Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Anotac¸o˜es Forma Canoˆnica de Jordan. Rodrigo Carlos Silva de Lima ‡ rodrigo.uff.math@gmail.com ‡ 1 Suma´rio 1 Forma Canoˆnica de Jordan 3 1.1 Somas diretas e projec¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1.2 Subespac¸os invariantes e matrizes de blocos . . . . . . . . . . . . . . . . 5 1.2.1 Operador aplicado a um polinoˆmio . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 1.3 Forma canoˆnica de Jordan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 1.3.1 T -condutor e T -anulador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 1.3.2 Triangularizac¸a˜o-diagonalizac¸a˜o simultaˆnea . . . . . . . . . . . . 35 1.3.3 Forma canoˆnica racional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 2 Capı´tulo 1 Forma Canoˆnica de Jordan 1.1 Somas diretas e projec¸a˜o m Definic¸a˜o 1 (Soma direta de r subespac¸os vetoriais). Dizemos que os subespac¸os (Uk)r1 de V sa˜o independentes ou definem uma soma direta se para cada Uk temos Uk ∩ ( r∑ j=1,j 6=k Uj) = {0}. Escrevemos nesse caso r⊕ k=1 Uk = U1 ⊕U2 ⊕ · · · ⊕Ur no lugar da soma de espac¸os vetoriais r∑ k=1 Uk. b Propriedade 1. Dados (Uk)r1 subespac¸os de V = r∑ k=1 Uk, sa˜o equivalentes: 1. V = r⊕ k=1 Uk. 3 CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 4 2. Se r∑ k=1 uk = 0 com uk ∈ Uk enta˜o cada uk = 0. 3. Dado v ∈ V , ele se escreve de modo u´nico como v = r∑ k=1 uk, uk ∈ Uk. 4. Uk ∩ ( k−1∑ k=1 Uk) = {0}∀ k ê Demonstrac¸a˜o. • 1)⇒ 2). Suponha r∑ k=1 uk = 0 logo temos −uj = r∑ k=1,k 6=j uk logo uj ∈ Uj e ao conjunto r∑ k=1,k 6=j Uk, enta˜o uj = 0, como j e´ um ı´ndice arbitra´rio segue que todos sa˜o nulos. • 2)⇒ 3). Suponha v = r∑ k=1 uk = r∑ k=1 u ′k, vamos mostrar que a escrita e´ u´nica r∑ k=1 (uk − u ′ k) = 0 por 2) temos que uk = u ′k, enta˜o a escrita e´ u´nica. • 3)⇒ 4) . Seja uk ∈ Uk ∩ ( k−1∑ k=1 Uk) = {0} k arbitra´rio enta˜o uk = k−1∑ s=1 us ⇒ k−1∑ s=1 us − uk = 0 = k∑ s=1 0 como a escrita e´ u´nica segue que (us = 0)ks=1, que mostra o desejado. • 4)⇒ 5). Basta mostrar que (Uk)r1 sa˜o independentes , isto e´, Uk ∩ ( r∑ s=1,s6=k Us) = {0}∀ k. CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 5 comec¸amos com k = r a condic¸a˜o 4) ja´ nos fornece que Ur ∩ ( r∑ s=1,s 6=r Us) = {0}. Se uj ∈ Uj ∩ ( r∑ s=1,s 6=j Us) enta˜o uj = r∑ s=1,s6=j us ⇒ −ur = −uj + r∑ s=1,s6=j,s 6=r us logo ur = 0, agora aplicamos o mesmo raciocı´nio para mostrar que ur−1 = 0 e assim por diante, no fim chegamos que cada uk = 0 ∀ k, em especial uj = 0. 1.2 Subespac¸os invariantes e matrizes de blocos Seja V com base B = (uk)n1 com (uk)r1 base de U < V , T : V → V com U invariante por T , logo temos uma matriz do tipo [T ]B = [ Br×r ∗ 0 ∗ ] . Se (uk)n1 base de V tal que a matriz de um operador T nesta base e´ do tipo acima enta˜o T(uk) ∈ S(uk)r1 = L, portanto L e´ invariante por T . Em geral se V = r⊕ k=1 Uk, Uk e´ T invariante, e se Bk e´ base de Uk logo n⋃ k=1 Bk = B e´ base de v e [T ]B = Bd1 0 0 0 · · · 0 0 0 Bdr onde temos blocos e dk = dimUk. m Definic¸a˜o 2 (Cisalhamento). A : R2 → R2 com A(x, y) = (x+cy, y) e´ chamado cisalhamento. CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 6 1.2.1 Operador aplicado a um polinoˆmio m Definic¸a˜o 3 (Operador aplicado a um polinoˆmio). Dado um polinoˆmio p(x) = n∑ k=0 akx k e o operador T : V → V , enta˜o P(A) indica o operador P(A) = n∑ k=0 akA k v espac¸o vetorial sobre K. b Propriedade 2. Se T(v) = λv e f e´ um polinoˆmio arbitra´rio enta˜o f(T)(v) = f(λ)(v). ê Demonstrac¸a˜o. Vale que Tk(v) = λkv, por induc¸a˜o, vale para n = 0 T0(v) = λ0v = v. supondo para n, vamos provar para n+ 1 Tn+1v = T(Tn(v)) = T(λnv) = λn+1v logo fica provado. Agora sendo f(x) = n∑ k=0 akx k temos f(T)(v) = n∑ k=0 akT k(v) = n∑ k=0 akλ k(v) = f(λ)(v). m Definic¸a˜o 4. Dado T : V → V , podemos definir αT : K[x] → L(V) com αT(f) = f(T), que associa um polinoˆmio em um operador. b Propriedade 3. αT e´ linear αT(cf+ g) = cαT(f) + αT(g). ê Demonstrac¸a˜o. αT(cf+ g) = (cf+ g)(T) = cf(T) + g(T) = cαT(f) + αT(g). CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 7 b Propriedade 4. Seja V espac¸o vetorial sobre K, T : V → V linear, B = {p ∈ K[x] | P(T) = 0} e´ um ideal de K[x]. ê Demonstrac¸a˜o. • 0 ∈ B pois 0(T)(v) = 0 ∀ v ∈ V. • Sejam P,Q ∈ B, enta˜o P +Q ∈ B pois (P +Q)(T)(v) = P(T)(v) +Q(T)(v) = 0 ∀ v ∈ V • Sendo P ∈ K[x] e Q ∈ B enta˜o PQ ∈ B pois PQ(T)(v) = P(T)Q(T)(v) = 0 ∀ v ∈ V. b Propriedade 5. Para todo A : E → E linear, dimE = n sobre R, existe um polinoˆmio moˆnico irredutı´vel p de grau 1 ou 2 (1 se K = C) e v 6= 0 em E tal que P(A)(v) = 0. ê Demonstrac¸a˜o. Temos que dimL(E) = n2, enta˜o (Ak)n 2 0 que possui n2 + 1 elementos e´ LD, logo existem constantes (ak)n 2 0 na˜o nulas tais que n2∑ k=0 akA k = 0. Sendo am o coeficiente de maior ı´ndice, temos um polinoˆmio moˆnico ao dividir por am m∑ k=0 bkx k = h(x) como h(A) = 0 existe uma fatorac¸a˜o h(x) = s∏ k=1 pk(x) onde cada pk e´ moˆnico irredutı´vel de grau 1 ou 2, temos h(A) = s∏ k=1 pk(A) = 0 um dos operadores Ps(A) na˜o e´ invertı´vel, logo existe um vetor na˜o nulo v ∈ E tal que Ps(A)(v) = 0. Isso com fatorac¸a˜o em R[x], se fosse em C[x], o grau dos polinoˆmios seria 1, o que garante um polinoˆmio de grau 1 que se anula num vetor na˜o nulo. CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 8 $ Corola´rio 1. O ideal de polinoˆmios B = {p ∈ K[x] | P(T) = 0} e´ na˜o nulo, pois possui polinoˆmio na˜o nulo dada pela construc¸a˜o da propriedade anterior. Como B e´ um ideal na˜o nulo e ideal sobre K[x] e´ principal, enta˜o existe um u´nico polinoˆmio unita´rio P ∈ K[x] tal que B = P.K[x]. b Propriedade 6. T : V → V , V espac¸o vetorial finito sobre R possui espac¸o invariante de dimensa˜o 1 ou 2 . ê Demonstrac¸a˜o. m Definic¸a˜o 5 (Polinoˆmio mı´nimo ). O polinoˆmio mı´nimo de um operador T : V → V e´ um polinoˆmio moˆnico de grau mı´nimo que e´ nulo sobre T . Deno- tamos tal polinoˆmio por PT . O polinoˆmio mı´nimo tambe´m pode ser chamado de polinoˆmio minimal de T , sendo o u´nico gerador unita´rio do ideal dos polinoˆmios com coeficientes em K que anulam T . b Propriedade 7. Sejam T,U : V → V lineares com TU = VT enta˜o N(U) e Im(T) sa˜o invariantes sobre T . ê Demonstrac¸a˜o. Se v ∈ N(U) enta˜o T(U(v)) = T(0) = U(T(v)) = 0 logo T(v) ∈ N(U). Se v ∈ Im(U) enta˜o v = U(v1) T(v) = T(U(v1)) = U(T(v1)) enta˜o T(v) ∈ Im(U). b Propriedade 8. Se f ∈ K[x] e´ nulo sobre T enta˜o PT |f. CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 9 ê Demonstrac¸a˜o.[1] Vamos provar que f = Pt.g com g ∈ K[x], por divisa˜o euclidiana temos que f = Ptg+ r onde r = 0 ou ∂(r) < ∂(PT), avaliando em T temos f(T) = 0 = Pt(T)g(T) + r(T)⇒ r(T) = 0 se r na˜o fosse um polino´mio nulo, terı´amos um polino´mio de grau menor que o de PT que se anula em T , o que e´ absurdo pela minimalidade do grau do polinoˆmio mı´nimo. ê Demonstrac¸a˜o.[2] Se f ∈ K[x] e´ nulo sobre T enta˜o pertence ao ideal gerado por PT , portanto e´ seu mu´ltiplo . $ Corola´rio 2. Dado f ∈ K[x], f(T) = 0⇔ PT |f. A parte ⇒) ja´ foi provada, agora provamos a volta , nesse caso f = PT .g, aplicando em T , f se anula. b Propriedade 9. O polinoˆmio mı´nimo e´ u´nico. ê Demonstrac¸a˜o. Se f e´ de grau mı´nimo tal que f(T) = 0 enta˜o PT |f(T) e daı´ f = PT .g como ambos possuem mesmo grau, pois sa˜o ambos mı´nimos, g e´ constante, como os polinoˆmios sa˜o moˆnicos g = 1, portanto f = PT . b Propriedade 10. Sejam T : V → V linear e U < V subespac¸o T invariante. Se Q e´ o polinoˆmio mı´nimo de T |U enta˜o Q|PT . ê Demonstrac¸a˜o. Tomamos uma base α = (uk)s1 de U e completamosα para uma base B de V . A matriz de T na base B e´ [T ]B = [ [T |U]α a 0 B ] logo 0 = PT(T) e´ o operador que na base base B tem matriz 0 = PT(T) = [ PT([T |U]α) a ′ 0 PT(B) ] CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 10 em particular temos que PT([T |U]α) = 0 , logo PT(T |U) = 0 o que implica Q|PT pois Q e´ polinoˆmio de grau mı´nimo que se anula em T |U como PT se anula em T |U enta˜o Q|PT ., b Propriedade 11. Sejam V de dimensa˜o finita e T : V → V linear, enta˜o as raı´zes do polinoˆmio mı´nimo e do polinoˆmio caracterı´stico coincidem, isto e´, dado λ ∈ K arbitra´rio temos PT(λ) = 0⇔ FT(λ) = 0. ê Demonstrac¸a˜o. Se T(v) = λv, λ ∈ K, f ∈ K[x] enta˜o f(T)(v) = n∑ k=0 akT k(v) = n∑ k=0 akλ k(v) = f(λ).v. ⇐). Seja λ ∈ K tal que FT(λ) = 0, logo λ e´ autovalor de T , existe v na˜o nulo tal que T(v) = λv, logo 0v = PT(T) ∈ L(V)⇒)0v = PT(T)(v) = PT(λ).v como v 6= 0 temos PT(λ) = 0.⇒). Seja PT(λ) = 0, logo PT(x) = (x − λ)Q(x), com ∂q = ∂PT − 1. Logo Q(T) 6= 0, pois PT e´ o polinoˆmio de menor grau que anula T , portanto existe v ∈ V com Q(T)(v) 6= 0. 0 = PT(T) = (T − λI)Q(T)⇒ 0v = (T − λI)Q(T)(v) logo Q(T)v e´ autovetor de T , na˜o nulo com autovalor λ⇒ FT(λ) = 0. b Propriedade 12 (Cayley-Hamilton). Sejam V de dimensa˜o finita, T : V → V linear. O polinoˆmio caracterı´stico e´ nulo sobre T , isto e´, FT(T) = 0. Como corola´rio direto desse resultado temos que PT |FT . ê Demonstrac¸a˜o. 1. Para T diagonaliza´vel, existe uma base B de V tal que A = [T ]B = λ1 · · · 0 ... · · · ... 0 · · · λn CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 11 vamos provar que FT(A) = 0. Vale pois FT(x) = n∏ k=1 (x− λk) logo FT(A) = n∏ k=1 (A− λkI) = 0 · · · 0 ... · · · ... 0 · · · λn − λ1 · · · λ1 − λn · · · 0 ... · · · ... 0 · · · 0 = 0 FT(T) = 0. Vejamos outra demonstrac¸a˜o que na˜o depende dessa conta. Sejam (λ ′k)m1 os autovalores distintos de T enta˜o nesse caso PT(x) = m∏ k=1 (x − λ ′k) e´ o polinoˆmio mı´nimo de T , pois se v e´ um autovalor de T , enta˜o algum dos operadores (T−λ ′k) anula v portanto PT(T)(v) = m∏ k=1 (T − λ ′k)(v) = 0 para todo autovetor v, como V possui base formada por autovetores temos que PT(T) = 0 pois PT(T)(v) = 0 ∀ v ∈ V . Sabemos tambe´m que (λ ′k)m1 sa˜o as raı´zes do polinoˆmio mı´nimo, logo PT(x) = m∏ k=1 (x− λ ′k) e´ o polinoˆmio mı´nimo do operador diagonaliza´vel T . Em especial FT(x) = n∏ k=1 (x− λk) se anula em T , PT |FT . Se T e´ um operador linear diagonaliza´vel o polinoˆmio mı´nimo de T e´ um produto de fatores lineares distintos. Para T triangular, existe uma base B de V , tal que A = [T ]B = λ1 · · · a ... · · · b 0 · · · λn vamos provar que FT(A) = 0, sendo FT(x) = n∏ k=1 (x− λk) FT(A) = n∏ k=1 (A− λk). Seja B = (ek)n1 base. Notamos que (A− λkI)(A− λjI) = (A 2 −Aλj −Aλk + λkλj) = (A− λjI)(A− λkI) CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 12 logo os operadores comutam. Para mostrar que o operador e´ nulo basta mostrar que e´ nulo em cada elemento da base n∏ k=1 (A− λk)e1 = [ n∏ k=2 (A− λk)](A− λ1)e1 = 0 A(e2) = c1e1 + λ2e2 ⇒ (A − λ2)e2 = c1e1, logo FT(e2) e´ nulo, pois (A − λ1) um fator na˜o usado anula c1e1, continuamos o mesmo processo anulando todos os outros vetores da base. 2. Passo II. Suponha que K seja algebricamente fechado. Como todo operador linear sobre um corpo algebricamente fechado e´ triangulariza´vel, o resultado segue do passo I. 3. Passo III .Todo corpo esta´ contido em um corpo algebricamente fechado ⇒ K ⊂ F, F corpo algebricamente fechado. Seja B base de V A = [T ]B ∈ Mn×n(K). Podemos ver A como A ∈ Mn×n(F). Como toda matriz com coeficiente em um corpo algebricamente fechado e´ triangulariza´vel tem-se que existe P ∈Mn×n(F) invertı´vel tal que PAP−1 e´ triangular superior. Enta˜o FPAP−1(PAP−1) = 0 pois PAP−1 e´ triangular. Logo 0 = FPAP−1(PAP−1) = FA(PAP−1) = PFA(A)P−1 como P e´ invertı´vel e´ na˜o nula enta˜o FA(A) = 0. E com isso fica terminada a demonstrac¸a˜o. $ Corola´rio 3. Se T e´ um operador linear diagonaliza´vel o polinoˆmio mı´nimo de T e´ um produto de fatores lineares distintos da forma x− λk, onde λk e´ autovalor de T . $ Corola´rio 4. Temos que PT |FT e ambos possuem as mesma raı´zes, se FT se fatora como FT = m∏ k=1 (x− λk) dk CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 13 onde λk 6= λj para k 6= j e dk ≥ 1 enta˜o PT = m∏ k=1 (x− λk) ck onde 1 ≤ rk ≤ dk, ∀ k pois PT |FT e possuem as mesmas raı´zes. F Teorema 1 (Teorema da decomposic¸a˜o prima´ria). Sejam V de dimensa˜o finita sobre K, T ;V → V linear, PT = m∏ k=1 Pckk fatorac¸a˜o do polinoˆmio mı´nimo de T sobre K em fatores irredutı´veis moˆnicos com Pk 6= Pj para k 6= j. Tomando Vk = N(Pckk (T)), k ∈ Im, Vk ⊂ V , enta˜o 1. Cada Vk e´ T -invariante. 2. V = m⊕ k=1 Vk. 3. Se Qk e´ o polinoˆmio mı´nimo de T |Vk enta˜o Qk = P ck k . ê Demonstrac¸a˜o. Se a decomposic¸a˜o V = m⊕ k=1 Vk vale, como podemos obter as projec¸o˜es (Ek)m1 associadas a essa decomposic¸a˜o? A projec¸a˜o Ek sera´ o operador identidade sobre Vk e nulo sobre os outros Vj. Vamos determinar um polinoˆmio hj tal que hj(T) seja identidade sobre Vj e nulo sobre os outros Vk de modo que m∑ k=1 hk(T) = I entre outras propriedades comuns a projec¸a˜o nos subespac¸os invariantes em soma direta. Para cada j, seja fj(x) = Pt(x) P cj j (x) = m∏ k=1,k 6=j Pckk (x) os polinoˆmios (fk)m1 sa˜o primos entre si (ver teoria), assim existem polinoˆmios (gk) m 1 tais que m∑ k=1 fk(x)gk(x) = 1. CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 14 Se k 6= j enta˜o P|fkfj pois o produto conte´m cada Pckk como fator, vamos tomar hk = fkgk e Ek = hk(T) = fk(T)gk(T) como m∑ k=1 hk(x) = 1 e como P divide fkfj, k 6= j temos m∑ k=1 Ek = I, EjEk = 0 se k 6= j assim os Ek sa˜o projec¸o˜es que correspondem a alguma decomposic¸a˜o do espac¸o V em soma direta, vamos mostrar que a imagem de Ek e´ Vk. Cada vetor em Ej(V) pertence a` Vj pois se v ∈ Im(Ek) enta˜o v = Ek(v) logo Pj(T) cj(v) = Pj(T) cjEj(v) = Pj(T) cjfj(T)gj(T)(v) = 0 pois Pj(T)cjfj(T) = PT(T) disso concluı´mos que Ej(V) ⊂ Vj o nu´cleo de Pj(T)cj . Agora iremos mostrar que Vj = N(Pj(T)cj) ⊂ Ej(V). Suponha que v ∈ N(Pj(T)cj) se j 6= i enta˜o figi e´ divisı´vel por P cj j (pela definic¸a˜o de fi), logo fi(T)gi(T)(v) = 0, isto e´, Ei(v) = 0 para i 6= j daı´ aplicamos m∑ k=1 Ek = I em v, restando apenas Ej(v) = v portanto completamos a demonstrac¸a˜o de que Ej(V) = Vj. Cada espac¸o Vk e´ T -invariante, dado vk ∈ Vk enta˜o T(vk) ∈ Vk, pois para isso e´ necessa´rio que Pckk (T)T(vk) = 0 pore´m os operadores comutam por serem polinomiais em T , enta˜o Pckk (T)T(vk) = TP ck k (T)(vk) = 0 se Ti = T |vi enta˜o Pi(Ti)ci = 0 pois Pi(T)ci se anula em Vi logo o polino˜mio mı´nimo de Ti divide Pcii . Seja g um polinoˆmio tal que g(Ti) = 0 enta˜o g(T)fi(T) = 0 por construc¸a˜o de fi, logo PT |gfi e Pcii fi|gfi, P ci i |g pois g(Ti) = 0 logo o polinoˆmio mı´nimo de Ti e´ Pcii . Assim terminamos a demonstrac¸a˜o. ê Demonstrac¸a˜o.(rever demonstrac¸a˜o) Prova para T diagonaliza´vel. CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 15 T diagonaliza´vel ⇒ Ft e´ produto de fatores lineares ⇒ Pt e´ produto de fatores lineares, Pt = m∏ k=1 (x− λk) ck onde λk 6= λj, k 6= j, λk e´ autovalor de T . Ale´m disso temos que V = m⊕ k=1 Wλk onde Wλk = N(T − λkI), Vk = N(T − λkI)ck , logo Wλk ⊂ Vk V = m⊕ k=1 Wλk ⊂ m∑ k=1 Vk ⇒ V = m∑ k=1 Vk. Vamos mostrar que na verdade cada ck = 1, assim vai valer V = m⊕ k=1 Vk pois teremos Vk =Wλk . De fato (T − λk)|wk = 0 e´ o operador nulo. Se v ∈ V , v = m∑ k=1 wk, wk ∈Wλk logo m∏ k=1(T − λkI)(v) = m∏ k=1 (T − λkI)( m∑ k=1 wk) = 0 pois os operadores comutam e (T − λkI) anula wk. Logo o polinoˆmio m∏ k=1 (x − λkI) e´ nulo sobre T o que implica ser PT , isto e´, ck = 1 ∀ k., Disso temos que Vk = Wλk sendo T -invariante, T |vk = T |wk = λkI e daı´ Qk = (x− λk) = P ck k . Vamos provar o teorema da decomposic¸a˜o prima´ria por induc¸a˜o sobre m. m = 1, neste caso, Pt = Pc11 , V1 = N(P c1 1 (T)) = N(PT(T)) = N(0) = V e com isso as treˆs condic¸o˜es valem. Suponha o teorema verdadeiro para m− 1. Para completar o teorema e´ suficiente mostrar a afirmac¸a˜o : se PT = fg, com f, g ∈ K[x] ∂f ≥ 1 e ∂ ≥ 1 e mdc(f, g) = 1, logo se U = N(f(T)) e W = N(g(T)), temos que 1. U e W sa˜o T invariantes . 2. V = U⊕W. 3. Se QU e´ o polinoˆmio mı´nimo de T |U e Qw e´ polinoˆmio mı´nimo de T |W enta˜o QU = f e QW = g. CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 16 (Vamos supor essas afirmac¸o˜es colocadas acima va´lidas e provar o teorema da decomposic¸a˜o prima´ria com elas, depois provamos que essas propriedades realmente valem.) PT = m∏ k=1 Pckk = m−1∏ k=1 Pckk︸ ︷︷ ︸ f Pcmm︸︷︷︸ g temos que mdc(f, g) = 1 por construc¸a˜o e hipo´tese colocada no enunciado, logo U = N(f(t)), W = N(g(t)), pela hipo´tese de induc¸a˜o vale que PT |U = f enta˜o, Uk = N(Pckk (T |U)) < U < V ⇒ U = m−1⊕ k=1 Uk, V = m−1⊕ k=1 Uk ⊕W. Ale´m disso, cada Uk e´ T -invariante por hipo´tese de induc¸a˜o, W tambe´m e´ T - invariante . Logo (vk)n−11 , w e´ T -invariante. Se Qk e´ o polinoˆmio mı´nimo de (T |U)|Uk = T |Uk e´ P ck k . Mostramos as condic¸o˜es 1) e 3), agora iremos mostrar a 2). Basta mostrar que N(Pckk (T)) = Uk, temos que Uk ⊂ N(Pckk (T)). De outro lado N(Pckk (T)) ∩ U = N(Pckk (T |U)), se existe um vetor v ∈ N(Pckk (T)) \Uk enta˜o v = v1 + v2, com v1 ∈ U e v2 ∈W. Pckk (T)v = 0 = P ck k (T)v1︸ ︷︷ ︸ ∈U +Pckk (T)v2︸ ︷︷ ︸ ∈W = pois U e W sa˜o T -invariantes por V = U ⊕W enta˜o Pckk (T)v1 = 0 e Pckk (T)v2 = 0, v2 /∈ U e v2 ∈ N(Pckk (T)) ⊂ U o que e´ absurdo. Agora mostramos a afirmac¸a˜o, sejam Pt = fg, mdc(f, g) = 1, U = N(f(t)) e W = N(g(t)). Por mdc(f, g) = 1, existem, A,B ∈ K[x] com Af+ Bg = 1⇒ A(T)f(T) + B(T)g(T) = I. Seja u ∈ U = N(f(t)) logo u = A(T)f(T)(u)︸ ︷︷ ︸ 0 +B(T)g(T)(u) portanto T(u) = TB(T)g(T)(u) = B(T)g(T)T(u) CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 17 por outro lado f(T)T(u) = f(T)B(T)g(T)T(u) = B(T) f(T)g(T)︸ ︷︷ ︸ PT (T)=0 T(u) = 0⇒ f(T)Tu = 0 e daı´ T(u) ∈ N(f(T)), U e´ T -invariante. De modo similar W e´ T -invariante. Agora mostramos a soma direta. ∀ v ∈ V temos g(T)(A(T)f(T))v = A(T)g(T)f(T)v = A(T)P(T)v = 0 logo A(T)f(T)v ∈W = N(g(T)). De modo similar B(T)g(T)v ∈ N(f(T)) = U , logo temos v = A(T)f(T)v︸ ︷︷ ︸ W +B(T)g(T)v︸ ︷︷ ︸ U ⇒ V = U+W. Falta mostrar que a soma e´ direta, suponha u ∈ U ∩W enta˜o u = A(T)f(T)u︸ ︷︷ ︸ 0 +B(T)g(T)u︸ ︷︷ ︸ 0 = 0. Note que f(T |U) = 0 e g(T |W) = 0. Mas enta˜o QU|f e Qw|g, em particular QuQw|f.g = PT . Para ter Qu = f e QW = g, basta ter que QuQw = PT , ou seja, sendo Qu e Qw moˆnicos, que PT |QuQw. ∀ v ∈ V , v = u+w,u ∈ N(f(T)) = U,w ∈W = N(g(T))⇒ QuQw(Tv) = QuQw(T(u) + T(w)) = QwQuT(u) +QwQuT(w) = 0 logo QuTu = QwTw = 0 pois Qs e´ polinoˆmio mı´nimo de Ts (s = U,W) disso segue que QuQwT = 0⇒ PT |QuQw o que mostra o resultado. b Propriedade 13. Um operador e´ diagonaliza´vel ⇔ o seu polinoˆmio mı´nimo e´ produto de fatores lineares distintos. ê Demonstrac¸a˜o. ⇒). Foi feito na demonstrac¸a˜o do teorema da decomposic¸a˜o prima´ria.⇐). Pt = m∏ k=1 (x− λk). Pelo teorema da decomposic¸a˜o Vk = N(T − λkI) =Wλk V = m⊕ k=1 Vk = m⊕ k=1 Wλk ⇔ T e´ diagonaliza´vel. CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 18 Z Exemplo 1. Seja A : R3 → R3 com A = 1 0 0 1 1 0 0 0 2 FA(x) = det(xI−A) = det x− 1 0 0 −1 x− 1 0 0 0 x− 2 = (x−1)det x− 1 0 0 x− 2 = (x−1)2(x−2) PA possui mesmas raı´zes de FA e PA|FA por Cayley-Hamilton, enta˜o PA(x) = (x − 1)a(x − 2), com a = 1 ou 2, testamos o caso a = 1, que fazendo as contas resulta na matriz 0 0 0 −1 0 0 0 0 0 6= 0 enta˜o o polinoˆmio mı´nimo e´ o polino´mio caracterı´stico. Pc11 = (x− 1) 2, Pc22 = (x− 2), V1 = N((A− I) 2) = N 0 0 o 1 0 0 0 0 1 0 0 o 1 0 0 0 0 1 = N 0 0 o 0 0 0 0 0 1 (A− I)2(x, y, z) = (0,0, z) logo V1 = N((A− I) 2) = {x(1,0,0) + y(0, 1,0), x, y ∈ R}. V2 = N(P c2 2 ) = N(A− 2I) = N −1 0 o 1 −1 0 0 0 0 CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 19 −1 0 o 1 −1 0 0 0 0 x y z = 0 0 0 ⇒ x = y = 0, z livre. Logo V2 = {z(0,0, 1), z ∈ R}. Com esses dados temos V1∩V2 = {0} e V1 + V2 = R3 logo V1 ⊕ V2 = R 3. V1 e´ A- invariante. Dado v1 ∈ V1 temos A(v1) = 1 0 o 1 1 0 0 0 2 x y z = x x+ y 0 ∈ V1. A(v2) = 1 0 o 1 1 0 0 0 2 0 0 z = 0 0 2z ∈ V2. Temos A|V1 : V1 → V1 com A(e1) = e1 + e2, A(e2) = e2 daı´ A|V1 = 1 0 1 1 A|V2 : V2 → V2 com A(e3) = 2e3 logo A|v2 = [2]. Disso temos que FA|V1 = (x− 1)2, PA|V1 | FA|V1 como A− I = 0 1 1 0 6= 0 logo PA|V1 = (x− 1)2 e PA|V2 = (x− 2), observe que CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 20 A = A|V1 0 0 A|V1 . Z Exemplo 2. b Propriedade 14. Seja T : V → V , dimV = n sobre F. Se Pt = m∏ k=1 (x − λk) ck , λk 6= λj, k 6= j enta˜o existe um operador diagonaliza´vel D e um operador nilpotente N tais que T = D+N DN = ND D e N sa˜o u´nicos e polinoˆmios em T . ê Demonstrac¸a˜o. Seja Im(Ek) = Vλk onde Vλk = N((T − λkI)ck) colocando D = m∑ k=1 λkEk, D e´ diagonaliza´vel, chamado parte diagonal de T . Tomando N = T −D temos T = m∑ k=1 TEk N = m∑ k=1 TEk − m∑ k=1 λkEk = m∑ k=1 (T − λk)Ek temos Ns = m∑ k=1 (T − λk) sEk quando s > ck ∀ k teremos Ns = 0 pois (T − λk)s sera´ nulo sobre Im(Ek). (Falta unicidade). Z Exemplo 3. Seja V de dimensa˜o finita. Encontre a forma canoˆnica de Jordan nilpotente de T : V → V tal que dimV = 12, dimT(v) = 8, dimT 2(v) = 5, dimT 3(v) = 5, dimT 3(v) = 3, dimT4(v) = 1, dimT 5(v) = 0. Temos k1 = k ≥ k2 ≥ CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 21 · · · ≥ km ≥ 1 [T ]B = Nk1 · · · 0 ... · · · 0 0 · · · Nkm , (possui zero fora dos blocos da diagonal? ) (Refazemos parte da demonstrac¸a˜o da forma canoˆnica) Tome T : V → V nilpotente de ı´ndice k, tome F = Im(T) e T |F : F → F., T |F e´ nilpotente de ı´ndice k− 1. Por induc¸a˜o existe uma base w = (wk)s1 de F e inteiros h1 ≥ h2 ≥ · · · ≥ hn tais que [T |F]w = Nh1 · · · 0 ... · · · 0 0 · · · Nhn Sendo (wk)s1 base de ImT e (vk)s1 ∈ V tais que T(vk) = wk e (uk)t1 base de N(T) enta˜o (vk) s 1 , (uk) t 1e´ base de v. Note que a base w de F e´ da forma w1, Tw1, T 2w1, · · · , Th1−1w1 ... wn, Twn, T hnwn, · · · , Thn−1wn Tomando o vk tal que T(vk) = wk, temos T 2(vk) = T(wk), Th1(vk) = Th1−1(wk), logo formamos a base de V da seguinte maneira v1, Tv1, T 2v1, · · · , Th1−1v1,︸ ︷︷ ︸ parte da base de F Th1v1︸ ︷︷ ︸ ∈N(T) ... CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 22 vn, Tvn, T 2vn, · · · , Th1−1vn,︸ ︷︷ ︸ parte da base de F Th1vn︸ ︷︷ ︸ ∈N(T) onde temos que eventualmente completar a base de N(T) com os vetores (xk)r1. Daı´ temos as constantes k1 = h1 + 1 k2 = h2 + 1 ... kn+1 = 1 m = n+ r. Voltando ao problema, sabemos que T possui ı´ndice 5 pois dimT 5(v) = 0 logo T 5(v) = 0∀ v ∈ V e como dimT4(v) = 1 existe v com T4(v) 6= 0, disso segue o resultadosobre o ı´ndice. Temos que T |T4(v) = 0 pois T(T4(v)) = T 5(v) = 0. Portanto [T ]T4(v) = [0] logo h1 = 1. Usando o processo construı´do, o sistema de invariantes de T |T3(v) e´ h ′1 = h1 + 1 = 2, que devemos completar com h ′2 = 1, para somar 3 = dimT 3(v). O sistema de invariantes para T |T2(v) e´ h ′′1 = 2+ 1 = 3 h ′′2 = 1+ 1 = 2 em que preenchemos a base, pois dimT 2(v) = 5. Sistema de invariantes de T |T(v) e´ h ′′′1 = 3+ 1 = 4 h ′′′2 = 2+ 1 = 3 CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 23 que na˜o completa base de T(v) pois dimT(v) = 8 e a soma resultou em 7, enta˜o completamos com h ′′′3 = 1. O mesmo procedimento para o sistema invariante de T k1 = 4+ 1 = 5 k2 = 3+ 1 = 4 k3 = 1+ 1 = 2. Somando 11, por isso devemos completar . k4 = 1. Por isso temos que a forma canoˆnica de Jordan e´ da forma J(T) = N5 0 0 0 0 N4 0 0 0 0 N2 0 0 0 0 N1 Z Exemplo 4. Calcule a forma canoˆnica de um operador nilpotente N : V → V de ordem 6 sabendo que as dimenso˜es de N5(V), N4(V), N3(V), N2(V), N(V), V sa˜o respectivamente 4, 8, 13, 18, 25, 35. Temos k1 = k ≥ k2 ≥ · · · ≥ km ≥ 1 [T ]B = Nk1 · · · 0 ... · · · 0 0 · · · Nkm , Temos que N|N5(V) = 0 pois N(N5(v)) = 0 logo temos h1 = 1, completamos a CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 24 base com elementos na˜o nulos e daı´ ficamos com o sistema de invariantes h1 = 1, h2 = 1, h3 = 1, h4 = 1 continuamos o processo, o sistema de invariantes de N|N4(V) h ′1 = 2, h ′2 = 2, h ′3 = 2, h ′4 = 2 fornece base de N4(V), na˜o precisamos completar, o sistema de invariantes de N|N3(V) h ′′1 = 3, h ′′2 = 3, h ′′3 = 3, h ′′4 = 3 (soma 12) precisamos completar com um elemento do nu´cleo, logo h ′′1 = 3, h ′′2 = 3, h ′′3 = 3, h ′′4 = 3, h ′′5 = 1 o sistema de invariantes de N|N2(V) h ′′′1 = 4, h ′′′2 = 4, h ′′′3 = 4, h ′′′4 = 4, h ′′′5 = 2 (soma 17) precisamos completar com um elemento do nu´cleo, logo h ′′′1 = 4, h ′′′2 = 4, h ′′′3 = 4, h ′′′4 = 4, h ′′′5 = 2, h ′′′6 = 1 o sistema de invariantes de N|N2(V) h41 = 5, h42 = 5, h43 = 5, h44 = 5, h45 = 3, h46 = 2 (soma 25) na˜o precisamos completar, o sistema de invariantes de N|N(V) h51 = 6, h52 = 6, h53 = 6, h54 = 6, h55 = 4, h56 = 3 CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 25 (soma 31) precisamos completar com 4 elementos do nu´cleo h51 = 6, h52 = 6, h53 = 6, h54 = 6, h55 = 4, h56 = 3, h67 = 1, h68 = 1, h69 = 1, h610 = 1 por isso teremos os blocos N6, N6N6, N6, N4.N3, N1, N1, N1, N1 formando a forma de Jordan . Z Exemplo 5. Seja K algebricamente fechado de caracterı´stica zero. Encontre as formas canoˆnicas de Jordan e racional de todas as matrizes A ∈Mn×n(K) tais que Tr(Ak) = 0 ∀ k ∈ In. b Propriedade 15. A e´ nilpotente ⇔ TrAk = 0∀ k ∈ In, onde A ∈Mn×n(K) . ê Demonstrac¸a˜o.⇒). (revisar) A e´ nilpotente ⇒ J(A) na˜o possui zero na diagonal principal ⇒ J(A)k na˜o possui zero na diagonal principal (porque?) ⇒ TrJ(A)k = 0 = Tr(Ak). (Argumentar com detalhes)⇐). Seja A tal que TrAk = 0 ∀ k ∈ In, podemos supor que A e´ triangular superior (porque?), daı´ FA = m∏ k=1 (x− λk) dk , A = λ1 · · · 0 ... · · · 0 a · · · λn segue que A2 = λ21 · · · 0 ... · · · 0 a2 · · · λ2n em geral CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 26 TrAk = n∑ j=1 λkj = 0. Vamos provar que cada λj e´ nulo. Por induc¸a˜o sobre n. Se n = 1, λ1 = 0. Se n > 1, basta provar que um dos λj = 0 pois daı´ recaı´mos numa soma com n − 1 elementos onde usamos a hipo´tese de induc¸a˜o . Sabemos que FA(A) = 0, onde FA e´ o polinoˆmio caracterı´stico. Se todos λj 6= 0 temos 0 = FA(A), = An + n−1∑ k=0 akA k onde a0 = (−1)nDet(A), por linearidade do trac¸o, aplicando a relac¸a˜o acima temos 0 = Tr(An) + n−1∑ k=0 akTr(A k) − a0︸︷︷︸ Det(A) 6=0 Tr(I)︸ ︷︷ ︸ 6=0 = Tr(An) + n−1∑ k=1 akTr(A k) o trac¸o da identidade e´ na˜o nulo pela hipo´tese de estarmos em caracterı´stica zero, mas essa condic¸a˜o implica que Tr(Ak) 6= 0 para algum k, o que e´ absurdo enta˜o existe algum λj, tal que λj = 0 e daı´ por hipo´tese de induc¸a˜o temos que λk = 0 ∀ k. Com isso a forma da matriz e´ A = 0 · · · 0 ... · · · 0 a2 · · · 0 e daı´ A e´ nilpotente. Nessas condic¸o˜es as formas canoˆnicas sa˜o da forma NK1 · · · ... · · · · · · Nkn Onde Nk e´ matriz nilpotente elementar. CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 27 1.3 Forma canoˆnica de Jordan F Teorema 2 (Forma canoˆnica de Jordan). Sejam V espac¸o vetorial sobre um corpo K algebricamente fechado, T : V → V linear, existe uma base B de V tal que T tem matriz na base B do tipo J = [T ]B = J(λ1) · · · 0 ... · · · 0 0 · · · J(λm) onde (λk)m1 sa˜o autovalores de T e J(λk) e´ um bloco de Jordan relativo a λk do tipo J(λk) = NK(k,1) + λkIck×ck · · · 0 ... · · · 0 0 · · · NK(k,nk) + λkIck(K,mk)×ck(K,mk) onde Ns = 0 · · · 0 1... · · · 0... 0 · · · 1 0 s×s K(k,1) = ck ≥ K(k,2) ≥ · · ·K(k,mk) ≥ 1. J(λk) e´ matriz do operador Nk + λkI sobre Vk = N(T−λkI) ck onde Nk = T |Vk−λkI, ck expoente de x−λk no polinoˆmio mı´nimo PT . Ale´m disso 1. J(λk) e´ uma matriz de tamanho dk onde dk e´ expoente de (x− λk) em FT . 2. Em J(λk) o primeiro bloco e´ uma matriz de tamanho ck, ck expoente de x−λk em PT . 3. O nu´mero de blocos de Jordan J(λk) e´ m, nu´mero de autovalores. 4. O nu´mero de blocos em J(λk) e´ dimWλk . CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 28 Em termos matriciais toda matriz em Mn×n(K), K corpo algebricamente fechado e´ semelhante a matriz na forma de Jordan J(λ1) · · · 0 ... · · · 0 0 · · · J(λm) ê Demonstrac¸a˜o. Seja V um espac¸o vetorial de dimensa˜o n sobre um corpo K algebricamente fe- chado (por exemplo K = C). Tome T : V → V operador linear e sejam (λk)m1 os autovalores de T , FT(x) = m∏ k=1 (x− λk) dk e PT(x) = m∏ k=1 (x− λk) ck onde 1 ≤ ck ≤ dk, m∑ k=1 dk = n. Pelo teorema da decomposic¸a˜o prima´ria, temos V = m⊕ k=1 Vk onde Vk = N((T − λkI)ck), k ∈ In e Vk e´ T -invariante. Note que Wλk ⊂ Vk ∀ k ∈ In. Temos tambe´m PT |Vk = (x−λk) ck . Considere Tk = T |Vk , definimos Nk = Tk−λkI ∈ L(Vk). Pela definic¸a˜o de Vk temos Nckk = 0 por propriedade do nu´cleo, isso implica que Nk e´ nilpotente. Ale´m disso como PT |Vk = (x−λk) ck isso implica que (Tk−λkI)h 6= 0 ∀ h < ck por ser polinoˆmio mı´nimo ⇒ Nhk 6= 0 ∀ h < ck ⇒ Nk e´ nilpotente de ı´ndice ck. Enta˜o Tk = Nk + λkI ∈ L(Vk) com Nk nilpotente de ı´ndice ck e Vk e´ T - invariante. Logo pelo teorema da decomposic¸a˜o cı´clica para operadores nilpotentes ∃Bk base de Vk tal que a matriz de Nk na base Bk e´ NK(k,1) · · · 0 ... · · · 0 0 · · · NK(k,nk) K(k,1) = ck ≥ K(k,2) ≥ · · ·K(k,mk) ≥ 1. Onde Ns = 0 · · · 0 1... · · · 0... 0 · · · 1 0 s×s CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 29 enta˜o J(λk) = NK(k,1) + λkIck×ck · · · 0 ... · · · 0 0 · · · NK(k,nk) + λkIck(K,mk)×ck(K,mk) onde em cada bloco temos λk · · · 0 1... · · · 0... 0 · · · 1 λk s×s J(λk) e´ o bloco de Jordan relativo ao autovalor λk. Como V = m⊕ k=1 Vk, logo B = m⋃ k=1 Bk, e´ base de V . Com vk sendo T -invariante a matriz de T na base B e´ [T1]B1 · · · 0 ... · · · 0 0 · · · [Tn]Bn = J(λ1) · · · 0 ... · · · 0 0 · · · J(λm) Vejamos algumas propriedades adicionais. 1. Tamanho do bloco J(λk). J(λk) e´ uma matriz de tamanho dimVk = ∂FTk = FT |Vk como cada Vk e´ invariante temos FT = m∏ k=1 FTk , agora PTk = (x− λk)ck , FTk = (x− λk)hk , com ck ≤ Hk como FT = m∏ k=1 (x− λk) dk segue que hk = dk ∀ k, o tamanho de J(λk) e´ dk J(λ1)d1×d1 · · · 0 ...· · · 0 0 · · · J(λm)dm×dm CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 30 2. Nu´mero de blocos de J(λk) e´ igual a dimN(Nk), pois Nk = Tk − λkI = T |Vk − λkI⇒ N(Nk) = N(Tk − λkI) = notamos que N(Tk − λkI) ⊂ N(Tk − λkI)ck = Vk ⇒ N(T − λkI) = N(T |vk − λkI) = N(Tk−λkI) = N(Nk), por isso dimN(Nk) = dimN(T−λkI) = dimWλk . O nu´mero de blocos de J(λk) e´ igual a dimensa˜o do autoespac¸o relativo a λk. b Propriedade 16. A matriz J na forma de Jordan e´ unicamente determinada a menos de uma permutac¸a˜o dos J(λk), isto e´, J(λk) independe da base. ê Demonstrac¸a˜o. Ja´ provamos a existeˆncia agora vamos provar a unicidade. Se B ′ e´ uma base com respeito a qual T tem matriz (J ′1). . . · · · 0 ... (J ′k) . . . . . . ... 0 · · · J ′m logo se cada J ′k tem tamanho dk enta˜o FT = m∏ k=1 (x− λk) dk , portanto o tamanho de J ′k e´ dk, expoente em FT , independente da base. Agora J ′ (ou J ′K ? rever isso) gera uma decomposic¸a˜o, V = m⊕ k=1 Uk, Uk invariante por T . Iremos provar que Uk e´ unicamente determinado. De fato vamos ver que Uk = N(T − λkI) dimV vale isto pois, (T − λkI)|Uk e´ nilpotente de ı´ndice ≤ dimV e daı´ T − λkI dimV |Uk = 0 logo Uk ⊂ N(T − λkI)dimV . Temos tambe´m para k 6= j (T − λkI)|Uj = J ′ j − λkI pode ter um nu´cleo na˜o nulo?. Na˜o, pois se uj ∈ Uj e uj ∈ N(T − λkI)|Uj) implica T(uj) = λkuj ⇒ uj ∈ Wλk = N(T − λkI) ⊂ Uk o que e´ absurdo pela soma direta. CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 31 T − λkI)|Uj e´ invertı´vel pois (J ′1). . . · · · 0 ... (J ′k) . . . . . . ... 0 · · · J ′m − λkI o j-e´simo bloco da diferenc¸a e´ λj − λk · · · 0 1... . . . ... 0 · · · 1 λj − λk e´ invertı´vel. logo (T −λkI)|Uj na˜o e´ nilpotente, isto e´, Uj∩N(T −λkI)dimV = {0}, sendo invertı´vel sobre Uj. Como V = m⊕ k=1 Uk e Uk e´ invariante por T logo N(T − λkI)dimV = Uk (porque?). Agora a matriz J ′k e´ a matriz de (T − λkI)|Uk + λkI|Uk e (T−λkI)|Uk e´ nilpotente, logo a sua matriz e´ unicamente determinada pela decomposic¸a˜o cı´clica dos operadores nilpotentes. (rever demonstrac¸a˜o ). Z Exemplo 6. Seja A = 2 0 0 a 2 0 0 b 1 com a, b ∈ C. FA = (x− 2)2(x− 1) logo PA = (x− 2)k(x− 1), k ∈ {1, 2}. Analisamos por casos. Tomando λ2 = 1 e λ1 = 2. Lembrando que J(λk) e´ de tamanho dk expoente de x−λk em FT , enta˜o J(2) e´ de tamanho 2 e J(1) e´ de tamanho 1. Temos dois blocos de Jordan pois esse e´ o nu´mero de autovalores. Em J(2) o primeiro bloco tem tamanho k o expoente de x − 2 em PT . Logo temos as possibilidades, k = 1, o primeiro bloco de Jordan tem tamanho 1 CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 32 J = 2 0 0 0 2 0 0 0 1 se k = 2 o primeiro bloco de Jordan possui tamanho 2 J = 2 0 0 1 2 0 0 0 1 achamos todas as possı´veis forma de Jordan de A, a menos de permutac¸o˜es dos blocos J(2) e J(1). Na forma Canoˆnica de Jordan, usamos que K e´ algebricamente fechado para dizer que FT e´ produto de fatores lineares, em geral a forma canoˆnica funciona quando T : V → V com V sobre K tem PT com produto de fatores lineares1. 1.3.1 T -condutor e T -anulador m Definic¸a˜o 6 (Conjunto T -condutor). Sejam T : V → V linear, V espac¸o vetorial sobre K, W T -invariante, v ∈ V . O T - condutor de v em W e´ o conjunto ST(v,W) dos polinoˆmios g sobre K tais que g(T)(v) ∈W. Se fixamos T denotamos apenas S(v,W), podemos imaginar T conduzindo V para o subespac¸o W. Perceba que nessa definic¸a˜o o elemento v ∈ V na˜o e´ necessariamente um elemento de W. Se W = {0} , S(v,W) e´ o conjunto T -anulador. b Propriedade 17. Vale que s(v,W) < K[x] e´ subespac¸o vetorial do espac¸o dos polinoˆmios. ê Demonstrac¸a˜o. 1Repetimos para voceˆ fixar. CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 33 • 0 ∈ S(v,W) pois 0(T)(v) = 0 ∈W. • Se f, g ∈ S(v,W) , c ∈ K enta˜o cf+ g ∈ S(v,W) pois cf+ g ∈ K[x] ale´m diso (cf+ g)(T)(v) = cf(T)(v)︸ ︷︷ ︸ ∈W +g(T)(v)︸ ︷︷ ︸ ∈W ∈W b Propriedade 18. Vale que s(v,W) e´ um ideal. ê Demonstrac¸a˜o. Falta mostrar apenas a propriedade de absorc¸a˜o, que real- mente vale pois , sendo f ∈ K[x] e g ∈ S(v,W) enta˜o f(T)g(T)(v)︸ ︷︷ ︸ ∈W ∈W pois W e´ T -invariante. m Definic¸a˜o 7 (T -condutor). O u´nico gerador moˆnico do ideal S(v,W) e´ cha- mado de T -condutor de v em W e de T -anulador caso W = {0}. O T -condutor de v em W e´ o polinoˆmio unita´rio g de menor grau tal que g(t)(v) ∈W, f ∈ S(v,W)⇔ g|f. $ Corola´rio 5. s(v,W) conte´m o polinoˆmio minimal de T , o T condutor divide PT . m Definic¸a˜o 8. Dado T : V → V linear, para um v ∈ V definimosa C(T, v) = S(Tk(v))k∈N aEstamos considerando 0 ∈ N. CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 34 m Definic¸a˜o 9 (Espac¸o T -cı´clico). V e´ dito ser T -cı´clico se existe v ∈ V tal que v = C(T, v). m Definic¸a˜o 10 (Polinoˆmio T -anulador). O polinoˆmio T -anulador de v e´ o polinoˆmio moˆnico de menor grau, denotado por PT,v tal que PT,v(T)v = 0. b Propriedade 19. Vale que PT,v | PT | FT . De onde temos corola´rio direto ∂PT,v ≤ ∂PT ≤ ∂FT . ê Demonstrac¸a˜o. m Definic¸a˜o 11 (T -gerador). Se V e´ T -cı´clico, um T gerador e´ v ∈ V tal que v = C(T, v). b Propriedade 20. V e´ T -cı´clico com T gerador sendo v ∈ V ⇔ PT,v = PT = FT . ê Demonstrac¸a˜o. ♣ Lema 1. Sejam V espac¸o vetorial, dimV = n sobre F corpo, T : V → V linear tal que PT(x) = m∏ k=1 (x− λk) rk , λk ∈ F, w < V propriamente, enta˜o existe um vetor v ∈ V tal que 1. v /∈W. 2. (T − λI)(v) ∈W para algum auto-valor x de T . CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 35 ê Demonstrac¸a˜o. Sejam w /∈ W (que existe por hipo´tese de termos w contido propriamente em V), g o T -condutor de w em W, enta˜o g|PT o polinoˆmio mı´nimo de T , como w na˜o esta´ em W, g na˜o e´ constante, portanto g(x) = m∏ k=1 (x− λk) ck onde pelo um dos ck e´ positivo (na˜o podem ser todos nulos, se na˜o g seria constante), tomamos j tal que cj > 0, enta˜o (x− λj) divide g(x) e tem-se g(x) = (x− λj)h(x) pela definic¸a˜o de g ( polinoˆmio mı´nimo que conduz w a` W), o vetor v = h(T)(w) /∈W pore´m (T − λjI)(v) = (T − λjI)h(T)(w) = g(T)(w) ∈W, enta˜o tomamos nosso λ = λj e temos os itens (1) e (2) como querı´amos demonstrar. b Propriedade 21. Sejam V um espac¸o vetorial sobre um corpo F, dimV = n , T : V → V , enta˜o T e´ triangulariza´vel ⇔ PT e´ produto de termos lineares sobre F. ê Demonstrac¸a˜o. ⇒). Se T e´ triangular superior [T ]B = a1,1 a1,2 · · · a1,n 0 a2,2 · · · a2,n ... · · · · · · ... 0 0 · · · an,n enta˜o o polinoˆmio caracterı´stico e´ da forma Ft(x) = n∏ k=1 (x− ak,k) por propriedade de determinante de matriz triangular, como o polinoˆmio mı´nimo divide o polinoˆmio caracterı´stico a fatorac¸a˜o de PT tambe´m se da´ em fatores lineares.⇐). Suponha que PT(x) = m∏ k=1 (x− λk) rk , aplicando repetidamente o lema acima, vamos mostrar que chegamos a uma base ordenada (vk)n1 = B em relac¸a˜o a` qual a matriz que representa T e´ triangular superior CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 36 [T ]B = a1,1 a1,2 · · · a1,n 0 a2,2 · · · a2,n ... · · · · · · ... 0 0 · · · an,n tal relac¸a˜o matricial diz que T(vj) = j∑ k=1 ak,jvk, isto e´, T(vj) esta´ no espac¸o gerado por (vk)j1. Para determinar (vk) n 1 , comec¸amos aplicando o lema ao subespac¸o W = {0}, obtemos v1 /∈ W tal que T(v1) = a1,1v1, tomamos W1 = S(v1) ⊂ V se W1 = V paramos , se na˜o continuamos o processo, logo obtemos v2 tal que v2 /∈W1 e T(v2) − a1,2v2 ∈W, T(v2) = a1,2v1 + a2,2v2, continuamos o processo ate´ chegarmos em Wn = V. Neste procedimento temos tambe´m que Wj e´ T -invariante. b Propriedade 22. Sejam V espac¸o vetorial dimV = n sobre F, T : V → V linear . T e´ diagonaliza´vel⇔ Pt = m∏ k=1 (x− λk) onde λk 6= λj com k 6= j. ê Demonstrac¸a˜o.⇒). Se T e´ diagonaliza´vel possui base (vk)m1 de autovetores, v ∈ V e´ da forma v = m∑ k=1 ckvk, PT = m∏ (x − λk) anula v e possui grau mı´nimo, pois PT deve possui todas as raı´zes de FT que sa˜o autovalores.⇒). Seja W o subespac¸o gerador por todos os vetores caracterı´sticos de T e suponha que W 6= V , pelo lema usado no resultado anterior, existe v ∈W e λj autovalor de T tal que w = (T − λjI)(v) ∈W como w ∈W enta˜o w = p∑ k=1 wk onde T(wk) = λkwk pois W e´ gerado por autovetores e temos para um polinoˆmio qualquer h que CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 37 h(T)(w) = p∑ k=1 h(λk)wk. Temos que PT(x) = (x− λj)q(x) para algum polinoˆmio q(x) e q(x) − q(λj) = (x− λj)h(x) para algum h polinoˆmio pois q(x) − q(λj) em λj se anula, temos q(T)(v) − q(λj)(v) = (T − λj)h(T)(v) = h(T)(T − λj)(v) = h(T)(w) ∈W e como 0 = PT(v) = (T − λjI)q(T)(v) enta˜o Tq(T)(v) = λjq(T)v enta˜o q(T)(v) ∈W pois e´ nulo ou autovetor como q(T)(v)− q(λj)(v) ∈W por relac¸a˜o que conseguimos acima e q(T)(v) ∈W, segue que q(λj)(v) ∈ W, com v /∈ W temos que ter o escalar q(λj) = 0 daı´ x − λj divide q(x) e PT(x) = (x−λj)q(x) possui raiz pelo menos dupla o que contraria a hipo´tese, enta˜o o operador e´ diagonaliza´vel. 1.3.2 Triangularizac¸a˜o-diagonalizac¸a˜o simultaˆnea m Definic¸a˜o 12 (Triangularizac¸a˜o-diagonalizac¸a˜o simultaˆnea ). Seja V espac¸o vetorial, dimV = n, F uma famı´lia de operadores T : V → V lineares, dizemos que F e´ simultaneamente diagonaliza´vel-triangulariza´vel (SD ou ST) se existe uma base b tal que [T ]b seja diagonal-triangular onde T ∈ F qualquer. $ Corola´rio 6. Se F e´ SD enta˜o vale que TV = VT ∀ T,U ∈ F pois matrizes diagonais comutam, ale´m disso T ∈ F e´ diagonaliza´vel. m Definic¸a˜o 13 (Subespac¸o invariante por familia de operadores). Um subespac¸o CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 38 W < V e´ dito ser invariante sob uma famı´lia de operadores F se W e´ T -invariante para cada T ∈ F. b Propriedade 23. Sejam V espac¸o vetorial sobre K e T : V → V linear, W < V sendo T -invariante e que W seja T|W-cı´clico, isto e´, existe w ∈W tal que W = S(w, Tw, T 2w, · · · , ) se k = ∂PT,v enta˜o uma base de W e´ dada por (T sw)k−10 em particular dimW = k. Ale´m disso vale que PT,w = PT |W . ê Demonstrac¸a˜o. A matriz de T |W com respeito a base (T sw)k−10 e´ 0 0 · · · 0 −a0 1 0 · · · ... ... 0 1 · · · ... ... ... ... ... ... ... 0 0 · · · 1 −ak−1 k×k que e´ chamada matriz companheira do polinoˆmio moˆnico xk + k−1∑ s=0 asx s. Sendo PT,w = xk + k−1∑ s=0 asx s, as ∈ K temos PT,w(T)w = 0, substituindo tem-se Tk(w) = − k−1∑ s=0 asT sw o que gera o elemento da u´ltima coluna da matriz. b Propriedade 24. C(T,w) < V e´ T -invariante. ê Demonstrac¸a˜o. Tomando v ∈ C(T,w) ele e´ da forma v = Tk(w), aplicando T temos T(v) = Tk+1(w) ∈ C(T,w). CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 39 Em particular se V e´ T -cı´clico, aplicando o resultado com v sendo um T -gerador, temos [T ](Tkv)n−10 = 0 0 · · · 0 −a0 1 0 · · · ... ... 0 1 · · · ... ... ... ... ... ... ... 0 0 · · · 1 −ak−1 k×k onde PT,v = xn + n−1∑ s=0 asx s, as ∈ K. Nesses casos existe uma base de V com respeito a qual a matriz de T e´ a matriz companheira de FT = PT = PT,v. 1.3.3 Forma canoˆnica racional F Teorema 3 (Forma canoˆnica racional). Sejam K um corpo arbitra´rio, V com dimV = n, T : V → V linear, enta˜o existe r ∈ N tal que (wk)r1 em V tais que se Wk = C(T,wk) = S(wk, Twk, T 2wk, · · · ) wk e´ T invariante, tomando Qj = PT |Wj polinoˆmio mı´nimo de T |Wj logo 1. V = r⊕ s=1 Ws. 2. Qj+1|Qj ∀ j ∈ Ir−1 3. O inteiro r e cada Qj sa˜o unicamente determinados. Em versa˜o matricial temos que, dada A ∈ Mn,n(K) enta˜o A e´ semelhante a uma matriz do tipo M1 · · · 0 0... (M2). . . · · ·0 0 · · · Mr CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 40 onde Mj e´ a matriz companheira do polinoˆmio moˆnico Qj onde Qj+1|Qj ∀ j ∈ Ir−1 Mj = 0 0 · · · 0 −a0 1 0 · · · ... ... 0 1 · · · ... ... ... ... ... ... ... 0 0 · · · 1 −an−1 Qj = x n + n−1∑ s=0 asx s, as ∈ K. ê Demonstrac¸a˜o. O primeiro polinoˆmio Q1 e´ o polinoˆmio mı´nimo de T , de fato Qj(T)|Wj = 0 e como Qj|Q1 ∀ j segue que Q1(T)|Wj = Q ′(T)Qj(T)Qj(T)|Wj = 0 enta˜o Q1(T) = 0 sobre todos os vetores de V por propriedade de soma direta logo PT |Q1. Pore´m temos tambe´m que Q1 = PT |W1 |PT como sa˜o ambos moˆnicos e se dividem enta˜o PT = Q1. M1 e´ o bloco relativo ao polinoˆmio mı´nimo. Como Wj e´ T |Wj-cı´clico temos Qj = FT |Wj logo FT = r∏ s=1 FKs = r∏ s=1 Qs logo cada Qj e´ unicamente determinado. $ Corola´rio 7. Como r e os Qj sa˜o unicamente determinados enta˜o a forma canoˆnica racional e´ u´nica a menos de permutac¸a˜o dos blocos Mj. Z Exemplo 7. Sejam dimV = 2, T ∈ L(V), ∂Pt = 1 ou 2. Se ∂PT = 1, temos PT = x− λ, λ ∈ K, Q1 = PT , como Q2|Q1 temos Q2 = Q1 = PT a matriz fica como Rt = [MQ1 ]1×1 0 0 MQ2 = λ 0 0 λ = JA CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 41 Caso ∂PT = 2, PT = x2 + ax+ b, portanto sabemos que Q1 = PT e daı´ RT = [MQ1 ]2×2 = 0 −a 1 −b que pode ser diferente de JT . Z Exemplo 8. Seja um operador T com FT = (x − 1)(x − 2)2. Supondo PT = (x− 1)(x− 2) = Q1 = x2 − 3x+ 2 temos Q2 = x− 2, daı´ a forma racional e´ RA = MQ1 0 0 MQ2 = 0 −2 0 1 3 0 0 0 2 Caso Q1 = PT = (x− 2)2(x− 1) = x3 − 5x2 + 8x− 4 portanto a forma racional fica como RA = 0 0 4 1 0 −8 0 1 5 = [MQ1 ] b Propriedade 25. Caso FT seja produto de fatores lineares JA e´ diagonal, pore´m RA pode na˜o ser diagonal. ê Demonstrac¸a˜o. Quais sa˜o os operadores T tais que JT = RT? b Propriedade 26. Se T e´ nilpotente enta˜o JT = RT . ê Demonstrac¸a˜o. Suponha que I(T) = k ≤ dimV = n enta˜o PT = xk pois Tk = 0 e poteˆncias inferiores na˜o , FT = xn , pois qualquer outra raiz seria raiz do polinoˆmio mı´nimo. Com isso temos CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 42 J(T) = Nk1 · · · 0 · · · . . . ... 0 · · · Nkr NKj = 0 · · · 0 1... · · · 0 0 · · · 1 0 existindo u´nicos inteiros k1 = k ≥ k2 ≥ · · · kr ≥ 1 tal que JT assume a forma colocada acima. Podemos notar Nkj e´ a matriz companheira de xkj que divide xk = Q1, temos xkj = Qj e JT = RT pois a forma racional e´ u´nica. b Propriedade 27. Se T = λI : V → V , dimV = n, enta˜o RT = JT . ê Demonstrac¸a˜o. Sabemos que FT = det(xI − λI) = (x − λ)n, onde n = dimV . Ale´m disso T −λI = 0 logo PT(x) = x−λ. JT tera´ apenas um bloco pois possui apenas um autovetor, enta˜o a matriz na forma canoˆnica de Jordan e´ da forma J(T) = Nk1 · · · 0 · · · . . . ... 0 · · · Nkr NKj = [λ] NKj e´ a matriz companheira de x− λ = Qj, daı´ JT = RT . b Propriedade 28. RT = JT ⇔ T e´ nilpotente ou T = λI. ê Demonstrac¸a˜o. ⇐) Ja´ provamos.⇒) Se Q1 tem grau 1, Q1 = x+ λ, Q1 = · · · = Qm. RA = −λ. . . 0 0 −λ a matriz e´ mu´ltipla da identidade, neste caso MPA e´ 1× 1. Caso contra´rio temos RA = JA ⇔ CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 43 RA = (MPA). . . 0 0 MPM = (J(λ1)). . . 0 0 J(λm) = JA MPA e´ submatriz de JA MPA = 0 · · · −a0 1.. . · · · ... 0 · · · 1 −an−1 temos uma fileira de 1 na diagonal abaixo da diagonal principal, isto implica que MPA deve estar contida em J(λ1) da passagem dos blocos J(λ1) para J(λ2) temos um elemento nulo abaixo da diagonal principal (λ1). . . · · · 0 · · · 1 λ1 · · ·0 0 · · ·0 λ2 temos que λ1 = 0 por comparac¸a˜o com a diagonal principal de MPA , dissosegue tambe´m que an−1 = 0 e ainda −a0 = · · · = −an−2 seguindo da igualdade JA = RA, pois MPA ⊂ J(0) e no bloco de jordan todos elementos acima da diagonal sa˜o nulos . Disso segue que PA = xn, A e´ nilpotente (n aqui na˜o simboliza a dimensa˜o do espac¸o .) b Propriedade 29. Duas matrizes 3×3 nilpotentes sa˜o semelhantes⇔ possuem o mesmo polinoˆmio mı´nimo. O mesmo na˜o vale para matrizes 4× 4. ê Demonstrac¸a˜o. Toda matriz nilpotente e´ semelhante a uma matriz com blocos nilpotentes elementares Nk1 , · · · , Nkm k1 = k ≥ k2 ≥ · · · ≥ km ≥ 1, onde k1 e´ o ı´ndice de nilpoteˆncia e m = dimN(A). m∑ s=1 ks = n. Se A e´ nilpotente de ı´ndice K temos que Ak = 0 e Ah 6= ∀ h < k. Pelo teorema de decomposic¸a˜o cı´clica para operadores nilpotentes, temos o sistema de invariantes colocado acima. Temos ainda PA|xk e PA 6= xh ∀ h < k pois Th 6= 0 enta˜o PA = xk.⇒). Supondo que A e B matrizes 3× 3 sa˜o semelhantes enta˜o CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 44 A ∼ B ∼ Nk1 · · · 0 ... . . . ... 0 · · · Nkn onde k1 = I(A) = I(B) logo possuem mesmo polinoˆmio mı´nimo PA = xk1 = PB.⇐). Por outro lado temos tambe´m PA = PB = xk, temos A ∼ Nk · · · 0 ... . . . ... 0 · · · Nkn B ∼ Nk · · · 0 ... . . . ... 0 · · · Nkn temos as seguintes possibilidades para k, se K = 3 A ∼ B ∼ [N3]. Se k = 2 enta˜o A ∼ [ N2 0 0 N1 ] ∼ B para matrizes 4× 4 podemos ter A = [ N2 0 0 N2 ] 6= N2 0 0 0 N1 0 0 0 N1 = B formas canoˆnicas distintas dai implica A 6∼ B. Z Exemplo 9. Demonstre que as matrizes reais n×n, A com todos elementos 1 e B com a(1,1) = n e todos elementos nulos sa˜o semelhantes. Vale que Aej = n∑ k=1 ek. Definindo w1 = n∑ k=1 ek e wk = ek − ek−1, k ∈ [2, n]N. Tais vetores formam base do Rn pois supondo n∑ k=1 ckwk = 0 n∑ k=1 c1ek + n∑ k=1 ck(ak − ak−1) = 0 CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 45 o coeficiente de e1 deve ser nulo, que e´ c1 − c2, portanto c1 = c2. Continuando a comparac¸a˜o chegamos em ck = (k − 1)c2 ainda com cn + c2 = 0 logo nc2 = 0 portanto c2 = 0 e todos outros coeficientes tambe´m. Como temos n vetores LI eles geram o espac¸o. Ale´m disso A(w1) = n∑ k=1 Aek = n∑ k=1 n∑ s=1 es = n n∑ s=1 es = nw1 temos tambe´m A(wk) = A(ek) − A(ek−1) = n∑ k=1 ek − n∑ k=1 ek = 0 para k > 1, logo a matriz fica na forma de B. Z Exemplo 10. Se A e´ matriz invertı´vel, A ∈Mn(C), determine J(A−1). Temos que P−1AP = JA, P invertı´vel enta˜o P−1A−1P = J−1A enta˜o JA−1 e´ a forma de Jordan de J−1A (porque?), isto e´, JA−1 = J−1A JA = J(λ1). . . 0 0 J(λm) cada λk 6= 0 pois A e´ invertı´vel, temos J(λk) = (λk). . . 0 0 λk +Nk J−1A = J(λ1)−1. . . 0 0 J(λm)−1 precisamos calcular a inversa dos blocos, podemos observar analisando alguns casos que CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 46 λ 0 1 λ −1 = λ−1 0 −λ−2 λ−1 λ 0 0 1 λ 0 0 1 λ −1 = λ−1 0 0 −λ−2 λ−1 0 λ−3 −λ−2 λ−1 = λ−1 0 0 0 λ−1 0 0 0 λ−1 ︸ ︷︷ ︸ λ−1I + 0 0 0 −λ−2 0 0 λ−3 −λ−2 0 ︸ ︷︷ ︸ nilpotente de ı´ndice 3 enta˜o generalizando J−1A = λ−11 I+N1 0 0 · · · . . . ... 0 · · · λ−1m I+Nm = JA−1 . Z Exemplo 11. Seja A ∈Mn(R) tal que A2+ 1 = 0. Se n e´ par A e´ semelhante sobre R a matriz 0 −I I 0 I um bloco identidade n 2 × n 2 . Temos que PA|x2 + 1 e daı´ PA = x2 + 1. Temos det(A)2 = 1. Na forma canoˆnica racional PA = Q1 logo A ∼ RA = (MQ1). . . 0 0 MQm Qm+1| · · · |Q1, a matriz acima sendo formada por bloco das matrizes companheiras de Q MQ1 = 0 −1 1 0 por propriedade do polinoˆmio mı´nimo e tamanho da matriz temos Q1 = Q2 = CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 47 · · · = Qn 2 e os blocos associados sa˜o ideˆnticos RA = (MQ1). . . 0 0 MQn 2 enta˜o para mostrar que e´ semelhante a matriz 0 −I I 0 , basta trocar os elementos da base de posic¸a˜o e multiplicar por −1 se necessa´rio. Por exemplo 0 −1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 −1 0 0 1 0 pode ser colocado da forma 0 0 −1 0 0 0 0 −1 1 0 0 0 0 1 0 0 trocando a ordem da base para (−e4, e3, e2,−e1). b Propriedade 30. Se A e B sa˜o matrizes com mesmo polinoˆmio caracterı´stico P = r∏ k=1 (x− λk) dk com o mesmo polinoˆmio mı´nimo e dk ≤ 3 ∀ k enta˜o A e B sa˜o semelhantes. ê Demonstrac¸a˜o. Para ambas matrizes pela igualdade dos polinoˆmios carac- terı´sticos FTA = FTB e PTA = PTB • JA(λk) e´ de tamanho dk coeficiente de x − λk em FTA como B possui mesmo polinoˆmio caracterı´stico temos um bloco JB(λk) de mesmo tamanho na forma de Jordan de B. CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 48 • O primeiro bloco em JA(λk) e´ de tamanho ck expoente de x − λk polinoˆmio mı´nimo PTA , temos o mesmo para a forma de B . • Temos o mesmo nu´mero de blocos de Jordan pois temos o mesmo nu´mero de autovalores r . Vamos mostrar agora que os blocos JA(λk) e JB(λk) sa˜o os mesmos, na˜o dependem da matriz. Suponha que dk = 3, podemos ter ck = 1, 2 ou 3, suponha que seja ck = 1, enta˜o o sistema de invariantes e´ ck = 1 ≥ 1︸︷︷︸ k2 ≥ 1︸︷︷︸ k3 ≥ 1 (λ = λk por simplicidade), enta˜o J(λ) = λ 0 0 0 λ 0 0 0 λ se ck = 2 temos o sistema de invariante obrigatoriamente da forma ck = 2 ≥ 1︸︷︷︸ k1 ≥ 1 e o bloco fica como J(λ) = λ 0 0 1 λ 0 0 0 λ se ck = 3 temos apenas esse elemento no sistema de invariantes, enta˜o o bloco fica como J(λ) = λ 0 0 1 λ 0 0 1 λ se dk = 2 temos, usando mesmos argumentos temos possibilidades J(λ) = ( λ 0 0 λ ) ck=1 ou ( λ 0 1 λ ) ck=2 se dk = 1 = ck enta˜o J(λ) = [λ]. Isso independe da matriz supondo os dados do problema, enta˜o A e B possuem mesma forma de Jordan a menos de permutac¸a˜o de elementos e portanto sa˜o semelhantes. CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 49 Z Exemplo 12. Seja A uma matriz complexa 5 × 5 cujos polinoˆmios carac- terı´stico e mı´nimo sa˜o respectivamente (x−2)3(x+7)2 e (x−2)2(x+7), determine a forma de Jordan de A. Temos dois autovalores enta˜o a matriz na forma canoˆnica e´ do tipo JA = J(2) 0 0 J(7) J(2) possui tamanho 3 × 3, pois 3 e´ expoente de x − 2 em FT , da mesma forma J(7) possui tamanho 2× 2, como o coeficiente de x− 2 em PT e´ 2 e de x+ 7 e´ 1 o tamanho dos blocos e´ fixado e temos J(2) = 2 0 0 1 2 0 0 0 2 J(7) = −7 0 0 −7 . Z Exemplo 13. Determine todas as possı´veis formas de Jordan para as matrizes reais 9× 9 cujo polinoˆmio mı´nimo seja x(x− 1)2(x+ 1)2. Z Exemplo 14. Mostre que a matriz 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 e´ diagonaliza´vel sobre os nu´meros complexos, mas na˜o sobre os nu´meros reais. Podemos calcular o polinoˆmio caracterı´stico, sendo FT = (x4− 1) = (x2− 1)(x2+ CAPI´TULO 1. FORMA CANOˆNICA DE JORDAN 50 1), que na˜o possui todos autovalores reais, logo os autovetores na˜o pertencem a espac¸o sobre R. Pore´m e´ diagonaliza´vel sobre C pois todos autovalores sa˜o distintos 1,−1, i,−i. Forma Canônica de Jordan Somas diretas e projeção Subespaços invariantes e matrizes de blocos Operador aplicado a um polinômio Forma canônica de Jordan T-condutor e T-anulador Triangularização-diagonalização simultânea Forma canônica racional
Compartilhar