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Resumo sobre o diálogo Menôn- Platão

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RESUMO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS GERAIS DO MÊNON. 
Os diálogos de Platão aparecem divididos em três estágios: os iniciais (ou da juventude ou socráticos), os intermediários (ou da maturidade) e os últimos (finais ou da velhice). O dialogo Mênon é uma das obras de Platão considerada intermediaria situando-se entre os diálogos da fase inicial e obviamente os intermediários como a obra: A República. O dialogo Mênon representa de certo modo, o desenvolvimento do pensamento de Platão, possuindo as características do pensamento de Sócrates na primeira parte e adiante elementos incorporados por Platão. 
O dialogo Mênon, como dito acima, em sua primeira parte, liga-se aos diálogos Socráticos “ diálogos em busca de uma definição”, diálogos em que são examinadas varias questões e respostas, revelando-as inadequadas. O Mênon é um dialogo que num primeiro momento discute-se sobre a questão- a virtude é coisa que se ensina? Num movimento típico do personagem Sócrates a questão é reformulada - que é a virtude? A partir disso, introduz-se a discussão sobre o verdadeiro conhecimento. 
A teoria da rememoração ou reminiscência exposta no diálogo Mênon apoia-se na crença da imortalidade da alma do filosofo Pitágoras de Samos que influenciou o pensamento platônico. Esta tese representa a fundamentação metódica de possibilidade de adquiri conhecimento e o método das hipóteses matemática representa o desenvolvimento da dialética platônica. Entretanto, o Mênon, não faz nenhuma mensão clara dos conceitos de ideias transcendentes, teoria da reminiscência, indicando-nos que o dialogo Mênon é de transição, pois ainda não conteria o pensamento da maturidade de Platão. 
O dialogo contém alusão a fatos históricos como a morte do sofista Protágoras, o dinheiro que Ismênias teria recebido de Tebas e algumas alusões ao próprio personagem Mênon como ainda jovem, a sua partida para a cidade de colosso, o convite de Sócrates para fazer parte dos mistérios, e a sua morte na Azia Menor. O personagem Mênon é no dialogo Hospede de Ânito outro personagem do dialogo que debate com Sócrates sobre o tema da virtude. E ainda, o escravo de Mênon, usado como referência por Sócrates na demonstração de sua tese de rememoração. O desejo de Mênon no dialogo com Socrates é a sabedoria e virtude por meio da qual os homens administram bem suas casas e suas cidades etc.. 
O DIÁLOGO MÊNON
Palavras-chaves: Virtude. Reminiscência. 
O diálogo parte do questionamento de Mênon a Sócrates: a virtude é coisa que pode ser ensinada? Ou é coisa que é adquirida pela prática? Ou é algo que advém dos homens por natureza ou outra maneira? Sócrates responde com outro questionamento- que é a virtude? Esse questionamento típico da dialogação socrática critica ironicamente a forma como Mênon se propõem a discutir a questão da virtude. Essa forma de questionamento é direcionada a arte retórica dos sofistas. Nesse caso, especificamente ao sofista Górgias que difundiu na cidade de Mênon esse costume ou arte de responder ou questionar a qualquer coisa “com sabedoria” fazendo disso muitos apaixonados como os alêaudes, entre os quais está o amado de Mênon Aristipo e os têssalios. 
Nesse sentido, Sócrates questiona Mênon- e quem não sabe o que uma coisa é como poderia saber que tipo de coisa ela é? Mênon influenciado pela arte do sofista Górgias, diz saber, o que é a virtude? Dessa forma, enumera uma serie de definições sobre a virtude- que está é uma coisa, que cada um de nós deve ater-se conforme cada trabalho, conforme o gênero, a ação e cada idade. Sócrates argumenta criticamente que é necessário unidade na multiplicidade. Ou seja, embora sejam muitas virtudes, ou melhor, muitas definições e assuma toda variedade de formas, todas têm um caráter único <que é> a essência. Sócrates, então questiona Mênon se a saúde sendo uma virtude seria diferente tanto no homem como na mulher? Mênon entra em contradição ao argumentar que- a saúde parece ser a mesma, tanto no homem quanto na mulher. 
A partir daí, Mênon tenta responder, o que seria a virtude, inferindo que ela seria- a coisa capaz de comandar todos os homens. Sócrates critica essa afirmação porque não é satisfatória e esta não pode ser definida por meio de partes. Sócrates, nesse sentido, quer dizer a Mênon que não poderão encontrar a única definição de virtude que perpassa todas as virtudes. Assim como a questão da virtude, Sócrates discute outro exemplo de mesma natureza, o da figura, no entanto Mênon o critica por tenta esclarecer algo por meio de algo não esclarecido.
 No entanto, depois de ter observado os paradigmas socráticos na discussão, Mênon responde a Sócrates – o que seria a virtude como um todo. Mênon a defini como define o poeta “ regozijar-se com as coisas boas e belas e poder alcançá-las”. Nesse sentido, para Mênon as coisas boas são o ouro, a prata, postos de comando na cidade. 
No entanto, a virtude como um todo, não pode ser definida por meio de suas partes, ou como qualquer outra coisa, Sócrates então retoma a questão aporética: que é a virtude? Mênon, então, sente-se enfeitiçado, entorpecido na alma e na boca, sobre o ser da virtude, admitindo que não sabe dizer o que ela é, e ainda argumenta que se Sócrates fizesse isso em outra cidade seria levado ao tribunal por feitiçaria. Mênon passa ao estágio aporético e com um questionamento retórico eristico questiona Sócrates sobre o método de se chegar a uma solução do que é? Sobre como você vai saber o que uma coisa é? Sendo que você não conhece? 
A solução da aporia iniciada por Sócrates é o aprendizado por rememoração. O conhecimento como reconhecimento. Não há ensinamento, mas sim rememoração, pois a alma já aprendeu todas as coisas, então o que os homens chamam aprendizado, o procurar e o aprender, são no seu total rememoração. Para isso Sócrates faz uma demonstração de sua tese a Mênon interrogando o seu escravo, questionando-o e não ensinando-o sobre os cálculos de uma superfície quadrada. 
O escravo entra em um estado de lembrança do esquecido, porém Sócrates o faz entrar em aporia, uma vez que ele o faz, é para demonstrar a Mênon que a aporia é essencial para que se possa começar a adquirir conhecimento, ciente de que não sabe, terá quem sabe, prazer em, de fato, procurar. E ele terá ciência, sem que ninguém lhe tenha ensinado, mas sim interrogado, recuperando de si mesmo a ciência, pois em outro tempo as possuía. E estas que são opiniões verdadeiras são despertadas pelo questionamento e se tornam ciências.
 A verdade é que o conhecimento está em nossa alma que é imortal, o que não sabemos agora, é porque não nos lembramos que nossa alma é imortal e por conta disso não rememoramos, é necessário pois rememorarmos, para isso é preciso coragem. Volta-se então a questão inicial examinada agora pelos dois: que é a virtude? Examinada agora por meio de hipóteses por Sócrates, o método que os geômetras usam em suas investigações. Passa a examinar que tipo de coisa é aquela que não sabemos ainda o que ela é. A partir das hipóteses, por exemplo. 
Nada se ensina ao homem a não ser a Ciência, se a virtude é Ciência, então pode ser ensinada. Porém, a virtude não é Ciência que pode ser ensinada nem opinião verdadeira, pois se fosse teria mestres. Sócrates, então faz criticas aos sofistas que ensinam por dinheiro, então entra em cena, Ânito que afirma ser a virtude coisa que se ensina e para isso possui mestres, que são os próprios cidadãos virtuosos. Sócrates refuta Ânito- os bons não são capazes de ensinar a outros sua virtude se fosse assim a cidade não estaria no estado corruptível. A virtude não é coisa que se ensina, pois não há nem mestres nem alunos. Ânito irrita-se com Sócrates, para que este tenha cuidado, pois é mais fácil fazer mal aos homens do que o bem. Retomando o dialogo com Mênon, Sócrates argumenta que a virtude é algo que está na alma, que é um bem que nos traz proveito, desde que, o seu uso seja correto pelo uso da razão. A virtude desacompanhada de razão é nociva. Sendo assim, a alma racional nos conduz acompreensão da virtude. As coisas da alma- a virtude, a justiça, prudência, dependem da nossa razão para que sejam corretamente compreendidas e usadas para o bem. 
Sócrates afirma também, que a Ciência e as opiniões verdadeiras são os dois elementos que podem dirige à opinião a ação correta. No entanto, há uma diferença entre opinião verdadeira e Ciência que se dão pelo encadeamento, mas que também, nenhuma é inferior a outra, ambas dirige-nos para a virtude. A Ciência é um bem que engloba a virtude e por isso somos bons e se somos bons somos proveitosos. O homem não é virtuoso por natureza nem por ciência, nem por opinião verdadeira, mas por concessão divina. A resposta a pergunta de Mênon se- a virtude se é coisa que se ensina? Só pode ser definido, segundo Sócrates depois de sabermos de sua essência <o que é> o ser da virtude. O que a virtude é em si mesma e por si mesma.

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