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EXERCÍCIOS 
COMPLEMENTARS 
Prof. Nidal Ahmad 
OAB 
2ª Fase 
 
 
01) Durante investigação para apurar a prática de roubos a agências bancárias ocorridos em 
Volta Redonda/RJ, agentes da polícia civil, embora desconfiados que Pedro Rocha esteja 
envolvido nos crimes, não conseguiram reunir provas suficientes para apontá-lo como um dos 
assaltantes de banco. Diante disso, deliberaram que um dos policiais iria passar a frequentar os 
mesmos lugares do investigado Pedro Rocha para com ele estabelecer relação de confiança. Ao 
manter reiterados contatos com Pedro Rocha, o agente policial se passa por assaltante e 
convence o investigado a praticar um roubo em determinada agência bancária. Diante disso, no 
dia 15 de outubro de 2012, previamente engendrados, o policial disfarçado e o investigado 
dirigem-se ao banco e, no instante que ingressaram na agência bancária e anunciaram o 
assalto, diversos policiais, que monitoravam toda a ação, prenderam Pedro Rocha em flagrante, 
sob a acusação da prática do crime de roubo majorado tentado. Com base somente nas 
informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na 
qualidade de advogado de Pedro Rocha, responda os itens a seguir: 
a) Qual peça, exclusiva de advogado, é cabível no que tange à liberdade de seu cliente? 
b) Qual o fundamento pode ser invocado para buscar a soltura de Pedro Rocha? 
Gabarito Comentado: 
a) O aluno deverá indicar pedido de relaxamento de prisão, fundamentado no art. 5º, LXV, da CRFB/88, ou 
art. 310, I, do CPP. 
b) O auto de prisão em flagrante é nulo porque trata-se de hipótese de flagrante preparado, conforme 
Súmula 145 do STF. 
 
02) Wilson, jovem que jamais sofreu condenação criminal, foi flagrado transportando perfumes 
e garrafas de vinho adquiridos em Rivera, Uruguai, cujos valores somados ultrapassam a 
quantia de R$ 8.000,00. Ao ser abordado, disse que não tinha o documento comprovando a 
importação regular dos produtos, razão pela qual o Delegado da Polícia instaurou inquérito 
policial e, após, remeteu ao Ministério Público Estadual, que, por sua vez, ofereceu denúncia 
contra Wilson pela prática do delito de descaminho, previsto no artigo 334 do CP. A denúncia 
foi recebida e Wilson citado. Atento ao caso apresentado, responda aos itens a seguir, 
empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
a) Qual o meio de impugnação cabível à defesa de Wilson e qual o prazo previsto em lei para 
ser apresentado? (valor: 0,6) 
b) Quais os fundamentos deverão ser alegados e o pedido que deve ser formulado? (valor: 
0,65) 
Gabarito Comentado: 
a) A peça cabível é a resposta à acusação, com base no artigo 396 e/ou 396-A do CPP. Prazo de 10 dias. 
b) Desenvolvimento sobre a incompetência do Juízo, já que envolve interesse da União, porque não 
recolhido tributo federal, bem como acerca do princípio da insignificância, com pedido de absolvição 
sumária, com base no artigo 397, inciso III, do Código Penal. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
COMPLEMENTARS 
Prof. Nidal Ahmad 
OAB 
2ª Fase 
 
 
 
03) Para 'resolver' anterior desavença, Juca Graxa e Toninho Moicano pactuaram procurar e 
agredir o desafeto Jacinto Dores, com o preordenado dolo de machucá-lo seriamente. Juca 
Graxa e Toninho Moicano, ao encontrarem a vítima, de forma simultânea, atacaram-na a golpes 
de artes marciais, além de socos e pontapés convencionais. Enquanto estava em 
desenvolvimento o ataque referido, James Rocha, amigo dos atacantes, chegou ao local e 
interveio, espontaneamente, aderindo aos agressores, também batendo a socos em Jacinto 
Dores, com a intenção de causar lesões na vítima, mas não de lhe causar a morte.. Entretanto, 
por conta da violência dos golpes proferidos por Juca Graxa e Toninho Moicano, Jacinto dores 
acabou falecendo. O Ministério Público ofereceu denúncia contra Juca Graxa, Toninho Moicano 
e James Rocha, imputando-lhes a prática do delito do artigo 121, § 2º, inciso I (motivo torpe), 
do Código penal, sendo, após regular instrução, pronunciado, nos exatos termos da denúncia. 
Diante do fato hipotético, pergunta-se: 
a) Qual o meio de impugnação cabível, o prazo fatal, considerando como data da intimação o 
dia 20.05.2013 (segunda-feira), e a quem deverá ser endereçado? (0,60) 
b) Qual(is) o(s) argumento(s) e o pedido a ser formulado em favor de James Rocha? (0,65) 
 
Gabarito Comentado: 
a) cabe recurso em sentido estrito, com base no artigo 581, inciso IV, do CPP. Prazo de 05 dias, com base 
no artigo 586 do CPP, endereçado ao Juiz da Vara Criminal do Tribunal do Júri. Último dia: 27.05.2013. 
b) O candidato deverá abordar a tese de que James Rocha pretendeu praticar crime menos grave, qual seja, 
lesão corporal grave, devendo responder por esse crime, nos termos do artigo 29, § 2º, do CP, OU que 
James Rocha agiu sem a intenção de praticar doloso contra a vida. Pedido de desclassificação, com base no 
artigo 419 do CPP. 
 
04) No dia 10 de fevereiro de 2006, por volta das 03h, na Rua Fina Estampa, nº 24, na Cidade 
de Niterói/RJ, o denunciado Tício Mévio, agente reincidente, constrangeu a vítima Cidinha 
Coitada, criança de 11 anos, a conjunção carnal, praticando, assim, o crime previsto no artigo 
217-A do Código Penal, considerado hediondo, nos termos do artigo 1º, inciso VI, da Lei 
8.072/90. Após implementar 1/6 da pena, Tício formulou pedido de progressão de regime, 
sendo indeferido pelo Juízo da Execução, sob o fundamento de que, na condição de reincidente, 
deveria implementar 3/5 da pena para obter o benefício postulado. Diante do fato hipotético, 
pergunta-se: 
a) Qual o meio de impugnação cabível, o último dia do prazo fatal, considerando como data da 
intimação o dia 08.03.2011 (terça-feira), e a quem deverá ser endereçado? (0,60) 
b) Qual(is) o(s) argumento(s) pode(m) ser alegado(s) em favor de Tício? (0,65) 
 
Gabarito Comentado: 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
COMPLEMENTARS 
Prof. Nidal Ahmad 
OAB 
2ª Fase 
 
 
a) cabe agravo em execução, com base no artigo 197 da Lei 7.210/84. Prazo de 05 dias, com base na 
Súmula 700 do STF, endereçando a peça de interposição ao Juiz da Vara de Execução Criminal e as razões 
ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Último dia: 14.03.2011. 
b) O candidato deverá abordar a tese de que a Lei 11.464/2007, que alterou a redação do artigo 2º, § 2º, 
da Lei 8.072/90, entrou em vigor após a data do crime praticado. Logo, deve prevalecer a lei mais benéfica, 
considerando-se o lapso temporal de 1/6 para obtenção da progressão de regime, nos termos do artigo 112 
da Lei 7.210/84. Admite-se, ainda, a invocação da Súmula Vinculante 26 do STF e Súmula 439 STJ. 
 
05) No dia 15 de janeiro de 2012, por volta das 21 horas, Ziah Mansur subtraiu, para si, coisa 
alheia móvel, consistente numa TV de plasma, avaliada em R$ 2.000,00 (dois mil reais), 
ingressando na residência, prevalecendo-se da porta aberta deixada de forma descuidada pela 
vítima. A autoridade policial instaurou inquérito policial, indiciando Ziah Mansur como incurso 
no crime do art. 155, “caput”, do Código Penal. O Ministério Público, por sua vez, ofereceu 
denúncia contra Ziah, atribuindo-lhe a prática do delito do artigo 155, § 1º (furto durante o 
repouso noturno), do Código Penal. Após regular instrução, o Magistrado proferiu sentença, 
julgando procedente a denúncia, para condenar Ziah nas penas do artigo 155, § 1º, do CP. Na 
primeira fase da aplicação da pena, o juiz considerou todas as circunstâncias judiciais 
favoráveis, fixando a pena-base no mínimo legal, qual seja, 01 ano. Na segunda fase, agravou a 
pena em 06 meses, em razão da reincidência. Na terceira fase, aumentou a pena em 1/3 por 
força da majorantedo repouso noturno, tornando a pena definitiva em 02 anos de reclusão. 
Após, o juiz fixou o regime inicial de cumprimento de pena como sendo o fechado, em razão da 
reincidência. Diante disso, pergunta-se: 
A) Considerando entendimento adotado na Jurisprudência, agiu corretamente o Magistrado ao 
fixar o regime inicial de cumprimento de pena como sendo o fechado? Justifique. 
B) Considerando que a reincidência decorreu da condenação anterior pela prática do crime de 
estelionato, haveria possibilidade de Ziah obter a substituição da pena privativa de liberdade 
em restritiva de direitos? Justifique 
 
Padrão de resposta: 
 
No item “A”, o candidato deverá responder que o Magistrado agiu equivocadamente, porquanto, segundo a 
Súmula 269 do STJ, é admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados à 
pena igual ou inferior a 04 anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. 
 
No item “B”, o candidato deverá responder que Ziah faz jus à substituição da pena privativa de liberdade em 
restritiva de direitos, pois preenche os requisitos do artigo 44 do CP (crime praticado sem violência ou grave 
ameaça e pena inferior a 04 anos) e a reincidência não é pela prática do mesmo crime, sendo, ainda, 
socialmente recomendável a substituição, nos termos do artigo 44, § 3º, do CP. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
COMPLEMENTARS 
Prof. Nidal Ahmad 
OAB 
2ª Fase 
 
 
 
06) No dia 26 de março de 2013, Alessandra Maia foi flagrada vendendo cocaína. Após regular 
instrução do processo, Alessandra Maia foi condenada como incursa nas sanções do artigo 33, § 
4º, da Lei nº 11.343/2006, sendo-lhe aplicada a pena de 02 anos e 06 meses, uma vez que o 
Magistrado considerou que a ré era primária, de bons antecedentes, não se dedicava às 
atividades criminosas nem integrou organização criminosa. A seguir, o Magistrado fixou o 
regime inicial fechado, não substituindo a pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, 
sob o fundamento de que o artigo 33, § 4º, e o artigo 44, ambos da Lei 11.343/2006, vedam 
expressamente a substituição da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos aos 
condenados por tráfico ilícito de entorpecentes. Diante do fato hipotético, o Magistrado agiu 
corretamente? Justifique. 
 
Padrão de resposta: 
O candidato deverá responder que o Magistrado agiu equivocadamente, porquanto recentemente o STF 
declarou inconstitucional a parte do artigo 44 da Lei de Drogas que vedava a substituição da pena privativa 
de liberdade em restritiva de direitos. Além disso, o Senado Federal editou a Resolução nº 05, suspendendo 
a execução do referido dispositivo. 
 
07) Bruno Salvador praticou um crime de apropriação indébita, previsto no artigo 168 do 
Código Penal em 08.10.2003, sendo processado e condenado a 02 (dois) anos de prisão. A 
sentença transitou em julgado no dia 05.03.2005. Dias depois, o mandado de prisão foi 
cumprido, tendo Bruno cumprido integralmente a pena em 08.04.2007. No dia 15.12.2011, 
Bruno praticou o delito de roubo (Art. 157 do CP). Diante do fato hipotético, responda aos itens 
a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente 
ao caso. 
 
a) na aplicação da pena pela prática do delito de roubo, deve ser considerada a agravante da 
reincidência? 
 
b) na aplicação da pena pela prática do delito de roubo, a sentença do crime de apropriação 
indébita pode ser considerada como antecedentes criminais? 
 
Padrão de resposta: 
Item a 
O candidato deverá indicar que há reincidência, porque Bruno praticou o crime de roubo em período de 
tempo inferior a 05 anos da data do cumprimento da pena. Deverá, ainda, invocar o artigo 64, I, do CP. 
Item b 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
COMPLEMENTARS 
Prof. Nidal Ahmad 
OAB 
2ª Fase 
 
 
O candidato deverá indicar que a sentença anterior não pode ser considerada para fins de antecedentes 
criminais, já que a reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, 
simultaneamente, como circunstância judicial, nos termos da Súmula 241 do STJ. 
 
08) No dia 18/10/2005, Eratóstenes praticou um crime de corrupção ativa em transação 
comercial internacional (Art. 337-B do CP), cuja pena é de 1 a 8 anos e multa. Devidamente 
investigado, Eratóstenes foi denunciado e, em 20/1/2006, a inicial acusatória foi recebida. O 
processo teve regular seguimento e, ao final, o magistrado sentenciou Eratóstenes, 
condenando-o à pena de 1 ano de reclusão e ao pagamento de dez dias-multa. A sentença foi 
publicada em 7/4/2007. O Ministério Público não interpôs recurso, tendo, tal sentença, 
transitado em julgado para a acusação. A defesa de Eratóstenes, por sua vez, que objetivava 
sua absolvição, interpôs sucessivos recursos. Até o dia 15/5/2011, o processo ainda não havia 
sido definitivamente julgado. Nesse sentido, considerando apenas os dados narrados no 
enunciado, responda aos itens a seguir. 
a) No caso apresentado, é possível extrair alguma tese favorável à Eratóstenes? 
b) Se Erastótenes fosse reincidente, incidiria no caso o acréscimo de 1/3 do prazo prescricional 
previsto na parte final do artigo 110, “caput”, do Código Penal? 
 
Gabarito Comentado: 
a) O candidato deverá indicar que Eratóstenes não cumprirá a sentença condenatória, pois incidiu, no caso, 
a prescrição da pretensão punitiva intercorrente ou superveniente, já que entre a data da publicação da 
sentença condenatória até eventual decisão proferida pelo Tribunal de Justiça decorreram mais de 04 anos, 
nos termos do artigo 110, § 1º, c/c o artigo 109, inciso V, ambos do Código Penal. Logo, incidiu causa 
extintiva da punibilidade, prevista no artigo 107, inciso IV, do CP 
b) Não, pois o aumento de 1/3 dos prazos prescricionais, previsto na parte final do art. 110, “caput”, incide 
somente nas hipóteses de prescrição executória, não se aplicando, portanto, à prescrição da pretensão 
punitiva, conforme Súmula 220 do STJ. 
 
09) (Adaptado X EXAME OAB)- Maria, mulher solteira de 40 anos, mora no Bairro Paciência, na 
cidade Esperança. Por conta de seu comportamento, Maria sempre foi alvo de comentários 
maldosos por parte dos vizinhos; alguns até chegavam a afirmar que ela tinha “cara de quem 
cometeu crime”. Não obstante tais comentários, nunca houve prova de qualquer das histórias 
contadas, mas o fato é que Maria é pessoa conhecida na localidade onde mora por ter má-
índole, já que sempre arruma brigas e inimizades. Certo dia, com raiva de sua vizinha Josefa, 
Maria resolve quebrar a janela da residência desta. Para tanto, espera chegar a hora em que 
sabia que Josefa não estaria em casa e, após olhar em volta para ter certeza de que ninguém a 
observava, Maria arremessa com força, na direção da casa da vizinha, um enorme tijolo. Ocorre 
que Josefa, naquele dia, não havia saído de casa e o tijolo após quebrar a vidraça, atinge 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
COMPLEMENTARS 
Prof. Nidal Ahmad 
OAB 
2ª Fase 
 
 
também sua nuca. Josefa falece instantaneamente. Nesse sentido, tendo por base apenas as 
informações descritas no enunciado, responda justificadamente: É correto afirmar que Maria 
deve responder por homicídio doloso consumado? Justifique a resposta: 
 
Gabarito comentado 
Na presente questão cabe ao examinando identificar o instituto por ela versado, qual seja, o erro de tipo 
acidental, na modalidade do resultado diverso do pretendido, previsto no art. 74 do Código Penal. 
Referido instituto traz como consequência, para o caso sob exame, a punição do agente por crime doloso 
em relação ao objetivo por ele almejado (que no caso foi o crime de dano previsto no art. 163 do Código 
Penal), bem como a sua punição na modalidade culposapelo resultado não intencional por ele alcançado, 
desde que o tal delito admita a modalidade culposa. 
Nesse sentido, observa-se que o outro resultado alcançado foi o crime de homicídio, que admite a 
modalidade culposa, de acordo com o art. 121, § 3º, do CP. Sendo assim, uma vez tendo, Maria, alcançado 
os dois resultados, deverá ser punida por ambos (dano doloso e homicídio culposo) na forma do art. 70 do 
Código Penal, ou seja, em concurso formal próprio, que determina a majoração da pena do crime mais 
grave de 1/6 até 1/2. 
 
10) Wilson, irado e nervoso, entra em sua casa, após séria e acirrada discussão com Tobias, seu 
vizinho, com quem tem profunda desavença. Exasperado, apanha a primeira arma que 
visualiza. Na sequência, sai ao encalço do vizinho e, tomado por violenta emoção, aponta-lhe a 
arma, acionando o gatilho várias vezes. Porém, nenhum disparo é detonado, sendo Wilson 
detido por populares, que chamaram a polícia. Instaurado inquérito policial, a arma foi 
apreendida e encaminhada a perícia, que constatou que a arma não deflagraria qualquer tiro, 
porque apresentava defeito. O Ministério Público ofereceu denúncia contra Wilson, pela prática 
do delito de tentativa de homicídio. Após regular instrução, o Magistrado pronunciou Wilson 
como incurso no delito do artigo 121, “caput”, c/c o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. 
Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações dadas, responda, 
fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) Qual o recurso cabível contra a decisão proferida pelo Magistrado e a quem deve ser 
endereçado? 
B) Qual tese defensiva deve ser invocada e o pedido correspondente? 
Gabarito Comentado: 
a) cabe recurso em sentido estrito, com base no artigo 581, inciso IV, do CPP. Prazo de 05 dias, com base 
no artigo 586 do CPP, endereçado ao Juiz da Vara Criminal do Tribunal do Júri. 
b) O candidato deverá abordar a tese do crime impossível, pela ineficácia absoluta do meio, nos termos do 
artigo 17 do Código Penal. Pedido de absolvição sumária, com base no artigo 415, inciso III, do CPP. 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
COMPLEMENTARS 
Prof. Nidal Ahmad 
OAB 
2ª Fase 
 
 
11) Wilson, desesperado com a gravidade do estado de saúde de Mariazinha, que acabara de 
sofrer um infarto, resolve levar a enferma até o hospital com o seu veículo. Diante da urgência 
da situação, Wilson desenvolve no seu veículo velocidade excessiva e incompatível com o local, 
vindo, em razão disso, a perder o controle do veículo e atropelar uma pessoa que atravessava, 
de forma inesperada, a via de rolamento, causando-lhe a morte. Diante disso, o Ministério 
Público ofereceu denúncia contra Wilson, imputando-lhe a prática do delito previsto no artigo 
302 da Lei 9.503/97. O Magistrado recebeu a denúncia, sendo Wilson citado no dia 15.08.2014 
(sexta-feira) e o mandado juntado aos autos no dia 20.08.2014. Analise o caso narrado e, com 
base apenas nas informações dadas, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) Qual o meio de impugnação a defesa de Wilson deverá utilizar e qual o último dia do prazo 
para apresentá-lo? 
B) Qual tese defensiva deve ser invocada e o pedido correspondente? 
 
Gabarito Comentado: 
a) cabe resposta à acusação, com base no artigo 396/396-A do CPP. Prazo de 10 dias. Último dia: 
27.08.2014. 
b) O candidato deverá abordar a tese do estado de necessidade. Pedido de absolvição sumária, com base no 
artigo 397, inciso I, do Código Penal. 
 
12) Wilson recebeu do amigo de infância Félix Solano um embrulho em papel opaco e, sem 
qualquer razão para desconfiar do amigo, atende seu pedido para levar o pacote, que 
considerava conter medicamento, até a cidade de Niterói/RJ, para onde se encaminha, com o 
fito de entregá-lo no local indicado por Félix. Durante o trajeto, Wilson é abordado por policiais 
rodoviários federais, que, valendo-se de cães farejadores, procederam a uma revista no 
automóvel. Diante da agitação dos cães, ao se aproximarem do pacote, os agentes policiais 
resolveram verificar o conteúdo, constatando que se tratava de cocaína, substância 
entorpecente. Diante disso, Wilson foi preso em flagrante e, após conclusão do respectivo 
inquérito policial, denunciado pela prática do crime previsto no artigo 33 da Lei nº 
11.343/2006. Após regular instrução, o Magistrado julgou procedente a ação, condenando 
Wilson como incurso nas sanções do artigo 33 da Lei nº 11.343/2006. A defesa foi intimada no 
dia 19.08.2014 (terça-feira). 
Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações dadas, responda, 
fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) Qual o meio de impugnação a defesa de Wilson deverá utilizar e qual o último dia do prazo 
para apresentá-lo? 
B) Qual tese defensiva deve ser invocada e o pedido correspondente? 
 
Gabarito Comentado: 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
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OAB 
2ª Fase 
 
 
a) cabe apelação, com base no artigo 593, inciso I, do CPP. Último dia: 25.08.2014. 
b) O candidato deverá abordar a tese do erro de tipo essencial, artigo 20, “caput”, do Código Penal. Pedido 
de absolvição sumária, com base no artigo 386, inciso III, do Código Penal. 
 
13) Ao sair do trabalho, Wilson costumava passar a pé por uma estrada onde comumente 
aconteciam assaltos, razão pela qual, por cautela, sempre andava armado. Certo dia, percebe 
estar sendo seguido por três pessoas. Ao atingir o local mais ermo da estrada, Wilson nota que 
uma pessoa se encaminha em sua direção, em atitude suspeita. Supondo se tratar de um 
assalto, saca da sua arma e atira contra o indivíduo, no exato momento em que ele leva, 
abruptamente, a mão para dentro do agasalho que vestia, matando-o. Ao se aproximar do 
indivíduo morto, Wilson verifica que ele pretendia pegar um cigarro. Diante disso, Wilson foi 
denunciado e pronunciado pela prática do delito de homicídio, previsto no artigo 121, “caput”, 
do Código Penal. Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações dadas, responda, 
fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) Qual o meio de impugnação a defesa de Wilson deverá utilizar e qual o último dia do prazo 
para apresentá-lo, considerando a intimação no dia 24.09.2014 (quarta-feira)? 
B) Qual tese defensiva deve ser invocada e o pedido correspondente? 
 
Gabarito Comentado: 
a) cabe recurso em sentido estrito, com base no artigo 581, inciso IV, do CPP. Prazo de 05 dias, com base 
no artigo 586 do CPP, endereçado ao Juiz da Vara Criminal do Tribunal do Júri. Último dia do prazo: 
29.09.2014. 
b) O candidato deverá abordar a tese da legítima defesa putativa, nos termos do artigo 20, § 1º, do Código 
Penal. Pedido de absolvição sumária, com base no artigo 415, inciso III, do CPP. Admite-se o artigo 415, 
inciso IV, do CPP 
 
14) No dia 24/03/2006, Jaime subtraiu um aparelho de telefone celular que havia sido 
esquecido por Lara em cima do balcão de uma lanchonete. Todavia, sua conduta fora filmada 
pelas câmeras do estabelecimento, o que motivou o oferecimento de denúncia, por parte do 
Ministério Público, pela prática de furto simples (art. 155, caput, do CP). A denúncia foi 
recebida em 14/06/2006, e, em 18/10/2006, Jaime foi condenado à pena de 1 (um) ano de 
reclusão e 10 (dez) dias-multa, sendo-lhe fixado o regime aberto para o cumprimento da pena 
privativa de liberdade, com sentença publicada no mesmo dia. Suponha que ambas as partes 
tivessem se conformado com o decreto condenatório, de modo que o trânsito em julgado 
definitivo teria ocorrido em 24/10/2006 (inclusive para acusação), mas Jaime, temeroso de 
ficar mais uma vez preso, fugiu tão logo teve ciência do conteúdo da sentença, sendo capturado 
somente em 05/12/2010. Nesse caso, considerando o tema prescrição,Jaime deve cumprir a 
pena a ele imposta? Responda fundamentadamente. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
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Prof. Nidal Ahmad 
OAB 
2ª Fase 
 
 
 
Padrão de resposta 
 
O aluno deverá responder que Jaime não cumprirá a pena imposta, pois, neste caso, incidiu a prescrição da 
pretensão executória, já que decorreram mais de 04 anos entre o trânsito em julgado para a acusação até a 
sua captura, com base no artigo 109, inciso V, c/c artigo 110, “caput”, ambos do Código Penal. 
 
15) No dia 15 de dezembro de 2011, por volta das 18 horas, na Rua Boa Sorte, nº 254, São Luiz 
Gonzaga/RS, Tadeu Lombardi, por meio de golpes de barra de ferro, ofendeu a integridade 
física de Jacinto Dor, causando-lhe lesão corporal grave, consistente na impossibilidade de 
exercer ocupações habituais por mais de 30 dias. Após regular instrução, o Magistrado proferiu 
sentença, condenando Tadeu Lombardi, que é réu primário, como incurso nas sanções do artigo 
129, § 1º, inciso I, do Código Penal, fixando-lhe a pena de 01 ano e 08 meses de reclusão. 
Como o crime foi praticado com violência, o Magistrado não determinou a substituição da pena 
privativa de liberdade em restritiva de direitos. Diante do fato hipotético, responda se cabe ao 
Juiz aplicar outra medida alternativa à pena privativa de liberdade. Em caso positivo, qual? 
Fundamente a resposta, apontando o respectivo dispositivo legal. 
 
Padrão de Resposta: 
O aluno deverá indicar que o juiz poderá conceder ao condenado o benefício do sursis, já que se trata de 
pena não superior a 02 anos, o réu é primário e não é cabível ou recomendável a substituição da pena 
privativa de liberdade por restritiva de direitos, nos termos do artigo 77 do Código Penal. 
 
16) No dia 02.01.2004, NILO ABREU furta vários relógios de ouro e outros objetos de uma 
Joalheria, localizada na Praça da Matriz na Cidade de São Luiz Gonzaga. Após longa instrução 
para apurar os fatos, a autoridade policial conclui o Inquérito Policial em 02.06.2011. No dia 
28.06.2011, o representante do Ministério Público ofereceu denúncia, atribuindo NILO ABREU a 
prática do crime previsto no artigo 155, “caput”, do Código Penal. Até o dia 24.06.2012, a 
denúncia ainda não havia sido recebida pelo Magistrado. Pergunta-se: o crime está prescrito? 
Justifique a resposta, apontando o fundamento legal. 
 
Padrão de resposta: 
 
O aluno deverá indicar que ocorreu a prescrição da pretensão punitiva em abstrato, porquanto entre a data 
do fato e a do recebimento de eventual denúncia já decorreram 08 anos, nos termos do artigo 109, inciso 
IV, do Código Penal. Pedido de extinção da punibilidade, com base no artigo 107, inciso IV, do CP. 
 
 
 
 
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2ª Fase 
 
 
17) No dia 15 de março de 2013, SILAS GRAÇA efetuou um disparo contra MAX NOVAES, 
acertando, todavia, LELECO, que acaba falecendo. Em razão disso, após a conclusão do 
inquérito policial, o Ministério Público ofereceu denúncia contra SILAS, imputando-lhe a prática 
do delito do artigo 121, “caput”, do Código Penal. Durante a instrução, SILAS afirmou que, para 
se defender da agressão a faca perpetrada por MAX NOVAES, sacou de seu revólver e efetuou 
um disparo contra o agressor, atingindo, no entanto, LELECO. Tal versão foi confirmada pelas 
testemunhas anteriormente ouvidas pelo Magistrado. Encerrada a instrução, após manifestação 
do Ministério Público, a defesa de SILAS foi intimada no dia 10 de julho de 2015 (sexta-feira) 
para apresentar a peça correspondente. Analise o caso narrado e, com base apenas nas 
informações dadas, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
a) Qual o meio de impugnação cabível e o último dia do prazo para apresentá-lo? 
b) Qual(is) o(s) argumento(s) e o pedido a ser formulado em favor de Silas? (0,65) 
 
Padrão de Resposta: 
a) O meio de impugnação é memoriais escritos, com base no artigo 403, § 3º, do CPP, devendo ser 
apresentado no dia 17.07.2015. 
b) Trata-se o presente caso em erro de execução (art. 73, 1ª parte), atendendo-se, conforme o citado 
artigo, ao disposto no parágrafo 3º do artigo 20 do Código Penal. Por outro lado, verifica-se que SILAS 
GRAÇA ao efetuar o disparo agiu em legítima defesa (art. 25 do CP) própria e real. Entretanto, por um erro 
acertou pessoa diversa (LELECO) do agressor (MAX). Mesmo assim, não fica afastada a legítima defesa, 
posto que, de acordo com o art. 20, § 3º do CP. Pedido de absolvição sumária, com base no artigo 415, 
inciso IV, do CPP. 
 
18) Jaime, brasileiro, solteiro, nascido em 10/11/1982, praticou, no dia 30/11/2000, delito de 
furto qualificado pelo abuso de confiança (art. 155, parágrafo 4º, II, do CP). Devidamente 
denunciado e processado, Jaime foi condenado à pena de 4 (quatro) anos e 2 (dois) meses de 
reclusão. A sentença transitou definitivamente em julgado no dia 15/01/2002, e o término do 
cumprimento da pena se deu em 20/03/2006. No dia 24/03/2006, Jaime subtraiu um aparelho 
de telefone celular que havia sido esquecido por Lara em cima do balcão de uma lanchonete. 
Todavia, sua conduta fora filmada pelas câmeras do estabelecimento, o que motivou o 
oferecimento de denúncia, por parte do Ministério Público, pela prática de furto simples (art. 
155, caput, do CP). A denúncia foi recebida em 14/04/2006, e, em 18/10/2006, Jaime foi 
condenado à pena de 1 (um) ano de reclusão e 10 (dez) dias-multa. Considerando que Jaime é 
reincidente, foi fixado o regime inicial semiaberto para o cumprimento da pena privativa de 
liberdade, com sentença publicada no mesmo dia. Suponha que ambas as partes tivessem se 
conformado com o decreto condenatório, de modo que o trânsito em julgado definitivo teria 
ocorrido em 24/10/2006 (inclusive para acusação), mas Jaime, temeroso de ficar mais uma vez 
preso, fugiu tão logo teve ciência do conteúdo da sentença, sendo capturado somente em 
 
 
 
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2ª Fase 
 
 
25/10/2010. Nesse caso, considerando o tema prescrição, Jaime deve cumprir a pena a ele 
imposta? Responda fundamentadamente. 
 
Padrão de resposta 
 
Sim, pois neste caso não haveria prescrição da pretensão executória nem outra modalidade qualquer. 
Considerando a pena aplicada de 01 ano, o prazo prescricional é de 04 anos. Como Jaime é reincidente, já 
que o 2º furto foi cometido após o trânsito em julgado definitivo de sentença que lhe condenou pelo 1º 
furto (art. 63 do CP), a prescrição da pretensão executória tem seu prazo acrescido de 1/3, de acordo com a 
parte final do artigo 110 do CP, ficando, portanto, o prazo prescricional em 05 anos e o4 meses. Assim, o 
Estado teria até 23/02/2012 para capturar Jaime, nos termos dos arts. 110, caput, e 112, I, do CP. 
 
19) No dia 18/10/2005, na Cidade de Porto Alegre/RS, Toninho Mão de Seda subtraiu um 
relógio pertencente à Fabinho Lano. Diante disso, o Ministério Público ofereceu denúncia contra 
Toninho, imputando-lhe a prática do crime previsto no artigo 155, “caput”, do Código Penal, 
que prevê pena de 01 a 04 anos de reclusão. A denúncia foi recebida no dia 15/09/2008. Após 
regular instrução, o Magistrado proferiu sentença, condenando Toninho Mão de Seda a 01 ano e 
08 meses de reclusão. A sentença foi publicada no dia 10/10/2012. O Ministério Público não 
interpôs recurso. Diante do fato hipotético, pergunta-se: 
a) Qual o meio de impugnação cabível, o último dia do prazo fatal, considerando como data da 
intimação o dia 17.10.2012 (sexta-feira), e a quem deverá ser endereçado? (0,60) 
b) Além de eventual tese absolutória, há outra tese a ser arguida em favor de Toninho? 
Fundamente a resposta. 
 
Gabarito Comentado: 
a) cabe recursode apelação, com base no artigo 593, inciso I, do CPP. Prazo de 05 dias, com base no artigo 
593 do CPP, devendo a peça de interposição ser endereçada ao Juiz da Vara Criminal de Porto Alegre e as 
razões ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Último dia: 24.10.2012. 
b) O candidato deverá abordar a tese da prescrição da pretensão punitiva retroativa, nos termos da antiga 
redação do artigo 110, § 2º, ainda aplicável aos fatos praticados antes do dia 05.05.2010, quando entrou 
em vigor a Lei nº 12.234/2010. Assim, considerando que entre a data do recebimento da denúncia 
(15.09.2008) até a data da publicação da sentença (10.10.2012) decorreram 04 (quatro) anos, incidiu a 
prescrição da pretensão punitiva retroativa, devendo ser declarada extinta a punibilidade, nos termos do 
artigo 107, inciso IV, do Código Penal. 
 
20) No dia 15 de outubro de 2010, Félix, após breve discussão por causa de Anjinho, armou-se 
de uma faca e, sem a intenção de matar, desferiu um golpe contra Eron, atingindo-lhe a região 
do tórax, causando-lhe perigo de vida. Ao ser conduzido ao hospital para tratar o ferimento, o 
 
 
 
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2ª Fase 
 
 
carro que transportava Eron desgovernou-se, vindo a se chocar frontalmente com um 
caminhão, resultando na sua morte exclusivamente em razão de traumatismo craniano 
decorrente do acidente. Diante disso, Félix foi denunciado e pronunciado como incurso no crime 
previsto no artigo 121, “caput”, do Código Penal. Contra essa decisão, a defesa de Félix 
interpôs recurso em sentido estrito, que, por maioria, foi improvido. Diante do fato hipotético, 
responda justificadamente as assertivas a seguir expostas: 
Com base somente nas informações acima, responda, apontando a base legal: 
a) Qual é o recurso cabível contra essa decisão e para quem deve ser endereçado? 
b) Qual a(s) tese(s) pode(m) ser arguida(s) pela defesa de Félix? 
 
 
Padrão de resposta: 
 
No item “A”, o candidato deve apontar o recurso de embargos infringentes, com base no artigo 609, 
parágrafo único, do CPP, devendo ser endereçado ao Desembargador Relator do Acórdão recorrido. 
No item “B”, o candidato deverá responder que o fato se amolda, em tese, ao crime de lesão corporal grave, 
porquanto a morte decorreu de causa superveniente relativamente independente, devendo, portanto, 
responder somente em relação aos fatos anteriores que deu causa, nos termos do artigo 13, § 1º, do Código 
Penal. 
 
21) IX EXAME OAB: Wilson, extremamente embriagado, discute com seu amigo Junior na 
calçada de um bar já vazio pelo avançado da hora. A discussão torna-se acalorada e, com 
intenção de matar, Wilson desfere quinze facadas em Junior, todas na altura do abdômen. 
Todavia, ao ver o amigo gritando de dor e esvaindo-se em sangue, Wilson, desesperado, pega 
um taxi para levar Junior ao hospital. Lá chegando, o socorro é eficiente e Junior consegue 
recuperar-se das graves lesões sofridas. 
Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações dadas, responda, 
fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) É cabível responsabilizar Wilson por tentativa de homicídio? 
B) Caso Junior, mesmo tendo sido socorrido, não se recuperasse das lesões e viesse a falecer no 
dia seguinte aos fatos, qual seria a responsabilidade jurídico-penal de Wilson? 
Padrão de resposta: 
A. Não, pois Wilson será beneficiado pelo instituto do arrependimento eficaz, previsto na parte final do Art. 
15 do Código Penal. Assim, somente responderá pelos atos praticados, no caso, as lesões corporais graves 
sofridas por Júnior. 
Obs.: A mera indicação de artigo legal não garante atribuição de pontos. Também não serão pontuadas 
respostas contraditórias. 
 
 
 
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2ª Fase 
 
 
B. Nesse caso, como não houve eficácia no arrependimento, o que é exigido pelo Art. 15, do Código Penal, 
Wilson deverá responder pelo resultado morte, ou seja, deverá responder pelo delito de homicídio doloso 
consumado. 
 
22) Tício, com 21 anos de idade e dotado de pleno discernimento, decide dar cabo à sua vida. 
Para tanto, dirige-se até local ermo a fim de viabilizar o propósito preconcebido. Contudo, no 
trajeto, e antes de cometer o ato, encontra Caio, verbalizando a sua intenção. Caio, então, 
verificando naquele momento derradeiro, ínfima hesitação de Tício, instiga e reforça o 
propósito inicial já existente, alcançando-lhe, inclusive, uma corda destinada a auxiliar no ato 
originariamente pretendido. Caio, embora nas circunstâncias pudesse demover Tício da idéia 
preconcebida, não faz qualquer esforço nesse sentido, máxime porque, ambos, tinham um 
pequeno comércio de eletrodomésticos na localidade, sendo concorrentes e rivais (a morte de 
Tício, inclusive, acarretará vantagem financeira em favor dele Caio). Em decorrência, Tício, 
utilizando-se, inclusive, da corda recebida, acabou consumando o intento destinado ao 
extermínio pessoal, vindo, em decorrência, a sofrer lesões graves, conforme auto de exame de 
corpo de delito. Considerando apenas os fatos apresentados, responda, de forma justificada, 
aos seguintes questionamentos: 
A) Caio cometeu algum crime? 
B) Caso Tício viesse a sofrer lesões corporais de natureza leve em decorrência do ato, a 
condição jurídica de Caio seria alterada? 
 
Padrão de resposta: 
O aluno deve responder, no item ‘A’, que Caio cometeu o crime de induzimento ao suicídio, com a pena 
aumentada pelo motivo egoístico, nos termos do artigo 122, parágrafo único, inciso I, do Código Penal. 
No item “B”, o aluno deve responder que Caio não cometeu qualquer crime, pois o delito descrito no art. 
122 do CP, o qual prevê a conduta de instigação, auxílio ou induzimento ao suicídio, não admite a forma 
tentada (art. 14, II do CP), sendo certo que tal delito somente se consuma com a ocorrência de lesões 
corporais graves ou morte. 
 
23) O comentarista Clóvis V., por três vezes afirmou, em meios de comunicação distintos, 
sabendo não serem verdadeiras as afirmações, que Rodolfo T., dirigente do o clube LX F.C., 
havia se “apropriado, indevidamente, de R$ 5 milhões pertencentes ao LX F.C., na condição de 
seu diretor-geral, quando da venda do jogador Y, ocorrida em 20/12/2008". Tal afirmação foi 
proferida durante o programa de televisão Futebol da Hora, em 7/1/2010, às 21h30m, no canal 
de televisão VX. Prosseguindo a empreitada ofensiva, o jornalista Clóvis V. disse, em 
13/1/2010, em seu blog pessoal na Internet, que o dirigente não teria condições de gerir o 
clube porque seria "um burro, de capacidade intelectual inferior à de uma barata". Como se não 
bastasse, na última edição do blog, em 15/1/2010, afirmou que "o dirigente do clube está tão 
 
 
 
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2ª Fase 
 
 
decadente que passou a sair com homens", por isso "a mulher o deixou". Em face dessa 
situação hipotética, na condição de advogado(a) contratado(a) por Rodolfo T., ofereceria 
queixa-crime por qual(ais) crime(s)? Justifique a resposta. 
 
Padrão de resposta: 
O aluno deverá responder que no dia 07.01.2010, Clóvis teria praticado o crime de calúnia, previsto no 
artigo 138 do Código Penal, pois imputou ao ofendido, falsamente, fato definido como crime. No dia 
13.01.2010, Clóvis praticou o crime de injúria, previsto no artigo 140 do Código Penal, pois, ao chamar a 
vítima de burro, ofendeu sua dignidade e decoro. Por fim, no dia 15.01.2010, Clóvis praticou crime de 
difamação, previsto no artigo 139 do Código Penal, pois imputou fato ofensivo à honra da vítima. 
 
 
24) No dia 22 de agosto de 2010, por volta de 09h20min, na Rua São João, nº 500, São Luiz 
Gonzaga/RS,Antônio Juvêncio, conhecido por “Toninho Mão de Seda”, em plena via pública, 
enfiou a mão no bolso da calça de Oscar Damião, subtraindo-lhe a carteira sem que a vítima 
percebesse. Duas horas depois, policiais militares, em patrulhamento de rotina, avistaram e 
prenderam o delinquente na posse da referida carteira. Analise o caso narrado e, com base 
apenas nas informações dadas, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) Qual a responsabilização de Toninho Mão de Seda em relação ao fato narrado? Justifique a 
resposta 
B) Se a vítima tivesse detido em flagrante o delinquente, qual seria o delito praticado por 
Toninho Mão de Seda? 
 
Padrão de Resposta: 
No item “A”, O estudante deverá responder que Toninho Mão de Seda praticou o delito de furto qualificado 
pela destreza, nos termos do art. 155, § 4, inciso II, do CP, porquanto a vítima não percebeu a ação do 
agente, que se valeu de especial habilidade para consumar o delito de furto. 
No item “B”, o estudante deverá responder que Toninho Mão de Seda praticou o delito de tentativa de furto 
simples, porquanto deu início à execução do crime, mas não consumou por circunstâncias alheias à sua 
vontade, já que foi detido pela vítima. Deverá argumentar, ainda, que não se trata de qualificadora pela 
destreza, já que o agente não teve habilidade suficiente para evitar que a vítima percebesse sua ação. 
 
25) Xenóbio, com o propósito de subtrair um automóvel, convidou Terto para auxiliá-lo no 
empreendimento subtrativo, declinando a Terto, inclusive, que a investida seria facilitada por 
conta de uma arma de fogo que pretendia utilizar na empreitada deletéria. Após Terto anuir 
com a proposta, dirigiram-se até um parque, ensejo em que abordaram um casal que estava no 
interior de um veículo. Nessa conjuntura, enquanto Xenóbio, com um revólver calibre 38, 
devidamente municiado, abordou o motorista e proprietário do respectivo veículo, exigindo a 
 
 
 
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2ª Fase 
 
 
entrega daquele automóvel, o assecla Terto ficou ao lado da passageira, controlando-a, 
verbalizando, ainda, que, caso houvesse reação, tiros seriam efetuados. Em seguida, e depois 
de intimidadas as vítimas, fugiram os malfeitores na posse do respectivo veículo. Cinco minutos 
depois, as vítimas encontraram aleatoriamente uma viatura da Brigada Militar, comunicando o 
fato. Os milicianos, então, deram início à atividade persecutória, encontrando os agentes 
delituosos cerca de 15 (quinze) minutos depois da comunicação recebida, bebendo num bar, 
estando o veículo subtraído, ainda, próximo a esse estabelecimento, porém, já sem o rádio, o 
qual não foi mais localizado. 
A) Nesse caso, tendo em vista que a arma, submetida à perícia, apresentou potencialidade 
lesiva, deverão os agentes ser enquadrados (para fins de denúncia) por qual crime? Justifique. 
B) Caso a arma utilizada fosse de brinquedo, a condição jurídica dos agentes seria alterada? 
Justifique 
 
Padrão de resposta: 
No item “A”, o aluno deverá responder que ambos os agentes deverão responder pelo crime de roubo 
consumado, majorado pelo emprego de arma e concurso de agentes, nos termos do artigo 157, § 2º, incisos 
I e II, do Código Penal. 
No item “B”, o aluno deverá responder que ambos os agentes deverão responder pelo crime de roubo 
consumado, majorado apenas pelo concurso de pessoas, pois a arma de brinquedo, ou simulacro de arma 
de fogo, não se enquadra no conceito de arma, para fins de majoração da pena, mas é suficiente para 
intimidar a vítima e, assim, configurar a grave ameaça. 
 
26) Tício aborda, com emprego de arma de fogo, Cândido Coitado na saída de um 
supermercado, exigindo, sob ameaças de que iria matá-lo, que o acompanhe até um caixa 
eletrônico existente num shopping próximo ao local, saque com cartão magnético certa quantia 
em dinheiro e lhe entregue. Cândido, intimidado com as ameaças, dirige-se dirige ao caixa 
eletrônico, retira dinheiro e entrega a Tício. Posteriormente, com a chegada da polícia, Tício é 
preso no cinema do Shopping. O dinheiro retirado do caixa eletrônico é devolvido e a vítima é 
libertada sem sofrer quaisquer lesões corporais. Diante do fato hipotético, responda: 
a) Qual crime Tício deve responder? Justifique a resposta, apontando, ainda, o fundamento 
legal. 
b) A situação seria diferente se Tício tivesse, mediante ameaça com emprego de arma de fogo, 
subtraído o relógio, o celular e a carteira de Cândido Coitado, trancando-o no banheiro do 
Shopping Center, a fim de viabilizar a fuga? 
Gabarito Comentado: 
a) Tício responde pelo crime de extorsão qualificada, previsto no artigo 158, § 3º, do Código Penal. 
b) Sim, nesse caso, Tício responde pelo crime de roubo majorado com emprego de arma de fogo e restrição 
à liberdade da vítima, previsto no artigo 157, § 2º, incisos I e V, do CP. 
 
 
 
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2ª Fase 
 
 
 
 
27) Eron Fragoso, residente no município de São Paulo, é convidado por seu pai, senhor de 55 
anos de idade, Nico Lamas, morador da cidade de Belo Horizonte, para passar o feriadão de 
Páscoa em sua residência. Eron aceita o convite e comunica que levará sua namorada, Amarilys, 
junto. Após jantar de confraternização, Nico Lamas se recolhe ao seu quarto, pegando, logo em 
seguida, no sono. Valendo-se da situação, Eron e Amarilys subtraem uma joia preciosa 
pertencente a Nico, saindo do local. Após dar falta da joia, Nico se encaminha até a Delegacia 
de Polícia e registra ocorrência, manifestando sua desconfiança em relação ao próprio filho. 
Após o encerramento do Inquérito Policial, o Ministério Público oferece denúncia contra Eron e 
Amarilys como incursos nas sanções do crime do artigo 155, § 4º, inciso II (abuso de 
confiança) e IV (concurso de pessoas), do CP. Analise o caso narrado e, com base apenas nas 
informações dadas, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) Qual tese pode ser invocada a favor de Eron? 
B) Essa tese alcança também Amarilys? 
 
Gabarito Comentado: 
a) O aluno deverá desenvolver resposta fundamentada acerca da escusa absolutória em favor de Eron, 
prevista no artigo 181, inciso II, do CP, segundo a qual se o crime foi praticado contra ascendente, o agente 
é isento de pena. 
 
b) O aluno deverá desenvolver resposta fundamentada, afirmando que Amarilys responde pelo delito, uma 
vez que não terá direito à isenção de pena, com base no artigo 183, inciso II, do Código Penal. 
 
28) Filomeno foi arrolado como testemunha de um crime de estupro. Ao ser inquirido em juízo, 
Filomeno faz afirmação falsa, relatando ao Magistrado que no dia e horário dos fatos ele e o 
acusado estavam num bar confraternizando. Descoberta a mentira, Filomeno, antes da 
sentença se retrata dizendo a verdade. Não obstante isso, o Ministério Público oferece denúncia 
imputando a Filomeno a prática do delito previsto no artigo 342 do CP, sendo o réu citado. 
Diante do fato hipotético, responda os seguintes itens: 
a) Qual peça cabível no caso e o prazo legal para oferece-la? 
b) O fato de ter se retratado antes da sentença favorece Filomeno? Explique 
 
Gabarito comentado: 
 
a) Resposta à acusação, com base no artigo 396 ou 396-A. Prazo de 10 dias. 
 
 
 
 
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2ª Fase 
 
 
b) O aluno deverá desenvolver resposta fundamentada no sentido de que Filomeno terá extinta sua 
punibilidade, pois se retratou antes da prolação da sentença no processo em que foi prestado o falso 
testemunho, nos termos do artigo 342, § 2º, do Código Penal. Pedido de Absolvição Sumária, com base no 
artigo 397, inciso IV, do CPP.29) No dia 11 de fevereiro de 2013, por volta das 04h da madrugada, em pleno carnaval, 
policiais militares, em patrulhamento de rotina, perceberam um veículo estacionado no final de 
uma rua escura. Ao chegarem próximo ao veículo, constataram que Osnar Abreu e Lucinda Maia 
mantinham relação sexual. Os policiais determinaram que o casal se recompusesse e saísse do 
veículo. Ao solicitarem os respectivos documentos, verificaram que Lucinda possuía 13 anos de 
idade. Em razão disso, prenderam em flagrante Osnar Abreu pela prática de estupro de 
vulnerável, previsto no artigo 217-A do Código Penal. Ao ser interrogado pela autoridade 
policial, Osnar relatou ter conhecido Lucinda no baile de carnaval, cujo acesso era vedado a 
menores de 18 anos. Disse, ainda, que Lucinda estava acompanhada de amigas todas maiores 
de idade. Acrescentou que não tinha condições de perceber a idade da menina, pois, além de 
ter ingerido bebida alcoólica, a compleição física de Lucinda indicada que ela tinha mais idade. 
A autoridade concluiu o inquérito policial e encaminhou ao Ministério Público, que ofereceu 
denúncia contra Osnar Abreu, imputando-lhe a prática do crime previsto no artigo 217-A. A 
denúncia foi recebida e o réu citado. Atento ao caso apresentado, responda aos itens a seguir, 
empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
a) Qual o meio de impugnação cabível à defesa de Osnar Abreu e qual o prazo previsto em lei 
para ser apresentado? (valor: 0,6) 
b) Quais os fundamentos deverão ser alegados e o pedido que deve ser formulado? (valor: 
0,65) 
Gabarito Comentado: 
a) A peça cabível é a resposta à acusação, com base no artigo 396 e/ou 396-A do CPP. Prazo de 10 dias. 
b) Desenvolvimento sobre o erro de tipo invencível e absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso III, 
do Código Penal. 
 
 
30) No dia 05 de dezembro de 2010, por volta das 16 horas, na Rua São João, nº 254, São Luiz 
Gonzaga/RS, Herculano Quintanilha, que possuía 20 anos de idade à época dos fatos, foi 
acusado de ter subtraído, mediante violência, a bicicleta que pertencia a seu vizinho, avaliada 
em R$ 70,00. Após o encerramento do inquérito policial e o respectivo indiciamento, o 
Ministério Público ofereceu denúncia contra Herculano Quintanilha, imputando-lhe a prática do 
delito de roubo simples, previsto no artigo 157 do Código Penal, arrolando a vítima e duas 
testemunhas. Durante a audiência de instrução, a vítima reconheceu Herculano como sendo o 
autor da subtração da sua bicicleta, acrescentando que o réu o empurrou no momento da ação. 
 
 
 
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2ª Fase 
 
 
Em seu interrogatório, Herculano negou ter praticado violência contra a vítima. Ao cabo da 
instrução, considerando o teor das declarações da vítima, o Magistrado, entendendo não ter 
sido perfectibilizada a violência descrita na denúncia, proferiu sentença, condenando Herculano 
como incurso nas sanções do artigo 155, “caput”, do Código Penal. Nesse sentido, atento(a) ao 
caso narrado e considerando apenas as informações contidas no texto, responda 
fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) Estamos diante de hipótese de mutatio libelli ou de emendatio libelli? Qual dispositivo legal 
deve ser aplicado? 
B) Ao condenar o réu pelo delito de furto, previsto no artigo 155, “caput”, do Código Penal, 
sem adotar outras providências, agiu corretamente o Magistrado? Fundamente a resposta. 
 
Padrão de resposta: 
a) Trata-se de emendatio libelli, previsto no artigo 383 do CPP. 
b) Não agiu corretamente, pois o Magistrado deveria observar o disposto no artigo 383, § 1º, do CPP, 
concedendo vista ao MP para oferecimento da proposta da suspensão condicional do processo, previsto no 
artigo 89 da Lei 9.099/95. 
 
 
31) Em 10 de janeiro de 2007, Eliete foi denunciada pelo Ministério Público pela prática do 
crime de furto qualificado por abuso de confiança, já que, na qualidade de empregada 
doméstica, teria subtraído a quantia de R$ 50,00 de seu patrão Cláudio. Após a instrução 
criminal, o Magistrado proferiu sentença condenando Eliete à pena final de dois anos de 
reclusão, em razão da prática do crime previsto no artigo 155, §4º, inciso II, do Código Penal. 
Após a interposição de recurso de apelação exclusivo da defesa, o Tribunal de Justiça entendeu 
por bem anular toda a instrução criminal, ante a ocorrência de cerceamento de defesa em razão 
do indeferimento injustificado de uma pergunta formulada a uma testemunha. Novamente 
realizada a instrução criminal e apresentação de novos memoriais pelas partes, em 9 de 
fevereiro de 2011, foi proferida nova sentença penal condenando Eliete à pena final de 2 (dois) 
anos e 6 (seis) meses de reclusão. Em suas razões de decidir, assentou o magistrado que a ré 
possuía circunstâncias judiciais desfavoráveis, uma vez que se reveste de enorme gravidade a 
prática de crimes em que se abusa da confiança depositada no agente, motivo pelo qual a pena 
deveria ser distanciada do mínimo. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que 
podem ser inferidas pelo caso concreto acima, responda, de forma fundamentada, se o 
Magistrado que proferiu a segunda sentença agiu de forma correta. 
 
Gabarito: 
 
 
 
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O candidato deverá argumentar que a segunda sentença violou a proibição à reformatio in pejus – 
configurando-se caso de reformatio in pejus indireta –, contida no artigo 617 do CPP, de modo que, em 
razão do trânsito em julgado para a acusação, a pena não poderia exceder dois anos de reclusão. 
 
32) No dia 25 de janeiro de 2011, Roniquito Vieira foi preso sob a acusação de estar vendendo 
cocaína. Ao consultar os registros policiais, a autoridade policial verificou que não havia 
nenhum procedimento policial ainda instaurado contra Roniquito. Não obstante isso, deu início 
à lavratura do auto de prisão em flagrante pela prática do delito de tráfico ilícito de 
entorpecentes, previsto no artigo 33 da Lei nº 11.343/2006. O inquérito policial foi concluído e 
encaminhado ao Ministério Público, que ofereceu denúncia imputando a Roniquito a prática do 
delito do artigo 33 da Lei 11.343/2006, arrolando duas testemunhas. Ao longo da instrução, 
uma das testemunhas da acusação não foi ouvida. Em seu interrogatório, Roniquito negou a 
prática do delito, afirmando que jamais teve a posse ou comercializou substância entorpecente. 
Ao final, o juiz proferiu sentença absolutória, com base no art. 386, VII, do CPP, uma vez que 
considerou não haver prova suficiente para a condenação. O Ministério Público, por sua vez, 
interpôs recurso de apelação, buscando exclusivamente a reforma da sentença e, por 
conseguinte, a condenação do réu. O Tribunal de Justiça, no julgamento, negou provimento ao 
apelo, mas determinou a anulação do processo (desde o ato viciado, inclusive), sob o 
argumento de que uma das testemunhas do Ministério Público não foi inquirida. Nesse sentido, 
tendo como base apenas as informações contidas no enunciado, responda justificadamente se a 
decisão do Tribunal de Justiça está correta? 
 
Gabarito comentado 
O examinando deve lastrear sua resposta no sentido de que não foi correta a atitude do Tribunal de Justiça. 
Isso porque, de acordo com o Verbete 160 da Súmula do STF, o Tribunal de Justiça não pode acolher, 
contra o réu, nulidade não aventada pela acusação em seu recurso. Assim agir significaria desrespeito ao 
princípio da veda a reformatio in pejus indireta. O enunciado da questão foi claro ao informar que o recurso 
do Ministério Público não alegou nenhuma nulidade. Destarte, levando em conta que o réu foi absolvidoem 
relação ao delito de tráfico, o reconhecimento de nulidade implicar-lhe-á em prejuízo. 
 
33) Caio, professor do curso de segurança no trânsito, motorista extremamente qualificado, 
guiava seu automóvel tendo Madalena, sua namorada, no banco do carona. Durante o trajeto, 
o casal começa a discutir asperamente, o que faz com que Caio empreenda altíssima 
velocidade ao automóvel. Muito assustada, Madalena pede insistentemente para Caio reduzir 
a marcha do veículo, pois àquela velocidade não seria possível controlar o automóvel. Caio, 
entretanto, respondeu aos pedidos dizendo ser perito em direção e refutando qualquer 
possibilidade de perder o controle do carro. Todavia, o automóvel atinge um buraco e, em 
razão da velocidade empreendida, acaba se desgovernando, vindo a atropelar três pessoas 
 
 
 
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que estavam na calçada, vitimando-as fatalmente. Realizada perícia de local, que constatou o 
excesso de velocidade, e ouvidos Caio e Madalena, que relataram à autoridade policial o 
diálogo travado entre o casal, Caio foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do 
crime de homicídio na modalidade de dolo eventual, três vezes em concurso formal. Após 
regular instrução, o Magistrado proferiu decisão de pronúncia nos exatos termos da denúncia. 
Com base somente nas informações acima, responda, apontando a base legal: 
a) Qual é o recurso cabível contra essa decisão? 
b) Qual é o prazo para a interposição e oferecimentos das razões do recurso? 
c) O recurso tem efeito regressivo? 
d) Qual tese pode ser abordada e qual o pedido a ser formulado? 
 
a) O aluno deverá desenvolver resposta fundamentada no sentido de que o recurso cabível é o recurso em 
sentido estrito, com base no artigo 581, inciso IV, do Código Penal; que o prazo de interposição é de 05 
dias e de razões 02 dias; 
b) Há efeito regressivo, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. 
c) A tese consistente na desclassificação do dolo eventual para culpa consciente. Pedido de 
desclassificação, com base no artigo 419 do CPP. 
 
34) (Adaptado do XIV EXAME DA OAB) Cristiano foi denunciado pela prática do delito tipificado 
no Art. 171, do Código Penal. No curso da instrução criminal, o magistrado que presidia o feito 
decretou a prisão preventiva do réu, com o intuito de garantir a ordem pública, “já que o crime 
causou grave comoção social, além de tratar-se de um crime grave, que coloca em risco a 
integridade social, configurando conduta inadequada ao meio social.” O advogado de Cristiano, 
inconformado com a fundamentação da medida constritiva de liberdade, impetrou Habeas 
Corpus perante o Tribunal de Justiça, no intuito de relaxar tal prisão, já que a considerava 
ilegal, tendo em vista que toda decisão judicial deve estar amparada em uma fundamentação 
idônea. O Tribunal de Justiça, por unanimidade, denegou a ordem, entendendo que a decisão 
que decretou a prisão preventiva estava corretamente fundamentada. 
De acordo com a jurisprudência atualizada dos Tribunais Superiores, responda aos itens a 
seguir. 
A) Qual o recurso que o advogado de Cristiano deve manejar visando à reforma do acórdão? 
B) Qual o prazo e para qual Tribunal deverá ser dirigido? 
GABARITO COMENTADO 
De acordo com a jurisprudência atualizada, tanto do STJ como do STF, bem como com o mandamento 
descrito no Art. 105, II, “a”, da Constituição Federal, em Habeas Corpus caberá Recurso Ordinário. O Art. 
30, da Lei nº 8.038/90, determina ser de 05 (cinco) dias o prazo para interposição de recurso ordinário 
contra decisão denegatória de Habeas Corpus proferida pelos Tribunais dos Estados. No caso narrado no 
 
 
 
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enunciado, o recurso deve ser dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, conforme informa o Art. 105, II, “a”, 
da Constituição Federal, já que se trata de decisão proferida pelo Tribunal de Justiça. 
 
35) Pedro e Marilda iniciaram uma paquera no Bar X na noite de 17 de janeiro de 2011. No dia 
19 de janeiro do corrente ano, o casal teve uma séria discussão, e Marilda, nitidamente 
enciumada, proferiu diversos insultos contra Pedro no dia de sua festa de formatura, perante 
seu amigo Paulo, afirmando ser ele “covarde”, “corno” e “frouxo”. A requerimento de Pedro, os 
fatos foram registrados perante a Delegacia de Policial, onde a testemunha foi ouvida. Pedro 
comparece ao seu escritório e contrata seus serviços profissionais, a fim de serem tomadas as 
medidas legais cabíveis. Você, como profissional diligente, após verificar não ter passado o 
prazo decadencial, interpõe Queixa-Crime ao juízo competente no dia 18/7/11, imputando a 
Marilda a prática do crime de injúria, previsto no artigo 140 do Código Penal. 
O magistrado ao qual foi distribuída a peça processual profere decisão rejeitando-a, afirmando 
tratar-se de clara Decadência, confundindo-se com relação à contagem do prazo legal. A 
decisão foi publicada dia 25 de julho de 2011. 
Com base somente nas informações acima, responda: 
a) Qual é o recurso cabível contra essa decisão? 
b) Qual é o prazo para a interposição do recurso? 
c) A quem deve ser endereçado o recurso e qual tese deve ser abordada? 
 
Gabarito 
a) Como se trata de crime de menor potencial ofensivo, o recurso cabível é Apelação, de acordo com o 
artigo 82 da Lei 9099/95. 
 
b) 10 dias, de acordo com o §1º do artigo 82 da Lei 9099/95; 
 
c) Turma Recursal, consoante art. 82 da Lei 9099/95; 
 
 
 
36) Theo Lombardi praticou um crime de estelionato (Art. 171 do CP) em 08.10.2003, sendo 
processado e condenado a 02 (dois) anos de prisão. A sentença transitou em julgado no dia 
05.03.2005. Dias depois, o mandado de prisão foi cumprido, tendo Theo Lombardi cumprido 
integralmente a pena em 08.04.2007. No dia 15.12.2011, Theo Lombardi praticou o delito de 
roubo (Art. 157 do CP). Diante do fato hipotético, responda aos itens a seguir, empregando os 
argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
 
 
 
 
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a) na aplicação da pena pela prática do delito de roubo, deve ser considerada a agravante da 
reincidência? 
 
b) na aplicação da pena pela prática do delito de roubo, a sentença do crime de estelionato 
pode ser considerada como antecedentes criminais? 
 
Padrão de resposta: 
 
Item a 
 
O aluno deverá indicar que há reincidência, porque Theo Lombardi praticou o crime de roubo em período de 
tempo inferior a 05 anos da data do cumprimento da pena. Deverá, ainda, invocar o artigo 64, I, do CP. 
 
Item b 
 
O aluno deverá indicar que a sentença anterior não pode ser considerada para fins de antecedentes 
criminais, já que a reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, 
simultaneamente, como circunstância judicial, nos termos da Súmula 241 do STJ. 
 
37) No dia 05.11.2006, Félix Salvador, após manobra imprudente, atropelou Cidinha Coitada, 
causando-lhe lesões corporais. Diante disso, após representação da vítima, a autoridade 
instaurou o respectivo termo circunstanciado pela prática do crime de lesão corporal culposa na 
condução de veículo automotor, previsto no artigo 303 do Código de Trânsito Brasileiro, que 
prevê pena mínima de 06 (seis) meses e pena máxima 02 (dois) anos de detenção. No dia 
05.04.2009, a autoridade policial encaminhou o termo circunstanciado ao Poder Judiciário. Os 
autos foram remetidos ao Ministério Público, que ofereceu denúncia contra Félix Salvador, 
imputando-lhe a prática do crime previsto no artigo 303 doCódigo de Trânsito Brasileiro. A 
denúncia foi recebida em 10.04.2009. Até o dia 24.06.2013, a instrução ainda não foi concluída. 
No caso retratado, pode-se falar em prescrição? Justifique a resposta. 
Sim, porque incidiu a prescrição da pretensão punitiva em abstrato. Considerando a pena máxima de 02 
anos, previsto para o delito do artigo 303 do CTB, o prazo prescricional é de 04 anos, nos termos do artigo 
109, V, do CP. Diante disso, levando-se em conta que entre a data do recebimento da denúncia 
(10.04.2009) até o dia 24.06.2013 passaram-se mais de 04 anos, incidiu, no caso, a prescrição da pretensão 
punitiva em abstrato, prevista no artigo 109, “caput”, do Código Penal. Logo, deve ser declarada extinta a 
punibilidade de Félix, com base no artigo 107, inciso IV, do CP. 
 
38) No dia 10 de dezembro 2010, por volta de 02h20min, Salomão Ayala e sua linda esposa Clo 
Ayala saíram do Clube onde estava sendo realizada a festa de formatura da Turma de Direito da 
 
 
 
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Faculdade Rio Bonito. Na ocasião, ao se dirigirem até o veículo, três rapazes passaram a elogiar 
de forma inconveniente a beleza de Clo Ayala. Indignado, Salomão pegou o veículo e, ao 
perceber que os três rapazes atravessavam a rua, imprimiu velocidade e, numa atitude 
missioneira, com intenção em relação a cada uma das vítimas, atingiu os três rapazes bem no 
meio do corpo, causando-lhes a morte. A hipótese retratada trata-se de qual modalidade de 
concurso de crimes? Justifique, apontando o critério de aplicação da pena ao caso e o 
respectivo fundamento legal. 
 
Padrão de Resposta 
O aluno deverá responder que se trata de hipótese de concurso formal imperfeito, porquanto Salomão 
Ayala, mediante uma ação, praticou três resultados, com desígnios autônomos em relação a cada um deles, 
ressaltando que o critério de fixação da pena deve ser o do cúmulo material, com base no artigo 70, 2ª 
parte, do Código Penal. 
 
39) João e Maria iniciaram uma paquera no Bar X na noite de 17 de janeiro de 2011. No dia 19 
de janeiro de 2011, o casal teve uma séria discussão, e Maria, nitidamente enciumada, passou a 
proferir diversos insultos contra João perante seu amigo Paulo, afirmando ser ele “covarde”, 
“corno” e “frouxo”, praticando, assim, o crime de injúria, previsto no artigo 140 do Código 
Penal. No dia 20 de janeiro de 2011, Paulo conta a João os insultos proferidos por Maria. João 
comparece ao seu escritório e contrata seus serviços profissionais, a fim de serem tomadas as 
medidas legais cabíveis. Diante do fato hipotético, responda às seguintes indagações: 
a) qual a espécie de ação penal prevalece para o crime de injúria? Fundamente a resposta: 
b) Aponte o último dia do prazo para propor a ação penal? 
Padrão de resposta: 
Na assertiva “a”, o aluno deverá indicar que a ação penal que prevalece é a ação penal privada, já que o 
artigo 145 do CP refere que os crimes contra a honra se procedem mediante queixa-crime. 
Na assertiva “b”, o aluno deverá indicar que o prazo máximo é de 06 meses a contar da ciência da autoria 
do fato, nos termos do artigo 103 do Código Penal, devendo ser ajuizada a queixa-crime até o dia 
19.07.2011. 
 
40) O Ministério Público ofereceu denúncia contra Zé Alfredo e João Lisca, imputando-lhes a 
prática da conduta descrita no Art. 155, “caput”, do CP. Narrou, a inicial acusatória, que, no dia 
18/10/2012, Zé Alfredo e João Lisca subtraíram, sem violência ou grave ameaça, de um grande 
estabelecimento comercial do ramo de venda de alimentos, vários produtos, que totalizaram a 
quantia de R$ 150,00. Todas as exigências legais foram satisfeitas: a denúncia foi recebida, foi 
oferecida suspensão condicional do processo, que não foi aceita pelos réus, e apresentada 
 
 
 
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resposta à acusação. Após regular instrução, o Magistrado proferiu sentença condenando os 
réus como incursos nas sanções do artigo 155, “caput”, do CP. João Lisca e seu defensor 
deixaram transcorrer o prazo recursal. Zé Alfredo, por sua vez, interpôs recurso de apelação, 
buscando sua absolvição. O Tribunal de Justiça deu provimento ao recurso de apelação de Zé 
Alfredo, absolvendo-o sob o fundamento de que incidiu, na espécie, o princípio da 
insignificância, sendo, pois, o fato atípico. Nesse sentido, tendo como base apenas as 
informações contidas no enunciado, responda, justificadamente, se a decisão proferida pelo 
Tribunal de Justiça tem repercussão em relação ao réu João Lisca. 
 
O aluno deverá desenvolver resposta fundamentada no sentido de que a decisão proferida pelo Tribunal de 
Justiça tem efeito extensivo ao réu que não interpôs recurso de apelação, nos termos do artigo art. 580 CPP. 
 
 
41) No dia 25 de janeiro de 2011, Roniquito Vieira foi flagrado vendendo razoável quantidade 
de cocaína. Ao consultar os registros policiais, a autoridade policial que não havia nenhum 
procedimento policial ainda instaurado contra Roniquito. Não obstante isso, deu início à 
lavratura do auto de prisão em flagrante pela prática do delito de tráfico ilícito de 
entorpecentes, previsto no artigo 33 da Lei nº 11.343/2006. Ao tomar conhecimento da prisão, 
a mãe de Roniquito procurou um advogado, informando-o que o filho trabalhava como pedreiro 
e residia com a esposa e o filho pequeno, acrescentando que nunca havia sido processado, 
embora seja dependente de substância entorpecente. O advogado disse que nada poderia ser 
feito, já que se tratava de prisão pela prática do delito de tráfico ilícito de entorpecentes. 
Naturalmente insatisfeita com a resposta do advogado, imediatamente a mãe de Roniquito 
procurou outro advogado. Considerando que o auto de prisão em flagrante regularmente 
lavrado está na mesa do Magistrado para apreciação, à luz da jurisprudência do STF, responda 
fundamentadamente se há algum meio de impugnação voltado à soltura de Roniquito. 
Gabarito comentado: 
a) O meio de impugnação é o pedido de liberdade provisória, nos termos do artigo 310, III, CPP e art. 5º, 
LXVI, CF/88. 
b) Desenvolvimento fundamentado acerca da inconstitucionalidade do artigo 44 da Lei 11.343/2006, por 
ofensa ao princípio da presunção da inocência, da parte que veda a concessão da liberdade provisória, bem 
como da ausência de violação à ordem pública, já que se trata de agente primário, com residência fixa, não 
se enquadrando em nenhuma das hipóteses do artigo 312 do CPP. 
 
 
42) ( VIII EXAME DA OAB) João e José foram denunciados pela prática da conduta descrita no 
art. 316 do CP (concussão). Durante a instrução, percebeu-se que os fatos narrados na 
denúncia não corresponderiam àquilo que efetivamente teria ocorrido, razão pela qual, ao 
 
 
 
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cabo da instrução criminal e após a respectiva apresentação de memoriais pelas partes, 
apurou-se que a conduta típica adequada seria aquela descrita no art. 317 do CP (corrupção 
passiva). O magistrado, então, fez remessa dos autos ao Ministério Público para fins de 
aditamento da denúncia, com a nova capitulação dos fatos. Nesse sentido, atento(a) ao caso 
narrado e considerando apenas as informações contidas no texto, responda 
fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) Estamos diante de hipótese de mutatio libelli ou de emendatio libelli? Qual dispositivo legal 
deve ser aplicado? 
B) Por que o próprio juiz, na sentença, não poderia dar a nova capitulação e, com base nela, 
condenar os réus? 
C) É possível que o Tribunal de Justiça de determinado estado da federação, ao analisar 
recurso de apelação, proceda à mutatio libelli? (Valor:0,25) 
 
Gabarito comentado: 
Para garantir pontuação à questão, o examinando deverá, no item “A”, responder, nos termos do 
questionado, que a hipótese tratada é de mutatio libelli, instituto descrito no art. 384 do CPP. 
Não serão admitidas respostas que tragam emendatio libelli, tendo em vista que o enunciado da questão é 
claro ao dispor que “os fatos narrados na denúncia não corresponderiam àquilo que efetivamente teria 
ocorrido”. Tal expressão, por si só, ainda afastaria a incidência do disposto no art. 383, do CPP, uma vez 
que aquele dispositivo legal traz explicitamente restrição à sua utilização para hipóteses em que não ocorra 
modificação na “descrição do fato contida na denúncia ou queixa”. 
Quanto ao item “B”, para garantir a pontuação pertinente, o examinando deverá responder que o juiz não 
poderia, na sentença, dar nova capitulação (e com base nela condenar os réus) porque deve obediência 
aos princípios da imparcialidade e inércia da jurisdição. 
De maneira alternativa e com o fim de privilegiar a demonstração de conhecimento jurídico, será admitida 
resposta no sentido de que tal conduta, por parte do magistrado, feriria o sistema/princípio acusatório ou, 
ainda, no sentido de que tal conduta feriria o princípio da correlação/congruência entre acusação e 
sentença. 
Ressalte-se que no tocante ao item “B” a questão solicita análise acerca da conduta do magistrado que, na 
sentença, daria nova capitulação aos fatos em decorrência de elemento ou circunstância da infração penal 
não contida na acusação. 
Nesse sentido, cabe destacar que à luz do sistema acusatório adotado pela Constituição da República 
Federativa do Brasil, o julgador deve ser imparcial e, por isso, suas decisões devem estar balizadas pelo 
contexto fático descrito na peça acusatória (princípio da correlação entre acusação e sentença). 
Assim, caso o magistrado viesse a condenar os réus com fundamento em fatos não narrados na denúncia 
– tal como descrito no enunciado - não só estaria substituindo-se ao acusador (a quem pertence a 
atribuição de determinar quais fatos serão imputados aos acusados), mas também estaria violando as 
 
 
 
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garantias do contraditório e ampla defesa dos réus, uma vez que lhes teria subtraído a possibilidade de 
debater as eventuais provas de tais fatos. 
Por fim, para garantir a pontuação relativa ao item “C”, o examinando deverá responder que NÃO é 
possível que o Tribunal de Justiça, ao analisar o recurso de apelação, proceda à mutatio libelli pois, nos 
termos do verbete 453 da Súmula do STF, verbis: “não se aplicam à segunda instância o art. 384 (...).”. 
Tal conclusão, no item “C”, decorre do reconhecimento de que, advindo inovação no contexto fático que 
envolve a conduta imputada ao réu no curso da instrução, não pode haver julgamento com base nesse 
novo contexto fático antes que as partes possam exercer o contraditório em sua plenitude. 
Nessa esteira, cabe destacar que a sede própria do contraditório acerca dos fatos e das provas é o 
primeiro grau de jurisdição, sob pena de supressão de instância. Tomadas essas duas premissas, alcança-
se a conclusão de que eventual modificação da definição jurídica do fato decorrente de elemento ou 
circunstância da infração penal não contida na acusação não pode ser realizada diretamente pelo segundo 
grau de jurisdição. 
 
 
 
43) No dia 10 de outubro de 2011, por volta de 09h20min, Érica Lima, grávida de 06 meses, deu 
entrada no pronto atendimento do Hospital de São Luiz Gonzaga, apresentado forte hemorragia 
interna. Percebendo que Érica corria risco de vida, o Médico plantonista procedeu à intervenção 
cirúrgica que acarretou na interrupção da gravidez com a morte do feto, único recurso para 
salvar a vida da gestante. Indignado com a interrupção da gravidez, Theo, marido de Érica, 
registra ocorrência na Delegacia de Polícia mais próxima. Após conclusão do Inquérito Policial, 
os autos foram para o Ministério Público, que ofereceu denúncia contra o médico, imputando-
lhe a prática do delito de aborto sem o consentimento da gestante, previsto no artigo 125 do 
Código Penal. Diante do fato hipotético, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir: 
A) Ao denunciar o médico como incurso nas sanções do artigo 125 do Código Penal, agiu 
corretamente o membro do Ministério Público? B) Se a interrupção da gravidez de Érica tivesse 
sido praticada por uma enfermeira, incidiria o crime de aborto, previsto no artigo 125 do Código 
Penal? 
 
Padrão de resposta 
No item “A”, o candidato deverá responder que o membro do Ministério Público agiu de forma equivocada, 
porquanto, segundo o artigo 128, inciso I, do Código Penal não se pune o aborto praticado por médico, se 
não há outro meio para salvar a vida da gestante. 
No item “B”, o candidato deverá responder que não há crime de aborto, porquanto, no caso, a enfermeira 
agiu em estado de necessidade de terceiro, já que Érica estava em perigo de vida, nos termos do artigo 24 
do Código Penal. 
 
 
 
 
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44) No dia 19 de dezembro de 2011, por volta das 20 horas, na Avenida Brasil, nª 500, São Luiz 
Gonzaga/RS, Max, pretendendo a morte de Tufão, desfere dois disparos de arma de fogo contra 
a vítima, acertando-o na região toráxica. Todavia, às 19 horas do mesmo dia, Tufão, com a 
intenção de suicidar-se, havia ingerido dose letal de veneno momentos antes de sofrer a 
agressão, o que foi comprovado durante a instrução processual. Nesse contexto, aponte o crime 
praticado por Max, indicando o fundamento legal 
Padrão de resposta: 
Tentativa de homicídio, com base no artigo 13, “caput”, já que a ação de Petrônio não deu origem à morte 
de Florisbaldo. Trata-se de concausa absolutamente independente pré-existente. 
 
45) No dia 11 de novembro de 2010, na Rua das Azaléias, nº 254, nas dependências da Loja 
Boa Sorte, em São Luiz Gonzaga/RS, terra de missioneiro, Neco Ligeiro obteve, para si, 
vantagem ilícita em prejuízo da vítima Salomão Ayala, induzindo e mantendo-o em erro, 
mediante fraude. Na ocasião, Neco Ligeiro convencionou a compra de uma camisa, marca 
USTOP, e um tênis CONGA, cor azul, com branco na ponta, no valor total de R$ 50,00. Como 
forma de pagamento, Neco Ligeiro emitiu, mesmo sabendo não haver provisão de fundos, o 
cheque nº 850008-8, do Banco do Brasil, agência 0001, da conta 9.999-8. Ao tentar descontar o 
cheque, a vítima obteve a informação de que não havia fundos. Diante disso, a vítima Salomão 
Ayala registrou ocorrência policial, dando ensejo à instauração do respectivo inquérito policial. 
Ao ser tomar conhecimento do Inquérito Policial, Salomão Ayala procura a vítima e repara o 
prejuízo causado, pagando o valor do cheque emitido sem provisão de fundos. Não obstante 
isso, o Ministério Público, após analisar o inquérito policial, ofereceu denúncia contra Salomão 
Ayala pela prática do delito do artigo 171, § 2º, inciso VI, do Código Penal, sendo, após, o réu 
citado no dia 06.11.2015. Diante da situação hipotética, pergunta-se: 
a) Qual a peça cabível e o último dia do prazo para oferecê-la? 
b) Qual tese pode ser arguida e o pedido a ser formulado? 
 
Padrão de resposta: 
Na assertiva “A”, o candidato deverá afirmar que a peça cabível é resposta à acusação, com base no artigo 
396 ou 396-A. Prazo: 18.11.2015. 
 
Na assertiva B, o candidato deverá afirmar que a reparação do dano antes do recebimento da denúncia 
constitui causa de extinção da punibilidade, nos termos da Súmula 554 STF, segundo a qual “O pagamento 
de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao

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