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Cálculo Diferencial e Integral III Sandra Regina Leme Forster Revisada por Sandra Regina Leme Forster (janeiro/2013) APRESENTAÇÃO É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Cálculo Diferencial e Integral III, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina. A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis- ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail. Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação. Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple- mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal. A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar! Unisa Digital SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5 1 A INTEGRAL: INTERPRETAÇÕES E O TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO ...7 1.1 Distância Percorrida (uma Estimativa) .....................................................................................................................7 1.2 Distância Percorrida e Área Abaixo de uma Curva (Valor com Precisão) ................................................11 1.3 A Integral Definida e a Área Abaixo de uma Curva .........................................................................................19 1.4 Teorema Fundamental do Cálculo .........................................................................................................................24 1.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................32 1.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................32 2 PRIMITIVAS .............................................................................................................................................. 33 2.1 Derivada e Integral de Algumas Funções Elementares .................................................................................36 2.2 Regras Básicas de Integração ...................................................................................................................................39 2.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................39 2.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................40 3 ALGUMAS TÉCNICAS DE INTEGRAÇÃO............................................................................... 41 3.1 Integração por Decomposição ................................................................................................................................41 3.2 Integração por Substituição .....................................................................................................................................46 3.3 Integração por Partes ..................................................................................................................................................56 3.4 Integração de Algumas Funções Trigonométricas ..........................................................................................65 3.5 Integração de Função Racional ...............................................................................................................................73 3.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................79 3.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................80 RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 81 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 89 Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 5 INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), Esta apostila destina-se aos universitários do curso de Engenharia e tem a finalidade de servir de orientação aos estudos da disciplina Cálculo Diferencial e Integral III. Ela foi elaborada com o objetivo de fornecer ferramentas para ampliar os conhecimentos e auxiliar o(a) aluno(a) do Ensino a Distância (EaD). A apresentação dos conteúdos está estruturada em partes teóricas, aplicações em forma de exercí- cios resolvidos que aparecem como exemplos e exercícios de aprendizagem para melhor compreensão dos assuntos abordados. Espera-se, com este material, contribuir de forma expressiva para o seu aprendizado, porém sua participação nas aulas ao vivo, realização das atividades e interação no correio, fóruns de discussões e chats são fundamentais para o seu sucesso. Os tópicos apresentados são essenciais para que sejam entendidos o conceito, as técnicas e as aplicações das Integrais das funções de uma variável. No capítulo 1, tem-se a Integral: Interpretações e o Teorema Fundamental do Cálculo (TFC), ou seja, a integral é definida por meio de exemplos em que são usadas somas de áreas e, com isso, também definimos o TFC. No capítulo 2, são apresentadas as primiti- vas ou antiderivadas; a integral é apresentada como uma inversa da derivada e, a partir dessa “ideia”, são deduzidas as fórmulas de integração imediata, as quais serão utilizadas ao longo do desenvolvimento desta disciplina. No capítulo 3, são apresentados quatro métodos de integração: o da decomposição, da substituição, da integração por partes e da integração de funções racionais. Caso discorde de algo apresentado nesta apostila, comunique ao professor da disciplina, pois de- sejamos ouvi-lo(la) para que possamos melhorar o curso a cada trimestre. Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 7 Caro(a) aluno(a), Você deve estar lembrado(a) que, no pri- meiro capítulo da apostila de Cálculo Diferencial e Integral II, foi apresentada a interpretação geo- métrica e física da derivada. Vimos que a derivada de uma função em um ponto apresenta a taxa de variação instantânea e um exemplo disso é a velo- cidade instantânea, ou seja, a velocidade que um móvel apresenta em um determinado instante. Na ocasião, estudamos a velocidade de um móvel com destino de São Paulo (Capital) ao município de Extrema (MG), os quais estão a aproximada- mente 110 km de distância. Agora, queremos fazer o processo inverso; faremos uma estimativa da distância percorrida, tendo como dados a velocidade e o tempo. No ensino médio, no estudo da disciplina Física, com certeza você resolveu diversos pro- blemas sobre a velocidade. Então, deve estar lembrado(a) que, se a velocidade for uma cons- tante, podemos encontrar a distância usando a fórmula “Distância = Velocidade x Tempo”, mas, retornando ao problema real, por exemplo, do móvel que está indo de São Paulo a Extrema por uma rodovia movimentada, que apresenta alguns trechos comcurvas perigosas, alguns problemas no asfalto, pedágios, trechos que atravessam as zonas urbanas etc., como fazer essa viagem com uma velocidade constante? É impossível! Corre- to? Neste tópico, veremos como fazer uma esti- mativa da distância quando a velocidade não é uma constante. Em um primeiro momento, não apresenta- remos como exemplo a situação do móvel que se move de São Paulo a Extrema, mas apenas em um pequeno intervalo dessa viagem, pois, para a via- gem toda, além de não considerarmos a velocida- de como uma constante, deveríamos apresentá- -la como crescente, decrescente e constante em diversos trechos, o que ocasionaria certa dificul- dade no entendimento do que se deseja apresen- tar. A INTEGRAL: INTERPRETAÇÕES E O TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO1 1.1 Distância Percorrida (uma Estimativa) Suponha que queremos determinar a dis- tância percorrida em 1 minuto e que, nesse pe- ríodo, o carro tenha se movimentado com velo- cidade crescente. Inicialmente, vamos supor que a velocidade seja registrada a cada 10 segundos, como a Tabela 1.1 apresenta. Tabela 1.1 – Velocidade do carro a cada 10 segundos. Tempo (s) 0 10 20 30 40 50 60 Velocidade (km/h) 36 54,4 57,6 79,2 100,8 122,4 144 Velocidade (m/s) 10 14 16 22 28 34 40 Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 8 Qual é a distância que o carro percorreu nesses 60 segundos? Como não sabemos a velo- cidade que o carro está a cada instante (sabemos apenas nos instantes apresentados na tabela), não podemos calcular a distância exatamente, mas podemos fazer uma estimativa. Como a ve- locidade é crescente, o carro percorre no mínimo 100 metros ao longo dos primeiros 10 segundos, pois se percorre 10 metros em 1 segundo; como distância = velocidade x tempo, em 10 segundos percorrerá 10m/s x 10s = 100 m. Calculando de modo análogo as distâncias nos demais pontos, o carro percorre no mínimo 140 metros, no período de 10 a 20 segundos; no mínimo 160 metros, de 20 a 30 segundos; no mí- nimo 220 metros, de 30 a 40 segundos; no míni- mo 280 metros, de 40 a 50 segundos; no mínimo 340 metros, de 50 a 60 segundos. Dessa forma, em um período de 60 segundos (1 minuto), ele percorre, no mínimo: (10)(10) + (14)(10) + (16)(10) + (22)(10) + (28) (10) + (34)(10) = 1.240 metros. Assim, 1.240 metros é uma estimativa in- ferior da distância total percorrida ao longo de 1 minuto. Para obter a estimativa superior, faremos da seguinte maneira: ao longo dos 10 primeiros segundos, o carro percorre no máximo 140 me- tros; nos próximos 10 segundos, ou seja, 10 a 20 segundos, percorre no máximo 160 metros; de 20 a 30 segundos, no máximo 220 metros; de 30 a 40 segundos, no máximo 280 metros; de 40 a 50 segundos, no máximo 340 metros; e de 50 a 60 segundos, no máximo 400 metros. Dessa forma, em um período de 60 segundos (1 minuto), ele percorre, no máximo: 140 + 160 + 220 + 280 + 340 + 400 = 1.540 metros. Assim, 1.540 metros é uma estimativa su- perior da distância total percorrida ao longo de 1 minuto. Portanto, a distância total percorrida está entre 1.240 metros a 1.540 metros: 1.240 metros ≤ Distância total percorrida ≤ 1.540 metros. Existe uma diferença de 300 metros entre nossas estimativas superior e inferior. Podemos representar essas estimativas, superior e inferior, em um gráfico da velocidade. Veja na Figura 1.1. Figura 1.1 – Representação gráfica da velocidade medida a cada 10 segundos. Estimativa superior (área dos retângulos escuros e claros) Estimativa inferior (área dos retângulos escuros) 10 20 30 40 50 60 10 14 16 22 28 34 40 Velocidade Tempo Diferença entre as estimativas 10 30 = 40 - 10 Cálculo Diferencial e Integral III Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 9 Para esboçar esse gráfico, usamos os da- dos da Tabela 1.1 e traçamos uma curva suave por meio dos pontos plotados. A área do primei- ro retângulo escuro (10)(10) = 100 é a estimativa inferior da distância percorrida durante os 10 pri- meiros segundos. A área do segundo retângulo escuro é igual a (14)(10) = 140, que é a estimativa inferior da distância percorrida no segundo inter- valo de 10 segundos. Portanto, a área total dos re- tângulos escuros representa a estimativa inferior da distância total percorrida durante os 60 segun- dos. Considerando, conjuntamente, os retângu- los escuros e os claros, então, a primeira área é igual a (14)(10) = 140, que é a estimativa superior para a distância percorrida durante os 10 primei- ros segundos. Prosseguindo nesses cálculos, ob- temos que a estimativa superior para a distância total percorrida é representada pela área dos re- tângulos claros e dos retângulos escuros. Portan- to, a área apenas dos retângulos claros representa a diferença entre as duas estimativas. Para representar a diferença entre as duas estimativas, observe a Figura 1.1 e imagine as par- tes claras que você pode visualizar dos retângulos deslocadas para a direita e empilhadas uma em cima da outra. Isso dá um retângulo de base 10 e altura 30. Observe que a altura 30 é a diferença entre os valores inicial e final da velocidade, 30 = 40 – 10; e a base 10 é o intervalo de tempo entre as medidas das velocidades. Vamos verificar o que ocorre se estudarmos essas distâncias observando registros de 5 em 5 segundos. Veja a Tabela 1.2. Tabela 1.2 – Velocidade do carro a cada 5 segundos. Tempo (s) 0 5 10 15 20 25 30 Velocidade (m/s) 10 12 14 15 16 18 22 Tempo (s) 35 40 45 50 55 60 Velocidade (m/s) 26 28 32 34 39 40 Como anteriormente, tomando a velocida- de em cada intervalo de 5 segundos, obtemos uma estimativa inferior para esse grupo de 5 se- gundos. Durante os primeiros 5 segundos, a ve- locidade tem valor de, no mínimo, 10 m/s e, por- tanto, o carro percorre, no mínimo, (10)(5) = 50 metros. Durante os próximos 5 segundos, o carro percorre, no mínimo, (12)(5) = 60 metros, e assim por diante. Então, podemos agora dizer que a es- timativa inferior será dada por: (10)(5) + (12)(5) + (14)(5) + (15)(5) + (16)(5) + (18)(5) + (22)(5) + (26)(5) + (28)(5) + (32)(5) + (34)(5) + (39)(5) = 50 + 60 + 70 + 75 + 80 + 90 + 110 + 130 + 140 + 160 + 170 + 195 = 1.330 m. Observe que esse valor é maior do que a es- timativa anterior de 1.240 m. Obtemos uma nova estimativa superior considerando a velocidade ao final de cada in- tervalo de 5 segundos. Durante os primeiros 5 segundos, a velocidade é de, no máximo, 12 m/s e, portanto, o carro percorre, no máximo, (12)(5) = 60 metros; durante o próximo intervalo de 5 se- gundos, ou seja, de 5 a 10 segundos, ele percorre no máximo (14)(5) = 70 metros, e assim por dian- te. Portanto: (12)(5) + (14)(5) + (15)(5) + (16)(5) + (18)(5) + (22)(5) + (26)(5) + (28)(5) + (32)(5) + (34)(5) + (39)(5) + (40)(5) = 60 + 70 + 75 + 80 + 90 + 110 + 130 + 140 + 160 + 170 + 195 + 200 = 1.480 m. Esse valor é menor do que a estimativa su- perior anterior de 1.540 metros. Agora sabemos que: Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 10 1.330 metros ≤ Distância total percorrida ≤ 1.480 metros. Observe que a diferença entre as novas esti- mativas superior e inferior é, agora, de 150 m, me- tade do que era antes. Cortando pela metade o tamanho dos intervalos entre medidas, cortamos pela metade a diferença entre as estimativas infe- rior e superior. Podemos observar essas estimativas, infe- rior e superior, em um novo gráfico da velocidade. Os dados para a velocidade, medida a cada 5 segundos, estão na Figura 1.2. A área dos retân- gulos escuros representa, mais uma vez, a esti- mativa inferior e a área da união dos retângulos clarose escuros representa a estimativa superior. Como antes, a diferença entre as duas estimativas é representada pela área dos retângulos claros. Essa diferença pode ser calculada empilhando-se os retângulos claros verticalmente. Figura 1.2 – Representação gráfica da velocidade medida a cada 5 segundos. Tempo 10 20 30 40 50 60 10 14 16 22 28 34 40 Velocidade 15 25 35 45 55 5 12 18 26 32 39 15 Estimativa superior (área dos retângulos escuros e claros) Estimativa inferior (área dos retângulos escuros) Diferença entre as estimativas 5 30 = 40 -10 Obtemos, assim, um retângulo com mesma altura do anterior, mas com a metade da base. Portanto, sua área é a metade da anterior. Mais uma vez, sua altura é 30 = 40 – 10 e sua base é o intervalo de tempo 5. Exemplos 1. Qual seria a diferença entre as estimativas superior e inferior se a velocidade fosse dada a cada 2,5 segundos? E se fosse dada a cada segundo? E a cada décimo de segundo? Solução: A cada 2,5 segundos: (40 – 10).(2,5) = 30.(2,5) = 75 metros. A cada segundo: (40 – 10).(1) = 30.(1) = 30 metros. A cada décimo de segundo: (40 – 10).(1/10) = 30.(1/10) = 3 metros. Cálculo Diferencial e Integral III Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 11 2. Com que frequência devemos marcar as velocidades de modo a estimar a distância total per- corrida com uma precisão de 1 metro? Solução: Agora queremos determinar a frequência, ou seja, o intervalo de tempo, em que iremos anotar a velocidade do móvel. Se a distância total percorrida deverá ter uma precisão de 1 metro, significa que a diferença entre as estimativas superior e inferior deverá ser menor que 1 metro. A diferença entre a velocidade no início e no final do intervalo de observação é 40 – 10 = 30 e o in- tervalo de tempo entre as medidas é h; então, a diferença entre as estimativas superior e inferior é (30).h. Queremos (30)h < 1, o que nos dá 1 0,03 30 h h< ⇒ @ . Assim, se as medidas forem feitas a intervalos menores do que 0,03 segundo, a estimativa da dis- tância terá precisão inferior a 1 metro. 1.2 Distância Percorrida e Área Abaixo de uma Curva (Valor com Precisão) Como você pode ter notado no tópico an- terior, fizemos estimativas das distâncias percor- ridas por um móvel a partir da velocidade em determinados instantes. Agora, vamos ver como é que se determinam essas distâncias com preci- são. Para isso, devemos obter uma expressão que apresentará essa distância percorrida. Vamos expressar a distância exata percor- rida como um limite de estimativas, assim como expressamos a velocidade instantânea como um limite de velocidades médias, na apostila Cálculo: Derivadas, na qual vimos que tan 0 limins tânea t sV tD → D = D . No exemplo do tópico anterior, apresenta- mos uma estimativa da distância percorrida por um mesmo móvel em duas situações: 1. a partir dos registros das velocidades a cada 10 segundos; 2. a partir dos registros das velocidades a cada 5 segundos. Nesses dois casos, as velocidades foram re- gistradas em tempos igualmente espaçados, ou seja, de 10 em 10 segundos e de 5 em 5 segundos. O tempo inicial, o qual podemos denominar t0, é t0 = 0 e o tempo final, o qual podemos denominar tn, é tn = 60. Em cada uma das situações, é possível determinar o número de intervalos estudados, pois temos o intervalo de tempo a ser estudado e os tempos inicial e final. Na 1ª situação, temos t0 = 0 e tn = 60; logo, o tempo total de estudo é tn - t0 = 60 – 0 = 60 segundos. Além disso, os registros fo- ram realizados de 10 em 10 segundos, o que nos leva a concluir que foram feitos 6 registros após o 1º registro no tempo inicial de 0 segundo, ou seja: 60 0 60 6 10 10 − = = , ou seja, 0 0 0 0 1 0 2 1 1 ...n n n n n n t t t t t t t t n t t t t t t t− − − − − = = = = = − − − D (fórmula I) (onde Dt representa a variação, ou incremento, em t). Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 12 De forma análoga, podemos verificar o nú- mero n de intervalos na 2ª situação, ou seja, para os intervalos de tempo de 5 segundos. O que pôde ser notado no estudo do tó- pico 1.1 é que, à medida que são diminuídos os intervalos de tempo, ou seja, intervalos de 10 se- gundos, 5 segundos, 2,5 segundos, 1 segundo, 0,1 segundo, a distância percorrida pelo móvel aproxima-se de seu valor real, ou seja, para inter- valos de tempo tão pequenos (próximos de zero), a distância aproxima-se do valor real. Para dimi- nuirmos o tamanho dos intervalos estudados, é necessário aumentarmos o número de intervalos, ou seja, quanto menor o tamanho do intervalo, maior a quantidade de intervalos. Agora vamos estudar uma situação genera- lizada. Suponha que queiramos saber a distância percorrida por um objeto ao longo do intervalo de tempo a ≤ t ≤ b. A velocidade no instante t é dada por v = f(t). Suponha também que tomemos medidas de f(t) em instantes igualmente espaça- dos, t0, t1, t2 ... tn. Como t0 = a e tn = b, o intervalo de tempo entre duas medidas consecutivas é n abt −=D (essa fórmula pode ser obtida por meio da fórmula I). Durante o primeiro intervalo de tempo, a velocidade pode ser aproximada por f(t0), de modo que a distância percorrida é de, aproxima- damente, f(t0)Dt (pois vimos que distância = velocidade X tempo). Durante o segundo intervalo de tempo, a velocidade está em torno de f(t1), de modo que a distância percorrida é cerca de f(t1)Dt. Continuando desse modo e somando to- das as estimativas, obtemos uma estimativa para a distância total. No último intervalo de tempo, a velocidade é, aproximadamente, f(tn-1). A estima- tiva para o último termo é f(tn-1) Dt, de modo que distância percorrida entre a e b @ f(t0)Dt + f(t1)Dt + f(t2)Dt + ... + f(tn-1) Dt. Essa expressão é chamada soma à esquer- da, pois usamos como valor da velocidade o da extremidade esquerda de cada intervalo de tem- po. Ela pode ser representada pela soma das áreas dos retângulos da Figura 1.3. Também podemos calcular a soma à direita usando como valor da velocidade o da extremidade direita de cada in- tervalo de tempo. Nesse caso, a estimativa para o primeiro intervalo de tempo é f(t1)Dt, para o se- gundo intervalo a estimativa é f(t2)Dt, e assim por diante. A estimativa para o último intervalo é f(tn) Dt, de modo que distância percorrida entre a e b @ f(t1)Dt + f(t2)Dt + f(t3)Dt + ... + f(tn) Dt. A soma à direita é representada pela área dos retângulos da Figura 1.4. Cálculo Diferencial e Integral III Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 13 Figura 1.3 – Somas à esquerda. Figura 1.4 – Somas à direita. Tempo t1 ... Velocidade t2 tn-1 a = t0 Dt f (t1) f(tn) tn = b Tempo t1 ... tn = b Velocidade t2 tn-1 a = t0 Dt f (t0) f(tn-1) Tempo t1 ... Velocidade t2 tn-1 a = t0 Dt f (t1) f(tn) tn = b Tempo t1 ... tn = b Velocidade t2 tn-1 a = t0 Dt f (t0) f(tn-1) Sendo f uma função crescente, a soma à esquerda será uma estimativa inferior para a dis- tância total percorrida, já que, para cada intervalo de tempo, usamos a velocidade do início daquele intervalo para calcular a distância percorrida, en- quanto a velocidade continua a aumentar após aquela medida. Obtemos uma estimativa supe- rior ao usar a velocidade do lado direito de cada intervalo de tempo. Os gráficos das Figuras 1.3 e 1.4 podem ser representados em um únicoplano, como na Figura 1.5. No gráfico da Figura 1.6, observe que a cur- va é decrescente, ou seja, a função é decrescen- te. Veja que, nessa situação, na soma à esquerda, teremos uma estimativa superior para a distância total percorrida e, na soma à direta, a estimativa inferior. Estudando a função crescente e a decres- cente, podemos perceber que o valor exato da distância percorrida está em algum lugar entre as duas estimativas, ou seja, entre as estimativas superior e inferior. A precisão dessas estimativas depende da proximidade das duas somas, tanto para a função crescente quanto para a decrescen- te no intervalo [a,b]: | Diferença entre estimativa sup e inf | = |diferença entre f(a) e f(b)| x Dt = |f(b) – f(a)|. Dt. Essa diferença é em módulo para torná-la não negativa. Tomando medidas suficientemente próxi- mas, podemos tornar Dt tão pequeno quanto qui- sermos e, dessa forma, tornar as estimativas su- perior e inferior tão pequenas quanto quisermos. Para determinar a distância total exata per- corrida entre os instantes a e b, tomamos os limi- tes das somas, quando n, números de subdivisões do intervalo [a,b], tende para o infinito. A soma das áreas dos retângulos se aproxima da área abaixo da curva entre t = a e t = b, daí conclui-se que distância percorrida entre a e b = )esquerdaàsoma(lim n ∞→ ]t)t(f...t)t(ft)t(f[lim 1n10n D++D+D −∞→ = área abaixo da curva f(t) entre t = a e t = b e distância percorrida entre a e b = )direitaàsoma(lim n ∞→ ]t)t(f...t)t(ft)t(f[lim n21n D++D+D∞→ = área abaixo da curva f(t) entre t = a e t = b Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 14 Figura 1.5 – Somas à esquerda e à direita para f cres. Figura 1.6 – Somas à direita e a esquerda para f decres. Tempo t1 ... tn = b Velocidade t2 tn-1 a = t0 Dt f (a) f(b) Tempo t1 ... tn = b Velocidade t2 tn-1 a = t0 Dt f (b) f(a) Dt f (b) – f (a) Dif erença entre as estimativas Tempo t1 ... tn = b Velocidade t2 tn-1 a = t0 Dt f (a) f(b) Tempo t1 ... tn = b Velocidade t2 tn-1 a = t0 Dt f (b) f(a) Dt f (b) – f (a) Dif erença entre as estimativas Assim, se n for suficientemente grande, as somas à esquerda e à direita são estimativas preci- sas para a distância percorrida. Esse método para calcular a distância, tomando-se o limite de uma soma, funciona mesmo que a velocidade não seja crescente ou decrescente ao longo do intervalo de tempo. O texto anterior apresenta uma situação em que a função estudada é a velocidade, po- rém isso é válido para qualquer função que seja contínua em a ≤ x ≤ b, com uma possível exceção de alguns pontos e limitada em todo o intervalo. Esse intervalo, da mesma forma que foi realizado para a função velocidade, pode ser dividido em n subintervalos iguais, denotados de Dx cada in- tervalo, como pode ser observado na Figura 1.7. Figura 1.7 – Divisões em subintervalos. a b f(x) f(b) f(a) A(x) x y a b f(x) f(b) f(a) ….. x y a b f(x) f(b) f(a) x y (a) 4 abx −=D (b) 8 abx −=D (c) n abx −=D Cálculo Diferencial e Integral III Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 15 Conforme ilustra a Figura 1.8, notamos que a soma à esquerda de uma função crescente é dada pela área formada pela soma de retângulos de base Dx e a medida de sua altura é igual ao valor funcional no ponto estudado, de forma que, em cada retângulo, essa altura é um segmento abaixo da curva, já a soma à direita é dada pela área formada pela soma de retângulos de base Dx e a medida de sua altura é igual ao valor funcional no ponto estudado, de forma que essa altura em cada retângulo é um segmento acima da curva. Observe que as Figuras 1.7(c) e 1.8 eviden- ciam que, quanto maior o número n de subinter- valos, menor será cada intervalo, aumentará o número de retângulos, a área de cada retângulo será menor e, dessa forma, as faltas e os excessos na área total também serão menores (isso pode ser notado nas sobras e excessos das partes cin- za claro de cada retângulo das Figuras 1.7 (a) e (b)). Quanto maior o número de subintervalos, mais próximo da área real chegaremos. Fazer n tender a infinito é o mesmo que fazer a base de cada retângulo tender a zero, ou seja, é fazer cada retângulo aproximar-se de uma linha, tornando as diferenças das sobras e excessos praticamen- te insignificantes, ou seja, praticamente iguais a zero. Vamos escrever isso por meio de símbolos matemáticos (acompanhe isso após a Figura 1.8). Figura 1.8 – Somas à esquerda e à direita. t0= t1 t2 tn-1 = tn A0 A1 A2 A1 A4 An-1 An A1 A0 a b f(x) f(b) f(a) x y ... A soma inferior é a soma dos retângulos de cor cinza escuro. Inicia-se em A0 e finaliza-se em An-1. Essa soma apresenta uma aproximação para a área no intervalo [a,b] entre a curva e o eixo Ox. Todos esses retângulos estão abaixo da curva e, por isso, a soma dessas áreas resulta em uma área inferior. Este retângulo está por baixo do re- tângulo cinza escuro. Tem altura f(t1) e base Dt. Portanto, A1 = f(t1). Dt. Este retângulo está dentro do retân- gulo cinza claro. Tem altura f(t0) e base Dt. Portanto, A0 = f(t0). Dt. Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 16 Soma à esquerda Atotal = A0 + A1 + A2 + A3 Para um número finito de subintervalos (Figura 1.7(a)). Atotal = A0 + A1 + A2 + ... + An-1 Para um número infinito de subintervalos (Figura 1.8). Atotal = i 1ni 0i AS −= = O símbolo S é um sigma maiúsculo, ou “S” grego, onde o S está informando que estamos somando os termos da forma Ai, começando em i = 0 e finalizando em i = n – 1. Atotal = t)t(f i 1ni 0i DS −= = Pois a área de cada retângulo é dada por f(ti)Dt. t)t(f...t)t(ft)t(ft)t(f 1n10i 1ni 0i D++D+D=D − −= = S Desmembrando a soma do 1º ao n-ésimo menos 1 termo das subdivisões. D=D SS −= =∞→ −= = t)t(flimt)t(f i 1ni 0in i 1ni 0i Usamos o limite, pois temos infinitos subintervalos, ou seja, n tendendo a um número infinito de subintervalos. dt)t(ft)t(flimt)t(f b ai 1ni 0in i 1ni 0i ∫SS = D=D −= =∞→ −= = A notação ∫ (de integral) é originária de um “S” antigo, que significa “soma”, da mesma forma que o S. O “dt” na integral vem do fator Dt. Observe que os limites do símbolo S são 0 e n – 1, enquanto os limites para o símbolo ∫ são “a” e “b”. Soma à direita Atotal = A1 + A2 + A3 + A4 Para um número finito de subintervalos (Figura 1.7(a)). Atotal = A0 + A1 + A2 + ... + An Para um número infinito de subintervalos (Figura 1.8). Atotal = i ni 1i AS = = O símbolo S é um sigma maiúsculo, ou “S” grego, onde o S está informando que estamos somando os termos da forma Ai, começando em i = 1 e finalizando em i = n. Atotal = t)t(f i ni 1i DS = = Pois a área de cada retângulo é dada por f(ti)Dt. t)t(f...t)t(ft)t(ft)t(f n21i ni 1i D++D+D=DS = = Desmembrando a soma do 1º ao n-ésimo menos 1 termo das subdivisões. D=D SS = =∞→ = = t)t(flimt)t(f i ni 1in i ni 1i Usamos o limite, pois temos infinitos subintervalos, ou seja, n tendendo a um número infinito de intervalos. dt)t(ft)t(flimt)t(f b ai ni 0in i ni 1i ∫SS = D=D= =∞→ = = A notação ∫ (de integral) é originária de um “S” antigo, que significa “soma’, da mesma forma que o S. O “dt” na integral vem do fator Dt. Observe que os limites do símbolo S são 1 e n, enquanto os limites para o símbolo ∫ são “a” e“b” Cálculo Diferencial e Integral III Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 17 Observação: Ver fórmulas de somatórios na aula web “Somatório”. Cada uma dessas somas é denominada Soma de Riemann, a f é chamada integrando e a e b são chamados limites de integração. Quando os limites à esquerda e à direita existem e são iguais para a soma com n tenden- do ao infinito e com o integrando de uma função contínua em a ≤ x ≤ b, define-se a integral defini- da como sendo o limite dessas somas. AtençãoAtenção � � Observação Cada uma dessas somas é denominada Soma de Riemann, a f é chamada integrando e a e b são chamados limites de integração. : Ver fórmulas de somatórios na aula web “Somatório”. Quando os limites à esquerda e à direita existem e são iguais para a soma com n tendendo ao infinito e com o integrando de uma função contínua em a ≤ x ≤ b, define-se a integral definida como sendo o limite dessas somas. Atenção Exemplo 1. Determine as somas à esquerda e à direita com n = 4 e n = 10 para GWW���³ . Como fica a comparação dos valores dessas somas com o valor verdadeiro da integral? Represente as somas por meio de um gráfico para n = 4 e para n = 10. Tem-se que a = 1 e b = 5, de modo que para n = 4, Solução: �� ��W � ' . Portanto, t0 = 1; t1 = 2; t2 = 3; t3 = 4 e t4 = 5. Soma à esquerda = '�'�'�' W���IW���IW���IW���I � � ¹¸·©¨§ ' 6³ � fofo WWIHVTXHUGDjVRPDGWWI LQL LQQED ��OLPOLP�� ��� � ¹¸·©¨§ ' 6³ fofo WWIGLUHLWDjVRPDGWWI LQLLQQED ��OLPOLP�� �'HILQLomR�GH�LQWHJUDO�GHILQLGD�$�LQWHJUDO�GHILQLGD�GD�I��GH�³D´�D�³E´��GHQRWDGD�SRU� ³ED GW�W�I ��p�R� OLPLWH�GDV�VRPDV� j� HVTXHUGD� RX� j� GLUHLWD�� FRP� Q� VXELQWHUYDORV�� TXDQGR� Q� ILFD�DUELWUDULDPHQWH�JUDQGH��RX�VHMD�����H� Exemplo 1. Determine as somas à esquerda e à direita com n = 4 e n = 10 para dt t 15 1 ∫ . Como fica a compa- ração dos valores dessas somas com o valor verdadeiro da integral? Represente as somas por meio de um gráfico para n = 4 e para n = 10. Solução: Tem-se que a = 1 e b = 5, de modo que para n = 4, 1 4 15t =−=D . Portanto, t0 = 1; t1 = 2; t2 = 3; t3 = 4 e t4 = 5. Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 18 Soma à esquerda = =D+D+D+D t)4(ft)3(ft)2(ft)1(f 1 1 1 1 12 6 4 3.1 .1 .1 .1 1 2 3 4 12 25 2,083 12 + + + + + + = = = @ Soma à direita = =D+D+D+D t)5(ft)4(ft)3(ft)2(f 1 1 1 1 30 20 15 12.1 .1 .1 .1 2 3 4 5 60 77 1,283 60 + + + + + + = = = @ A soma à esquerda é maior do que a área abaixo da curva e a soma à direita é menor; a área abaixo do gráfico de f(t) = 1/t, de t = 1 até t = 5, está entre 1,283 e 2,083. Assim, 5 1 11,283 2,083.dt t ≤ ≤∫ Quando n = 10, 5 1 0,4 10 t −D = = . Portanto, t0 = 1; t1 = 1,4; t2 = 1,8; t3 = 2,2, t4 = 2,6, t5 = 3; t6 = 3,4; t8 = 3,8; t8 = 4,2; t9 = 4,6, t10 = 5. Soma à esquerda = t)6,4(ft)2,4(f...t)8,1(ft)4,1(ft)1(f D+D++D+D+D 1 1 1 1 1.0,4 .0,4 .0,4 ... .0, 4 .0, 4 1 1, 4 1,8 4, 2 4,6 1,76 + + + + + @ @ Soma à direita = t)6,4(ft)2,4(f...t)8,1(ft)4,1(ft)1(f D+D++D+D+D 1 1 1 1 1.0,4 .0,4 ... .0, 4 .0, 4 .0, 4 1,4 1,8 4,2 4,6 5 1,44 + + + + + @ @ −1 1 2 3 4 5 6 7 8 −0.8 −0.4 0.4 0.8 1.2 1.6 2.0 2.4 2.8 3.2 3.6 x y 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 −0.8 −0.4 0.4 0.8 1.2 1.6 2.0 2.4 2.8 3.2 3.6 x y Cálculo Diferencial e Integral III Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 19 A soma à esquerda é maior do que a área abaixo da curva e a soma à direita é menor; a área abaixo do gráfico de f(t) = 1/t, de t = 1 até t = 5, está entre 1,44 e 1,76. Assim, 5 1 11,44 1,76.dt t ≤ ≤∫ Bom, você deve ter obsevado que as somas à esquerda e à direita limitam o valor verdadeiro da integral. À medida que os subintervalos tornam-se menores, as somas à esquerda e à direita aproximam- -se cada vez mais. 1.3 A Integral Definida e a Área Abaixo de uma Curva Em Cálculo Diferencial e Integral II, vimos que a notação de Leibniz, dy/dx, nos lembra de que a derivada é o limite de uma razão incremen- tal. Agora, vamos ver que a notação para a inte- gral definida nos ajuda a lembrar do significado de integral. O símbolo ( ) b a f x dx∫ , como vimos em soma à esquerda e soma a direita, é um limite de somas de termos da forma “f(x) vezes uma peque- na diferença em x”. Formalmente, dx não é um objeto separado, mas sim uma parte do símbolo da integral. Assim, da mesma forma que conside- ramos df/dx, que significa “a derivada da função f em relação a x”, também consideramos ( ) b a f x dx∫ um único símbolo, que significa “a integral da fun- ção f em relação a x”. No entanto, conforme se pode ver na Figura 1.8 e no texto sobre soma à esquerda e soma à direita, na ( ) b a f t dt∫ , informalmente podemos con- siderar que dt representa uma variação de t, “in- finitesimalmente” pequena, que, nesse contexto, é multiplicado pelo valor de f(t). Esse enfoque é uma das interpretações dadas para a integral de- finida. Da mesma forma, podemos dar essa inter- pretação para ( ) b a f x dx∫ . a b f(x) f(b) f(a) A(x) x y a b f(x) f(b) f(a) A(x) x y a b f(x) f(b) f(a) A(x) x y a b f(x) f(b) f(a) A(x) x y a b f(x) f(b) f(a) A(x) x y Figura 1.9 – Integral definida ( ) . b a f x dx∫ Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 20 A notação ( ) b a f x dx∫ é lida integral definida de “a” a “b” da função f(x) dx. Pode ser considera- da uma soma de pequenas parcelas, fornecendo uma área total entre “a” e “b” (ver a sequência de gráficos da Figura 1.9). Essa notação ajuda a determinar qual uni- dade deve ser usada no valor numérico da inte- gral; já que os termos a serem somados são da forma f(x)dx, ou seja, “f(x) vezes uma pequena di- ferença em x”, a unidade de medida é o produto da unidade para x e da unidade para f(x). Assim, se f(x) e x são dimensões de um retângulo na uni- dade metro, então, ( ) b a f x dx∫ tem como unidade metros x metros = m². Se f(x) fosse a velocidade de um móvel, dada em m/s, e dx os intervalos de tempo em segundos, a unidade de medida da re- ferida integral definida seria “m/s x s = m”. AtençãoAtenção � � Atenção Exemplos 1. Considere a integral G[[��� �³� � . Interprete a integral como uma área e determine seu valor exato. Observe que a função integrando, ou seja, a f(x) = Solução: �[� � é a equação da semicircunferência. Veja que podemos reescrevê-la da seguinte forma: �[�\ � ; então, elevando os dois membros ao quadrado, vamos ter � � � � ����� [�\[�\ � � �\[ �� � . Daí, fica fácil notar que se trata de uma circunferência de centro (0,0) e raio = 2, mas é importante observar que a função original vem de f(x) = �[� � . Como essa raiz quadrada assume apenas os valores positivos, significa que temos como resposta apenas $�LQWHJUDO�GHILQLGD�FRPR�XPD�iUHD�4XDQGR�I�[��p�SRVLWLYD�H�D���E��ÈUHD�DEDL[R�GR�JUiILFR�GD�I�HQWUH�³D´�H�³E´�p�GDGD�SHOD� ³ED G[�[�I ���4XDQGR�I�[��QmR�p�SRVLWLYD�H�D���E��ÈUHD�HQWUH�D�FXUYD�GD�IXQomR�I���R�HL[R�[�H�R�LQWHUYDOR�>D�E@�VmR�GDGRV�SHOR�RSRVWR�GR�YDORU�QXPpULFR�GD� ³ED G[�[�I ��RX�VHMD��$� � ³� ED G[�[�I ��4XDQGR� I�[�� � p� SRVLWLYD� SDUD�DOJXQV� YDORUHV� GH� [� H� QHJDWLYD� SDUD�RXWURV�H�D���E��³ED G[�[�I �p�D�VRPD�GDV�iUHDV�DFLPD�GR�HL[R�[��FRQWDGDV�SRVLWLYDPHQWH��H�GDV��iUHDV�DEDL[R�GR�HL[R�[��FRQWDGDV�QHJDWLYDPHQWH�� Cálculo Diferencial e Integral III Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 21 Exemplos 1. Considere a integral dxx4 2 2 2∫ − − . Interprete a integral como uma área e determine seu valor exato. Solução: Observe que a função integrando, ou seja, a f(x) = 2x4 − é a equação da semicircunferência. Veja que podemos reescrevê-la da seguinte forma: 2x4y −= ; então, elevando os dois membros ao quadrado, vamos ter ( ) ( ) 22222 x4yx4y −=⇒−= ⇒ 4yx 22 =+ . Daí, fica fácil notar que se trata de uma circunferência de centro (0,0) e raio = 2, mas é importante observar que a função original vem de f(x) = 2x4 − . Como essa raiz quadrada assume apenas os valores positivos, significa que temos como resposta apenas os valores positivos dessa circunferência e, dessa forma, teremos somente uma parte da circunferência, ou seja, a semicircunferência. A integral é a área abaixo do gráfico de f(x) = 2x4 − , entre -2 e 2 e o eixo Ox, que é dada pela superfície do semicírculo de raio 2 e área π= π = π 2 2 4 2 r 2 . 2. Considere a integral definida 1 2 1 ( 1)x dx − −∫ . a) Determine o valor dessa integral tendo como referência que 1 ( ) lim ( ) i nb ia n i f x dx f x x = →∞ = = D S∫ . b) Qual é a relação entre a integral 1 2 1 ( 1)x dx − −∫ e a área da região limitada pela parábola y = x² -1 e o eixo x? Solução: a) Vamos determinar a integral 1 2 1 ( 1)x dx − −∫ pelo processo da soma das áreas dos retângulos, con- forme ilustra a 1ª figura a seguir. −2.0 −1.0 1.0 2.0 3.0 −2.0 2.0 x y Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 22 Definimos, anteriormente, que a 1 ( ) lim ( ) i nb ia n i f x dx f x x = →∞ = = D S∫ . Pelo desenho, podemos notar que os valores funcionais que estamos admitindo como os valores das alturas de cada retângulo são os valores à esquerda. Dessa forma, ao somarmos as áreas de todos os retângulos da figura, estaremos fazendo uma soma à esquerda. Cada retângulo apresenta a área dada por f(xi).Dx. Como o cálculo da integral definida da f de “a” a “b” é o limite das somas à esquerda ou à direita, com n subintervalos, quando n fica arbitraria- mente grande, tanto faz se iremos calcular essas somas à direita ou à esquerda. Observe que, se considerarmos a soma dos n-ésimos retângulos contidos no intervalo [0,1], vamos obter a 1 2 0 ( 1)x dx−∫ . A figura mostra que o eixo Oy é um eixo de simetria do gráfico dessa função e, dessa forma, divide o gráfico em duas partes de mesma área, ou seja, 1 2 0 ( 1)x dx−∫ 0 2 1 ( 1)x dx − = −∫ . Sendo assim, 1 2 1 ( 1)x dx − −∫ 1 2 0 2 ( 1)x dx= −∫ . Para determinar 1 2 0 ( 1)x dx−∫ , vamos dividir o intervalo [0,1] em n subintervalos, cada um com com- primento 1 0 1x n n − D = = , e vamos denotar o i-ésimo subintervalo de [xi-1, xi] Vamos ter: x0 = 0; x1 = Dx; x2 = 2Dx; x3 = 3Dx;...; xi-1 = (i-1)Dx; xi = iDx e xn = 1. −1 1 −1 x y ... −1 1 −1 x y xi-1 xi f(xi-1) ... Valores funcionais à esquerda Dx 2Dx 3Dx Dx � � Definimos, anteriormente, que a ¹¸·©¨§ ' 6³ fo [�[�IOLPG[�[�I LQL �LQED . Pelo desenho, podemos notar que os valores funcionais que estamos admitindo como os valores das alturas de cada retângulo são os valores à esquerda. Dessa forma, ao somarmos as áreas de todos os retângulos da figura, estaremos fazendo uma soma à esquerda. Cada retângulo apresenta a área dada por f(xi).'x. Como o cálculo da integral definida da f de “a” a “b” é o limite das somas à esquerda ou à direita, com n subintervalos, quando n fica arbitrariamente grande, tanto faz se iremos calcular essas somas à direita ou à esquerda. Observe que, se considerarmos a soma dos n-ésimos retângulos contidos no intervalo [0,1], vamos obter a G[��[��� �³ � . A figura mostra que o eixo Oy é um eixo de simetria do gráfico dessa função e, dessa forma, divide o gráfico em duas partes de mesma área, ou seja, G[��[��� �³ � G[��[��� �³� � . Sendo assim, G[��[��� �³� � G[��[���� �³ � . Para determinar G[��[��� �³ � , vamos dividir o intervalo [0,1] em n subintervalos, cada um com comprimento Q�Q��[ � ' , e vamos denotar o i-ésimo subintervalo de [xi-1, xi] Vamos ter: x0 = 0; x1 = 'x; x2 = 2'x; x3 = 3'x;...; xi-1 = (i-1)'x; xi = i'x e xn = 1. Estamos considerando as somas à esquerda, portanto ¹¸·©¨§ ' � � fo 6³ [�[�IOLPG[��[� �LQL �LQ��� . Como xi-1 = (i-1)'x e f(x) = x² -1, então f(xi-1) = [ [(i-1)'x]²-1]. Logo, > @ > @ ¹¸·©¨§ '�'� ¹¸·©¨§ '�'� ¹¸·©¨§ ' � 666³ fo fo� fo [�[��L�OLP[�@[��L>�OLP[�[�IOLPG[��[� ��QL �LQ�QL �LQ�LQL �LQ��� ¹¸·©¨§ '�'� 6 fo [[��L�OLP ��QL �LQ . Mas Q�[ ' , assim vamos ter: '[�[� �� [Q ��[� '[� [� �'[� [�L��� �L���'[� [L L'[����� ���� Cálculo Diferencial e Integral III Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 23 � � Definimos, anteriormente, que a ¹¸·©¨§ ' 6³ fo [�[�IOLPG[�[�I LQL �LQED . Pelo desenho, podemos notar que os valores funcionais que estamos admitindo como os valores das alturas de cada retângulo são os valores à esquerda. Dessa forma, ao somarmos as áreas de todos os retângulos da figura, estaremos fazendo uma soma à esquerda. Cada retângulo apresenta a área dada por f(xi).'x. Como o cálculo da integral definida da f de “a” a “b” é o limite das somas à esquerda ou à direita, com n subintervalos, quando n fica arbitrariamente grande, tanto faz se iremos calcular essas somas à direita ou à esquerda. Observe que, se considerarmos a soma dos n-ésimos retângulos contidos no intervalo [0,1], vamos obter a G[��[��� �³ � . A figura mostra que o eixo Oy é um eixo de simetria do gráfico dessa função e, dessa forma, divide o gráfico em duas partes de mesma área, ou seja, G[��[��� �³ � G[��[��� �³� � . Sendo assim, G[��[��� �³� � G[��[���� �³ � . Para determinar G[��[��� �³ � , vamos dividir o intervalo [0,1] em n subintervalos, cada um com comprimento Q�Q��[ � ' , e vamos denotar o i-ésimo subintervalo de [xi-1, xi] Vamos ter: x0 = 0; x1 = 'x; x2 = 2'x; x3 = 3'x;...; xi-1 = (i-1)'x; xi = i'x e xn = 1. Estamos considerando as somas à esquerda, portanto ¹¸·©¨§ ' � � fo 6³ [�[�IOLPG[��[� �LQL �LQ��� . Como xi-1 = (i-1)'x e f(x) = x² -1, então f(xi-1) = [ [(i-1)'x]²-1]. Logo, > @ > @ ¹¸·©¨§ '�'� ¹¸·©¨§ '�'� ¹¸·©¨§ ' � 666³ fo fo� fo [�[��L�OLP[�@[��L>�OLP[�[�IOLPG[��[� ��QL �LQ�QL �LQ�LQL �LQ��� ¹¸·©¨§ '�'� 6 fo [[��L�OLP ��QL �LQ . Mas Q�[ ' , assim vamos ter: '[�[� �� [Q ��[� '[� [� �'[� [�L��� �L���'[� [L L'[����� ����� � ¹¸·©¨§ �� ¸¸¹·¨¨©§ �¹¸·©¨§� 66 fo fo Q�Q���L�OLPQ�Q���L�OLP ��QL �LQ��QL �LQ . Por propriedade de somatório podemos escrever: »¼º«¬ª �� 66 fo �Q���L�Q�OLP QL �L�QL �L�Q = »¼º«¬ª ��� 66 fo �Q���L�L�Q�OLP QL �L�QL �L�Q = »¼º«¬ª ��� 6666 fo �Q��L�LQ�OLP QL �LQL �LQL �L�QL �L�Q »¼º«¬ª ������fo Q�Q�Q� ��Q�Q��� ��Q����Q�Q�Q�OLP �Q (desenvolvendo as operações do numerador e transformando as frações em frações equivalentes, vamos ter) »¼º«¬ª ������fo �� Q�Q�Q�QQ�Q��Q�OLP ����Q »¼º«¬ª ���fo �� QQ�Q��Q�OLP ���Q »»»»¼º««««¬ª ���fo �� �Q�Q���Q�Q�OLP ���Q »»»»¼º««««¬ª ���fo �� �Q�Q���OLP �Q ����������� � � � � Logo, ��G[��[� ��� � �³ . Como G[��[��� �³� � G[��[���� �³ � G[��[��� �³� � ��������� �#� ¹¸·©¨§� . b. A relação entre a integral G[��[��� �³� � , a área da região limitada pela parábola y = x² -1 e o eixo x é que, como essa parábola fica abaixo do eixo Ox, a G[��[��� �³� � é menos um vezes o valor da área sombreada.�� ��� [\ Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 24 No Cálculo Diferencial e Integral II, estuda- mos que a derivada f’(x) ou df dx de uma função f(x) é, em cada ponto, a inclinação da reta tangen- te ao gráfico de f(x) (ver Figura 1.10 (a)). Já, neste Querido(a) aluno(a), Em Cálculo Diferencial e Integral II, também estudamos os métodos aproximativos para o cál- culo da derivada (aproximação de pontos trans- formando a reta secante em uma aproximação da reta tangente à curva por um ponto) e, com isso, definimos a derivada e demonstramos algumas regras de derivação. Neste capítulo, vimos os mé- todos aproximativos das integrais (por meio das somas das áreas de retângulos), entretanto, não � � ¹¸·©¨§ �� ¸¸¹·¨¨©§ �¹¸·©¨§� 66 fo fo Q�Q���L�OLPQ�Q���L�OLP ��QL �LQ��QL �LQ . Por propriedade de somatório podemos escrever: »¼º«¬ª �� 66 fo �Q���L�Q�OLP QL �L�QL �L�Q = »¼º«¬ª ��� 66 fo �Q���L�L�Q�OLP QL �L�QL �L�Q = »¼º«¬ª ��� 6666 fo �Q��L�LQ�OLP QL �LQL �LQL �L�QL �L�Q »¼º«¬ª ������fo Q�Q�Q� ��Q�Q��� ��Q����Q�Q�Q�OLP �Q (desenvolvendo as operações do numerador e transformando as frações em frações equivalentes, vamos ter) »¼º«¬ª ������fo �� Q�Q�Q�QQ�Q��Q�OLP ����Q »¼º«¬ª ���fo �� QQ�Q��Q�OLP ���Q »»»»¼º««««¬ª ���fo �� �Q�Q���Q�Q�OLP ���Q »»»»¼º««««¬ª ���fo �� �Q�Q���OLP �Q ����������� � � � � Logo, ��G[��[� ��� � �³ . Como G[��[��� �³� � G[��[���� �³ � G[��[��� �³� � ��������� �#� ¹¸·©¨§� . b. A relação entre a integral G[��[��� �³� � , a área da região limitada pela parábola y = x² -1 e o eixo x é que, como essa parábola fica abaixo do eixo Ox, a G[��[��� �³� � é menos um vezes o valor da área sombreada. �� ��� [\ 1.4 Teorema Fundamental do Cálculo capítulo, vimos que a área sob o gráfico de f(x) de “a” até um ponto “x” é a integral ( ) x a f x dx∫ , confor- me ilustra a Figura 1.10(b). � � 1.4 Teorema Fundamental do Cálculo No Cálculo Diferencial e Integral II, estudamos que a derivada f’(x) ou G[GI de uma função f(x) é, em cada ponto, a inclinação da reta tangente ao gráfico de f(x) (ver Figura 1.10 (a)). Já, neste capítulo, vimos que a área sob o gráfico de f(x) de “a” até um ponto “x” é a integral G[�[�I[D³ , conforme ilustra a Figura 1.10(b). Querido(a) aluno(a), Em Cálculo Diferencial e Integral II, também estudamos os métodos aproximativos para o cálculo da derivada (aproximação de pontos transformando a reta secante em uma aproximação da reta tangente à curva por um ponto) e, com isso, definimos a derivada e demonstramos algumas regras de derivação. Neste capítulo, vimos os métodos aproximativos das integrais (por meio das somas das áreas de retângulos), entretanto, não dispomos ainda de um procedimento sistemático para o cálculo de integrais, uma vez que o processo direto, envolvendo somatórios, revela-se impraticável, a não ser para funções muito simples. Até o presente momento, a derivada e a integral foram tratadas de forma independente e, embora a derivada tenha sido estudada antes da integral, historicamente, [�\� [� \� �I�[�� \� �D[���E��I¶�[�� �D�5HWD�WDQJHQWH�j�FXUYD�I� �I�[��QR�SRQWR�[�� $�FXUYD��I�[��WHP�LQILQLWRV�SRQWRV�H�FDGD�SRQWR�DSUHVHQWD�XPD�LQFOLQDomR��(VVD�LQFOLQDomR�p�GHILQLGD�SHOD�GHULYDGD�GD�IXQomR�QR�SRQWR�� [�\� D� \� �I�[��[�G[�[�I$ [D³ )LJXUD������±�,OXVWUDomR�GD�GHULYDGD�H�LQWHJUDO���D�� �E�Figura 1.10 – Ilustração da derivada e integral. dispomos ainda de um procedimento sistemático para o cálculo de integrais, uma vez que o proces- so direto, envolvendo somatórios, revela-se im- praticável, a não ser para funções muito simples. Até o presente momento, a derivada e a integral foram tratadas de forma independente e, embora a derivada tenha sido estudada antes da integral, historicamente, essa ordem foi inversa, pois o conceito de integral antecede em muitos séculos ao das derivadas. Cálculo Diferencial e Integral III Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 25 � � ¹¸·©¨§ �� ¸¸¹·¨¨©§ �¹¸·©¨§� 66 fo fo Q�Q���L�OLPQ�Q���L�OLP ��QL �LQ��QL �LQ . Por propriedade de somatório podemos escrever: »¼º«¬ª �� 66 fo �Q���L�Q�OLP QL �L�QL �L�Q = »¼º«¬ª ��� 66 fo �Q���L�L�Q�OLP QL �L�QL �L�Q = »¼º«¬ª ��� 6666 fo �Q��L�LQ�OLP QL �LQL �LQL �L�QL �L�Q »¼º«¬ª ������fo Q�Q�Q� ��Q�Q��� ��Q����Q�Q�Q�OLP �Q (desenvolvendo as operações do numerador e transformando as frações em frações equivalentes, vamos ter) »¼º«¬ª ������fo �� Q�Q�Q�QQ�Q��Q�OLP ����Q »¼º«¬ª ���fo �� QQ�Q��Q�OLP ���Q »»»»¼º««««¬ª ���fo �� �Q�Q���Q�Q�OLP ���Q »»»»¼º««««¬ª ���fo �� �Q�Q���OLP �Q ����������� � � � � Logo, ��G[��[� ��� � �³ . Como G[��[��� �³� � G[��[���� �³ � G[��[��� �³� � ��������� �#� ¹¸·©¨§� . b. A relação entre a integral G[��[��� �³� � , a área da região limitada pela parábola y = x² -1 e o eixo x é que, como essa parábola fica abaixo do eixo Ox, a G[��[��� �³� � é menos um vezes o valor da área sombreada. �� ��� [\ Saiba maisSaiba maisUm pouco de históriaAs ideias do Cálculo Integral foram introduzidas na Antiguidade. Embora de maneira informal, é a forma de calcularmos áreas e volumes pelo método de exaustão, ou seja, por somas de retângulos, como vimos neste capítulo, ou por soma de fatias cilídricas, que estudaremos mais detalhadamente em Cálculo de duas variáveis e que já era usada por volta do ano 1800 a.C. Na Idade Média, por volta do ano 499, a noção de infinitesimal foi usada para expressar um problema de Astronomia na forma de uma equação diferencial e esse problema, no século XII, ajudou no desenvolvimento de uma derivada prema- tura, representada por uma mudança infinitesimal. Na Idade Moderna, descobertas independentes no Cálculo foram feitas. O método de exaustão foi expandido. Na Europa, a segunda metade do século XVII foi uma época de grandes invenções e o Cálculo abriu novas oportunidades na Física/ matemática de resolver problemas muito antigos. Muitos matemáticos contribuíram para essas descobertas. Coube a Gottfried Wilhelm Von Leibniz e a Isaac Newton recolher e juntar essas ideias em um corpo teórico, que viria a constituir o Cálculo. Historicamente, Newton foi o primeiro a aplicar o cálculo à física, ao passo que Leibniz desenvolveu a notação utilizada até os dias de hoje. O argumento histórico para conferir aos dois a invenção do cálculo é que ambos chegaram de maneiras distintas ao TFC. Newton e Leibniz perceberam de modo claro a relação essencial existente entre as noções de derivada e de integral, ou seja, perceberam em que medida se relacionam áreas e tangentes. Essa relação é que irá possibilitar um procedimento sistemático para o cálculo das integrais. O resultado que concretiza isso é o TFC. Bom, agora que você já conhece um pouco da história do Cálculo e da relação existente en- tre a derivada e a integral, que tal estudar alguns exemplos que ilustram tal fato? Então, vamos aos exemplos. Exemplos 1. Consideremos a função f(x) = 4. A área sob o gráfico de f(x) entre x = 0 e x = 3 é dada por A = 4.3 = 12. Vimos, neste capítulo, que isso também pode ser representado por 3 0 ( ) 12A f x dx= =∫ 2. Consideremos a função f(x) = 4. A área sob o gráfico de f(x) en- tre x = 0 e um ponto genérico x (x ≥ 0) é A(x) = 4x, ou seja, 0 0 ( ) ( ) 4 4 x x A x f x dx dx x= = =∫ ∫ . Notamos que, quando x aumenta uma unidade, A(x) aumenta 4 unidades, ou seja, a taxa de variação A’(x) é igual a 4, que é o valor de f(x). 0 3 4 x y f(x) = 4 0 x 4 x y f(x) = 4 x+1 A(x) 4 Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 26 3. Consideremos agora a função f(x) = 6 e calculemosa área sob o gráfico entre 3 e x (x ≥ 3). Temos: 3 3 ( ) ( ) 6 6( 3) 6 18 x x A x f x dx dx x x= = = − = −∫ ∫ . Obser- ve que A’(x) = 6 = f(x). Também nesse caso, a variação de A(x) por unidade a mais de x é a constante igual a 6, ou seja, A’(x) = f(x) = 6. A alteração do ponto inicial para o cálculo de A(x) não interfere no valor de A’(x) (é possível compreender isso observando a figura e lembrando o significado de A’(x)). 4. Se agora f(x) = 2x entre 0 e x (x ≥ 0). Temos, nesse caso, A(x) = x², ou seja, 2 0 0 ( ) ( ) 2 . x x A x f x dx xdx x= = =∫ ∫ Quando x aumenta uma unidade, a variação de A(x) não é mais constante, passando a depen- der do x. No entanto, parece razoável esperar que a rapidez com que A(x) varia dependa, em cada ponto, do valor f(x). No caso, temos A’(x) = f(x) = 2x. 0 x 6 x y f(x) = 6 x+1 A(x) 6 3 A(x)= área do triângulo de base = x e altura = 2x. Logo, 2x 2 x2.x)x(A == 0 x 2(x+1) x y f(x) = 2x x+1 2x A(x) Este trapézio está ilustrando a variação da área do triângulo quando x aumenta uma unidade. Cada ponto desse segmento inclinado depende de f(x) = 2x, ou seja, a variação da área depende de f(x), logo A’(x) = f(x) = 2x. 5. Sendo f(x) = 2x entre 3 e x (x ≥ 3), temos: 2 3 3 (2 6)( 3) 2( 3)( 3)( ) ( ) 2 ( 3)( 3) 9 2 2 x x x x x xA x f x dx xdx x x x+ − + −= = = = = + − = −∫ ∫ . Aqui também A’(x) = 2x. Novamente, notamos o fato de a alteração do ponto inicial (de 0 a 3) não influir no valor de A’(x). Cálculo Diferencial e Integral III Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 27 Nos 5 exemplos, determinamos a integral definida de um dado número até um valor desco- nhecido por meio do cálculo da área de superfícies de figuras geométricas conhecidas, pois, nos casos apresentados, as superfícies formadas entre o gráfico da função, o eixo x e o intervalo de valores para x foram o retângulo e o trapézio. No exemplo 6, trataremos de uma situação em que a área da superfície formada entre o gráfico da função, o eixo Ox e o intervalo estabelecido não será uma figura da qual dispomos de uma fórmula conhecida para a determinação de sua área e, nesse caso, geometricamente, iremos decompor a superfície em “n” retângulos e, alge- bricamente, partiremos da definição que a 1 ( ) lim ( ) i nb ia n i f x dx f x x = →∞ = = D S∫ . 6. Para f(x) = 3x², calculemos a área sob o gráfico entre 0 e x. (acompanhe a ilustração) Temos: A(x) = 2 0 0 1 ( ) 3 lim ( ) i nx x i in i f x dx x dx f x x = →∞ = = = D S∫ ∫ . Observe na 2ª figura que: o intervalo [0,x] foi dividido em n subintervalo, de forma que: x0 = 0; x1 = Dx; x2 = 2Dx; x3 = 3Dx;...; xi = iDx; e xn = x; estamos considerando as somas à esquerda. Como xi = iDx e f(x) = 3x² , então f(xi) = [ 3(iDx)²]. x y x y A(x) ... ... f(x) = 3x² x0 x1 xi xi-1 x xn=x Dx 3x² 3x² Não dispomos de uma fórmula específica para calcular essa área. Retângulos acima da curva. Vamos calcular a soma superior. Cada retângulo tem base Dx e altura igual ao valor funcional. n x n 0xx =−=D Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 28 Logo, 2 2 0 1 1 2 2 2 2 3 1 1 ( ) 3 lim ( ) lim 3( ) lim 3 lim 3 i n i nx in ni i i n i n n ni i A x x dx f x x i x x i x x i x = = →∞ →∞= = = = →∞ →∞= = = = D = D D = D D = D S S∫ S S Mas n xx =D , assim vamos ter: 3 3 3 2 2 1 1 ( 1)(2 1)lim 3 lim 3 lim 3 6 n n n n ni i x x x n n ni i n n n→∞ →∞ →∞= = + + = = ⋅ = ∑ ∑ 2 2 3 2 3 3 3 3 3 3 3 3 ( )(2 1) 1 ( )(2 1) 1 2 3 1lim lim lim 2 6 2 2 2n n n n n n n n n n n nx x x x n n n→∞ →∞ →∞ + + + + + + = ⋅ = ⋅ = ⋅ = ⋅ ⇒ A(x) = 2 3 0 0 ( ) 3 x x f x dx x dx x= =∫ ∫ Mais uma vez, podemos observar que a variação de A(x) por unidade a mais de x depende, em cada ponto, do valor do f(x). Logo, temos que A’(x) = f(x) = 3x². AtençãoAtenção � � Mais uma vez, podemos observar que a variação de A(x) por unidade a mais de x depende, em cada ponto, do valor do f(x). Logo, temos que A’(x) = f(x) = 3x². Atenção Então, generalizando, sendo A(x) = ³[D �G[�[�I calculemos A’(x). Lembre-se de que, se A(x) é uma função, a A’(x) é a sua derivada. Inicialmente, raciocinaremos como se f(x) ≥ 0 e x ≥ a. Veja a Figura 1.11. A outra situação poderá ser reduzida a esta, conforme veremos por meio de alguns exemplos. Figura 1.11 Para calcular a derivada A’(x), lembraremos que, por definição, [ �[�$�[[�$OLP�[� $ �[ ' �'� o , mas Q�[ ' e se �[o' , então o n o ∞. Dessa forma, podemos reescrever Q� �[�$�Q�[�$OLP�[� $ Q �� fo . Logo, Q �[ �[ \ $�[�� [��D� \� �I�[�� [ \ $�[�� [��D� \� �I�[���[�$Q�[$ �¹¸·©¨§ ������� $QDOLVDQGR�D�UHVROXomR�GRV�H[HPSORV�DQWHULRUHV��FRQFOXL�VH�TXH��5DVHQGR��;�$G[�[�$G[�[�I [D [D ³³ �� Então, generalizando, sendo A(x) = ( ) , x a f x dx∫ calculemos A’(x). Lembre-se de que, se A(x) é uma função, a A’(x) é a sua derivada. Inicialmente, raciocinaremos como se f(x) ≥ 0 e x ≥ a. Veja a Figura 1.11. A outra situação poderá ser reduzida a esta, conforme veremos por meio de alguns exemplos. Cálculo Diferencial e Integral III Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 29 Figura 1.11 – TFC parte 1. n 1x + x y A(x) x a y = f(x) x y A(x) x a y = f(x) )x(A n 1xA − + 0 0 Para calcular a derivada A’(x), lembraremos que, por definição, x )x(A)xx(Alim)x('A 0x D −D+ = → , mas n 1x =D e se 0x →D , então o n → ∞. Dessa forma, podemos reescrever n 1 )x(A)n 1x(A lim)x('A n −+ = ∞→ . Logo, ( ) ( )[ ]xAn1xAnlim)x('A n −+⋅= ∞→ . Para n suficientemente grande, podemos aproximar a área da faixa ( ) )x(An1xA −+ pela área do retângulo de base n 1 e altura f(x): ( ) n1).x(f)x(An1xA @−+ Em consequência, para ( ) ( )[ ]xAn1xAnlim)x('A n −+⋅= ∞→ , vamos ter que: ( )[ ] )x(fn1).x(fn)x(An1xAn)x('A =⋅@−+⋅@ , ou seja: )x(f)x('A = Com isso, concluímos: ( ) ( ) , '( ) ( ) x a A x f x dx então A x f x= =∫ Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 30 Esse resultado apresenta a 1ª parte do TFC. O TFC possibilita um procedimento sistemático para o cálculo da integral, dispensando-nos de recorrer a somatórios. Vamos ver como isso ocorre: Queremos calcular ( ) b a f x dx∫ : Figura 1.12 – TFC parte 2. 0 0 x y b a y = f(x) x y y = f(x) A(x) dx)x(f b a∫ a x b Sabemos, pela 1ª parte do TFC, que, se ( ) ( ) x a A x f x dx= ∫ , então A’(x) = f(x). Da obtenção de A(x), decorrerá que ( ) ( ) b a f x dx A b=∫ . Para obter A(x), procuramos uma função cuja derivada seja f(x) (existem muitas dessas funções, pois, se duas funções diferem apenas de um valor constante, ambas têm a mesma derivada). Encontrada uma dessas funções F(x) com F’(x) = f(x), não podemos concluir que F(x) = A(x), mas apenas que F(x) = A(x) + c (c constante). Disso, no entanto, segue-se que: += += c)b(A)b(F c)a(A)a(F Veja na Figura 1.12 que A(a) representa a área da figura no intervalo [a,a] e, dessa forma, A(a) = 0. Subtraindo membro a membro, resulta: F(b) – F(a) = A(b) – A(a) +c – c ⇒ F(b) – F(a) = A(b) e como ( ) ( ) b a f x dx A b=∫ , então, vamos ter a 2ª parte do TFC: ( ) ( ) ( ) b a f x dx F b F a= −∫ CálculoDiferencial e Integral III Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 31 Exemplos 1. Calcule a integral 2 2 0 x dx∫ . Solução: Conforme o TFC, temos de achar qual das funções que, de- rivada, resulta em f(x) = x². Perceba que pode ser a função 3 x)x(F 3 = , pois 3 x.3)x('F 13− = , então F’(x) = x². Com isso, determinamos a 3 x)x(F 3 = . Daí, aplicando a 1ª parte do TFC, chegamos em F’(x) = f(x). Com a 2ª parte do TFC, vamos ter que 2 2 0 (2) (0)x dx F F= −∫ . Como 3 x)x(F 3 = , faremos que 3 32 2 0 2 0 8 3 3 3 x dx = − =∫ . 2. Calcule a integral 2 1 (3 2)x dx−∫ e interprete o resultado. Solução: Temos f(x) = 3x – 2. Uma função que, derivada, resulta em 3x – 2 é a x2 2 x3)x(F 2 −= , pois 2x32 2 x.2.3)x(F 12 ' −=−= − . Com isso, chegamos à 1ª parte do TFC, pois F’(x) = f(x). Logo, com a 2ª parte do TFC, vamos ter que 2 1 (3 2) (2) (1)x dx F F− = −∫ . Como x2 2 x3)x(F 2 −= , faremos que 2 1 (3 2)x dx−∫ = F(2) – F(1) = 2 2 346)1(2 2 )1(3)2(2 2 )2(3 22 +−−= −−− Então 2 1 3 8 3 5(3 2) 4 2 2 2 x dx −− = − = =∫ . 1 2 3 −1 1 2 3 4 x y A(x) −2 −1 1 2 3 4 −3 −2 −1 1 2 3 4 x y A(x) Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 32 Neste capítulo, estudamos que a área sob o gráfico de f(x) de “a” até um ponto “x” é a integral ( ) x a f x dx∫ e vimos os métodos aproximativos da integrais (por meio das somas das áreas de retângulos – a soma de Riemann) e que esse processo direto, envolvendo somatórios, revela-se impraticável, a não ser para funções muito simples. Aqui, também foi apresentado que, embora a derivada tenha sido estudada antes da integral, historicamente, essa ordem foi inversa, pois o conceito de integral antecede em muitos séculos ao das derivadas. Ainda, estudamos que o TFC, possibilita um procedimento sistemático para o cálculo da integral, o que nos dispensa recorrer ao somatório. Bom, vamos, a seguir, avaliar a sua aprendizagem. 1.5 Resumo do Capítulo 1.6 Atividades Propostas 1. Usando o TFC (partes 1 e 2), mostre que: a) 9 2 0 243x dx =∫ b) 2 6 0 128 7 x dx =∫ c) 2 1 39(5 9) 2 x dx − − = −∫ 2. Desenhe o gráfico que representa o valor numérico da 4 2 3 ( 2)x x dx − − −∫ . 3. Calcule a área sob o gráfico de f(x) = x² + 7x entre x = 0 e x = 2. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 33 Caro(a) aluno(a), Você sabe o que é uma primitiva, em cálcu- lo diferencial e integral? Bom, suponha que um colega de curso dê a seguinte resposta: “dada a derivada de uma fun- ção, determinar a primitiva é descobrir a função inicial”. O que achou dessa resposta? Agora, imagine que a resposta de seu pro- fessor de Cálculo seja: “dizemos que uma função F é primitiva de outra função f se a f é a derivada da F, ou seja, F’ = f ”. O que achou das duas respostas? Com elas, já é possível saber o que é uma primitiva? Para ter certeza se você entendeu, estude atentamente cada um dos exemplos a seguir. PRIMITIVAS2 Exemplos Estude, a seguir, alguns exemplos de primitivas: x² é a primitiva de 2x, pois (x²)’ = 2x; x³ é a primitiva de 3x², pois (x³)’ = 3x²; x7 é a primitiva de 7x6, pois (x7)’ = 7x6; sen(x) é a primitiva de cos(x), pois [sen(x)]’ = cos(x); ex é a primitiva de ex, pois (ex)’ = ex; arc cotg(x) é a primitiva de 2x1 1 + − , pois [arc cotg(x)]’ = 2x1 1 + − ; x10 + 5x² - 5x é a primitiva de 10x9 + 10x – 5, pois (x10 + 5x² - 5x)’ =10x9 + 10x – 5; 2 )4x3( 2+ é a primitiva de 3(3x+4), pois '2 2 )4x3( + = 3(3x+4). Sugestão: Resolva as duas últimas derivas dos exemplos. Observe que a última função é uma função com- posta e, para derivá-la, use a regra da cadeia. Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 34 Agora vamos ver o seguinte: x² + 1 é a primitiva de 2x, pois (x² + 1)’ = 2x; x² - 28 é a primitiva de 2x, pois (x² - 28)’ = 2x; x² + ½ é a primitiva de 2x, pois (x² + ½ )’ = 2x; x² + 5 é a primitiva de 2x, pois (x² + 5 )’ = 2x. Como a derivada de uma função constante é sempre zero, se F é a primitiva de f, então F + c (com “c” constante) também é, e isso pode ser observado anteriormente, ou seja, [ ]' ' '( ) [ ( )] ( ) 0 ( )F x c F x c f x f x+ = + = + = A primitiva de uma função é também conhecida como a antiderivada da função. A primitiva de f(x), ou seja, a F(x), é representada por ( )f x dx∫ . Assim, sendo F’(x) = f(x), podemos escrever: AtençãoAtenção � � � x² - 28 é a primitiva de 2x, pois (x² - 28)’ = 2x; � x² + ½ é a primitiva de 2x, pois (x² + ½ )’ = 2x; � x² + � é a primitiva de 2x, pois (x² + � )’ = 2x. Como a derivada de uma função constante é sempre zero, se F é a primitiva de f, então F + c (com “c” constante) também é, e isso pode ser observado anteriormente, ou seja, A primitiva de uma função é também conhecida como a antiderivada da função. A primitiva de f(x), ou seja, a F(x), é representada por ³ G[�[�I . Assim, sendo F’(x) = f(x), podemos escrever: Atenção ³ G[�[�I�[�)> @ ������@�>�� [I[IF[)F[) � � �'HILQLomR�8PD�IXQomR�)�p�XPD�SULPLWLYD��DQWLGHULYDGD��GH�XPD�IXQomR�I�VH��SDUD�WRGR�[�QR�GRPtQLR�GH�I��WHPRV�)¶�[�� �I�[����1RWDomR�GH�LQWHJUDO�SDUD�SULPLWLYDV��DQWLGHULYDGDV��F�[�)G[�[�I � ³6LQDO�GH�,QWHJUDO�,QWHJUDQGR� 3ULPLWLYD��DQWLGHULYDGD��'LIHUHQFLDO� ��RQGH�³F´�p�XPD�FRQVWDQWH�DUELWUiULD��VLJQLILFD�TXH�)�p�XPD�DQWLGHULYDGD�GH�I��LVWR�p��)¶�[�� �I�[��QR�GRPtQLR�GH�I�� Cálculo Diferencial e Integral III Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 35 Observação: A diferencial dx na integral indefinida identifica a variável de integração, ou seja, o símbolo ( )f x dx∫ denota a “antiderivada de f em relação a x”, da mesma forma que o símbolo f’(x) ou dy/ dx, a “derivada da função f em relação a x ou a derivada de y em relação a x”. A ( )f x dx∫ também é chamada integral indefinida e representa uma família de primitivas de f(x). Exemplos Observe, a seguir, a notação de integral sendo usada para representar primitivas: 3 3dx x c= +∫ ; 6 77x dx x c= +∫ ; cos( ) ( )x dx sen x c= +∫ . Caro(a) aluno(a), Você sabe que, a partir das regras de derivação conhecidas, podemos determinar primitivas, ou seja, antiderivadas, para as funções mais frequentes e, dessa forma, construir as tabelas de integração? No próximo tópico, você vai ver os exemplos simples, os quais chamaremos integrais de funções elementares e que nos fornecerão a tabela de integração básica. Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 36 Linha Função f(x) Derivada: f’(x) Primitiva: ( )f x dx∫ A 0 0 c B 1 0 x + c C c 0 c.x + c1 D x 1 c 2 x2 + E xn nxn-1 c 1n x 1n + + + , (n ≠ -1) F ln|x| x 1 (**) Não é imediata G x 1 (é o mesmo de x-1) 2x 1− (é o mesmo de -1x-2) ln|x| H ex ex ex I ax (0 < a ≠ 1) axln(a) c )aln( ax + J sen(x) cos(x) - cos(x) + c K cos(x) -sen(x) sen(x) + c L tag(x) sec2(x) Não é imediata M cotg(x) cossec2(x) Não é imediata N sec(x) sec(x)tag(x) Não é imediata O cosec(x) -cosec(x)cotag(x) Não é imediata P arc sen(x) 2x1 1 − Não é imediata Q arc cos(x) 2x1 1 − − Não é imediata 2.1 Derivada e Integral de Algumas Funções Elementares Cálculo Diferencial e Integral III Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 37 R arc tag(x) 2x1 1 + Não é imediataS arc cotag(x) 2x1 1 + − Não é imediata T sec²(x) (derivada de função composta) tag(x) + c U cossec2(x) (derivada de função composta) - cotg(x) + c V sec(x)tag(x) (derivada do produto de duas funções elementares) sec(x) + c w cosec(x)cotag(x) (derivada do produto de duas funções elementares) - cosec(x) + c x 2x1 1 − (derivada de função composta) ( ) , cos( ) arc sen x c ou arc x c + = − + y 2x1 1 + (derivada do quociente de funções elementares) ( ) , cot ( ) arc tag x c ou arc g x c + = − + z A função derivada em cada uma das linhas dessa coluna já foi estudada em Cálculo: Derivada e demonstrada por meio da definição de derivada. A função primitiva de cada uma das linhas dessa coluna tem como característica o estudado anteriormente, ou seja, se a primitiva for denominada F(x) a F’(x) = f(x). Isso significa que, ao derivar cada uma das funções dessa coluna, irá obter a correspondente na 1ª coluna. (*)A função ln|x| não é elementar, pois a função |x| dada por , 0| | , 0 x se x x x se x ≥ = − < não é elementar. Essa função foi co- locada na tabela pois ela resume duas funções elementares, correspondentes aos valores de x > 0 e x < 0 de seus domínios, respectivamente. Assim: ln( ), 0ln( ) ( ), 0 x se x x x se x > = − < . (**) Integração não é imediata: trata-se de primitivas que não apresentam a derivada na tabela de funções ele- mentares. Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 38 Saiba maisSaiba mais � � F’(x) = f(x). Isso significa que, ao derivar cada uma das funções dessa coluna, irá obter a correspondente na 1ª coluna. (*)A função ln|x| não é elementar, pois a função |x| dada por ®¯ �� t �[VH�[ �[VH�[_[_ não é elementar. Essa função foi colocada na tabela pois ela resume duas funções elementares, correspondentes aos valores de x > 0 e x < 0 de seus domínios, respectivamente. Assim: ®¯ �� ! �[VH��[� �[VH��[OQ��[OQ� . (**) Integração não é imediata: trata-se de primitivas que não apresentam a derivada na tabela de funções elementares. Saiba mais $QDOLVDQGR�D�WDEHOD��DQWHULRU�9DPRV�YHU�R�TXH�VLJQLILFD��SRU�H[HPSOR��R�WH[WR�GD���FROXQD�GD�OLQKD�=��2EVHUYH�DV�OLQKDV�)�H�*�GD�WDEHOD��1RWH�TXH��QD�OLQKD�*��WHPRV�D�LQIRUPDomR�GH�TXH� D� SULPLWLYD� GH� [� � p� D� IXQomR� OQ_[_�� Mi� QD� OLQKD�)�� WHPRV� TXH� D� GHULYDGD� GD�IXQomR�OQ_[_�p�D�IXQomR� [� ��(P�RXWURV�WHUPRV���> @ [� F_[_OQF_[_OQG[[� �� ³ ��8VDQGR�RXWUD�VLPERORJLD��SRGHPRV�HVFUHYHU��> @ [�F_[_OQG[GF_[_OQG[[� �� ³ ���QRWDomR�GH�/HLEQL]�SDUD�GHULYDGD���� $JRUD�� YDPRV� HVWXGDU� R� TXH� RFRUUH� QD� OLQKD� ,�� $� IXQomR� TXH� LUHPRV�HVWXGDU�p�D�IXQomR�H[SRQHQFLDO�GH�EDVH�³����D�z��´��1D���FROXQD�GHVVD�WDEHOD��WHPRV�D� LQIRUPDomR�TXH�D�SULPLWLYD�GH�D[�p�GDGD�SRU� F�DOQ�D[ � ��/RJR��YDPRV�WHU�TXH�D�GHULYDGD�GD�IXQomR� F�DOQ�D[ � �p�D�IXQomR�D[��(P�VLPERORJLD��[[[[ DF�DOQ�DG[GF�DOQ�DG[D »¼º«¬ª �� ³ �6HUi"��9DPRV�YHULILFDU�� Saiba maisSaiba mais � � »¼º«¬ª � F�DOQ�DG[G [ = > @ F �DOQ�D[ �»¼º«¬ª = A derivada da soma é a soma das derivadas. � � � � > @ F�D�OQ ��D��OQ�D�DOQ� �D � [[ �»¼º«¬ª � = Aplicar a regra do quociente para derivações. � � � � ��D�OQ ��D�DOQ���DOQ�D � [[ �»¼º«¬ª � = Derivada ax está na linha I da tabela. Note que ln(a) é uma constante, portanto sua derivada é zero. � � »¼º«¬ª �D�OQ �D�OQD � �[ = [D Resolver as multiplicações, adições e simplificar. Você notou que o relacionamento entre integração e diferenciação permite obtermos fórmulas de integração diretamente a partir de fórmulas de diferenciação? No próximo tópico, serão apresentadas as regras de integração que correspondem a algumas regras de derivação, demonstradas, em parte, na disciplina Cálculo Diferencial e Integral II. 2.2 Regras Básicas de Integração I. ³ � F.[.G[ (onde K é uma constante) Regra da Constante II. ³ ³ G[�[�I.G[�[�.I Regra do Múltiplo Constante III. G[�[�JG[�[�IG[�@[�J�[�I> ³³ ³ � � Regra da Soma IV. G[�[�JG[�[�IG[�@[�J�[�I> ³³ ³ � � Regra da Diferença As tabelas dos tópicos 2.1 e 2.2 nos serão úteis para a resolução de integrais pelos métodos de integração, dos quais alguns serão apresentados no próximo capítulo. Cálculo Diferencial e Integral III Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 39 Você notou que o relacionamento entre integração e diferenciação permite obtermos fórmulas de integração diretamente a partir de fórmulas de diferenciação? No próximo tópico, serão apresentadas as regras de integração que correspondem a algumas regras de derivação, demonstradas, em parte, na disciplina Cálculo Diferencial e Integral II. 2.2 Regras Básicas de Integração I. Kdx Kx c= +∫ (onde K é uma constante) Regra da Constante II. ( ) ( )Kf x dx K f x dx=∫ ∫ Regra do Múltiplo Constante III. [ ( ) ( )] ( ) ( )f x g x dx f x dx g x dx+ = +∫ ∫ ∫ Regra da Soma IV. [ ( ) ( )] ( ) ( )f x g x dx f x dx g x dx− = −∫ ∫ ∫ Regra da Diferença As tabelas dos tópicos 2.1 e 2.2 nos serão úteis para a resolução de integrais pelos métodos de in- tegração, dos quais alguns serão apresentados no próximo capítulo. 2.3 Resumo do Capítulo Neste capítulo, estudamos que a primitiva de uma função também é conhecida como antiderivada. Ao conjunto de todas as primitivas de uma função f, chama-se integral indefinida ou, sim- plesmente, integral da função f e representa-se por ( )f x dx∫ . Com base no conceito de primitivação, foi apresentada a tabela de integração das funções elemen- tares; a partir dela e por meio de técnicas que estudaremos no próximo capítulo, a tabela das integrais poderá ser ampliada. Bom, vamos, a seguir, avaliar a sua aprendizagem. Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 40 Nos exercícios 1 ao 3, determine as primitivas F(x) das funções f(x): 1. f(x) = 4x³ - 3x² + 1 2. f(x) = ex + 5x4 + 6 3. 1x2 3)x(f − = 2.4 Atividades Propostas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 41 Caro(a) aluno(a), Vamos dar início ao cálculo das integrais? Há várias formas para escrever uma integral de modo que ela se ajuste a uma ou mais fórmu- las básicas, as quais vimos na 3ª coluna da tabela do tópico 2.1 desta apostila. Neste capítulo, estu- daremos as técnicas que nos levam a esses resul- tados. ALGUMAS TÉCNICAS DE INTEGRAÇÃO3 3.1 Integração por Decomposição Para resolvermos integrais pelo método da decomposição, usaremos as fórmulas de integra- ção imediatas constantes na tabela do tópico 2.1; além disso, usaremos a propriedade que afirma [ ]( ) ( ) ( ) ( )af x bg x dx a f x dx b g x dx± = ±∫ ∫ ∫ que, se f(x) e g(x) são funções contínuas em um intervalo I, sendo a e b constantes reais, então a função dada por “af(x) ± bg(x)” é também integrá- vel em I e ainda vale a fórmula: Note que o que é apresentado é a utilização das regras (II) e (III) e (IV) da tabela do tópico 2.2. Exemplos Resolva as integrais: a) (5 )x dx+∫ Solução: (5 )x dx+∫ = 5dx xdx+∫ ∫ = A integral da soma é a soma das integrais (Regra III). 5 dx xdx+∫ ∫ = Regra do Múltiplo Constante (Regra II). 2 1 25 2 xx c c+ + + = Integrar. Fórmulas (B) e (D). 2 5 2 xx c+ + c1 + c2 = c. Sandra Regina Leme Forster Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 42 Querido(a) aluno(a), As indicações Regra II, Regra III e Fórmulas (B) e (C) são apenas referências para o entendimento do que foi feito na resolução do exercício. Quando você for resolver as integrais na lista de exercícios ou em ativida- des, não é necessário fazer uso disso. b) 9x dx∫ Solução: 9x dx∫ = 9 1 9 1 x c + + + = 10 10 x c+ Integrar. Fórmula (E). c) dxx5 3∫ Solução: 5 3x dx∫
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