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Comunidades de Terreiro em Goiás: Espacialidade, Particularidades e Políticas 
Públicas
Rodolfo Ferreira Alves Pena¹; Jailson Silva Souza²; Eliesse Scaramal³; Mary Anne Vieira 
Silva4
1 Estagiário CieAA/UEG e Pesquisador PVIC/UEG, graduando do Curso de Geografia, 
UnUCSEH – UEG. 
² Bolsista CNPq/UEG, graduando do Curso de Geografia, UnUCSEH – UEG. 
³ Orientadora, docente do Curso de História, UnUCSEH – UEG. 
4 Orientadora, docente do Curso de Geografia, UnUCSEH – UEG.
RESUMO
A conseguinte apresentação é pautada em seu objetivo de apresentar resultados de 
estudos de três projetos de pesquisa: ABEREM: África no Brasil: Estudos de comunidades, 
religiosidades e territórios (CNPq), IGBADU: Territórios, gênero e história dos candomblés 
de Goiânia (FAPEG/SEMIRA) e Mães de santo: domínios territoriais, sociais e históricos do 
sagrado em Goiânia - GO (FAPEG/SEMIRA), onde o foco da apresentação são as relações 
territoriais do sagrado em Goiânia e as características individuais de duas Casas de Santo – a 
primeira em águas lindas de Goiás: Ilê Axé Omi Bagto Jegede do babalorixa Djair e a 
segunda em Aparecida de Goiânia: Casa de Ti Omolu da Iyalorixa Jane.
Outro ponto importante da apresentação é a problemática que prenuncia a ausência 
de políticas públicas para Comunidades de Terreiro – em especial Candomblé e Umbanda – 
no estado de Goiás, ao passo que as religiões hegemônicas – sobretudo protestantes, Católica 
e Kardecista – recebem praticamente todo o incentivo governamental.
Palavras-chave: Território, Casa de Santo, Comunidades de Terreiro.
Introdução
Existem, em Goiânia, centenas casas de Segmentos Espiritualistas (entende-se por 
esse termo Comunidades de Terreiros – Candomblé e Umbanda – e Kardecistas) localizadas 
por todas as regiões da cidade, segundo o SEPLAN (Secretaria de Planejamento e 
Desenvolvimento de Goiânia). Essa informação é importante no sentido de desmistificar a 
1
concepção empírica de que não há ou que pouco há Casas de Santo na capital de Goiás. Nesse 
trabalho nos propomos a não tão somente mapear essa distribuição espacial, mas também 
apresentar gráficos que demonstram esse processo nas regiões empregadas conforme a divisão 
regional oficial de Goiânia. Também de acordo com o SEPLAN, essas Comunidades de 
Terreiros recebem nenhum tipo de política pública para o seu surgimento, construção ou 
manutenção. 
Se o foco é aplicado preferencialmente ao Candomblé em Goiás, notamos as 
diferenciações e semelhanças entre as Casas de Santo, onde foram estudadas duas casas de 
Santo e feito todo um trabalho interdisciplinar acerca das concepções e valores em cada uma 
dessas casas. Foi analisado o processo de origem e descolamento dessas casas em relação a 
comunidade a qual estão inseridas 
Material e Métodos
O material empregado nas supracitadas pesquisas são mapas, gráficos e plantas 
baixas produzidos partir de levantamentos de trabalhos de campo realizados em algumas 
Casas de Santo, doravante Ilê Axés, localizadas em Aparecida de Goiânia e Águas Lindas de 
Goiás. Também foram coletados dados de caráter público compreendidos entre dados e 
estatísticas referenciados via SEPLAN (Secretária Municipal do Planejamento de Goiânia).
Esses materiais foram trabalhados de forma a criar uma interpretação dos dados e 
documentos para que os mesmos sejam encarados não tão somente em uma perspectiva 
quantitativa, mas também de forma qualitativa, obedecendo as particularidades e 
características gerais de cada informação apreciada de modo a obter os melhores resultados.
Resultados e Discussão
Mediante os já referidos levantamentos de dados do SEPLAN, notamos a 
distribuição espacial dos Segmentos Espiritualistas em Goiânia (Fig. 1) que foi segmentado 
conforme a regionalização oficial da cidade de Goiânia, onde a maior concentração se dá nas 
regiões Sul, Central, Macambira e Campinas, que são, inclusive, as regiões com maior 
volume populacional e também as que possuem um maior desenvolvimento econômico dentro 
um ponto de vista empírico, empregado em um primeiro momento.
É importante ressaltar, também, a forma com que o próprio órgão SEPLAN aborda o 
tema, no sentido em que emprega o termo “Centro Espírita” apenas para abordar as 
2
comunidades do segmento Kardecista, esquecendo que tal denominação também se aplica a 
Comunidades de Terreiro de Candomblé e Umbanda, como uma demonstração da falta de 
conhecimento e atenção para com tais segmentos religiosos.
Fig. 01 – Distribuição dos Segmentos Espiritualistas em Goiânia (SEPLAN, 2007).
Fig. 02 – Distribuição das Comunidades de Terreiro em Goiânia (SEPLAN, 2007)
Quando se aprofunda o foco de análise somente para as Comunidades de Terreiro em 
Goiânia (Fig. 02), notamos a forma como elas se concentram nas regiões Campinas, Central e 
Sul; a região Macambira, que no outro gráfico figurava como uma das regiões mais 
3
concentradas da cidade em comunidades de segmentos espiritualistas, aparece agora como 
uma das que menos apresentam Casas de Santo, caracterizando-se, portanto, por uma região 
eminentemente Kardecista. 
Fig. 03 – Mapa demonstrativo da distribuição das casas de Segmento Espírita em Goiânia
Quando se trata das semelhanças e disparidades entre as casas de santo, Ilê Axé Omi 
Bagto Jegede do babalorixa Djair e a segunda em Aparecida de Goiânia: Casa de Ti Omolu da 
Iyalorixa Jane, deve-se em antemão realizar um levantamento o processo de formação a qual 
os terreiros se dão, e subseqüentemente para onde estes migram.
4
Ao buscar as origens das casas de santo, descobre-se que ambas são fundadas no 
Setor Jardim América em Goiânia-GO, que de modo algum podemos considerar este fato 
coincidência, pois como é mostrado pelos dados do SEPLAN, esta região abriga um 
contingente considerável de casas de santo inclusive podemos citar tal região como principal 
ponto de instalação das primeiras casa de santo em Goiânia. 
A primeira migração das duas casas se da inicialmente com babá Djair, onde o Ilê-
Axé Omi Bagto Jegedê migra para águas lindas de Goiás – DF, região metropolitana de 
Brasília, Águas Lindas está a 193 quilômetros da capital Goiânia, situando-se, próxima à 
divisa oeste do Distrito Federal. A cidade não possui uma indústria principal, mas têm uma 
variedade de empresas comerciais pequenas que variam de escritórios, lojas de mantimento e 
supermercados. Águas Lindas de Goiás é um dos dez municípios mais violentos do país. 
Dados da Secretaria Nacional de Segurança Pública revelam que a cidade é uma das mais 
violentas do entorno do DF, onde o baba Djair comprou com recursos próprios o local para 
assentar seu Ilê-Axé, tal mudança se dá pela busca de melhores condições de trabalho, para 
babá Djair, onde o mesmo atua como esteticista em Brasília – DF. É importante ressaltar que 
o Ilê-Axé vive sem sofrer perseguições dos moradores vizinhos, como é relatado pelo próprio 
baba.
A mudança da mãe Jane foi impulsionada após a mesma ganhar um lote na cidade de 
Aparecida de Goiânia, região metropolitana de Goiânia onde não há infra-estrutura, 
saneamento básico e pavimentação, região afastada do centro da cidade, mas localizada a 
poucos minutos do Buriti Shopping, pólo comercial mais próximo. A mudança de mãe Jane se 
deu principalmente pelo forte preconceito que o Ilê-Axé sofria pelos moradores vizinhos, 
chegando ao ponto de, várias vezes, moradores atirarem pedras contra o Ilê. Este atualmente 
está situado em uma região periférica em Aparecida de Goiânia, onde esse preconceito por 
partes dos moradores ainda é existente.Analisando agora as mudanças realizadas pelos os eventuais Ilês-Axés, percebemos 
que estas se dão em busca de melhores condições de moradia e prosperidade dos Ilês e uma 
semelhança entre as duas mudanças é que ambas partem de uma região considerada 
valorizada em Goiânia para regiões periféricas e marginalizadas em Águas lindas de Goiás – 
DF e Aparecida de Goiânia. 
Conclusões
5
Os deslocamentos das Casas de Santo de Djair e Jane, se comportam dentro de uma 
exemplificação aplicada diretamente ao tema da ausência de políticas públicas para com 
Comunidades de Terreiro no estado de Goiás, uma vez que ambos migraram de suas 
localidades iniciais para áreas distintas por motivos semelhantes: a dificuldade de manutenção 
em uma perspectiva financeira, uma vez que tributos como IPTU e outros impostos 
dificultavam a permanência deles em seus locais. Os próprios dados apresentados aqui nesse 
ensejo apontam de uma forma generalizada toda essa questão de não reconhecimento 
governamental para com comunidades de matriz africana, estabelecendo-se aí a problemática 
principal.
Referências Bibliográficas
SCARAMAL, Eliesse dos S. Teixeira. Projeto Aberem – África no Brasil: estudo de 
comunidade, religiosidades e territórios. 2005.
SCARAMAL, Eliesse dos S. Teixeira. Projeto IGBADU: Territórios, gênero e história dos 
candomblés de Goiânia. 2008.
VIEIRA SILVA, Mary Anne. Projeto Mães de Santo: domínios territoriais, sociais e 
históricos do sagrado em Goiânia – GO. 2008.
ULHOA, Clarissa Adjuto. Religiões de matriz africana em Goiânia: entre práticas e 
preconceitos. Bolsa de Iniciação Científica – PIBIC-UEG: Projeto de Pesquisa - 
ABEREM/CNPq-UEG-PBIBIC-UEG. Orientadora: SCARAMAL, Eliesse., UEG-UnuCSEH 
- Departamento de História, Anápolis – 2007-2008
ULHOA, Clarissa Adjuto. Ilê Axé Omi Bagtô Jegedé: Apontamentos Preliminares sovre o 
processo de Constituição do Primeiro Terreiro Goiano de Ketu. Anápolis - UEG, 2008. 
NOGUEIRA, Léo Carrer. História e constituição da Umbanda em Goiânia. Orientador: Profa. 
Dra. Cristina de Cássia Pereira Moraes. Programa de Pós-graduação Strictu Sensu UFG, 
Goiânia-GO , 2008-2010
6
	Comunidades de Terreiro em Goiás: Espacialidade, Particularidades e Políticas Públicas
	Resumo