Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
REVISÃO FINAL - FECHANDO TRIBUTÁRIO COMEÇANDO!!!! BLOCO I - DICAS 1 a 180 I – ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS, COMPETÊNCIA E IMUNIDADES DICA 1: CIP – A Contribuição de Iluminação Pública é um tributo admitido na Constituição, desde a EC 39/02, que criou o art.149-A. A CIP tem por natureza jurídica ser uma contribuição especial; se agregou às três espécies de Contribuições Especiais previstas desde 1988 no art.149 (Contribuições Profissionais, Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE) e passou a ser a quarta espécie de “contribuição especial” prevista na Constituição. Sua finalidade é gerar recursos para custear a rede de iluminação pública das cidades (ou do DF), sendo sua receita arrecadada totalmente afetada para esse fim. A CIP incide sobre o consumo de energia elétrica, sendo esse seu fato gerador, sendo normal inclusive que a cobrança do tributo seja feita junto com a fatura de consumo de energia elétrica; nessas situações, os Municípios (ou DF) fazem um simples convênio com a concessionária de energia elétrica e essa cobra a CIP junto com a “conta de luz”, repassando a arrecadação do tributo ao Município. DICA 2: CIP – A CIP é tributo de competência dos Municípios e do Distrito Federal. Cuidado na prova para não confundir e incluir os Estados; não! Somente os Municípios e o DF. A CIP quebra, portanto, a regra que apenas a União tem competência para instituir contribuições especiais. Tal regra só tinha uma exceção (os Municípios, o DF e os Estados que possuem regime próprio de previdência social para seus servidores públicos efetivos instituem a contribuição previdenciária a ser cobrada dos referidos servidores efetivos), ganhando a segunda por força da CIP. Na prova, lembre-se: somente os Municípios e o DF podem instituir Contribuição para o custeio da rede de iluminação pública (CIP). DICA 3: CIP - A CIP não se confunde com a velha (e inconstitucional!) TIP – Taxa de Iluminação Pública. Cuidado na prova: iluminação pública é serviço indivisível, não permite taxação. Exatamente por isso se fez uma emenda constitucional para permitir a cobrança de uma contribuição especial. Só se pode cobrar uma taxa de serviço quando o serviço público prestado, além de específico, é também, “divisível”, o que não ocorre na iluminação pública, que é flagrantemente serviço indivisível. Logo, é inconstitucional a cobrança de Taxa de Iluminação Pública – TIP (Súmula 670, STF), não obstante seja plenamente constitucional a cobrança da Contribuição de Iluminação Pública. DICA 4: CIP - A CIP é tributo criado por lei ordinária (regra geral!), que é cobrado mediante a técnica do lançamento de ofício (assim como ocorre nas taxas, contribuições de melhoria, IPTU e IPVA), tem como fato gerador o consumo de energia elétrica e para sua cobrança se utiliza como base de cálculo o valor do consumo da energia, de modo a que quanto mais se consome, mais se paga Contribuição para custear a iluminação das ruas. Por fim, é tributo regido pelo princípio da capacidade contributiva. DICA 5: TAXAS E CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA – As taxas e contribuições de melhoria são tributos que guardam muitos traços comuns, a listar: ambos são tributos que podem ser criados pelos quatro entes federativos, razão pela qual são chamados de tributos de “competência comum”; ambos são criáveis por mera lei ordinária (regra geral!), não sendo necessário lei complementar para sua criação; ambas para serem cobradas se submetem, em regra, ao procedimento chamado lançamento “direto” ou “de ofício”, assim como a CIP, o IPTU e o IPVA; por fim, ambos são tributos vinculados, já que para cobrá-los o ente federativo se vincula ao dever de fornecer uma contraprestação específica ao sujeito passivo que será tributado. DICA 6: CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA – A contribuição de melhoria é tributo que só pode ser cobrado em uma única hipótese: quando ocorre valorização em imóveis, decorrente de obras realizadas pelo poder público, sendo exatamente esse o seu fato gerador. Cuidado na prova: o fato gerador não é o simples feito de uma obra pública mas sim a valorização imobiliária decorrente da obra; se não houver valorização, não pode incidir o tributo, não há fato típico. Prestem atenção com uma habitual pegadinha: não incide contribuição de melhoria sobre obras de RECAPEAMENTO ASFÁLTICO (famosas obras de “tapa buraco”), pois não se gera qualquer melhoria aos imóveis com tais obras; não há valorização e sim mera reposição do prejuízo; os imóveis apenas voltam ao seu real patamar de valoração, que estava depreciado. Em tais obras não cabe cobrar o tributo!!! DICA 7: CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: A base de cálculo para a cobrança da contribuição de melhoria é o quantum de valorização imobiliária se aufere; nesse viés, quem se valorizou mais, paga mais, e vice e versa. O sujeito passivo é o proprietário do imóvel valorizado. Existem três limites importantes a serem respeitados: o limite geral, pelo qual o ente que fez a obra não pode arrecadar, na soma de todas as contribuições de melhoria cobradas, um valor superior ao que gastou com a obra; o segundo limite é o limite individual pelo qual nenhum sujeito passivo vai pagar, individualmente, um valor superior ao benefício que auferiu; por fim, o último, o limite do pagamento anual, pelo qual ninguém será obrigado a pagar dentro do mesmo ano um valor superior a 3% do maior valor fiscal do seu imóvel. DICA 8: CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: Registre-se que a contribuição de melhoria até pode ser cobrada antes de concluída a obra, sem problemas, desde que em áreas nas quais se possa comprovar que já houve valorização nos imóveis por força da obra ainda não conclusa. Frise-se que o poder público é obrigado a publicar um edital prévio, antes do fim da obra, informando todos os detalhes sobre a mesma, sendo essa publicação requisito de validade para o cabimento da cobrança do tributo. DICA 9: TAXAS – As taxas só podem ser cobradas em duas hipóteses: de um lado, em razão do exercício do poder de polícia (quando almejam recuperar para os cofres públicos o valor gasto com o exercício do poder de polícia), quando são chamadas de taxas de polícia, e, do outro, quando são efetivamente prestados, colocados a disposição de um grupo de administrados, um serviço público específico e divisível (nessas situações, tem-se a chamada taxa de serviço). DICA 10: TAXAS – As taxas de polícia podem ser cobradas desde que a Administração realmente exerça poder de polícia. Importante lembrar que para caber a cobrança da Taxa de Polícia não precisa que haja uma diligência fiscalizadora guiada presencialmente por um agente público dentro do estabelecimento do administrado fiscalizado; não. O STF aceita que o poder de polícia se exerce à distância, bastando à Administração provar que o órgão / autarquia fiscalizadores estão em regular funcionamento. Se estão funcionando, a presunção é que estão fiscalizando. Logo, cabe a Taxa de Polícia mesmo que sem ter ocorrido uma fiscalização presencial. O exemplo típico é o da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA que a União cobra para recuperar os custos da fiscalização que o IBAMA exerce sobre as indústrias potencialmente poluidoras do meio ambiente. DICA 11: TAXAS – As taxas de serviço tem como fato gerador a conduta do estado de colocar à disposição de um grupo de particulares um serviço público específico e divisível. Observe-se que os requisitos são cumulativos, tendo o serviço que ser, ao mesmo tempo, específico E divisível. O fato gerador é a disponibilização desse serviço, independente de o particular a quem o serviço é oferecido vir a usar efetivamente ou não (sendo mero usuário potencial). Por isso que alguns doutrinadores afirmam que o fato gerador é o uso efetivo ou potencial do serviço público específico e divisível efetivamente prestado ou colocado à disposição. Lembrem-seque alguns serviços públicos do dia a dia são flagrantemente indivisíveis, pelo que não se pode, em hipótese alguma, cobrar uma Taxa para recuperar o custo despendido na prestação desses serviços; é o caso clássico dos serviços de iluminação pública, o serviço de policiamento de ruas a, também o serviço de limpeza pública das ruas e praças. Em todos esses casos, caso seja instituída uma Taxa de Serviço, a mesma é inconstitucional. DICA 12: TAXAS – Cuidado para não confundir o serviço de limpeza pública (varredura de ruas e praças; conservação genérica dos logradouros públicos) com o serviço de coleta de lixo domiciliar. Esse último, pode gerar o ato de taxação, sem problemas, pois é específico e divisível. É constitucional a Taxa de Coleta de Lixo Domiciliar, a qual não pode ser confundida com a ilícita Taxa de Limpeza Pública (também chamada de Taxa de Conservação de logradouros públicos). Muitas vezes o Município tenta fazer uma “cobrança casada” e exige numa única taxa a cobrança pelos custos com os dois serviços ao mesmo tempo, instituindo a chamada “Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública – TCLLP’, a qual é, inconfundivelmente, inconstitucional. Só é constitucional a taxa cobrada exclusivamente em razão do serviço de coleta de lixo domiciliar. DICA 13: TAXAS – Quando se calcula o valor que cada sujeito passivo vai pagar na taxa que lhe é cobrada, é proibido que se utilize como base de cálculo de taxa uma que seja prórpia de imposto. Isso mesmo! Fiquem atentos com essa verdade na hora da prova: taxa não pode ter base de cálculo própria de imposto. Os tributos em comento tem finalidades diferentes, sendo que seria irrazoável utilizar as mesmas bases para calcular o modo de pagamento dessas duas exações fiscais. Logo, sem medo na prova: taxa não pode ter base de cálculo própria de imposto. Registre-se que essa verdade em nada afeta o uso (lícito!) da ‘metragem do imóvel” como base de cálculo de algumas taxas; nenhum problema. A “metragem’ (tamanho!) do imóvel não é sinônimo de “valor”; o STF entendeu que a “metragem” não é por si só, base própria de imposto. A guisa de exemplo, a base de cálculo do IPTU é o ‘valor venal do imóvel”; o valor não se confunde com o tamanho. Logo, na prova, sem problemas, é possível utilizar como base de cálculo de uma taxa o tamanho do imóvel do sujeito passivo, e isso não fere a regra que veda a identidade entre a base de taxa e a de imposto. DICA 14: O STF entende que a Taxa Judiciária até pode ter como base cálculo o “valor da causa”, mas deve haver um teto, um limite, não pode ser qualquer valor, ilimitadamente, sob pena de se gerar, de um lado, um óbice ao acesso ao Judiciário, e, do outro, uma super arrecadação que configure enriquecimento ilícito do Poder Público. Logo, na cobrança da Taxa Judiciária, quando se adotar o valor da causa como base de cálculo, esse não pode ser ilimitado. DICA 15: EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS – Os Empréstimos Compulsórios são tributos de competência exclusiva da União, que só pode os instituir mediante lei complementar (vedado, a qualquer título, uso de medidas provisórias), e só podem ser instituídos em três hipóteses: a) para custear despesas com eventual guerra externa na qual o Brasil se envolva; b) para custear a recuperação de calamidades públicas; c) para custear a realização de investimentos públicos urgentes e que atendam a um relevante interesse nacional. Nesses três casos, a União pode, desde que se valendo de lei complementar, obrigar o povo a emprestar dinheiro para o custeio desses fins. DICA 16: EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS – Caso instituídos, podem incidir imediatamente, salvo nos casos de custeio de investimentos públicos urgentes e de relevante interesse nacional, situação em que ficam sujeitos às duas cláusulas temporais do princípio da anterioridade, só podendo ser exigidos no exercício financeiro seguinte e desde que já passados noventa dias a contar da publicação da lei. Logo, se for nos casos de guerra externa ou calamidade, INCIDÊNCIA IMEDIATA. DICA 17: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CIDE – As CIDES se afeiçoam como espécie do gênero “Contribuição Especial”. Se destinam a custear atividades que a União desenvolve e que se enquadram na noção de “intervenção no domínio econômico”. São tributos que podem ser criados por mera lei ordinária (seguem a regra geral), de competência exclusiva da União (regra geral das contribuições especiais – salvo a CIP e a contribuição previdenciária dos servidores efetivos quando o DF, Estados e Municípios possuem regime próprio de previdência social para esses servidores). Para serem cobradas, se utiliza em regra o lançamento por homologação (regra no sistema arrecadatório brasileiro – o sujeito passivo é obrigado a fazer o pagamento antes mesmo de ser notificado, no prazo fixado pela legislação, cabendo ao fisco, em momento posterior, homologar o pagamento que foi feito). DICA 18: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CIDE – A lei que vier a instituir a CIDE pode fixar tanto alíquotas ad valorem como específicas, não havendo qualquer restrição a uma ou outra modalidades. Registre-se ainda que as CIDES PODEM INCIDIR NA IMPORTAÇÃO, MAS NÃO INCIDEM SOBRE RECEITAS DECORRENTES DE EXPORTAÇÃO. Aplica-se, aqui, o mesmo rol de regras das Contribuições Sociais, que incidem na importação mas não incidem sobre receitas decorrentes da exportação. DICA 19: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CIDE – Existe uma CIDE que é perigosa, merece atenção: é a CIDE DOS COMBUSTÍVEIS, que incide sobre a comercialização de tais bens. Nessa CIDE: o fato gerador é a circulação de combustíveis, produzidos no Brasil ou vindos de fora; o sujeito passivo é quem comercializa; a receita é destinada a três fins (compreendidos na noção de “intervenção no domínio econômico”), quais sejam, a política nacional de transportes, os transportes de combustíveis (e especial os gasodutos e oleodutos) e os projetos de recuperação do meio ambiente (especialmente quanto aos danos decorrentes da atividade de exploração de petróleo e gás). DICA 20: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CIDE – A CIDE/COMBUSTÍVEIS apresenta uma exceção ao princípio da legalidade, no que tange à cláusula da “reserva legal”; as alíquotas da CIDE/COMBUSTÍVEIS podem ser REDUZIDAS e RESTABALECIDAS por mero ato do Poder Executivo, não precisando de lei. Observe-se que não é permitido MAJORAR por ato executivo, e sim, apenas, reduzir, e, após, restabelecer (voltar a alíquota para o patamar que se encontrava antes da redução). Ocorrendo o ato de restabelecimento da alíquota, SÓ SE RESPEITA O PRAZO DA ‘NOVENTENA”, não sendo necessário aguardar o exercício financeiro seguinte. DICA 21: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CIDE – A CIDE/COMBUSTÍVIS tem uma regra especial de repartição de receita tributária, de sorte a que a União só fica com 71% da arrecadação, REPASSANDO 29% AOS ESTADOS / DF. Quando cada Estado Membro recebe sua parcela do repasse, fica obrigado a repassar um quatro do montante que recebeu aos seus Municípios (25% da parcela que cada Estado recebe será entregue aos seus Municípios). Observe-se que são regras de repartição da receita tributária arrecadada, não tendo nada a ver com delegação de competência (o que não existe no nosso Dir. tributário brasileiro); a CIDE, qualquer que seja o caso (inclusive no caso dos Combustíveis) é SEMPRE tributo de COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO. DICA 22: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – as Contribuições Sociais de Seguridade Social (são as que destinam recursos para SAÚDE, ASSISTÊNCIA SOCIAL e PREVIDÊNCIA SOCIAL), caso criadas ou majoradas, só respeitam a “noventena”, não precisando aguardar o exercício financeiro seguinte para que possam ser cobradas. Assim como nas majorações do IPI e nos casos de restabelecimento de alíquotas reduzidas da CIDE dos Combustíveis, caso se crie ou majore uma Contribuição de SeguridadeSocial, não se aplica a regra temporal do “exercício financeiro seguinte” emanada do Princípio da Anterioridade. Só é necessário obedecer o prazo de 90 dias. DICA 23: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – A Constituição autoriza cobrar contribuições para o custeio da seguridade social sobre quatro perfis de sujeitos passivos, razão pela qual se fala que existem quatro espécies de Contribuições “ordinárias” para a Seguridade Social (as que já estão previstas “ordinariamente” na Carta, de modo expresso), e, são elas: a) contribuições sobre os empregadores; b) contribuições sobre os trabalhadores e demais segurados da previdência social; c) contribuições sobre as receitas dos concursos de prognósticos (jogos!); d) contribuições sobre os importadores. DICA 24: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – No que tange à incidência das Contribuições de Seguridade Social sobre os empregadores, elas incidem tanto sobre o empregador, sobre a empresa e sobre entidade a ela equiparada na forma da lei. DICA 25: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – No que tange à incidência das Contribuições de Seguridade Social sobre os empregadores, sobre a empresa e sobre entidade a ela equiparada na forma da lei, fundamental se lembrar que tais contribuições podem incidir tanto sobre a receita ou faturamento, como também sobre o lucro líquido e, ainda, sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. DICA 26: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – Ainda sobre o custeio da Seguridade Social, quero chamar a atenção para duas imunidades tributárias: primeiro, frisar que não incidem contribuições previdenciárias sobre contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social. Ou seja, os aposentados e pensionistas do RGPS são IMUNES à incidência de Contribuição Previdenciária. A segunda imunidade é: as entidades beneficentes de assistência social também são imunes à incidência de contribuições para o custeio da seguridade social. DICA 27: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – Fundamental lembrar que além das quatro modalidades de contribuições ‘ordinárias” de seguridade social já previstas na Carta, o constituinte expressamente autoriza que OUTRAS FONTES DE CUSTEIO PARA A SEGURIDADE SOCIAL POSSAM SER INSTITUÍDAS. Fiquem atentos, pois é o que se chama de COMPETÊNCIA RESIDUAL DA UNIÃO PARA INSTITUIR NOVAS CONTRIBUIÇÕES DE SEGURIDADE SOCIAL. Ou seja, a União pode instituir uma quinta, sexta, sétima, quantas queira, novas contribuições para custear a seguridade social. Todavia, fiquem atentos pois para criar Contribuições RESIDUAIS de Seguridade Social, SOMENTE POR LEI COMPLEMENTAR. Nesse caso, é terminantemente vedado uso de medidas provisórias. DICA 28: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Se cair na prova uma questão referente ao ITR, lembremo-nos do seguinte: o ITR incide, como regra, sobre imóveis da zona rural; todavia, excepcionalmente, incide sobre imóveis “rurais” da zona urbana. Ou seja, se a área urbana um proprietário explora seu imóvel com atividade agrária (plantio, pecuária, extrativismo ou agroindústria) o imposto a incidir é o ITR. Logo, fixem bem: o ITR incide sobre os imóveis de zona rural e sobre os ‘imóveis rurais” de zona urbana. Cuidado para não confundir “imóvel rural” com “sítios de recreio”; esses últimos, nãos são empresas rurais, nada tem a ver com atividade agrária, sendo alcançados pelo IPTU. DICA 29: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Nas zonas rurais,o imposto que incide é o ITR. Todavia, cuidado com a seguinte situação: nas zonas rurais já declaradas por lei municipal como ZONAS DE EXPANSÃO URBANA, O IMPOSTO QUE INCIDE É O IPTU. É o único caso que o IPTU pode incidir na zona rural, situação em que o ITR não incide; é quando se tem a chamada “zona rural declarada legalmente como em fase de expansão urbana”. DICA 30: IMPOSTOS / ITR & IPTU – O ITR só índice sobre a propriedade TERRITORIAL; ou seja, somente sobre o valor do solo, da terra nua, a terra pura; quer dizer, o ITR só incide sobre o imóvel por natureza, não levando em consideração a edificação. É o oposto do IPTU que incide tanto sobre o valor do solo como das construções sobre ele. O IPTU incide sobre o imóvel por natureza (solo) e por acessão (construções, edificações sobre o solo), porquanto o ITR somente incide sobre o valor da terra nua. É por isso que a base de cálculo do ITR é apenas o VALOR DA TERRA NUA TRIBUTÁVEL, ao contrário do IPTU que tem como base de cálculo todo o valor do imóvel. DICA 31: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Assim como no IPTU, o ITR incide tanto sobre a conduta de ser proprietário, como, também, de se ter posse a qualquer título (desde que seja uma posse com animus dômini) e, ainda, sobre a titularidade do domínio útil. Ou seja, é fato gerador a propriedade, posse ou domínio útil do imóvel. Nesse diapasão, pode-se afirmar que o sujeito passivo é tanto o proprietário, como o possuidor ou o titular do domínio útil. DICA 32: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Tanto o ITR como o IPTU são criados, majorados, regulados, por lei ordinária, não sendo necessário lei complementar. Há, todavia, diferença no procedimento de lançamento! Atenção: o IPTU é cobrado pelo LANÇAMENTO DE OFÍCIO, mas o ITR pelo LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DICA 33: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Tanto no ITR como no IPTU, é possível o uso de ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS SANCIONATÓRIAS em razão do modo ilícito de utilizar o bem imóvel. Logo, se nos casos de incidência de IPTU, o proprietário desrespeita a função social da propriedade imobiliária urbana (conforme definida no plano diretor da cidade), cabe o IPTU progressivo; no mesmo sentido, se o proprietário do imóvel rural não tornar a terra produtiva, CABE O ITR PROGRESSIVO SANÇÃO como forma de desestimular a manutenção de propriedades improdutivas. Nesses casos costuma-se dizer que tanto o IPTU como o ITR assumem uma função extrafiscal. DICA 34: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Diferente do ITR, a Constituição, para o IPTU, ainda prevê outras possibilidades de variação de alíquotas! Logo, PARA O IPTU APENAS, é possível que o legislador fixe alíquotas progressivas em razão do valor venal do imóvel (isso só se tornou possível após a EC 29/00 – antes dessa emenda a Carta não autorizava e o STF entendia inconstitucional o uso de tais alíquotas progressivas). A carta autoriza, também, e, novamente, apenas para o IPTU, alíquotas diferenciadas em razão da área (localização na cidade) e da destinação dada ao imóvel (modo de uso; ex: residencial x comercial). DICA 35: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Locatário de imóvel não é sujeito passivo de IPTU e nem de ITR, pois não é proprietário e sua posse não tem animus domini. Todavia, nada obsta que a legislação tributária, através de lei, fixe regra de solidariedade passiva entre proprietário/locador e possuidor/locatário. Aí sim, o fisco poderia cobrar do locatário, mero possuidor. Não havendo essa expressa previsão, não pode o fisco cobrar do locatário. Havendo cláusula no contrato de locação que repasse ao locatário o dever de pagar o imposto devido pelo locador, essa cláusula só produz efeitos entre as partes, sendo inoponível ao fisco, valendo a regra da inoponibilidade das convenções particulares à fazenda pública. DICA 36: IMPOSTOS / ITR & IPTU – O ITR é cobrado pela União, que quando o arrecada, repassa a metade (50%) do valor ao Município em que fica o imóvel. Todavia, caso o Município queira optar, ele pode, mediante formalização de um convênio com a União, assumir a função e os encargos e custos de fiscalização e cobrança do ITR, e, se assim optar, fará jus a 100% da arrecadação. Frise-se que trata-se de uma OPÇÃO, já que o Município não é obrigado a isso; optando, ficarácom 100¨% da receita. DICA 37: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Aquele que assina promessa de compra e venda de imóvel público, assume, desde logo, o dever de pagar o IPTU (ou ITR, se for o caso). Nesses casos, mesmo que o imóvel continue em nome do poder público até o final da promessa de compra e venda, o particular, promitente comprador, sofre a incidência do imposto, jamais podendo avocar a “imunidade recíproca” dos entes federativos. DICA 38: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Vigora IMUNIDADE DE ITR para aquele que seja proprietário de uma pequena gleba de terra e que não possua outro imóvel, utilizando seu pequeno e único solo para a subsistência. Em regra, qualquer imóvel rural de até 30 hectares é uma pequena gleba de terra, independente de onde fique no país; a depender de onde esteja, pode continuar sendo pequena gleba mesmo com até 50 hectares e até mesmo com até 100 hectares (caso, por exemplo, dos imóveis que ficam na Amazônia Ocidental). Se for único imóvel, será imune ao ITR. Atenção, todavia, pois se o proprietário rural tiver dois ou mais imóveis, ele não tem imunidade dada pelo constituinte; entretanto, a lei do ITR concede isenção se a soma dos imóveis rurais não extrapolar a dimensão de pequena gleba de terra e desde que o proprietário não possua imóveis urbanos. Ou seja, se só tiver um imóvel, imunidade; dois ou mais, isenção; e, claro, sempre dentro do conceito de pequena gleba de terra. DICA 39: IMPOSTOS / IPVA – Lembrem-se que o IPVA, junto com o ITD e o ICMS, é imposto de competência dos Estados Membros e do DF. É criado por lei ordinária (regra geral) e se cobra mediante lançamento de ofício. Incide sobre propriedade de veículo automotor terrestre. Cuidado, pois O IPVA NÃO INCIDE SOBRE VEÍCULOS NÁUTICOS OU AÉREOS. Se cair na prova o exemplo de uma embarcação ou aeronave, não incide IPVA, pois a hipótese de incidência se restringe aos veículos terrestre, conforme pacificou STF fazendo a interpretação histórica da origem do IPVA, que nasceu para substituir a velha Taxa Rodoviária Única, que era cobrada apenas de quem tinha automóvel terrestre. DICA 40: IMPOSTOS / IPVA – Metade da receita arrecadada com o IPVA (50%) deve ser entregue ao Município onde se faz o licenciamento do veículo, sendo certo que o proprietário deve licenciar o automóvel no município onde tem seu domicílio. DICA 41: IMPOSTOS / IPVA – A base de cálculo do IPVA é o valor venal do veículo. Salvo quanto a carros de coleção, deve haver, todo ano, uma regressão da base de cálculo, já que os veículos depreciam seus valores ano a ano. DICA 42: IMPOSTOS / IPVA – Quanto às alíquotas do IPVA, atenção com duas informações: de um lado, CABE AO SENADO FIXAR ALÍQUOTAS MÍNIMAS PARA O IPVA, para evitar a guerra fiscal entre os Estados vizinhos e assegurar um mínimo arrecadatório; noutra frente, a Constituição autoriza que o legislador estadual fixe ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS PARA O IPVA, em razão do TIPO e UTILIZAÇÃO do veículo. Dessa forma, é possível uso de alíquotas mais elevadas ou mais brandas em razão do tipo de combustível ou da destinação que se dá ao veículo (uso para táxi, transportes, atividades agrárias, ambulância, etc); apesar, muita atenção pois o STF entende ser inconstitucional diferenciar as alíquotas com base no critério NACIONAL x IMPORTADO, o que, segundo a Corte, violaria o Princípio da Não Discriminação pela procedência ou destino, previsto no art.152 da Carta. DICA 43: IMPOSTOS / IPVA e IPTU – Quanto ao Princípio da Anterioridade, MUITA ATENÇÃO: tanto o IPVA como o IPTU, caso tenham a BASE DE CÁLCULO majorada, NÃO RESPEITAM A NOVENTENA, somente a regra do “exercício financeiro seguinte”. Ou seja, se houver no dia 31/12 de certo ano majoração de IPTU ou IPVA mediante modificação de suas bases de cálculo, a nova tributação pode ser aplicada já em primeiro de janeiro pois NÃO SE APLICA A CLÁUSLA DO ‘MÍNIMO NONAGESIMAL” quando se majora a BASE DE CÁLCULO desses dois impostos. Registre-se que o afastamento da regra da “noventena” somente ocorre se a majoração for pela base de cálculo, já que caso se dê pela alíquota, aplica-se a regra geral, incluindo o dever de respeito à cláusula da noventena. DICA 44: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. Recordem-se que alguns tributos são de competência comum, podendo os quatro entes federativos instituí-los. É o caso das taxas e contribuições de melhoria. Alguns são de competência exclusiva da União, e falo aqui dos empréstimos compulsórios e das contribuições especiais, sendo que, quanto a essas, há duas exceções! Das quatro espécies de contribuições especiais, duas são realmente exclusivas da União (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE e Contribuições Profissionais); todavia, no reino das contribuições sociais (mais uma das quatro espécies de contribuições especiais) temos uma exceção: os Estados, DF e Municípios que tiverem regime próprio de previdência para os seus servidores efetivos devem instituir a contribuição previdenciária desses servidores. Logo, a primeira exceção à exclusividade da União é essa, prevista no art.149,§1º, CRFB/88. A segunda exceção é a da Contribuição de Iluminação Pública – CIP, que é de competência dos Municípios e do DF. Cuidado, não vai marcar que a CIP é dos Estados, heim!!! Iluminação Pública é serviço de interesse local e está ligado ao urbanismo; logo, por dois motivos, competência municipal, e o DF cumula! Portanto, o que vocês estão vendo:as taxas e contribuições de melhoria são de competência comum da União, Estados, DF e Municípios; os empréstimos compulsórios e contribuições especiais são de competência exclusiva da União, ressalvada a CIP que é dos Municípios e DF e a contribuição previdenciária dos servidores públicos efetivos se houver regime próprio no DF, Estados e Municípios, caso em que esses entes é que cobrarão a contribuição. DICA 45: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – Quanto aos impostos, o macete é simples: basta lembrar quais são os três impostos ordinários dos Municípios e os três dos Estados (o DF cumula e fica com os seis); todo o resto é da União. Logo, lembrem-se: os Municípios instituem o IPTU, ITBI e ISS (art.156, CRFB/88); já os Estados instituem o ITD, ICMS e IPVA (art.155, CRFB/88); o DF fica com os seis (competência cumulativa – art.147 c/c art.155). Todos os demais impostos são da União, sejam os outros sete impostos ordinários (II, IE, IPI, IOF, IR, ITR e IGF),vide art.153, CRFB/88, sejam os impostos residuais (art.154,I, CRFB/88) ou os impostos extraordinários de guerra (art.154, II, CRFB/88). DICA 46: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA / COMPETÊNCIA CUMULATIVA TRIBUTÁRIA – Lembrem- se que no Brasil não existem mais Territórios Federais, mas, caso existam, a União, nos mesmos, cumulará os impostos estaduais e, caso o Território não seja dividido e Municípios, ocorrerá também a cumulação dos impostos municipais. Cuidado pois se o Território for dividido em Municípios, por lógico, o próprio Município ficará com os impostos municipais, e, nesse caso, a União só cumulará os impostos estaduais com os federais. Falamos aqui da competência cumulativa da União nos Territórios (art.147, CRFB/88). DICA 47: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – COMPETÊNCIA RESIDUAL: Quanto à competência residual tributária, lembrem-se que a Carta nos arts.154, I e 195,§4º assegura que a União (e apenas ela!) poderá instituir tanto impostos residuais como contribuições de seguridade social residuais, e, em ambos os casos, somente por via de lei complementar, não cabendo lei ordinária nem medida provisória; impostos residuais terão que ter fato gerador e base de cálculo diferente dos impostos já previstos na Carta, idem quanto às Contribuições de Seguridade Social em relação às Contribuições de mesma natureza previstas na Constituição. E, se for o caso, terão também que respeitar a não cumulativa, técnica que, a priori, se aplica no IPI e no ICMSpara combater enriquecimento ilícito na tributação. DICA 48: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA / INDELEGABILIDADE – Recordem-se também que A COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA É INDELEGÁVEL, ainda que o ente competente possa delegar duas das quatro capacidades que integram a competência. Ou seja, o ente competente pode delegar as capacidades tributárias de fiscalização e arrecadação, inclusive a particulares, o que, todavia, jamais permite crer que se delegou a titularidade sobre o tributo (competência), a qual, repito, é sempre indelegável. DICA 49: IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS – Lembrem-se que quando falamos de uma imunidade estamos falando do maior dos benefícios fiscais que existem. Falamos da benesse que decorre de normas constitucionais proibitivas de incidência de tributos. Ou seja, AS IMUNIDADES DECORREM DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA! Emanam de normas constitucionais proibitivas do exercício da competência tributária. Costuma-se falar m não incidência constitucionalmente qualificada! DICA 50: IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS – Peço a atenção de vocês com o art.150, VI, CRFB/88. Em suas quatro alíneas estabelece a vedação de incidência de impostos sobre certas pessoas, bem como, sobre a circulação de certos bens. Nesse compasso, observem que pela aliena ‘d’ fica vedado que incidam impostos sobre a circulação de livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. A imunidade não se estende a todos os insumos, sendo o papel protegido pela própria norma constitucional. Inclusive filmes e papeis fotográficos também são imunes quando destinados a produção de livros, jornais e periódicos (S. 657, STF). Cuidado, entretanto, pois o STF entendeu que empresas contratadas para fazerem a impressão gráfica desses bens não tem a imunidade, devendo recolher o ISS e o IR, não sendo favorecidas. DICA 51: IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS – Quanto às alíneas ‘a’, ‘b’ e ‘c’ do mesmo art.150, VI, temos pessoas, instituições, protegidas. Na alínea ‘a’ temos as pessoas de direito público, naquilo que se chamou de imunidade recíproca entre os entes federativos, seus órgãos, bem como autarquias e fundações mantidas por eles. Na alínea ‘b’ tem-se a imunidade religiosa em favor dos templos de qualquer culto. Já na alínea ‘c’ aparecem algumas pessoas importantes que também gozam da imunização constitucional. São os partidos políticos e suas fundações, as entidades sindicais de trabalhadores e as entidades de educação e assistência social sem fins lucrativos. O STF reconheceu a imunidade também par entidades de SAÚDE sem fins lucrativos. DICA 52: IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS – Esclareço que, salvo quanto aos templos religiosos, a Constituição apenas assegura a imunidade quanto a impostos sobre PATRIMÔNIO, RENDA E SERVIÇOS para as demais pessoas (estariam, assim, exclusos os impostos sobre circulação – ICMS, IPI e IOF – e sobre comércio exterior – II, IE). Logo, quanto ao ICMS e os quatro impostos federais extra-fiscais (II, IE, IPI e IOF),a Carta não assegura expressamente a imunidade, a qual só será reconhecida se o STF entender adequado, ponderando o caso concreto e interpretando a Constituição na sua unidade. DICA 53: IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS –Na imunidade recíproca friso que o STF vem reconhecendo a imunidade não apenas em favor das autarquias e fundações mantidas pelo poder público, aceitando a imunidade em favor das empresas públicas e sociedades de economia mista PRESTADORAS DE SERVIÇO EXCLUSIVO DE ESTADO. Cuidado, pois, como regra, as empresas públicas e as sociedade de economia mista não tem imunidade tributária, pois, como regra, desenvolvem atividade econômica, sendo exceção atuarem como prestadoras de serviços públicos. Entretanto, friso que, nessa hipótese excepcional, caberá a imunidade; é o caso conhecido dos Correios (ECT) e da INFRAERO. Lembremo-nos ainda que não cabe a imunidade para as concessionárias e permissionárias, que atuam com fins lucrativos. DICA 54: IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS –Quanto às Igrejas, recordem-se que a imunidade não é apenas para o imóvel no qual se desenvolve o culto, mas para todo o patrimônio que a Igreja utilize vinculado a sua atividade fim. E essa regra, frise-se, vale também para as demais pessoas imunizadas no art.150, VI. Nesses termos, até mesmo imóveis utilizados como estacionamentos, mesmo que alugados a terceiros, continuam imunes, desde que se comprove que os alugueis são revertidos nas finalidade essenciais da Instituição. Vale a leitura da Súmula 724 do STF. Não incidirá o IPTU sobre esses imóveis; mas, prestem atenção, pois somente se realmente os alugueis forem utilizados para custear a instituição. Ainda nas Igrejas, lembrem-se que o STF reconheceu a imunidade em favor das lojinhas que vendem souvenires religiosos dentro dos templos. E, quanto à polêmica questão dos CEMITÉRIOS, lembrem-se que se forem meras extensões da Instituição Religiosa, atuando sem fins lucrativos, sem caracterização de atividade econômica, esses cemitérios religiosos também terão imunidade tributária. Peço que vocês tenham máximo cuidado com a seguinte informação: todas as imunidades do art.150, VI são APENAS PARA IMPOSTOS, não havendo imunidades de taxas e contribuições de melhoria para as pessoas citadas nesse dispositivo. DICA 55: IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS – Esclareço, ainda, que existem normas constitucionais imunizadoras fora do art.150, VI. E nesses dispositivos existem imunidades de impostos, mas também de taxas e contribuições especiais. Atenção, pois quando falamos que só há imunidades de impostos estamos falando apenas do art.150, VI e das pessoas ali citadas. Destaco a imunidade do ITBI na formação e extinção de pessoas jurídicas, prevista no art.156,§2º, I, a do ITR que não incide sobre pequenas glebas de terra rural quando o proprietário não tem outro imóvel (art.153,§4º, II), a da venda de ouro quando o outro é vendido como ativo financeiro ou instrumento cambial (só cabe IOF ficando imunizada essa venda contra qualquer outro imposto, inclusive o ICMS – ver art.153,§5º c/c art.155,§2º,X,‘c’) e as demais imunidades de ICMS (art.155, §2º, X, ‘a’, ‘b’ e ‘d’). PEÇO QUE LEIAM ESSES POUCOS DISPOSITIVOS!!! Destaco, finalmente, as IMUNIDADES DO EXPORTADOR. Não incide IPI, nem ICMS na exportação (art.155,§2º, X, ‘a’ c/c 153,§3º, III). Também não incidem CIDE’s nem Contribuições Sociais sobre as receitas decorrente da exportação. Destaco, entretanto, que essa imunidade de Contribuições Sociais se restringe à receita/faturamento decorrentes da exportação, não alcançando o lucro líquido; logo, o STF entendeu que INCIDE CSLL no lucro gerado com a exportação. Ainda em favor do exportador lei complementar vedou que caiba ISS sobre prestações de serviços para o exterior (LC 116/03, art.2º, I c/c CRFB/88, art.156,§3º,II). Friso que no caso do ISS não se trata de imunidade, pois o benefício decorre de lei complementar e não da própria Constituição. Por derradeiro, lembro que as imunidades e o benefício do ISS são apenas na exportação; PODE CABER A INCIDÊNCIA DE TODOS ESSES TRIBUTOS NA IMPORTAÇÃO!!! A IMUNIDADE SÓ FAVORECE O E-X-P-O-R-T-A-D-O-R!!! LEGISLAÇÀO TRIBUTÁRIA e HERMENÊUTICA TRIBUTÁRIA, DIREITOS HUMANOS E MÍNIMO EXISTENCIAL DICA 56: A expressão “legislação tributária” não é sinônimo de “lei tributária”. Legislação é gênero no qual LEI é espécie. A expressão legislação tributária significa o conjunto de fontes normativas que disciplinam as relações tributárias. O CTN afirma que a legislação tributária compreende as leis, os tratados e convenções internacionais, os decretos e as normas complementares (art.96, CTN). DICA 57: Quando se fala que certo ato fica preso à “reserva legal”, o que se quer dizer é que somente a lei pode, e não que qualquer fonte da legislação tributária pode. Ao contrário, quando se afirma que certo ato “depende da legislação tributária”, o que se quer dizer é que ele nãodepende exclusivamente de uma lei, sendo exceção à reserva legal. DICA 58: Pelo menos cinco matérias podem ser destacadas como exceções à reserva legal, podendo ser reguladas pela legislação tributária. São elas: a) criação de obrigações acessórias; b) modificação da data do pagamento dos tributos; c) mera atualização monetária da base de cálculo dos tributos (desde que a atualização se faça com base no índice oficial); d) majoração ou redução das alíquotas do II, IE, IPI e IOF; e) redução e restabelecimento das alíquotas da CIDE dos Combustíveis. Em todas essas cinco hipóteses você poder marcar na sua prova que NÃO SE DEPENDE DE LEI, PODENDO A LEGISLAÇÀO TRIBUTÁRIA REGULAR O FEITO. O Poder Executivo, mediante decretos e normas complementares, pode atuar nessas matérias. DICA 59: Ao contrário da dica anterior, existem matérias em que SOMENTE A LEI PODE ATUAR. Merecem destaque: a) a criação, extinção, majoração e redução de tributos (ressalvados os casos acima narrados – Ex: II, IE, IPI, IOF); b) determinação do fato gerador, base de cálculo, alíquota e contribuinte dos tributos (a espinha dorsal do tributo); c) prever penalidades; d)prever hipóteses de suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário. Nessa hipóteses, não esqueça na hora da prova: somente a LEI pode regular (art.97, CTN). Cuidado sempre com as isenções e incentivos fiscais. Nesses, salvo o ICMS (em que a regra é o uso do CONVÊNIO para conceder os benefícios), nos tributos em geral sempre se depende de uma lei específica para a concessão de isenções e incentivos fiscais. DICA 60: O CTN, apesar do desagrado de imensa parte da doutrina, afirma que os tratados internacionais revogam a legislação interna e que serão observados pela que lhes sobrevenha. Com nossa particular crítica, é o que está na lei! O CTN adotou a equivocada premissa que um tratado internacional teria o poder de revogar a lei tributária anterior in compatível (ocorre mera suspensão de eficácia e não revogação) e disse ainda que as leis supervenientes não poderiam revogar tratados, os quais, seriam respeitados por elas (art.98) DICA 61: A legislação tributária muitas vezes deixa lacunas. O CTN apresenta critérios de INTEGRAÇÃO da legislação tributária, os quais se aplicam em ordem SUCESSIVA. Primeiramente se deve utilizar a ANALOGIA; somente se não for cabível resolver o problema é que parte-se para os PRINCÍPIO DE DIREITO TRIBUTÁRIO; não se resolvendo, o terceiro passo é buscar socorro nos PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO PÚBLICO. Por fim, se nem assim se solucionar o problema, o quarto e último passo é o uso da EQUIDADE. Tem que ser sempre nessa ordem! (art.108, CTN) DICA 62: Cuidado com o dois limites que estão nos parágrafos do art.108, CTN. Por eles, não se pode usar a analogia para criar tributo e nem se pode usar a equidade para dispensar pagamento de tributo. Ou seja, a analogia e a equidade não podem violar a reserva legal. DICA 63: A HERMENÊUTICA TRIBUTÁRIA traduz o conjunto de regras que ensinam como interpretar a legislação tributária. Merece destaque a regra do art.111 do CTN que diz que três matérias se sujeitam à interpretação estrita, literal, sendo vedada a interpretação extensiva: a) normas sobre suspensão e exclusão do crédito (não se incluem as normas sobre extinção do crédito!!!); b) isenções; c) dispensas do cumprimento de obrigações acessórias (art.111, CTN). DICA 64: Dentro da hermenêutica tributária também merece destaque a regra da interpretação benigna em matéria de infrações e sanções. Na dúvida, deve-se sempre optar pela interpretação que seja mais favorável ao contribuinte (art.112, CTN). DICA 65: Ainda sobre a hermenêutica tributária é importante destacar a TEORIA DA INTERPRETAÇÃO ECONÔMICA DO FATO GERADOR dos tributos, prevista no art.118, CTN. Por essa, deixa-se claro que não se deve valorar aspectos cíveis ou penais da conduta para que se compreenda o alcance do fato típico tributável, atendo-se o intérprete apenas aos aspectos econômicos da conduta. Nesse viés, se extrai do CTN que devemos fazer uma abstração da análise da validade e da eficácia dos aspectos civis ou penais da conduta (CTN, art.118). DICA 66: Interessante questão prática (e cotada!) emanada da Teoria da Interpretação Econômica é a que ensina que é devida a incidência de imposto de renda sobre rendas auferidas ilicitamente, mediante crime (ex: renda de traficante de drogas). A ilicitude “não fede nem cheira” para fins de incidência tributária (princípio do NON OLET). DICA 67: Quando a Constituição utiliza conceitos, institutos, formas de direito privado em seu texto para definir competências tributárias (ex: “propriedade”; “doação”; “serviço”; “mercadoria”, o a hermenêutica tributária ensina que devemos interpretar esses conceitos, institutos e formas buscando entender suas definições, conteúdos e alcances com base nos ensinamentos de direito privado. Ou seja, devemos pesquisar no direito privado a definição, o conteúdo, o alcance que se dá a esses institutos, conceitos e formas, para que então tenhamos a exata noção do que quis afirmar o constituinte. É regra de interpretação tributária (art.110, CTN). DICA 68: Atualmente, o Direito Tributário moderno exige que se interprete toda e qualquer norma de tributação sempre valorando os direitos humanos. É a chamada humanização do direito tributário, hoje, re-compreendido sob a ótica de que não se pode atribuir a suas normas suas normas o poder de se aplicarem de forma a violarem o mínimo existencial do ser humano. DICA 69: Por força da humanização do direito tributário, fala-se em direitos fundamentais do contribuinte, nada mais do que a aplicação da teoria da proteção aos direitos fundamentais no plano das relações tributárias, projetando-se o ser humano quando ele est;a moldurado na figura do contribuinte. DICA 70: Interpretar as leis tributárias sempre priorizando a proteção aos direitos humanos, significa que não se pode mais conceber a relação tributária como uma relação de poder pleno do estado. Hoje, sofre limitações cada vez mais crescentes, dentro dessa perspectiva de proteção aos direitos humanos, valorando-se a dignidade da pessoa humana e o mínimo existencial. DICAS BLOCO II PRINCÍPIOS, ALÍQUOTAS, REPARTIÇÃO DE RECEITAS, RESERVA DE LC PRINCÍPIOS SETORIAIS TRIBUTÁRIOS: DICA 71: O IR – Imposto de Renda se sujeita a três princípios expressos na Constituição, quais sejam: PUG – Progressividade, Universalidade e Generalidade. Na medida em que o valor da renda aumenta, a alíquota progride (progressividade); as rendas são tributadas independente de sua origem (universalidade das origens das rendas); qualquer pessoas que tenha renda se submete ao imposto (generalidade das pessoas). DICA 72: O IR – Imposto de Renda é também regido pelo princípio da PESSOALIDADE. Questões da vida pessoal de cada pessoa são levadas em consideração pelo legislador e interferem na definição do valor final do imposto a recolher. Dessa forma, a lei leva em consideração aspectos como números de filhos e dependentes, despesas com saúde e educação, etc, e permite que se façam deduções no valor a recolher. Ou seja, aspectos da vida pessoal de cada pessoa são valorados e interferem na definição do valor a pagar. Observem que pessoas com a mesma renda, podem pagar valores diferentes, face a esses aspectos pessoais. Percebam ainda que esses aspectos pessoais são ligados ao MÍNIMO EXISTECIAL de cada pessoa e de seus dependentes. DICA 73: O IR – Imposto de Renda é também regido pelo princípio do NON OLET, que é apenas uma especialização do princípio da Universalidade das origens das rendas. Pelo non olet se dá o “plus” afirmando-se que as rendas são tributadas ainda que as origens sejam ilícitas. O tributo incide independente do crime. A ilicitude “não fede nem cheira” para a tributação. DICA74: O ICMS e o IPI são regidos por três princípios. São eles: princípio da TRANSPARÊNCIA FISCAL, assim como o princípio da NÃO CUMULATIVIDADE e também o princípio da SELETIVIDADE. DICA 75: Quando ao ICMS e IPI, atenção com o princípio da seletividade das alíquotas! No IPI a seletividade é OBRIGATÓRIA, já no ICMS a Constituição FACULTOU o uso da seletividade. O texto da Carta afirma que “O IPI SERÁ SELETIVO” e “O ICMS PODERÁ SER SELETIVO”. Como sabemos a “seleção” das alíquotas se dá em razão da essencialidade dos bens. Bens mais essenciais terão alíquotas menores, e bens mais supérfluos, alíquotas maiores. DICA 76: O princípio da TRANSPARÊNCIA, aplicável ao IPI e ao ICMS, TAMBÉM SE APLICA AO ISS! Na verdade, o princípio da Transparência Fiscal se aplica sempre que se tributam relações de consumo, seja na venda de mercadorias/produtos industrializados, seja na venda de serviços. Está positivado no art.150,§5º. Por esse princípio, os fornecedores (contribuintes de direito – “de jure”) ficam obrigados a INFORMAR os consumidores (contribuintes de fato) qual foi a carga tributária repassada no preço do bem de consumo adquirido. DICA 77: O princípio da NÃO CUMULATIVIDADE se aplica ao IPI e ICMS; todavia, fiquem atentos, pois caso sejam criados IMPOSTOS RESIDUAIS a Carta determina que também se aplique o princípio da NÃO CUMULATIVIDADE aos eventuais impostos residuais (atualmente, ainda nenhum imposto residual foi criado, ainda que permitidos, desde que mediante lei complementar, no art.154, I, CRFB/88). DICA 78: O princípio da PROGRESSIVIDADE das alíquotas EM RAZÃO DO VALOR DA RIQUEZA REVELADA NO FATO GERADOR, além de se aplicar no IR se aplica também no IPTU. Prestem muita atenção pois somente no IR e no IPTU cabe a aplicação da progressividade em razão do valor da riqueza. Cuidado com o ITBI que é a grande pegadinha na prova. O ITBI não pode ser cobrado com alíquotas progressivas! DICA 79: Ainda sobre a progressividade de alíquotas em razão do valor das riquezas, atenção: em 1988 somente o IR poderia ser progressivo; o IPTU só foi autorizado por força da EC 29/00; até 2000, inconstitucional o IPTU progressivo. E reiterando o alerta da dica anterior, a EC 29/00 não autorizou ITBI progressivo, somente IPTU. O STF com as Súmulas 656 e 668 deixou claro que após a EC 29/00 o IPTU progressivo em razão do valor venal do imóvel é constitucional, mas o ITBI segue inconstitucional. DICA 80: Para encerrar sobre PROGRESSIVIDADE DE ALÍQUOTAS, a progressividade ainda se pode dar por outro fundamento: a ilicitude no modo de usar o imóvel! E, nesses casos (IPTU e ITR), passa-se a falar na progressividade sanção! Nesse caso, a Carta prega que o IPTU pode ter alíquotas progressivas em razão do desrespeito à função social da propriedade assim como o ITR pode ter alíquotas progressivas em razão da improdutividade do imóvel rural. Nesses casos, costumamos falar em progressividade sanção e é normal se falar em prova que o ITR e o IPTU ASSUMIRAM UMA FUNÇÀO EXTRAFISCAL! PRINCÍPIOS GERAIS TRIBUTÁRIOS: DICA 81: Quanto ao PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, lembrem-se que somente a lei pode criar, extinguir, majorar e reduzir tributos. Essa é a regra! Não se esqueçam que tal lei será, em regra, mera LEI ORDINÁRIA. DICA 82: Somente em quatro situações é que a Constituição exige LEI COMPLEMENTAR para que se possa ter a criação de tributos. É nos casos de empréstimos compulsórios, impostos residuais, contribuições residuais de seguridade social e no imposto sobre grandes fortunas, as quais necessariamente devem ser definidas nos termos de lei complementar. DICA 83: Salvo os quatro casos de lei complementar, os tributos realmente se criam por leis ordinárias, e, havendo relevância e urgência E NÃO SENDO CASO DE LEI CIMPLEMENTAR, é possível criar tributo por MEDIDA PROVISÓRIA. Mas nunca nos casos de tributos de LC, pois é vedada a edição de MP em matéria de LC. DICA 84: A Constituição no famoso art.146, III, ‘a’ determina que cabe a lei complementar estabelecer NORMAS GERAIS para a legislação tributária com a finalidade de DEFINIR O PERFIL DOS TRIBUTOS, e, em especial, quanto aos IMPOSTOS, DEFINIR O FATO GERADOR, BASE DE CÁLCULO E CONTRIBUINTE. Em momento algum o que se diz é que “lei complementar deveria criar os impostos” Não! O papel da LC é fazer as norma gerais, montando o perfil do imposto, para que então, dentro desse perfil, dentro das normas gerais, cada ente, por mera lei ordinária local, crie o seu imposto. Salvo as quatro exceções já comentadas, tributo se cria por lei ordinária, cabendo a lei complementar apenas definir as normas gerais que elaboram o perfil do tributo. DICA 85: Existem algumas medidas, atuações, que somente em razão de lei se podem praticar: são elas: a) criar, extinguir, majorar e reduzir tributos (ressalvadas algumas exceções a seguir comentadas); definir o fato gerador, base de cálculo, alíquota e sujeito passivo do tributo; prever penalidades; estabelecer as causas de suspensão, extinção e exclusão do crédito. DICA 86: Existem atuações que independem de lei e pode o Poder Executivo promovê-las: a) criação de obrigações acessórias; b) modificação da data de recolhimento dos tributos; c) atualização monetária da base de cálculo dos tributos; d) majoração ou redução das alíquotas do II, IE, IPI e IOF; e) redução e restabelecimento das alíquotas da CIDE dos Combustíveis. DICA 87: Atenção com a majorações e reduções das alíquotas dos impostos extra-fiscais. O STF, julgando precedente sobre o Imposto de Importação, entendeu que além de não ser necessário lei, também não seria necessário decreto do Presidente, podendo o Poder Executivo em toda sua estrutura, de acordo com a organização interna e distribuição de competências e atribuições, promover tais atos. Logo, o STF aceitou o ato da CAMEX que modificou as alíquotas do imposto de importação. DICA 88: Sobre o princípio da anterioridade e a cláusula da noventena, fiquem atentos pois em alguns casos o tributo criado/majorado incide imediatamente, não se aplicando qualquer das cláusulas temporais (nem a do “exercício financeiro seguinte” nem a do “mínimo nonagesimal”), a saber: incide na hora se for II, IE, IOF; EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO PARA GUERRA EXTERNA OU CALAMIDADE PÚBLICA; IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS DE GUERRA. Na prova, confiem, vocês só vão marcar que incide na hora se for uma dessas hipóteses! Cuidado com a pegadinha dos empréstimos compulsórios para custeio de investimentos públicos urgentes de relevante interesse nacional; nesses, somente se pode cobrar no ano seguinte e respeitada também a noventena; ficam na regra geral, sem qualquer exceção (ex: se em 2012 o Governo aprova LC para criar empréstimo compulsórios para fazer investimentos em razão da Copa do Mundo, só poderá cobrar em 2013). Para incidir na hora, somente se for empréstimo para guerra externa ou calamidade. DICA 89: Cuidado com o IPI. Caso majorado o IPI, TEM QUE SER OBSERVADA A NOVENTENA!!! Só se aplica o IPI mais caro depois de 90 dias. Pode ate ser no mesmo ano, pois o IPI é exceção à regra do “exercício financeiro seguinte”, mas respeita a noventena. Recentemente, no último julgado de princípios tributários no Supremo, fim do ano passado, tivemos a questão do IPI MAJORADO NOS CARROS IMPORTADOS (ADIN 4661-MQ/DF), no qual tive a honra de ser citado elogiosa e carinhosamente pelo Ministro Celso de Mello em seu voto transcrito nos informativos do STF. Nesse julgamento o STF reafirmou que só se aplica o IPI majorado aos fatos geradores ocorridos 90 dias após a sua majoração. DICA 90: Assim como o IPI¸ também fica só na noventena, a situação das criações ou majorações de CONTRIBUIÇÒES DE SEGURIDADE SOCIAL. Se na hora da prova você ler na questão que foram criadas Contribuições de Seguridade Social (ou majoradas), que são as contribuições quedestinam receitas para Saúde, Previdência e Assistência Social, marque sem medo a resposta que disser: só noventena! Ainda que no mesmo ano! Igual ao IPI. DICA 91: O último caso para você marcar só noventena é o dos restabelecimentos de alíquotas reduzidas nos combustíveis. Nesses dois casos expressamente previstos na Constituição, você marca só noventena. Falo dos restabelecimentos das alíquotas outrora reduzidas na CIDE DOS COMBUSTÍVEIS e no ICMS INCIDENTE SOBRE OPERAÇÒES QUE DESTINAM DE UM ESTADO PARA OUTRO COMBUSTÍVEIS DERIVADOS DE PETROLEO, ICMS ESSE QUE INDICE NA ORIGEM DA OPERAÇÀO. Se cair na prova que as alíquotas haviam sido reduzidas, mas agora estão sendo restabelecidas, marque só noventena! DICA 92: Por fim, atenção com os tributos que não respeitam a noventena mas respeitam a regra do 1º de Janeiro do Exercício Financeiro Seguinte. Somente em três caos marque na prova que a resposta é só primeiro de Janeiro, independente de noventena: majorações de imposto de renda, assim como majorações de BASE DE CÁLCULO de IPTU e IPVA. Cuidado com o IPTU e IPVA, pois para ter exceção à noventena e o gabarito dar “só primeiro de Janeiro” é apenas nos casos em que a majoração for pela base de cálculo. Se for majoração nas alíquotas de IPTU e IPVA, não há qualquer exceção e se aplica a regra geral (“ano que vem e noventena”). DICA 93: Quanto ao princípio da IRRETROATIVIDADE (amado pela Banca da FGV – o que mais caiu), lembrem-se: somente em três casos a lei tributária se aplica retroativamente, excepcionando-se o princípio da irretroatividade. São eles: a) leis benéficas em penalidade (desde que não tenha ocorrido pagamento ou coisa julgada; a lei benéfica não retroagirá, mesmo que benéfica, se já teve pagamento ou coisa julgada; a lei só retroage quanto a atos ainda não definitivamente julgados e se na houve extinção do crédito pelo pagamento da multa); b) leis interpretativas; c) leis que alterem aspectos meramente formais do lançamento (leis que mudam apenas o procedimento de “como lançar”, mas não mudam o “conteúdo” do que se lança). DICA 94: Lembrem-se que o princípio que veda a tributação desigual a contribuintes em situações equivalentes é o chamado princípio da ISONOMIA (art.150, II, CRFB/88). Da mesma forma, veda tributações iguais a contribuintes em situações econômicas diferentes. A finalidade do Princípio da ISONOMIA é evitar privilégios e discriminações e assim gerar a chamada justiça fiscal. DICA 95: O princípio da NÀO DISCRIMINAÇÀO PELA PROCEDÊNCIA OU DESTINO é aquele que, previsto no art.152, CRFB/88, ensina que os Estados, DF e Municípios não podem se discriminar uns aos outros pelo critério “localidade”. Esse princípio é muito importante no mundo do ICMS e do ISS, e busca evitar discrimine dos entes entre si, fortalecendo o federalismo. Por isso se fala que ele é um dos princípios que consagra o federalismo fiscal. DICA 96: O STF aplicou o princípio da NÃO DISCRIMIINAÇÀO PELA PROCEDÊNCIA OU DESTINO na famosa questão dos IPVA’s mais caros sobre carros importados. Entendeu o STF que as leis estaduais eram inconstitucionais, pois estavam discriminando o IPVA em razão da origem. Apesar da nossa particular discordância, pois entendemos que o princípio em apreço não se aplicaria em ralação a outros países mas apenas em relação aos entes entre si, na prova,marque verdadeiro se afirmarem que o STF declarou inconstitucional utilização de alíquotas diferenciadas do IPVA em razão do critério “nacional x importado” e o fundamento foi suposta violação ao princípio da NÃO DISCRIMINAÇÀO PELA PROCEDÊNCIA OU DESTINO. DICA 97: O outro grande princípio de FEDERALISMO FISCAL, é o famoso PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA DA TRIBUTAÇÃO FEDERAL (caiu no primeiro provão que a FGV fez, já faz tempo que não cai...pode cair!), que ensina que é vedado à União, quanto aos tributos federais, estabelecer tributos que não sejam uniformes em todo o território nacional. Ou seja, a estrutura to tributo federal será uma só em todo o país. Dessa forma, se a alíquota do IR for 27,5% para tal limite de renda, assim será em qualquer lugar do Brasil. Todavia, e muito cuidado agora, fiquem atentos pois isso não impede que a União conceda incentivos fiscais apenas em uma ou outra região, sempre que tais incentivos de caráter regional se justifiquem em prol da promoção da busca do equilíbrio federativo. Ou seja, é lícito que a União promova isenções e incentivos fiscais de caráter regional, especialmente nas regiões menos favorecidas, para fins de promover o desenvolvimento sócio-econômico dessas regiões, buscando o equilíbrio federativo no país. DICA 98: Cuidado com o princípio da CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. A capacidade contributiva é uma qualidade que nem toda pessoa tem. É a qualidade que revela que a pessoa tem aptidão, tem condições, tem potencial para poder suportar a incidência dos impostos. Essa qualidade se revela quando pessoas praticam fatos/atos reveladores de riqueza (capacidade econômica).Quando essa riqueza externada supera o limite da reserva do mínimo existencial, nasce essa qualidade chamada capacidade contributiva em seus perfis, e assim ficam sujeitas à incidência dos impostos. Logo, a capacidade contributiva é uma qualidade que surge no perfil de algumas pessoas, quando elas revelam capacidade econômica acima da reserva do mínimo existencial. DICA 99: Ainda sobre o princípio da capacidade contributiva, lembrem-se que é ele que fundamenta a incidência dos impostos. Não esqueçam nossa velha frase das alas de aula: “só se pode impor a alguém que contribua, se esse alguém tem capacidade de contribuir”. DICA 100: Não obstante a capacidade contributiva seja princípio que foi criado para legitimar os impostos, o STF JÁ ACEITOU, EM CARÁTER EXCEPCIONAL, A APLICAÇÀO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA NAS TAXAS, AINDA QUE NÃO SEJA O MAIS COMUM. Se cair na prova, certamente cairia o caso da CVM – Comissão de Valores Mobiliários, em que a lei utilizou como base de cálculo da Taxa da CVM a dimensão do patrimônio líquido das empresas fiscalizadas, e o STF, nesse precedente, não apenas aceitou como constitucional, como afirmou que em caos especiais como esse seria possível aplicar a CAPACIDADE CONTRIBUTIVA NAS TAXAS. DICA 101: Até mesmo nos empréstimos compulsórios e nas contribuições especiais o STF já reconheceu aplicação do princípio da capacidade contributiva. O último precedente foi o da CIP – CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA, de competência dos Municípios e do DF, que o Supremo entendeu que ao incidirsobre o fato gerador “consumo de energia elétrica” era constitucional, e afirmou pela aplicação da capacidade contributiva. DICA 102: É muito comum em prova se transcrever o art.145,§2º, CRFB/88 para embasar a capacidade contributiva. Esse dispositivo também indica o princípio da pessoalidade, da personalização. Logo, se você ler na prova a famosa frase “sempre que possível, os impostos terão um caráter pessoal e serão graduados de acordo com a capacidade econômica do contribuinte”, é desses princípios que se está falando. DICA 103: Sobre o PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO, a Carta, no art.150, IV, afirma que é vedado estabelecer tributo com efeito de confisco. Observem que o texto não fala que é vedado estabelecer “multa” confiscatória, mas apenas tributo. Todavia (atenção!!!), apesar de a Constituição não afirmar que é vedado estabelecer multas com efeito de confisco, O STF JÁ FIRMOU POSICIONAMENTO QUE MULTAS CONFISCATORIAS SÃO INCONSTITUCIONAIS, ferindo, também, o princípio da PROPORCIONALIDADE. Tenham atenção na pergunta feita!!! Se a questão falar “segundo o texto constitucional”, pode ter certeza, marque sem medo, o gabarito é “é vedado tributo com efeito de confisco”. Se fizer alusão ao entendimento do STF, as multas confiscatórias também são proibidas e são inconstitucionais. DICA104: O PRINCÍPIO DA NÃO LIMITAÇÃO AO TRÂNSITO DE PESSOAS OU BENS, previsto no art.150, V, CRFB/88, veda que se possam cobrar tributos pelo simples deslocamento das pessoas de um ponto a outro, ou, da simples remessa de bens de um lugar a outro. Protege a liberdade de deslocamento. Todavia, tenham muita atenção, pois a Carta expressamente ressalva o pedágio. Na prova de vocês, o pedágio é constitucional e o STJ inclusive tem entendimentos de ser desnecessária a existência de via alternativa, apesar de toda a polêmica na doutrina sobre a necessidade de vias alternativas. Logo, na prova, é vedado cobrar tributo pelo ir e vir ou pelo simples ato de remessa de bens, mas é AUTORIZADO O PEDÁGIO. DICA 105: O ordenamento brasileiro não adota mais o princípio do solve et repeat (solver e depois repetir – depositar e depois recuperar), que foi muito usado na época do regime militar e da Carta passada. Por esse princípio, se um contribuinte quisesse ajuizar uma ação anulatória para questionar o lançamento do tributo, teria que obrigatoriamente depositar o valor primeiro (solver), sob pena de inadmissibilidade da ação, para que, caso ganhasse ao final, levantar seu dinheiro de volta (“repetir” – mas não em dobro, apenas corrigido e atualizado!). No uso desse princípio, pessoas pobres e pequenos empresários não conseguiam acessar o Judiciário para questionar cobranças indevidas feitas contra eles e só os ricos que tivessem o dinheiro cobrado indevidamente para depositar conseguiam se defender. O STF entendeu que a fórmula “solve et repeat” é incompatível com a Constituição de 1988, a para proteger o direito de acesso ao Judiciário como livre e de todos (art.5º, XXXV), bem como o contraditório, ampla defesa e devido processo legal, declarou a inconstitucionalidade da exigência do depósito (Súmula Vinculante 28). A consequência é que qualquer contribuinte pode ajuizar a ação sem fazer o depósito, o qual será meramente opcional e não uma condição de admissibilidade da ação. ALÍQUOTAS DOS IMPOSTOS DICA 106: Os impostos com alíquotas progressivas sancionatórias são: ITR e IPTU. DICA 107: Os impostos com alíquotas progressivas fiscais são: IR (desde 1988) e IPTU (somente após a EC 29/00); o ITBI não pode ter alíquotas progressivas. DICA 108: Os impostos com alíquotas seletivas são: ICMS (que poderá ser seletivo) e o IPI (que será seletivo). DICA 109: Muita atenção com o IPTU, pois além das duas progressividades, o IPTU também pode ter alíquotas diferenciadas em razão de dois critérios: a) LOCALIZAÇÃO (área) e DESTINAÇÃO (uso). DICA 110: Atenção ao IPVA: após a EC 42/03 foi inserido no art.155 o parágrafo sexto, que no inciso segundo afirma que o IPVA PODERÁ TER ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS EM RAZÃO DO “TIPO E UTILIZAÇÃO”DO VEÍCULO. Se você ler isso na prova, pode marcar verdadeiro. Observe que o texto não define o que sejam “tipo” nem “utilização”, apenas autorizando que com base em tais critérios se diferencie a alíquota. DICA 111: Ainda sobre o IPVA, o STF já apreciou várias leis estaduais no que tange ao uso dos conceitos “tipo e utilização” para diferenciar as alíquotas. Por um lado, entendeu ser constitucional diferenciar as alíquotas pelo tipo de combustível, mas entendeu ser inconstitucional diferenciar pelo aspecto nacional x importado, pois, como já visto, reconheceu que se violaria o princípio da não discriminação pela procedência ou destino. DICA 112: Nos impostos mais importantes dos Estados e Municípios (ICMS e ISS, respectivamente), a Carta determina que podem ser fixadas alíquotas mínimas e máximas, estabelecendo-se tetos, limites, os quais tem que ser respeitados dento de cada unidade federativa. No caso do ICMS, quem tem permissão constitucional fixar as alíquotas mínimas e máximas para atuarem como tetos nas operações internas de cada Estado e do DF, é o SENADO FEDERAL, ATRAVÉS DE RESOLUÇÃO. Já no caso do ISS, cabe a LEI COMPLEMENTAR fixar as alíquotas mínimas e máximas do ISS. DICA 113: Ainda no que diz respeito a tetos de alíquotas, fiquem atentos com os outros dois impostos estaduais: o Senado deve fixar alíquotas MÍNIMAS para o IPVA (para evitar a continuidade da guerra fiscal em que alguns Estados da federação tem colocado seus IPVA’s mais baixos que outros para “captar”o IPVA “do vizinho”). Já no ITD coube ao SENADO fixar as alíquotas MÁXIMAS (já fixou em 8% - Resolução 09/92). Não confunda na prova!!! ITD, MÁXIMAS, já o IPVA, MÍNIMAS!!! E nos impostos sobre consumo (ICMS E ISS), MÍNIMAS E MÁXIMAS (lembrando que nos estaduais, sempre o Senado por Resolução, e no ISS, lei complementar). REPARTIÇÃO DAS RECEITAS NOS IMPOSTOS DICA 114: Lembrem-se que metade da receita do IPVA, os Estados entregam ao Município no qual é feito o licenciamento do veículo. DICA 115: Recordem-se que um quarto (25%) do ICMS é repartido dentre os municípios. Desse valor de um quarto, na hora re repartir, se utiliza o seguinte critério: três quartos (75%) se repartem pelo sistema proporcional, de valor adicionado (os Municípios que vendem mais mercadorias e adicionam mais arrecadação de ICMS nos cofres estaduais são mais remunerados a divisão desses três quartos se faz na proporção do que cada Município adiciona); já o outro um quarto (25%) desse um quarto que se reparte (25% dos 25% do bruto), se distribui pelo critério discricionário, cabendo ao legislador estadual estabelecer a forma de rateio. DICA 116: Quanto ao ICMS tem sido muito comum que os Estados, na hora de elaborarem a lei para organizar a forma de distribuir o um quarto do um quarto (25% dos 25%) do ICMS entre seus Municípios (parcela da distribuição discricionária) estejam utilizando critérios para privilegiar com maior repasse os Municípios que protegem, conservam e não degradam o meio ambiente (incentivo), ou também, Municípios que por terem muitas áreas de preservação ambiental tem menor potencial de exploração econômica e terminam vendendo menos (gerando menor valor adicionado e ganhando menos no rateio dos três quartos). Sempre que isso ocorre, fala-se em ICMS VERDE, ou ICMS ECOLÓGICO, tema comum ao chamado Direito Tributário Ambiental. DICA 117: Atenção quanto à arrecadação do IMPOSTO DE RENDA E DO IPI. A UNIÃO REPASSARÁ 48% DE SUA ARRECADAÇÃO PARA TRÊS FUNDOS. União repassará aos Estados e DF a quantia de 21,5% de sua arrecadação nesses dois impostos, encaminhando essa quantia para ser dividia no FPE – Fundo de Participação Estadual. Já para os Municípios, repassará 22,% e MAIS 1% (por força da EC 55/07), num total de 23,5% que tem que ser encaminhado ao FPM – Fundo de Participação dos Municípios. Observe-se que esse UM POR CENTO acrescido pela EC 55/07 deve ser repassado antes do fim do ano, no primeiro decêndio de Dezembro. Por fim, ainda haverá o repasse de 3% para o Fundo que administra programas de desenvolvimento das Regiões mais pobres do país. Quanto a esses 3%, firma a Carta que eles se destinam “para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer”. DICA 118: MUITO CUIDADO AQUI: cuidado com o ITR, pois dois regimes são possíveis. Após a EC 42/03, a carta passou a autorizar que os Municípios que queiram optar por fiscalizar e cobrar o ITR,fazendo convênio com a União, ficarão com 100% da arrecadação do imposto. Já se não exercerem essa opção (e facultativo), a União repassa o montante de 50% da arrecadação. Na prova, fiquem atentos, pois a resposta pode ser dizendo que 100% vai pra o Município ou 50%. O que vai determinar é saber se o Município fez ou não a opção de fiscalizar e cobrar o imposto, desonerando a Uniãodesse encargo. Logo, para os Municípios que fizerem a opção de fiscalizar e cobrar o ITR, eles ficarão com 100% da receita. Já os que não fizeram, receberão 50% entregues pela União. DICA 119: Atenção com a incidência do IOF no OURO! Se cair na prova, existem regras especiais no art.153,§5º da CRFB/88 c/c art.155,§2º, X, ‘c’. Quando o ouro é vendido como ATIVO FINANCEIRO ou INSTURMENTO CAMBIAL (OPERAÇÒES DO MERCADO FINANCEIRO) é expressamente vedada a incidência do ICMS, somente incidindo o IOF. Nesses casos, A UNIÃO NÃO FICA COM NADA NA ARRECADAÇÀO DESSE IOF! A receita é toda entregue ao Município (70%) e ao Estado (30%) de ORIGEM da operação. Cuidado na hora da prova! DICA 120: Muito cuidado com o IPI! Além do repasse dos 48% para o FPM, FPE e programas de desenvolvimento, A UNIÃO ENTREGARÁ 10% AOS ESTADOS/DF, PARA COMPENSAR O QUE ELES PERDEM DE ICMS NA EXPORTAÇÀO DE MERCADORIAS (O ICMS, assim como o IPI, não incidem na exportação). Logo, na hora da prova, lembram: 10% do IPI é REAPSSADO aos Estados e DF na proporção do que eles exportam para o exterior. RESERVA DE LEI COMPLEMENTAR DICA 121: A-T-E-N-Ç-Ã-O: EM QUASE TODAS AS PROVAS DA FGV CAIU UMA QUESTÃO SOBRE MATÉRIAS RESERVADAS A LEI COMPLEMENTAR NO DIREITO TRIBUTARIO. Após as dicas, veja, o texto anexado, pois pode cair na prova!!! Matérias reservadas a lei complementar: são situações extremamente excepcionais, em que o constituinte afasta a regra da lei ordinária. Peço a vocês que leiam o seguinte na Constituição: os artigos 146 e 146-A, que listam os temas que somente por lei complementar podem ser disciplinados. Peço que lembrem dos tributos que dependem de lei complementar para ser instituídos (arts.148, 153,VII, 154, I c/c 195§4º, CRFB/88). Falo dos empréstimos compulsórios, imposto sobre grandes fortunas, impostos residuais e contribuições de seguridade social residuais). Lembrem-se, ainda, que em toda matéria que é reservada a lei complementar é vedado uso de medida provisória e de lei delegada (CRFB/88, arts. 62,§1º, III e 68,§1º). Por fim, peço que leiam a reserva de lei complementar para o ITD (“ITD internacional”), que está no art.155,§1º, III, a reserva de lei complementar para o ISS (regular como isenções de ISS podem ser concedidas; determinar alíquotas mínimas e máximas para o ISS; excluir o ISS da incidência na exportação), que está no art.156,§3º,I, II e III, e, por fim, a reserva de lei complementar para o ICMS (art.155,§2º, XII). Art. 146. Cabe à lei complementar: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: I - será opcional para o contribuinte; II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo. Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo (...) Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: (...) Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não- cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; (...) “Quanto ao ITD: 155, III e §1º, III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior; (...) “Quanto ao ICMS: 155, II e §2º, XII : XII - cabe à lei complementar: a) definir seus contribuintes; b) dispor sobre substituição tributária; c) disciplinar o regime de compensação do imposto; d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços; e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a" f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. (...) “Quanto ao ISS: 156, III e §3º: § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. BLOCO III – DICAS SOBRE O CTN DIREITO OBRIGACIONAL TRIBUTÁRIO Tema 1: LANÇAMENTO DO CRÉDITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL DICA 122: Se perguntarem sobre a natureza jurídica do lançamento, segundo o CTN, art.142, é procedimento constitutivo do crédito tributário. DICA 123: Sobre revisão do lançamento, pode ser feita de ofício pela Administração ou mediante provocação do contribuinte. No primeiro caso, temos a consagração da auto-tutela da Administração Fiscal. No segundo, com a impugnação do contribuinte, temos o nascimento do processo administrativo fiscal. DICA 124: Para impugnar o lançamento não é necessário advogado e nem se pagam custas quaisquer. Valem os princípios do livre acesso popular e da gratuidade. DICA 125: O prazo para pagar a dívida ou impugnar administrativamente o lançamento é o que a lei de cada tributo vier a fixar; não havendo previsão, o prazo será de 30 dias, nos termos do art.160, CTN. DICA 126: Caso o contribuinte tenha a impugnação julgada improcedente, cabe recurso voluntário
Compartilhar