade dos sócios, considerando que estes apenas 
aderem ao modelo de sociedade pré-estabelecido e aceitam tal disciplina; 
o Exemplo: Lei 6.404/76, Art 116, parágrafo único: o acionista controlador 
deve usar o poder com o fim de fazer a companhia realizar o seu 
objeto e cumprir sua função social, e tem deveres e responsabilidades 
para com os demais acionista da empresa que nela trabalham e para 
com a comunidade em que atua, cujos direitos e interesses deve 
lealmente respeitar e atender. Percebe-se que o sócio deve fazer 
esforções para consecução dos fins da sociedade e adequar-se (aderir) 
aos direitos e interesses já estabelecidos, atendendo-os e respeitando-
os. 
 
o Crítica: 
 Há situações em que o modelo pré-estabelecido é moldado pela 
vontade dos sócios. (não apenas aderem, como modificam) 
 
2.4.1 Teorias Contratualistas 
Buscam explicar o fenômeno societário com base no contrato. Parte do pressuposto 
que em todas as teorias anticontratualistas realiza-se um contrato como ato 
constitutivo. Porém não há possibilidade de explicar o fenômeno societário com sob a 
ótica de um contrato bilateral. Ao contrário dos atos constitutivos das sociedades, nos 
contratos bilaterais, as vontades não são convergentes, a exemplo do contrato de 
compra e venda, onde uma das partes quer comprar e a outra quer vender. Outra 
diferença consiste na qualidade do chamado “sinalagma” atribuído aos contratos 
bilaterais, posto que deve haver equivalência nas prestações. Diante disso, Túlio 
Ascarelli desenvolve a teoria do contrato plurilateral, a fim de explicar a natureza do 
ato constitutivo das sociedades. 
2.4.1.1 Características do contrato plurilateral 
 Possibilidade de participação de mais de duas pessoas. 
 Fim comum. As partes apontam recursos para dentro do “circulo” para o 
desenvolvimento de uma finalidade comum para auferir e posteriormente distribuir 
resultados. 
Direitos e deveres recíprocos entre as partes. Se um dos sócios não cumprir com 
seus deveres, afetará, por exemplo, o lucro dos outros sócios. 
Função instrumental: O contrato não é um fim em si mesmo. Sua função não 
termina com o cumprimento das obrigações pelas partes. Em um contrato de compra 
 
19 
e venda, por exemplo, a partir do momento que o devedor paga pelo bem, e o credo 
entrega-o, encerra-se o contrato e seus efeitos nesse mesmo ato (pagamento-
entrega). Já nos contratos plurilaterais, Significa que o contrato é um instrumento para 
o atingimento das finalidades, pois gera continuidade nos deveres de cada sócio. 
Subsistência ante a vícios: Se um sócio aderiu ao contrato sob coação, apenas a 
manifestação de vontade desse sócio será anulada e não o contrato como um todo 
(como aconteceria em um contrato plurateral). Se um sócio aderiu a sociedade sem 
um representante ou assistente, é nula sua adesão, não o contrato. Contudo, se a 
manifestação de vontade desse sócio for indispensável à manutenção das atividades 
da sociedade, pode ocorrer a dissolução desta, como exemplo: Uma sociedade que 
explora uma jazida tem a manifestação de vontade de um de seus sócios anulada. 
Porém é esse sócio que contém autorização para pratica das atividades, tornando-as 
inviáveis. 
Aberto a novas adesões. Não existe limite de adesões ao contrato plurilateral. 
Ainda que tenha apenas duas partes, é um contrato plurilateral, aberto a novas 
adesões. Os contratos bilaterais serão sempre de duas partes. 
Inaplicabilidade da exceção do contrato não cumprido. Exceção é entendida como 
defesa, apontar um argumento contra. Um sócio não pode deixar de cumprir com seus 
deveres, alegando que outro sócio também não o fez. O inadimplemento de um dos 
sócios não justifica o de outros. 
 Duração não instantânea. Podem ser de prazo indeterminado ou até mesmo 
determinado, mas não instantâneos. A duração pode ser certa (com data definida) ou 
incerta (após a realização de determinado fim). 
 As deliberações ocorrem, em regra, por decisão de uma maioria. (Princípio 
majoritário). Já nos contratos em geral, não pode ocorrer alterações sem o 
consentimento de todas as partes.

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