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Exemplo de função de duas variáveis que possui derivadas parciais em R2 mas que não são contínuas Exemplo 1. Considere a função definida por partes f(x, y) = { xy x2 + y2 se (x, y) 6= (0, 0) 0 se (x, y) = (0, 0) Em (0, 0) temos fx(0, 0) = lim h→0 f(h, 0)− f(0, 0) h = lim h→0 0 = 0 fy(0, 0) = lim h→0 f(0, h)− f(0, 0) h = lim h→0 0 = 0 Logo, as derivadas parciais de f em (0, 0) existem. Além disso, se (x, y) 6= (0, 0), então fx(x, y) = y(x2 + y2)− xy · 2x (x2 + y2)2 = x2y + y3 − 2x2y (x2 + y2)2 = y3 − x2y (x2 + y2)2 fy(x, y) = x(x2 + y2)− xy · 2y (x2 + y2)2 = xy2 + x3 − 2xy2 (x2 + y2)2 = x3 − xy2 (x2 + y2)2 Logo, as derivadas parciais de f fx(x, y) = y3−x2y (x2+y2)2 se (x, y) 6= (0, 0) 0 se (x, y) = (0, 0) fy(x, y) = x3−xy2 (x2+y2)2 se (x, y) 6= (0, 0) 0 se (x, y) = (0, 0) estão definidas em todo R2. Mas, se x 6= 0, então fx ( x, x 2 ) = x3 8 − x3 2( x2 + x 2 4 )2 = − 3x38(5x2 4 )2 = −3x38 · 1625x4 = − 625x Ou seja, fx(x, y)→ −∞ quando (x, y)→ (0, 0) pela reta y = x2 . Como o limite da derivada de primeira ordem não existe sobre o caminho y = x 2 , então a função fx(x, y) não é contínua na origem. De forma análoga, se y 6= 0, então fx (y 2 , y ) = − 6 25y Ou seja, fy(x, y)→ −∞ quando (x, y)→ (0, 0) pela reta x = y2 . Como o limite da derivada de primeira ordem não existe sobre o caminho x = y 2 , então a função fy(x, y) não é contínua na origem. Conclusão: a função f possui derivadas parciais de primeira ordem em todo R2, mas es- sas derivadas parciais não são contínuas na origem. 1 Veja abaixo o gráfico da função f(x, y) = { xy x2 + y2 se (x, y) 6= (0, 0) 0 se (x, y) = (0, 0) Lembramos que se f(x) é uma função real que possui derivada em um ponto a, então necessariamente f era contínua em a. ENTRETANTO, NÃO PODEMOS AFIRMAR QUE SE UMA FUNÇÃO f DE DUAS VA- RIÁVEIS POSSUI DERIVADAS PARCIAIS EM UM PONTO (a, b), ENTÃO f É CONTÍNUA EM (a, b). De fato, no exemplo acima, a função f não é contínua em (0, 0), mas f possui derivadas de primeira ordem em (0, 0). Aproximação Linear para funções de duas variáveis À medida que nos aproximamos de um certo ponto (a, b, f(a, b)), o gráfico da função f se torna cada vez mais parecido com o seu plano tangente no ponto (a, b, f(a, b)). Com isso, pode- mos obter valores aproximados para uma função f de duas variáveis perto de (a, b) utilizando seu plano tangente. Vamos formalizar isto: Seja f(x, y) uma função de duas variáveis e seja z = f(a, b) + fx(a, b)(x− a) + fy(a, b)(y − b) a equação do plano tangente à superfície z = f(x, y) no ponto (a, b, f(a, b)). Chamamos a função L(x, y) = f(a, b) + fx(a, b)(x− a) + fy(a, b)(y − b) de linearização de f em (a, b). Ou seja, a linearização de f em (a, b, f(a, b)) é a função linear de duas variáveis cujo gráfico é o plano tangente de z = f(x, y) em (a, b, f(a, b)). A aproximação para a função f dada pela linearização f(x, y) ≈ f(a, b) + fx(a, b)(x− a) + fy(a, b)(y − b) é chamada de aproximação linear de f em (a, b) e ela é uma aproximação bem satisfatória nas proximidades do ponto (a, b). Observe que a função f pode ser bastante complicada, mas com a aproximação linear podemos calcular seus valores aproximados de forma bem mais simples. 2 Exemplo 2. A equação do plano tangente ao parabolóide elíptico f(x, y) = 2x2 + y2 no ponto (1, 1, 3) é z = 4x+ 2y − 3 Portanto a linearização de f em (1, 1) é a função linear L(x, y) = 4x+ 2y − 3 e a aproximação linear de f em (1, 1) é f(x, y) ≈ 4x+ 2y − 3 Veja nas figuras abaixo que, quando damos um zoom no ponto (1, 1, 3), o gráfico da função f(x, y) e o seu plano tangente ficam cada vez mais parecidos: Na tabela abaixo estão alguns valores de L(x, y) e f(x, y). Observamos que, realmente, à medida que nos aproximamos de (1, 1) as duas funções ficam cada vez mais próximas. (x, y) L(x, y) f(x, y) (−1,−1) −9 3 (−1, 0) −7 2 (0, 0) −3 0 (0, 1) −1 1( 1 2 , 1 ) 1 1.5( 4 5 , 1 ) 2.2 2.28( 99 100 , 1 ) 2.96 2.9602 (0, 1) −1 1 (1, 1) 3 3( 101 100 , 1 ) 3.04 3.0402( 6 5 , 1 ) 3.8 3.88( 3 2 , 1 ) 5 5.5 (2, 1) 7 10 3 Exemplo 3. Determine a linearização e a aproximação linear da função f(x, y) = exy tan y + 1√ x2 + y2 em (1, 0). Temos que fx(x, y) = ye xy tan y − x (x2 + y2) 3 2 ⇒ fx(1, 0) = −1 fy(x, y) = xe xy tan y + exy sec2 y − y (x2 + y2) 3 2 ⇒ fy(1, 0) = 1 Logo, a equação do plano tangente à superfície z = exy ln y no ponto (1, 0, 1) é z = f(1, 0) + fx(1, 0)(x− 1) + fy(1, 0)(y − 0) = 1− (x− 1) + y = y − x+ 2 Portanto a linearização de f em (1, 0) é a função linear L(x, y) = y − x+ 2 e a aproximação linear de f em (1, 0) é f(x, y) ≈ y − x+ 2 Na tabela abaixo estão alguns valores de L(x, y) e f(x, y). Observamos que, realmente, à medida que nos aproximamos de (1, 0) as duas funções ficam cada vez mais próximas. (x, y) L(x, y) f(x, y) (aproximados)( 1 2 ,−1 2 ) 1 0.988753( 1,−1 2 ) 0.5 0.5630( 1,− 1 100 ) 0.99 0.99004( 1, 1 1000 ) 0.999 0.9990005 (1, 0) 1 1( 1, 1 1000 ) 1.001 1.0010005( 1, 1 100 ) 1.01 1.01005( 1, 1 2 ) 1.5 1.79513 (0, 1) 3 2.5463 4 Aproximação Linear para funções de três variáveis Podemos definir também linearizações e aproximações lineares para funções de três variáveis. Seja f(x, y, z) uma função de três variáveis que possui derivadas parciais contínuas. Cha- mamos a função L(x, y, z) = f(a, b, c) + fx(a, b, c)(x− a) + fy(a, b, c)(y − b) + fz(a, b, c)(z − c) de linearização de f em (a, b, c). A aproximação para a função f dada pela linearização f(x, y, z) ≈ f(a, b, c) + fx(a, b, c)(x− a) + fy(a, b, c)(y − b) + fz(a, b, c)(z − c) é chamada de aproximação linear de f em (a, b, c) e ela é uma aproximação bem satisfatória nas proximidades do ponto (a, b, c). Observe que a função f pode ser bastante complicada, mas com a aproximação linear podemos calcular seus valores aproximados de forma bem mais simples. Exemplo 4. Determine a linearização e a aproximação linear da função f(x, y, z) = x2yz3 + ln(xy) + e−z em (1, 1, 0). Temos que fx(x, y, z) = 2xyz 3 + 1 x ⇒ fx(1, 1, 0) = 1 fy(x, y, z) = x 2z3 + 1 y ⇒ fy(1, 1, 0) = 1 fz(x, y, z) = 3x 2yz2 − e−z ⇒ fy(1, 1, 0) = −1 Portanto a linearização de f em (1, 1, 0) é a função linear L(x, y, z) = f(1, 1, 0) + fx(1, 1, 0)(x− 1) + fy(1, 1, 0)(y − 1) + fz(1, 1, 0)(z − 0) = 1 + x− 1 + y − 1− z = x+ y − z − 1 e a aproximação linear de f em (1, 1, 0) é f(x, y, z) ≈ x+ y − z − 1 Na tabela abaixo estão alguns valores de L(x, y, z) e f(x, y, z). Observamos que, realmente, à medida que nos aproximamos de (0, 1) as duas funções ficam cada vez mais próximas. (x, y) L(x, y) f(x, y) (aproximados)( 1 2 , 1 2 ,−1 2 ) 0.5 0.24680190( 9 10 , 9 10 ,− 1 10 ) 0.9 0.89372088( 999 1000 , 999 1000 ,− 1 1000 ) 0.999 0.998999498 (1, 1, 0) 1 1( 1001 1000 , 1001 1000 , 1 1000 ) 1.001 1.0009995( 11 10 , 11 10 , 1 10 ) 1.1 1.0967887( 3 2 , 3 2 , 1 2 ) 1.5 1.8393358 5
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