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Fisiologia Hepática - Bile

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1 Beatriz Larentis de Souza MED - Unila 
BASES MORFOFUNCIONAIS DO APARELHO DIGESTÓRIO 
 
FUNÇÃO E COMPOSIÇÃO DA BILE – Tortora 
A cada dia os hepatócitos produzem cerca de 1l de bile, um liquido verde-acastanhado de pH 
entre7,6 – 8,6. É composto basicamente por sais biliares, agua, colesterol, pigmentos biliares 
fosfolipídios e íons. O principal pigmento da bile é a bilirrubina, produzida pela degradação do 
grupo heme das hemoglobinas. A bile é convertida em estercobilina no intestino, dando a 
coloração marrom às fezes. 
Além de ser um produto de excreção, a bile também tem função digestiva: os sais biliares 
degradam as grandes gotas de gordura em gotículas menores, facilitando a ação da lipase 
pancreática sobre as mesmas; também atua na absorção dos triglicerídeos pelo intestino. A 
secreção de bile aumenta quando há maior concentração de ácidos biliares no sangue portal (o 
que indica que esta ocorrendo processo de digestão). Entre as refeições, a bile secretada é 
armazenada na vesícula, pois o esfíncter de Oddi se encontra ocluindo a ampola 
hepatopancreática. 
 
SECREÇÃO DA BILE PELO FÍGADO - Guyton 
 
O fígado produz aproximadamente 1L de bile por dia, e esse líquido têm funções tanto 
digestivas quanto de excreção. A bile ajuda na digestão através dos sais (ou também chamados 
ácidos) biliares, pois (1) ajuda a emulsificar as grandes gotículas de gordura, aumentando a 
eficácia da lipase pancreática e (2) ajuda na absorção dos lipídeos pela mucosa intestinal. Além 
disso a bile serve como produto de excreção, principalmente da bilirrubina, produto da 
degradação dos grupos heme da hemoglobina e do colesterol em excesso. 
Anatomia fisiológica da secreção biliar. A bile é (1) secretada para os canalículos biliares, 
espaço entre uma placa de hepatócitos e outra placa; em seguida ela é (2) drenada para 
ductos biliares progressivamente mais calibrosos, até desembocar nos ductos hepáticos, 
direito e esquerdo, e ao ducto biliar comum. Em seguida, ela pode ser excretada para o 
duodeno ou armazenada na vesícula biliar, refluindo através do ducto cístico. No caminho 
pelos ductos biliares, a bile é incorporada com mais íons sódio e bicarbonato, chegando a 
dobrar de volume. Esses adicionais são secretados pelas celulas que revestem os ductos e 
canalículos e a secreção é estimulada pela secretina, pelo mesmo mecanismo que ela estimula 
a secreção de agua e bicarbonato no pâncreas. 
Armazenamento e concentração de bile na vesícula. A bile é capaz de armazenar, em volume, 
até 60ml de bile. Porém, efetivamente ela pode armazenar o equivalente a 450 ml de bile, pois 
ela concentra a secreção, absorvendo íons e agua, concentrando assim os sais biliares (ácidos 
biliares), colesterol, fosfolipídios (lecitina) e bilirrubina. A bile pode ser concentrada em até 20 
vezes. 
Composição da bile. A bile é composta por (1) água, (2) sais biliares, (3) bilirrubina, (4) 
colesterol, (5) ácidos graxos, (6) lecitina, (7) Na+, (8) K+, (9) Ca++, (10) Cl-, (11) HCO3-, entre 
outros. As concentrações de sais biliares, colesterol, ácidos graxos, cálcio, bilirrubina e lecitina 
aumentam na vesícula, devido à absorção de agua e alguns íons. 
 
2 Beatriz Larentis de Souza MED - Unila 
Esvaziamento da vesícula biliar – o papel estimulador da Colecistocinina. Sob estímulo, 
geralmente logo após refeição, a vesícula biliar recebe estimulo para se esvaziar. Ela contrai 
suas paredes e o esfíncter de Oddi relaxa, permitindo a passagem da bile para o intestino. 
Quando um alimento chega ao duodeno, principalmente gorduroso e/ou proteico, a mucosa 
secreta colecistocinina na corrente sanguínea. Esse hormônio atua estimulando fortemente o 
esvaziamento vesicular. A vesícula também é estimulada, em menor intensidade, pelo nervo 
vago e sistema nervoso entérico. 
Função dos sais biliares na digestão e absorção de gordura. As celulas hepáticas produzem 
cerca de 6 gramas de sais biliares por dia. São sintetizados a partir do colesterol, que é 
convertido em dois tipos de ácidos, que por sua vez são combinados com glicina ou taurina, 
formando ácidos biliares glicoconjugados e tauroconjugados, respectivamente. Os sais desses 
ácidos, principalmente os de sódio, são secretados na bile. Os sais desempenham duas funções 
principais: 
(1) ação detergente e emulsificadora que, combinada com a motilidade intestinal, 
resulta na quebra das grandes gotas de gordura em gotículas, facilitando a ação da 
lipase pancreática. 
(2) a segunda, e talvez mais importante função, é o papel que os sais têm na absorção 
de diversos lipídios. Eles formam complexos com esses lipídeos que facilitam sua 
absorção pela mucosa intestinal. Até 40% dos lipídeos podem ser perdidos pelas fezes 
na ausência dos sais. 
 
Extra: secreção hepática de colesterol e formação de cálculos biliares 
O colesterol é absorvido pelas celulas do plasma e secretado na bile (cerca de 2g/dia), se 
combinando com sais biliares e lipídeos (para ficar solúvel na bile). Quando a bile se concentra 
na vesícula, através da absorção de agua pela mesma, o colesterol associado aos sais e lipídeos 
também se concentram. Em condições anormais, esse “complexo” começa a se precipitar e 
formar cristais, e então cálculos biliares. Pessoas com dieta rica em gordura tendem a 
desenvolver esses cálculos. Uma inflamação crônica pode também alterar o padrão de 
absorção da vesícula, aumentando-o, e mesmo que a ingesta de gordura seja normal, a pessoa 
pode desenvolver calculo. 
 
Conceitos importantes 
Colecistite: Inflamação aguda da vesícula biliar. Os sintomas mais frequentes são febre, dor na 
região abdominal superior direita (hipocôndrio direito), náuseas, vômitos, etc. Seu tratamento 
é cirúrgico. 
Litíase biliar: formação de cálculos na vesícula biliar. 
Colangite: inflamação do canal biliar.

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