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P R O F ª L U C I A N A P O N T E S B I C H U E T T I OS PRIMÓRDIOS DA PSICANÁLISE SIGMUND FREUD • 06/05/1856: nascimento de Freud em Freiberg (Morávia). Filiação: Jakob Freud e Amalie Nathanson. Seu pai era um judeu, comerciante de lã. 1860: aos 4 anos muda-se com a família para Viena (problemas financeiros). Formação acadêmica • 1º lugar durante os 7 anos do ginásio. • Interesse pela teoria da evolução das espécies (Charles Darwin) e pelo ensaio “A Natureza” (Goethe). • 1873: início dos estudos de Medicina na Universidade de Viena. (Grande interesse pela pesquisa científica). • 1876-1882: Laboratório fisiológico de Ernst Brücke (fundador da fisiologia na Áustria): estudos sobre a histologia do sistema nervoso. Formação acadêmica 1881: Título de doutor em medicina. 1882: noivado com Martha Barnays e constatação da necessidade de abandonar pesquisa pela má situação econômica. Ingresso como aspirante no Hospital Geral de Viena e dedicação ao estudo das doenças nervosas por necessidade econômica. 1883-1884: Pesquisas sobre a cocaína. Estudos sobre a Histeria 1885: Docente de neuropatologia. Brücke lhe consegue uma bolsa para estudar em Paris, no Hospital Psiquiátrico de Saltpêtrière, com o psiquiatra francês Jean Charcot. Se ofereceu para traduzir obras de Charcot para o alemão e passou a participar de tudo que acontecia na clínica. Constatação da autenticidade dos fenômenos histéricos e do aparecimento da histeria em homens. Histeria Afecção que desconcertava os médicos da época, que indagavam se sua origem era orgânica ou psíquica e costumavam rejeitar esses pacientes por considerá-los loucos ou simuladores. Os fenômenos da conversão histérica representavam um desafio para a ciência pois os sintomas não correspondiam a uma lesão orgânica localizável. Além disso, os sintomas apareciam e desapareciam de maneira aleatória. Estudos com Charcot Charcot tratava a histeria com a hipnose; Desafio: encontrar referencial anatômico para explicar seus sintomas e incluí-la dentre doenças neurológicas; Histeria: sintomatologia definida/ sem correlato orgânico/ não era simulação; Primeira teoria do trauma: em decorrência de trauma psíquico a pessoa se torna suscetível à sugestão através da hipnose. De volta a Viena 1886: Instalação como neurólogo em Viena e casamento com Martha. De volta ao Hospital Geral e entusiasmado pelos estudos com Charcot, passa a atender jovens senhoras judias que sofriam de sintomas aparentemente neurológicos, que compreendiam paralisia, cegueira parcial, alucinações, perda de controle motor e que não podiam ser diagnosticados com exames 1887: Nascimento de Mathilde – encontro com Wilhelm Fliess, Berlim. Pacientes-problema Os primeiros pacientes de Freud foram indicados por colegas médicos frustrados pelas inúmeras tentativas em tratar suas afecções somáticas que eram refratárias a qualquer intervenção. Freud buscava tratamento efetivo para os pacientes cujos sintomas eram enigmáticos e desconcertantes para a medicina da época. Primeiros tratamentos da histeria Na época, o tratamento mais eficaz incluía eletroterapia, massagem, repouso e hipnose. As comunicações das experiências com Charcot não foram bem acolhidas pela sociedade médica. Freud constatou de que os procedimentos de Charcot eliminavam os sintomas mas não removiam a causa do distúrbio. Ele começou a trabalhar com o médico e cientista Joseph Breuer que utilizava o método catártico. HIPNOSE Sugestão hipnótica: meio terapêutico para eliminar ou diminuir a força das ideias patogênicas; Freud e Breuer recorriam à hipnose e à sugestão como forma de ajudar o paciente a reencontrar suas lembranças patogênicas. Através dos relatos dos pacientes hipnotizados, constataram que as memórias reprimidas dos histéricos eram de natureza sexual e conflitiva. Método Catártico (de kátharsis = purgação) Usado por Breuer como forma de psicoterapia que permitia ao doente evocar a lembrança de acontecimentos traumáticos ocorridos no passado , quando apareceram os primeiros sintomas. Os sintomas desapareciam à medida em que o paciente conseguia evocar a lembrança e revivia com intensidade a emoção originária ligada ao acontecimento. Nesse momento ocorria uma descarga do afeto originalmente ligado à experiência traumática. A liberação da carga desse afeto possibilitava a eliminação dos sintomas. O paciente e sua história pregressa Surgiu a necessidade do paciente narrar sua vida com o objetivo de localizar o momento traumático responsável pelos sintomas histéricos; Nova descoberta: Componente sexual era preponderante nas histórias narradas; Iniciou-se uma correlação sistemática entre histeria e sexualidade. Sexualidade: papel determinante na etiologia das neuroses e na constituição do indivíduo. Primeiras Publicações Psicanalíticas Primeiras publicações feitas em parceria com Breuer: 1º caso de histeria submetido à análise por Breuer, de 1880 a 1882, foi o caso conhecido como Anna O. 1983: Comunicação preliminar intitulada “Sobre o mecanismo psíquico dos fenômenos histéricos”. 1895: “Estudos sobre a histeria”. SENTIDO DOS SINTOMAS • Desde as primeiras experiências clínicas de Freud e Breuer, com pacientes histéricos sob o método catártico, eles se deram conta de que os sintomas neuróticos têm um sentido que se relaciona com as experiências anteriores do paciente (suas vivências) (cf. Freud, 1916/1999, p. 264). • Freud percebe que a interpretação deveria ser histórica, levando em consideração a biografia particular do indivíduo em questão. ABORDAGEM DO PSÍQUICO A abordagem do psíquico no campo médico começou a ser valorizada e Freud tenta entender a ligação misteriosa entre mente e corpo. Recepção das ideias de Freud Inicialmente, a classe médica em geral, acaba por marginalizar as idéias de Freud. Charcot e Breuer refutam sua teoria da sexualidade e se afastam. Seu único confidente, durante esta época, foi o médico Wilhelm Fliess, com quem manteve extensa e importante correspondência. Reconhecimento de suas ideias Freud foi um grande cientista e escritor (Prêmio Goethe, 1930). Ganhou o título (assim como Darwin e Copérnico), de ter realizado uma revolução no conhecimento humano, com a ideia de que somos movidos pelo inconsciente. Freud inovou em dois campos simultaneamente, desenvolveu uma teoria da mente e da conduta humana e uma técnica terapêutica para ajudar pessoas afetadas psiquicamente. Referências Bibliográficas FADIMAN J, FRAGER R. Teorias da Personalidade. Ed. Harbra, São Paulo, 1986. FREUD, S. Conferências Introdutórias Sobre Psicanálise. Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Vol. XI. Rio de Janeiro: Imago, 1996. QUINODOZ, J-M. Ler Freud: guia de leitura da obra de S. Freud. Porto Alegre: Artmed, 2007. SCHULTZ D.P., SCHULTZ S.E. Teorias da Personalidade. Ed. Thomson, São Paulo, 2004. ZIMERMAN, D. E. Fundamentos Psicanalíticos: teoria, técnica e clínica. Porto Alegre: Artmed, 1999. “Um dia, quando olhares para trás, verás que os dias mais belos foram aqueles em que lutaste”. SigmundFreud
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