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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL Faculdade de Matemática – Departamento de Matemática Álgebra Matricial www.pucrs.br/famat/daniela Tópico 4 – Espaços Gerados, Base de um Espaço Vetorial, Bases Ortogonais e Ortonormais Espaços gerados Vamos supor que V seja um espaço vetorial e B = { v1, v2,...,vn } V um conjunto de vetores linearmente independentes; então o conjunto de todas as combinações lineares dos vetores de B é um sub-espaço vetorial de V, gerado por B. Exemplo 1: V = R2. B = { ( 1,2 ) } O conjunto de todos os vetores múltiplos ou combinações lineares do vetor (1,2) é a reta que passa pela origem com equação y = 2x. Esta reta é um sub-espaço vetorial do R2, de dimensão 1. A reta y = 2x é um sub-espaço vetorial do R2 de dimensão 1. Exemplo 2: V = R3 B = { (1,0,0) , (0,1,0) } O conjunto de todos os vetores que são combinações lineares dos vetores (1,0,0) e (0,1,0) formam um plano contido no R3, em que cada vetor tem a terceira coordenada nula. Este plano é um sub-espaço vetorial do R3, de dimensão 2. O plano xOy é um sub-espaço vetorial do R3 de dimensão 2. www.pucrs.br/famat/daniela Base Um conjunto B = {v1,v2,...,vn} de vetores de um espaço vetorial V é chamado de base de V se é Linearmente Independente e se gera V. Exemplo 3: V = R2. B = { (1,0), (0,1) } é a base canônica do R2 De fato: B = { (1,0), (0,1) } é LI , pois 10 01 = 1 0 e B gera o R2, pois qualquer vetor (x,y) é combinação linear dos vetores (1,0) e (0,1): (x,y) = x(1,0) + y(0,1) Por exemplo: (3, 4) = 3(1,0) + 4(0,1) Exemplo 4: V = R2. B = { (1,1), (–1,1) } é uma base do R2 De fato, B= { (1,1), (–1,1) } é LI , pois 11 11 = 2 e todo vetor (x,y) é combinação linear dos vetores de B. Por exemplo, expressar o vetor u = (3,4) nesta base. Solução: (3,4) = a(1,1) + b( –1,1) (3,4) = (a – b, a + b) Resulta no sistema : 4ba 3ba . No Matlab, a solução é obtida pelo comando A\b, onde A = 11 11 e b=[3;4]. Somando as duas linhas do sistema, resulta: 2a = 7 , logo a = 7/2 . Da segunda equação, vem : b = 4 – 7/2 = 1/2 Conclusão: (3,4) = 2 7 (1,1) + 2 1 (–1,1) Logo, as coordenadas do vetor (3,4) na base { (1,1),(–1,1) } são 7/2 e 1/2. Resumindo: na base canônica {(1,0),(0,1)}, temos u = (3,4). Na base B= {(1,1), (–1,1)}, temos u = (7/2 , 1/2). Analogia: na base 10, o símbolo 100 representa o número cem (1 centena); na base 2, o símbolo 100 representa o número 4, da base 10. Base 10 : 100 = 1*102 + 0*101 + 0*100 Base 2 : 1002 = 1*2 2 + 0*21 + 0*20 = 4 Exemplo 5: V = R3 B = { (1,0,0) , (0,1,0) , (0,0,1) } é a base canônica do R3 De fato, B é um conjunto LI, pois 100 010 001 = 1 e todo vetor (x, y, z) do R3 é uma combinação linear dos vetores do conjunto B: www.pucrs.br/famat/daniela (x,y,z) = x(1,0,0) + y(0,1,0) + z(0,0,1) Por exemplo: (3,4,5) = 3(1,0,0) + 4(0,1,0) + 5(0,0,1) Exemplo 6: V = R3 B = { (0,2,0), (3,0,3), (– 4,0,4) } é base do R3. De fato, B é um conjunto LI, pois 404 303 020 = – 48 . Todo vetor do R3 é uma combinação linear destes três vetores. Exercício. Determinar as coordenadas do vetor v = (3,4,5) na base B do exemplo 6. Solução: (3,4,5) = a(0,2,0) + b(3,0,3) + c(–4,0,4) (3,4,5) = (0,2a,0) + (3b,0,3b) + (–4c,0,4c) (3,4,5) = (3b–4c, 2a , 3b+4c) Equivale ao sistema : 543 42 343 cb a cb Logo: a = 2 , b = 4/3 e c= 1/4 Isto é, na base B, as coordenadas do vetor v são (2, 4/3, 1/4) . Produto Escalar O produto escalar de dois vetores (do Rn) u= (u1,u2,..,un) e v=(v1,v2,...vn) é vu = n 1i iivu No matlab, o produto escalar é calculado de u e v é calculado pelo comando dot(u,v). Exemplo 7: Calcula o produto escalar dos vetores u =(1,2) e v=(3,5). Solução: vu = 31 + 52 = 3 + 10 = 13. Exemplo 8: Calcular o produto escalar dos vetores u =(1,2,-1) e v=(0,3,5). Solução: vu = 01 + 32 + 5)1( = 0 + 6 – 5 = 1. Vetores Ortogonais Dois vetores u e v são ortogonais se vu = 0. Exemplo 9: Os vetores u = (1,1) e v = (–1,1) são ortogonais, pois vu = )1(1 + 11 = –1 + 1 = 0. Os vetores do exemplo 8 não são ortogonais. Geometricamente, dois vetores do R2 ( ou do R3 ) são ortogonais se o ângulo entre eles for igual a 90o. Conjuntos Ortogonais Um conjunto M={v1,v2,...,vn} de uma espaço vetorial V é ortogonal se 0vv ji , para cada par i , j, com i j. Por exemplo, o conjunto M={ (1,–1,0), (2,2,4), (4,4,–4) } é ortogonal. www.pucrs.br/famat/daniela Bases Ortogonais Uma base B={v1,v2,...,vn} de uma espaço vetorial V é ortogonal se 0vv ji , para cada par i , j, com i j. Exemplo 10: As bases canônicas do R2 e do R3 são ortogonais. Exemplo 11: A base B = { (1,1), (–1,1) } é uma base ortogonal do R2. Normalização de um vetor Dado um vetor u = (u1,u2,...un) do R n, o módulo de u é dado por | u | = 22 2 2 1 ... nuuu . Se | u | = 1, então u é um vetor unitário. Todo vetor u com módulo não-nulo pode ser normalizado, fazendo-se v = || u u . No matlab, o módulo de u é calculado através de norm(u). Exemplo 12: u = (3,4) | u | = 5. v = (3/5 , 4/5 ) | v | = 1. O vetor v = ( 3/5, 4/5) é um vetor unitário que tem a mesma direção de u. Bases Ortonormais É uma base ortogonal formada por vetores unitários. Exemplo 13: B = { (1,1) , (–1,1) } é uma base ortogonal, mas não é ortonormal; a base B’ = { ( 1/ 2 , 1/ 2 ) , ( – 1/ 2 , 1/ 2 ) } é uma base ortonormal do R2. No Matlab, obtemos | (1,1) | = 1.4141 e | (–1,1) | = 1.4142 Logo, a base ortonormal no Matlab é B’ = { (0.7071, 0.7071) , (–0.7071,0.7071) } . Exemplo 14: O conjunto { (-1,2,3), (2,-2,2) } é LI. Acrescentar um terceiro vetor a este conjunto para que ele se transforme numa base ortogonal do R3. Obter uma base ortonormal do R3. Solução: procuramos um vetor v = (a,b,c) do R3 tal que 0)3,2,1(),,( cba 0)2,2,2(),,( cba Equivale ao sistema : –a + 2b + 3c = 0 2a – 2b + 2c = 0 Somando as duas equações , resulta: a + 5c = 0, logo, a = –5c. Substituindo na primeira equação, resulta: b = –4c. Se c = 1, então a = –5 e b = –4.O vetor é v = (–5,–4,1). Verificação: )3,2,1()1,4,5( 5 + (-8) + 3 = 0 )2,2,2()1,4,5( –10 + 8 + 2 = 0 Assim, uma base ortogonal do R3 é o conjunto B = {(-1,2,3), (2,-2,2), (–5,–4,1)}. Para obter uma base ortonormal do R3, basta dividir cada vetor de B pelo seu módulo.Assim, uma base ortonormal do R3 é o conjunto B’ = { (-0.2673,0.5345,0.8018),(0.5774,–0.5774,0.5774),(–0.7715,–0.6172,0.1543) } Cada vetor do conjunto B’ é unitário e os vetores são ortogonais dois a dois. www.pucrs.br/famat/daniela Exercícios1) Calcula as coordenadas do vetor v = ( 3, 5) na base B={ (1,2), (-2,1) }. 2) Verifica se o conjunto B = { (1,1,3), (2,3,6), (3,4,9) } é ou não base do R3. 3) Verifica se o conjunto B = { (1,1,1,3), (0,0,1,-4), (1,0,5,9), (1,0,9,4) } é ou não base do R4. 4) O conjunto B = { (1,1,1),(-1,1,0) } é LI. Adiciona um terceiro vetor não-nulo a este conjunto de modo que o conjunto resultante seja ortogonal. 5) Normaliza o conjunto B = { (1,2),(-2,1) }.
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