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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL Faculdade de Matemática – Departamento de Matemática Álgebra Matricial www.pucrs.br/famat/daniela Tópico 5 – Transformações Lineares e Representação Matricial As transformações lineares são funções onde o domínio e o contrdomínio são espaços vetoriais, isto é, tanto a variável independente quanto a variável dependente são vetores. Este tipo de função tem uma propriedade importante: preserva a soma e a multiplicação por escalar. As transformações lineares possuem aplicações na Física, Engenharia, Computação, Matemática, etc. Sejam V e W espaços vetoriais; T: V W é uma transformação linear (TL) se T satifaz as seguintes propriedades: i) T ( u + v ) = T(u) + T(v) , para quaisquer u, v V ii) T(au) = aT(u) , para qualquer a R e u V No caso de V = W a TL é chamada de operador linear de V. Exemplos 1) Uma transformação linear T : R R T(x) = 2x Neste exemplo, estamos considerando o conjunto dos númerors reais como um espaço vetorial. A transformação é definida por T(x) = 2x. Vejamos a validade das propriedades de uma TL: i) T(x+y) = 2(x+y) = 2x + 2y e T(x) + T(y) = 2x + 2y ii) T(ax) = 2(ax) = 2ax aT(x)=a(2x) = 2ax Logo, T é uma transformação linear. 2) Uma transformação não-linear T: R R T(x) = 2x + 3 Para mostrar que esta transformação não é linear, basta mostrar um par de vetores para os quais T(x+y) T(x)+T(y). Por exemplo, x = 2 e y = 4; T(2 + 4) = T(6) = 15 e T(2) + T(4) = 7 + 11 = 18. Assim, T(2 + 4) T(2) + T(4). Logo, esta transformação não é linear. Propriedades de uma transformação linear Se T: V W é uma transformação linear do espaço vetorial V no espaço vetorial W, então: a) T(0) = 0 b) T(-u) = -T(u), para qualquer u V c) T(u – v) = T(u) – T(v), para quaisquer u, v V Assim, no exemplo 2, como T(0) = 3, T não é uma transformação linear, de acordo com a propriedade (a) acima. www.pucrs.br/famat/daniela Representação matricial de uma transformação linear Uma transformação linear T: Rn Rm pode ser representada na base canônica por uma matriz Amxn. Neste texto, sempre serão consideradas as bases canônicas do R n. Notação: A ou [T]. Exemplos 1) T: R2 R3 definida por T(x,y) = (x + y, x – y, 2x); calculando a imagem dos vetores da base canônica, obtemos T(1,0) = (1, 1, 2) e T(0,1) = (1, –1, 0), logo a matriz de T é a matriz 23 02 11 11 x A . Nesta notação, a transformação é interpretada como a multiplicação de A por v: y x 02 11 11 2x yx yx Assim, a matriz que representa esta transformação é 23 02 11 11 x A ou 23 02 11 11 x T 2) T : R2 R2 definida por T(x,y) = (x + 3y, 4x + 2y); calculando a imagem dos vetores da base canônica, obtemos T(1,0) = (1,4) e T(0,1) = (3,2),logo a matriz de T é 22 24 31 x A . Nesta notação, a transformação é interpretada como a multiplicação de A por v: y x 24 31 2y4x 3yx Por exemplo, T(1,1) = ( 1+3, 4+2) = (4,6) ou 6 4 24 31 1 1 24 31 3) T: R3 R3 definida por T(x,y,z)= ( x + y + z , x + y + 2z, x – y) . Na base canônica do R3, a matriz de T é 011 211 111 A . 4) A transformação linear T: R3 R3 tem representação matricial igual a 420 321 401 . Calcula T(1,4,7). Solução: w = T(1,4,7); w = 36 14 29 7 4 1 420 321 401 Logo, T(1,4,7) = (29, –14, 36) ou, como vetor-coluna, w = 36 14 29 . www.pucrs.br/famat/daniela 5) Seja T: R2 R2 uma transformação linear tal que T(1,0) = (2,5) e T(0,1) = (– 4,1). Calcula T(x,y). Solução: na base canônica, (x,y) = x(1,0) + y(0,1) T(x,y) = T( x(1,0) + y(0,1) ) = xT(1,0) + yT(0,1) = x(2,5) + y(–4,1) T(x,y) = (2x – 4y, 5x + y) A matriz de T é a matriz 15 42 A . Observa que as colunas da matriz A são as imagens dos vetores da base canônica. Esta propriedade vale em geral. Exercícios 1) Seja T: R2 R2 a transformação linear T(x,y) = (2x + 2y, –x + 5y). Calcula: T(0,0), T(1,1) , T(T(2,4)). Pensa em uma maneira prática para calcular T(T(2,4)). 2) Seja T: R2 R2 a transformação linear T(x,y) = (2x + 2y, –x + 5y). Calcula o(s) vetore(s) v = (x,y) tais que T(x,y) = (0,0). 3) Considera as transformações T1: R 2 R2 , T1(x,y) = (2x + 2y, –x + 5y) e T2: R 2 R2, T2(x,y) = (x + y, x – 2y). Calcula: T1(T2 (3,4)); T2(T2(3,4)); T2(T2(T2(T2(3,4)))). Pensa em uma maneira mais rápida de efetuar este cálculo. 4) Seja T: R2 R2 dada por T(x,y) = (x + 2y, y) . Calcula T(0,0),T(1,0), T(1,1) e T(0,1). 5) A transformação que efetua uma rotação de um ângulo q (no Matlab, deve ser dado em radianos1) no R2 é representada pela matriz )cos()( )()cos( sen sen A . a) Calcula a imagem do vetor u=(3/5,4/5) por uma rotação de 600 do plano. b) Representa geometricamente. c) Compara o módulo de u com o módulo de T(u). 6) A matriz 100 0)cos()( 0)()cos( sen sen A é uma transformação linear no R3 que representa uma rotação em torno do eixo z de um ângulo . a) Calcula a imagem do vetor u=(2, 0, 4) por uma rotação de 900 do plano. b) Representa geometricamente. c) Compara o módulo de u com o módulo de T(u). 7) Considera novamente a matriz 100 0)cos()( 0)()cos( sen sen A de uma transformação linear no R3 que representa uma rotação em torno do eixo z de um ângulo . a) Calcula a imagem do vetor u=(1, 0, 1) por uma rotação de 450 do plano. b) Representa geometricamente. c) Compara o módulo de u com o módulo de T(u). 1 radianos equivale a 1800 . Portanto, x graus equivale a y = 180 x radianos. www.pucrs.br/famat/daniela Respostas: 1) T(0,0) = (0,0) ; T(1,1) = (4,4) ; T(T(2,4)) = (60,78). Se A é a matriz de T, basta fazer A2 multiplicado por u=(2,4). 2) O único vetor cuja imagem é o vetor nulo é o vetor nulo. 3) T1(T2(3,4)) = ( 4, –32); T2(T2(3,4)) = (2, 17); T2 4(3,4) = (–13,83). Se A é a matriz de T, basta fazer A4 multiplicado por u = (3,4). 4) T(0,0)=(0,0); T(1,0) = (1,0); T(1,1) = (3,1) e T(0,1) = (2,1). 5) A matriz de T é a matriz )3/cos()3/sin( )3/sin()3/cos( a) T(u) = (–0.3928 , 0.9196) b)c) | u | = 1 e |T(u)| = 1. 6) A matriz de T é a matriz 100 0)2/cos()2/( 0)2/()2/cos( sen sen A a) T(u) = (0, 2, 4) b) c) | u | = 4,4721 e |T(u)| = 4,4721. 0 0.5 1 1.5 2 0 0.5 1 1.5 2 0 1 2 3 4 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 www.pucrs.br/famat/daniela Observação – Trabalhando com figuras no Matlab Podemos gerar figuras no Matlab indicando os vértices da mesma e a ordem em que eles devem ser plotados. Por exemplo, para gerarmos uma figura com os vértices v1(1, 1) v2(2, 3) v3(3, 1) devemos utilizar os seguintes comandos: >> x = [1 2 3 1] >> y = [1 3 1 1] >> plot(x, y) Agora, observa o que acontecerá se utilizarmos >> plot(x, -y) Ou ainda >> plot(x, y, x, -y, -x, y, -x, -y) O que pode ser concluído em relação a cada figura abaixo? Exercício: para cada item, analisa o que será executado com as linhas de comando abaixo. 1) >> x1 = [1 2 3 1]; >> y1 = [1 3 1 1]; >> plot (x1, y1, x1, -y1, -x1, y1, -x1, -y1, 0.5*x1, 0.5*y1, x1+2*y1, y1, x1, 2*x1+y1) 2) >> x2 = [1 2 3 1]; >> y2 = [1 3 1 1]; >> t = pi/2 >> u = pi >> plot (x2, y2, x2*cos(t)+y2*sin(t), -x2*sin(t)+y2*cos(t), x2*cos(u)+y2*sin(u), -x2*sin(u)+y2*cos(u)) -3 -2 -1 0 1 2 3 -3 -2 -1 0 1 2 3
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