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P á g i n a | 1 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON P á g i n a | 2 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON EXAME NEUROLÓGICO Quando se passa a fazer o exame neurológico em três etapas sucessivas (deitado, sentado e de pé), ele se torna mais rápido e até mais lógico. Assim, pesquisam-se todos os itens mais facilmente analisados com o paciente deitado; depois, coloca-se o paciente sentado (de preferencia com o dorso apoiado em uma parede) e executam-se todas as provas próprias para esta posição; finalmente com o paciente de pé, analisam-se o equilíbrio, a marcha e a postura, parâmetros que dependem diretamente desta posição. O exame não tem de ser realizado em nenhuma sequencia específica, e todo o médico desenvolve sua rotina própria para o exame. OBS: SE O PCTE NÃO PUDER SENTAR OU FICAR DE PÉ, BASTA ANOTAR ISTO EM ALGUM LUGAR DO ROTEIRO. É a partir de conhecimentos de estrutura anatômica do sistema nervoso e seu modo de funcionamento básico que podemos localizar uma possível lesão e sugerir hipóteses diagnósticas. Assim, é importante responder às seguintes perguntas: 1. Em que nível está localizada a lesão? a) Supratentorial? b) Fossa posterior? c) Nível medular? d) Nível periférico? e) Em mais de um nível? 2. Qual o tipo da lesão? a) Focal, no lado direito do SNC? b) Focal, no lado esquerdo do SNC? c) Focal, mas envolvendo estruturas da linha média e contíguas do SNC? d) Difusa? 3. Apresenta efeito de massa ou não? 4. Qual o caráter da lesão? a) agudo? b) subagudo? c) crônico? d) progressivo ou não - progressivo? 5. Qual a origem da lesão? a) Vascular? b) Degenerativa? c) Inflamatória/ infecciosa? d) Neoplásica? e) Metabólica? f) Traumática? P á g i n a | 3 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON g) Congênita? 6. Qual sistema está comprometido? a) Vascular? b) Liquórica? c) Sensorial? d) Da consciência? e) Motor? f) Visceral (autônomo)? ATENÇÂO: Em cada período etário há prevalências de determinadas doenças: infecções na infância, processos desmielinizantes no jovem e doenças vasculares na pessoa idosa. EXAME FÍSICO Faz parte da semiologia neurológica um exame físico cuidadoso, visto não ser o sistema nervoso uma entidade isolada e fazer parte de um todo, o corpo humano, sendo várias de suas patologias causadas por alterações de outros órgãos. Ao exame físico geral é importante observar o estado de nutrição, temperatura, pele e anexos, sistema ósseo, muscular e ganglionar, respiração, pulsos periféricos, exame das fácies, do crânio, das várias posturas, dos movimentos involuntários. Cada item do exame neurológico é importante na elaboração do diagnóstico do paciente. O exame feito num paciente típico com cefaleia não é o mesmo que aquele feito num paciente com dores na região inferior das costas, demência ou doença vascular cerebral. O exame deve também ser adaptado às circunstâncias. Se o paciente estiver com dor ou se sentir apreensivo, ele pode focalizar inicialmente a área da queixa, seguida posteriormente de uma avaliação mais completa. Somente um exame breve pode ser possível em pessoas instáveis ou gravemente doentes até que sua condição se estabilize. Em pacientes em coma, agressivos ou não cooperativos, um exame compulsivamente completo é impossível. Em cada uma dessas situações, porém, pelo menos algumas manobras são usadas para se avaliar em busca de uma disfunção neurológica que não seja necessariamente sugerida pela história. Um exame neurológico rápido de triagem ou mínimo pode ser inicialmente adequado em pessoas com sintomas de menor gravidade ou intermitentes. Nem todos os pctes necessitam de todos os testes imagináveis, mas todos necessitam de um exame de triagem. Os achados desse exame de triagem determinam a ênfase de um exame subsequente mais abrangente. Relacionamos abaixo, de forma didática, as diversas etapas deste exame. A . Inspeção IMPRESSÕES INICIAIS: 1)Atitudes na sala de espera, atitude (de pé, sentado ou no leito) Permite muitas vezes, diagnosticar a afecção existente e/ou quais sistemas ou estruturas estão comprometidos (afecções musculares, neuropatias periféricas, síndromes piramidais e extrapiramidais, P á g i n a | 4 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON meningites, afecções cerebelares, sofrimento do tronco do encéfalo, lombociatalgias). O exame compreende desde a inspeção de um segmento corpóreo (atitude segmentar) até o aspecto geral do paciente na posição deitada, sentada ou de pé (atitude geral). Observar inicialmente se existe alguma deformidade corpórea evidente : Cifose pode indicar mal de Pott, que é uma forma de apresentação de tuberculose extrapulmonar, é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis e afeta, com maior frequência, as regiões torácica inferior e lombar da coluna vertebral (T8 à L3). A doença se inicia usualmente na porção anterior do corpo da vértebra: a inflamação, o edema e a necrose podem resultar na formação de um abscesso, o que ocasiona a compressão medular, bem como a desmielinização focal dos tratos ascendentes e descendentes. Pescoço curto, pode indicar : o Impressão basilar, é um critério radiológico, caracterizado por uma invaginação da junção craniovertebral no crânio, e um pescoço curto com posição anormal da cabeça. Uma deformidade desenvolvimental do osso occipital e extremidade superior da coluna cervical, na qual a última parece ter empurrado o soalho do osso occipital para cima . A impressão basilar primária é uma forma rara, para o qual herança autossômica dominante é provável. Cerca de metade dos casos são assintomáticos, e na outra metade os pacientes podem apresentar a síndrome de Horner, síndrome piramidal ou sinais de siringomielia (problemas sensíveis, fraqueza muscular). É uma malformação frequentemente observada no Nordeste do Brasil, sendo que na maioria dos casos esta associado com a malformação de Arnold-Chiari. P á g i n a | 5 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON o Síndrome de Klippel- Feil,é uma anomalia congênita que se caracteriza pela ausência de alguns corpos vertebrais ou pela fusão de vértebras cervicais. Os principais sinais observadores nos portadores são pescoço curto, linha baixa de implantação do cabelo, pouca mobilidade do pescoço. Escoliose ou cifoescoliose pode indicar doença de Friedreich,distrofia muscular progressiva (degeneração progressiva do tecido muscular). Pé cavo com dedos em martelo pode indicar doença de Charcot-Marie, relativamente rara, é um dos grupos mais comuns de neuropatias motoras e sensitivas hereditárias (NMSH); em sua forma hipertrófica, apresenta-se na infância (NMSHI). É uma doença desmielinizante, isto é, provoca danos na bainha de mielina dos neurônios dos nervos periféricos e a degeneração dos axônios, responsáveis pela condução dos impulsos elétricos. Assim, nos nervos afetados, a condução de sinais fica comprometida, o que causa prejuízos na sensação (diminuição da sensação dos membros, em especial das pernas e pés), movimento, cognição e outras funções dependendo dos nervos envolvidos. A doença caracteriza-se por debilidade e atrofia muscular progressiva da panturrilha (atrofia muscular fibular), podendo ocasionar incapacidade progressiva, com déficits sensitivomotores e problemas ortopédicos (pé cavo). P á g i n a | 6 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON Tipos de atitudes voluntárias: são aquelas em que o paciente adota por sua vontade e compreendem a ortopnéia, genupeitoral ou prece maometana, a posição de cócoras,a atitude parkinsoniana e os diferentes decúbitos. o Atitude ortopnéica o paciente adota esta posição para aliviar a falta de ar decorrente de IC, asma brônquica e ascite volumosa. Ele permanece sentado na beira da cama com os pés no chão ou numa banqueta, e as mãos apoiadas no colchão para melhorar um pouco a respiração, que se faz com dificuldade. o Atitude genupeitoral ou de “Prece Maometana” o doente fica de joelhos com o tronco fletido sobre as coxas, enquanto a face anterior do tórax (peito) põe-se em contato com o solo ou colchão. O rosto descansa sobre as mãos, que também ficam apoiadas no solo ou colchão. Esta posição diminui a dificuldade do enchimento do coração nos casos de derrame pericárdico. o Atitude de cócoras a posição de cócoras é adotada pelas crianças com cardiopatia congênita cianótica com fluxo de sanguíneo pulmonar diminuído. Os pacientes assumem esta atitude porque percebem, instintivamente, que ela alivia a dispneia e as manifestações hipoxêmicas. o Atitude parkinsoniana O paciente parkinsoniano, ao se pôr de pé, apresenta semiflexão da cabeça, tronco e membros superiores, e ao caminhar parece estar correndo atrás do seu próprio eixo de gravidade. Tipos de atitudes involuntárias: independem da vontade do paciente e incluem a atitude passiva, o ortótono, o opistótono, o emprostótono, o pleurotótono e a posição em gatilho. o Opistótono designa a posição do corpo em que a coluna vertebral, o pescoço e a cabeça formam um arco côncavo para trás. O doente apóia-se na cabeça e nos calcanhares. A posição é resultante da contração sustentada dos músculos posteriores do pescoço e do tronco, e pode ocorrer, dentre outras causas, em pacientes com meningite, histeria, tétano, tumor cerebral e em intoxicados por estricnina; algumas lesões neurológicas também podem ocasionar tal postura anormal. P á g i n a | 7 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON o Emprostótono Forma de espasmo tetânico que projeta a cabeça e os pés para diante, numa postura que lembra a posição do feto na cavidade uterina. É o inverso do opistótono. Normalmente ocasionado por meningite, raiva e histeria. o Atitude passiva assim chamada porque o paciente fica na posição em que é colocado no leito, sem que haja contratura muscular. É observada nos pacientes inconscientes ou comatosos. o Ortótono (orthos- reto; tônus= tensão). Atitude em que o tronco e os membros estão rígidos, sem se curvarem para diante, para trás ou para um dos lados. o Pleurotótono É de observação rara no tétano, na meningite e na raiva. O corpo se curva lateralmente. o Posição em gatilho encontrada na irritação meníngea, é mais comum em crianças e se caracteriza pela hiperextensão da cabeça, flexão das pernas sobre as coxas e encurvamento do tronco com concavidade para diante. o Torcicolo o Lesão de nervo periférico: mão caída ou em gota – nervo radial, 2)Entrando pela porta e chegando ao local de exame. 3)Tamanho e forma do corpo 4)Modo de vestir 5)Cabelo 6)Ao sentar 7)Marcha espontânea 8)Marcha e postura ( ex: ceifante ) 9)Pacientes especiais (cadeira de rodas, hospitalizados, comatoso, restrito ao leito) 10)A voz, ocorre distúrbios da fala, tais como: o Disfonias onde o distúrbio é de timbre e de intensidade do som produzido. A voz é rouca, bitonal ou de falsete. As disfonias ocorrem por comprometimento da inervação motora das cordas vocais (nervo vagospinal). Nas paralisias bilaterais pode ocorrer afonia completa. o Dislalia é distúrbio da articulação da palavra que decorre de causas múltiplas, excluídas as perturbações neurológicas. Sendo que existe uma dislalia fisiológica P á g i n a | 8 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON ou de evolução, que desaparece ao redor dos quatro anos de idade(é a criança que fala “tasa” quando quer falar casa, papato por sapato, etc). As dislalias também podem ser provocadas por malformações do aparelho fonador (língua, véu do palato, dentes e lábios). o Disartrias são distúrbios da articulação da palavra ocasionadas por alterações neurológicas, em nível periférico ou central. No primeiro caso, as disartrias ocorrem pelo comprometimento de nervos cranianos ou dos territórios musculares inervados por eles. Deve ser considerado, particularmente, o comprometimento dos nervos bulbares e do facial. 11)A face a expressão fisionômica do paciente assume, em determinadas circunstâncias, uma importância considerável ao permitir o imediato reconhecimento da afecção em causa. Entretanto, a inspeção da face não deve levar a conclusões apressadas e não dispensa um exame neurológico. o Expressão emocional estampada na face: Ansiedade: neurose de angústia ou tireotoxicose Tristeza: síndromes depressivas Euforia: esclerose em placa Indiferença: tumores frontais Labilidade emocional: arteriosclerose cerebral difusa; Olhar inexpressivo: demência o Na moléstia de Parkinson e nas síndromes parkinsonianas: as fácies caracteriza-se pela inexpressividade, fixidez do olhar, diminuição ou abolição da mímica, boca entreaberta com salivação abundante. A hipomimia ou amimia da face (perda da mímica automática) caracteriza a chamada máscara parkinsoniana. o Fácies wilsoniana, ocorre na degeneração hepatolenticular, o paciente apresenta-se com a boca entreaberta, hipersalivação, riso estereotipado, sendo frequentes nos estágios avançados da doença crises de choro e riso espasmódicos. Sorriso permanente. o Fáceis imóvel e monótona, ocorre nos quadros de pseudobulbares, nas condições de repouso, pode modificar-se subitamente pela labilidade emocional que determina crises de choro e riso espasmódicos. o Fáceis como caretas ou expressão grotescas no território inferior da face, com protrusão da língua, ocorre nos casos de atetoses. o Paralisia facial periférica unilateral caracteriza-se pela assimetria da face, lagoftalmo, epífora, repuxamento da boca para o lado são, com apagamento do sulco nasolabial. Na diplegia facial, o paciente apresenta fácies amímica ou hipomímica, com as fendas palpebrais aumentadas (lagoftalmo bilateral) e imobilidade dos lábios (riso transversal). o A hemiatrofia facial caracteriza-se pela assimetria da face por atrofia de toda a metade da mesma, incluindo pele, músculos e ossos. o Fácies de Hutchinson ocorre na miastenia grave, que é uma doença da placa mioneural, ocorre com frequência ptose palpebral bilateral acompanhada de déficits da musculatura P á g i n a | 9 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON estriada ocular (estrabismo), o que obriga o paciente a contrair o músculo frontal e hiperextender a cabeça para enxergar um objeto situado no mesmo nível de seus olhos. o As fácies da distrofia miotônica caracteriza-se pelo seu aspecto alongado, ptose palpebral incompleta bilateral, calvície precoce, atrofia dos músculos masseteres e dos esternoclidomastóideos. o Na distrofia muscular progressiva (forma facioscapulumeral), o paciente apresenta fácies inexpressivas, com oclusão palpebral incompleta, lábios separados (sendo o superior saliente- lábio de tapir- e o inferior evertido), além de desaparecimento das rugas e dos sulcos faciais. o No comas determinados por acidentes vasculares cerebrais, a fácies permanece imóvel, com a bochecha flácida no lado paralisado, havendo ligeiro repuxamento da comissura bucal para o lado são e levantamento da bochecha durante a expiração(boca do fumador de cachimbo). Nestes casos, é frequente o desvio conjugado da cabeça e dos olhos para o lado da lesão. o Nas formas letárgicas de encefalite, o pacienteapresenta aspecto sonolento, com bocejos frequentes, podendo-se notar na maioria dos casos paralisias oculares. o A fácies na doença de Crouzon caracteriza-se pela conformação do nariz com base alargada (aspecto de bico de papagaio), além de prognatismo do maxilar inferior (por atrofia do maxilar superior) e lábio superior curto. o Síndrome de Hurler ou gargulismo, as fácies é grotesca, com hipertelorismo, nariz em sela e com a base alargada, lábios grossos, macroglossia, orelhas grandes e pescoço curto. o Trismo, riso sardônico: tétano. o Fácie de lua cheia: síndrome de Cushing o Mongolismo: aspectos da raça amarela fronte estreita, olhos amendoados com prega epicântica, malares salientes, crânio pequeno, cabelos escassos e espessos. o Acromegalia: aumento do maciço facial, nariz grande, prognatismo, lábios grossos. o Síndrome de Claude Bernard-Horner: ptose incompleta, miose e enoflalmo unilateral. o Leonina – hanseníase. o Exoftalmo – hipertiroidismo. ESTADO MENTAL É usado para ajudar a determinar se um paciente tem uma doença neurológica em lugar de uma doença psiquiátrica; para identificar uma doença psiquiátrica, que pode estar relacionada a doença neurológica subjacente; e para distinguir déficits neurológicos focais de processos difusos. 1) Cooperação normalmente indica que o paciente esta entendendo o que se esta dizendo. Sendo que pacientes confusos fica combatido e não coopera. 2) Orientação 3) Memória para os fatos antigos e recentes associação de idéias, julgamento; sendo que nós possuímos três níveis de memória: imediata, recente e remota. Obs: é bom se avaliar em pacientes dementes, aonde esses níveis de memória vão se perdendo. 4) Estado emocional apatia, depressão, ansiedade, hiperemotividade, estresse, perda. P á g i n a | 10 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON 5) Alucinações e delírios Alucinação é a percepção de algo que não existe (sonoro, visual, etc); Delírios, a palavra vem do latim, delirium, que significa sair dos trilhos. Delírio é a percepção errônea de algo que existe (ex: eu sou Napoleão Bonaparte) Obs: Existe uma Síndrome que se chama delirium, é ocasionada por álcool e esquizofrenia, aonde o paciente apresenta tanto manifestações de delírios quanto de alucinações. 6) Estado de alerta; 7) Cognição ato ou processo de conhecer, que envolve: atenção, percepção, memória, raciocínio, etc. 8) Alterações no conteúdo de consciência; Exame Psíquico: 1)Estado de consciência: coma, confusão mental. Delírio. Excitação psicomotora. 2)Estado mental: Orientação auto e alopsíquica. Atenção. Memória (fixação, conservação, evocação). Afetividade. Associação de idéias. Raciocínio. Alucinação e ilusão. 3) Estado emocional: apatia, depressão, ansiedade, hiperemotividade. O paciente pode estar inconsciente. Poderá estar deitado, no leito de olhos fechados, diferindo do sono por não ser possível despertá-lo, mesmo com estímulos intensos. Neste caso, o paciente está em coma que pode ser superficial ou profundo. O paciente inconsciente poderá estar acordado, deambulando ou até agitado. Neste caso, poderá não obedecer ordens, não conseguir manter diálogo coerente (confusão mental) ou apresentar alucinações, ilusões ou delírios (de grandeza?). Estes casos são chamados de estados confusionais. Se o paciente está consciente, avaliaremos a orientação no tempo (dia, mês, ano, idade, etc) e no espaço (endereço onde reside, onde está agora, há quanto tempo, etc). A atenção e a memória podem ser testadas solicitando ao paciente para repetir seqüências de números ou palavras na ordem direta ou inversa, fazer pequenos cálculos como por exemplo tirar 7 de 100, por 4 a 5 vezes, etc. Quanto à memória, podemos testar a memória remota, que dificilmente é perdida (onde nasceu, onde morou quando criança, os filhos, etc), a memória recente que, freqüentemente, é comprometida nas síndromes demenciais e pode ser testada, perguntando-se se já almoçou, como veio até o hospital, que dia é hoje, qual a cidade onde está, etc. O raciocínio e a associação de idéias podem ser testados, propondo-se pequenos problemas matemáticos ou solução de alguma situação do cotidiano. Pode-se, ainda, pedir para o paciente interpretar pequenas histórias ou provérbios bem conhecidos. CABEÇA E PESCOÇO 1)Inspeção: Hidrocefalias são acúmulos do líquido cefalorradiano (LCR) ou líquor dentro do cérebro, podem ocorrer desde a vida intra-uterina (hidrocefalias congênitas) ou podem ser adquiridas ao longo da infância ou fase adulta por uma diversidade de causas. Dentre as principais causas temos as meningites, sangramentos e tumores. Hidrocefalia de pressão normal: Há uma condição particular do idoso, na qual ocorre lenta dilatação dos ventrículos. O idoso passa a ter dificuldade para caminhar, perde o controle da urina e tem progressiva perda de memória e das capacidades mentais. Essa síndrome, que muitas vezes pode ser erroneamente diagnosticada como demência ou mal de Alzheimer, chama-se hidrocefalia de pressão normal (HPN). Microcefalias A microcefalia pode ser definida como sendo a situação quando o cérebro permanece anormalmente pequeno, sendo fácil reconhecer: o crânio é extremamente pequeno e raramente tem mais que quarenta e cinco centímetros de circunferência quando a P á g i n a | 11 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON criança estiver com um ano e três meses de idade; as fontanelas se fecham prematuramente, não permitindo que o cérebro alcance proporções normais de seu tamanho. A Microcefalia de causa primária ou genética (Microcefalia verdadeira ou Vera) refere-se a um grupo de distúrbios que geralmente não tem outras malformações ou está associada a algumas síndromes genéticas específicas, tais como Síndrome de Down, Síndrome de Edwards, Síndrome de Cri-duchat, entre outras.Nesses casos, a desordem pode se originar de uma variedade de condições que causam crescimento anormal do cérebro e das células nervosas. A microcefalia também pode estar associada a causas secundárias ou não-genéticas (Microcefalia por Cranioestenose), resultantes de um grande número de agentes nocivos que atingem o feto intra-útero, principalmente acometendo a mãe no primeiro trimestre de gestação. Pode-se citar como exemplos as seguintes condições: uso de drogas (medicamentos e álcool), desnutrição materna, infecções (rubéola, toxoplasmose, varicela), insuficiência placentária e exposição à radiação. Além disso, nos momentos em que se tem o processo mais rápido de crescimento cerebral, ou seja, durante o período pós-parto indo até os dois primeiros anos de vida, a microcefalia pode ocorrer devido aos seguintes fatores como hipóxia grave, traumatismo crânio- encefálico, acidente vascular cerebral e distúrbios degenerativos do sistema nervoso central. Obs: Microcefalias cranioestenoses. Essa microcefalia é caracterizada pela fusão prematura das suturas cranianas ocorrendo antes de encerrar o crescimento cerebral, impedindo expansão e deformando a caixa craniana. Acromegalias é uma síndrome causada pelo aumento da secreção do hormônio de crescimento (GH e IGF-I), quando este aumento ocorre em idade adulta. Quando ocorre na adolescência chama-se gigantismo. Por ocorrer na fase adulta o crescimento se dá nas partes moles e não no crescimento longitudinal, como no gigantismo. 2) Palpação: irregularidades traumáticas ou pós-cirúrgicas, lesões erosivas, protuberâncias, fontanelas. 3)Percussão : Hidrocéfalo com som de “vaso quebrado” 4)Ausculta: Ossos frontais e regiões occipitais, ambos com olhos fechados. Escuta-se sopros frequentemente em crianças pequenas, em fístulascarótido-cavernosas, tumores, angiomas, doença de Paget, irradiados da carótidas. o Sinal de Guaxinim denota possível fratura de base de crânio, mais propriamente da fossa anterior e freqüentemente resultam de um ferimento de queda, podendo decorrer também de falta de nutrientes no sangue ou problemas de coagulação. Possui equimose periorbital. Pode encontrar sopro nessa região. o Sinal de battle (equimose mastóide), indicativo de fratura na base do crânio. SINAIS MENINGORRADICULARES (REAÇÕES MUSCULARES PATOLÓGICAS). Etiologia: As meninges e as raízes nervosas por elas envolvidas podem ser acometidas de processo irritativo, causado principalmente por infecção (meningite), ou hemorragia (meníngea ou subaracnóidea) que se exterioriza por uma síndrome clínica comum. Já a irritação radicular é ocasionada por hérnia de disco e traumas. Sempre que se falar em lesão na meníngea, pensar em sangramento no espaço subaracnóidea que pode ser ocasionado por tumor, traumas, malformações, aneurisma e mal formação arterial. E pensar também em infecção na meníngea. (1) Meningites ou meningoencefalites(doenças mais grave, sendo que suas causas são infecciosas por bactérias ou vírus). Anamnese: febre alta, sonolento, inconsciente, vertigem, vômito e cefaleia. P á g i n a | 12 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON Agudas: bacterianas ou virais: Anamnese: febre (2 dias), dor, com pouca evolução, pcte movimenta pouco a cabeça, quando muito intensa pode ter vômito. Subaguda/crônica: tuberculose e fúngica(são mais profundas, possui comprometimento mais profundos) (2) Hemorragia subaracnóidea Anamnese: aguda, de início súbito; Aneurisma cerebral (expansão saturiforme dos vasos, esboça mais em mulheres, pode ser adquirida ou congênita; sendo que a primeira defesa do organismo é fazer broncoespasmo e por consequência disso ocorre isquemia do tecido). Outras mal-formações arteriovenosas(MAV) Na síndrome meníngea, a cefaleia é manifestação fundamental. De intensidade variável, apresenta localização difusa, podendo predominar, nas regiões occipital e frontal. É de caráter contínuo, podendo se agravar com os estímulos luminosos e sonoros ou pelos movimentos. A dor costuma irradiar para a nuca, ombros, dorso e pernas. Além da fenomenologia dolorosa, o paciente apresenta fotofobia, vômitos (geralmente em jato), muito característica de doença neurológica, com ausência de náusea precedendo o vômito. E obstipação. Na hemorragia meníngea o quadro instala-se sempre de modo súbito e inesperado, enquanto na meningite os sintomas costumam aparecer rapidamente, como nas meningites purulentas, ou mais gradativamente, como é o caso das meningites não purulentas. Suas principais características semiológicas podem ser agrupadas em três outras síndromes: (1) Hipertensão intracraniana. (2) Síndrome radicular constituída de hiperestesia sensitiva e sensorial, fotofobia, raquialgia, postura antálgica, habitualmente em decúbito lateral e com os membros inferiores semifletidos, rigidez da nuca, positividade das provas de Kerning, Brudzinski e Lasègue). (3) Síndrome infecciosa quando estiver presente a meningite, que inclui a febre, a prostação, a astenia, a anorexia, a taquicardia. Entre os sinais da síndrome meníngea devem ser ressaltados aqueles provocados pela contratura muscular. Em determinados casos, o doente permanece em decúbito lateral com a cabeça hiperestendida (opistótono), as pernas fletidas, enquanto a coluna vertebral lombar assume postura em hiperextensão (posição em cão de fuzil). Várias manobras são utilizadas na prática semiológica para o diagnóstico de comprometimento meníngeo. DADOS AO EXAME FÍSICO Movimentação do pescoço e sinais de irritação meníngea: Limitações dos movimentos do pescoço: (1) Rigidez da nuca: Estando o pcte em decúbito dorsal. O examinador coloca-se as mãos abaixo da região occiptal e, fletindo os pulsos, levanta-se suavemente a cabeça P á g i n a | 13 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON do paciente para diante até que o queixo toque o tórax. Se o movimento for rápido e amplo, não há rigidez nucal, ou seja, a nuca é livre. Na irritação meníngea de qualquer etiologia, surge rigidez de nuca. As causas mais frequentes de rigidez de nuca são as meningites e as hemorragias subaracnóideas, porém inúmeros outros processos patológicos podem determiná-la, tais como: Inflamações e lesões da medula cervical Fusão cervical Espondilose cervical Parkinsonismo Hipertensão intracraniana acentuada (sugere risco de herniação tonsilar). Tumores da fossa craniana posterior Hérnias cerebrais Tétano Tumores cervicais Síndrome de Arnold-Chiari Abcesso retrofaríngeo Miofibrosite cervical (2) Prova de Brudzinski: Com o paciente em decúbito dorsal e membros estendidos, o examinador repousa uma das mãos sobre o tórax do paciente e, com a outra colocada na região occipital, executa-se uma flexão forçada da cabeça. A prova é positiva quando o paciente flete os membros inferiores involuntariamente (pois melhora a tensão), sendo que o paciente levanta o tórax ao invés de apenas a cabeça, isso ocorre devido à rigidez de nuca. Para que seja positivo nem sempre vem acompanhado de dor. OBS: Pode ter rigidez de nuca parcial e significa algum dano patológico. Ao se realizar essa manobra, podemos obter 4 tipos de respostas: Não faz o movimento por conta da dor do paciente. Faz-se o movimento e o paciente não refere dor. Diminuição da flexão por uma doença osteomuscular. Dor intensa à flexão do pescoço e flexão da perna. A síndrome radicular apresenta como elemento fundamental dor de caráter lancinante ou fulgurante, que pode assumir grande intensidade. A dor, que pode ser de instalação paroxística ou gradual, costuma apresentar irradiação característica de acordo com a raiz comprometida. A radiculalgia pode ser desencadeada ou exacerbada por determinados movimentos (que provocam tração da raiz afetada) ou por determinados atos como a tosse, espirro ou esforço de evacuação (pelo aumento da pressão do líquido cefalorraquidiano com repercussão ao nível da raiz afetada). O paciente pode apresentar posições antálgicas, com a finalidade de relaxar a raiz e atenuar a dor. Falso positivo: torcicolo, doenças osteomusculares e idosos. P á g i n a | 14 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON (3) Prova de Lhermite: Preferencialmente coloca-se o paciente na posição sentada, pedindo para que ele faça a flexão rápida do pescoço. No momento da realização da manobra, o examinador deve estar protegendo o paciente, pois pode haver a presença de tumores que comprimem a coluna e causar problemas respiratórios. Assim essa manobra não é muito específica para radiculares. Estando mais relacionada a pacientes medulares, pois estira rapidamente a meninge e compromete principalmente os plexos braquiais. Quando positiva dá-se a sensação de choque/formigamento descendo pela coluna vertebral podendo chegar aos mmss e mmii. Avaliação da coluna lombossacra: (1) Limitações do movimento da coluna: Solicita-se ao paciente para executar movimentos de flexão, extensão, rotação e lateralização da coluna e observa-se a eventual existência de limitação na amplitude dos movimentos e em que grau. As causas são as mesmas citadas para a coluna cervical. (2) Provas de estiramento da raízes nervosas: Prova de Lasègue: Com o paciente em decúbito dorsal e os membros inferiores estendidos, o examinador faz a flexão passiva da coxa sobre a bacia. Esta prova é sensível e muito mais radicular do que meníngeo. A provaé positiva quando o paciente reclama de dor na face posterior do membro examinado, no trajeto do ciático, logo no início da prova(a partir de 30º de elevação). Ocorre em paciente que possuem hérnias e prolapso do disco lombar; fisiologicamente pode aparecer em pacientes após exercício intenso. Ao iniciar o exame se o paciente referir dor, não indica Lasègue positivo, e sim uma doença articular, osteomuscular,etc. Fisiologicamente o paciente consegue elevar o seu mmii entre 30º a 70º. Na história clínica o paciente refere dor nos mmii. Obs: Apesar da semelhança com o sinal de Kerning, não há rigidez da nuca associada. Sinal de Kerning: Consiste na extensão da perna, estando a coxa fletida em ângulo reto sobre a bacia e a perna sobre a coxa. Considera-se a prova positiva quando o paciente sentir dor ao longo do trajeto do nervo ciático e tenta impedir o movimento. Estas provas são utilizadas para o diagnóstico da meningite, da hemorragia subaracnóidea e da radiculopatia ciática. No caso de patologia meningorradicular podemos observar resistência e limitação do movimento, ao mesmo tempo que o paciente refere dor. NERVOS PERIFÉRICOS Neuropatias podem decorrer de compressão, estrangulamento, isquemia, distensão, traumas diretos como lacerações e feridas por projéteis, envolvimento em fraturas ou luxações e outros processos. Embora a síndrome do túnel do carpo, neuropatia ulnar no cotovelo, neuropatia facial constituam a P á g i n a | 15 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON maioria das neuropatias focais, praticamente todos os nervos no corpo podem ser comprimidos ou estrangulados. NERVO AURICULAR: na face lateral da região cervical, observa-se um espessamento desse nervo, ocasionado por hanseníase; ao realizar o exame pedir para o paciente rotacionar a cabeça para que o examinador analise se há a presença desse espessamento. PLEXO BRAQUIAL: origina-se dos ramos anteriores primários de C5-T1. O plexo é constituído de troncos superior, médio e inferior; divisões anterior e posterior; fascículos medial, lateral e posterior. As raízes C5 e C6 unem-se para formar o tronco superior. O ramo primário anterior C7 continua como o tronco médio. Os ramos C8 e T1 combinam-se para formar o tronco inferior. A raiz anterior do tronco superior une-se com a raiz anterior do tronco médio e formam o fascículo lateral, que situa lateralmente a artéria. Constituída principalmente pelo nervo musculocutâneo. As raízes posteriores de todos os troncos formam o fascículo posterior, composto pelo nervo radial e axilar. Já raiz anterior do tronco inferior continua como fascículo medial, formada principalmente pelo nervo ulnar, que se situa medialmente à artéria. NERVO MEDIANO: O nervo mediano tem dois componentes, uma divisão lateral e outra medial, sendo que um ramo do fascículo lateral juntamente com outro ramo do fascículo medial une-se para formar o nervo mediano, que passa pela parte superior do braço sem se ramificar até a região do cotovelo. A partir daí os ramos começam a se separar, emitindo ramos para a inervação de alguns músculos. O nervo mediano passa do antebraço distal para a mão pelo túnel do carpo. As paredes e o assoalho do túnel são formados pelos ossos do carpo e o teto pelo ligamento transverso do carpo. Depois de sair do túnel do carpo, o nervo mediano emite seu ramo motor tênar recorrente, que se curva para trás e radialmente para inervar os músculos tênares medianos (abdutor curto do polegar, opositor do polegar e cabeça lateral do flexor curto do polegar). O nervo termina emitindo ramos motores terminais para inervar o primeiro e o segundo lumbricais e dividindo-se então em ramos sensoriais digitais comuns que levam fibras sensoriais da superfície palmar do polegar, dos dedos indicador e médio, da face palmar da metade radial do dedo anular e da face dorsal das falanges média e distal dos dedos indicador e médio e da metade radial do dedo anular. Função: ele inerva a musculatura da parte anterior do antebraço, com exceção do musculo flexor ulnar do carpo e porção medial do flexor profundo dos dedos. É responsável pelo: P á g i n a | 16 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON O movimento de pronação do antebraço; Flete os primeiros três primeiros dedos; Realiza o movimento de oposição dos dedos; A paralisia do nervo mediano por ser ocasionada por traumas, ferimentos perfurantes do braço, neurite leprosa, fraturas ósseas, constrição do nervo na síndrome do túnel do carpo. SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO: Estrangulamento do nervo mediano por sob o ligamento transverso do carpo é com frequência ocasionado ou exacerbado por movimentos excessivos de punho/mão/dedos; a combinação de flexão repetida dos dedos com movimentos do punho parece ser o esforço ergonômico de maior risco. A síndrome do túnel do carpo pode em raras ocasiões decorrer de lesões expansivas que estreitam a passagem: Cisto sinovial Lipoma; Aneurisma Músculo anômalo Hipotireoidismo (por retenção de liquido) Gestação Obeso; Diabete melito; Artrite reumatoide; Insuficiência renal crônica; Amiloidose; Mieloma; A síndrome do túnel do carpo produz um quadro clínico característico: Dores proximais na extremidade superior, geralmente no antebraço mas por vezes até o ombro, não são muito típicas, mas não são raras. Dormência e parestesias(sensação anormais espontâneas vivenciadas na ausência de estimulação específica, sensações como frio, calor, dormência, formigamento, ardência, agulhadas, comichão, peso, compressão ou prurido) na mão; Muitos pacientes queixam-se de dormência da mão inteira; sendo que na STC pode apresentar-se com parestesias em distribuição ulnar. Geralmente mais intensas a noite; Formigamento Normalmente aparecem depois de uma postura contínua como o ato de dirigir. Os achados ao exame variam de acordo com a gravidade da condição. Em pacientes com STC leve, o exame físico pode ser normal ou pode haver perda sensorial trivial sobre as pontas dos dedos. A perda sensorial mais precoce parece ocorrer sobre a extremidade volar do dedo médio. Pacientes com doença mais avançada têm perda sensorial mais facilmente demonstrável, na planta das mãos e nos I,II,III e parte do IV dedo e no dorso nas falanges médias dos I,II,III e parte do IV dedos. Apresentam com frequência fraqueza dos músculos tênares. Pacientes com envolvimento grave evidenciam atrofia tênar e perda sensorial densa. Sinais e testes para indicar a presença de STC: P á g i n a | 17 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON Sinal do tinel: O examinador comprime o punho do paciente, para maior sensibilidade desse teste, estender o carpo e falanges. Quando positivo o paciente apresenta parestesias produzidas por percussão sobre um nervo periférico, oque pode indicar patologia focal do nervo. A evocação do sinal de Tinel pode ser útil, porém muitos pacientes normais tem “Tinel” sobre toda a extensão de seus nervos; somente a presença de um sinal de Tinel desproporcionalmente ativo sobre o nervo clinicamente suspeito tem algum valor localizante. Sinal de Tinel reverso: é raro, com parestesias que irradiam retrogradamente antebraço acima, pode ser mais específico de STC. Teste de Phalen: de flexão do punho, consiste em dormência, parestesias e dor na distribuição do nervo mediano produzida pela flexão forçada do punho por um minuto. Teste de Phalen reverso(da oração): é o mesmo, porém com o punho em hiperextensão. Manobra de compressão do carpo: o examinador aplica pressão firme do polegar sobre o nervo mediano na prega do punho, procurando produziros sintomas da STC. Características de pacientes que possui lesão no nervo mediano: Mão de pregador ou Benedicto: onde encontra-se extensão do I,II,III dedos e parte do IV dedo, e flexão de parte do IV dedo e todo o V dedo. Mão simiesca: quando se tem atrofia tenar e hipotênar combinada (nervo ulnar e mediano). Manobra do “ok”: pedir para o paciente realizar um “o” com os I e II dedos, caso ele não consiga indica lesão no nervo mediano; NERVO ULNAR: O nervo ulnar origina-se como uma continuação do fascículo medial do plexo braquial. Ao sair do tórax, ele passa pela axila e para a parte superior do braço, situando-se medialmente à artéria braquial numa neurovascular comum com o nervo mediano e os nervos cutâneos mediais do braço e do antebraço. Aproximadamente no nível da inserção do coracobraquial, o ulnar sai do feixe neurovascular comum e perfura o septo intermuscular medial para até o compartimento posterior do braço. O nervo desce então para o cotovelo em um sulco ao longo da cabeça medial do tríceps. Depois de perfurar o septo intermuscular, o nervo inclina-se distal e medialmente e atravessa então o sulco retroepicondilar(ulnar) entre o epicôndilo medial(EM) e o processo do olecrano(PO). Ele passa então por sob a arcada aponeurótica umeroulnar(AUU). Depois disso, o nervo passa pelo músculo flexor ulnar do carpo e sai então pela aponeurose flexora pronadora profunda que reveste a superfície profunda do musculo e segue distalmente para o punho. O ramo P á g i n a | 18 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON cutâneo palmar ulnar origina-se no antebraço médio a distal e segue um trajeto separado até a mão. Ele entra na mão superficialmente ao canal de Guyon e supre sensação à pele da região hipotênar. O ramo cutâneo ulnar dorsal sai do tronco principal 5cm a 10 cm proximalmente ao punho, vira-se posteriormente e emerge sobre a superfície dorsal do punho para fornecer sensação à face ulnar dorsal da mão, assim como aos dedos mínimo e anular. Ao emergir por sob o ligamento volar do carpo, o ulnar emite um ramo para o palmar curto e se ramifica então na divisão sensorial terminal superficial e na divisão palmar profunda. O ramo profundo inerva os interósseos e se decompondo em ramos terminais ao chegar ao adutor do polegar e ao primeiro interósseo dorsal. A cabeça profunda do flexor curto do polegar é geralmente suprida por um curto filamento do ramo terminal que se dirige para o adutor do polegar. Inerva: - flexor ulnar do carpo faz a flexão da mão. -parte medial do flexor profundo dos dedos. - adutor do polegar; - interósseos palmares adução dos dedos. Perda por acometimento do nervo ulnar: 1. Perda da flexão e adução do punho; 2. Incapacidade de aduzir o polegar. 3. Perda sensorial dos IV e V dedos. 4. Perda da flexão das últimas falanges IV e V; 5. Perda da abdução e adução dos dedos paralisia dos interósseos. 6. Perda do movimento do V dedo; 7. Paralisia do ulnar: - atrofia hipotênar - mão em garra (IV e V dedos fletidos) -Sinal de Froment: O pcte segura um papel entre o polegar e o indicador de cada mão, em seguida procura puxar de igual força de cada lado. O lado lesado, o papel só é comprimido com a polpa do polegar, estando a falange distal fletida. Não aduz o polegar (não consegue pegar uma folha de papel). Causas: Trauma (PAF,PAB,fratura). Artrose do cotovelo. Hansieniase. NERVO RADIAL O nervo radial origina-se como uma continuação direta do fascículo posterior do plexo braquial. Ele sai pela axila e desce então pela face medial da parte superior do braço. Logo depois de passar pelo músculo redondo maior, ele entra no músculo tríceps. O nervo perfura o septo intermuscular lateral e então desce P á g i n a | 19 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON pela parte lateral superior do braço, emitindo um ramo para o músculo braquiorradial. Ele passa entre os músculos braquial e braquiorradial imediatamente anterior ao epicôndilo lateral e entra então no antebraço no sulco entre o tendão do bíceps e o braquiorradial. Ramos inervadores são emitidos para o braquiorradial e o longo e curto extensor radial do carpo, depois do que o tronco principal termina por divisão no nervo interósseo posterior e no nervo radial superficial. O nervo radial superficial desce al longo da face lateral do antebraço. O ramo radial superficial termina como fibras sensoriais que suprem a face radial do dorso da mão e os três e meio dedos radiais. Ele continua ao longo da membrana interóssea que supre os músculos extensores dos dedos e do polegar e o abdutor longo do polegar; ele não tem nenhum componente sensorial cutâneo. Inerva: -músculos tríceps braquial; - braquiorradial - extensor radial longo e curto do carpo; - supinador; - todos músculos da região posterior do antebraço; Perda por acometimento do nervo radial: O nervo radial pode ser lesado em qualquer ponto ao longo do seu trajeto. A compressão aguda do nervo radial no sulco espiral decorre de compressão prolongada por um período de algumas horas durante o sono ou um torpor induzido por drogas ou álcool (paralisia do “sábado a noite” ou “do noivo”). Fraqueza envolve todos os músculos distais ao tríceps. Lesão do nervo radial também pode ocorrer na axila por uma muleta ou por luxação do ombro, fraturas do úmero ou do rádio ou feridas penetrantes. A queixa mais proeminente na neuropatia radial é queda do punho. Há fraqueza de extensão dos dedos nas articulações. A extensão das articulações interfalangianas é preservada, porque esse movimento é executado pelos lumbricais e interósseos. Característica mão em pendulo ou mão caída. Causas: Fraturas do úmero; Compressão do nervo (paralisia dos namorados, dos amantes); Intoxicação por chumbo, linha de Burton (geralmente o músculo braquirradial é poupado nestas intoxicações). NERVO TIBIAL: O nervo tibial é o maior dos dois ramos terminais do nervo ciático. Ele é formado por fusão de todas as cinco divisões anteriores do plexo sacro (L4-S2 ou S3). Inerva: Cabeça longa do bíceps femoral; Músculos semimembranoso; P á g i n a | 20 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON Semitendinoso; Gastrocnêmio; Poplíteo; Sóleo; Plantar; Tibial posterior; Flexores longos dos dedos e do hálux; Através dos nervos plantares medial e lateral; Flexores plantares dos artelhos e os pequenos músculos do pé. Perda por acometimento do nervo tibial: Há fraqueza distalmente à lesão; Impossibilidade de realizar a flexão plantar. Impossibilidade de andar com as pontas dos pés; Atrofia dos músculos da panturrilha; Anestesia da planta do pé; Perda sensorial sobre as faces plantar e lateral do pé, o calcanhar e as faces póstero-laterais da perna e do tornozelo. O paciente pode ser incapaz de efetuar flexão plantar ou inversão do pé ou de flexionar, aduzir ou abduzir os artelhos. Alterações tróficas e dor são comuns; O reflexo do aquileu é perdido. Causas: -Lesões do nervo tibial são relativamente raras, por causa de sua localização profunda e seu trajeto protegido, mas ele pode ser envolvido em lesões no espaço poplíteo ou abaixo dele. Compressão pelo retináculo flexor atrás do maléolo medial (ligamento lancinado) pode causar dores ardentes nos artelhos e na sola do pé e paresia ou paralisia dos pequenos músculos do pé (síndrome do túnel do tarso). -Diabetes. -hanseníase NERVO FIBULAR COMUM: A divisão fibular origina-se das divisões posteriores do plexo lombossacro. Depois da bifurcação nafossa poplítea, o nervo fibular move-se lateralmente e faz uma curva em torno da cabeça da fíbula, perfura o músculo fibular longo e se divide em ramos superficiais e pronfundo. O ramo superficial inerva o fibular longo e curto e termina como o ramo sensorial superficial, que fornece sensação ao dorso do pé. O ramo fibular profundo inerva o tibial anterior, o fibular terceiro e os extensores longos e curtos dos artelhos e fornece sensação ao espaço reticular entre o primeiro e o segundo artelhos. Descendo então até o pé. O nervo tibial desce na linha média pela face posterior da perna para inervar o gastrossóleo. P á g i n a | 21 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON O nervo fibular na cabeça da fíbula é superficial, coberto apenas de pele e tercido subcutâneo, o que torna excepcionalmente vulnerável a compressão externa. Uma neuropatia fibular significativa causa queda do pé Inerva: Cabeça curta do bíceps femoral; Tibial anterior; Músculos extensores longos dos dedos Músculos extensores curtos dos dedos; Causas: Cruzar habitualmente as pernas, constitui uma neuropatia fibular comum na cabeça da fíbula. Em pacientes imóveis, em coma, paralisados ou anestesiados, um colchão comum pode exercer força suficiente para lesar o nervo; Ficar agachado por um período prolongado. Trauma Compressão Hansieníase Sinais clínicos: Impossibilidade de fazer dorsiflexão; Pé em gota (pé caído); Impossibilidade de andar sobre os calcanhares; Marcha escarvante (por uso de anabolizantes, trauma por emagrecimento da musculatura); Anestesia do dorso do pé. SISTEMA MOTOR: Os movimentos normais dependem do funcionamento correto dos músculos, dos neurônios respectivos dos ossos e articulações relacionadas a eles. Qualquer destas estruturas pode desenvolver processos mórbidos primários. Para ajudar a discriminar lesões neurológicas, é essencial uma inspeção preliminar cuidadosa. Inspeção preliminar cuidadosa: a finalidade desta é comparar o tamanho e a forma dos membros e identificar deformidades. Examina-se o paciente deitado, sentado, e depois em pé, colocando os membros em posições simétricas. Quaisquer diferenças aparentes poderão ser verificadas pela medida cuidadosa. Caso seja encontrada assimetria definida, deve-se pegar uma fita métrica e comparar os lados homólogos, no exame avalia: (a) Musculatura: Faz-se a inspeção dos músculos da cintura escapular, braços, antebraços, mãos, cintura pélvica, coxas e panturrilhas; a finalidade é verificar se há atrofias, hipertrofias e fasciculações. A hipertrofia pode ser fisiológica, quando os músculos estão simplesmente grandes e fortes, com textura normal. Na pseudohipertrofia patológica da distrofia muscular, que atinge mais frequentemente a batata das pernas, nádegas e coxas e cintura escapular, o músculo está P á g i n a | 22 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON anormalmente globular, ao tato está elástico e tenso devido à excessiva deposição de gordura, e é mais fraco ao invés de mais forte que o normal. Pode ter uma atrofia generalizada, ou por desuso, ou por diversas causas, tais como, doenças sistêmicas, doenças neurológicas avançadas, miopatias e doenças do neurônio motor. (b)Cicatriz; (c)Retrações; Mensuração: meça em pontos bem determinados. ATROFIAS Atrofia generalizada:Embora seja comumente consequência de doenças sistêmicas como as malignas ou a tireotoxicose, é também encontrada em estágios muito avançados de muitas doenças neurológicas inutilizantes, particularmente miopatias e doenças do neurônio motor. O lento progresso das miopatias permite que ocorrar deposição de gordura, de modo que superficialmente os membros não pareçam atrofiados. Atrofia muscular proximal: ocorrem nas miopatias hereditárias (distrofias), doenças do neurônio motor, siringomielias e miopatias inflamatórias; o Distrofia muscular: desenvolvimento inadequado ou inesperado do músculo; o Doença do neurônio motor: são um grupo de enfermidades neurobiológicas que afetam seletivamente neurônios motores, as células que controlam a atividade muscular voluntária, incluindo a fala, o caminhar, a respiração, a deglutição e o movimento geral do corpo. o Siringomielia: é uma doença crônica na qual a espinha dorsal é danificada pela formação de cavidades que são preenchidas por fluidos e pela substituição do sistema nervoso por tecido de cicatriz. A doença, da qual a causa é desconhecida, é acompahada de distúrbios das funções motoras e sensorial. Frequentemente se manifesta na cintura escapular, há perda das sensibilidades à dor e temperatura, com conservação relativa do tato. Frequentemente são atingidos vários segmentos medulares, incluindo a região occiptal. Os reflexos são abolidos nos mmss. o Miopatias inflamatórias: As chamadas miopatias inflamatórias são doenças de causa desconhecida e mecanismo autoimune que podem ocorrer em qualquer idade. Afetam músculos esqueléticos, mas podem associar-se a outras doenças do tecido conjuntivo. ATROFIAS DISTAIS: Quase todas as condições clínicas relatadas, quando suficientemente graves, atingem as extremidades dos membros superiores e inferiores. Entretanto, mesmo em estágios precoces, há doenças que se limitam aos músculos distais. o Neuropatia periférica: lesão de um nervo periférico é uma síndrome caracterizada por uma disfunção dos nervos periféricos. A neuropatia periférica costuma produzir alterações como perda da sensibilidade, debilidade e atrofia musculares ou alteração do funcionamento dos órgãos internos. IMPORTANTE: PACIENTE COM ATROFIA PROXIMAL INDICA LESÃO MUSCULAR, JÁ DISTAL, INDICA LESÃO NOS NERVOS PERIFÉRICOS. P á g i n a | 23 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON TONO MUSCULAR O tono pode ser considerado como o estado de tensão constante a que são submetidos os músculos, tanto em repouso(tono de postura), como em movimento(tono de ação). O exame do tono é efetuado com o paciente deitado e em completo relaxamento muscular. O paciente não deve sentir frio e deve estar em ambiente confortável, confiante no examinador. A gentileza e a precisão deste são importantes na produção do relaxamento e pode-se ter mais êxito na produção desse estado. Obedecendo-se à seguinte técnica: (1) Inspeção: Verifica-se a existência ou não de achatamento das massas musculares de encontro ao plano do leito. É mais evidente nas coxas e só possui valor significativo quando houver acentuada diminuição do tono. (2) Palpação das massas musculares: Averigua-se o grau de consistência muscular, a qual se mostra aumentada nas lesões motoras centrais e diminuída nas periféricas. (3) Movimentos passivos: Imprimem-se movimentos naturais de flexão e extensão nos membros e se observam: a. Passividade, ou seja, se há resistência (tono aumentado) ou se a passividade está aquém do normal (tono diminuído); b. Extensibilidade, isto é, se existe ou não exagero no grau de extensibilidade da fibra muscular. Assim, na flexão da perna sobre a coxa, fala-se em diminuição do tono quando o calcanhar toca a região glútea de modo fácil. (4)Balanços articulares: A diminuição do tono(hipotonia) ou o seu aumento(hipertonia) devem ser registrados com as respectivas graduação e sede. Exemplos: moderada hipotonia nos membros inferiores. Acentuada hipertonia dos membros direitos. Semiotécnica: Pesquisa do tono no membro superior: Primeiramente, toma-se a mão do paciente, como se fosse tomar o pulso, segurando os dedos com a mão direita. Submete-se a seguir os dedos a um movimento alternado de flexão-extensão, desde as falanges distais até o punho. Essesmovimentos devem ser executados antes que o paciente perceba que não se trata de simples exame do pulso, manobra habitual durante a que não se espera que se desenvolva tensão muscular. Aplica-se, então, movimentos semelhantes nos restantes músculos proximais. Depois segura se o tórax do paciente e se sacode de leve os ombros. Todos esses movimentos devem ser executados suavemente, sendo inúteis quaisquer movimentos, rigorosos e violentos. Levanta-se, depois, cada braço, isoladamente e deixa-se cair novamente sobre a cama, comparando dos dois lados o movimento de contração o qual, em geral, fraciona a queda. Essa manobra tem valor em estados estuporosos e em pacientes que não cooperam. Resumo: MMSS: segure dois segmentos e faça movimentos de flexão e extensão, pronação em articulações (dedos e mão, punho, cotovelos); Pesquisa do tono nos membros inferiores: Em primeiro lugar, palpa-se com delicadeza as panturrilhas. Isto não só permite uma avaliação inicial do tono muscular, mas também o que não deixa de ser curioso, estimula o relaxamento. Depois, passa-se à flexão e extensão ativas da bacia, joelhos e tornozelos. Flexiona-se, então, o quadril e levanta-se a perna até que forme um ângulo P á g i n a | 24 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON maior que 90º na altura do joelho e deixa-se que ela caia, observando-se a existência de movimento antagonista. Finalmente, com a face ventral dos dedos, percute-se os músculos das pantorrilhas, uma de cada vez. Resumo:Rolar as pernas, flexão e extensão de todo o segmento do mmii. HIPOTONIA Observam-se o achatamento das massas musculares no plano do leito, consistência muscular diminuída, passividade aumentada, extensibilidade aumentada e prova de balanço com exageradas oscilações. A hipotonia é encontrada nas lesões do cerebelo, no coma profundo, no estado de choque do sistema nervoso central, nas lesões das vias da sensibilidade proprioceptiva consciente, das pontas anteriores da medula, dos nervos, na coréia aguda e em algumas encefalopatias (mongolismo). Causas: Lesão do 2º neurônio motor (via efetora comum) Via sensitiva do arco reflexo Lesão medular (no nível da lesão) Miopatias Estado de choque em lesões piramidais iniciais; Lesões cerebelares: neste é comum a hipotonia ipsilateral, mas raramente, porém é muito pronunciada. O estado dos reflexos profundos é predominantemente de resposta do tipo pendular. Coréias: Na coréia de Sydenham, os movimentos involuntários estão associados a hiperextensibilidade pronunciada das articulações. Lesão da placa mioneural e dos músculos. HIPERTONIA Encontram-se consistência muscular aumentada, passividade diminuída, extensibilidade aumentada e prova do balanço com reduzidas oscilações. A hipertonia esta presente nas lesões das vias motoras piramidal e extrapiramidal. Piramidal: A hipertonia piramidal, denominada espasticidade, tem tendência a contratura e posição monótona do segmento, sempre voltanto à posição inicial. É observada comumente na hemiplegia, na diplegia cerebral infantil , na esclerose lateral da medula e na mielopatia compressiva. Apresenta pelo menos duas características: (a) É eletiva, atingindo globalmente os músculos, mas com predomínio do extensores dos membros inferiores e flexores dos membros superiores. Estas alterações determinam a clássica postura de Wernicke-Mann. (b) É elástica, com retorno à posição inicial de um segmento do corpo (antebraço, por exemplo) no qual se interrompeu o movimento passivo de extensão. Resumo: Elástica; lesões da via piramidal com tendência a contratura e posição monótona do segmento, sempre voltando à posição inicial. P á g i n a | 25 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON Extrapiramidal: denominada rigidez, é encontrada no parkinsonismo, na degeneração hepatolenticular e em outras doenças do sistema extrapiramidal. Tem duas características básicas que a diferenciam da hipertonia piramidal: (a) Não é eletiva, porquanto acomete globalmente a musculatura agonista, sinergista e antagonista. (b) É plástica, com resistência constante à movimentação passiva, como se o segmento fosse de cera; está habitualmente associada ao sinal da roda denteada, que se caracteriza por interrupções sucessivas ao movimento, lembrando os dentes de uma cremalheira em ação. Resumo: Plástica; extrapiramidal com segmento corpóreo imóvel ao ser colocado em uma posição e roda denteada ao movimento passivo. Causas: comprometimento do sist. Extrapiramidal, drogas (aloperidol), em doenças de Parkinson e doença de Wilson. IMPORTANTE: A HIPERTONIA PODE SER TRANSITÓRIA E/OU INTERMITENTE, COMO OCORRE EM CERTAS CONDIÇÕES CLÍNICAS (DESCEREBRAÇÃO, SÍNDROME MENÍNGEA, TÉTANO, TETANIA E INTOXICAÇÃO ESTRICNÍNICA). MIOTONIA Distúrbio da contração muscular no qual o estado de contração da fibra se instala e desaparece mais lentamente do que no estado normal. Ou seja, dificuldade de descontrair os músculos após uma contração vigorosa. É melhor visualizada no músculos da face e das mãos. Pede-se ao paciente fechar os olhos mostrar os dentes e, depois, descontrair esses músculos. Há uma demora no relaxamento, de modo que se tem a impressão que o paciente não compreende o comando. Pede-se ao paciente que feche os dedos, e depois, repentinamente, os abra; haverá flexão do punho, adução e oposição do polegar e extensão incompleta dos dedos. O paciente terá que repuxar a mão. A repetição sucessiva dos movimentos poderá vencer a miotomia. Ocorre na distrofia miotônica de Steinert e na miotomia congênita de Thomsen. FORÇA MUSCULAR Avaliação quantitativa da força. Na prática, a força muscular poderá ser testada ao se solicitar ao paciente que realize um determinado movimento contra a resistência oposta do examinador. A força muscular deve ser avaliada nos vários segmentos, testando-se metódica e comparativamente os grupos musculares interessados. Pode-se empregar a seguinte tabela na quantificação da força muscular: Grau 0= ausência de contração muscular(paralisia) Grau1= Contração visível ou a palpação, mas sem produzir movimento. Grau2= Contração muscular com deslocamento de segmento, desde que eliminada a ação da gravidade. Grau3=Move-se contra a gravidade, mas não consegue vencer mínima resistência. Grau4= Move-se contra a resistência mas não tem força normal.(força menor que a do examinador)* Grau5= Força normal P á g i n a | 26 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON Semiotécnica: Rotineiramente, não havendo indícios de doença que justifiquem exame particularizado de determinados segmentos, este exame é realizado de modo global. Nos casos de discreta ou duvidosa deficiência motora dos membros realizam-se as denominadas “provas deficitárias”, representadas pelas provas de Barré, Mingazzini e dos braços estendidos. Rotina: Examinar força dos dedos individualmente, preensão palmar, extensão, flexão e pronação das mãos, extensão e flexão dos antebraços, adução, abdução, supinação dos braços, dedos dos pés, flexão dorsal e plantar dos pés, flexão e extensão das pernas e coxas. Fraquezas: Lesão piramidal, extrapiramidal, do neurônio motor inferior, miopatias, miastenias, histéricas. Provas deficitárias: Para completar o estudo da motilidade voluntária podem ser realizadas algumas manobras, que têm por objetivo evidenciar déficits motores mínimos. Membros superiores: o Migazzini: paciente na posição sentada ou de pé, pedir para o paciente fechar os olhos, ele deve manter seus membros superiores na posição de juramento(mmss extendidos). Depois de alguns segundos ou de meio a um minuto, segundo o grau de déficit motor, o membro par ético apresenta oscilaçõese tende a abaixar-se lenta e progressivamente. Esta prova é útil, tanto na avaliação da musculatura proximal como na distal dos membros superiores. A prova evidencia déficits motores, indicativo de lesão. o Barré: é a variação de migazzini, o paciente fecha os olhos e com membros superiores extendidos e com as falanges ou dedos abduzidos. o Raimiste: Com o paciente em decúbito dorsal, os antebraços são fletidos sobre os braços em ângulo reto, e as mãos são estendidas com os dedos separados. Essa posição o membro superior não fica encostado ao tronco. Em caso de déficit motor, a mão e o antebraço do lado comprometido caem sobre o tronco de modo rápido ou lento. Membros inferiores: o Migazzini: Paciente em decúbito dorsal flete as pernas em ângulo reto sobre as coxas e estas sobre a bacia. Em caso de déficit, esta posição não se mantém por muito tempo, surgindo oscilações e/ou queda progressiva da perna(déficit do quadríceps), da coxa(déficit do psoas) ou de ambos os segmentos(déficit do quadríceps e do psoas). o Barré: Paciente em decúbito dorsal ventral, com as pernas fletidas formando um ângulo reto com as coxas. Em caso de déficit surgem oscilações e/ou queda, imediata ou progressiva, de uma ou de ambas as pernas. Esta manobra serve para evidenciar déficits dos músculos flexores da perna sobre a coxa. o Wartemberg: (Prova da queda do joelho) Paciente em decúbito dorsal, pernas fletidas sobre as coxas, calcanhares apoiados no leito, pés em flexão sobre as pernas. Com os membros inferiores separados. Nos casos em que há déficit dos flexores das pernas, nota- P á g i n a | 27 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON se progressiva extensão deste segmento e os joelhos tendem a abaixar-se até a posição horizontal. POSTURA Cifoscoliose: pedir para o paciente realizar a manobra de Adans (pcte inclina para frente e o examinador pode avaliar a cifoscoliose), indicativo de distrofias, ataxias de Friedreich (o pcte não possui muita coordenação, andar cambaleando, o coração esta hipertrofiado), lesões de coluna por infecção ou tumor. Inclinada para frente: Parkinsonimos(camptocormia), esta posição o paciente perde o centro de gravidade, sendo que este paciente em situações mais graves perde a capacidade de deglutir; ocorre infecção respiratória. Inclinada para o lado: Síndrome de Pizza, indicativo de Parkinson. Hiperlordose: é a postura da mulher grávida, acomete mais as musculaturas proximais, indicativo de distrofias musculares. EQUILÍBRIO Prova do equilíbrio estático e prova do equilíbrio dinâmico. Equilíbrio estático: Pedir para o paciente ficar em pé, olhando para frente com os olhos fechados, com os pés juntos, nessa posição o examinador deve estar protegendo o paciente, pois o paciente pode cambalear.(PROVA DE ROMBERG). Para melhor sensibilidade do teste pedir para o paciente colocar o pé na frente do outro, mas ela torna-se menos específica. História clínica: o paciente dirigindo, tem tontura, e com dificuldade para estacionar. Lesões: cerebelo, labirinto, alterações sensor posição, alteração no órgão que estão regendo o equilíbrio da postura, alterações das vias de propriocepção, alteração do funículo posterior(grácil e cuneiforme). PROVA DE ROMBERG: No indivíduo normal nada se observa, ou apenas ligeiras oscilações do corpo são notadas. (PROVA DE ROMBERG NEGATIVA). Na vigência de determinadas alterações neurológicas, ao cerrar as pálpebras o paciente apresenta oscilações do corpo, com desequilíbrio e forte tendência à queda (PROVA DE ROMBERG POSITIVA). A tendência para queda pode ser: (a) Cai logo ao fechar os olhos para qualquer lado, sugere lesão de funículo posterior(vias de sensibilidade proprioceptivas conscientes).(Romberg +) (b) Coloque a cabeça do paciente em várias posições e verifique se modifica a direção da queda(lesão cerebelar) ou não (lesão vestibular). 1. Lesão vestibular Pede para o paciente fechar os olhos e rotacionar a cabeça, caso ele tenha uma lesão no labirinto ele cairá do mesmo lado que esta a lesão. (Romberg +); P á g i n a | 28 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON 2. Lesão cerebelar, vermis do cerebelo paciente cai em diversas posições e lugares. Não possui um lado exato para o paciente cair. Nas lesões cerebelares, o paciente não consegue permanecer em pé (astasia) ou o faz com dificuldade(distasia), alargando, então, sua base de sustentação pelo afastamento dos pés para compensar a falta de equilíbrio. Tais manifestações não se modificam quando se interrompe o controle visual(prova de Romberg negativa). 3. Lesão em apenas um hemisfério do cerebelo O paciente cai apenas de um lado. Sinal + ROMBERG +, em alguns casos como: após cirurgia bariátrica, em alcoólicos e pessoas com desnutridas. Equilíbrio dinâmico: Cada pessoa tem um modo próprio de andar, extremamente variável, individualizado pelas suas características físicas, mentais e culturais. Observando-se a maneira pela qual se locomove o paciente, é possível, em algumas afecções neurológicas, suspeitar-se ou fazer-se o diagnóstico sindrômico. Semiotécnica: Manda-se o paciente caminhar em linha reta, pelo menos dez jardas, voltando depois ao ponto de partida. Pode fazer várias variações da marcha de acordo com a suspeita, por exemplo, andar sob os calcanhares, andar nas pontas dos dedos, andar com os olhos fechados, etc. Observamos a postura do corpo enquanto ele caminha, a posição e os movimentos dos braços a facilidade e suavidade relativa dos movimentos das pernas, a distância entre os pés, a regularidade dos movimentos, a capacidade de manter um trajeto retilíneo, a facilidade com que o paciente se vira e por fim, de que maneira se detém. Ao todo e qualquer distúrbio da marcha dá-se o nome de disbasia. A disbasia pode ser uni- ou bilateral e os tipos mais representativos são os seguintes: 1. Marcha helicópode, espástica, ceifante ou hemiplégica: Ao andar, o paciente mantém o membro superior fletido em 90º no cotovelo e em adução e a mão fechada em leve pronação. O membro inferior do mesmo lado é espástico, e o joelho não flexiona. Devido a isso, a perna tem que se arrastar pelo chão, descrevendo um semicírculo quando o paciente troca o passo. Este modo de caminhar lembra o movimento de uma foice em ação, daí o nome de marcha ceifante. O paciente apresenta sinal de babinsk e hipertonia. Aparece nos pacientes que apresentam hemiplegia, cuja causa mais comum é acidente cerebral, lesão piramidal unilateral; 2. Marcha paraparética (medular)*: Os dois membros inferiores enrijecidos e espásticos permanecem semifletidos, os pés se arrastam, e as pernas se cruzam uma na frente da outra quando o paciente tenta caminhar. O movimento das pernas lembra uma tesoura em funcionamento. Este tipo de marcha é bastante frequente nas formas espásticas de paralisia cerebral.Ela esta presente na síndrome de Little (doença de Little - rigidezespasmódica congênita dos membros por lesões cerebrais em prematurosou crianças nascidas de parto complicado - estado de asfixia), diplegia cerebral congênita, paralisia cerebral congênita. É um tipo especial de marcha espástica em que os 2 mmii ficam enrijecidos. Sendo que o paciente cruza uma perna adiante da outra, em forma de X, provoca desgastes de roupas, a sua origem é congênita. P á g i n a | 29 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON 3. Parkinsoniana: O doente anda como um bloco, enrijecido, sem o movimento automático dos braços. A cabeça permanece inclinada para frente e os passos são miúdos e rápidos, dando a impressão de que o doente “corre para trás do seu centro de gravidade” e que vai cair paraa frente. O paciente demora para fazer os primeiros passos e demora para parar os movimentos Marcha festinante. Os passos são curtos, de modo que os pés apenas deixam o solo e a sola dos pés se arrasta no chão. A marcha com passos caracteristicamente pequenos é denominada marche à petis pas. Ocorre na doença de Parkinson. Complemento: Ocorre alteração na substância negra(responsável por modular os movimentos finos), ocorre alteração na produção de dopamina, a lesão nessa substância deixa o paciente hipertônico. Sendo que os núcleos neoestriado são responsáveis por inibir o movimento e modula o movimento para – e o tônus para +. Já o paleoestriado modula os movimentos específicos e tônus. 4. Anserina (distrofias musculares) ou do pato: O paciente para caminha acentua a lordose lombar e vai inclinando o tronco ora para a direita, ora para a esquerda, alternadamente, lembrando o andar de um pato. É encontrada em doenças musculares e traduz uma diminuição da força dos músculos pélvicos e das coxas. Ocorre em miopatias e luxação congênita do quadril, com alteração a nível de musculatura proximal. 5. Marcha talonante ou tabética: Para se locomover o paciente mantém o olhar fixo no chão; os membros inferiores são levantados abrupta e explosivamente e, ao serem recolocados no chão, os calcanhares tocam o solo pesadamente. Com os olhos fechados a marcha piora acentuadamente, ou se torna impossível. Indica perda da sensibilidade proprioceptiva por lesão do cordão posterior da medula, ou denominado, funículo posterior. Aparece na tabes dorsalis, propriocepção, manifestação da neurossífilis, sendo que a sífilis possui 3 fases, a primeira ocorre úlcera oral, a segunda ocorre lesão difusa da pele (exantema) e a terceira, ocorre lesão na aorta ou o envolvimento do SNC, no funículo posterior. OBS: Paciente com essa marcha, não possui percepção de por exemplo tocar os pés nos chãos e retirá-los também, faz-se esse movimento abruptamente e pesadamente, por isso o paciente faz os movimentos com os olhos abertos, pois se estiverem fechados o paciente cai. 6. Marcha escarvante ou com pés caídos (neuropatias periféricas severas): Quando o doente tem paralisia do movimento de flexão dorsal do pé, ao tentar caminhar com a ponta do pé o solo e tropeça. Para evitar isso, levanta acentuadamente o membro inferior, lembrando o “passo de ganso” dos soldados prussianos. Parética, com lesão de nervos periféricos dos MMII, não se faz dorsiflexão. 7. Marcha atáxica ou ebriosa (cerebelar): Ao caminhar o doente ziguezagueia como um bêbado. Este tipo de marcha traduz incoordenação de movimentos em decorrência de lesões do cerebelo. P á g i n a | 30 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON 8. Marcha Claudicante: Ao caminhar o paciente manca para um dos lados. Ocorre na insuficiência arterial periférica e em lesões do aparelho locomotor. Quando o paciente anda ele sente dor ao se movimentar, devido a falta de O2, a dor é semelhante a angina do peito. A posição do paciente no leito é de decúbito dorsal com os mmii pendentes. OBS: Na obstrução venosa: paciente adota os mmii elevados. 9.Marcha do sapo: Observada nas miopatias avançadas (distrofia muscular progressiva em especial). Nesses casos os pacientes caminham de cócoras apoiados nas mãos, impossibilitados que estão de caminhar em bipedestação. 10.Marcha de pequenos passos: Caracterizada pelo fato de o paciente dar passos muito curtos e ao caminhar arrasta os pés como se estivesse dançando “marchinha”. Aparece na paralisia pseudobulbar e pode ocorrer em idosos normais sem outros sinais de lesão neurológica. Também denominada marcha em Petit pas(passos curtos),característica de paciente com doença vascular cerebral difusa, com múltiplos infartos (microangiopatia cerebral). Acomete em pacientes que possui Parkinson. 11. Marcha vestibular: O paciente com lesão vestibular (labirinto) apresenta lateropulsão quando anda; é como se fosse empurrado para o lado quando tenta se mover em linha reta. O paciente abre os pés para aumentar a área de sustenção, para tentar ter um êxito melhor na execução do movimento. Se o paciente é colocado em um ambiente amplo e solicitado a ir de frente e voltar de costas, com os olhos fechados, descreverá uma figura semelhante a uma estrela, daí ser denominada também marcha em estrela. OBS: PODE OCORRER NO INÍCIO DA LESÃO O PACIENTE CAIR NO LADO CONTRALATERAL A LESÃO. MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS No indivíduo normal, todos os movimentos são adequados, visam um fim e se realizam de modo harmônico. Quando determinadas estruturas do sistema nervoso (sistema piramidal, extrapiramidal, cerebelo) são lesadas, podem aparecer movimentos incoercíveis e sem finalidade, de diversos tipos, que recebem a denominação genérica de hipercinesias. As hipercinesias quando presentes, devem ser exaustivamente analisadas quanto à forma, regularidade, frequência, velocidade, ritmicidade, localização e amplitude. Deve ser também analisado o comportamento das hipercinesias em face de diversos fatores (repouso,movimentação voluntária, posturas, fadiga, atenção, estado emocional, sono, medicamentos). A análise dos movimentos involuntários requer o uso inteligente dos olhos, suplementado por testes que aumentam, diminuem ou alteram o caráter das anormalidades. Muitos movimentos, como por exemplo, o tremor de frio ou de medo, ainda que involuntários, não representam anormalidade. Por vezes, contudo, esses fenômenos podem estar exagerados a ponto de suscitar dúvidas. Enquanto fazemos o exame clínico, observamos todo o corpo do paciente e, em seguida damos instruções específicas que possam evidenciar melhor os movimentos. P á g i n a | 31 INGRA NARDELI DOS SANTOS BORDON Inicialmente coloca-se o paciente na posição de braços estendidos à frente do corpo com os olhos abertos e depois com os olhos fechados; em seguida, eleva-se os membros superiores acima da cabeça, com as palmas para a frente. Passamos então à prova índex-nariz, à de apanhar pequenos objetos (alfinete por exemplo) à de abotoar e desabotoar e a outros movimentos voluntários que exijam certo grau de habilidade, tanto com os membros afetados quanto com os membros sadios. Em seguida, o paciente deve sentar-se levantar-se e caminhar. Pode-se acentuar a qualidade de um tremos periférico colocando uma folha de papel sobre os dedos estendidos. TIPOS DE MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS: Enquanto o paciente estiver na presença do médico, este estará atento para surpreender movimentos anormais ou involuntários. Alguns movimentos involuntários são constantes, enquanto outros ocorrem esporadicamente ou em crises. Os principais são: tremores, movimentos coreicos (coréia), movimentos atetosicos(atetose), hemibalismo, mioclonias, mioquinias, ateríx (flapping), tiques, convulsões, tetania, fasciculações. 1. Epilepsia tônico-clônico ou grande mal epiléptico: Conceito:As crises epilépticas cursam com graus diferentes de envolvimento muscular. O evento motor consiste de um aumento ou diminuição da contração muscular, o que define um fenômeno positivo e negativo, respectivamente. O aumento da contração muscular pode ser do tipo tônico (significando contração muscular mantida com duração de poucos segundos a minutos),clônico (no qual cada contração muscular é seguida de relaxamento, originando abalos musculares sucessivos). As crises tônico-clônicas (também chamadas crises de grande mal) são caracterizadas por contração tônica simétrica e bilateral seguida de contração clônica dos quatro membros usualmente associadas a fenômenos autonômicos como apnéia, liberação esfincteriana, sialorréia e mordedura
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