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DROGAS 2

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SUMÁRIO
31 INTRODUÇÃO..........................................................................................................�
2 DESENVOLVIMENTO..............................................................................................5
2.1 A representação Social do Crack na Sociedade Brasileira do Século XXI............5
2.2 A expansão urbana e o consumo do crack............................................................6
2.3 Aspectos emocionais e afetivos na dependência do crack....................................8
3 CONCLUSÃO	10
4 REFERÊNCIAS	11
RESUMO
O presente trabalho busca realizar uma análise situacional da extensão da problemática do consumo do crack dentro de uma ótica que contemple os temas concernentes ao Serviço Social, compreendendo os aspectos sociais, biológicos e emocionais que são determinantes para a configuração atual do problema. Mais que um problema de justiça, o consumo do crack tornou-se um grave problema de saúde pública, visto que se associa diretamente com crimes, violência, assassinatos e acidentes, ampliando cada vez mais o grau de influência na vida do usuário bem como de seus familiares. A temática é extremamente pertinente aos estudiosos do Serviço Social, a fim de instrumentalizá-los como protagonistas no processo de transformação e reelaboração desta realidade.
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INTRODUÇÃO
Nos últimos meses, muito se tem discutido acerca das políticas públicas acerca do contingenciamento da epidemia de consumo de crack que assola nosso país. Muitas controvérsias cercam o tema, principalmente as relacionadas às estratégias adotadas em todo o território para conter e tratar o problema, que versam sobre a internação e o tratamento compulsório dos dependentes.
O objetivo deste trabalho é fazer uma análise da situação, a partir da perspectiva dos temas concernentes ao Serviço Social, compreendendo os determinantes sociais que se apresentam decisivos para a configuração atual do problema. Mais que um problema de justiça, o consumo do crack tornou-se um grave problema de saúde pública visto que se associa diretamente com crimes, violência, assassinatos e acidentes, ampliando cada vez mais o grau de influência na vida do usuário bem como de seus familiares.
O aumento do consumo do crack e dos problemas dele derivados configuram nos dias de hoje um desafio hercúleo para a implementação de uma política de atenção aos problemas com drogas no Brasil. Esse desafio demanda respostas efetivas e eficazes por parte dos governantes bem como uma participação ativa e intencional da sociedade, na perspectiva da integração conjunta de esforços que incorporem não apenas a repressão policial, mas principalmente incluam ações referentes à promoção e atenção da saúde, conscientização massiva, com estratégias específicas para a juventude, informações claras e coerentes sobre os riscos e conseqüências do consumo do crack e a disponibilização de serviços de atendimento, estudos clínicos sobre os casos, dentre outros, onde certamente a participação do Assistente Social como um protagonista nesse processo será essencial.
Muito embora tenhamos a tendência de idealizar o consumo do crack como um problema das grandes metrópoles, a realidade tem nos mostrado que a droga vem passando por um processo de interiorização e que seu consumo está diretamente relacionado às questões de renda, em virtude de seu baixo custo da elaboração. Assim, o crack não escolhe classe social, tornando-se um flagelo dos diversos estratos sociais, não apenas relegando-se às metrópoles, embora nesta, seu consumo seja mais acentuado. Conforme dados da Secretaria Nacional de Políticas Anti-Drogas (SENAD), o uso freqüente de crack fora mencionado em quase todos os estados brasileiros, sendo maior em São Paulo, Recife, Curitiba e Vitória.
A necessidade de conhecimento sobre a droga estende-se a importância de capacitar os profissionais que lidam no dia-dia diretamente com as pessoas que consomem crack e com seus familiares, a fim de dar resposta às necessidades de ações que proporcionem aos usuários a oportunidade de viverem de forma digna e com saúde bem como aos profissionais, uma compreensão mais holística da sociedade, no intuito de, no momento de compreendê-la, serem capazes de também modificá-la.
DEENVOLVIMENTO
2.1 A Representação Social do Crack na Sociedade Brasileira do século XXI 
O consumo de drogas psicoativas, ou seja, que alteram o estado mental do usuário existe a milhares de anos em nossa sociedade e provavelmente irá acompanhá-la ao longo de toda sua história. Este consumo tem assumido diferentes significações, que envolvem posturas de tolerância e/ou repressão, variando ao longo do tempo. Seja por razões culturais, religiosas e até mesmo climáticas ou geográficas, seja por recreação ou como forma de enfrentamento de problemas, para transgredir ou transcender, como meio de socialização ou isolamento, o ser humano sempre se relacionou com as drogas.
A relação do indivíduo com a substância varia de acordo com o contexto, podendo ser inofensiva, apresentar poucos riscos, mas em contrapartida também pode assumir padrões altamente disfuncionais com graves prejuízos biopsicossociais. O julgamento moral e a percepção social sobre o consumo de drogas evoluem constantemente e por muito tempo basearam-se na relação humana com o álcool, visto ser ele uma das drogas mais consumidas e difundidas desde tempos imemoriais.
Este julgamento bem como a ausência de estudos clínicos e científicos que respaldassem a compreensão mais aprofundada dos motivos que levam ao consumo de drogas fez com que, por grande parte do tempo, a dependência química estivesse associada com “falha moral” ou “falta de força de vontade”, sendo entendida como manifestação de uma contracultura ou por pura e simples perversão do usuário.
Nas últimas décadas, com o crescimento dos estudos científicos, pudemos mudar o foco da compreensão para o abarcamento de processos muito mais complexos e intrincados que apenas a valoração moral, entendendo a dependência química como um problema de saúde que afeta diretamente ao cérebro e, por conseguinte, o comportamento humano. Histórico familiar, genética, condição social, cultural e financeira, acesso aos meios de produção, renda e emprego, lazer e escolaridade são também aspectos determinantes a serem considerados na questão da dependência e no uso das drogas.
A relação jurídica que se trava com o usuário do crack também tem demonstrado que a sociedade brasileira tem evoluído significativamente na compreensão do problema uma vez que as regras e sanções punitivas tem se relativizado de acordo com o caso, que é analisado em sua singularidade.
O Ministério da Saúde juntamente com a justiça tem dado mostras de uma compreensão bem mais abrangente do consumo do crack quando tem tentado estabelecer, mesmo que muitas vezes sem sucesso, estratégias diferenciadas de abordagem e manejo do usuário que não se restrinja apenas à limitação das liberdades individuais mais que considere principalmente o aspecto clínico e epidemiológico da doença, com propostas de tratamento e intervenções em que a família também seja participante ativa, uma vez que ela também adoece.
Certamente a repressão não é o único nem o principal caminho para a extinção das Cracolândias que crescem exponencialmente no país. É necessária uma abordagem que perpasse por uma compreensão social da dinâmica da dependência, momento em que a atuação do Assistente Social é decisiva para o sucesso das ações uma vez que se debruça para além de compreensões e soluções reducionistas e tem em seu bojo de estudo a observação da dinâmica da sociedade como foco precípuo do seu trabalho. Sua capacidade de intervenção também é considerada estratégias fundamentais no enfrentamentodo uso das drogas.
Compreender o problema para além das valorações morais demonstra o comprometimento da sociedade em ir até a origem do problema, a fim de buscar soluções que sejam complexas, porém efetivas. O Brasil tem amadurecido significativamente neste processo, porém ainda necessita concentrar e direcionar mais ainda os esforços que assumam o problema da perspectiva da saúde pública, da segurança social e não reduzi-lo aos temas jurídicos.
 A Expansão Urbana e o Consumo do Crack
No Brasil, há muito tempo, observa-se o crescimento de usuários de crack nas cidades, sendo a grande maioria jovens e crianças. O consumo da droga já se disseminou por todas as regiões do país, expandindo-se principalmente pelos grandes centros urbanos, onde o aglomerado de pessoas é maior, porém a grande parte da matéria-prima do crack consumida nos grandes centros do país passa pelos municípios da fronteira Amazônica e depois segue para laboratórios clandestinos. A maioria dos municípios de pequeno porte não possui estratégias ou programas específicos para enfrentamento do problema.
Desde o processo colonizatório, a configuração territorial e econômica nacionais foi tendente aos processos de exclusão social e criação de estratos diferenciados. A urbanização, que aconteceu de forma irregular propiciou graves problemas de exclusão de grande parcela da sociedade brasileira, relegando-os a uma vida marginalizada e longe do acesso aos meios de produção e subsistência dignos.
Com a chegada da família real ao Brasil, um grande número de pessoas os acompanhou de Lisboa até aqui e quando esta multidão chegara, o príncipe expulsou milhares de pessoas de suas casas para dar lugar aos novos moradores. Essas pessoas não tinham trabalho para construir novas moradias, criando favelas e cortiços onde imperou grande parte dos determinantes citados para o consumo das drogas. Assim, o Rio de Janeiro ficou marcado pela dualidade entre uma parte rica e estruturada e outra parte sem nenhuma condição de sobrevivência digna.
No início do século XX, o Rio de Janeiro foi temido por suas condições de insalubridade, que levaram o governo da época a organizar uma reforma sanitária, juntamente com a reforma Pereira Passos, que contemplaram ações que buscavam eliminar as contradições do espaço urbano carioca como medidas compulsórias de vacinação, alterações na estrutura física da cidade, campanhas sanitárias, dentre outras medidas de contenção de surtos epidemiológicos. Assim o fosso entre a população que vivia bem e os excluídos sociais desenhou-se geograficamente.
Em São Paulo, esse crescimento deu-se por conta das migrações do interior do país rumo ao sudeste na busca por emprego nas lavouras e fazendas de café até hoje em dia, na construção civil, dentre outros. Essa expansão urbana teve seu boom nas décadas de 70 e 80, onde a concentração demográfica atingiu seu ápice nos grandes centros urbanos e a falta de infraestrutura acabou por novamente produzir bolsões de desfavorecidos, onde as condições sociais foram decisivas para o crescimento do tráfico de drogas e da criminalidade.
Os dados reafirmam a contribuição direta das questões sociais, de urbanização metropolização como fatores que influenciaram profundamente na produção de estratos sociais tendentes ao consumo e ao tráfico de drogas no país, com especificidade nas cidades mencionadas.
Aspectos emocionais e afetivos da Dependência do Crack
Notoriamente conhecida por ser uma droga altamente debilitante e supressora das capacidades físicas, emocionais e intelectuais do usuário, o crack e seu consumo configuram-se num desafio de grandes proporções ao seu enfrentamento tendo em vista a complexidade das conseqüências para a família e para a sociedade, tanto quanto do consumidor.
O consumo do crack causa impactos profundos e deletérios nas relações familiares e sociais do usuário. Dados da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp apontam o uso do crack associado ao isolamento, perda ou afastamento do trabalho, limitação do repertório social e diversos problemas familiares como separações conjugais, deterioração da convivência e isolamentos. O usuário passa a maior parte do tempo consumindo a droga só ou com pessoas que também fazem parte do uso, sendo que estas relações cristalizam-se mais pelo consumo coletivo do que por vínculos afetivos.
O potencial deletério na degradação da moralidade e da dignidade da vida humana também são aspectos que marcam profundamente os usuários de crack, uma vez que são comuns relatos de pessoas que roubam, matam e se prostituem para poder obter e consumir a droga.
A incapacidade de se organizar, ter ritmo e constância apresentadas pelo usuário do crack provoca depressão e angústia, impedindo-o de estabelecer relações sociais e familiares saudáveis. Não é rara a perda da guarda dos filhos nestes casos. O uso do crack e suas conseqüências são inversamente proporcionais aos cuidados necessários que um pai ou uma mãe devem dispensar aos filhos. Destarte, o papel do Assistente Social no resgate das relações de apoio e dos vínculos familiares é um aspecto fundamental para o tratamento e a reinserção social do usuário.
O uso do crack fragiliza a vida de todas as pessoas que fazem parte da vida do dependente e a angústia, a desconfiança e o desespero tendem a tornar-se a tônica das relações familiares. Diante das drogas, as famílias escondem-se ou culpam-se, tendo que enfrentar muito mais problemas do que já os demandaria enfrentar. Esse movimento gera mais fragilidade e impotência e reforça o espaço da droga na vida da pessoa.
Essas situações são muitas vezes, causas e conseqüência do uso de drogas. Assim, o papel da família é fundamental tanto para evitar o envolvimento quanto no apoio do paciente que já está dependente, reforçando seu carinho, compreensão, evitando julgamento morais, mas também possuindo pulso forte para enfrentar a situação de frente.
CONCLUSÃO
A exclusão social e a ausência de cuidados que atingem de forma histórica e contínua os usuários de crack, indica para uma urgente mudança conceitual dos modelos assistenciais de forma a contemplar de forma global, as reais necessidades da população, respeitando os direitos, a dignidade e a integridade do cidadão e essa lógica deve englobar também o posicionamento quanto às questões judiciais de repressão e contingenciamento ao tráfico e consumo desta droga.
Poder-se-ia expor exaustivamente os problemas decorrentes do uso do crack no país, suas relações com a degradação das relações sociais, familiares, dos estudos e do trabalho, bem como descrever a epidemiologia da doença e também descrever a droga e seus percursos dentro do organismo, porém preferiu-se por fazer uma análise da conjuntura social que a droga delineou no país, associando com o reforço da importância da pesquisa e do debruçar-se sobre como objeto de estudo do Serviço Social.
Conclui-se, portanto a indiscutível e notória importância da compreensão profunda e livre de preconceitos que a problemática exige, a fim de que o Assistente Social torne-se cada vez mais um ator protagonista no papel do enfrentamento da epidemia, bem como no suporte familiar e afetivo do usuário. Compreender a sociedade as relações delas decorrentes é condição sine qua non para um perfeito desempenho dentro da área social, pois somente compreendendo suas dinâmicas de forma profunda e comprometido é que será possível estabelecer movimentos que causem impactos efetivos e eficazes perante aos problemas que ela enfrenta.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
BRASIL, Ministério da Saúde. A Política do Ministério da Saúde para atenção integral aos usuários de álcool e outras drogas. 2 ed. rev. ampl. Brasília, 2004.
SCHEFFER, Morgana; PASA, Graciela Gema and ALMEIDA, Rosa Maria Martins de. Dependência de álcool, cocaína e crack e transtornos psiquiátricos. Psic.: Teor. e Pesq. [online]. 2010, vol. 26, n. 3, PP. 533-541. Disponível em: http//www.scielo.br/scielo.php?script=sciarttext&pid=S0102-37722010000300016 – Acesso em 27 abr 2012.
SENAD, Presidência da República. Prevenção ao uso indevido de drogas: capacitação para conselheiros e lideranças comunitárias. 3. ed. Brasília, 2010.
________. Legislação e políticas públicas sobre drogas. Brasília, 2010.
Sistema de Ensino Presencial Conectado
SERVIÇO SOCIAL
EDVONE DA SILVA COSTA FERREIRA
o uSO DO CRACK:
Um problema social restrito às metrópoles?
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edvone da silva costa ferreira
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Um problema social restrito às metrópoles?
Trabalho apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas disciplinas de Antropologia, Formação Social Político e Econômica do Brasil, Fundamentos Históricos Teóricos e Metodológicos do Serviço Social I e Psicologia Geral.
Orientadores: Prof.ª Giane Albiazzetti, Prof.º Gleiton Lima, Prof.ª Rosane Malvezzi e Prof.ª Lisnéia Rampazzo.
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