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O Direito de Família e o Direito Internacional Privado

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Programa de Graduação em Direito
Marcella Funghi Rocha Oliveira
O DIREITO DE FAMÍLIA E O DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
RESUMO 
Este artigo tem como objetivo trabalhar o Direito de Família frente ao Direito Internacional Privado. Trataremos dos temas por nós considerados de extrema e fundamental importância, destacando como o Direito Internacional Privado trabalha as relações do Direito de Família, relações estas que ousamos apontar como aqueles em que mais existem conflitos de normas nacionais diversas. As relações interpessoais fogem a qualquer princípio de nacionalidade e territorialidade, e por assim dizer caracterizam-se como sendo passível de aplicação de mais de um ordenamento jurídico que fundam na diversa nacionalidade dos nubentes, da consolidação do domicílio do casal, ou, ainda, do lugar em 	que se contraiu o matrimônio. 
Palavras-chave: Direito de Família. Direito Internacional Privado. Noções Gerais. 
1 INTRODUÇÃO 
Este trabalho tem como finalidade aprofundar os estudos sobre o Direito Internacional Privado e suas normas, bem como verificar como este se interliga ao Direito de Família. 
Trabalharemos alguns institutos do Direito de Família e como os pontos de conflitos entre normas pertencentes a Estados diferentes são solucionadas, uma vez que se demonstra de extrema importância discutir este tema haja vista que as relações interpessoais são aquelas nas quais mais vemos a possibilidade de aplicação de normas de diferentes Estados. 
Trabalharemos considerações acerca destes dois ramos do direito, quais sejam Direito Internacional Privado e Direito de Família, bem como demonstraremos algumas regras que este primeiro tem para conseguir regular e dirimir os conflitos do segundo. 
2 CONSIDERAÇÕES SOBRE O DIREITO DE FAMÍLIA SOB A ÉGIDE DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
	Sobre o Direito Internacional Privado, este é visto como ciência, e nessa ótica de ser encarado como ciência é de fato necessário que saibamos seu objeto:
[…] a ciência tem como seu principal objeto o conflito das leis, visando estabelecer regras para a opção dentre as mesmas, é um direito eminentemente nacional, daí ser incorreta a denominação “internacional”. E como ciência também estuda os conflitos, interespaciais, não internacionais, bem como os interpessoais […] (DOLINGER, 2013, p. 7)
O Direito Internacional Privado, é conforme Dolinger (2013. p. 9) “a projeção do direito interno sobre o plano internacional”, e acrescente “é a dimensão internacional ou universalista do direito interno” (DOLINGER, 2013, p. 10). 
Sua relação é bem íntima de alguns ramos do Direito, e demonstra-se clara tal intimidade, quando tratado em conjunto com o Direito de Família. 
O casamento é um objeto de interesse do Direito Internacional Privado, sendo incomum de oriunda daquele haja conexão internacional, no entanto sendo bastante comum nubentes de nacionalidade diferentes ou domicílios diversos, ainda quando contraem matrimônio em um país estabelecendo-se em outro, dentro de obrigações alimentares quando alimentante e alimentado estão em países distintos. 
Sobre os sistemas que regularizam estes conflitos destacamos os ensinamentos doutrinários de Portela (2011, p. 653):
A doutrina recebeu dois sistemas para regulação dos conflitos de leis no espaço referente ao casamento: o sintético e o unitário. Pelo sistema sintético, um só critério governa todas as relações de família, como o domicílio ou a nacionalidade. Pelo sistema analítico ou plural, que é majoritário, princípios diferentes orienta a solução das diferentes questões do casamento. O Brasil adota o critério analítico. 
Em suma na passagem acima destacamos esta existência de dois critérios para regulação de conflitos, sendo que o Brasil adotou o critério analítico, que se orientando por diversas questões na hora de escolher qual ordenamento jurídico deva ser utilizado. 
	É importante destacar que no campo do Direito de Família muitos são os pontos em que o Direito Internacional Privado influencia e estabelece normas que determinarão como casos concretos serão solucionados. 
O casamento consular e uma possibilidade facultada a um casal formado por estrangeiros a mesma nacionalidade exercerem o direito de contraírem matrimônio perante autoridades diplomáticas ou consulares de seu Estado de origem, quando ambos estejam em território nacional. 
Ao meso tempo faculta a um casal de brasileiros que vivem no exterior, poder celebrar núpcias tanto frente às autoridades que se encontram, quanto às autoridades diplomáticas e consulares brasileiras. 
Cabe destacar o que dispõe o Código Civil, em seu artigo 1.544, que deverá ser o casamento consular registrado em cento e oitenta dias da volta de um ou de ambos ao Brasil. 
Ainda sobre casamento, aqueles que são realizados no exterior, independentemente de qualquer registro este produzem efeitos no Brasil, e consequentemente impede outro matrimônio. 
Deve-se ressaltar que o casamento celebrado no exterior só não será reconhecido no Brasil quando for contrário a soberania nacional, à ordem pública e aos bons costumes, como é no caso do matrimonio polígamo. 
Esta desnecessidade de registro se justifica no fundamento que o registro atende aos princípios de publicidade, contudo a prova do casamento pode ser feita por exibição da certidão de casamento obtida no estrangeiro. 
Em outras palavras, o casamento consular somente tem eficácia quando registrado, no prazo legal. Já o casamento realizado no estrangeiro tem desnecessidade de registro. 
Na maioria das regras referentes ao casamento as leis que regem são as do domicílio dos nubentes. 
No que se refere às obrigações de prestar alimentos, ou como é chamada a prestação transnacional de alimentos, para que solucione cada contenda foram celebrados tratados que visam a facilitar a cobrança e o adimplemento de obrigações alimentares quando alimentado e alimentante vivem em países diferentes. 
A situação de pessoas que dependem de pensão alimentícia fornecida por quem vive em outros Estados pode ser sob o ponto de vista jurídico e prático, bem delicada. Eventuais execuções impõem inúmeras dificuldades e obstáculos. Os tratados anteriormente mencionados cuida de ajudas na solução destes casos, tendo, ainda, como objetivo precípuo reduzir as dificuldades.
Os tratados estabelecem, no âmbito do Direito Internacional, o juízo competente para tratar das obrigações alimentares caiba ao juízo de onde se encontra o credor, no caso o alimentado. 
Outro ponto em que o Direito de Família encontra com o Direito Internacional Privado é na possibilidade de adoção internacional. A adoção internacional é definida por Portela (2011, p. 666) como “aquela pleiteada por pessoa ou casal domiciliado fora do país, o que implicará o deslocamento da criança ou adolescente para o país de acolhida”. Esta modalidade de adoção é permitida tanto pelo direito internacional, quanto pelo direito interno. 
Esta adoção deve respeitar o melhor interesse do menor, devendo ser autorizada pelas autoridades competentes e a proteção e as salvaguardas deverão ser as mesmas que aquelas impostas quando e adoção ocorreu em território nacional. 
3 CONCLUSÃO 
Este estudo teve como finalidade abordar o Direito Internacional Privado e o Direito de Família, demonstrando como o primeiro trata os casos em que existem controvérsias oriundas da possibilidade de aplicação de mais de uma norma de Estados nacionais diversos.
Trabalhamos no sentido de destacar como alguns dos institutos do Direito de Família que sofrem influências do Direito Internacional, e são tratados por este último. 
Tratamos sobre a possibilidade de pensão alimentícia na modalidade transnacional, fazendo com que nosso leitor soubesse a sua definição. Abordamos sobre o casamento consular, ressaltando, ainda, os tratados internacionais que existem para definir a competência da aplicação de normas quando falamos de relações interpessoais que possam envolver mais de umordenamento jurídico. 
Dada a extensão do tema não era pretensão esgotá-lo, contudo conseguimos estudá-lo de forma mais aprofundada para que possamos identificar como estes dois ramos se interligam e como o Direito Internacional Privado regula as relações de mais de uma norma jurídica de Estados diferentes. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Código Civil. 7. ed. São Paulo: Editora RT, 2005.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 35. ed. Editora Saraiva: São Paulo, 2005
DOLINGER, Jacob. Direito Internacional Privado. 5. ed. Rio de Janeiro: Editora Atualizada, 2013. 479 p.
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. 3. ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2011. 919 p.
BRASIL. Emenda Constitucional n° 45 de 30 de Dezembro de 2004. Altera dispositivos dos arts. 5º, 36, 52, 92, 93, 95, 98, 99, 102, 103, 104, 105, 107, 109, 111, 112, 114, 115, 125, 126, 127, 128, 129, 134 e 168 da Constituição Federal, e acrescenta os arts. 103-A, 103B, 111-A e 130-A, e dá outras providências. Publicado no Diário Oficial da União em 31 de dezembro de 2004.

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