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SENSAÇÃO aula I: 17/10/2013 Provocação inicial: “Como a informação dos estímulos do mundo é transformada em atividade neural do cérebro?” Sensação – captação dos estímulos Percepção – representação interna dos estímulos Sensação e percepção são processos distintos, mas estão totalmente interligadas, não acontecem em um “passe de mágica”, e podem ser intensificadas ou prejudicadas pela atenção. Transdução: Os estímulos físicos e químicos (inputs) são transformados em impulsos elétricos (não esquecer que somos seres eletroquímicos). Todos os estímulos sensoriais (com exceção do olfato) chegam primeiramente a uma área do cérebro chamada Tálamo, em forma de impulso elétrico. O Tálamo é considerado uma “ponte”, uma “parada” de distribuição. Áreas específicas do tálamo são destinadas a receber determinados impulsos elétricos. O tálamo “sabe” para que área especializada do cérebro deve enviar o estímulo. Cada sentido possui um estímulo, receptores e caminhos para o cérebro específicos. As codificações sensoriais podem ser quantitativas ou qualitativas. Quanto maior intensidade, mais disparos elétricos acontecem e mais neurônios são acionados. Embora todos os sentidos sejam em parte qualitativos e em parte quantitativos, mas sempre são um mais que o outro. Sentidos mais quantitativos. Codificação grosseira - quando um pequeno número de receptores responde a uma ampla gama de estímulos. Psicofísica - Área que estuda a relação entre a intensidade de estímulos (físicos e químicos) e a experiência perceptiva. Limiar absoluto – intensidade mínima de estimulação para a experiência de uma sensação Limiar de diferença – quantidade mínima de mudança necessária para detectar uma diferença A psicofísica estudar os estímulos mínimos para a percepção de um estímulo, por cada sentido, estudados a título de curiosidade. Lei de Weber – é mais fácil detectar a diferença entre dois pesos leves do que entre dois pesos pesados. O limiar de diferença é tipicamente 2% do peso padrão. Lei de Fechner – Todos os limiares dependes da magnitude psicológica de uma sensação. (Exemplo: 30-60-90 watts em uma lâmpada, onde a primeira mudança é melhor percebida do que a segunda). O importante é que fique claro que o que pode ser a mesma mudança pode ser percebido de formas diferente por causa do “psicológico”. Lei da potência de Stevens: expoente que varia de acordo com a modalidade sensorial. Adaptação sensorial: Com a frequência de um estímulo, a sensibilidade em senti-lo diminui. No livro está conceituado como: “Quando a sensibilidade do observador a um estímulo diminui com o passar do tempo”. Importante: O sistema sensorial está sintonizado para detectar mudanças (seja quando o estímulo começa ou quando ele cessa). SENSAÇÃO aula II – 23/11/2013 Sentidos de distância: visão, audição e olfato Sentidos de proximidade: tato e paladar A visão é a fonte de conhecimento mais importante para os seres humanos. O processo começa quando a luz é transduzida em impulsos elétricos por fotorreceptores nos olhos (bastonetes [visão noturna, pouca luminosidade] e cones [visão sob alta iluminação]). Esses fotorreceptores possuem fotopigmentos, que são substâncias químicas sensíveis à luz e que iniciam a transdução das ondas de luz em impulso elétrico.O nervo óptico é um feixe de axônios formado por células ganglionares que leva o sinal até o tálamo. A parte do tálamo especializada em receber este sinal é o núcleo geniculado lateral (NGL). NEUROPSICOLOGIA/NEUOLOGIA problemas neurológicos Capgras/prosopagnosia: Pessoas não reconhecem o rosto dos familiares, por mais que percebam que o rosto é idêntico e continuem reconhecendo a voz pelo telefone, por exemplo. O problema está na conexão entre o giro fuziforme (responsável por reconhecer um rosto) e a amídala (um centro de processamento emocional). Perde-se assim o sentido emocional. A pessoa não tem nenhum problema de visão, o problema é no processamento. Blindsight (visão cega): Problemas nas áreas de processamento primário, a pessoa fica cega. Coloca-se um objeto na frente da pessoa, que declara não vê-lo. Mas ao pedir para que a pessoa pegue esse objeto, ela alcança-o perfeitamente (cerca de 90% das pessoas). Acontece que existe um nível de percepção. Visão cega não é um problema de visão. Negligência: Pessoas com problema na parte parietal direita e não percebem conscientemente o seu lado esquerdo. Um experimento coloca um espelho no lado não percebido, a reflexão do expelho mostra uma pessoa segurando uma caneta, é pedido para que o paciente pegue a caneta (o esperado é que a pessoa pegue a caneta), mas ela sempre tenta pegar a caneta no espelho. Agnosia de objeto: Quando a pessoa não reconhece objetos, por mais que perceba suas características. Acromatopsia: Perda da capacidade de distinguir cores. O mundo dessa pessoa é preto e branco. Acinetopsia: O movimento não é percebido, na verdade a pessoa vê como se fosse em “fotos”, quadro a quadro. (Exemplo do livro: não conseguir encher uma xícara de café) Sinestesia: Mistura de percepção consciente dos sentidos, associação de cores e letras, sons e formas geométricas... Pode se dar intra e entre sentidos. É como um cruzamento. Neuroplasticidade: capacidade do cérebro de modificar sua estrutura e função. Reserva cognitiva: se criarmos mais conexões no cérebro, podemos retardar a perda destas conexões em doenças autodegenerativas. TATO Sensações de dor, temperatura e pressão. Teoria do controle do portão: substância cinzenta periaquedutal (PAG) impede que as células receptoras de dor transmitam sinal para o córtex. É possível modular a dor, (com treinamentos não tão simples)! A morfina, a endorfina e a acunputura trabalham com a ativação desta área e bloqueiam que o sinal chegue à percepção consciente. Da mesma forma que podemos modular a dor, podemos intensificá-la (através do processamento consciente, por exemplo). OLFATO O olfato é o único sentido que não passa pelo tálamo, ainda é pouco conhecido pela ciência, mas sabemos que ele possui muitas células especializadas. Feromônios: hormônio produzido pelos mamíferos, um odor que é importante na sinalização sexual. É muito notado nos animais. Acredita-se que a sincronização do ciclo menstrual entre mulheres que moram juntas, por exemplo , é causada pelos feromônios percebidos através do olfato. 6º sentido: receptores e mensagens que não estão classificados nos cinco sentidos clássicos. Sinais sobre pressão sanguínea e nível de glicose; Sentido cinestésico: (propriocepção) percepção da parte interna como músculos, tendões, articulações, saber sobre a posição do espaço e amplitude dos movimentos; Sentido vestibular/equilibratório: receptores nos canais semicirculares contêm um líquido que se move quando a cabeça se move, curvando células ciliadas na extremidade do canal. A curvatura cria impulsos nervosos que informam rotação da cabeça. Isso permite perceber nossa posição e ter equilíbrio. Sentido do sonar: outro nível físico de som, muito notado em animais, mas infere-se que nós humanos também podemos ter tal sentido. Emissão: emissão de um campo elétrico e posterior análise da perturbação nesse campo. Associa-se à sensação de energia “boa” e “pesada” que comumente sentimos. Quando estamos de bom humor, aproximamos os outros, por exemplo. Começamos a adiantar a percepção: Percepção: Reconhecimento, organização, síntese, significação dos estímulos. È basicamente uma forma de interpretação dos eventos Áreas especializadas de processamento: Lobo occipital: Relacionado à visão Lobo parietal: Orientação da atenção e noção de espaço Lobo temporal: bastante relacionado ao processamento sensorial, sistema límbico, audição, fala. Lobo frontal: processos evoluídos, mais especificamente o córtex pré-frontal. É o que nos faz humanos. PERCEPÇÃO - AULA DO DIA 24/11/2013 O sentido chega no nosso organismo, vai para o tálamo e vão para as áreas que costumamos chamar de primárias (lembrar que o olfato não passa pelo tálamo), as áreas de processamentoprimário são: Visão: Córtex visual primário (L.O.): V1 Audição: Córtex auditivo primário (L.T.): A1 Tato: Córtex somatossensorial primári (L.P.): S1 Paladar: Córtex somatossensorial primário e córtex insular anterior (L.F.) Olfato: Córtex olfatório primário (L.T.) e sistema límbico Membro fantasma: Pessoas que tiveram membros amputados e relatavam sentir dor naquele braço, por exemplo, que não está mais ligado ao corpo. Acontece que quando são estimuladas áreas do corpo que possuem processamento próximo de onde era o processamento do membro (lembrar da figura do homúnculo), ativa também a área do membro. Um tratamento proposto pelo médico indiano que estudou esse fenômeno é com espelhos, fazendo com que a pessoa pense que está movimentando o membro perdido, isto ajuda porque geralmente a dor advêm da sensação de enrijecimento na hora da amputação. A pessoa, com esse tratamento “mexe” com seu membro amputado, só com o cérebro e o desconforto tente a passar. Perceber profundidade é uma das capacidades mais importantes da visão, que é o sentido dominante nos seres humanos, a qual temos grande parte do córtex dedicado a ela. Além da profundidade, outras funções importantes são ligadas a visão como localizar e reconhecer objetos. Mas, o que especificamente nos permite ter a noção de profundidade? Existe um fenômeno que chamamos de disparidade binocular, no qual cada olho com uma visão levemente diferente resulta em duas perspectivas, duas imagens sobrepostas. Auto-esterograma: ilusão de ótica que torna imagens bidimensionais especialmente planejadas em tridimensionais. (Imagens criadas intencionalmente para dar a impressão de tridimensionalidade). Mas, às vezes a profundidade é monocular, vem de uma única fonte, explicada por diferentes fenômenos que atuam em conjunto: (deixas/pistas monoculares) Oclusão: um objeto próximo bloqueia um objeto mais longe. Tamanho relativo: objeto distante projeta uma imagem retinal menor do que o próximo. Tamanho familiar: sabemos os tamanho de objetos familiares para nós, então podemos dizer quão longe eles estão. Perspectiva linear: linhas paralelas parecem convergir, mas na verdade não! Gradiente de textura: mudança contínua em superfícies com textura uniforme. Conforme recua, sua textura se torna mais densa. Percepção do tamanho: depende da distância relativas ao observador e da profundidade. Exemplos de ilusão de ótica em tamanho: Caixa de Ames: sala com paredes, janelas, chão e teto modificados para a pessoa da direita parecer muito maior do que da esquerda. Ilusão de Ponzo: Duas barras convergindo, que o cérebro interpreta como pararelas (graças ao efeito inverso da Perspectiva Linear). Isso faz com que as barras paralelas pareçam ter tamanho diferentes, quando na verdade são iguais. Ilusão da Lua: A lua perto do horizonte parece maior do que quando sobre. Porém a representação da lua nos dois casos está do mesmo tamanho na nossa retina. A explicação é que no horizonte temos mais parâmetros para parâmetros de comparação, o cérebro percebe que a lua na verdade parece menor no horizonte, mas como isso não faz sentido para o cérebro, ele inverte, “enxergando” a lua próxima do horizonte maior. A máxima da escola psicológica Gestalt é que “a percepção é mais do que a soma das sensações acumuladas”. É também chamada de psicologia da forma. Vejamos alguns princípios organizadores: (processos mais conscientes [superiores]) Figura e fundo: O cérebro sempre faz uma relação entre figura e fundo. Alternamos a atenção ao estímulo. Proximidade: O cérebro organiza as coisas por proximidade. Uma das utilidades práticas é, por exemplo na área de web desing, colocando núcleos de informações próximas. Similaridade: O cérebro tende a associar, e processar primeiro tudo o que é igual. Continuidade e fechamento: O cérebro tende a fechar as formas e ter a sensação de que as coisas continuam. Simetria: é sempre mais amigável para o cérebro perceber formas simétricas. Pop-out: fenômeno bastante conhecido, do inglês “saltar aos olhos”. Nas tarefas de busca visual, a detecção de um estímulo diferente é muito rápida. Isso também se explica através da adaptação sensorial. Estímulo/processamento BOTTOM UP (de baixo para cima): Processamento daquilo que entra, que chega pelos sentidos. É um estímulo objetivo. Estímulo/processamento TOP DOWN (de cima para baixo): Tudo o que já sabemos ou conhecemos influencia na percepção. Processo geralmente mais controlado. Constância perceptiva A expectativa influencia na percepção: ATENÇÃO – Aula do dia 29/10/2013 Revisão básica... “O cérebro já possui expectativas” Exemplo de processamento top down: acidente de avião comentado do livro. Continuando a aula anterior: Constância perceptiva: Julgamento relativo e não absoluto (sabemos que o pneu é preto, mesmo quando o reflexo percebido pela retina tem a mesma luminosidade da neve, continuamos enxergando o pneu preto). PERCEPÇÃO DIRETA Os estímulos já tem suficiente informação, não precisamos de inferências. Processos perceptivos inatos = além do controle consciente. Essas mesas são iguais. Por mais que saibamos desta informação continuamos “vendo” elas como diferentes. Mais ILUSÃO DE ÓTICA... Fenômeno da Assimetria Luminosa: a retina mantém a imagem por 0.1 seg. Toda vez que movemos os olhos por figuras simétricas, as imagens são corrigidas. Contudo, demora algum tempo para a correção ocorrer. Com isso, há uma sobreposição das imagens gerando a ilusão de movimento. Esta ilusão refere-se também a um gradiente de iluminação. Se as cores da imagem tiverem pequeno contraste a ilusão diminui o efeito. Passamos agora para a ATENÇÃO. Homúnculo de Penfield: representação de córtex somatossensorial, destacando as áreas que correspondem ao tato. A próxima aula será à distância, assitiremos em casa as duas palestras do TED Talk, cujos links foram enviados para o e-mail da turma. Para cada vídeo, devemos fazer um resumo de uma folha para cada um dos vídeos. Lembrando que o conteúdo do vídeo também será cobrado na prova. Sensação, percepção e atenção estão muito relacionadas. Não é possível ter percepção consciente (explícito) sem atenção. Atenção: atua como um meio de focalizar recursos mentais limitados sobre uma informação e em processos cognitivos que estejam mais evidentes em um dado momento. Relembrando os processamentos: Bottom up: Estímulos que chamam a atenção. Vem do estímulo a força de atrair. Top Down: Vem de dentro. Intencional Tipos de processamentos atencionais (sustentada, alternada) Atenção dividida: Foco distribuído para lidarmos com mais de um estímulo ao mesmo tempo. Prestar atenção em mais de uma coisa o mesmo tempo, e isso não usa o cérebro da maior forma. Por exemplo, falar no celular enquanto dirige. (Aumenta nosso tempo de reação, e não há treino suficiente, até mesmo porque o trânsito não é estático) Por mais que existam treinos, ainda assim haverá limites. Atenção seletiva: Prestamos mais atenção a alguns estímulos. Selecionar um estímulo e eliminar os outros. (Prioriza um estímulo) Experimentos em escuta dicóticas: em cada fone o participante ouve uma mensagem diferente, ele deve apenas prestar atenção no ouvido direito, por exemplo. Quando a mensagem que deveria ser ignorada mudava de idioma, os participantes não notavam, mas normalmente notavam a mudança da voz masculina para feminina, bem como quando chamavam o nome do participante. Isso pode estar ligado a importância emocional que o nome representa. Efeito coquetel: Quando estamos com ambientes com uma série de estímulos, onde podemos priorizar um estímulo, mas algumas coisas podem capturar nossa atenção, como alguém falando o nosso nome. A escuta dicótida usa o processamento TOP DOWN quando o participante ouve a mensagem que ela deve ouvir, e BOTTON UP quando algumas mensagens do ouvido ao ser ignorado são notados. Isso serve também para o efeito coquetel.
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