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Una – Centro Universitário – Prof.: Warley L. de Souza 1 Exercício resolvido sobre integrais triplas em coordenadas esféricas 1) Utilize coordenadas esféricas para determinar o volume do sólido delimitado pelo cone: 𝑧 = √𝑥2 + 𝑦2 e pela esfera: 𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2 = 𝑧. Solução: Para determinarmos os limites da integral tripla em coordenadas esféricas é necessário fazer um esboço do sólido delimitado pelas superfícies acima. Observem que a esfera não está escrita em sua forma canônica necessária para obter as coordenadas do seu centro. Podemos obter as coordenadas do centro da esfera assim como o seu raio completando o quadrado conforme mostrado na sequência: 𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2 − 𝑧 = 0 → 𝑥2 + 𝑦2 + (𝑧 − 1 2 ) 2 ⏟ 𝑧2−2∙𝑧∙ 1 2+ 1 4 = 1 4 → (𝑥 − 0)2 + (𝑦 − 0)2 + (𝑧 − 1 2 ) 2 = ( 1 2 ) 2 De acordo com a última igualdade acima, as coordenadas são 𝐶 (0, 0, 1 2 ) e a medida do seu raio vale 1 2 . Escrevamos agora as equações da esfera e do cone em coordenadas esféricas e façamos o esboço do sólido para o qual desejamos calcular o volume: Consideremos as seguintes equivalências entre as coordenadas retangulares e as esféricas: { 𝑥 = 𝜌𝑠𝑒𝑛𝜑𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑦 = 𝜌𝑠𝑒𝑛𝜑𝑠𝑒𝑛𝜃 𝑧 = 𝜌𝑐𝑜𝑠𝜑 Para a esfera: 𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2 − 𝑧 = 0 → (𝜌𝑠𝑒𝑛𝜑𝑐𝑜𝑠𝜃)2 + (𝜌𝑠𝑒𝑛𝜑𝑠𝑒𝑛𝜃)2 + (𝜌𝑐𝑜𝑠𝜑)2 − 𝜌𝑐𝑜𝑠𝜑 = 0 𝜌2𝑠𝑒𝑛2𝜑 ∙ (𝑐𝑜𝑠2𝜃 + 𝑠𝑒𝑛2𝜃)⏟ 1 + 𝜌2𝑐𝑜𝑠2𝜑 = 𝜌𝑐𝑜𝑠𝜑 𝜌2 ∙ (𝑐𝑜𝑠2𝜑 + 𝑠𝑒𝑛2𝜑)⏟ 1 = 𝜌𝑐𝑜𝑠𝜑 𝝆 = 𝒄𝒐𝒔𝝋 Para o cone: 𝑧 = √𝑥2 + 𝑦2 → 𝜌𝑐𝑜𝑠𝜑 = √(𝜌𝑠𝑒𝑛𝜑𝑐𝑜𝑠𝜃)2 + (𝜌𝑠𝑒𝑛𝜑𝑠𝑒𝑛𝜃)2 Una – Centro Universitário – Prof.: Warley L. de Souza 2 𝜌𝑐𝑜𝑠𝜑 = √𝜌 2𝑠𝑒𝑛2𝜑 ∙ (𝑐𝑜𝑠2𝜃 + 𝑠𝑒𝑛2𝜃)⏟ 1 𝜌𝑐𝑜𝑠𝜑 = 𝜌𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑐𝑜𝑠𝜑 = 𝑠𝑒𝑛𝜑 𝝋 = 𝝅 𝟒 Esboço do sólido: A descrição do sólido E acima se baseia na identificação da variação das coordenadas esféricas: Para a coordenada 𝜌: Observe pela figura acima que qualquer ponto do sólido essa coordenada varia de 0 (quando um ponto do sólido E está na origem) até 𝑐𝑜𝑠𝜑 quando o ponto está sobre a superfície esférica. Logo temos a seguinte variação para essa coordenada: 0 ≤ 𝜌 ≤ 𝑐𝑜𝑠𝜑. Para a coordenada 𝜃: A interseção de qualquer plano horizontal (paralelo ao plano 𝑥𝑦) com o sólido E é um círculo. Assim, o segmento de reta entre um ponto no interior deste círculo em relação ao eixo x vale 𝜃. Para “varrer” todos os pontos desta interseção temos a seguinte variação para essa coordenada: 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋. Para a coordenada 𝜑: Para qualquer ponto no interior deste sólido E, o ângulo 𝜑 é observado entre o eixo z e o segmento de reta que conecta este ponto à origem do eixo coordenado. Como o sólido encontra-se limitado inferiormente pelo cone, onde todos os pontos sobre essa superfície estão afastados do eixo z segundo o ângulo 𝜑 = 𝜋 4 , todos os pontos 𝝆 = 𝒄𝒐𝒔𝝋 𝝋 = 𝝅 𝟒 Una – Centro Universitário – Prof.: Warley L. de Souza 3 no interior do sólido (naturalmente acima da superfície do cone) estão afastados do eixo z segundo um ângulo menor do que 𝜋 4 . Portanto, temos a seguinte variação para essa coordenada: 0 ≤ 𝜑 ≤ 𝜋 4 . Em face do exposto acima, o sólido E apresenta a seguinte descrição em coordenadas esféricas: 𝐸 = {(𝜌, 𝜃, 𝜑)|0 ≤ 𝜌 ≤ 𝑐𝑜𝑠𝜑, 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋, 0 ≤ 𝜑 ≤ 𝜋 4 } O volume do sólido E é, portanto, obtido por meio da integral: 𝑉(𝐸) =∭𝑑𝑉 = ∫ ∫ ∫ 𝜌2𝑠𝑒𝑛𝜑𝑑𝜌𝑑𝜑𝑑𝜃 𝑐𝑜𝑠𝜑 0 𝜋 4⁄ 0 2𝜋 0 𝑉(𝐸) = ∫ ∫ 𝑠𝑒𝑛𝜑 𝜌3 3 ] 0 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑑𝜑𝑑𝜃 𝜋 4⁄ 0 2𝜋 0 𝑉(𝐸) = 1 3 ∫ ∫ 𝑠𝑒𝑛𝜑𝑐𝑜𝑠3𝜑𝑑𝜑𝑑𝜃 𝜋 4⁄ 0 2𝜋 0 Considere a mudança de variável: 𝑢 = 𝑐𝑜𝑠𝜑 → 𝑑𝑢 = −𝑠𝑒𝑛𝜑𝑑𝜑 𝑒 { 𝜑 = 0 → 𝑢 = 1 𝜑 = 𝜋 4 → 𝑢 = √2 2 Com efeito, obtemos: 𝑉(𝐸) = − 1 3 ∫ ∫ 𝑢3𝑑𝑢𝑑𝜃 √2 2 1 2𝜋 0 𝑉(𝐸) = − 1 3 ∫ 𝑢4 4 ] 1 √2 22𝜋 0 𝑑𝜃 𝑉(𝐸) = − 1 3 ∫ (√2 2⁄ ) 4 − 14 4 2𝜋 0 𝑑𝜃 𝑉(𝐸) = − 1 3 ∫ 4 16 − 1 4 2𝜋 0 𝑑𝜃 = − 1 3 ∫ 1 4 − 1 4 2𝜋 0 𝑑𝜃 = − 1 3 ∫ −3 4 4 2𝜋 0 𝑑𝜃 = 1 16 ∫ 𝑑𝜃 = 𝜋 8 2𝜋 0 Dessa forma, o volume deste sólido vale: 𝝅 𝟖 u.v.
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