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Fígado: Dentre as funções: produzir e secretar bile (função digestiva); Colerese (produção de bile) = 600 a 1.000 mL/dia. Vesícula biliar: Abaixo do lobo direito do fígado; Formato de pera (piriforme); Capacidade: 30 – 60 mL. O fígado tem como uma de suas funções, produzir e secretar a bile enquanto a vesícula biliar tem como função armazenar e concentrar a bile, ou seja, a vesícula não é capaz de produzir a bile; É possível que um indivíduo sobreviva sem vesícula biliar, entretanto, ele deve evitar ingerir grandes quantidades de alimentos gordurosos em uma única refeição. Isso porque, esse indivíduo continua tendo bile, mas não tem mais a bile concentrada, fazendo com que haja uma menor emulsificação e consequentemente digestão das gorduras; A bile é produzida pelos hepatócitos, adentra os canalículos biliares e, no final do trajeto biliar, ela pode ser lançada no duodeno ou ficar armazenada e se concentrar na vesícula biliar. Num intervalo longo entre duas refeições, em torno de 4 a 5 horas, a tendência da bile não é ir direto para o intestino, mas ser armazenada e concentrada na vesícula biliar. Sintetizada continuada / pelos hepatócitos; Maior parte armazenada na vesícula biliar; Secretada no duodeno; Não possui enzimas digestivas; Composição: Sais biliares; Fosfatidilcolina; Colesterol; Pigmentos biliares; Íons; Água. A bile tem três componentes principais, que são os sais biliares, a fosfatidilcolina e o colesterol, sendo que há muito mais sais biliares, menos fosfatidilcolina e menos ainda colesterol. Entretanto, essa bile tem uma cor amarelada e isso se dá em função da presença de bilirrubina em sua composição. Além disso, a bile tem diversos outros componentes de menor relevância; Na imagem abaixo, há um pedaço do fígado em uma região repleta de sangue e hepatócitos. O fígado é extremamente bem irrigado, sendo que os principais vasos são a artéria hepática e seus ramos, a veia porta e seus ramos e a veia central. Entre os hepatócitos, começa a aparecer células mais colunares, chamadas de colangiócitos, que compõem o primeiro trajeto do sistema biliar, que são os canalículos biliares, que saem entre os hepatócitos; É importante ressaltar que a bile é importante para o processo digestório, mas ela não contém enzimas, na verdade, são os sais biliares presentes nela que ajudam no processo digestório. Importante na digestão e absorção de lipídeos; Sais biliares: emulsificar grandes partículas de gordura, ajudam a absorção de gorduras no intestino delgado; Meio de excreção de diversos produtos do sangue: bilirrubina conjugada (bilirrubina glicoronideo) - > cor amarela (0,3%); colesterol; Suplementa a neutralização do quimo ácido; A principal função da bile é emulsificar grandes partículas de gordura, o que auxilia para que a digestão continue. A digestão dos lipídeos tem início na boca, mas com pouca relevância, depois continua no estômago com a lipase gástrica, mas a maior parte da digestão dos lipídeos vai se dar em função da lipase pancreática, que tem ajuda da bile; Com a digestão desses lipídeos, são formados monogliceróis, fosfolipídeos que serão absorvidos de maneira adequada; Dentre os eletrólitos, a bile contém bicarbonato e, por isso, ela também colabora na neutralização da acidez do quimo; Além dessas funções, a bile é capaz de secretar substâncias como a bilirrubina, o colesterol e xenobióticos (substâncias estranhas ao corpo, como medicamentos). Canalículos biliares (entre os hepatócitos) -> ductos biliares terminais -> ductos biliares perilobulares -> ductos biliares interlobulares -> ductos hepáticos direito e esquerdo -> ducto hepático comum -> duodeno (via ducto biliar comum ou ducto colédoco) ou ducto cístico -> vesícula biliar (armazenamento); OBS: Os canalículos biliares são revestidos por células epiteliais colunares (colangiócitos). Do mesmo modo que a saliva, a bile também tem estágio 1 e estágio 2 e, é por isso que é importante saber seu trajeto, para saber onde ocorre essa mudança; Na imagem, é possível perceber que, entre os hepatócitos, há os canalículos biliares, que vão desembocar em ductos maiores, que são os ductos terminais, que vão chegar nos ductos perilobulares e depois nos ductos interlobulares. Esse ducto interlobular desemboca nos ductos hepáticos direito e esquerdo, o que já é extra-hepático; Esses dois ductos hepáticos confluem no ducto hepático comum e, daí, podem acontecer dois caminhos. Ou a bile continua pelo ducto hepático comum (também chamado de ducto colédoco) e chegar ao intestino delgado, ou a bile pode ir para o ducto cístico e chegar na vesícula biliar, onde ficará armazenada. Geralmente, a bile segue o caminho para a vesícula quando o indivíduo está no período entre uma refeição e outra, e quando nos alimentamos, há um estímulo para que a vesícula biliar se contraia e, com isso, a bile sai da vesícula pelo ducto cístico e chega ao ducto biliar comum, que conduz a mesma para o intestino; Na região da ampola de Vater existe um esfíncter, o esfíncter de Oddi, controla a liberação da bile no intestino. Vale ressaltar que nessa região do duodeno é também onde desemboca o ducto pancreático. Etapa 1 (inicial): Hepatócitos -> secreção inicial; Rica em ácidos biliares primários, fosfatidilcolina e colesterol. Etapa 2 (final): Células revestem os canalículos e ductos biliares -> secreção adicional (solução aquosa de íons Na+ e HCO3; Aumenta o volume da bile em 100% ou mais; Etapa estimulada pela secretina (secretada pelas células S do duodeno). A bile inicial é extremamente rica em seus três principais componentes, e a etapa 1 de produção dessa bile acontece entre os hepatócitos, ou seja, nos canalículos biliares. À medida que a bile vai indo para os outros ductos, ainda intra- hepatócitos, ela começa a ganhar água e elétricos, duplicando seu volume, o que caracteriza a etapa 2. Quem induz isso é a secretina, produzida pelas células intestinais, que vai estimular a liberação de eletrólitos e água para a formação da bile e os receptores para a secretina se localizam nos ductos a partir dos ductos biliares terminais. Graças à ação da secretina, os transportadores são otimizados, havendo muito mais entrada de sódio, bicarbonato e cálcio, que são lançados na luz do ducto biliar, para formar a bile. Desse modo, é criado um ambiente favorável para a passagem de água, aumentando muito o volume da bile e fazendo com que ela se torne levemente alcalina. Sintetizados pelos hepatócitos (6g/dia); 50% da bile; Precursores: colesterol (presente na dieta ou sintetizado nas células hepáticas); Fontes de colesterol: miolo bovino, rins, fígado, carnes gordas, gema de ovo, camarão, leite integral e derivados. Não são necessários uma vez que o próprio fígado sintetiza colesterol; As células hepáticas promovem diversas hidroxilações que transformam o colesterol em um ácido biliar primário, como o ácido cólico e ácido quenodesoxicólico, que se transforma em sal biliar, como o ácido taurocólico, após sua conjugação com aminoácidos, principalmente glicina e taurina, e para que ocorra essa conjugação, o sódio também precisa atuar. Essa conjugação pode ocorrer tanto no hepatócito quanto no canalículo e a maior parte dos ácidos biliares primários se conjuga, formando o sal biliar; Entretanto, nem todo ácido biliar é conjugado a aminoácidos, existem ácidos biliares primários que seguem no interior do trato digestório e a microbiota intestinal transforma esses ácidos em ácidosbiliares secundários, que não são tóxicos, e que ou vão ser excretados, ou vão ser reabsorvidos para serem reutilizados; Quem tem a função de emulsificar gorduras são os sais biliares e não os ácidos biliares primários, então, para que eles atuem, é necessário que esses ácidos se conjuguem a aminoácidos; Para que as substâncias estejam presentes na bile, elas precisam adentrar o hepatócito e, do hepatócito, serem lançadas nos canalículos. Para isso, é preciso que haja transportadores na membrana. Função emulsificante ou detergente; Auxiliam a absorção pelo trato intestinal de: Ácidos graxos; Monoglicerídeos; Colesterol; Outros lipídeos. Através da formação de micelas; Sem os sais biliares, até 40% das gorduras são perdidas nas fezes; Sais biliares: formação de micelas que aceleram a digestão; A hidrólise dos triglicerídeos é reação muito reversível; Os sais biliares removem os monoglicerídeos e os ácidos graxos livres; Micela: agregado cilíndrico com 20 a 40 moléculas de sais biliares; Permitem que todo o glóbulo se dissolva na água dos líquidos digestivos; Transportam os monogliceróis e os ácidos graxos livres até serem absorvidos pelo sangue; Os sais biliares completam a digestão dos lipídeos, porque eles envolvem as partículas de gordura formando micelas, que são estruturas cilíndricas que englobam os lipídeos, favorecendo a quebra em partículas menores para que as lipases possam atuar com maior facilidade. Desse modo, se não houver bile, não há sal biliar e, assim, não são formadas as micelas com que haja uma grande perda de lipídeos nas fezes. As gorduras mais abundantes na dieta são as neutras (triglicerídeos); Menos de 10% digerida no estômago pela lipase lingual; Importante para a digestão no intestino delgado; Sais biliares e lectina (fosfatidilcolina) -> emulsificação das gorduras; Lipases pancreáticas; O principal lipídeo em nossa dieta é o triglicerídeo, que são transformados em produtos absorvíveis pela ação das lipases pancreáticas, que atuam com ajuda da bile. A bile é lançada no duodeno, os sais biliares atuam nos lipídeos emulsificando-os e formando as micelas; As lipases atuam sobre essas micelas formando os produtos da digestão, que vão ser absorvidos pelos enterócitos. Entretanto, depois que a micela é dissociada no jejuno, o sal biliar permanece no interior do intestino, podendo ser eliminado nas fezes ou reabsorvido na região do íleo, para ser utilizado, o que é chamado de circulação êntero- hepática. Isso porque na região do íleo, há muitos transportadores ativos dependentes de sódio (ASBT) que vão transportar o sal biliar de volta para o fígado via circulação porta. E quanto mais sal biliar chega no fígado, mais fácil é para ele produzir bile, porque ele não vai precisar hidroxilar o colesterol para formar os ácidos primários; Essa reabsorção de sais biliares acontece principalmente no íleo e chega a absorver cerca de 96% dos sais biliares e a pequena quantidade de sais biliares excretados nas fezes é resposta pela síntese de novos sais biliares nos hepatócitos. Então, o sal biliar é reabsorvido pelo transportador ativo dependente de sódio, vai para dentro do enterócito do íleo e passa para o sistema porta. Absorção dos sais biliares pelas células epiteliais do íleo terminal; Sais biliares conjugados são absorvidos principalmente por co- transporte com Na+ (transporte ativo secundário); Sais biliares não conjugados são absorvidos principalmente por difusão; Se um paciente não tiver íleo, ele utiliza muito mais colesterol circulante, reduzindo os níveis plasmáticos de colesterol, para produzir sais biliares já que esses não são mais reabsorvidos. Além disso, o íleo tem diversas outras funções importantes. Resinas poliméricas de troca iônica (colestiramina); Complexo resina-sal biliar, não absorvido; O que ocorre: Circulação entero-hepática reduz; Síntese de bile aumenta; Colesterol plasmático reduz. Esse fármaco se liga ao sal biliar dificultando que o sal biliar possa ser reabsorvido no íleo pelo transportador ativo, fazendo com que ele seja excretado. Desse modo, ocorre redução da circulação entero- hepática um vez que não há reabsorção e, assim, não volta ácido biliar para o fígado. Por isso, o fígado tenta produzir tanto sal biliar quanto ele excretou e, assim, aumenta a síntese de bile. Com isso, o nível de colesterol plasmático cai. Nos períodos interdigestivos; Volume máximo armazenado na vesícula biliar: 30 a 60 mL; Mas até 450 mL (12h secreção) podem ser armazenadas devido a concentração da bile; H2O, Na+ e Cl- são continuamente reabsorvidos pela mucosa da vesícula biliar, concentrando os sais biliares, colesterol, lectina e bilirrubina; O objetivo da vesícula biliar é armazenar e concentrar a bile durante o período entre as refeições; Quando o indivíduo fica entre 4 e 5 horas de jejum, são produzidos 200 mL de bile, mas a vesícula só comporta cerca de 50 mL, por isso, é preciso concentrar a bile, e quanto maior tempo entre uma refeição e outra, maior a concentração da mesma. Essa bile é concentrada por meio da reabsorção de água e eletrólitos, que vão para os capilares; Na tabela abaixo, é possível ver que a bile fica mais concentrada, mostrando que ela perde eletrólitos e água; Bile Hepática Bile da Vesícula Biliar Água 95,5g/dL 92g/dL Sais biliares 1,1g/dL 6g/dL Bilirrubina 0,04g/dL 0,3g/dL Colesterol 0,1g/dL 0,3 a 0,9g/dL Ácidos graxos 0,12g/dL 0,3 a 1,2g/dL Lectina 0,04g/dL 0,3g/dL Na+ 145mEq/L 130 mEq/L K+ 5 mEq/L 12 mEq/L Ca++ 5 mEq/L 23 mEq/L Cl- 100 mEq/L 25 mEq/L HCO3 28 mEq/L 10 mEq/L A vesícula se contrai quando os mecanorreceptores e quimiorreceptores presentes na parede duodenal percebem a presença do quimo por estiramento e por composição; Em função da presença dos quimiorreceptores, quanto maior a quantidade de gordura no quimo, maior é a contração da vesícula. Isso se dá pelo hormônio colecistoquinina. Via sanguínea, a CCK chega na vesícula biliar e como tem receptores para CCK na musculatura lisa da vesícula biliar, ela estimula a contração da mesma e relaxa o esfíncter de Oddi. Do mesmo modo, o sistema nervoso autônomo parassimpático também faz isso, mas a contração é fraca. Aumento de bilirrubina não conjugada (hemólise); Aumento da bilirrubina conjugada (obstrução dos ductos biliares ou lesões hepáticas); Cor amarela escura na pele, esclerótica dos olhos e também urina; A icterícia pode se dar em função de uma doença hemolítica, de uma incompatibilidade do sangue materno-fetal etc; A icterícia relacionada ao sistema biliar se dá por alguma obstrução e como os canalículos se encontram entre os hepatócitos, geralmente essa obstrução acontece por uma lesão hepática, que compromete os ductos biliares e, assim, a bile não é eliminada e a bilirrubina, que deveria ser excretada com a bile, começa a ser reabsorvida e reconjugada e acaba se acumulando em todos os tecidos, mas o que são mais visíveis são esclera e mucosas. Composição: colesterol ou bilirrubato de Ca++; Importância: obstrução do fluxo biliar; Sintomatologia: dor, baixa tolerância às refeições grandes e gordurosas e lesões hepáticas; Pessoas com dieta rica em gorduras, durante anos, tendem a desenvolver colilitíase; Comuns em mulheres obesas após 40 anos, em particular as que tiveram filhos (mecanismo desconhecido); Causas da Litíase Biliar Absorção excessiva de água da bile; Absorção excessiva de sais biliares da bile; Excesso decolesterol na bile; Inflamação do epitélio da vesícula biliar. A colilitíase faz com que se formem “bolinhas” na vesícula biliar e faz com que as pessoas tenham dor após se alimentarem porque quando o quimo passa pelo duodeno, estimula a contração da vesícula e aí, se a vesícula está cheia de pedras, ela doí; A vesícula biliar concentra bile e se houver uma alteração na porção de sal biliar e colesterol, com mais colesterol do que sais biliares, o colesterol acaba se juntando ao cálcio e formando precipitados. O único tratamento para a colilitíase é cirúrgico e o diagnóstico é por ultrassonografia. Coleréticos (estimulam a síntese e secreção pelo fígado); Secretina: aumenta o volume da bile (etapa 2 da produção de bile); Sais biliares (quando retornam para o fígado). Colagogos (estimulam a contração da vesícula biliar) Colecistocinina (CCK) – principal; Acetilcolina; Gastrina.
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