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PRINCÍPIOS NO DIREITO AMBIENTAL “São mandamentos basilares de um ordenamento jurídico. São fundamentos de regras, são normas que estão na base ou constituem a ratio de regras jurídicas (JJ. Canotilho)” 1. Intervenção estatal compulsória; 2. Participação comunitária; 3. Acesso equitativo aos recursos naturais; 4. Natureza pública da proteção ambiental; 5. Função sócio-ambiental da propriedade; 6. Desenvolvimento sustentável; 7. Integração e cooperação entre os povos; 8. Precaução; 9. Prevenção; 10. Correção na fonte; 11. Informação; 12. Poluidor-pagador. INTERVENÇÃO ESTATAL COMPULSÓRIA: deflui do dever genérico que o Estado tem de proteger e promover os direitos fundamentais. Em se tratando do meio ambiente, o Estado deve adotar uma postura positiva – assegurar e proporcionar higidez do meio ambiente, e também, uma postura negativa – impondo-se-lhe o dever de não agir de forma prejudicial ao meio ambiente. Medidas de cunho positivo: limitações administrativas, poder de polícia administrativo, implementação de políticas públicas, atuação jurisdicional, eficaz em relação à defesa ambiental. Atuar negativo: dever de não flexibilizar os mecanismos de proteção, de não agir de forma a por em risco o meio ambiente, como licenciamento indevido de uma atividade degradadora. PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA: preconiza a integração da comunidade nos processos de definição, implantação e execução de políticas ligadas à proteção ambiental – a) participação nos procedimentos de licenciamento ambiental de atividades efetiva ou potencialmente degradadoras através de audiências públicas – decreto 99.274/90, art. 17, § 3º; Resolução CONAMA 01/86 e 09/87; b) participação de representantes de usuários e de organizações civis de recursos hídricos no conselho nacional de recursos hídricos e nos comitês de bacia hidrográfica, lei 9.433/97, art. 34 e 39; c) cooperação de organizações não governamentais e de pessoas físicas na realização de estudos, pesquisas científicas, práticas de educação ambiental, atividades de lazer e de turismo ecológico, monitoramento, manutenção e outras atividades de gestão das unidades de conservação – lei 9.985/00, arts. 5º, IV; 17, § 5º; 18, § 2º; 20, § 4º, 29 e 30. ACESSO EQUITATIVO AOS RECURSOS NATURAIS: o risco de exaurimento assombra nosso cotidiano, impondo uma tomada de posição compatível com essa realidade. O mito da sua inesgotabilidade foi há muito superado. Os recursos não renováveis da terra devem ser explorados de forma que evite o perigo de seu futuro esgotamento e se assegure que toda a humanidade compartilhe os benefícios de sua utilização. (Estocolmo – 1972, princípio 5º) NATUREZA PÚBLICA DA PROTEÇÃO AMBIENTAL: traduz o pensamento de que o meio ambiente deve ser salvaguardado em nome e no interesse de toda a coletividade. FUNÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL DA PROPRIEDADE: significa atrelar o exercício da propriedade à satisfação de outros valores (por vezes estranhos aos do proprietário) imersos no contexto social em que tal direito é exercido. Propriedade urbana: exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor; Propriedade rural: I- aproveitamento racional e adequado; II- utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do MA; III- observância das disposições que regulamentam as relações de trabalho; IV- exploração que favoreça o bem estar dos proprietários e dos trabalhadores (art. 186 CF) DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: um dos mais importantes pilares da temática jus-ambiental, compondo o núcleo essencial de todos os esforços empreendidos na construção de um quadro de desenvolvimento social menos adverso e um cenário de distribuição de riquezas mais equânime. Numa visão eco-integradora, trata-se de estabelecer m liame entre o direito ao desenvolvimento, em todas as suas dimensões (humana, física, econômica, política, cultural, social) e o direito a um ambiente sadio, edificando condições para que a humanidade possa projetar o seu amanhã. INTEGRAÇÃO E COOPERAÇÃO ENTRE OS POVOS: determinam a conjugação de esforços entre sociedade e o Estado, no sentido da realização de uma política ambiental consentânea com o valor a ser protegido. Referido princípio possui matriz no contrato social de Rousseau, consistente na integração dos indivíduos num todo, movidos por uma vontade geral, conducente à promoção de fi ns comuns. O homem nasceu livre e por toda a parte se acha agrilhoado. PRECAUÇÃO: A especificidade do bem ambiental e a frequente irreversibilidade dos danos causados ao meio ambiente justificam o caráter precautório. Daí considerar-se que tal princípio é estruturalmente do Direito Ambiental, configurando-se a pedra de toque das políticas a serem implantadas. (Tal deve ser amplamente observado pelos Estados quando houver ameaça de danos sérios e irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental) (Rio/92, princípio 15). PREVENÇÃO: a luz de tal princípio, verifica-se o dever de impedir a cristalização de danos ao meio ambiente, conferindo-se contornos jurídicos ao popular aforismo “mais vale prevenir do que remediar”. As vezes tem-se confundindo o mesmo com a precaução. O princípio da prevenção trabalha com indicativos técnicos de iminência da produção de dano, certo e definido, acenando a adoção de medidas preventivas, antes da consumação “anunciada do resultado ao meio ambiente. A precaução inspira-se em argumentos de prudência, ante as consequências incertas de um evento pretendido. CORREÇÃO NA FONTE: deve-se buscar o desenvolvimento de medidas no sentido de corrigir, tanto quanto possível, os fatos geradores de degradação ambiental. Tal princípio tem como base o Tratado da Comunidade Européia, no art. 174/2, o mesmo estabelece quando deverão ser adotadas as mediadas de contenção dos danos ao meio ambiente, com ênfase, sempre, a uma atuação a priori. INFORMAÇÃO: O poder público deve propiciar à sociedade o pleno acesso às informações relativas às políticas públicas sobre o meio ambiente, bem como sobre a existência de atividade potencialmente nocivas ao bem estar das comunidades. POLUIDOR-PAGADOR: Aquele que degrada o meio ambiente deve arcar com os ônus decorrentes dessa atividade, responsabilizando-se pelos custos referentes à exploração dos recursos naturais, como também pelos custos destinados à prevenção e reparação dos danos ao ambiente. Esta é a síntese do princípio do poluidor-pagador, o qual encontra abrigo normativo no art. 4º, VII, da Lei nº 6.938/81. Trata-se de imputar ao degradador o custo social da deterioração por ele gerada, com a internalização dos custos externos na própria cadeia de produção OUTROS PRINCÍPIOS: Direito humano: decorre da declaração de Estocolmo em 1972, onde os seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com o desenvolvimento sustentável. Tem direito a uma vida saudável e produtiva em harmonia com o meio ambiente. Democrático: assegura ao cidadão a possibilidade de participar das políticas públicas ambientais, nas três esferas: legislativa, administrativa e judicial. LEGISLATIVA: plebiscito (art. 14, I, CF), referendo (art. 14, II, CF) iniciativa popular (art. 14, III, CF); ADMINISTRATIVA: direito de informação : petição, estudo prévio de impacto ambiental; JUDICIAL: ação civil pública, ação popular ambiental; mandado de segurança coletivo; mandado de injunção; ação civil de improbidade administrativa; ação direta de inconstitucionalidade. Precaução ou cautela: decorre da declaração do Rio/92, de modo a proteger o meio ambiente, de modo que cada Estado deve observá-lo de acordo com suas capacidades, quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis. Equilíbrio: devem ser pesadas todas as implicações de uma intervençãono meio ambiente, buscando-se adotar a solução que melhor concilie um resultado globalmente positivo. Limite: a Administração pública tem o dever de fixar parâmetros para as emissões de partículas, ruídos e presença de corpos estranhos no meio ambiente, levando em contra a proteção da vida e do próprio meio ambiente. Princípios da vida sustentável consubstanciados em: 1) Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos; 2) Melhorar a qualidade de vida humana; 3) Conservar a vitalidade e a diversidade do planeta Terra; 4) Minimizar o esgotamento de recursos não renováveis ; 5) Permanecer nos limites da capacidade de suporte do planeta Terra; 6) Modificar atitudes e princípios do direito humano fundamental; princípio da supremacia do interesse público nas práticas pessoais; 7) Permitir que a comunidade cuide de seu próprio meio ambiente; 8) Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento e conservação; 9) Constituir uma aliança global.
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