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1 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Sistema de Representação Bidimensional – Design - CAA Grupo de Estudo / Sistema de Representação Bidimensional Profª Sophia Costa Design / CARUARU / 60 horas / manhã – 8:00 às 12:00 / noite – 18:50 às 22:00 FORMA E COMPOSIÇÃO – Texto extraído do livro PRINCÍPIOS DE FORMA E DESENHO. Wucius Wong. O que é Desenho? Muitas pessoas considerariam o desenho (design) como algum tipo de esforço para embelezar a aparência externa das coisas. O desenho não é somente ornamentação. O desenho é um processo de criação visual que tem propósitos. Um trabalho de desenho gráfico deve ser colocado diante do olhar do público e transmitir uma mensagem predeterminada. Um produto industrial tem de atender às exigências dos consumidores. Um bom desenho, em resumo, constitui a melhor expressão visual possível da essência de “algo”, seja uma mensagem, seja um produto. A Linguagem Visual A linguagem visual constitui a base de criação do desenho. Há princípios, regras ou conceitos como relação à organização visual que podem preocupar um desenhista. Ele pode trabalhar sem o conhecimento consciente de quaisquer destes princípios, regras ou conceitos, pois seu gosto pessoal e sensibilidade com respeito às relações visuais são muito mais importantes, porém uma compreensão completa destes definitivamente ampliaria sua capacidade de organização visual. Interpretando a Linguagem Visual Diversamente da linguagem falada ou escrita, cujas regras gramaticais são mais ou menos estabelecidas, a linguagem visual não tem nenhuma lei evidente. O desenhista (designer) é uma pessoa que resolve problemas. Os problemas com os quais depara são sempre dados. Isto significa que ele não pode alterar nenhum dos problemas encontrados mas deve buscar soluções adequadas. O desenhista tem de se apoiar em sua mente inquisitiva e investigar todas as situações visuais possíveis dentro das exigências de problemas individuais. 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Sistema de Representação Bidimensional – Design - CAA ELEMENTOS DO DESENHO Elementos Conceituais – Não são visíveis. Não existem na realidade, porém parecem estar presentes. Sentimos que há um ponto no ângulo de um formato, que há uma linha marcando o contorno de um objeto, que há planos envolvendo um volume, e volumes ocupando um espaço. Estes pontos, linhas, planos e volumes não estão realmente lá; se estiverem realmente lá, deixam de ser conceituais. a) Ponto – Indica uma posição. Não tem comprimento nem largura. Não ocupa nenhuma área ou espaço. É o início e o fim de uma linha e está onde duas linhas se encontram ou se cruzam. b) Linha – À medida que um ponto se move, sua trajetória se torna uma linha. Uma linha tem comprimento mas não tem largura. Tem posição e direção. É limitada por pontos. Forma a borda de um plano. c) Plano – A trajetória de uma linha em movimento (em outra que não sua direção intrínseca) se torna um plano. Um plano tem comprimento e largura, mas não tem espessura. Tem posição e direção. É limitado por linhas. Define os limites externos de um volume. d) Volume – A trajetória de um plano em movimento (em outra que não sua direção intrínseca) se torna um volume. Tem posição no espaço e é limitado por planos. No desenho bidimensional o volume é ilusório. 3 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Sistema de Representação Bidimensional – Design - CAA Elementos Visuais – Quando desenhamos um objeto no papel, empregamos uma linha que é visível para representar uma linha que é conceitual. A linha visível não só tem comprimento como tem largura. Sua cor e textura são determinadas pelos materiais que usamos e pela maneira como o fazemos. Desse modo, quando elementos conceituais se tornam visíveis, eles têm formato, tamanho, cor e textura. Elementos visuais formam a parte mais proeminente de um desenho porque são aquilo que podemos ver de fato. a) Formato – Qualquer coisa que pode ser vista tem um formato que proporciona a identificação principal para nossa percepção. b) Tamanho – Todos os formatos têm um tamanho. O tamanho é relativo se o descrevemos em termos de grandeza ou pequenez, mas também é fisicamente mensurável. c) Cor – Um formato se distingue de seu entorno devido á cor. A cor aqui é utilizada em seu sentido amplo, compreendendo não apenas todos os matizes do espectro, mas também os neutros (preto, branco e todos os cinzas intermediários) e todas as sua variações tonais e cromáticas. d) Textura – A textura se refere às características da superfície de um formato. Esta pode ser simples ou decorada, lisa ou áspera, e pode agradar tanto ao sentido do tato quanto ao olhar. OBS. FORMA É DIFERENTE DE FORMATO. FORMA É O CONJUNTO (FORMATO, TAMANHO, COR E TEXTURA) DEFINIDO PARA UM OBJETO OU FIGURA. 4 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Sistema de Representação Bidimensional – Design - CAA Elementos Relacionais – Este grupo de elementos governa a localização e inter- relações dos formatos em um desenho. Alguns podem ser percebidos, como a direção e a posição; alguns são para ser sentidos, como o espaço e a gravidade. a) Direção – A direção de um formato depende do modo como está relacionado com o observador, com a moldura que o contém ou com os demais formatos próximos. b) Posição – É entendida pela sua relação com a moldura ou com a estrutura do desenho. c) Espaço – Formatos de qualquer tamanho, mesmo que pequenos, ocupam espaço. Portanto, o espaço pode ser ocupado ou deixado vazio. Pode ser também plano ou ilusório, sugerindo profundidade. d) Gravidade – A sensação de gravidade não é visual mas psicológica. À medida que somos atraídos pela gravidade da terra, tendemos a atribuir peso ou leveza, estabilidade ou instabilidade a formatos individuais ou grupos de formatos. APRESENTAÇÃO DE VÍDEO - Gray Keys - Referência de Teoria das Formas 5 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Sistema de Representação Bidimensional – Design - CAA A Moldura de Referência Todos os elementos acima normalmente existem no interior de uma fronteira, que chamamos de “moldura de referência”. A moldura de referência marca os limites externos de um desenho e define uma área dentro da qual os elementos criados e o espaço vazio residual, se houver algum, trabalham juntos. Não é necessariamente uma moldura real. Se assim for, então deve ser considerada como parte integrante do desenho. Os elementos visuais da moldura visível não devem ser desprezados. Se não houver uma moldura real, as bordas de um cartaz, a página de uma revista, as várias superfícies de um pacote, todas se tornam molduras de referência para os respectivos desenhos. O Plano da Imagem Dentro da moldura de referência está o plano da imagem. O plano da imagem é de fato o planoda superfície do papel (ou qualquer outro material) sobre o qual o desenho é criado. Formatos são pintados ou impressos diretamente sobre este plano da imagem, mas podem dar a impressão de estar acima, abaixo ou não paralelos a este plano devido a ilusões espaciais. Para saber mais: SINTÁXE DA LINGUAGEM VISUAL. Donis A. Dondis. Pág. 45 a 64. SINAIS E SÍMBOLOS. Adrian Frutiger. Pág. 03 a 13. PLANEJAMENTO VISUAL GRÁFICO. Milton Ribeiro. Pág. 151 a 156 ESTRUTURA Todos os elementos visuais constituem o que geralmente chamamos “forma”. Forma, neste sentido, não é a apenas a figura que é vista, mas um formato de tamanho, cor e textura definidos. A maneira como a forma é criada, construída ou organizada em conjunto com outras formas é freqüentemente governada por certa disciplina à qual chamamos “estrutura”. A estrutura que envolve os elementos relacionais é também essencial em nossos estudos. A estrutura serve para controlar o posicionamento das formas em um desenho. Geralmente impõe ordem e predetermina relações internas de formas em um desenho. Pode ser formal, semiformal ou informal. Pode ser ativa ou inativa. Pode ser também visível ou invisível. 6 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Sistema de Representação Bidimensional – Design - CAA Estrutura Formal – Consiste em linhas estruturais que são construídas de uma maneira rígida, matemática. As linhas estruturais servem para orientar a construção toda do desenho. O espaço é dividido igual ou ritmicamente em certo número de subdivisões e as formas estão organizadas com um forte sentido de regularidade. Estrutura Semiformal – É, em geral, bastante regular, mas tem uma leve irregularidade. Pode ou não ser constituída por linhas estruturais que servem para determinar a disposição de unidades de forma. (ex. Uma tabela do Word ou Excel adequada, isto é, muda-se os tamanhos das linhas e colunas formando células diferentes). Estrutura Informal – Normalmente não dispõe de linhas estruturais. A organização em geral é livre e indefinida. 7 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Sistema de Representação Bidimensional – Design - CAA Estrutura Inativa – É constituída por linhas estruturais puramente conceituais. Estas linhas são construídas em um desenho a fim de orientar a localização de formas ou unidades de forma, mas nunca interferem em seus formatos nem dividem o espaço em áreas distintas onde as variações de cor podem ser introduzidas. Estrutura Ativa – É constituída por linhas estruturais que são também conceituais. Contudo, as linhas estruturais ativas podem dividir o espaço em subdivisões individuais que interagem com as unidades de forma. a) As subdivisões estruturais garantem uma total independência espacial para as unidades de forma. Cada unidade de forma existe isoladamente, como se tivesse sua própria pequena moldura de referência. Pode ter um fundo de cor diferente daquela de suas unidades de forma vizinhas. b) No interior da subdivisão estrutural, cada unidade de forma pode se mover para assumir várias posições excêntricas. Pode até deslizar parcialmente para além da área definida pela subdivisão estrutural. Quando isso ocorre, a porção da unidade de forma que se encontra fora dos limites, conforme claramente demarcados pelas linhas estruturais ativas, pode ser excluída. Deste modo, o formato de uma unidade de forma é afetado. c) Quando a unidade de forma invade o domínio de uma subdivisão estrutural adjacente, a situação pode ser considerada como o encontro de duas formas (a unidade de forma e sua subdivisão estrutural adjacente), podendo ocorrer interpenetração, união, subtração ou interseção, conforme desejar. d) O espaço isolado por uma unidade de forma em uma subdivisão estrutural pode ser unido com qualquer unidade de forma ou subdivisão estrutural próxima. 8 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Sistema de Representação Bidimensional – Design - CAA Estrutura Invisível – Na maioria dos casos, as estruturas são invisíveis, sejam elas formais, semiformais, informais, ativas ou inativas. Nas estruturas invisíveis, as linhas estruturais são conceituais, ainda que possam remover parte de uma unidade de forma. Tais linhas são ativas, mas não são visíveis e não têm largura mensurável. Estrutura Visível – As linhas estruturais existem enquanto linhas reais e visíveis com a largura desejada. Tais linhas devem ser tratadas como um tipo especial de unidade de forma, pois possuem todos os elementos visíveis e podem interagir com as unidades de forma e com o espaço contido por cada uma das subdivisões estruturais(letra a). Linhas estruturais visíveis e invisíveis também podem ser usadas juntas. Isto significa que podemos ter somente as verticais ou as horizontais visíveis(letras c d). Ou linhas estruturais visíveis e invisíveis podem ser usadas alternada ou sistematicamente, de modo que as linhas estruturais visíveis demarquem divisões, cada uma das quais de fato contendo mais do que uma subdivisão estrutural regular (letra b).
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