Caderno de Conservação e restauro de obras de Arte PoPulAr BrAsileirA � uNesCo representação da uNesCo no Brasil representante vincent defourny Coordenação para a área de Cultura Coordenadora Jurema Machado Museu Casa do Pontal Diretora-presidente angela Mascelani Vice-presidente Jacqueline van de beuque Patrocínio institucional Ministério da Cultura bndes Petrobras Light Parceria institucional IPHan / departamento de Museus e Centros Culturais Museu Casa do Pontal estrada do Pontal, nº 3295, recreio dos bandeirantes rio de Janeiro – rJ – brasil – CeP: 22785-580 tel/fax: (55) (21) 2490-3278 2490-4013 institucional@museucasadopontal.com.br www.museucasadopontal.com.br www.popular.art.br � Caderno de Conservação e restauro de obras de Arte PoPulAr BrAsileirA rIo de JaneIro | 2008 ______ 1a edição Coordenação Museu Casa do Pontal Pesquisa e textos ana Gabriela dickstein angela Mascelani Joana ortigão Corrêa Moana van de beuque sergio dos santos Produção editorial ana Gabriela dickstein Joana ortigão Corrêa Consultoria Ione H. Pereira Couto Procedimentos museológicos sergio dos santos Documentação fotográfica Lucas van de beuque revisão de conteúdos simone Mesquita revisão de textos sergio Lamarão elisa rosa Projeto gráfico Clarice soter eneida déchery Agradecimentos CoPPe/uFrJ, CeCor/uFMG, Museu nacional/uFrJ, Museu de Folclore edison Carneiro, Museu Histórico nacional, Museu do Índio e Museu da Chácara do Céu. Caderno de Conservação e restauro de obras de arte Popular brasileira © associação de amigos da arte Popular brasileira - Museu Casa do Pontal / unesco este caderno foi produzido no Contexto de Cooperação unesCo / associação dos amigos da arte Popular brasileira – Museu Casa do Pontal, Projeto “Caderno de Conservação e restauro de obras de arte Popular brasileira”, contrato nº CLt05999/2006. as opi- niões aqui expressas são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a visão da unesCo sobre o assunto. Caderno de Conservação e restauro de obras de arte Popular brasileira / Museu Casa do Pontal. rio de Janeiro: associação dos amigos da arte Popular brasileira; brasília: unesCo, 2008 60 pp. ; 19,5 x 26,8 cm Isbn 978-85-60346-01-1 1. Museologia. 2. Conservação e restauro. 3. arte Popular brasileira. I. Museu Casa do Pontal. II. unesCo Abertura | unesCo - vincent defourny Abertura | Museu Casa do Pontal - angela Mascelani o diálogo com os parceiros: implantação de uma política de conservação participativa - Ione H. Pereira Couto i. Considerações sobre conservação e restauro na arte popular brasileira 1. as múltiplas interfaces dos processos de conservação e restauro �. documentação de acervos �. Conservação preventiva 4. Conservação e restauro ii. Procedimentos básicos de conservação e restauro 1. Procedimentos iniciais �. Limpeza �.1. a seco �.�. em meio aquoso �.�. Com solvente �.4. Com tolueno �. Imunização 4. restauração de partes danificadas 4.1. Colagem de partes que se quebram ou se descolam sem comprometer a sustentação 4.�. Colagem de partes em que houve fragmentação 4.�. recuperação da sustentação 4.4. recomposição estética 4.5. recuperação da estrutura 4.6. Faceamento iii. Conservação e restauro em obras do acervo do Museu Casa do Pontal 1. Lavadeira, de Zé Caboclo �. Casal com bebê, de noemisa �. eletricista trabalhando, de Luiz antonio 4. aguadeiro, de domingos 5. Cidade baixa com dois grandes prédios, de dadinho 6. Lampião e Maria bonita, de Manuel Graciano 7. escravidão, de saúba 8. serra Pelada, de adalton Bibliografia consultada 07 09 1� 19 19 �� �4 �7 �1 �1 �� �� �� �� �� �4 �4 �5 �5 �5 �6 �7 �8 �9 40 4� 44 46 48 50 5� 54 56 6 Obra de Mestre Vitalino, Alto do Moura, PE – acervo Museu Casa do Pontal / Fotógrafo: Rômulo Fialdini 7 assim como o conhecimento transcende, cada vez mais, as fronteiras das especialidades, o desafio atual da unesCo tem sido tratar de maneira articulada e complementar seus programas e instrumentos normativos na área da Cultura. e nesse ambiente de interdisciplinaridade, os Museus são vistos como um espaço-síntese para um enfoque integrado do patrimônio e da diversidade cultural, uma vez que re- presentam, por excelência, espaços educadores para a compreensão mútua e a coesão social. Com base nesses pressupostos, a unesCo tem optado por focalizar sua ação na área de Museus nos países menos desenvolvidos, nas regiões de conflito e nas coleções mais significativas para a compreensão integrada do patrimônio e sua potencial contribuição para o desenvolvimento econômico, social e humano. elemento central dessa estratégia é a construção de programas de formação para profissionais que atuam nos mais diversos contextos, muitos deles demandados a gerir ou a agir diretamente sobre temas que requerem uma vasta gama de áreas de conhecimento e de habilidades, desde a promoção de programas educativos, até a conservação preventiva e a segurança das coleções. Por essa razão, os programas de formação promovidos ou apoiados pela unesCo têm privilegiado as técnicas simples e eficazes para a sal- vaguarda das obras, produzido material pedagógico e reforçado as redes de profissionais e de associações. a contribuição da unesCo ao Museu Casa do Pontal para a sistematização e difusão do seu conhecimento sobre conservação de sua coleção de arte popular alinha-se perfeitamente com as preocupações e prioridades que descrevemos. o Museu reúne um conjunto de práticas exemplares, a começar pela origem da coleção, resultado do rigor e da persistência de anos de um particular, situação ainda tão rara no brasil. Jacques van de beuque reuniu, e hoje estão disponíveis ao público, peças de arte popular de todo o país, objetos até então condena- dos à efemeridade, não apenas pelo seu suporte físico, mas por não serem considerados arte, menos ainda merecedores de tratamento museológico. essa origem se relaciona diretamente com a vocação do Museu do Pontal para as parcerias, para o trabalho integrado com a comunidade e para a educação. Por utilizarem os materiais que se tem à mão, sobretudo o barro e a madeira, ou outros ainda mais frágeis e diversos, como a areia, palha, contas, tecidos, latões, penas de aves, e, ainda, por não terem sido produzidos com a intenção consciente de perenidade, os objetos de arte popular desafiam as técnicas de conservação. somente o enfrentamento cotidiano de uma variedade de situações concretas poderia dar sub- sídio a um mínimo de generalização, se não de técnicas, pelo menos de critérios que possam ser transporta- dos para outras situações. esse é o resultado imediato que almejamos ter alcançado com esse caderno. Mas, além de um manual que possa ser disseminado entre os museus com vistas à conservação de coleções análogas, pretende-se um pouco mais. É importante estimular a conservação de acervos existentes, não disponibilizados ou precariamente disponibilizados ao público, valorizando e ampliando o acesso à produção de arte popular em um país tão vasto e diverso como o brasil. segundo angela Mascelani, diretora do Museu Casa do Pontal, essa produção que “apresenta os principais temas da vida social e do imaginário - seja por meio da criação de seres fantásticos ou de simples cenas do cotidiano - numa linguagem em que o bom humor, a perspicácia e a determinação têm lugar de destaque. (...) tem um “forte poder de comunicação, que ultrapassa as fronteiras de estilos de vida, situação socioeconômica e visão de mundo, interessando a todos de maneira indistinta.” além do seu valor em si, pode desempenhar um papel importante na valorização das práticas, dos conhecimentos e das visões de mundo de parcela da população cujas expressões são pouco ou nada visíveis, apartada dos museus e