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TRANSFERÊNCIA DE PROCESSOS PARA TERCEIROS CORE COMPETENCES A terminologia “competência essencial” (core competence) da empresa surgiu a partir dos artigos de Prahalad e Hamel, publicados em 1990, que introduziram um procedimento metodológico abordando o desenvolvimento de recursos intangíveis sustentadas no ambiente interno da organização. Segundo os autores supracitados uma empresa torna-se mais competitiva no instante em que essa desenvolve um arcabouço de habilidades e tecnologias, permitindo oferecer um determinado benefício aos clientes. Nesse sentido, as competências são específicas da empresa, representando a soma do aprendizado de todos os conjuntos de habilidades tanto em nível pessoal quanto da unidade organizacional. Portanto, as “competências essenciais são o aprendizado coletivo na organização, especialmente como coordenar as diversas habilidades de produção e integrar as múltiplas correntes de tecnologia”. HIERARQUIA DAS COMPETÊNCIAS Competências essenciais Competências Capacidades Recursos No nível inferior da hierarquia concentram-se os recursos (tecnologias), que são os alicerces das competências e dos “inputs” (entrada) da cadeia de valor da organização. Cada empresa possui um conjunto de recursos. Contudo, as empresas divergem na maneira como alavancam esses recursos. É exatamente neste ponto que surge o segundo nível da hierarquia, as capacidades, que referem-se à habilidade das organizações de explorar os recursos. Essas consistem de uma série de processos de negócio e rotinas que gerenciam a interação entre os recursos da companhia. O terceiro nível da hierarquia, as competências é a função que integra e coordena as capacidades. As competências geralmente resultam das interfaces e integrações entre as capacidades funcionais das UEN’s (Unidades estratégicas de negócio). Por fim, no nível superior da hierarquia encontram-se as competências essenciais. As competências essências atravessam as fronteiras das UEN’s e resultam da interação entre as diferentes competências existentes nas UEN’s. Por isso, a competência essencial é um conjunto de competências disseminadas pela empresa. A competência, para ser considerada essencial deve ser dinâmica e levar a uma vantagem competitiva. A extrema instabilidade do ambiente externo, constantes alterações das preferências dos clientes, contínua evolução das tecnologias obrigam as empresas a observarem suas capacidades internas em busca de um senso de direção. Dessa forma, a competência essencial torna-se uma fonte de vantagem competitiva. Essa deve estar associada à inovação, tecnologias e aprendizagem organizacional. Prahalad e Hamel defendem que a empresa administre corretamente as competências essenciais da empresa, visando gerar o core business da organização. DECISÃO DE MAKE OR BUY A análise em relação ao processo de tomada de decisão quanto a delegar tarefas a terceiros é fundamental para verificar a postura estratégica da empresa. A decisão de make-or-buy está entre as mais importantes no cenário competitivo. Tal decisão consiste em avaliar quais são as atividades que devem permanecer sob a responsabilidade da empresa, e quais dessas podem ser passadas para terceiros, decisão essa, que certamente impacta na direção estratégica de uma empresa. A questão do make-or-buy representa um dilema para muitas empresas. Essas possuem recursos limitados e nem sempre conseguem possuir toda a tecnologia de que necessita. Além da escassez de recursos, vários outros fatores são motivadores para o início da discussão quanto ao uso de terceiros. O processo decisório de make-or-buy não pode ser encarado somente sob um único setor. Diversas áreas, como logística, compras, suporte entre outras atividades essenciais para as empresas, também devem ser abordadas no contexto. Os processos decisórios de make-or-buy têm se tornando cada vez mais complexos, diante de sua importância. Questões de cunho estratégico cada vez mais estão sendo amplamente difundidas dentro desse contexto e dentre essas surge a decisão de terceirização ou outsourcing dos recursos e processos necessários à operação das empresas. TERCEIRIZAÇÃO OU OUTSOURCING ? Outsourcing apesar de ser frequentemente empregado como sinônimo de terceirização, seu significado possui uma diferença significativa. Outsourcing é uma iniciativa em que parte do conjunto de produtos e serviços utilizados por determinada empresa é executada por outra empresa externa, dentro de uma perspectiva de um relacionamento colaborativo, interdependente e de longo prazo. A empresa fornecedora desenvolve e melhora continuamente a competência e a infraestrutura para atender o cliente, que por sua vez deixa de possuir essas competencias de forma total ou parcial. O cliente, entretanto, continua mantendo uma estreita e colaborativa integração com o fornecedor. A visão contemporânea de outsourcing vai além das práticas rotuladas de subcontratação/terceirização. Outsourcing significa essencialmente a opção por uma relação de parceria e colaboração1 com um ou mais fornecedores da cadeia produtiva, decisão tipicamente estratégica, abrangente e de difícil reversão. Subcontratação (ou terceirização), por sua vez, é uma decisão operacional mais restrita e relativamente 1 Baseando-se nos níveis de relacionamento é possível notar a diferenciação do conceito de terceirização em nível estratégico (outsourcing) e sua respectiva diferenciação com o conceito de terceirização em nível operacional. mais fácil de ser revertida. Em suma, a terceirização está voltada para aspectos de caráter operacionais, enquanto que o outsourcing engloba aspectos de caráter estratégicos. Por várias décadas, a transferência das atividades, limitou-se às tarefas ditas “não produtivas” ou periféricas (como segurança patrimonial, restaurante, limpeza), sob o nome de terceirização (subcontracting), na procura de reduzir custos, aumentar a flexibilidade e intensificar a especialização, por meio de contratos de fácil reversão. A lógica da transferência das atividades no outsourcing é liberar e concentrar os recursos internos da empresa no desempenho dos negócios principais (core business), no desenvolvimento e gestão de competências distintas (core competences) e nas atividades e processos que proporcionam maior lucratividade. ETAPAS DE UM PROCESSO DE OUTSOURCING As etapas envolvidas em um processo de outsourcing são: 1ª etapa – Definição do core competence: a empresa deve definir quais são suas competências estratégicas, que garantem seu sucesso atual e futuro, a mesma não deve perder essas competências. 2ª etapa – Levantamento e análise das atividades possíveis de participarem do processo de outsourcing: a empresa analisa a sua cadeia de valor de forma a determinar quais atividades não fazem parte das suas competências estratégicas, e que assim, são passíveis de serem transferidas à fornecedores externos. 3ª etapa – Definição das áreas piloto: O processo de outsourcing vai exigir recursos da empresa, e nesse caso, deve-se verificar quais atividades podem ser transferidas sem grandes investimentos. 4ª etapa - Verificação no mercado, das empresas que tenham condições de participar do processo de outsourcing: podem ser novos fornecedores, ou fornecedores atuais que se dispõem a realizar essas também atividades. Nessa etapa, a empresa deve ser muito criteriosa na seleção e definição desses fornecedores, tanto os novos como os atuais. 5ª etapa: Conscientização dos funcionários: as áreas e, as pessoas afetadas pelo processo de outsourcing devem ser informadas da forma como todo o processo será conduzido, com relação à parte técnica, operacional e social. 6ª etapa– Outsourcing com pessoal interno: em alguns casos pode ser interessante a empresa, realizar um processo de outsourcing com ex-funcionários, pois esses já conhecem a cultura da empresa e também a atividade a ser realizada. Nesse caso, normalmente as empresas dão um suporte inicial a esses ex-funcionários. 7ª etapa – Análise das propostas das empresas candidatas: a análise deve ser realizada de acordo com as diretrizes definidas no início do processo. A empresa deve ter em mente que a mesma não está procurando, simplesmente um fornecedor, mas um parceiro com o qual manterá um relacionamento colaborativo e interdependente no longo prazo. 8ª etapa – Desativação da área ou setor: A empresa deve procurar minimizar ao máximo o impacto das demissões. Isso pode ser feito por meio de recolocação interna, transferência de funcionários para o fornecedor, ou recolocação no mercado de trabalho (outplacement). 9ª etapa – Contratação do parceiro: o contrato entre a empresa contratante e a empresa contratada deve englobar itens como forma de pagamento, formas de reajustes, normas técnicas, cláusulas de garantia (danos, rescisão, prazos, etc.). No caso de ser necessário capacitar tecnicamente o fornecedor, isso também deve estar descrito de forma clara e transparente no contrato. A empresa pode contratualmente proibir ou não, que o fornecedor possa procurar ou desenvolver novos clientes. 10ª etapa – Monitoramento do desempenho dos processos: apos concluído o processo de outsourcing, deve-se continuar monitorando os processos realizados pelos fornecedores contratados, de forma a garantir ou melhorar (Kaizen) que os requisitos previamente estabelecidos sejam cumpridos de forma satisfatória. RISCOS EXISTENTES O outsourcing pode trazer riscos às empresas quando não for bem implantado. Alguns autores apontam para alguns fatores que podem dificultar a implantação do outsourcing: Inexistência de fornecedores adequados. Fortes resistências internas à mudança. Falta de um modelo adequado para avaliar adequadamente os custos do outsourcing. Perda de credibilidade e imagem da empresa no caso de uma falha de qualidade do fornecedor. Perda da competência e perda de controle sobre o processo de desenvolvimento de produtos e incentivos a criação de potenciais competidores. Por fim, os desapontamentos resultantes da terceirização/outsourcing têm provocado um fenômeno denominado backsourcing, no qual as empresas retomam a responsabilidade das funções terceirizadas e voltam a executá-las internamente com o término do contrato, embora o processo de terceirização seja difícil e oneroso de ser revertido. CONTRACT MANUFACTURING (CM) Ao mesmo tempo em que muitas empresas decidiram (ou foram forçadas) a concentrar seus esforços nos seus negócios principais (core business) e promover um intenso repasse de processos/atividades, também prosperaram muitos fornecedores que se especializaram em fabricar produtos ou componentes que, não foram desenvolvidos pelos mesmos. Os fornecedores dessa modalidade, que têm sido rotulados de Contract Manufacturers (CM), ou Produtores Sob Contrato, que têm como principal característica o fato de serem “sem marca”, ou seja, não colocam a marca da sua empresa e sim a do cliente no produto ou componente produzido. O uso dos CM tem crescido em diversos setores. Os exemplos de sucesso aparecem em um grande número de publicações, principalmente nos segmentos eletrônico (vide empresa chinesa Foxconn), produtos alimentícios (com os produtos marca própria de um supermercado ou rede atacadista) e higiene pessoal (que também segue o modelo dos produtos alimentícios). Alguns autores destacam a existência de estudos que questionam o fato dos CMs não lançarem produtos com suas próprias marcas. Isso tende a ser explicado, pelo fato de que, para que isso seja possível, os CM teriam que aprender a conquistar e se relacionar com o cliente final, processo que normalmente é sempre mais difícil, arriscado e caro, além desse ter que rever o seu negócio (core competence). OPERADOR LOGÍSTICO (3PL) A contratação de serviços logísticos pode ter vários enfoques, desde o simples contrato de transporte e armazenagem até o total controle da cadeia de suprimentos de uma empresa. A prestação desses serviços pode ser executada por modelos tradicionais, pautada na manutenção do modelo logístico já existente ou inovativos, por meio do uso de novas tendências de transferência total de competências logísticas para terceiros, por meio do uso do 3PL. Para um melhor entendimento do conceito de 3PL é necessário a apresentação de alguns outros conceitos: Empresas responsáveis por gerenciar todo o seu processo de logística (sem o envolvimento de terceiros) são classificadas como 1PL. Nesse cenário, são empresas se mostram capazes de gerir suas próprias atividades logísticas, uma vez que essas atividades são de baixa complexidade. Essas empresas administram, por exemplo, seus próprios veículos e armazéns, estoques, etc. Por não englobar terceiros em suas atividades logísticas, as empresas classificadas como 1PL podem enfrentar dificuldades, com sua expansão comercial ou com o aumento da complexidade do seu processo logístico. A partir do crescimento da complexidade na gestão do processo logístico das empresas, surge o conceito de 2PL, no qual uma empresa terceira assume a gestão de algumas atividades logísticas de empresas clientes, tais como: transportes, operação de armazénagem, etc. Assim sendo, o conceito de 2PL envolve a terceirização das atividades logísticas, as quais eram executadas tradicionalmente dentro de certa empresa. No que se refere a outros tipos mais complexos de prestadores de serviços logísticos, são várias as denominações encontradas na literatura internacional. Expressões como, Provedores de Serviços Logísticos Terceirizados (third-part logistics providers ou 3PL), Provedores de Logística Integrada (integrated logistics providers), Empresas de Logística Contratada (contract logistics companies) e Operadores Logísticos (logistics operators) são alguns dos termos normalmente utilizados. No âmbito internacional, existe uma forte tendência para se usar a denominação 3PL. No Brasil, o termo “Operador Logístico” é atualmente o mais comum. De acordo com a ABML (Associação Brasileira de Movimentação e Logística): Operador logístico é o fornecedor de serviços logísticos, especializado em gerenciar todas as atividades logísticas ou parte delas, nas várias fases da cadeia de abastecimento de seus clientes, agregando valor ao produto dos mesmos, e que tenha competência para, no mínimo, prestar simultaneamente serviços nas três atividades consideradas básicas: controle de estoques, armazenagem e gestão de transportes Outra definição similar encontrada é: Operador Logístico é o fornecedor de serviços logísticos, especializado em gerenciar e executar todas ou parte das atividades logísticas nas várias fases da cadeia de abastecimento de seus clientes, agregando valor aos produtos dos mesmos, e que tenha competência para, no mínimo, prestar simultaneamente serviços nas três atividades básicas de controle de estoques, armazenagem e gestão de transportes CLASSIFICAÇÃO DOS 3PLs Os 3PLs podem ser classificados por meio de algumas dimensões, a saber: a) Em relação ao tipo de serviço oferecido, os 3PLs podem ser subdivididos em dois grandes grupos: Prestadores de serviços tradicionais: são aqueles que oferecem serviços específicos, tais como, transporte, armazenagem, consolidação, etiquetagem. A competência básica desse grupo é a competência organizacional. Operadores logísticos integrados: são aqueles capazes de prover uma solução logística completa, uma vez que prestam uma ampla gama de serviços, desde o transporteaté atividades de projeto de produtos/processo conjunto, gerenciados de forma integrada. b) No que se refere ao escopo geográfico, os operadores logísticos podem ser classificados como regionais, nacionais ou globais. Atualmente, nota-se uma forte tendência dos principais operadores logísticos em ampliarem seus espaços de atuação, na tentativa de otimizar recursos e elevar a possibilidade de conquista de novos negócios. c) No que se refere à indústria em que atuam, pode-se perceber grande tendência dos operadores logísticos em se especializarem em setores específicos, fornecendo soluções customizadas aos seus clientes. Operações destinadas ao atendimento dos setores automotivo, informática, telecomunicações, alimentos, papel, farmacêuticos, etc, são exemplos bastante representativos dessa situação. Outra característica relacionada, mas não de forma tão específica, à questão da indústria em que os operadores logísticos atuam é o porte das empresas atendidas. Em geral, a exemplos das empresas na Europa e também no Brasil e de forma mais contundente nos EUA, os operadores logísticos integrados (categoria composta, em sua grande maioria, pelas maiores empresas do setor) estabelecem parcerias com grandes corporações e as de menor porte, ao terceirizarem suas atividades logísticas, o fazem contratando, na maioria das vezes, empresas do tipo prestadores de serviços tradicionais (transportadores ou armazenadores, por exemplo). Parece que esse é um comportamento natural referente ao processo de terceirização das atividades ligadas à logística, iniciando-o pelas atividades específicas e de complexidade relativamente inferior. d) Outra forma de classificação, diz respeito às características dos ativos da empresa. Essa é a categoria que se pode enquadrar um operador logístico, qualificando-o como “baseado em ativos” ou “não baseado em ativos” (baseado em administração e no tratamento da informação). Baseado em ativos – nesse caso, o 3PL adquire e incorpora à sua carteira de ativos os recursos que são utilizados (em geral, recursos relacionados às operações de transporte e de armazenagem) no desenvolvimento de suas atividades. Baseado em gestão e tratamento da informação – aqui, o 3PL executa apenas a gestão dos recursos logísticos do cliente ou subcontrata os recursos necessários a sua atividade e até mesmo a operação de terceiros, focando-se apenas na gestão do processo. Cabe destacar que, existem também os 3PL híbridos, os quais operam das duas formas apresentadas. Provavelmente, essa é em geral, a melhor maneira de se estruturar o negócio, já que, por meio dessa opção, consegue-se garantir certa disponibilidade imediata de recursos e possibilitar uma melhor utilização dos mesmos. e) Outra forma de classificação dos 3PLs é em relação a sua origem. Em geral, tais empresas têm sua origem vinculada às empresas que estavam anteriormente dedicadas ao desenvolvimento de atividades mais específicas, como transporte, armazenagem e que ampliaram e continuam expandindo à sua carteira de serviços. No geral, o 3PLs surgem, basicamente, de cinco negócios: transportadores, empresas de armazenagem, agentes de carga, empresas de tecnologia da informação e empresas voltadas ao suporte ao cliente. Alguns exemplos são: A Exel Logistics teve sua origem na atividade de armazenagem, a Caterpillar Logistics surgiu como desdobramento do departamento de logística da Caterpillar, a Fedex como empresa de entrega expressa. CONTRATAÇÃO DE UM 3PL Dentre os principais problemas enfrentados pelas empresas que buscam contratar os serviços dos 3PLs, destacam-se: Má qualidade da infraestrutura física. Falta generalizada de padrões. Risco de perder informações-chaves do mercado: a empresa contratante corre o risco de perder a sensibilidade de identificar mudanças no cenário competitivo. A falta de conhecimento, por parte do operador logístico, dos objetivos competitivos da empresa contratante. O descumprimento, por parte do operador logístico, do que foi combinado com a contratante. A dependência gerada entre as duas partes, o que gera alto custo de mudança de fornecedor. Para uma empresa decidir subcontratar ou não um serviço logístico, a mesma deve ter de forma bem definida em sua estratégia, a questão da verticalização ou desverticalização de seu negócio. O processo de desverticalização e busca de “parceiros” de serviços por uma empresa decorre de três motivos básicos: A necessidade de manter o foco na competência essencial de empresa contratante. O baixo índice da relação custo/beneficio das atividades objeto de subcontratação. Problemas financeiros na empresa contratante. Para a correta contratação do serviço de um operador logístico, é preciso observar alguns detalhes e, em geral esse processo começa com a identificação das competências dos potencias fornecedores de serviços logísticos. Para essa avaliação, os seguintes fatores devem ser considerados: Total compatibilidade entre o SI (sistema de informação) disponível na empresa contratante o SI disponível no operador logístico. Facilidade de comunicação entre as empresas. Capacidade plena do 3PL atender a demanda do contratante. Adequada flexibilidade e tempo de resposta dos serviços. Reputação e experiência da empresa contratada. Estabilidade financeira da empresa a ser contratada. Compatibilidade cultural das empresas envolvidas. Localização e escopo dos serviços. Preço do pacote de serviços ofertados. A contratação e o monitoramento do desempenho do 3PL devem estar atrelados a um conjunto de indicadores, muito bem selecionados, os quais devem estar devidamente descriminados em contrato, visando abranger todos os requisitos de desempenho do 3PL, exigidos pela empresa contratante. Assim, o contrato logístico constitui a principal ferramenta para uma gestão bem planejada da “parceria” logística. Essa terá a função de definir como o processo de implementação dessa “parceria” deverá ser conduzido, por meio da identificação das ferramentas de controle e das medidas de desempenho a ser utilizadas na avaliação dos resultados. Dispositivos de incentivo e sanção deverão também ser definidos na fase de elaboração do contrato. É preciso ter em mente que cada acordo é único. Na atualidade, os contratos logísticos buscam verdadeiras formas de parceria e, como em qualquer relacionamento, a confiança mútua e o comportamento cooperativo são fundamentais para seu sucesso. Entretanto, a confiança não é suficiente, sendo necessário que as empresas gerenciem permanentemente a parceria e mantenham, ao mesmo tempo, uma política de vigilância, de forma a evitar que os “parceiros” se afastem dos objetivos previamente fixados. TENDÊNCIAS NO CENÁRIO DOS 3PL Alguns autores apontam para as seguintes tendências do mercado de 3PL: Serviços de qualidade superior: capacidade de satisfazer e ultrapassar as expectativas e exigências do cliente, surpreendendo-o positivamente. É cada vez maior as exigências de sistemas formais de gestão da qualidade por parte dos contratantes dos serviços. Significativa capacitação de sistemas de TI: fator fundamental para a integração das atividades e excelência da agilidade e efetividade dos serviços desenvolvidos. Prestação completa de serviços: escopo cada vez mais abrangente dos contratos de subcontratação das atividades logísticas, expandindo-se para soluções globais. Forte capacitação em análise e projetos logísticos: proposição de formas mais adequadas de operação que permitam às empresas contratantes otimizarem seu processo logístico. Desenvolvimento e/ou aplicação de técnicas e ferramentas que venham dar suporte as reais necessidades dos clientes. Surgimento dos serviços de 4PL2, ou seja, provedoresde serviço logísticos que, em nome da eficiência de seu cliente, pode desenvolver e operar uma rede de Prestadores de Serviços Logísticos e outras empresas, de forma otimizar toda a SC. Dessa forma, entende-se 4PL como um novo conceito de terceirização logística que utiliza um agente integrador da cadeia de suprimentos, o qual reúne e gerencia recursos, capacidades e tecnologias, sejam próprias ou de terceiros, para oferecer uma solução ampla, combinando as capacidades de consultoria e gestão da tecnologia de informação. 2 4PL é um agente integrador e gestor da cadeia de suprimentos que reúne e gerencia recursos, capacidades e tecnologias, em nome da efetividade de seu cliente podendo desenvolver e operar uma rede de Prestadores de Serviços Logísticos, sendo esses de 3PLs e 2PLs. Assim sendo, o 4PL seria então, aquele que integra as tecnologias e trabalho dos outros PLs com foco na integração total da cadeia de suprimento do cliente. CASE: Quando mais perto melhor (REVISTA EXAME, edição 1082, ano 49, nº 2, 4/2/2015, p. 72-74)
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