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Carcinoma Basocelular e carcinoma espinocelular CARCINOMA BASOCELULAR, EPITELIOMA BASOCELULAR, BASALIOMA, ÚLCERA ROEDORA Tumor maligno mais frequente do ser humano Agressividade local (pode levar à morte) – pode invadir e destruir tecidos adjacentes, inclusive ossos Raramente metastatiza (0,0028 a 0,1% dos casos) Variabilidade clínica Sexo masculino > Sexo Feminino Risco aumenta com a idade (>40 anos) Aumentando entre jovens Relação com exposição solar Intermitente na infância e adolescência Características fenotípicas (pele clara, olhos claros, sardas com muitas queratoses actínicas) História familiar Raro em negros Ocorre também em áreas não fotoexpostas Deriva das células da bainha radicular externa do folículo piloso (o nome basocelular é porque as células tumorais são bastante semelhantes às células basais da epiderme) Ocorre quase sempre em áreas pilosas Reparação do DNA pior que dos controles Lesão de crescimento muito lento naquela região, que daí começa a sangrar, ulcerar, que faz o paciente procurar o médico Variabilidade de formas clínicas Nariz, periorbitário, lábios, orelhas, outras áreas da face, cabeça e pescoço, tronco Descrito no mamilo, pênis, bolsa escrotal, pernas, vulva e períneo Variedades o Carcinoma Basocelular Nodular Mais comum, mais fácil de tratar. Pápula ou nódulo perolado, crescimento lento e centrífugo (centro fica rebaixado e ulcerado), presença de telangiectasias na superfície central, ulcerações. Linha imaginária lóbulo auricular – comissura labial: p/ cima: CBC e p/ baixo: CEC (muito passível de erros). Diagnóstico diferencial: tumores benignos em anexo, tricoepiteliomas, cilindroma, cisto epidérmico o Carcinoma Basocelular Inicial Dado semiótico importante: a lesão sangra quando o paciente passa um lenço em cima. Lesão atípica (pequena pápula muito discreta) Pontos negros (telangiectasias que romperam dentro do tumor formando micro-hemorragias intra- tumorais) o Carcinoma Basocelular Nódulo-Ulcerado Evolução da variante nodular (ulcera devido a proliferação celular mais rápida que a vascular) Úlcera no centro crosta por cima e tem que retirar Tumor em fenda embrionária (ex. sulco nasolabial): mais agressivo. Diagnóstico diferencial: queratoacantoma e CEC o Carcinoma Basocelular Infiltrante Altamente recidivante Podem aprofundar causando mais destruições Aspecto de casca de laranja Difícil precisão de margem cirúrgica (cirurgia micrográfica). o Carcinoma Basocelular Plano-Cicatricial Prognóstico ruim, muito agressivo. Forma um tecido fibroso (proliferação de fibroblastos) que faz o tumor rebaixar e ficar com aspecto de cicatriz. Representação clínica esclerodermiforme. Diagnóstico diferencial: esclerodermia em placas o Carcinoma Basocelular Plano-Cicatricial Pigmentado Principalmente, em pessoas morenas. Evolução lenta. o Carcinoma Basocelular Pigmentado Forma nódulo-ulcerativa com pigmentação melânica Assemelha-se ao melanoma maligno, do qual deve ser diferenciado Diagnóstico diferencial: queratose seborreica e melanoma maligno o Carcinoma Basocelular Superficial Tipo mais comum fora da face Não aprofunda no plano da derme, fica mais restrito à epiderme. Borda ligeiramente elevada que pode ser detectada com iluminação lateral Diagnóstico diferencial: queratose actínica e disqueratose de Bowen o Carcinoma Basocelular Superficial Multifocal Várias pápulas (microtumores) dentro da lesão central Pode ter lesões satélites Prognóstico ruim Diagnóstico Diferencial: Doença de Bowen. o Carcinoma Basocelular Terebrante Comum na região central da face. Muito destrutiva/agressiva – mais invasivo no plano vertical, podendo chegar ao plano ósseo. Risco de metastatizar por contiguidade. Diagnóstico Diferencial: Leishmaniose. o Carcinoma Basocelular Fagedênico Invasivo no plano superficial, horizontal (Obs.: Invade a derme). o Carcinoma Basocelular em localizações menos frequentes: leito ungueal, inframamário, coxa, lombar (região interglútea), maleolar, antebraço, vulva, em pele negra. Diagnóstico: clínico e histopatológico: massas de células basalióides que se dispõem perifericamente, em paliçada (sempre recomendado devido às inúmeras variedades e níveis de agressão). Tratamento: excisão e sutura com e sem reconstrução Evolução: Boa. Prognóstico: Bom. Dependente da agressividade do tumor. Profilaxia: Diagnóstico precoce é essencial. Evitar exposição solar. CARCINOMA ESPINOCELULAR OU EPIDERMOIDE Tumor maligno dos queratinócitos Principais fatores de risco: exposição solar (principal fator), grau de pigmentação (pacientes claros), olhos claros, efélides na infância, idosos (> 50 anos, mais comum nessa faixa etária), lesões precursoras (lesões cancerizáveis), sexo masculino, fumo Pode ocorrer em pele normal, mas tem origem frequentemente na queratose actínica, leucoplasias, radiodermite crônica, queratose arsenical, xeroderma pigmentoso, úlceras crônicas e cicatrizes de queimaduras Locais mais comuns: lábio inferior, orelhas, face, dorso das mãos, mucosa bucal e genitália externa Etiologia e Patogênese o Exposição solar: UVB (280 a 320nm), UVA (320 a 400nm) co-carcinógeno o Arsênico o Fatores térmicos o Irradiação crônica (cicatriz de radioterapia) o Lesões cicatriciais, úlceras, fístulas, osteomielite, radiodermite, epidermólise bolhosa distrófica. o Fatores virais (HPV) o Imunossupressão: transplantados renais, SIDA, leucemia, linfoma Manifestações Clínicas o In situ: doença de Bowen, queratose actínica, leucoplasia, etc. o Invasivo: pápula, nódulo, escamas, vegetações, úlceras, hemorragias, crostas, superfície irregular. Variável com a lesão precursora e a localização. Área queratósica infiltrada e dura ou nódulo lesão aumenta ulceração com infiltração na borda ou tornar-se vegetante ou córnea Em mucosa: placa de leucoplasia infiltração, lesão vegetante Lábio: leucoplasia infiltração, nódulo o Metastático: varia de 0 a 50%. Fatores envolvidos: lesão precursora, localização (mucosa e semi-mucosa são mais agressivos), tipo, espessura (quantidade de células aumenta facilita o deslocamento de alguma), diâmetro (>2cm: risco muito maior), diferenciação celular (pouco diferenciado com células mais anaplásicas: pior prognóstico), tempo de evolução (quanto mais antigo, pior). Variedades o Carcinoma Espinocelular Invasivo: Comum fora da face (antebraço, perna). Muito comum na mão, não é perolado e não possui telangiectasias. Demora meses, é mais agressivo (CBC leva anos), vegetante, mais sangrante. Também é comum na região pré-esternal (pega muito sol). Friável. Muito agressivo em albinos. o Carcinoma Espinocelular em transplantado renal: mais comum nesses tipos de pacientes por causa da baixa imunidade. Cursam com muitas lesões. Várias recidivas. o Carcinoma Espinocelular metastatizante o Carcinoma Espinocelular sobre cicatriz de queimadura: úlcera de Marjolin. Prognóstico ruim. o Carcinoma Espinocelular Sub-ungueal: não é raro (o CBC sub-ungueal é relativamente frequente). o Carcinoma Espinocelular no Lábio Inferior: paciente fumante de cigarro de palha. Sobre queilite actínica. Tumores de mucosa e submucosa possuem pior prognóstico. o Carcinoma Espinocelular na Língua: péssimo prognóstico, principalmente na base; na superfície e na lateral não é tão ruim. o Carcinoma Espinocelular nos Genitais: Principalmente em paciente não- circuncisados. Também pode ser causado pelo HPV carcinoma verrucoso (bom prognóstico, tem baixo índice de mortalidade). o Epitelioma cuniculatum:altamente recidivante, mas o comportamento é benigno (não é agressivo, não dá metástases). Diagnóstico: clínico e histopatológico (células espinhosas atípicas e células diferenciadas que formam centros córneos Diagnóstico Diferencial: queratoacantoma (acredita-se ser variante do CEC de baixo grau), carcinoma basocelular, sarcoma e fibrossarcoma, carcinoma de células de Merckel (comum na face e região periorbitária, raro, 10x mais agressivo), granuloma piogênico (história de trauma associado), verruga plantar (principalmente do epitelioma cuniculatum) Tratamento: cirurgia excisional com e sem dissecção de linfonodos, radioterapia (casos inoperáveis), cirurgia micrográfica (melhor método de todos, mas é caro) Evolução e Prognóstico: tumor mais agressivo. Não muito bom. Profilaxia: evitar sol, diagnóstico precoce, tratar lesões precursoras
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