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Aula 2 Ativo Imobilizado

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15/04/2016 
1 
ATIVO IMOBILIZADO: 
COMPOSIÇÃO, RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO 
 
Professor: Flávio Ribeiro 
CONTABILIDADE AVANÇADA 
1 
2 
Redução ao valor recuperável 
3 
De acordo com o CPC 01 R1, baseado nas Normas 
Internacionais de Contabilidade (IAS 36), os ativos não devem 
ser registrados contabilmente por um valor superior àquele 
passível de ser recuperado por uso ou por venda. 
(IUDICIBUS; MARION, 2010) 
A entidade deve avaliar ao fim de cada período, se há alguma 
indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização. Se 
houver alguma indicação, a entidade deve estimar o valor 
recuperável do ativo. 
(CPC 01 (R1), 2010) 
Redução ao valor recuperável 
4 
(NIYAMA; SILVA, 2011) 
1 
• Redução do valor de mercado do ativo, mais do que o 
previsto; 
2 
• Mudanças no ambiente onde a empresa opera, com efeitos 
negativos sobre o ativo; 
3 
• Variação na taxa de juros ou outras taxas que podem afetar a 
taxa de desconto usada no calculo do valor de uso; 
Redução ao valor recuperável 
5 
(NIYAMA; SILVA, 2011) 
4 
• Obsolescência ou dano físico do ativo; 
5 
• Mudanças que afetem a forma como o ativo é ou será 
utilizado; e 
6 
• Evidências de que o desempenho do ativo é ou será pior que 
o esperado anteriormente. 
Redução ao valor recuperável 
6 
(IUDICIBUS et al., 2010) 
O VALOR LÍQUIDO DE VENDA O VALOR DE USO 
É o valor a ser obtido pela venda 
do ativo em uma transação em 
condições normais envolvendo 
partes conhecedoras e 
independentes, deduzido das 
despesas necessárias para que 
essa venda ocorra. 
É o valor presente dos fluxos de 
caixa futuros estimados 
(benefícios econômicos futuros 
esperados do ativo) decorrente 
do seu emprego ou uso nas 
operações da entidade. 
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2 
Redução ao valor recuperável 
7 
Vr > Vc 
Vt > Vu 
Mantém o atual 
Valor Contábil (Vc) 
SIM 
SIM 
NÃO 
NÃO Valor de Troca (Vt) 
= 
Valor Recuperável (Vr) 
Valor de Uso (Vu) 
= 
Valor Recuperável (Vr) 
Registra o Valor 
Recuperável (Vr) 
Ativo Imobilizado 
Redução ao valor recuperável 
8 
Uma empresa adquiriu um computador há um ano por R$ 4.000. Esse ativo possui 
uma vida útil de 5 anos e ao final a empresa pretende doa-lo para uma instituição 
de caridade. Atualmente um equipamento similar é adquirido no mercado por R$ 
2.200. Mas este equipamento deverá gerar fluxos de caixa para a empresa de R$ 
1.000 nos próximos quatro anos. A taxa de desconto de 12% a.a. 
Informações: 
 
Valor contábil = 4.000 – 800 = 3.200 
Valor de troca = 2.200 
Valor de uso = ?? 
Depreciação => 
R$ 4.000 / 5 anos => 
R$ 800 por ano 
Redução ao valor recuperável 
9 
Valor de uso = 1.000/(1+0,12)¹ + 1.000/(1+0,12)² + 1.000/(1+0,12)³ + 
1.000/(1+0,12)⁴ 
 
Valor de uso = 892,86 + 797,19 + 711,78 + 635,52 = R$ 3.037,35 
 
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Hoje 
R$ 1.000 R$ 1.000 R$ 1.000 R$ 1.000 
Redução ao valor recuperável 
10 
Vr > Vc 
Vt > Vu 
Mantém o atual 
Valor Contábil (Vc) 
SIM 
SIM 
NÃO 
NÃO 
Valor de Troca (Vt) 
= 
Valor Recuperável (Vr) 
Valor de Uso (Vu) 
= 
Valor Recuperável (Vr) 
Registra o Valor 
Recuperável (Vr) 
Informações: 
Valor contábil = 4.000 – 800 = 3.200 
Valor de troca = 2.200 
Valor de uso = 3.037,35 
11 
Arrendamento mercantil 
12 
Trata-se de um acordo 
pelo qual o arrendador 
transmite ao 
arrendatário em troca de 
um pagamento ou série 
de pagamentos o direito 
de usar um ativo por um 
período de tempo 
acordado. 
(CPC 06 R1, 2010) 
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3 
Arrendamento mercantil 
13 
(CPC 06 R1, 2010) 
Financeiro 
Transfere ao arrendatário os 
riscos e benefícios 
relacionados á propriedade 
do bem arrendado, havendo 
ou não a transferência do 
título de propriedade. Na 
essência econômica da 
transação, pode tratar-se de 
um bem que está sendo 
adquirido por meio e 
financiamento. 
Operacional 
Não há uma transferência 
substancial ao arrendatário 
dos riscos e benefícios 
inerentes à propriedade do 
bem arrendado. Pode 
caracterizar-se pela essência 
econômica da transação 
como aluguel de bens. 
Arrendamento mercantil 
14 
(CPC 06 R1, 2010) 
Propriedade transferida no final do 
arrendamento? 
Contém opção de compra? 
O prazo do arrendamento cobre a maior 
parte da vida útil do ativo? 
O valor atual dos pagamentos mínimos é 
maior ou substancialmente igual ao valor 
justo do ativo? 
A
rr
en
d
am
en
to
 O
p
er
ac
io
n
al
 A
rren
d
am
en
to
 Fin
an
ceiro
 
SIM NÃO 
Arrendamento mercantil 
15 
(Consolidado) Antes da mudança na lei Após mudança na lei 
Custo Total R$ 1.349.375 R$ 6.356.749 
Depreciação acumulada (R$ 570.345) (R$ 1.722.160) 
Valor contábil R$ 779.030 R$ 4.634.589 
Variação de 494 % no valor contábil 
TAM Linhas aéreas S.A. – Imobilizado (2007) 
Arrendamento mercantil 
16 
TAM (consolidado) – Demonstrações financeiras (2007, 2008) – nota explicativa 14 
As aeronaves arrendadas são: 
 
10Fokker 100 
15 Airbus A319 
70 Airbus A320 
 Airbus A321, 12 Airbus A330 
2 Airbus A340 
3 MD-11 (2006 – 21 Fokker 100, 
14 Airbus A319, 
50 Airbus A320 
10 Airbus A330). (total de 115 aeronaves) 
47 aeronaves 
com 
arrendamento 
financeiro 
Arrendamento mercantil 
17 
No reconhecimento inicial, uma arrendamento mercantil 
financeiros deve ser registrado no balanço patrimonial como 
ativo e passivo pelo valor justo do bem arrendado ou, se 
menor, pelo valor presente das prestações. 
Custos diretos iniciais do arrendatário, tais como os de negociação e garantia 
de acordos, são somados ao valor reconhecido como ativo e a depreciação se 
realiza normalmente 
(IUDICIBUS et al., 2010) 
Arrendamento mercantil 
18 
A política de depreciação para os ativos arrendados 
depreciáveis deve ser consistente com os demais ativos 
depreciáveis e a depreciação reconhecida deve ser calculada 
de acordo com as regras aplicáveis aos ativos imobilizados. 
 
 
Exemplo: Arrendamento de uma máquina em 01/12/2014. 
 
 Valor da parcela: R$ 1.500 
 Prazo do arrendamento: 40 meses 
 Taxa de juros: 0,9209% 
 Valor Justo R$ 52.000,00 
 
 
(CPC 06 R1., 2010) 
15/04/2016 
4 
Período Parcelas Saldo devedor Juros Amortização 
50.000,00 
1 1.500 48.960,43 460,43 1.039,57 
2 1.500 47.911,29 450,86 1.049,14 
3 1.500 46.852,49 441,20 1.058,80 
4 1.500 45.783,94 431,45 1.068,55 
5 1.500 44.705,55 421,61 1.078,39 
6 1.500 43.617,22 411,68 1.088,32 
7 1.500 42.518,88 401,66 1.098,34 
8 1.500 41.410,42 391,54 1.108,46 
9 1.500 40.291,76 381,33 1.118,67 
10 1.500 39.162,79 371,03 1.128,97 
11 1.500 38.023,43 360,64 1.139,36 
12 1.500 36.873,57 350,14 1.149,86 
13 1.500 35.713,13 339,56 1.160,44 
14 1.500 34.542,00 328,87 1.171,13 
15 1.500 33.360,08 318,09 1.181,91 
39 1.500 1.486,31 27,25 1.472,75 
40 1.500 0,00 13,69 1.486,31 
Total 60.000,00 10.000,00 50.000,00 
Circulante 
Não circulante 
Valor Presente 
Arrendamento mercantil 
20 
Lançamentos iniciais 
Débito Maquina arrendada (Ativo Imobilizado) R$ 50.000,00 
Crédito Arrendamento à pagar (Passivo Circulante) R$ 18.000,00 
Débito Juros a apropriar (Passivo Circulante) (R$ 4.873,57) 
Crédito Arrendamento à pagar (Passivo não Circulante) R$ 42.000,00 
Débito Juros a apropriar (Passivo não Circulante) (R$ 5.126,43) 
Arrendamento mercantil 
21 
Máquina arrendada 
50.000,00 
Arrendamento à pagar (PC) 
18.000,00 
(-) Juros a apropriar (PC) 
4.873,57 
(-) Juros a apropriar(PñC) 
5.126,43 42.000,00 
(-) Depreciação acumulada Despesa de Depreciação Despesa Financeira 
Arrendamento à pagar (PñC) 
460,43 
Disponibilidades 
1.500,00 
460,43 833,33 833,33 
1.500,00 
Contabilização ... 
Arrendamento mercantil 
22 
Para os arrendamentos mercantis operacionais, os 
pagamentos da prestação (excluindo os custos de serviços tais 
como seguro e manutenção) devem ser reconhecidos como 
despesa na base da linha reta (valor igual para todos os meses 
do período de arrendamento), mesmo que tais pagamentos 
não seja feito nessa base. 
Débito : Despesa com arrendamento 
 
Crédito: Disponibilidades (CPC 06 R1., 2010) 
Para fechar ... 
23 
É possível perceber que a convergência contábil, mudou 
drasticamente os procedimentos contábeis dos ativos 
imobilizados. 
Essas mudanças tiveram como finalidade trazer os bens registrados 
como imobilizados ao mais próximo da realidade econômica da 
organização, como pode-se perceber por meio da adoção de taxas de 
depreciação que priorizem o tempo de benefícios do ativo e o registro 
de operações de arrendamento mercantil operacional como ativo e 
não mais apenas como uma despesa da entidade. 
Exercícios 
24 
1 - Uma empresa adquiriu uma máquina há um ano por R$ 10.000. Esse ativo 
possui uma vida útil de 5 anos e ao final a empresa pretende doa-lo para uma 
instituição de caridade. Atualmente um equipamento similar é adquirido no 
mercado por R$ 7.200. Mas este equipamento deverá gerar fluxos de caixa para a 
empresa de R$ 2.000 nos próximos quatro anos. A taxa de desconto de 10% a.a. 
2 - Uma empresa adquiriu um caminhão há dois ano por R$ 210.000. 
Dados do Imobilizado 
Vida útil: 7 Anos 
Valor de Mercado: R$ 170.000 
Espera-se um fluxo de caixa anual de R$ 35.000 nos próximos 5 anos ( Taxa de desconto = 
7% a.a.) 
15/04/2016 
5 
Exercícios 
25 
 
 
1 - Arrendamento de um caminhão em 01/01/2014. 
 
 Valor da parcela: R$ 2.600 
 Prazo do arrendamento: 60 meses 
 Taxa de juros: 1,2% 
 Valor Justo R$ 120.000,00 
 Vida útil: 60 meses. 
 
 Evidencie os lançamentos em 01/02/2014. 
 
 
Referências 
26 
Brasil. Lei n° 11.941, de 27 de Maio de 2009, Conversão da Medida Provisória n° 449, de 2008. 
Disponível: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm . Acesso em 20 
jan 2014. 
 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, CPC 01 (R1) - Redução ao valor recuperável dos ativos. 
2010. Disponível em: http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_01_R1_rev%2003.doc. Acesso em 20 jan. 2014. 
 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, CPC 06 (R1) - Operações de arrendamento mercantil. 
2010. Disponível em: http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_06_R1_rev%2003.doc. Acesso em 21 jan. 2014. 
 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, CPC 27 - Ativo imobilizado. 2009. Disponível em: 
http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_27_rev%2003.doc. Acesso em 18 jan. 2014. 
 
DASKE, H.; HAIL, L.; LEUZ, C.; VERDI, R. Mandatory IFRS reporting around the world: early evidence on 
the economic consequences. Journal Accounting Research, v. 46, n. 05, Dec. 2008. 
 
HENDRIKSEN, E. S.; VAN BREDA, M. F. Teoria da contabilidade. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 
 
Referências 
27 
IUDICIBUS, S.; MARION, J. C. Contabilidade comercial: atualizado conforme a Lei nº 11.638/07 e Lei nº 
11.941/09. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
IUDICIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKER, E. R.; SANTOS, A. dos. Manual de contabilidade societária: 
aplicável a todas as sociedades de acordo com as normas internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas, 
2010. 
 
NIYAMA, J. K.; SILVA, C. A. T. Teoria da contabilidade. 2ª. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 
 
SCHMIDT, P.; SANTOS, J. L.; GOMES, J. M. M. Contabilidade intermediária: atualizada pela Lei nº 
11.941/09 e pelas normas do CPC. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 
 
SZUSTER, N.; CARDOSO, R. L.; SZUSTER, F. R.; SZUSTER, F. R.; SZUSTER, F. R. Contabilidade geral: 
introdução à contabilidade societária. 4ª. ed. São Paulo: Atlas, 2013. 
ATIVO IMOBILIZADO: 
COMPOSIÇÃO, RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO 
 
Professor: Flávio Ribeiro 
CONTABILIDADE AVANÇADA 
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