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Métodos de Avaliação e Controle da Composição Corporal por Meio de Exercícios Resistidos e Aeróbiosde Avaliao e Controle da Composio Corporal por M

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
Faculdade de Ciências 
Departamento de Educação Física 
 
 
 
 
 
 
 
 
Métodos de Avaliação e Controle da 
Composição Corporal por Meio de Exercícios 
Resistidos e Aeróbios 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bruno César Miqueleto 
 
 
 
 
 
 
Bauru 
2006 
 
i 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
Faculdade de Ciências 
Departamento de Educação Física 
 
 
 
 
 
 
Métodos de Avaliação e Controle da Composição 
Corporal por Meio de Exercícios Resistidos e 
Aeróbios 
 
 
 
 
Bruno César Miqueleto 
Orientador: Profº. Ms. Dalton Müller Pessôa Filho 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Departamento de 
Educação Física da Faculdade de Ciências da 
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita 
Filho”, campus de Bauru como requisito para a 
obtenção do título de Licenciado em Educação 
Física. 
 
 
 
 
Bauru 
2006 
ii 
 
 
RESUMO 
 
Este estudo teve por objetivo revisar as principais técnicas de avaliação da 
composição corporal, considerando seus preceitos teóricos e seus potenciais de 
estimação dos parâmetros a serem avaliados. No desenvolvimento do estudo, fez-se 
uma explanação dos métodos de treinamento resistido e aeróbio, verificando suas 
influências sobre as alterações na composição corporal. Diferentes protocolos de 
avaliação da composição corporal foram agrupados, resultando na compreensão de 
que o método ideal deve ser de fácil utilização, não ser incômodo ao avaliado e seus 
resultados devem ser fidedignos. Os métodos mais utilizados na coleta de dados 
relacionados ao estudo da composição corporal são a pesagem hidrostática, as 
pregas cutâneas, a bioimpedância elétrica e as medidas das circunferências 
corporais; São utilizados também alguns índices corporais externos como o índice 
de massa corporal (IMC), relação cintura-quadril (RCQ), e somatotipo. As alterações 
na composição corporal influenciada pelo treinamento de força, em geral, não 
mantêm o peso corporal total, devido ao aumento da massa isenta de gordura e 
diminuição da massa gorda. No treinamento aeróbio, é característico a perda de 
peso corporal total, devido à diminuição da massa gorda e preservação, ou 
diminuição, da massa magra. 
 
Palavras-chaves: composição corporal, protocolos de avaliação, exercício aeróbio e 
exercício resistido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iii 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................1 
2 OBJETIVO ..........................................................................................3 
3 METODOLOGIA ................................................................................4 
4 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL ..........................5 
4.1 Histórico dos procedimentos de avaliação .....................................5 
4.2 Padrões de referência da composição 
corporal de homens e mulheres.............................................................7 
4.3 Tecido gorduroso essencial e 
de reserva. ...............................................................................................9 
4.4 Protocolos da avaliação da 
composição corporal ..............................................................................10 
4.4.1 Avaliação direta ...................................................................................10 
4.4.2 Avaliação indireta.................................................................................10 
4.4.2.1 Pesagem hidrostática.........................................................................10 
4.4.2.2 Mensuração das pregas cutâneas .......................................................13 
4.4.2.2.1 Emprego das pregas cutâneas na 
determinação da composição corporal ..........................................................14 
4.4.2.3 Análise da Bioimpedância elétrica .......................................................17 
4.4.2.4 Medida das circunferências corporais..................................................19 
4.4.2.4.1 Aplicação das circunferências..........................................................20 
4.5 Peso corporal Ideal e obesidade ......................................................21 
4.5.1 Doenças causadas por alterações do 
peso corporal ..............................................................................................22 
5 ÍNDICES CORPORAIS EXTERNOS DA 
 COMPOSIÇÃO CORPORAL.............................................................24 
5.1 Índice de massa corpórea (IMC).......................................................24 
5.2 Relação cintura-quadril.....................................................................25 
5.3 Somatotipo.........................................................................................28 
6 INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE 
FÍSICA SOBRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL ............................31 
6.1 Influência do treinamento de força na 
alteração da composição corporal.........................................................31 
6.1.1 Aumento da força causada por modificações 
fisiológicas .................................................................................................34 
6.1.1.1 Tipos de fibras musculares.................................................................35 
6.1.2 Fatores estruturais influentes sobre o 
desenvolvimento da força.............................................................................36 
6.1.3 Volume do treinamento.........................................................................36 
6.1.4 Intensidade do treinamento ...................................................................37 
iv 
 
 
6.1.5 Métodos para o treinamento de força .....................................................39 
6.2 Alterações na composição corporal pelo 
treino aeróbio ..........................................................................................41 
6.2.1 Composição corporal em diferentes esportes .........................................44 
6.2.2 Alterações fisiológicas e teciduais induzidas 
pelo treinamento aeróbio ..............................................................................45 
6.2.3 Estrutura geral do treinamento aeróbio ..................................................46 
7 CONCLUSÃO.....................................................................................48 
8 REFERÊNCIAS..................................................................................50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A constituição, a composição e o tamanho corporal são fundamentais para o 
sucesso em quase todas as empreitadas atléticas e em grande parte são 
predeterminados pelos genes herdados dos pais, mas a composição corporal pode 
ser alterada substancialmente pelos hábitos cotidianos, como sedentarismo, dieta e 
tipo de exercício (WILMORE e COSTILL, 2001). 
Os trabalhos pioneiros de Behnke (1942) e Brozek (1953) apoud Clarys, 
Martin e Drinkwater (1984), obtiveram dois grandes resultados, os quais são válidos 
até hoje, sendo o estabelecimento da pesagem hidrostática como método critério 
para os outros métodos indiretos através da determinação da densidade corporal e a 
aceitação do modelo de dois componentes (peso gordo e peso magro) como base 
para estudos da composição corporal. A partir daí, vários métodos de análise da 
composição corporal foram desenvolvidos a fim de facilitar o diagnóstico da gordura 
corporal subcutânea. 
Sabe-se que a atividade física provoca diversos benefícios à saúde, como a 
melhora da força, melhora da resistência física, cardiorespiratória. A obesidade pode 
causar doenças do tipo arterial coronariana,hipertensão, e outras, tornando a 
atividade física sistematizada um importante fator na manutenção do bem estar 
(HEYWARD e STOLARCZYK, 2000). 
 A avaliação da Composição corporal para o atleta é de grande importância, 
como exemplo, valores acima ou abaixo da média de gordura corporal representam 
uma diminuição do rendimento. As adaptações influenciadas pela atividade física 
são exemplificadas pelos atletas de elite que apresentam valores extremos da 
composição corporal, diferindo de acordo com cada modalidade. Os atletas de 
modalidades que exigem a movimentação do próprio corpo (corredores de longa 
distância) em geral têm índices baixos de percentual de gordura, ocorrendo o 
contrário com atletas que não necessitam transportar o peso do próprio corpo 
(levantadores de peso) (PARIZKOVÁ, 1982). 
Queiroga (2005) adverte para os cuidados a serem tomados quando é feita a 
estimativa da composição corporal por métodos indiretos. Deve-se ter cautela desde 
o início da mensuração, devendo ser feita por pessoas com experiência, até a 
2 
 
 
escolha da equação a ser utilizada, pois estas são específicas para a população que 
foram validadas. 
O treinamento resistido provoca alteração na composição corporal, pois 
mecanismos anabólicos entram em ação para promover adaptações morfológicas a 
fim de superar a sobrecarga imposta pelo treinamento (MCARDLE et al., 2001). 
O treinamento resistido além de seus benefícios na força, aumento do 
metabolismo basal, e outros, provoca redução de massa gorda e manutenção da 
massa magra, concluindo que esse tipo de atividade física afeta a composição 
corporal e é favorável na perda de peso através da redução de gordura (DIPIETRO 
1999), sendo benéfico para a saúde com redução de dislipidemias provocadas pelo 
excesso de gordura corporal, principalmente abdominal (HERMSDORFF e 
MONTEIRO, 2004). 
O treinamento aeróbio tem grandes benefícios à saúde, como a melhora do 
condicionamento físico geral, da capacidade cardiovascular, dentre outros 
(MCARDLE et al, 2001) e com relação à composição corporal, é característica deste 
tipo de treinamento a perda de peso corporal total, devido à diminuição da massa 
gorda e preservação, ou diminuição, da massa magra (HANNA, et al 2005). O 
objetivo do presente estudo é agrupar os principais métodos de avaliação da 
composição corporal e verificar a influência do treinamento resistido e do aeróbio na 
alteração dos compartimentos corporais (massa magra e massa gorda). 
3 
 
 
2 OBJETIVO 
 
Análise de diferentes métodos de avaliação da composição corporal e 
agrupamento dos protocolos de maior validade para aplicação em condições de 
campo, visando fornecer subsídios para a atuação do profissional de educação física 
na área da saúde, a partir do controle do peso corporal, pelos exercícios aeróbio e 
resistido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
3 METODOLOGIA 
 
O estudo é de natureza exploratória, visando a aquisição de dados por meio 
de pesquisa bibliográfica em veículos de divulgação do conhecimento científico 
como livros didáticos, periódicos, anais de congressos, fontes eletrônicas de 
divulgação do conhecimento empírico e jornais específicos da área da saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
4 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL 
 
4.1 Histórico dos procedimentos de avaliação da composição 
corporal 
 
De acordo com McArdle et al (2001), uma avaliação da composição corporal 
tem o objetivo de quantificar os diferentes compartimentos corporais, em uma 
divisão que varia, segundo as diferentes abordagens, em dois, três ou mais 
compartimentos, que somados correspondem ao peso corporal total do indivíduo. 
Segundo Queiroga (2005) citando Wang, Piersone Heymsfield (1992) diz que 
a divisão pode ser feita de acordo com cinco modelos; modelo atômico, molecular, 
celular, sistemas/tecidos e corpo inteiro. 
Para Heyward (1996) existe o modelo de divisão em dois compartimentos 
(lipídeos e massa corporal magra), o modelo químico em quatro compartimentos 
(lipídios, água, proteínas e minerais), o modelo de fluidos metabólicos em cinco 
compartimentos (fluido extracelular, fluido intracelular, sólido intracelular e sólido 
extracelular) e o modelo anatômico com quatro compartimentos (tecido adiposo, 
músculo esquelético, outros tecidos e ossos). 
Em 1921, Matiega, citado por McArdle et al (2001), formulou um sistema 
baseado em quatro componentes, sendo o esqueleto, a pele mais tecido 
subcutâneo, o músculo esquelético e o restante. 
As críticas às tabelas que correlacionam altura e peso foram estabelecidas 
por estas não representarem uma forma confiável de avaliação da gordura corporal, 
uma vez que poderiam classificar com excesso de peso indivíduos com grande 
quantidade de massa muscular e de baixa estatura. No início da década de 40 foram 
relatados os primeiros indícios de erros na utilização das tabelas de altura e peso, 
onde 25 jogadores de futebol americano foram analisados e 17 deles foram 
considerados inaptos por possuírem uma quantidade elevada de gordura corporal. 
Após uma avaliação mais apurada da composição corporal desses atletas percebeu-
se o equívoco, sendo que o suposto elevado nível de gordura corporal, na realidade 
era representado por massa muscular (MCARDLE et al, 2001; WILMORE e 
COSTILL, 2001). 
6 
 
 
Na tentativa de superação desta problemática, investigações foram 
conduzidas para a busca de procedimentos de avaliação da composição corporal 
com maior validade em suas medidas (MCARDLE et al, 2001; WILMORE e 
COSTILL, 2001). 
 O Índice de Massa Corporal (IMC) é um exemplo desta tentativa de busca por 
novos procedimentos de avaliação da composição corporal, pois preconiza que a 
relação entre o peso e a estatura corporal pode ser representativa do excesso de 
peso por uma elevada quantidade de massa gorda. Desde sua formulação, por volta 
de 1830 e 1850 pelo matemático belga Adolphe Quetelet até os dias atuais, é 
empregado em avaliações clínicas para monitoramento das variações do peso 
corporal com e sem finalidades científicas. 
 O problema relacionado ao I.M.C. é semelhante ao relatado para as tabelas 
de altura e peso, onde um valor alto de I.M.C. nem sempre representa um elevado 
peso corporal constituído por excesso de gordura, podendo este peso corporal ser 
representado por um elevado conteúdo de massa muscular, massa óssea ou 
diferentes tecidos isentos de gordura (QUEIROGA, 2005 ; McARDLE et al, 2001). 
 Para a avaliação da composição corporal existem os métodos diretos e 
indiretos, sendo que no Brasil existem os métodos duplamente indiretos. O método 
direto consiste na dissecação de cadáveres; os métodos indiretos são os de 
pesagem hidrostática, ressonância magnética e absortometria radiológica de dupla 
energia (DEXA); e os duplamente indiretos que se baseiam em um método de 
referência indireto, como são as técnicas de avaliação da composição corporal por 
dobras cutâneas, circunferências e diâmetros corporais e bioimpedância elétrica, 
que são, coletivamente, conhecidos como métodos de campo, pois são de utilização 
prática em diferentes circunstâncias e ambientes e de custo operacional mais 
acessível (QUEIROGA, 2005). 
7 
 
 
 
4.2 Padrões de referência da composição corporal de homens e 
mulheres. 
 
 O homem e a mulher de referência possuem uma média feita por estudos 
antropométricos em larga escala, sendo assim, não representam um padrão ideal e 
sim uma forma de comparação estatística entre diferentes grupos ou indivíduos 
McArdle et al (2001). As Figuras 1 e 2 ilustram, respectivamente, as características 
da composição corporal de homens e mulheres: 
 
2,1 (3%)
8,4 (12%)10,5 (15%)10,4 (14,9%)31,3 (44,7%)
61,7 (88,1%)
70
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Peso corporal Peso Corporal Magro Músculo Osso Gordura Corporal
Total
Gordura de
Armazenamento
Gordura Essencial
Co
m
po
n
en
te
 
do
 
pe
so
 
co
rp
or
al
,
 
Kg
 
Figura 1: Características da composição corporal de homens. Para Benke (1974) a referência é um 
homem entre 20 a 24 anos e com 1,74m de estatura. 
 
 
Altura: 163,8 cm
56,7
6,8 (12%)8,5 (15%)
15,3 (27%)
6,8 (12%)
20,4 (36%)
48,2 (85%)
0
10
20
30
40
50
60
Peso corporal Peso Corporal Magro Músculo Osso Gordura Corporal Total Gordura de
Armazenamento
Gordura Essencial
Co
m
po
n
e
n
te
 
do
 
pe
so
 
co
rp
o
ra
l, 
Kg
 
Figura 2: Características da composição corporal de mulheres. Para Benke (1974) a referência é 
uma mulher entre 20 a 24 anos e aproximadamente 1,64m de estatura. 
 
8 
 
 
O homem de referência de Behnke (1974) possui maior estatura e pesa mais, 
seu esqueleto pesa mais e possui maior massa muscular e menor percentual de 
gordura que o da mulher de referência, citado por (MCARDLE et al, 2001). 
Para Wilmore e Costill (2001) embora o padrão proposto por Behnke(1974) 
seja o mais correto, não existe um método para diferenciar a gordura de reserva da 
gordura essencial, portanto foi adotado pela maioria dos cientistas o modelo de dois 
compartimentos (massa gorda e massa isenta de gordura). 
 
9 
 
 
 
4.3 Tecido gorduroso essencial e de reserva. 
 
 McArdle et al (2001) concorda que a gordura essencial é a gordura que é 
necessária para o perfeito funcionamento do organismo. Ela está acumulada na 
medula dos ossos, no coração, pulmões fígado, baço, rins, intestinos, músculos e 
tecidos ricos em lipídeos no sistema nervoso central. Nas mulheres, dentro da 
gordura essencial existe a sexo específica, que se acumula principalmente nas 
mamas e região do quadril e das coxas. Para o homem e mulher de referência de 
Behnke (1974), a gordura essencial representa 3% do peso corporal para homens e 
12% para mulheres. 
 A gordura de reserva é a gordura acumulada no tecido adiposo, 
representando uma média de 15% do peso corporal das mulheres e 12 % para os 
homens, (MCARDLE et al, 2001). 
 Devido à grande dificuldade de mensuração da gordura essencial e a de 
reserva, a maioria dos cientistas optaram por fazer a divisão corporal em 2 
compartimentos, massa gorda e massa isenta de gordura (WILMORE e COSTILL, 
2001). 
 O depósito de gordura no tecido adiposo visceral é o que mais implica riscos 
para a saúde, porém o tecido adiposo abdominal é quantativamente maior, 
representando um risco igual ao deposito de gordura visceral. Isto implica que a 
obesidade do tipo andróide é mais perigosa para a saúde que a do tipo guinóide 
(HERMSDORFF e MONTEIRO, 2004), como discutido no capítulo 5. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
4.5 Protocolos da avaliação da composição corporal 
 
4.4.1 Avaliação direta 
 
 Consiste na avaliação feita em cadáveres. Duas formas são utilizadas, em 
uma delas o corpo é dissolvido em uma solução química e posteriormente analisa-se 
a quantidade de gordura presente. Outra técnica consiste em dissecar fisicamente 
cada um dos componentes corporais (McARDLE et al, 2001). 
 
4.4.2 Avaliação indireta 
 
 Várias são as técnicas utilizadas para a mensuração da gordura corporal 
indiretamente. Dentre elas estão a pesagem hidrostática, a medida de pregas 
cutâneas e das circunferências, nos raios X, na condutividade elétrica corporal total 
ou impedância, na interação quase-infravermelha, na ultra-sonografia, na tomografia 
computadorizada e no imageamento por ressonância magnética, (McARDLE et al, 
2001). 
 
4.4.2.1 Pesagem hidrostática 
 
 Esta é uma das formas para predizer o percentual de gordura de um 
indivíduo. Baseia-se na relação entre a densidade de um corpo com a densidade da 
água. Sendo determinado pelo princípio de Arquimedes, onde determinado objeto 
quando imerso em líquido, perde um peso igual ao deslocado por este, 
determinando assim sua densidade (FOSS e KETEYIAN, 2000). 
 Para medir a densidade do corpo humano, este deve ser pesado ao ar livre e 
depois submerso completamente em água, realizando uma expiração máxima, e o 
volume residual é posteriormente corrigido por uma equação onde multiplica-se a 
capacidade vital (BTPS) pela constante 0,24 para homens e 0,28 para mulheres 
(FOSS e KETEYIAN, 2000). 
11 
 
 
 
 Figura 3: Ilustração da pesagem hidrostática 
 
 Para calcular a densidade corporal deve-se aplicar Equação 1, descrita 
abaixo: 
)100( +−= VRK
PaDC (1) 
onde Dc representa a densidade corporal (g/cc), Pa é o peso no ar em gramas, K é o 
peso no ar menos peso na água, dividido pela densidade da água na temperatura 
vigente durante a pesagem, VR representa o volume residual em cm3 e 100 é a 
estimativa do gás gastrintestinal em cm3. 
 A principal fonte de erro na mensuração da densidade corporal consiste na 
mensuração do volume residual por ser de difícil acesso sendo um importante fator a 
ser considerado (BRODIE, MOSCRIP e HUTCHEON, 1998) 
 A partir da equação citada acima, pode-se calcular o percentual de gordura 
pelas Equações de Siri ou Brozek: 
100)50,495,4% ×−=G (Siri) (2) 
 
100)142,457,4(% ×−=G (Brozek) (3) 
12 
 
 
 As fórmulas citadas anteriormente foram baseadas na composição corporal 
de homens brancos pela dissecação de três cadáveres (HEYWARD e 
STOLARCZYK, 2000). 
 A equação de Brozek foi originalmente proposta para ser usada em jovens, 
não atletas e homens adultos; porém foi vastamente difundida e utilizada em 
populações diferentes das quais foi validada, causando erros de mensuração da 
composição corporal (BRODIE, MOSCRIP e HUTCHEON, 1998) como no estudo de 
Filardo (2000) que encontrou erro na estimativa do percentual de gordura quando 
utilizou-se a equação de Brozek para garotas com idade média de 15,8 anos 
jogadoras de voleibol e basquetebol. 
 De acordo com Wlimore e Costill (2001), existe muita variação com relação à 
densidade corporal de diferentes populações, diminuindo assim a precisão da 
avaliação. Como exemplo, a densidade da massa isenta de gordura de sujeitos que 
realizam treino com pesos é menor que os padrões utilizados pela equação de Siri, 
superestimando o percentual de gordura. 
A Tabela 1 contém equações específicas para populações de diferentes 
idades, sexo e etnias a fim de minimizar os erros relacionados à conversão de 
densidade corporal em percentual de gordura: 
 
Tabela 1: Fórmulas populacionais específicas para conversão de Densidade 
Corporal em Percentual de Gordura Corporal 
População Idade Sexo %Gordura Corporal MLG 
Raça 
Índios americanos 18-60 Feminino (4,81/Dc) – 4,34 1,108 
Negros 18-32 Masculino (4,37/ Dc) – 3,93 1,113 
 24-79 Feminino (4,85/ Dc) – 4,39 1,106 
Hispânicos 20-40 Feminino (4,87/ Dc) – 4,41 1,105 
Japoneses nativos 18-48 Masculino (4,97/ Dc) – 4,52 1,099 
 Feminino (4,76/ Dc) – 4,28 1,111 
 61-78 Masculino (4,87/ Dc) – 4,41 1,105 
 Feminino (4,95/ Dc) – 4,50 1,100 
Brancos 7-12 Masculino (5,30/ Dc) – 4,89 1,084 
 Feminino (5,35/ Dc) – 4,95 1,082 
 13-16 Masculino (5,07/ Dc) – 4,64 1,094 
 Feminino (5,10/ Dc) – 4,66 1,093 
13 
 
 
 17-19 Masculino (4,99/ Dc) – 4,55 1,098 
 Feminino (5,05/ Dc) – 4,62 1,095 
 20-80 Masculino (4,95/ Dc) – 4,50 1,100 
 Feminino (5,01/ Dc) – 4,57 1,097 
 
Níveis de Gordura Corporal 
Anoréxicos 15-30 Feminino (5,26/ Dc) – 4,83 1,087 
Obesos 17-62 Feminino (5,00/Dc) – 4,56 1,098 
Retirado de Heyward e Stolarczyk (2000) 
 
4.4.2.2 Mensuração das pregas cutâneas 
 
 Matiega (1921) foi o precursor da estimativa dopercentual de gordura através 
de pregas cutâneas, formulando uma equação através da área superficial e seis 
pregas cutâneas, porém com alguns erros. Brozek e Keys (1951) foram os primeiros 
a fazer a correlação entre densidade corporal e gordura corporal. Pacale, Grossman, 
Sloane e Frankel (1956) produziram uma equação e Parizková (1961) um 
nomograma para a predição da massa gorda através de pregas cutâneas (DURNIN 
e RAHAMAN, 1967). 
Wilmore e Costill (2001) afirmam que a determinação da gordura corporal 
através do método de pregas cutâneas é uma das técnicas de campo mais utilizadas 
por seu baixo custo e facilidade de manuseio. Partindo do pressuposto de que a 
mensuração de gordura de alguns locais determinaria o percentual de gordura total 
do corpo, o método de mensuração da gordura corporal pela prega cutânea foi 
aceito, porém com algumas limitações, como um erro na estimativa da densidade 
corporal do método critério representaria um erro na determinação do percentual de 
gordura de 3,5% em mulheres e 5% em homens (BRODIE, MOSCRIP e 
HUTCHEON, 1998). 
A mensuração das dobras cutânea é obtida através da utilização do 
compasso de dobras cutâneas, o qual tem um formato tipo pinça. Sendo os mais 
utilizados os do tipo Lange e Harpenden, e também o nacional do tipo Cescorf 
(QUEIROGA, 2005). A Figura 4 abaixo demonstra a utilização do compasso. 
14 
 
 
 
Figura 4: Exemplo de compasso de dobras cutâneas 
 
 A prega cutânea é aferida pinçando-se, com o dedo indicador e o polegar a 
pele e a gordura subcutânea, separando-a do músculo (Figura 4). A medida é feita 
com o compasso de dobras através da distância entre as suas extremidades, que 
por sua vez exerce uma pressão de 10g/mm2 na dobra. A medida deve ser tomada 
dois segundos após a colocação do compasso (MCARDLE et al, 2001). 
 De acordo com McArdle et al (2001), as pregas mais comuns são: tríceps, 
subescapular, supra-ilíaca, abdominal, e parte superior da coxa, sendo todas do lado 
direito do corpo, estando indivíduo em pé. As pregas menos comuns de serem 
utilizadas são na panturrilha, porção medial lateral e posterior e no tórax próximo à 
axila, somente para homens. 
 A medida de três ou mais pregas cutâneas é recomendada por Wilmore e 
Costill (2001), sendo utilizada uma equação curvilínea do segundo grau para a 
determinação da densidade corporal. 
 
4.4.2.2.1 Emprego das pregas cutâneas na determinação da composição 
corporal. 
 
 Segundo McArdle et al, (2001), pode-se utilizar os valores obtidos da 
mensuração de duas formas. A primeira é a soma das dobras como um parâmetro 
para avaliar as alterações na gordura corporal antes e após um programa de 
treinamento, podendo-se também avaliar a medida de cada dobra separadamente. 
O resultado da avaliação pode ser expresso tanto em valores absolutos como 
15 
 
 
percentuais. A segunda forma seria a utilização de equações com a finalidade de 
obter o percentual de gordura corporal para diagnosticar a propensão do indivíduo 
às dislipidemias pelo excesso de gordura corporal. 
 As equações são bastante fidedignas para populações semelhantes as quais 
elas foram validadas (MCARDLE et al, 2001; QUEIROGA, 2005). 
Algumas equações e suas respectivas características populacionais são 
descritas abaixo: 
 Mulheres jovens com idade entre 17 e 26 anos: 
13,6)(31,0)(55,0% ++= BAG (4) 
 Homens jovens com idade entre 17 e 26 anos: 
1,47 + 0,58(B) + 0,43(A) =%G (5) 
onde A é a prega cutânea triciptal em mm e B é a prega cutânea subescapular em 
mm. 
 A técnica de Faulkener foi desenvolvida originalmente para nadadores 
canadenses e norte-americanos, porém foi vastamente difundida para outras 
populações (MARINS e GIANNICHI, 1998). Leite (2000) diz que esta técnica é 
inapropriada para estimar a composição corporal de indivíduos sedentários, obesos, 
mulheres e idosos. Nesta técnica são empregadas as dobras cutâneas triciptal, 
subescapular, suprailíaca e abdominal para a determinação do percentual de 
gordura corporal pela equação: 
5.783 0,153 DC %G +×∑= (6) 
onde %G é o percentual de gordura e ∑DC é a somatória de quatro dobras cutâneas 
em mm (triciptal, subescapular, suprailíaca, abdominal). 
Heyward e Stolarczyk (2000) citam outras equações para a determinação do 
percentual de gordura e suas especificidades populacionais. Os parâmetros são 
descritos no Quadro 1, abaixo. As equações que fornecem a densidade corporal 
devem substituir tais valores nas equações descritas na Tabela 1. 
 A utilização da prega cutânea como forma de obtenção do percentual 
de gordura é vastamente utilizada nos dias atuais, porém deve-se ter o cuidado para 
que pessoas que fazem as mensurações tenham uma boa experiência, a fim de não 
subestimarem nem superestimarem os resultados Mcardle et al (2001). As fontes de 
erro podem ser duas, a primeira não é controlada pelo avaliador, e tem relação com 
método de critério que pode apresentar erros, como pesagem subaquática, uma vez 
16 
 
 
que as equações que utilizam dobras cutâneas são duplamente indiretas; e a outra 
fonte de erro é representada pela escolha da equação e habilidade do avaliador 
(QUEIROGA, 2005). 
 
Quadro 1: Equações de predição do percentual de gordura corporal para diversas populações: 
Dobras População Sexo Equação Referência 
∑tríceps + panturrilha Crianças 
Brancos e negros 
(todas idades) 
Masculino %G = 0,735 (∑DOC) + 1,0 Slaughter et al. 
(1988) 
∑tríceps + panturrilha Crianças 
Brancas e negras 
(todas idades) 
Feminino %G = 0,610 (∑DOC) + 5,1 Slaughter et al. 
(1988) 
∑ peitoral + abdômen + 
coxa + tríceps + 
subescapular + supra-
ilíaca + axilar média 
Negros (18 a 61 
anos) 
Maculino Dc (g/cm3) = 1,0970 – 
0,00046971 (∑7DOC) – 
0,00000056 (∑7DOC) 2 – 
0,00012828 
Jackson et 
al.(1980) 
∑ peitoral + abdômen + 
coxa + tríceps + 
subescapular + supra-
ilíaca + axilar média 
Negras (18 a 55 
anos) 
Feminino DC (g/cm3) = 1,120 – 
0,00043499 (∑ 7DC) + 
0,00000055 (∑7DOC) 2 – 
0,00028826 (idade) 
Jackson e 
Pollock (1978) 
∑ peitoral + abdômen + 
coxa + tríceps + 
subescapular + supra-
ilíaca + axilar média 
Hispânicos (20 a 
40 anos) 
Feminino DC (g/cm3) = 1,0970 – 
0,00046971 (∑ 7DC) + 
0,00000056 (∑7DOC) 2 – 
0,00012828 (idade) 
Jackson et al. 
(1980) 
∑ tríceps + 
subescapular 
Japonesas 
Nativas (18 a 23 
anos) 
Feminino DC (g/cm3) = 1,0897 – 0,00133 
((∑ DC) 
Negamini e 
Suzuki (1964) 
∑ tríceps + 
subescapular 
Japoneses 
nativos (18 a 27 
anos) 
Masculino DC (g/cm3) = 1,0913 – 
0,00116 (∑ DC) 
Negamini e 
Suzuki (1964) 
∑ tríceps + supra-ilíaca 
+ coxa 
Brancas (18 a 55 
anos) 
Feminino DC (g/cm3) = 1,0994921 – 
0,0009929 (∑3DC) + 
0,0000023 (∑3DOC) 2 – 
0,0001392 (idade) 
Jackson et 
al.(1980) 
∑ peitoral + abdômen + 
coxa 
Brancos (18 a 61 
anos) 
Masculino DC (g/cm3) = 1,109380 – 
0,0008267 (∑3DC) + 
0,0000016 (∑3DOC) 2– 
0,0002574 (idade) 
Jackson e Pollok 
(1978) 
∑ tríceps + supra-ilíaca 
+ coxa 
Anoréxicas (18 a 
55 anos) 
Feminino DC (g/cm3) = 1,0994921 – 
0,0009929 (∑3DC) + 
0,0000023 (∑3DOC) 2 – 
0,0001392 (idade) 
Jackson et 
al.(1980) 
∑ tríceps + supra-ilíaca 
anterior + abdômen + 
coxa 
Atletas de todos 
esportes (18 a 29 
anos) 
Feminino DC (g/cm3) = 1,096095 – 
0,0006952 (∑4DC) + 
0,0000011 (∑4DOC) 2 – 
0,0000714 (idade) 
Jackson et 
al.(1980) 
Subescapular, 
abdômen, tríceps e 
axilar média. 
Atletas de todos 
esportes (14 a 19 
anos) 
Masculino DC (g/cm3) = 1,10647 – 
0,00162 (doc subescapular) – 
0,00144 (doc abdômen) – 
0,00077 (doc tríceps) + 
0,00071 (doc axilar media) 
Forsyth e 
Sinning (1973) 
∑ peitoral + axilar média 
+ tríceps + subescapular 
+ supra-ilíaca anterior + 
abdômen + coxa 
Atletas de todos 
esportes(18 a 29 
anos) 
Masculino DC (g/cm3) = 1,112 – 
0,00043499 (∑7DC) + 
0,00000055 (∑7DOC) 2 – 
0,00028826 (idade) 
Jackson e Pollok 
(1978) 
∑ tríceps + 
subescapular + 
abdômen 
Lutadores 
(colegiais e 
universitários 
Masculino DC (g/cm3) = 1,0973 – 
0,000815 (∑3DC) + 
0,00000084 (∑3DOC) 2 
Lohman (1981) 
Peito, subescapular, 
tríceps, supra-ilíaca, 
abdômen e coxa 
Lutadores 
(colegiais e 
universitários 
Masculino %G = 0,148 (doc peito) + 0,075 
(doc subescapular) + 0,077 
(doc tríceps) + 0,160 (doc 
supra-ilíaca) + 0,152 (doc 
Tipton e 
Oppliger (1984) 
17 
 
 
abdômen) + 0,102 (doc coxa) 
Retirado de Heyward e Stolarczyk (2000) 
 Como as equações para mensuração do teor de gordura não são genéricas, 
deve-se ter o cuidado para não as utilizar em grupos de indivíduos diferentes das 
quais foram validadas, (McARDLE et al, 2001; FOX, 1988). 
 McArdle et al (2001) postularam que uma forma de minimizar o erro seria 
utilizar uma equação que permita calcular uma constante para determinado grupo de 
pessoas. Segue abaixo a equação: 
)(3
Cutâneas Pregas%G
PCKG ×
∑
= (7) 
onde ∑ Pregas cutâneas é a soma das pregas obtidas em no mínimo 2 sítios 
diferentes, 3G é o 3 / AlturaPeso (peso em Kg e altura em m) e K(PC) são as pregas 
cutâneas/3G x %Gordura. 
 O percentual de gordura se baseia em um método de critério, como pesagem 
subaquática, e na média observada para um determinado grupo ou uma população 
(de determinada idade, sexo, estado de treinamento ou desporto) a qual a equação 
está sendo aplicada. Assim sendo, são necessárias constantes K(PC) diferentes 
para diversas populações. 
 
4.4.2.3 Análise da Bioimpedância elétrica 
 
 O método de impedância bioelétrica ou bioimpedância elétrica é outra forma 
de analisar a composição corporal, sendo que os primeiros estudos foram feitos por 
Thomasett (1962), (HEYWARD E STOLARCZYK, 2000). 
Consiste em avaliar a densidade corporal através da velocidade que o fluxo 
elétrico passa pelo corpo. O conceito consiste no fato de que a corrente elétrica é 
facilitada pelo tecido isento de gordura e água extracelular, e o contrário ocorre 
perante o tecido adiposo. (McARDLE et al, 2001; HEYWARD e STOLARCZYK, 
2000). 
 A técnica consiste em colocar eletródios injetores nas superfícies dorsais do 
pé e do punho e eletródios detectores entre o rádio e a ulna e ao nível do tornozelo, 
um estímulo elétrico é dado e a impedância (resistência) é determinada, calculando-
se através de uma equação a densidade corporal e posteriormente o percentual de 
gordura (McARDLE et al, 2001). 
18 
 
 
 A hidratação e temperatura da pele do indivíduo são fatores que podem 
mascarar a medida da impedância elétrica. McArdle et al (2001) disseram que esta 
técnica pode ser mais imprecisa do que as que utilizam circunferência e pregas 
cutâneas como instrumentos. 
 Heyward e Stolarczyk (2000) dizem que o erro para a predição do percentual 
de gordura corporal baseado no método de bioimpedância elétrica fica por volta de 
1,8Kg caso o método de referência esteja livre de erros. Porém, o método de 
referência (p. ex., hidrodensiometria) não é livre de erros, quantificando assim uma 
margem de erro ≤ 3,5Kg para homens e ≤ 2.8Kg para mulheres. 
 A análise da bioimpedância para prever o percentual de gordura de idosos foi 
proposta por Queiroga (2005), pois esta apresentou um baixo erro padrão de 
estimativa (r=0,98 para homens e r=0,95 para mulheres) com idade entre 49 e 80 
anos. 
 Assim como na pesagem hidrostática, o valor do percentual de gordura para 
atletas magros pode ser superestimado em razão da utilização de equações 
inadequadas para esta população (WILMORE e COSTIL, 2001). 
 Algumas equações para a predição da gordura corporal pelo método de 
bioimpedância elétrica são descritas no quadro 2 abaixo: 
Quadro 2: Equações de predição do percentual de gordura por bioimpedância: 
Retirado de Heyward e Stolarczyk (2000) 
Onde: MLG= massa livre de gordura, AL= Altura, R= resistência (Ω) 
População Sexo/ idade Equação Referência 
Atletas de 
todos 
esportes 
Feminino (idade não 
relatada) 
MLG (Kg) = 0,73 (AL2/R) + 0,16 (PC) + 
2,0 
HoutKooper, Going et 
al (1989) 
Atletas de 
todos 
esportes 
Feminino (universitárias) MLG (Kg) = 0,73 (AL2/R) + 0,116 (PC) + 
0,096 (Xc) – 4,03 
Lukaski e Bolonchuk 
(1987) 
Atletas de 
todos 
esportes 
Masculino (Universitários) MLG (Kg) = 0,734 (AL2/R) + 0,116 (PC) + 
0,096 (Xc) – 3,152 
Lukaski e Bolonchuk 
(1987) 
Atletas de 
todos 
esportes 
Masculino (19 a 40 anos) MLG (Kg) = 1,949 + 0,701 (PC) + 0,186 
(AL2/R) 
Oppliger, Nielsen 
Hoegh et al (1991) 
Brancas Feminino (18 a 64 anos) MLG (Kg) = 0,00085 (AL2) – 0,02375 (R) 
+ 0,3736 (PC) – 0,1531 (idade) + 
13,4947 
Van Loan e Mayclin 
(1987) 
Brancos Masculino (17 a 62 anos) MLG (Kg) = 0,00088580(AL2) – 0,02999 
(R) + 0,42688 (PC) – 0,07002 (idade) + 
14,52435 
Segal et al (1988) 
Obesas Feminino (19 a 59% GC) MLG (Kg) = 0,00151 (AL2) – 0,0344 (R) + 
0,140 (PC) – 0,158 (idade) + 20,387 
Gray et al (1989) 
Obesos Masculino (9 a 45% GC) MLG (Kg) = 0,00139 (AL2) – 0,0801 (R) + 
0,187 (PC) + 39,830 
Gray et al (1989) 
19 
 
 
 
4.4.2.4 Medida das circunferências corporais 
 
A medida das circunferências corporais é um método alternativo para a 
predição da composição corporal, sendo vastamente utilizada por profissionais da 
saúde por sua simplicidade de manuseio e aceitabilidade, porém sua fragilidade 
consiste em quantificar não apenas o tecido adiposo, mas também outros tecidos e 
órgãos. Esta forma de avaliação é bastante aceita em dois casos, primeiro quando o 
avaliado apresentar quantidade excessiva de gordura corporal e segundo, quando o 
objetivo é quantificar o padrão de distribuição da gordura corporal. (GUEDES, 2006). 
De acordo com McArdle, et al (2001) a mensuração deve ser feita com uma 
fita métrica colocada ao redor da circunferência de modo a ficar justa, mas não 
apertada. 
 O quadro abaixo mostra os locais onde serão medidas as circunferências, as 
referências anatômicas e a forma correta para medição segundo Heyward e 
Stolarczyk (2000). 
 
Quadro 3: Locais padronizados para medidas de circunferências. 
Local Referência anatômica Posição Medida 
Pescoço Proeminência laríngea 
– Promo-de-adão 
Perpendicular ao eixo 
mais longo do pescoço 
Aplique a fita com o mínimo de pressão, 
logo abaixo do promo-de-adão 
Ombros músculos deltóides e 
processo acromial da 
escápula 
Horizontal Aplique a fita firmemente sobre a saliência 
dos músculos deltóides, inferiormente aos 
processos acromiais. Realize a medida ao 
final de uma expiração normal 
Peito quarta articulação 
esterno-costal 
Horizontal Aplique a fita firmemente ao redor do tronco, 
ao nível da quarta articulação esternocostal. 
Realize a medida após o final de uma 
expiração normal 
Cintura parte mais estreita do 
tronco, no nível da 
cintura “natural” entre 
as costelas e a crista 
ilíaca 
Horizontal Aplique a fita firmemente ao redor da cintura 
no nível da parte mais estreita do tronco. É 
necessário um assistente para posicionar a 
fita atrás do cliente. Realize a medida ao 
final de uma expiração normal 
Abdominal Protuberância anterior 
máxima do abdômen, 
usualmente no nível 
da cicatriz umbilical 
Horizontal Aplique a fita firmemente ao redor do 
abdômen no nível da maior protuberância 
anterior. É necessário um assistente para 
posicionar a fita atrás do cliente. Realize a 
medida ao final de uma expiração normal 
Quadril 
(Glúteos) 
Extensão posterior 
máxima dos glúteos 
Horizontal Aplique a fita firmemente ao redor dos 
glúteos. É necessário um assistente para 
posicionar a fita do lado oposto do corpo. 
Coxa Proximal Dobra glútea Horizontal Apliquea fita firmemente ao redor da coxa, 
na posição distal da dobra glútea. 
Coxa Medial Linha inguinal e borda 
proximal da patela 
Horizontal Com o joelho do cliente flexionado a 90º (pé 
direito em um banco), aplique a fita no nível 
médio entre a linha inguinal e a borda 
proximal da patela. 
20 
 
 
Coxa distal Epicôndilos femorais Horizontal Aplique a fita próxima aos epicôndilos 
femorais. 
Joelho Patela Horizontal Aplique a fita ao redor do joelho no nível 
médio da patela, como joelho relaxado em 
uma leve flexão. 
Panturrilha perímetro máximo do 
músculo da panturrilha 
Perpendicular ao eixo 
longo da perna 
Com o cliente sentado na borda de uma 
mesa e pernas balançando livres, aplique a 
fita horizontalmente ao redor do perímetro 
máximo do músculo da panturrilha 
Tornozelo Maléolos da tíbia e 
fíbula 
Perpendicular ao eixo 
longo da perna 
Aplique a fita firmemente ao redor da 
circunferência mínima da perna, na posição 
proximal aos maléolos 
Braço (Bíceps) processo acromial da 
escápula e processo 
olécrano da ulna 
Perpendicular ao eixo 
longo do braço 
Com os braços soltos para os lados e a 
palma das mãos viradas para as coxas, 
aplique a fita firmemente ao redor do braço, 
no nível mediano entre o processo acromial 
da escápula e o processo olecrano da ulna. 
Antebraço Circunferência máxima 
do antebraço 
Perpendicular ao eixo 
longo do antebraço 
Com os braços soltos para baixo, distantes 
do tronco e com o antebraço supinado, 
aplique a fita firmemente ao redor da 
circunferência máxima da proporção 
proximal do antebraço. 
Pulso Processos estilóides 
do rádio e da ulna 
Perpendicular ao eixo 
longo do antebraço 
Com o cúbito flexionado e o antebraço 
supinado, aplique a fita firmemente ao redor 
do pulso, distal aos processos estilóides do 
rádio e da ulna. 
Retirado de Heyward e Stolarczyk (2000) 
 
4.4.2.4.1 Aplicação das circunferências 
 
 As circunferências corporais podem ser utilizadas na predição do percentual 
de gordura e para quantificar a variação de mudanças no perímetro corporal, 
ocorrendo um erro de que fica algo entre 2,5 a 4% (McArdle et al, 2001). 
 Marins e Giannichi (1998) descrevem duas equações, uma para homens e 
outra para mulheres, para predizer o percentual de gordura corporal através de 
circunferências corporais. As equações são descritas abaixo: 
Homens: 10,8336 0,10969(P) - ABD) D0,31457(ME %G += (8) 
Mulheres: 51.03301 0.14354(P) 0,17666(A)-ABD) (MED 0,11077 %G ++= (9) 
onde MED ABD é a circunferência realizada no ponto médio entre a crista ilíaca e a 
última costela, em cm, A é a estatura do sujeito e P é o peso corporal em 
quilogramas (Kg). 
 McArdle et al (2001) também apresentam uma proposta para determinação 
do percentual de gordura através da circunferência abdominal (medida em uma linha 
horizontal imaginária ao nível da cicatriz umbilical). Uma média populacional (Q) foi 
descrita, sendo esta para homens de 12,36 e pra mulheres de 14,25. A equação 11 
está descrita abaixo: 
21 
 
 
Q
Alt
PC
× (10) 
onde PC é o Peso Corporal em Kg, Alt é a estatura em metros e Q é a constante 
populacional para 50º percentil. 
 O resultado da equação representa a circunferência abdominal desejada. A 
circunferência ideal neste caso seria a média populacional e, portanto um alvo 
desejado diferente desta média deveria adotar diferentes valores de Q, necessitando 
assim de estudos futuros para diferentes valores (McRDLE, et al 2001). 
 
4.5 Peso corporal Ideal e obesidade 
 
 Um elevado valor de gordura corporal está intimamente relacionado aos 
distúrbios metabólicos e à baixa aptidão física. Contudo, não se pode afirmar com 
precisão um valor específico de percentual de gordura para determinado indivíduo. 
Baseando-se em pesquisas de adultos jovens fisicamente ativos, parece estar 
próximo do ideal um percentual de gordura corporal de 15% para homens e 25% 
para mulheres (McARDLE et al, 2001). 
 Existe uma equação para a determinação do peso desejável a partir dos 
dados da massa corporal isenta de gordura: 
ejávelGorduraDes
alMagroPesoCorporlalDesejávePesoCorpor
%00,1 −
= (11) 
Foss e Keteyan (2000) propõem sugestões para o percentual de gordura e a 
condição de saúde, sendo estas apresentadas abaixo na Tabela 2: 
 
Tabela 2: Diretrizes Sugeridas da Composição Corporal para Esporte, Saúde e 
Aptidão. 
Classificação Homens Mulheres 
Gordura essencial 1 a 5% 3 a 8% 
Maioria dos atletas 5 a 13% 12 a 22% 
Saúde ótima 10 a 25% 18 a 30% 
Aptidão Ótima 12 a 18% 16 a 25% 
Obesidade limítrofe 22 a 27% 30 a 34% 
Retirado de Foss e Keteyan (2000) 
 
Marins e Giannichi (1998) descreveram uma tabela de percentuais de gordura 
adequados, considerando-se o sexo e a idade dos indivíduos: 
 
22 
 
 
Tabela 3: Percentuais aceitáveis de gordura corporal. 
 Homens Mulheres 
Idade Aceitável Ideal Aceitável Ideal 
Menos de 30 13.0 9.0 18.0 16.0 
30-39 16.5 12.5 20.0 18.0 
40-49 19.0 15.0 23.5 18.5 
50-59 20.5 16.5 26.5 21.5 
Mais de 60 20.5 16.5 27.5 22.5 
Retirado de Cooper (1987). 
 
Uma tabela relacionando o risco à saúde com o percentual de gordura é 
proposta por Heyward e Stolarczyk (2000): 
Tabela 4: Padrões percentuais de gordura para homens e mulheres e risco para a 
saúde. 
 Homens Mulheres 
Riscoa ≤5% ≤8% 
Abaixo da média 6-14% 9-22% 
Média 15% 23% 
Acima da média 16-24% 24-31% 
Riscob ≥25% ≥32% 
Dados de Lohman (1992) citado por Heyward e Stolarczyk (2000) 
a Risco de Doenças e desordens associadas à desnutrição. 
b Risco de doenças associadas à obesidade. 
 
 Brodie, Moscrip e Hutcheon (1998) dizem que a hidrodensiotometria, para o 
cálculo da densidade corporal de obesos, é um método falho. Algumas formas mais 
seguras para a avaliação da obesidade são descritas no capítulo 3. 
 
4.5.1 Doenças causadas por alterações do peso corporal 
 
As doenças causadas pela obesidade são: hipertensão arterial; doenças 
coronarianas que podem levar ao infarto; insuficiência cardíaca; diabetes tipo 2; 
apnéia do sono (parada respiratória durante o sono); hiperlipidemia (elevação do 
colesterol e dos triglicerídeos); esteatose hepática (depósito de gordura no fígado, 
causando mau funcionamento); cálculos de vesícula biliar; doenças articulares 
(especialmente nos joelhos e tornozelos); doenças vasculares nas pernas (varizes e 
má circulação); câncer no intestino, próstata, mama, endométrio e ovários; 
alterações na menstruação; incontinência urinária (perda de urina); infertilidade e 
impotência; depressão. 
23 
 
 
 Uma pessoa com I.M.C abaixo de 19 é considerada magra excessiva. 
Algumas das causas são: 
 Uma ingestão insuficiente em quantidade e qualidade de alimentos para 
atender as necessidades de atividade da pessoa; excesso de atividade física (ex: 
atletas em treinamento intenso; crianças hiperativas); doenças debilitantes 
(infecções crônicas ou doenças como o câncer, tuberculose, renais, hepáticas, etc); 
distúrbios glandulares como o excesso de atividade da tireóide (hipertiroidismo) ou 
disfunção da pituitária; má absorção e má utilização do alimento consumido; 
estresse psicológico ou emocional; manifestações neuróticas acompanhadas de 
aversão à comida (anorexia nervosa). 
 Para McArdle, et al (2001) um alto valor de I.M.C.(acima de 27,3 para 
mulheres e 27,8 para homens) está diretamente relacionado a doenças como 
pressão alta, diabete e coronariopatia. O valor ideal estaria entre 21,3 a 22,1 para 
mulheres e 21,9 e 22,4 para homens, sendo um valor relacionado como pesado 
entre 25 e 30 e a obesidade estando o indivíduo com um I. M.C. acima de 30. 
McArdle,et al (2001) cita um estudo comparando mulheres anoréxicas e 
mulheres com peso corporalnormal (25%G), relatando que embora o peso magro 
das mulheres anoréxicas ficar próximo da média (43Kg), seu percentual de gordura 
era de 7,5%. Com relação à densidade mineral óssea foram encontrados valores 
comparáveis entre as jovens anoréxicas e mulheres com 70 anos de idade, tornando 
as anoréxicas mais suscetíveis a fraturas ósseas prematuramente. 
Pesquisas revelam que a forma como a gordura é distribuída no corpo é um 
fator mais importante para determinar o risco para a saúde do que o percentual total 
de gordura. O tipo andróide, obesidade corporal superior, é o que causa maior risco 
à saúde, quando comparado ao tipo ginóide, gordura corporal inferior (HEYWARD E 
STOLARCZYK, 2000). 
24 
 
 
5 ÍNDICES CORPORAIS EXTERNOS DA COMPOSIÇÃO 
CORPORAL 
 
O I.M.C. (índice de massa corporal), o RCQ(Relação cintura-quadril e o 
somatotipo são indices corporais externos capazes de classificar de forma simples e 
confiável a gordura corporal, sua distribuição corporal e suas implicações para a 
saúde. 
 
5.1 Índice de massa corpórea (IMC) 
 
O I.M.C. (índice de massa corporal) pode ser utilizado para classificar tanto o 
grau de obesidade de uma pessoa quanto o risco de saúde (QUEIROGA, 2005). 
Afonso (2002) realizou um estudo transversal relacionando o I.M.C. e a R.C.Q. de 
homens e mulheres com idade entre 20 e 60 anos, com o índice de hospitalizações, 
encontrado uma relação positiva entre o aumento do I.M.C. e a prevalência de 
hospitalizações para mulheres. O I.M.C. é obtido utilizando-se a equação 12: 
2E
PCIMC =
 (12) 
onde “PC” representa o peso corporal em quilogramas (Kg) e “E” a estatura corporal 
ao quadrado em metros (m).A classificação é apresentada na Tabela 5. 
 
 Tabela 5: Determinação do risco para a saúde e da obesidade pelo I.M.C. 
Risco para a Saúde Valor (Kg/m2) Valor (Kg/m2) Classificação (Adultos) 
Muito Baixo 20 a 25 20 a 25 Variação desejável 
Baixo 25 a 30 25 a 29,9 Obesidade 1 
Moderado 30 a 35 30 a 40 Obesidade 2 
Alto 35 a 40 >40 Obesidade 3 – Mórbida 
Muito Alto >40 
 Retirado de Bray (1992) e Jéquier (1987) 
 
De acordo com a organização mundial da saúde, a classificação da gordura 
pelo índice de massa corporal apresenta os seguintes parâmetros: 
 
 
 
25 
 
 
Tabela 6: Classificação da Organização Mundial da Saúde para o IMC. 
Condição IMC em adultos 
Abaixo do peso abaixo de 18,5 
No peso normal entre 18,5 e 25 
Acima do peso entre 25 e 30 
Obeso acima de 30 
Retirado de Wilmore e Pollock (1993) 
Pela equação do IMC pode-se obter uma aproximação do peso corporal 
adequado à estatura do indivíduo, rearranjando-a para o peso corporal e assumindo 
um valor de IMC condizente com o peso corporal adequado, conforme apresentado 
na Tabela 6: 
 IMCEPC ×= 2 (13) 
Como enfatizado anteriormente, uma interpretação do IMC deve ser feita com 
cautela, pois um valor de 30kg/m2 corresponde a 30% de gordura corporal para 
homens com 20 anos de idade, e 40% para homens com 60 anos. Esse mesmo 
valor corresponde para mulheres com 20 anos a 40% de gordura corporal e a 50% 
de gordura para mulheres com 60 anos. Este valor indica, portanto, sobrepeso com 
excesso de gordura corporal. Porém, para atletas de algumas modalidades 
desportivas este excesso de peso corporal pode não representar gordura, mas sim 
grande proporção de massa isenta de gordura (DEURENBERG, WESTSTRAT e 
SEIDELL, 1991). 
 
5.2 Relação cintura-quadril (RCQ) 
 
Heyward e Stolarczyk (2000) dizem que a relação cintura/quadril (RCQ) está 
associada com o acúmulo de gordura visceral. A RCQ é calculada fazendo a divisão 
da circunferência da cintura pela do quadril, ambas em centímetros. Um valor igual 
ou acima de 0,94 para homens e 0,82 para mulheres representam um alto risco para 
a saúde. A medida da circunferência da cintura é realizada no ponto médio entre a 
ultima costela e a crista ilíaca; e a circunferência do quadril deve ser realizada na 
maior protuberância dos glúteos (QUAIROGA, 1998). 
Afonso (2002) encontrou relação positiva entre a RCQ de elevado risco e o 
índice de hospitalizações de mulheres com idade entre 20 e 60 anos, representado 
quase o dobro quando comparadas com mulheres com RCQ menor que 0,80. A 
26 
 
 
RCQ não caracterizou fator de risco para hospitalização de homens, sendo, por isso, 
pouco sensível no diagnóstico de distúrbios funcionais em homens. 
Guedes (1998) em uma pesquisa realizada com indivíduos de idade entre 20 
e 45 anos, encontrou correlação entre a distribuição centrípeta de gordura (tipo 
andróide) com concentrações de lipídios-lipoproteínas plasmáticas e níveis de 
pressão arterial em ambos os sexos. Ainda neste estudo, a prática de atividade 
física pareceu ser um importante modulador desta associação. 
Enquanto a espessura da dobra cutânea tem por objetivo estimar a 
distribuição da gordura subcutânea, a RCQ busca estimar tanto a gordura abdominal 
subcutânea, quanto a visceral (MALINA, 1996). Atualmente, sabe-se que o tecido 
adiposo libera adipocinas, sendo esta causadora de doenças como a aterosclerose, 
hipertensão arterial, resistência insulínica, diabetes tipo 2 e dislipidemias. Na 
obesidade esses processos são potencializados (HERMSDORFF e MONTEIRO, 
2004). 
Todos os sítios de depósitos de gordura (tecido adiposo visceral, subcutâneo 
abdominal, subcutâneo glúteo-femoral e o intramuscular) possuem ações endócrinas 
e metabólicas nocivas ao organismo, porém o tecido adiposo visceral é o mais ativo, 
sendo seguido pelo tecido adiposo subcutâneo abdominal e posteriormente o tecido 
adiposo glúteo-femoral. A quantidade de tecido adiposo subcutâneo abdominal é 
maior que a do tecido adiposo visceral, tendo assim, a mesma importância na 
relação entre adiposidade central e às doenças citados anteriormente. A gordura 
intramuscular tem relação com a resistência insulínica, porém mais estudos 
precisam ser feitos para a compreensão dos mecanismos envolvidos nas patologias 
desencadeadas pelos distúrbios na homeostase da gordura (HERMSDORFF e 
MONTEIRO, 2004). 
Os dois tipos de obesidade que influenciam na RCQ são ilustrados na Figura 
5, o tipo andróide, é o que causa maior risco à saúde, o tipo ginóide embora também 
apresente sérios problemas à saúde, é de menor intensidade (HEYWARD e 
STOLARCZYK, 2000). 
27 
 
 
 
Figura 5: Representação do acúmulo de gordura regional no corpo. 
a) andróide 
b) ginóide 
Queiroga (2001) propõe que apenas a medida da circunferência abdominal 
representaria a relação entre o acúmulo de gordura visceral e distúrbios metabólicos. 
Os valores na faixa entre 92cm (risco aumentado) e 102cm (risco muito aumentado) 
para homens e 88cm (risco aumentado) e 99cm (risco muito aumentado) para 
mulheres representam elevado risco à saúde. 
 O estudo de Marques et al (2006) revelou que o IMC, a circunferência da 
cintura e a RCQ são bons índices para avaliação da distribuição da gordura corporal 
e, assim, para o monitoramento das variações no peso corporal e sua influência 
sobre a saúde. 
A tabela abaixo mostra os valores de RCQ associados à idade e risco para a 
saúde: 
Tabela 7: Valores de RCQ associados à idade e risco para a saúde. 
Risco 
 Idade Baixo Moderado Alto Muito alto 
Homens 20-29 <0,83 0,83-0,88 0,89-0,94 >0,94 
 30-39 <0,84 0,84-0,91 0,92-0,96 >0,96 
 40-49 <0,88 0,88-0,95 0,96-1,00 >1,00 
 50-59 <0,90 0,90-0,96 0,97-1,02 >1,02 
 60-69 <0,91 0,91-0,98 0,99-1,03 >1,03 
 
Mulheres 20-29 <0,71 0,71-0,77 0,78-0,82 >0,82 
 30-39 <0,72 0,72-0,78 0,79-0,84 >0,84 
28 
 
 
 40-49 <0,73 0,73-0,79 0,80-0,87 >0,87 
 50-59 <0,74 0,74-0,81 0,82-0,88 >0,88 
 60-69 <0,76 0,76-0,83 0,84-0,90 >0,90 
Retirado de Heyward e Stolarczyk (2000)adaptado de Bray and Gray (1988). 
 
5.3 Somatotipo 
 
Somático diz respeito ao corpo e somatotipo ao tipo corporal ou classificação 
física de cada pessoa. O somatotipo, proposto por Sheldon (1940), divide as 
características corporais das pessoas, de acordo com os componentes endomorfia, 
onde o percentual de gordura é elevado, com um considerável desenvolvimento do 
sistema digestório, caracterizando uma cintura mais larga, mesomorfia onde há 
predominância dos músculos esqueléticos e ossos fortes, caracterizando um corpo 
com contornos musculares definidos, e ectomorfia que representa a predominância 
do conteúdo magro do corpo com sistema muscular e esquelético pouco 
desenvolvido. A linearidade e fragilidade são características neste biótipo (FOX et al, 
1988). 
A classificação do somatotipo ocorre de acordo com a predominância dos 
tecidos embrionários, sendo respectivamente endoderma, mesoderma e ectoderma. 
Sendo assim, o somatotipo é determinado geneticamente, podendo ser modificado 
pelo fenótipo, ou seja, pela interação do genótipo com o meio no qual a pessoa se 
desenvolve (FOX et al, 1988). 
 A endomorfia caracteriza-se pela predominância de gordura corporal, 
harmonia e regularidade do corpo. Os pontos de relevo ósseo e muscular não são 
aparentes e a predominância do abdome sobre o tórax é característica neste biotipo. 
Sua glândula tireóide é hipoativa, fazendo com que seu metabolismo e sua 
recuperação sejam lentos (DE GARAY, 1974). 
 A mesomorfia caracteriza-se pela predominância de ossos grandes e sistema 
muscular bem desenvolvido. O desenvolvimento muscular considerável dos 
segmentos distais de seus membros, como antebraços e panturrilhas, também é 
uma característica importante deste biotipo. Ombros amplos e os músculos trapézio, 
deltóides e abdominais são proeminentes (DE GARAY, 1974). 
 A ectomorfia possui como característica dominante a magreza, linearidade e 
fragilidade de sua estrutura. Seu esqueleto é fino e aparente, uma vez que a 
29 
 
 
musculatura é pouco desenvolvida. Os ombros são estreitos e a queda destes é 
observada com freqüência. Sua tireóide geralmente hiperativa, acelera seu 
metabolismo. Os membros são relativamente longos em relação ao tronco (DE 
GARAY, 1974). 
 Esses três tipos corporais foram escolhidos, segundo Fox et al, (1988), por 
apresentarem as características extremas de cada tipo corporal. Sendo que um tipo 
puro não existe e sim a combinação destes três com predominância de um sobre o 
outro. Para a determinação do somatotipo existem duas formas: a avaliação de 
Sheldon e a de Heath e Carter. 
 Sheldon propôs uma análise através do exame fotográfico de um indivíduo 
em três planos, frontal, lateral e dorsal. Analisando essas fotografias, com bases em 
tabelas idealizadas por Sheldon, o somatotipo era determinado. Os números de 1 a 
7 quantificam a predominância de cada um dos três componentes, fazendo-se uma 
correlação entre esses tipos corporais. Colocando os números por ordem, sendo o 
primeiro endomorfo, o segundo mesomorfo e o terceiro ectomorfo. Por exemplo, um 
somatotipo de 7-1-1, indica extrema adiposide, pois o valor máximo 7 de endomorfia 
é predominante sobre o 1 de mesomorfia e 1 de ectomorfia (FOX et al, 1988). 
 Já, mais recentemente, Heath e Carter desenvolveram uma técnica mais 
elaborada para a determinação do somatotipo, correlacionando uma combinação de 
dois métodos, sendo a primeira uma graduação antropométrica sem uma fotografia 
somatotípica; e a segunda, graduações fotoscópicas ou inspecionais realizadas por 
indivíduos experimentados nas avaliações somatotípicas, quando se dispõe da 
idade, da altura, do peso e de uma fotografia somatotípica padronizada (FOX et al, 
1988). 
 O componente endomórfico do somatotipo de Heath e Carter é obtido através 
da mensuração das dobras cutâneas tricipital, subescapular e supra-ilíaca. O 
componente mesomórfico é determinado através da mensuração da altura, largura 
do úmero e do fêmur, subtrair a prega cutânea tricipital e da panturrilha pelo 
diâmetro do bíceps e panturrilha respectivamente. E o componente ectomórfico é 
mensurado a partir do índice ponderal, ou seja, dividindo a altura pela raiz cúbica do 
peso. Todos estes dados devem ser anotados em um formulário de graduação 
somatotípica e devem ser feitas as devidas contas. 
 
 
30 
 
 
 
 As imagens abaixo exemplificam cada uma das divisões do somatotipo: 
 
 Fig 6: Mesomorfo Fig 7: Ectomorfo Fig 8: Endomorfo 
31 
 
 
6 INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A 
COMPOSIÇÃO CORPORAL 
 
6.1 Influência do treinamento de força na alteração da composição 
corporal 
 
Para que se aumente a força muscular, mecanismos anabólicos entram em 
ação para promover adaptações morfológicas a fim de superar a sobrecarga imposta 
pelo treinamento. O aumento da massa muscular é um destes mecanismos, e este 
altera o componente mesomórfico do indivíduo. Além desta alteração, o treinamento 
com pesos pode causar um déficit calórico, alterando assim o componente 
endomórfico do indivíduo (MCARDLE et al, 2001). 
Santarém (1996) apud Sabia, et al (2004) relatou que a utilização de 
exercícios resistidos para de perda de gordura corporal vem sendo amplamente 
difundida, pois este tipo de exercício além de realizar a manutenção ou o aumento 
da massa magra, causa uma elevação no metabolismo por várias horas após o 
termino do exercício. 
Um treinamento de força para homens e mulheres em idade universitária terá 
pouca ou nenhuma alteração no peso corporal, com reduções significativas na 
gordura corporal relativa e absoluta, e aumento da massa muscular (FOSS e 
KETEYIAN, 2000). 
Para um aumento do peso corporal isento de gordura, Foss e Keteyian (2000) 
disseram que se faz necessário um aumento da ingestão calórica diária e um 
programa de treinamento com pesos. 
 De acordo com Powers e Howley (2000), os atletas que participaram dos 
jogos olímpicos possuem um percentual relativamente baixo de gordura e massa 
corporal relativamente alta. Ainda não há consenso sobre a faixa de valores ideais 
de composição corporal para o desporto. 
 Foss e Keteyian (2000) citam estudos que incluem em sua pesquisa o peso, 
altura e percentuais de gordura, mostrando que os percentuais de gordura variam 
desde 4,6 a 5% para ginastas e lutadores do sexo masculino até 26 e 28% 
nadadoras, jogadoras de basquete e arremessadoras de disco e ou martelo, sendo 
32 
 
 
que os valores mais baixos para mulheres ficavam para ginastas e competidoras de 
pentatlo (9,6 a 11%). 
 Em uma pesquisa experimental realizada por Silva et al (2003), foi 
demonstrado que o somatotipo de fisiculturistas finalistas do campeonato brasileiro 
de 2000 apresentaram uma classificação média do somatotipo entre 1,8-8,1-0,7, 
sendo considerados como puramente mesomórficos. 
 Queiroga et al (2004) estudaram jogadoras de futsal, comparando o 
somatotipo por função tática desempenhada em quadra e observaram um maior 
acúmulo de gordura corporal nas goleiras em comparação com as alas e pivôs e de 
uma maneira geral foi classificado como meso-endomorfo, não havendo diferenças 
morfológicas causadas por posições ocupadas em quadra. 
 A composição corporal de ginastas foi avaliada por Silva (2006), as 
exigências da modalidade determinam que os praticantes tenham corpos delgados e 
baixo peso. Foram analisados 44 ginastas do sexo feminino com idade entre 7 e 19 
anos. O percentual de gordura foi estimado pelo método de bioimpedância, 
revelando uma elevada massa magra (93,2%) e um baixo percentual de gordura 
(6,8%). Os valores de gordura corporal neste grupo representam-se abaixo da média 
estipulada para esta população, causando distúrbios como atraso da menarca, e 
perturbação no funcionamentonormal da menstruação. 
 Santos et al (2002) realizaram estudo cujo objetivo foi verificar as 
possíveis modificações na composição corporal, após 10 (dez) semanas de 
treinamento sistematizado com pesos em adultos jovens não-treinados com idade 
média de 20 anos. Durante 10 semanas foram realizadas sessões de treinamento de 
três dias por semana em dias alternados. Foram executadas três séries para cada 
exercícios com pausas de 30s a 1min. Os resultados revelaram um aumento 
significante na massa corporal (4%) e na massa magra (3,8%) no grupo que realizou 
o treinamento, porém houve um discreto aumento do componente gordura, sem 
significância. Os autores sugerem que o treino com pesos deve ser acompanhado 
de dieta específica para que ocorram mudanças efetivas no percentual de gordura. 
Fleck e Kraemer (1999) descreveram uma tabela com estudos envolvendo 
treinamento de força. Os dados são apresentados na Tabela 8: 
 
 
 
33 
 
 
Tabela 8: Reunião de estudos realizados envolvendo treinamento de resistido. 
Mudanças baseadas 
no tipo de treinamento 
Referên-
cia 
Se-
xo 
Tipo de 
Treina-
mento 
Duração 
do 
treina-
mento 
(semana) 
Dias de 
treinamento 
por semana 
Séries e 
repetições 
Númer
o de 
exerci-
cios 
Peso 
total 
(Kg) 
MCM 
(Kg) 
%G 
 
Hurley, 
Seals, 
Ehsani, 
et al., 
1984 
M CV 16 3-4 1x8-12 RM 14 +1.6 +1.9 -1.8 
Hunter, 
1985 
F DRI 7 3 3x7-10 7 -0.9 +0.3 -1.5 
Hunter, 
1985 
F DRI 7 4 2x7-10 7 +0.7 +0.7 -0.5 
Hunter, 
1985 
M DRI 7 3 3x7-10 7 +0.6 +0.5 -0.2 
Hunter, 
1985 
M DRI 7 4 2x7-10 7 0 +0.5 -0.9 
Crist et 
al., 1988 
M e 
F 
DRI 6 5 - - +1.0 +2.0 -3.0 
Bauer, 
Thayer e 
Barras, 
1990 
M e 
F 
CEF 10 3 4-7 x 20s - 0 +1.0 -3.0 
Staron et 
al., 1991 
F DRI 20 2 1d/semana, 3x6-
8 RM 
1d/semana, 
3x10-12 RM 
3 +2.0 +6.0 -4.0 
Staron et 
al, 1989 
F DRI 18 2 3x6-8 4 0 +1.0 +1.
0 
Pierce, 
Rozenek 
e Stone, 
1993 
M DRI 8 3 3semanas, 
3x10 RM 
3semanas, 3x5 
RM 
 
10 +1.0 +1.0 -4.0 
Staron et 
al., 1994 
M DRI 8 2 M: 2 
aquecimento, 
3x6-8 RM 
F: 2 
aquecimento, 
3x10-12RM 
3 +0.7 +1.8 -2.1 
Staron et 
al., 1994 
F DRI 8 2 M: 2 
aquecimento, 
3x6-8 RM 
F: 2 
aquecimento, 
3x10-12RM 
3 +1.3 +2.4 -2.9 
Withers, 
1970 
F DRI 10 3 40-55% 
1RM/30s 
10 +0.1 +1.3 -1.8 
Withers, 
1970 
M DRI 20 3 40-55% 
1RM/30s 
10 +0.7 +1.7 -1.5 
Fahey e 
Brown, 
1973 
M DRI 9 3 2 exercícios 
5x5 
2 exercícios 
3x5 
1 exercício 
5x1-2 
5 +0.5 +1.4 -1.0 
C. H. F DRI 24 3 8 semanas, 4 -0.4 +1.0 -2.1 
34 
 
 
Brown e 
Wilmore
, 1974 
1x10,8,7,6,5,4 
16 semanas, 
1x10,6,5,4,3 
Mayhew 
e Gross, 
1974 
F DRI 9 3 2x10 11 +0.4 +1.5 -1.3 
Misner 
et al., 
1974 
M DRI 8 3 1x3-8 10 +1.0 +3.1 -2.9 
Peterson, 
1975 
M CV 6 3 1x10-12 20 - -0.8 +0.
6 
Coleman
, 1977 
M DRI 10 3 2x8-10RM 11 +1.7 +2.4 -9.1 
Coleman
, 1977 
M CV 10 3 1x10-12RM 11 +1.8 +2.0 -9.3 
Gettman 
et al., 
1978 
M IC 
(60º/s) 
10 3 3x10-15 7 -1.9 +3.2 -2.5 
Gettman 
et al., 
1978 
M IC 
(120º/s) 
10 3 3x10-15 7 +0.3 +1.0 -0.9 
Wilmore 
et al, 
1978 
F DRI 10 3 2x7-16 8 -0.1 +1.1 
 
-1.9 
Wilmore 
et al, 
1978 
M DRI 10 3 2x10-16 8 +0.3 +1.2 -1.3 
Gettman 
et al., 
1979 
M DRI 20 3 50%1RM, 6 
semanas= 
2x10-20 
14 
semanas=2x15 
10 +0.5 +1.8 -1.7 
Gettman 
et al., 
1979 
M IC 8 3 4semanas=1x1
0 a 60º/s 
4semanas=1x1
5 a 90º/s 
9 +0.3 +1.0 -0.9 
Gettman, 
Culter, e 
Strathma
n, 1980 
M CV 20 3 2x12 9 -0.1 +1.6 -1.9 
Gettman, 
Culter, e 
 Strath- 
man, 
1980 
M CV 
(60º/s) 
20 3 2x12 10 -0.6 +2.1 -2.8 
Retirado de Fleck e Kraemer (1999) 
 
6.1.1 Aumento da força causada por modificações fisiológicas 
 
De acordo com Powers e Howley (2000), o treinamento de força visa 
aprimorar a capacidade de um músculo ou determinado grupo muscular em 
aumentar sua força máxima, a qual é comumente avaliada através do teste de 1-RM. 
Barbanti (1997) pontua três formas para o desenvolvimento da força: 
a) Aumento da massa muscular; 
35 
 
 
b) Aperfeiçoamento dos processos que sincronizam a atividade das fibras 
musculares e as obrigam a mobilizar o maior número possível de unidades 
motoras; 
c) Aproveitamento da ação conjunta dos dois primeiros caminhos. 
Foss e Keteyian (2000) relatam que três fases distintas acompanham o 
aumento da força muscular, sendo (1) aumento da força através do aprendizado do 
movimento pelo sistema nervoso central, (2) aumento na força das fibras musculares 
e (3) aumento tanto na força quando no tamanho do músculo. 
Powers e Howley (2000) relatam que os fatores neurais são os principais 
componentes no aumento de força nas primeiras semanas de treinamento, sendo 
que em treinamentos com pesos com duração prolongada, o aumento da massa 
muscular torna-se o principal fator no aumento da força. 
A hipertrofia ocorre principalmente pelo aumento da secção transversal do 
músculo. Sendo esta causada pelos seguintes fatores (FOSS e KETEYIAN 2000): 
1) Aumento do número e tamanho das miofobrilas por fibra muscular; 
2) Aumento na quantidade de proteína catrátil, em particularmente no 
filamento de miosina; 
3) Aumento na densidade capilar por fibra; 
4) Aumento nas quantidades e na força dos tecidos conjuntivos, tendinosos e 
ligamentares. 
 
6.1.1.1 Tipos de fibras musculares 
 
Existem três tipos de fibras musculares, as rápidas (IIB), intermediárias (IIA) e 
as lentas (I). São diferencias pela isoforma da miosina que determinam a velocidade 
de contração (BADILLO e AYESTARÁN, 2001). 
As fibras do tipo I quando comparadas com as do tipo IIB são mais lentas, 
produzem menos força, sua vascularização e capacidade de oxidação são maiores, 
a produção energética predominante é através de lipídios e glicídios pela via 
aeróbica (e não anaeróbia), menor tamanho e menor número de miofibrilas. As fibras 
do tipo IIA apresentam características intermediárias a estas, (BADILLO e 
AYESTARÁN 2001). 
Para Badillo e Ayestarán (2001), o desempenho esportivo, os atletas que 
praticam modalidades intensas, rápidas e de curta duração como os velocistas e 
36 
 
 
halterofilistas, em sua composição de fibras musculares, a maior porcentagem 
deveria ser de fibras do tipo II, ao contrário dos atletas de provas de longa duração e 
pouco intensa que deveriam apresentar maior porcentagem de fibras do tipo I. 
 
6.1.2 Fatores estruturais influentes sobre o desenvolvimento da força 
 
Os fatores estruturais que contribuem para o desenvolvimento da força são 
dois, a hipertrofia e as fibras musculares. 
A hipertrofia caracteriza-se pelas seguintes características: 
- Aumento no número e tamanho das miofibrilas: Badillo e Ayestarán (2001) 
disseram que a hipertrofia pode ser causada pelo aumento de filamentos de actina e 
miosina nas miofibrilas. Já o aumento do número de miofibrilas é pouco conhecido, 
podendo ser causado pelo aumento do tamanho até certo nível primeiramente e 
posteriormente uma ruptura das bandas Z formariam duas miofibrilas. 
- Aumento do tamanho do tecido conjuntivo e de outros tecidos não contráteis 
do músculo: O tecido conjuntivo é formado por cerca 13% do volume muscular total 
e é aumentado conjuntamente com a hipertrofia (BADILLO e AYESTARÁN, 2001). 
Atletas que treinam a força máxima (halterofilistas) possuem uma vascularização 
semelhante à de sujeitos destreinados. Porém, quando comparados aos 
fisiculturistas, os halterofilistas apresentam o dobro de capilares por fibra muscular, 
mas ainda é inferior ao de sedentários (BADILLO e AYESTARÁN, 2001). 
-Aumento do tamanho e provavelmente do número de fibras musculares: 
Existem diversos estudos demonstrando a existênciado aumento do tamanho da 
fibra muscular, porém pouco se sabe a respeito do aumento do número de fibras 
musculares (BADILLO e AYESTARÁN, 2001). Meloni (2005) diz haver hiperplasia 
em casos especiais de treinamento, como no dos fisiculturistas. 
 
6.1.3 Volume do treinamento 
 
 O volume de um treinamento de força, segundo Badillo e Ayesterán (2001), é 
quantificado pelo número de repetições realizadas que estabelece uma relação com 
o tempo que o músculo esta sob tensão. 
 Os volumes e a quantidade de séries médias para o treinamento de força com 
objetivos variados, com duração de uma hora, são descritos na Tabela abaixo: 
37 
 
 
 
Tabela 9: Valores médios de volume para diferentes objetivos 
Objetivo do Treinamento Repetições Nº de séries Tempo sob tensão (s) 
Força relativa 60 20 240 
Hipertrofia 192 24 1152 
Força-resistência 450 30 1350 
Retirado de Badillo e Ayesterán (2001). 
 
Para Fleck e Kraemer (1999) o volume de treinamento significa a quantidade 
de trabalho realizado em determinado período do treinamento, tendo a freqüência e 
a duração uma relação direta. Para o cálculo do volume de treinamento pode-se 
somar o número de repetições em determinado período de tempo ou então 
multiplicar o número de séries pela carga levantada. Outra forma mais específica 
para calcular o volume de treinamento seria pelo trabalho (em Joules) realizado, 
onde se multiplica o peso levantado em (Newton) pela distância (metros) que esse 
peso percorre em uma repetição, e em seguida, multiplica-se pelo total de repetições 
realizadas durante a série. 
 
6.1.4 Intensidade do treinamento 
 
Para Badillo e Ayesterán (2001), a intensidade de um treinamento de força é 
representada pelo peso levantado tanto em valores absolutos quanto relativos. A 
intensidade apresenta uma relação inversamente proporcional com o volume. 
A avaliação da intensidade é feita através do percentual de 1-RM ou pelo 
número de repetições máximas com determinada carga, visando um determinado 
objetivo sendo, resistência de força, 70 a 90% da potência máxima do peso do 
treinamento; hipertrofia 80 a 85%; força máxima 90%; força rápida 90% (BADILLO E 
AYESTERÁN 2001). Fleck e Kraemer (1999) disseram que intensidade mínima para 
que ocorra aumento da força máxima é de 60 a 65% de 1 RM. 
A Tabela 10 mostra a qualidade física alvo de acordo com o número de 
repetições: 
 
 
 
 
38 
 
 
 
 
Tabela 10: capacidade física de acordo com número de repetições. 
RM 3 6 10 12 20 25 
Força/Potência Força/Potência Força/Potência Força/Potência 
Endurance de alta 
intensidade 
Endurance de alta 
intensidade 
Endurance de alta 
intensidade 
Endurance de alta 
intensidade 
Endurance de baixa 
intensidade 
Endurance de baixa 
intensidade 
Endurance de 
baixa intensidade 
Endurance de 
baixa 
intensidade 
Produção máxima de 
potência 
 
 � para � 
Produção baixa de 
potência 
Retirado de Fleck e Kraemer (1999) 
 
A freqüência cardíaca não é um bom parâmetro para determinação da 
intensidade do treinamento de força, pois a variação da pulsação não é diretamente 
proporcional à intensidade da carga aplicada (FLECK E KRAEMER 1999). 
Badillo e Ayesterán (2001), dizem que existem outras formas de intensidade 
que devem ser levadas em consideração, sendo elas: 
(a) Intensidade máxima absoluta e relativa: a intensidade máxima 
absoluta é quantificada pelo peso utilizado e a intensidade relativa é 
expressada pelo percentual da carga máxima para determinado 
exercício; 
(b) Repetições por série: carga máxima ou submáxima para 
determinado número de repetições sem considerar o percentual em 
relação à carga máxima; 
(c) Potência e/ou velocidade de execução: A potência e/ou velocidade 
execução deve ser mantida em níveis ideais para a qualidade física 
a ser trabalhada 
(d) Intensidade média: pode ser classificada como peso médio (a 
média das cargas absolutas empregadas por um período de tempo 
para determinado grupo muscular, ou exercício), ou intensidade 
média relativa (a média dos percentuais de cargas empregados por 
um período de tempo para determinado grupo muscular, ou 
exercício). O primeiro índice tem a função de acompanhar a 
39 
 
 
evolução da intensidade de cada sujeito individualmente, e o 
segundo permite tecer comparações entre sujeitos e entre grupos; 
(e) Densidade: está relacionada à freqüência de treinamento e ao 
tempo de recuperação. Quanto ao tempo de recuperação refere-se 
tanto às pausas entre séries, como às pausas entre sessões de 
treino e unidades maiores referentes ao treinamento; 
 
 
6.1.5 Métodos para o treinamento de força 
 
Para Barbanti (1997) o treinamento de força é divido em treinamento para 
força máxima, força rápida (potência) e resistência de força. A força máxima é a 
maior força que o sistema neuromusculoesquelético pode desempenhar em uma 
contração (1RM); força rápida é a capacidade de movimentação do corpo ou parte 
dele na maior velocidade possível; e a resistência de força capacidade de resistir à 
determinada carga por maior tempo possível (WEINECK, 2003). 
Para o desenvolvimento de força máxima, Barbanti (1997) utiliza o 
treinamento do tipo pirâmide, onde são utilizadas cargas de 80 a 100% do máximo 
com repetições de 1-5 de longas pausas (3 a 4min.). No treinamento de potência, 
deve-se realizar exercícios com velocidade de movimento utilizando-se cargas com 
40 a 70% do máximo, com 6 a 10 repetições e pausas de descanso de 2 a 3 min. 
Para desenvolver-se a resistência de força utilizam-se cargas com 20 a 40% do 
máximo com repetições de 20 a 50 e pausas de 1 a 1,30 min. 
O tipo de contração empregada na execução dos exercícios também se 
constitui em um procedimento de treinamento, uma vez que a força muscular e a 
velocidade do movimento variam para cada tipo de contração (ENOKA, 2002). 
Assim, espera-se que as respostas adaptativas também apresentam características 
diferentes (FLECK e KRAEMER, 1999). O treinamento com contrações isocinéticas 
parece ser o melhor para o treinamento anaeróbio e desenvolvimento da capacidade 
do músculo em gerar tensão (KRAEMER e KOZIRIS, 1992), mas o treinamento 
isotônico é o mais comum e mais difundido, pois possui maior especificidade com 
relação às ações do cotidiano (FLECK e KRAEMER, 1999). Com relação às 
respostas adaptativas, ele obtém melhores resultados do que os isométricos e piores 
40 
 
 
que os isocinéticos para o desenvolvimento da força e da massa muscular (FOSS e 
KETEYIAN, 1998). 
O período de intervalo é outro fator responsável pelo tipo de demanda 
metabólica e estímulo contrátil que se deseja submeter o músculo. Com relação ao 
tipo de intervalo que deve ser dado, o do tipo repouso-recuperação (pausa passiva), 
parece ser o mais indicado, pois com exercíciosde alta intensidade e curta duração o 
sistema energético ATP-PC é o mais solicitado, e este tipo de recuperação é o que 
permite seu restabelecimento, além de possibilitar rendimentos sucessivos 
semelhantes aquele apresentado na primeira série (FOSSe KETEYIAN 2000). 
Quanto à freqüência semanal, indica-se três a quatro vezes por semana 
conforme o volume e a intensidade do treino para cada grupo muscular (FOSS e 
KETEYIAN, 2000 ; POWERS e HOWLEY, 2000). 
De acordo com Foss e Keteyian (2000), o número adequado de séries é 
estimado em três para a melhora da aptidão muscular em qualquer condição de 
esforço que o músculo seja inserido, pois uma ou duas séries têm sido aplicadas 
apenas em condições inicias visando adaptações preliminares, como o aprendizado 
(KRAEMER et al., 1996). Com relação ao número de repetições, indica-se que seja 
algo em torno de oito a doze (KRAMER et al., 1996; KRAEMER e KOZIRIS, 1992; 
POWERS e HOWLEY, 2000).

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