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ROTEIRO DE AULA.ORGANIZACAO ADM.2013.02

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO 
 
1. FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA: 
a) Centralizada: atividade exercida pelo próprio Estado (Administração Direta) 
b) Descentralizada (outorga e delegação) 
c) Desconcentração: distribuição interna de partes de competências decisórias, 
agrupadas em unidades individualizadas. 
OBS: Não confundir: Descentralização Política com Descentralização Administrativa 
(pode ser: descentralização territorial ou geográfica, descentralização por serviços, 
funcional ou técnica e descentralização por colaboração). 
 
2. ADMINISTRAÇÃO DIRETA 
- Teorias sobre as relações do Estado com os agentes: 
a) teoria do mandato 
b) teoria da representação 
c) teoria do órgão 
 
- ÓRGÃOS PÚBLICOS - centro de competência governamental ou administrativo, 
tem necessariamente funções, cargos e agentes, mas são distintos desses 
elementos, que podem ser modificados, substituídos ou retirados sem supressão da 
unidade orgânica. Os órgãos integram a estrutura do Estado por isso, não têm 
personalidade jurídica nem vontade própria, são meros instrumentos de ação 
dessas pessoas jurídicas. 
 
 
 
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Informação: Confira o texto do Prof. José dos Santos Carvalho Filho, Personalidade 
Judiciária dos Órgãos Públicos, publicado em “Leitura Complementar” no nosso site 
www.marinela.ma 
- Classificação: 
a) Quanto à posição estatal: independentes, autônomos, superiores e subalternos; 
b) Quanto à estrutura: simples e compostos; 
c) Quanto à atuação funcional: singulares e colegiados 
d) Quanto às funções: ativos, consultivos e de controle 
 
3. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA - ou descentralizada é composta por entidades 
que possuem personalidade jurídica própria e são responsáveis pela execução de 
atividades de Governo que necessitam ser desenvolvidas de forma descentralizada. 
 
- Características: 
a) personalidade jurídica própria (respondem pelos seus atos, patrimônio próprio, 
receita própria e capacidade administrativa, técnica e financeira); 
b) criação e extinção dependem de lei 
c) sua finalidade não será lucrativa, inclusive quando exploradoras da atividade 
econômica (vide art. 173, da CF); 
d) não sofrem relação de subordinação, mas estão sujeitas a controle, que pode ser 
interno ou externo, pela própria entidade a que se vinculam (ex. supervisão 
ministerial) e controle externo pelo Poder Judiciário e Legislativo (ex. Tribunal de 
Contas e as diversas ações judiciais); 
e) permanecem ligadas à finalidade que lhe instituiu (princípio da especialidade) 
 
I - AUTARQUIAS 
- Conceito: É pessoa jurídica de direito público, dotada de capital exclusivamente 
público, com capacidade administrativa e criada para a prestação de serviço público 
(realizam atividades típicas de Estado) 
- Regime Jurídico: 
 
 
 
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1. Criação e extinção: por lei – art. 37, XIX, da CF; 
2. Controle: interno e externo 
3. Atos e Contratos: seguem regime administrativo e obedecem à Lei 
8.666/93(últimas alterações pela Lei 12.349/2010 e pela Lei 12.440/2011); 
4. Responsabilidade Civil: é, em regra, objetiva (art.37, §6º, da CF) e subsidiária 
do Estado; 
5. Prescrição qüinqüenal – DL nº 20.910/32 (REsp 1251993/PR, STJ); 
6. Bens autárquicos: seguem regime de bem público (alienabilidade condicionada, 
impenhorabilidade, impossibilidade de oneração e imprescretibilidade) 
7. Débitos judiciais: seguem regime de precatório (art.100 da CF) 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE SOBRE PRECATÓRIOS: 
A EC 62/09 foi julgada parcialmente inconstitucional pelo STF em 14.03.2013. A 
decisão do Plenário do Supremo Tribunal Federal reconheceu a 
inconstitucionalidade parcial da Emenda Constitucional nº 62/09, assentando a 
invalidade de regras jurídicas que agravem a situação jurídica do credor do Poder 
Público além dos limites constitucionalmente aceitáveis. Sem embargo, até que a 
Suprema Corte se pronuncie sobre o preciso alcance da sua decisão, ficou 
determinado que os Tribunais de Justiça de todos os Estados e do Distrito Federal 
deem imediata continuidade aos pagamentos de precatórios, na forma como já 
vinham realizando até a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal em 
14/03/2013, segundo a sistemática vigente à época, respeitando-se a vinculação 
de receitas para fins de quitação da dívida pública, sob pena de sequestro. 
- Conferir as notícias acerca da decisão do STF no arquivo “Seleção de Notícias dos 
Informativos do STF” publicadas no site www.marinela.ma em “Informativos”. 
 
8. Privilégios processuais: prazos dilatados, juízo privativo e reexame necessário; 
Nova Súmula do STJ: 
 
 
 
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O INSS não está obrigado a efetuar depósito prévio do preparo por gozar das 
prerrogativas e privilégios da Fazenda Pública (Súmula nº 483, Corte Especial, 
julgado em 28.06.2012, DJe 01.08.2012). 
 
9. Imunidade tributária para os impostos, desde que ligada à sua finalidade 
especifica (art.150, §2º da CF); 
 
10. Procedimentos financeiros: regras de contabilidade pública (Lei nº 4.320/64 e 
LC 101/00 – modificada pela LC 131/09) 
 
11. Regime de pessoal: os seus agentes são servidores públicos regidos pela Lei 
8.122/90 alterada pela Lei 12.269/2010, Lei 12.529/2011. Lembrar que com a 
liminar proferida na ADI 2135-4, foi retomado o Regime Jurídico Único. Entre 1998 
e 2007, foi possível estabelecer também como regime de pessoal nas autarquias, o 
celetista. 
 
- Autarquias Profissionais: são os conselhos de classe, que após a ADIN 1717 
tem natureza jurídica de autarquia. Assim as suas anuidades têm natureza 
tributária e em caso de não pagamento podem ser discutidas por meio de execução 
fiscal, estão sujeitas às regras de contabilidade pública e a controle pelo Tribunal de 
Contas, além da exigência do concurso público para admissão de pessoal (ponto 
muito divergente). 
Nesse contexto, tem-se a exceção da a Ordem dos Advogados do Brasil que 
segundo a jurisprudência do STF, não compõe a Administração Pública, como 
conseqüência: a anuidade não é tributária, não cabe execução fiscal (cobrança via 
execução do CPC), não se submete a contabilidade pública e ao Tribunal de Contas 
e está dispensada de fazer concurso público, além de não compor a Administração 
Direta ou Indireta (vide a ementa da ADIN 3026 na coletânea de decisões abaixo) 
 
 
 
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- Autarquias Territoriais: são os territórios, não se confundem com as autarquias 
administrativas e não compõem a Administração Indireta. 
 
II - AGÊNCIAS REGULADORAS 
- Conceito: Autarquia de regime especial. Surge em razão do fim do monopólio 
estatal. 
 
- Regime especial: caracteriza-se por três elementos: maior independência, 
investidura especial (depende de aprovação prévia do Poder Legislativo) e 
mandato, com prazo fixo, conforme lei que cria a pessoa jurídica. 
 
- Função: É responsável pela regulamentação, controle e fiscalização de serviços 
públicos, atividades e bens transferidos ao setor privado. 
 
- Alguns aspectos: 
a) Regime de pessoal 
b) Licitação: obedece às normas da Lei 8.666/93. podendo optar por modalidades 
especificas como o pregão e a consulta (ADIN 1668). 
 
III - AGÊNCIAS EXECUTIVAS 
- Conceito: são autarquias ou fundações que por iniciativa da Administração 
Direta, recebem o status de Agência, em razão da celebração de um contrato de 
gestão, que objetiva uma maior eficiência e redução de custos - Lei 9.649/98. 
 
IV – FUNDAÇÃO PÚBLICA 
- Conceito: É uma pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, 
destinado pelo seu fundador para uma finalidade específica. Pode ser pública ou 
privada de acordo com a sua instituição, sendo que somente a pública, portanto,instituída pelo Poder Público, é que compõe a Administração Indireta. 
 
 
 
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- Natureza jurídica da fundação pública: pode ser de direito público, 
caracterizando uma espécie de autarquia, denominada autarquia fundacional, ou de 
direito privado, denominada fundação governamental, e seguirá o regime próprio 
das empresas públicas e sociedades de economia mista. 
 
V - EMPRESAS ESTATAIS 
A) EMPRESA PÚBLICA: É pessoa jurídica de direito privado composta por capital 
exclusivamente público, criada para a prestação de serviços públicos ou exploração 
de atividades econômicas sob qualquer modalidade empresarial. 
 
B) SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: É pessoa jurídica de direito privado, 
criada para prestação de serviço público ou exploração de atividade econômica, 
com capital misto e na forma de S/A. 
- Principais diferenças: 
 forma de constituição e organização 
 formação do capital social 
 competência para as suas ações. Confira o teor das Súmulas 517 e 556 
SÚMULA Nº 517: AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA SÓ TÊM FORO NA 
JUSTIÇA FEDERAL, QUANDO A UNIÃO INTERVÉM COMO ASSISTENTE OU 
OPOENTE. 
 
SÚMULA Nº 556: É COMPETENTE A JUSTIÇA COMUM PARA JULGAR AS 
CAUSAS EM QUE É PARTE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. 
 
- Regime Jurídico 
1. Criação e Extinção: são autorizadas por lei, dependendo para sua constituição do 
registro de seus atos constitutivos no órgão competente (art. 37, XIX da CF) 
 
 
 
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2. Controle: interno e externo 
3. Contratos e Licitações: obedecem à Lei 8.666/93, podendo, quando exploradoras 
da atividade econômica, ter regime especial por meio de estatuto próprio (art.173, 
§1º, III, CF) 
4. Regime Tributário: em regra, não têm privilégios tributários, não extensíveis à 
iniciativa privada (Veja abaixo Repercussão Geral sobre o tema); 
5. Responsabilidade Civil: quando prestadoras de serviços públicos, é 
responsabilidade objetiva, com base no art. 37,§6º, da CF, respondendo o Estado 
subsidiariamente pelos prejuízos causados. Quando exploradoras de atividade 
econômica, o regime será o privado. 
6. Regime de pessoal: titularizam emprego, seguindo o regime da CLT, todavia, são 
equiparados a servidores públicos, em razão de algumas regras: concurso público, 
teto remuneratório, acumulação, remédios constitucionais, fins penais, improbidade 
administrativa e outras; 
OBSERVAÇÃO: 
- Repercussão Geral Sobre Dispensa Imotivada de empregados da ECT 
(Tema 131) - Decisão proferida em 20.03.2013 – Acórdão ainda não publicado 
apenas notícia no INF. 699 STF 
(...) o Tribunal deu provimento parcial ao recurso extraordinário para 
reconhecer a inaplicabilidade do art. 41 da Constituição Federal e exigir-se 
a necessidade de motivação para a prática legítima do ato de rescisão 
unilateral do contrato de trabalho, vencidos parcialmente os Ministros Eros 
Grau e Marco Aurélio. ( RE 589998 ). 
 
7. Privilégios processuais: não gozam, obedecem às regras gerais de processo; 
8. Bens: são penhoráveis, exceto se a empresa for prestadora de serviços públicos 
e o bem estiver diretamente ligado a eles; 
 
 
 
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9. Regime falimentar: não estão sujeitos a este regime – Lei 11.101/05 
 
- ALGUNS PONTOS IMPORTANTES SOBRE AS EMPRESAS ESTATAIS: 
 Situação especial da Empresa Pública de Correios e Telégrafos: 
Conferir a ementa da ADPF 46 e o seu inteiro teor publicado no 
www.marinela.ma. 
 
 Repercussões gerais sobre o tema(Ementas abaixo): 
Tema Nº 64: Diferença de tratamento entre empresas públicas e sociedades 
de economia mista, que exploram atividade econômica, e empresas privadas, 
no que tange às contribuições para o PIS/PASEP. RE 577494 
Tema Nº 131: Despedida imotivada de empregados de Empresa Pública. 
RE 589998 
Tema Nº 253: Aplicabilidade do regime de precatórios às entidades da 
Administração Indireta prestadoras de serviços públicos essenciais. 
RE 599628 (Vide decisão abaixo) 
Tema 115 - Aplicação da imunidade tributária recíproca às sociedades de 
economia mista que prestam serviços de saúde exclusivamente pelo SUS. RE 
580264. (Vide decisão abaixo) 
 
VI - ENTES DE COOPERAÇÃO: 
a) Serviços Sociais Autônomos – rótulo atribuído às pessoas jurídicas de direito 
privado, integrantes da iniciativa privada com algumas características peculiares. 
Elas não prestam serviços públicos delegados pelo Estado, mas exercem atividade 
privada de interesse público. Compõem o chamado sistema “S”. Podem ser 
constituídas por meio das instituições particulares convencionais, como fundações, 
sociedades civis ou associações ou com estruturas peculiares previstas em lei 
específica. 
 
 
 
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b) Organizações Sociais – também chamada de “OS”, foi instituída e definida 
pela Lei nº 9.637/98 (última alteração pela Lei 12.269/2010). Pessoa jurídica de 
direito privado, são criadas por particulares para a execução, por meio de parcerias 
de serviços públicos não exclusivos do Estado, previsto em lei (art.1º). 
 
c) Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – também 
denominada OSCIP, é pessoa jurídica de direito privado, instituída por particular 
para prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado (serviços socialmente 
úteis – art. 3º), sob o incentivo e fiscalização dele e que consagrem em seus 
estatutos uma série de normas sobre estrutura, funcionamento e prestação de 
contas (art.4º). 
 
NOTÍCIAS/DECISÕES IMPORTANTES SOBRE O ASSUNTO 
 
ADI 3026 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79 
DA LEI N. 8.906, 2ª PARTE. “SERVIDORES” DA ORDEM DOS ADVOGADOS 
DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSIBILITA A OPÇÃO PELO REGIME 
CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGIME JURÍDICO NO 
MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. IMPOSIÇÃO DOS DITAMES 
INERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO 
PÚBLICO (ART. 37, II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE 
CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO DOS CONTRATADOS PELA 
OAB.AUTARQUIAS ESPECIAIS EAGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB. 
ENTIDADE PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE. 
CATEGORIA ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES JURÍDICAS 
EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA 
ENTIDADE. PRINCÍPIO DA MORALIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, 
CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. A Lei n. 8.906, 
artigo 79, § 1º, possibilitou aos “servidores” da OAB, cujo regime outrora era 
estatutário, a opção pelo regime celetista. Compensação pela escolha: indenização 
a ser paga à época da aposentadoria. 2. Não procede a alegação de que a OAB 
sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública Direta e Indireta. 
3. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem 
 
 
 
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é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das 
personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. 4. A OAB não está 
incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como 
“autarquias especiais” para pretender-se afirmar equivocada 
independência das hoje chamadas “agências”. 5. Por não consubstanciar 
uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle 
da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não 
vinculação é formal e materialmente necessária. 6. A OAB ocupa-se de 
atividades atinentes aos advogados, que exercem função constitucionalmente 
privilegiada, na medida em que são indispensáveis à administração da Justiça 
[artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e 
seleção de advogados. Não há ordem de relação ou dependência entre a OAB e 
qualquer órgão público. 7. A Ordem dos Advogados do Brasil,cujas 
características são autonomia e independência, não pode ser tida como 
congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está 
voltada exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade 
institucional. 8. Embora decorra de determinação legal, o regime estatutário 
imposto aos empregados da OAB não é compatível com a entidade, que é 
autônoma e independente. 9. Improcede o pedido do requerente no sentido de que 
se dê interpretação conforme o artigo 37, inciso II, da Constituição do Brasil ao 
caput do artigo 79 da Lei n. 8.906, que determina a aplicação do regime trabalhista 
aos servidores da OAB. 10. Incabível a exigência de concurso público para 
admissão dos contratados sob o regime trabalhista pela OAB.11. Princípio da 
moralidade. Ética da legalidade e moralidade. Confinamento do princípio da 
moralidade ao âmbito da ética da legalidade, que não pode ser ultrapassada, sob 
pena de dissolução do próprio sistema. Desvio de poder ou de finalidade. 12. Julgo 
improcedente o pedido. (ADI3026/DF, STF – Tribunal Pleno, Rel. Min. Eros Grau, 
Julgamento: 08/06/2006, DJ 29.09.2006, pág. 00031) (grifos da autora). 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL DAS AUTARQUIAS 
EMENTA: ADMINISTRATIVO – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO – 
ACIDENTE DE TRÂNSITO – DANO MATERIAL – RESPONSABILIDADE DA 
AUTARQUIA – RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO ESTADO. A 
Jurisprudência desta Corte considera a autarquia responsável pela conservação das 
rodovias e pelos danos causados a terceiros em decorrência da má conservação, 
contudo remanesce ao Estado a responsabilidade subsidiária. Agravo regimental 
provido em parte para afastar a responsabilidade solidária da União, persistindo a 
responsabilidade subsidiária. (AgRg no REsp 875604 / ES, STJ – Segunda Turma, 
Relator(a) Min. Humberto Martins, 09.06.2009, DJe: 25.06.2009). 
 
 
 
 
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ADPF 46 
EMENTA: ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. 
EMPRESA PÚBLICA DE CORREIOS E TELEGRÁFOS. PRIVILÉGIO DE ENTREGA DE 
CORRESPONDÊNCIAS. SERVIÇO POSTAL. CONTROVÉRSIA REFERENTE À LEI 
FEDERAL 6.538, DE 22 DE JUNHO DE 1978. ATO NORMATIVO QUE REGULA 
DIREITOS E OBRIGAÇÕES CONCERNENTES AO SERVIÇO POSTAL. PREVISÃO DE 
SANÇÕES NAS HIPÓTESES DE VIOLAÇÃO DO PRIVILÉGIO POSTAL. 
COMPATIBILIDADE COM O SISTEMA CONSTITUCIONAL VIGENTE. ALEGAÇÃO DE 
AFRONTA AO DISPOSTO NOS ARTIGOS 1º, INCISO IV; 5º, INCISO XIII, 170, 
CAPUT, INCISO IV E PARÁGRAFO ÚNICO, E 173 DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 
VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA LIVRE CONCORRÊNCIA E LIVRE INICIATIVA. NÃO-
CARACTERIZAÇÃO. ARGUIÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE. INTERPRETAÇÃO 
CONFORME À CONSTITUIÇÃO CONFERIDA AO ARTIGO 42 DA LEI N. 6.538, QUE 
ESTABELECE SANÇÃO, SE CONFIGURADA A VIOLAÇÃO DO PRIVILÉGIO POSTAL DA 
UNIÃO. APLICAÇÃO ÀS ATIVIDADES POSTAIS DESCRITAS NO ARTIGO 9º, DA LEI. 
1. O serviço postal --- conjunto de atividades que torna possível o envio de 
correspondência, ou objeto postal, de um remetente para endereço final e 
determinado --- não consubstancia atividade econômica em sentido estrito. Serviço 
postal é serviço público. 2. A atividade econômica em sentido amplo é gênero que 
compreende duas espécies, o serviço público e a atividade econômica em sentido 
estrito. Monopólio é de atividade econômica em sentido estrito, 
empreendida por agentes econômicos privados. A exclusividade da 
prestação dos serviços públicos é expressão de uma situação de privilégio. 
Monopólio e privilégio são distintos entre si; não se os deve confundir no 
âmbito da linguagem jurídica, qual ocorre no vocabulário vulgar. 3. A 
Constituição do Brasil confere à União, em caráter exclusivo, a exploração 
do serviço postal e o correio aéreo nacional [artigo 20, inciso X]. 4. O 
serviço postal é prestado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, 
empresa pública, entidade da Administração Indireta da União, criada pelo decreto-
lei n. 509, de 10 de março de 1.969. 5. É imprescindível distinguirmos o 
regime de privilégio, que diz com a prestação dos serviços públicos, do 
regime de monopólio sob o qual, algumas vezes, a exploração de atividade 
econômica em sentido estrito é empreendida pelo Estado. 6. A Empresa 
Brasileira de Correios e Telégrafos deve atuar em regime de exclusividade 
na prestação dos serviços que lhe incumbem em situação de privilégio, o 
privilégio postal. 7. Os regimes jurídicos sob os quais em regra são 
prestados os serviços públicos importam em que essa atividade seja 
desenvolvida sob privilégio, inclusive, em regra, o da exclusividade. 8. 
Argüição de descumprimento de preceito fundamental julgada improcedente por 
maioria. O Tribunal deu interpretação conforme à Constituição ao artigo 42 da Lei 
n. 6.538 para restringir a sua aplicação às atividades postais descritas no artigo 9º 
desse ato normativo. (ADPF 46 / DF, STF – Tribunal Pleno, Relator(a): Min. Marco 
 
 
 
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Aurélio, Relator(a) p/ Acórdão: Min. Eros Grau, Julgamento: 05.08.2009, DJe: 
25.02.2010) 
 
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA E REGIME DE PRECATÓRIOS 
Ementa: FINANCEIRO. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. PAGAMENTO DE 
VALORES POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL. INAPLICABILIDADE DO 
REGIME DE PRECATÓRIO. ART. 100 DA CONSTITUIÇÃO. CONSTITUCIONAL 
E PROCESSUAL CIVIL. MATÉRIA CONSTITUCIONAL CUJA REPERCUSSÃO 
GERAL FOI RECONHECIDA. Os privilégios da Fazenda Pública são inextensíveis às 
sociedades de economia mista que executam atividades em regime de concorrência 
ou que tenham como objetivo distribuir lucros aos seus acionistas. Portanto, a 
empresa Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - Eletronorte não pode se 
beneficiar do sistema de pagamento por precatório de dívidas decorrentes de 
decisões judiciais (art. 100 da Constituição). Recurso extraordinário ao qual se nega 
provimento. (RE 599628, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Relator(a) p/ Acórdão: 
Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 25/05/2011, REPERCUSSÃO 
GERAL - MÉRITO DJe- 17-10-2011) 
 
- PRESCRIÇÃO QUINQUENAL - RECURSO REPETITIVO JULGADO PELO STJ 
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA 
(ARTIGO 543-C DO CPC). RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃO 
INDENIZATÓRIA. PRESCRIÇÃO. PRAZO QUINQUENAL (ART. 1º DO 
DECRETO 20.910/32) X PRAZO TRIENAL (ART. 206, § 3º, V, DO CC). 
PREVALÊNCIA DA LEI ESPECIAL. ORIENTAÇÃO PACIFICADA NO ÂMBITO 
DO STJ. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. A controvérsia do presente recurso 
especial, submetido à sistemática do art. 543-C do CPC e da Res. STJ n 8/2008, 
está limitada ao prazo prescricional em ação indenizatória ajuizada contra a 
Fazenda Pública, em face da aparente antinomia do prazo trienal (art. 206, § 3º, V, 
do Código Civil) e o prazo quinquenal (art. 1º do Decreto 20.910/32).2. O tema 
analisado no presente caso não estava pacificado, visto que o prazo 
prescricional nas ações indenizatórias contra a Fazenda Pública era 
defendido de maneira antagônica nos âmbitos doutrinário e 
jurisprudencial. Efetivamente, as Turmas de Direito Público desta Corte 
Superior divergiam sobre o tema, pois existem julgados de ambos os 
órgãos julgadores no sentido da aplicação do prazo prescricional trienal 
previsto no Código Civil de 2002 nas ações indenizatórias ajuizadas contra 
a Fazenda Pública. Nesse sentido, o seguintes precedentes: REsp 1.238.260/PB, 
2ª Turma, Rel.Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 5.5.2011; REsp 
 
 
 
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1.217.933/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 25.4.2011; REsp 
1.182.973/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 10.2.2011;REsp 
1.066.063/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJe de 17.11.2008; EREspsim 
1.066.063/RS, 1ª Seção, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 22/10/2009). A tese 
do prazoprescricional trienal também é defendida no âmbito doutrinário, dentre 
outros renomados doutrinadores: José dos Santos Carvalho Filho ("Manual de 
Direito Administrativo", 24ª Ed., Rio de Janeiro: Editora Lumen Júris, 2011, págs. 
529/530) e Leonardo José Carneiro da Cunha ("A Fazenda Pública em Juízo", 8ª ed, 
São Paulo: Dialética, 2010, págs. 88/90).3. Entretanto, não obstante os 
judiciosos entendimentos apontados, o atual e consolidado entendimento 
deste Tribunal Superior sobre o tema é no sentido da aplicação do prazo 
prescricional quinquenal - previsto do Decreto 20.910/32 - nas ações 
indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública, em detrimento do prazo 
trienal contido do Código Civil de 2002.4. O principal fundamento que 
autoriza tal afirmação decorre da natureza especial do Decreto 20.910/32, 
que regula a prescrição, seja qual for a sua natureza, das pretensões 
formuladas contra a Fazenda Pública, ao contrário da disposição prevista 
no Código Civil, norma geral que regula o tema de maneira genérica, a qual 
não altera o caráter especial da legislação, muito menos é capaz de 
determinar a sua revogação. Sobre o tema: Rui Stoco ("Tratado de 
Responsabilidade Civil". Editora Revista dos Tribunais, 7ª Ed. - São Paulo, 2007; 
págs. 207/208) e Lucas Rocha Furtado ("Curso de Direito Administrativo". Editora 
Fórum, 2ª Ed. - Belo Horizonte, 2010; pág.1042).5. A previsão contida no art. 10 
do Decreto 20.910/32, por si só, não autoriza a afirmação de que o prazo 
prescricional nas ações indenizatórias contra a Fazenda Pública foi reduzido pelo 
Código Civil de 2002, a qual deve ser interpretada pelos critérios histórico e 
hermenêutico. Nesse sentido: Marçal Justen Filho ("Curso de Direito 
Administrativo". Editora Saraiva, 5ª Ed. - São Paulo, 2010; págs. 1.296/1.299).6. 
Sobre o tema, os recentes julgados desta Corte Superior: AgRg no AREsp 
69.696/SE, 1ª Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe de 21.8.2012; AgRg nos 
EREsp 1.200.764/AC, 1ª Seção, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe de 6.6.2012; 
AgRg no REsp 1.195.013/AP, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de 
23.5.2012; REsp 1.236.599/RR, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 
21.5.2012;AgRg no AREsp 131.894/GO, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJe 
de 26.4.2012; AgRg no AREsp 34.053/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Napoleão Nunes 
Maia Filho, DJe de 21.5.2012; AgRg no AREsp 36.517/RJ, 2ª Turma, Rel. Min. 
Herman Benjamin, DJe de 23.2.2012; EREsp 1.081.885/RR, 1ª Seção, Rel. Min. 
Hamilton Carvalhido, DJe de 1º.2.2011.7. No caso concreto, a Corte a quo, ao 
julgar recurso contra sentença que reconheceu prazo trienal em ação indenizatória 
ajuizada por particular em face do Município, corretamente reformou a sentença 
para aplicar a prescrição quinquenal prevista no Decreto 20.910/32, em manifesta 
sintonia com o entendimento desta Corte Superior sobre o tema.8. Recurso especial 
não provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da 
 
 
 
14 
 
Resolução STJ 08/2008.(REsp 1251993/PR, STJ – Primeira Seção, Rel. Min. MAURO 
CAMPBELL MARQUES, , julgado em 12/12/2012, DJe 19/12/2012) 
 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA 
Tema 115 - Aplicação da imunidade tributária recíproca às sociedades de 
economia mista que prestam serviços de saúde exclusivamente pelo SUS. 
 
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 
REPERCUSSÃO GERAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE 
ECONOMIA MISTA. SERVIÇOS DE SAÚDE. 1. A saúde é direito fundamental de 
todos e dever do Estado (arts. 6º e 196 da Constituição Federal). Dever que é 
cumprido por meio de ações e serviços que, em face de sua prestação pelo Estado 
mesmo, se definem como de natureza pública (art. 197 da Lei das leis). 2 . A 
prestação de ações e serviços de saúde por sociedades de economia mista 
corresponde à própria atuação do Estado, desde que a empresa estatal não tenha 
por finalidade a obtenção de lucro. 3. As sociedades de economia mista prestadoras 
de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente estatal, 
gozam da imunidade tributária prevista na alínea “a” do inciso VI do art. 150 da 
Constituição Federal. 3. Recurso extraordinário a que se dá provimento, com 
repercussão geral. (RE 580264, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ 
Acórdão: Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 16/12/2010, 
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe- 06-10-2011) 
 
 
Tema 235 - Imunidade tributária das atividades exercidas pela Empresa 
Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT. 
 
Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Imunidade recíproca. Empresa 
Brasileira de Correios e Telégrafos. 3. Distinção, para fins de tratamento normativo, 
entre empresas públicas prestadoras de serviço público e empresas públicas 
exploradoras de atividade. Precedentes. 4. Exercício simultâneo de atividades em 
regime de exclusividade e em concorrência com a iniciativa privada. Irrelevância. 
Existência de peculiaridades no serviço postal. Incidência da imunidade prevista no 
art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal. 5. Recurso extraordinário conhecido e 
provido. (RE 601392, STF – Tribunal Pleno - Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, 
Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 
28/02/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe 05-06-
2013) 
 
 
 
SOBRE ANUIDADE DOS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO 
 
Tema 540 - Fixação de anuidade por conselhos de fiscalização profissional 
EMENTA DIREITO ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO. AÇÃO DE INEXIGIBILIDADE DE 
ANUIDADE DE CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL. DISCUSSÃO 
ACERCA DA NATUREZA JURÍDICA DESSA ANUIDADE E DA POSSIBILIDADE DE 
FIXAÇÃO DE SEU VALOR POR MEIO DE RESOLUÇÃO INTERNA DE CADA CONSELHO. 
 
 
 
15 
 
NECESSIDADE DE COMPOSIÇÃO DE PRINCÍPIOS E REGRAS CONSTITUCIONAIS. 
MATÉRIA PASSÍVEL DE REPETIÇÃO EM INÚMEROS PROCESSOS, A REPERCUTIR NA 
ESFERA DE INTERESSE DE MILHARES DE PESSOAS. TEMA COM REPERCUSSÃO 
GERAL. (ARE 641243 RG, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 19/04/2012, 
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe 30-04-2012 ) 
 
 
REPERCUSSÃO GERAL SEM MÉRITO JULGADO SOBRE ECT’ 
Tema 402 - Imunidade tributária recíproca quanto à incidência de ICMS 
sobre o transporte de encomendas pela Empresa Brasileira de Correios e 
Telégrafos - ECT 
EMENTA TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA. EMPRESA BRASILEIRA DE 
CORREIOS E TELÉGRAFOS. EMPRESA PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇOS 
PÚBLICOS. ICMS. INCIDÊNCIA. TRANSPORTE DE BENS E MERCADORIAS SOB O 
REGIME DE CONCORRÊNCIA. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.(RE 627051 
RG, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 26/05/2011, DJe 16-06-2011) 
 
Tema 644 - Imunidade tributária recíproca quanto ao Imposto sobre 
Propriedade Territorial Urbana – IPTU incidente sobre imóveis de 
propriedade da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT. 
EMENTA REPERCUSSÃO GERAL. TRIBUTÁRIO. IPTU. EMPRESA BRASILEIRA DE 
CORREIOS E TELÉGRAFOS (ECT). IMUNIDADE RECÍPROCA (ART. 150, VI, A, CF). 
RELEVÂNCIA ECONÔMICA SOCIAL E JURÍDICA DA CONTROVÉRSIA. 
RECONHECIMENTO DA EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO. 
PRECEDENTES DA CORTE. RECONHECIMENTO DA IMUNIDADE RECÍPROCA. 
RATIFICAÇÃO DO ENTENDIMENTO. POSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DO 
PROCEDIMENTO DA REPERCUSSÃO GERAL (ART. 543-B, CPC). 1. Perfilhando a 
cisão estabelecida entre prestadoras de serviço público e exploradoras de atividade 
econômica, esta Corte sempre concebeu a Empresa Brasileira de Correios e 
Telégrafos como uma empresa prestadora de serviços públicos de prestação 
obrigatória e exclusiva do Estado. Precedentes. 2. No tocante aos tributos 
incidentes sobre o patrimônio das empresas públicas e das sociedades de economia 
mista, desde a ACO nº 765, de relatoria do Ministro Marco Aurélio, na qual se 
tratava da imunidade da ECT relativamentea veículos de sua propriedade, iniciou-
se, no Tribunal, a discussão sobre a necessidade de que a análise da capacidade 
contributiva para fins de imunidade se dê a partir da materialidade do tributo. 3. 
Capacidade contributiva que deve ser aferida a partir da propriedade imóvel 
individualmente considerada e não sobre todo o patrimônio do contribuinte. Noutras 
palavras, objetivamente falando, o princípio da capacidade contributiva deve 
consubstanciar a exteriorização de riquezas capazes de suportar a incidência do 
ônus fiscal e não sobre outros signos presuntivos de riqueza. 4. No julgamento da 
citada ACO nº 765/RJ, em virtude de se tratar, como no presente caso, de 
imunidade tributária relativa a imposto incidente sobre a propriedade, entendeu a 
Corte, quanto ao IPVA, que não caberia fazer distinção entre os veículos afetados 
ao serviço eminentemente postal e o que seria de atividade econômica. 5. Na 
dúvida suscitada pela apreciação de um caso concreto, acerca de quais imóveis 
estariam afetados ao serviço público e quais não, não pode ser sacrificada a 
imunidade tributária do serviço público, sob pena de restar frustrada a integração 
nacional. 6. Mesmo no que concerne a tributos cuja materialidade envolva a própria 
 
 
 
16 
 
atividade da ECT, tem o Plenário da Corte reconhecido a imunidade tributária a 
essa empresa pública, como foi o caso do ISS, julgado no RE nº 601.392/PR, 
Tribunal Pleno, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, redator para acórdão o Ministro 
Gilmar Mendes, julgado em 1/3/13. 7. Manifesto-me pela existência de repercussão 
geral da matéria constitucional e pela ratificação da pacífica jurisprudência deste 
Tribunal sobre o assunto discutido no apelo extremo e, em consequência, conheço 
do agravo, desde já, para negar provimento ao recurso extraordinário. (ARE 
643686 RG, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 11/04/2013, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO DJe 06-05-2013 ) 
 
LICITAÇÃO E ORGANIZAÇÕES SOCIAIS 
EMENTA: MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 
N. 9.637, DE 15 DE MAIO DE 1.998. QUALIFICAÇÃO DE ENTIDADES COMO 
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS. INCISO XXIV DO ARTIGO 24 DA LEI N. 8.666, DE 21 DE 
JUNHO DE 1.993, COM A REDAÇÃO CONFERIDA PELA LEI N. 9.648, DE 27 DE MAIO 
DE 1.998. DISPENSA DE LICITAÇÃO. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AO DISPOSTO NOS 
ARTIGOS 5º; 22; 23; 37; 40; 49; 70; 71; 74, § 1º E 2º; 129; 169, § 1º; 175, 
CAPUT; 194; 196; 197; 199, § 1º; 205; 206; 208, § 1º E 2º; 211, § 1º; 213; 215, 
CAPUT; 216; 218, §§ 1º, 2º, 3º E 5º; 225, § 1º, E 209. INDEFERIMENTO DA 
MEDIDA CAUTELAR EM RAZÃO DE DESCARACTERIZAÇÃO DO PERICULUM IN MORA. 
1. Organizações Sociais --- pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, 
direcionadas ao exercício de atividades referentes a ensino, pesquisa científica, 
desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e 
saúde. 2. Afastamento, no caso, em sede de medida cautelar, do exame das razões 
atinentes ao fumus boni iuris. O periculum in mora não resulta no caso 
caracterizado, seja mercê do transcurso do tempo --- os atos normativos 
impugnados foram publicados em 1.998 --- seja porque no exame do mérito poder-
se-á modular efeitos do que vier a ser decidido, inclusive com a definição de 
sentença aditiva. 3. Circunstâncias que não justificariam a concessão do pedido 
liminar. 4. Medida cautelar indeferida. (ADI 1923 MC, Relator(a): Min. ILMAR 
GALVÃO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. EROS GRAU (ART.38,IV,b, DO RISTF), 
Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2007, DJ:21-09-2007) 
 
POSIÇÃO DO STJ SOBRE LICITAÇÃO E ORGANIZAÇÕES SOCIAIS 
ADMINISTRATIVO. CONTRATO DE GESTÃO. LICITAÇÃO. DISPENSA.1. O contrato 
de gestão administrativo constitui negócio jurídico criado pela Reforma 
Administrativa Pública de 1990.2. A Lei n. 8.666, em seu art. 24, inciso XXIV, 
dispensa licitação para a celebração de contratos de prestação de serviços com as 
organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, 
para atividades contempladas no contrato de gestão.3. Instituto Candango de 
Solidariedade (organização social) versus Distrito Federal. Legalidade de contrato 
de gestão celebrado entre partes.4. Ausência de comprovação de prejuízo para a 
Administração em razão do contrato de gestão firmado.5. A Ação Popular exige, 
para sua procedência, o binômio ilicitude e lesividade.6. Recurso especial 
 
 
 
17 
 
improvido.(REsp 952899/DF, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, 
julgado em 03/06/2008, DJe 23/06/2008) 
 
EMENTA: MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. 9.637, DE 15 DE MAIO DE 1.998. 
QUALIFICAÇÃO DE ENTIDADES COMO ORGANIZAÇÕES SOCIAIS. INCISO 
XXIV DO ARTIGO 24 DA LEI N. 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1.993, COM A 
REDAÇÃO CONFERIDA PELA LEI N. 9.648, DE 27 DE MAIO DE 1.998. 
DISPENSA DE LICITAÇÃO. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AO DISPOSTO NOS 
ARTIGOS 5º; 22; 23; 37; 40; 49; 70; 71; 74, § 1º E 2º; 129; 169, § 1º; 175, 
CAPUT; 194; 196; 197; 199, § 1º; 205; 206; 208, § 1º E 2º; 211, § 1º; 213; 
215, CAPUT; 216; 218, §§ 1º, 2º, 3º E 5º; 225, § 1º, E 209. 
INDEFERIMENTO DA MEDIDA CAUTELAR EM RAZÃO DE 
DESCARACTERIZAÇÃO DO PERICULUM IN MORA. 1. Organizações Sociais --- 
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, direcionadas ao exercício 
de atividades referentes a ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, 
proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde. 2. Afastamento, no 
caso, em sede de medida cautelar, do exame das razões atinentes ao fumus boni 
iuris. O periculum in mora não resulta no caso caracterizado, seja mercê do 
transcurso do tempo --- os atos normativos impugnados foram publicados em 
1.998 --- seja porque no exame do mérito poder-se-á modular efeitos do que vier a 
ser decidido, inclusive com a definição de sentença aditiva. 3. Circunstâncias que 
não justificariam a concessão do pedido liminar. 4. Medida cautelar indeferida. 
(ADI 1923 MC, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. EROS 
GRAU (ART.38,IV,b, DO RISTF), Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2007, DJe-106 
DIVULG-20-09-2007 PUBLIC-21-09-2007 DJ 21-09-2007 PP-00020 EMENT VOL-
02290-01 PP-00078 RTJ VOL-00204-02 PP-00575) 
Competência para ações ordinárias contra o CNJ 
DECISÃO: vistos, etc. Trata-se de ação cautelar preparatória, com pedido de 
liminar, proposta contra o Conselho Nacional de Justiça - CNJ. Ação em que o autor 
aponta a competência originária desta Suprema Corte, com fundamento na alínea 
“r” do inciso I do art. 103-B da Constituição Federal. Dispositivo cuja dicção é a 
seguinte: “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: [...] 
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do 
Ministério Público; ” 2. Pois bem, uma leitura apressada do texto constitucional 
pode levar à conclusão de que esta nossa Corte é competente para processar e 
julgar toda e qualquer demanda em que se discuta ato do CNJ. Sucede que um dos 
pressupostos de constituição válida e regular da relação jurídica processual é 
justamente a capacidade de ser parte ou legitimatio ad processum. Capacidade de 
ser parte que ordinariamente só é reconhecida às pessoas físicas ou jurídicas, e não 
 
 
 
18 
 
a meros órgãos. 3. Ora, o CNJ é um órgão do Poder Judiciário, nos termos do inciso 
I-A do art. 92 da Magna Lei. Donde se concluir que é a União, e não o CNJ, a 
pessoa legitimada a figurar no pólo passivo de ações ordinárias em que se 
questionem atos daquele Conselho. Pólo passivo em que a União deve comparecer 
representada pela sua Advocacia-Geral, como determina a cabeça do art. 131 da 
Lei Maior. 4. Por óbvio, essa não é a interpretação quando se cuidede mandado de 
segurança, mandado de injunção e habeas data contra atos do CNJ. Nessas 
hipóteses, o pólo passivo é ocupado diretamente por aquele Conselho ou pelo seu 
presidente, como autoridade impetrada, ainda que a União figure como parte. Isso 
diante da chamada personalidade judiciária que é conferida aos órgãos das pessoas 
político-administrativas para defesa de seus atos e prerrogativas nessas ações 
constitucionais mandamentais. 5. Nessa linha de raciocínio, o Supremo Tribunal 
Federal deu-se por incompetente para processar e julgar ações populares contra 
atos do CNJ, situação semelhante à tratada nestes autos. Refiro-me à Questão de 
Ordem na Pet 3674, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence (julgamento 
unânime). Em seu voto, Sua Excelência assim expôs a questão: “A EC 45/04 inseriu 
no rol de competências originárias do Supremo Tribunal, enumeradas no art. 102 
da Constituição, a alínea ‘r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra 
o Conselho Nacional do Ministério Público;’ 02. Dado que ditos conselhos não 
constituem pessoas jurídicas, mas, sim, órgãos do Poder Judiciário e do Ministério 
Público da União, duas leituras se oferecem à demarcação do alcance da nova 
cláusula da competência originária do Supremo: a) a primeira, restritiva, nela 
compreenderia apenas as ações nas quais – segundo o entendimento dominante, 
submisso à doutrina dos writs do direito anglo-americano – o órgão e não a pessoa 
jurídica seria a parte legitimada a figurar no pólo passivo da relação processual: 
assim, o mandado de segurança, o de injunção, o habeas corpus e o habeas data; 
b) a outra, mais ampla, atrairia para o Supremo qualquer processo no qual esteja 
em causa a revisão jurisdicional de atos dos referidos colegiados do chamado 
‘controle externo’ do Poder Judiciário ou do Ministério Público. 03. Nenhuma dessas 
duas inteligências possíveis do novo art. 102, I, r, da Lei Fundamental, no entanto, 
é capaz de abarcar a ação popular, ainda quando nela se visar à declaração de 
nulidade do ato de qualquer um dos conselhos nela referidos. [...] 09. O que 
importa, no entanto, é que, de qualquer modo, não se cuidaria de ação ‘contra o 
Conselho Nacional do Ministério Público’, mas de demanda que haveria de ser 
proposta contra a União e os membros daquele colegiado que – tendo composto a 
maioria na deliberação questionada – houvessem concorrido efetivamente para a 
edição dela.” 6. Ainda quanto à competência deste nosso Supremo Tribunal, cito o 
precedente Pet 3986 AgR, da relatoria do Min. Ricardo Lewandowski (julgamento 
unânime): “EMENTA: PETIÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA CONTRA DECISÃO DO 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. INCOMPETÊNCIA, EM SEDE ORIGINÁRIA, DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. I- Nos termos do art. 102 e incisos da Magna Carta, 
esta Suprema Corte não detém competência originária para processar e julgar 
ações civis públicas. II - Precedentes. III - Agravo desprovido.” Ante o exposto, não 
conheço da ação, por motivo de manifesta incompetência deste Supremo Tribunal 
Federal. Por conseguinte, determino a remessa dos autos à Seção Judiciária do 
Ceará. Tudo nos termos do § 1º do art. 21 do RISTF. Publique-se. Brasília, 10 de 
fevereiro de 2011. Ministro A YRES B RITTO Relator (AC 2803, Relator(a): Min. 
AYRES BRITTO, julgado em 10/02/2011, publicado em PROCESSO ELETRÔNICO 
DJe-032 DIVULG 16/02/2011 PUBLIC 17/02/2011) 
 
 
 
19 
 
 
DECIS ÃO: vistos, etc. Trata-se de ação cautelar preparatória, com pedido de 
liminar, proposta contra o Conselho Nacional de Justiça - CNJ. Ação em que o autor 
aponta a competência originária desta Suprema Corte, com fundamento na alínea 
“r” do inciso I do art. 103-B da Constituição Federal. Dispositivo cuja dicção é a 
seguinte: “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: [...] 
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do 
Ministério Público; ” 2. Pois bem, uma leitura apressada do texto constitucional 
pode levar à conclusão de que esta nossa Corte é competente para processar e 
julgar toda e qualquer demanda em que se discuta ato do CNJ. Sucede que um dos 
pressupostos de constituição válida e regular da relação jurídica processual é 
justamente a capacidade de ser parte ou legitimatio ad processum. Capacidade de 
ser parte que ordinariamente só é reconhecida às pessoas físicas ou jurídicas, e não 
a meros órgãos. 3. Ora, o CNJ é um órgão do Poder Judiciário, nos termos do inciso 
I-A do art. 92 da Magna Lei. Donde se concluir que é a União, e não o CNJ, a 
pessoa legitimada a figurar no pólo passivo de ações ordinárias em que se 
questionem atos daquele Conselho. Pólo passivo em que a União deve comparecer 
representada pela sua Advocacia-Geral, como determina a cabeça do art. 131 da 
Lei Maior. 4. Por óbvio, essa não é a interpretação quando se cuide de mandado de 
segurança, mandado de injunção e habeas data contra atos do CNJ. Nessas 
hipóteses, o pólo passivo é ocupado diretamente por aquele Conselho ou pelo seu 
presidente, como autoridade impetrada, ainda que a União figure como parte. Isso 
diante da chamada personalidade judiciária que é conferida aos órgãos das pessoas 
político-administrativas para defesa de seus atos e prerrogativas nessas ações 
constitucionais mandamentais. 5. Nessa linha de raciocínio, o Supremo Tribunal 
Federal deu-se por incompetente para processar e julgar ações populares contra 
atos do CNJ, situação semelhante à tratada nestes autos. Refiro-me à Questão de 
Ordem na Pet 3674, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence (julgamento 
unânime). Em seu voto, Sua Excelência assim expôs a questão: “A EC 45/04 inseriu 
no rol de competências originárias do Supremo Tribunal, enumeradas no art. 102 
da Constituição, a alínea ‘r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra 
o Conselho Nacional do Ministério Público;’ 02. Dado que ditos conselhos não 
constituem pessoas jurídicas, mas, sim, órgãos do Poder Judiciário e do Ministério 
Público da União, duas leituras se oferecem à demarcação do alcance da nova 
cláusula da competência originária do Supremo: a) a primeira, restritiva, nela 
compreenderia apenas as ações nas quais – segundo o entendimento dominante, 
submisso à doutrina dos writs do direito anglo-americano – o órgão e não a pessoa 
jurídica seria a parte legitimada a figurar no pólo passivo da relação processual: 
assim, o mandado de segurança, o de injunção, o habeas corpus e o habeas data; 
b) a outra, mais ampla, atrairia para o Supremo qualquer processo no qual esteja 
em causa a revisão jurisdicional de atos dos referidos colegiados do chamado 
‘controle externo’ do Poder Judiciário ou do Ministério Público. 03. Nenhuma dessas 
duas inteligências possíveis do novo art. 102, I, r, da Lei Fundamental, no entanto, 
é capaz de abarcar a ação popular, ainda quando nela se visar à declaração de 
nulidade do ato de qualquer um dos conselhos nela referidos. [...] 09. O que 
importa, no entanto, é que, de qualquer modo, não se cuidaria de ação ‘contra o 
Conselho Nacional do Ministério Público’, mas de demanda que haveria de ser 
 
 
 
20 
 
proposta contra a União e os membros daquele colegiado que – tendo composto a 
maioria na deliberação questionada – houvessem concorrido efetivamente para a 
edição dela.” 6. Ainda quanto à competência deste nosso Supremo Tribunal, cito o 
precedente Pet 3986 AgR, da relatoria do Min. Ricardo Lewandowski (julgamento 
unânime): “EMENTA: PETIÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA CONTRA DECISÃO DO 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. INCOMPETÊNCIA, EM SEDE ORIGINÁRIA, DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. I- Nos termos do art. 102 e incisos da Magna Carta, 
esta Suprema Corte não detém competência originária para processar e julgar 
ações civis públicas. II - Precedentes.III - Agravo desprovido.” Ante o exposto, não 
conheço da ação, por motivo de manifesta incompetência deste Supremo Tribunal 
Federal. Por conseguinte, determino a remessa dos autos à Seção Judiciária do 
Ceará. Tudo nos termos do § 1º do art. 21 do RISTF. Publique-se. Brasília, 10 de 
fevereiro de 2011. Ministro A YRES B RITTO Relator(AC 2804, Relator(a): Min. 
AYRES BRITTO, julgado em 10/02/2011, publicado em PROCESSO ELETRÔNICO 
DJe-032 DIVULG 16/02/2011 PUBLIC 17/02/2011) 
 
REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 667.958-MG 
RELATOR: MIN. GILMAR MENDES 
Recurso Extraordinário. 2. Análise da possibilidade de os entes federativos, 
empresas e entidades públicas ou privadas entregarem diretamente suas 
guias ou boletos de cobranças aos contribuintes ou consumidores 3. Recurso 
Extraordinário em que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos 
sustenta violação ao artigo 21, X, da Constituição Federal, segundo o qual 
compete à União manter o serviço postal e o correio aéreo nacional. 4. 
Razões recursais que também sustentam ofensa aos arts. 170 e 175 da CF. 
5. Tema que diz respeito à organização político-administrativa do Estado, 
alcançando, portanto, relevância econômica, política e jurídica, que 
ultrapassa os interesses subjetivos da causa. 6. Repercussão Geral 
reconhecida. 
 
DJe de 30 de abril a 4 de maio de 2012 
REPERCUSSÃO GERAL EM ARE N. 641.243-PR 
RELATOR: MIN. DIAS TOFFOLI 
EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO. AÇÃO DE 
INEXIGIBILIDADE DE ANUIDADE DE CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO 
PROFISSIONAL. DISCUSSÃO ACERCA DA NATUREZA JURÍDICA DESSA 
ANUIDADE E DA POSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO DE SEU VALOR POR MEIO DE 
RESOLUÇÃO INTERNA DE CADA CONSELHO. NECESSIDADE DE 
COMPOSIÇÃO DE PRINCÍPIOS E REGRAS CONSTITUCIONAIS. MATÉRIA 
 
 
 
21 
 
PASSÍVEL DE REPETIÇÃO EM INÚMEROS PROCESSOS, A REPERCUTIR NA 
ESFERA DE INTERESSE DE MILHARES DE PESSOAS. TEMA COM 
REPERCUSSÃO GERAL. 
 
 
QUESTÕES 2013 SOBRE O ASSUNTO 
 
1.(CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista Judiciário). 
Julgue os itens seguintes, relativos à organização administrativa do 
Estado. 
As empresas públicas devem ser constituídas obrigatoriamente sob a forma de 
sociedade anônima. 
 ( ) Certo ( ) Errado 
 
 
2 - (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista Judiciário -) 
O fato de uma autarquia federal criar, em alguns estados da Federação, 
representações regionais para aproximar o poder público do cidadão caracteriza o 
fenômeno da descentralização administrativa. 
 ( ) Certo ( ) Errado 
 
 
3 - (FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário ) 
Distinguem-se as autarquias das sociedades de economia mista que exploram 
atividade econômica, dentre outras características, em função de 
 a) não serem dotadas de autonomia e personalidade jurídica própria, embora 
submetidas ao regime jurídico de direito privado. 
 b) seu regime jurídico de direito público, exceto quanto ao processo de 
execução ao qual se submetem, típico do direito privado. 
 c) sua criação ser autorizada por lei, bem como por se submeterem tanto ao 
regime jurídico público, quanto ao regime jurídico privado. 
 
 
 
22 
 
 d) serem criadas por lei, bem como em função de seu regime jurídico de 
direito público. 
 e) se submeterem a processo especial de execução, que excetua o regime 
dos precatórios, embora não afaste a prescritibilidade de seus bens. 
 
 
4 - (FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário) 
Em relação às empresas estatais, é correto afirmar que 
 a) se submetem ao regime jurídico de direito público quando se tratar de 
empresa pública, porque o capital pertence a pessoas jurídicas de direito 
público. 
 b) se submetem ao regime jurídico típico das empresas privadas, com 
derrogações por normas de direito público. 
 c) não se submetem a lei de licitações, porque sujeitas ao regime jurídico 
típico de direito privado. 
 d) não se submetem a lei de licitações, salvo no que se refere às suas 
atividades fins, que dependem sempre de licitação. 
 e) se submetem integralmente ao regime jurídico de direito privado, sem 
derrogações, a fim de resguardar o princípio da isonomia em relação às 
demais empresas que atuem no setor. 
 
5. JUIZ DO TRABALHO - TRT 3 ªR - 2013 – TRT 3 ªR – Relativamente às 
agências reguladoras, é correto afirmar. 
a) Cabe-lhes, nos limites do texto constitucional, definir políticas públicas assim 
como executá-las nos diversos setores regulados. 
b) Integram a administração direta federal. 
c) Seus servidores são empregados públicos, sujeitos ao regime da CLT. 
d) Cabe-lhes substituir o poder executivo relativamente às funções que o poder 
concedente exerce nos contratos de concessão ou permissão de serviços públicos. 
e) As agências reguladoras podem assumir o modelo de fundação pública ou 
autarquia, conforme opção do ente político (União), no momento de sua criação. 
 
 
 
 
23 
 
6. JUIZ DO TRABALHO - TRT 8ªR - 2013 – TRT 8ªR - Sobre as pessoas 
jurídicas que compõem a administração pública indireta e à luz da legislação em 
vigor, assinale a alternativa CORRETA: 
a) Os dirigentes das Agências Reguladoras – Presidente, ou Diretor-Geral, ou 
Diretor-Presidente e os demais membros do Conselho Diretor ou da Diretoria são 
escolhidos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação pelo 
Senado Federal, por voto aberto, e terão prazo de mandato fixado na lei de criação 
de cada Agência. 
b) O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou 
fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos: I - ter um plano estratégico 
de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento, que definirão 
diretrizes, políticas e medidas voltadas para a racionalização de estruturas e do 
quadro de servidores, a revisão dos processos de trabalho, o desenvolvimento dos 
recursos humanos e o fortalecimento da identidade institucional da Agência 
Executiva; II – ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério 
supervisor com periodicidade mínima de dois anos e estabelecerão os objetivos, 
metas e respectivos indicadores de desempenho da entidade, bem como os 
recursos necessários e os critérios e instrumentos para a avaliação do seu 
cumprimento. 
c) À égide do Decreto- Lei 200/67 considera-se Autarquia o serviço autônomo, 
criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, que 
objetiva executar atividades típicas da Administração Pública, além de gestão 
administrativa e financeira centralizada. 
d) A remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos 
públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, 
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente, incluídas as 
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio 
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Aplica-se essa 
mesma regra às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas 
subsidiárias, que receberem ou não recursos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio 
em geral. 
e) A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de 
cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a 
admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da 
administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelopoder público, só poderão ser feitas se houver prévia dotação orçamentária 
 
 
 
24 
 
suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela 
decorrentes e se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, 
exceto quanto às empresas públicas e as sociedades de economia mista. 
 
GABARITOS: 
 
7. ( Prova: FCC - 2013 - DPE-AM - Defensor Público ) 
Mediante iniciativa do Governador, o Estado do Amazonas aprova lei, cujos 
artigos iniciais estão assim redigidos: 
“Artigo 1o - Fica o Poder Executivo autorizado a instituir, por escritura 
pública, sob a denominação de (...), uma (...) que se regerá por esta lei, 
pelas normas civis, por seu estatuto e com as finalidades discriminadas no 
artigo 2o . 
§ 1o - A .... será uma entidade civil, sem fins lucrativos, com prazo de 
duração indeterminado e adquirirá personalidade jurídica a partir da 
inscrição, no Registro competente, do seu ato constitutivo, com o qual 
serão apresentados o Estatuto e o respectivo decreto de aprovação”. 
 
Diante do texto legislativo acima, pode-se concluir que a entidade a ser 
criada será uma 
 a) empresa pública. 
 b) autarquia. 
 c) fundação de direito privado. 
 d) sociedade de economia mista. 
 e) associação pública. 
 
 
8 - ( Prova: FCC - 2013 - AL-PB - Procurador )É característica do regime 
jurídico das entidades da Administração Indireta 
 a) a existência de entidades de direito público, como as autarquias e 
empresas públicas, dotadas de prerrogativas semelhantes às dos entes 
políticos. 
 
 
 
25 
 
 b) a ausência de subordinação hierárquica entre as pessoas administrativas 
descentralizadas e os órgãos da Administração Direta responsáveis pela sua 
supervisão. 
 c) a obrigatoriedade de contratação de pessoal das entidades 
descentralizadas por meio do regime celetista. 
 d) que a existência legal das entidades descentralizadas decorra diretamente 
da promulgação de lei instituidora. 
 e) a obediência de todas as entidades descentralizadas à Lei Complementar 
no 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). 
 
 
9 - ( Prova: CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento - Direito )Com 
relação à administração pública direta e indireta, às 
autarquias e às empresas públicas, julgue os itens que se seguem. 
As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, com totalidade de 
capital público, cuja criação depende de autorização legislativa, e sua estruturação 
jurídica pode se dar em qualquer forma admitida em direito. 
 ( ) Certo ( ) Errado 
 
 
10 - ( Prova: CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento ) 
O instituto da desconcentração permite que as atribuições sejam distribuídas entre 
órgãos públicos pertencentes a uma única pessoa jurídica com vistas a alcançar 
uma melhora na estrutura organizacional. Assim, concentração refere-se à 
administração direta; já desconcentração, à indireta. 
 ( ) Certo ( ) Errado 
 
 
GABARITOS: 
 
1 - E 2 - E 3 - D 4 - B 5 - D 6- E 7-C 8 - B 9 - C 10 - E

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