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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................ 01 2. FICHA 1 – GH ................................................................................. 02 3. FICHA 2 - ADH ................................................................................ 04 4. FICHA 3 – OCITOCINA E PROLACTINA ....................................... 05 4.1 FICHA 3A - OCITOCINA ........................................................ 05 4.2 FICHA 3B - PROLACTINA ..................................................... 07 5. FICHA 4 - TRH, TSH T3 E T4 .......................................................... 08 5.1 FICHA 4A - TRH ..................................................................... 08 5.2 FICHA 4B - TSH ..................................................................... 09 5.3 FICHA 4C - T3 E T4 ................................................................ 10 6. FICHA 5 - CALCITONINA, PTH E VITAMINA D ............................. 11 6.1 FICHA 5A - CALCITONINA ................................................... 11 6.2 FICHA 5B - PTH ..................................................................... 12 6.3 FICHA 5C - VITAMINA D ....................................................... 13 7. FICHA 6 - INSULINA E GLUCAGON .............................................. 14 7.1 FICHA 6A - INSULINA........................................................... 14 7.2 FICHA 6B - GLUCAGON ....................................................... 15 8. FICHA 7 - CRH, ACTH, CORTISOL E ALDOSTERONA ................ 16 8.1 FICHA 7A - CTH .................................................................... 16 8.2 FICHA 7B - ACTH ................................................................. 17 8.3 FICHA 7C - CORTISOL ......................................................... 18 8.4 FICHA 7D - ALDOSTERONA ................................................ 19 9. REFERÊNCIAS ............................................................................... 20 1 1. INTRODUÇÃO O sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas que apresentam como actividade característica a produção de secreções denominadas hormonas. Normalmente, o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando mecanismos reguladores bastante precisos. A maioria dos hormônios é lançada diretamente no sangue, onde circulam através do corpo em concentrações muito baixas. Os hormônios trafegam pelo sangue até atingirem seus tecidos-alvos, onde eles ativam uma série de alterações químicas. O hipotálamo é o órgão responsável pelo controle e estimulação hormonal. Ele envia estímulos à hipófise. 2 2. FICHA 1 - GH Hormônio: hormônio do crescimento, hormônio somatotrópico ou somatotropina (GH); Classificação: hormônio peptídico, composto por 191 aminoácidos, homólogo à prolactina e ao lactogênio placentário humano; Local de produção: adeno-hipófise; Principais ações: induz o crescimento de quase todos os tecidos vivos que tem capacidade de crescer. Promove o aumento das células e o desenvolvimento celular, além da diferenciação de células específicas, como as células do tecido ósseo e do muscular; promove o aumento do transporte de aminoácidos através da membrana celular, o aumento da tradução de RNA para a síntese de proteínas, o aumento da transcrição do DNA para formação de RNA e a diminuição do catabolismo de proteínas e aminoácidos; Mecanismo de ação: o GH induz o fígado a produzir várias pequenas proteínas, denominadas somatomedinas, que tem o poder de acentuar o efeito de crescimento do hormônio. A mais importante (que mais tem efeito sobre o hormônio) é a somatomedina C, também conhecida como IGF-I (fator de crescimento semelhante à insulina 1). O receptor de IGF-I possui atividade de tirosina quinase; Controle de secreção: o GH é liberado de maneira pulsátil. Vários fatores estão associados à sua liberação (principalmente relacionados à nutrição e estresse do indivíduo), como hipoglicemia, exercício, excitação e traumatismo. O hormônio também é liberado nas primeiras horas de sono profundo. O controle pelo hipotálamo é feito através da liberação de dois fatores: o hormônio de liberação do GH (GHRH), que é liberado pelo núcleo hipotalâmico ventromedial, e o hormônio inibitório do GH (GHIH ou somatostatina), liberado por outras áreas próximas do hipotálamo, que impede a resposta da adeno-hipófise ao GHRH. Há também o controle de secreção através da retroalimentação negativa das somatomedinas. Elas são produzidas quando o GH atua nos tecidos-alvo e inibem a secreção do mesmo, atuando diretamente na adeno-hipófise e estimulando a secreção de somatostatina. Por último, existe a retroalimentação negativa do próprio GH e GHRH, inibindo suas secreções e liberações; 3 Relação clínica: a deficiência de GH provoca, nas crianças, o retardo do crescimento, baixa estatura, obesidade discreta e puberdade tardia. Já o excesso do hormônio pode causar, pré-puberdade, gigantismo e, pós-puberdade, aumento do crescimento ósseo organomegalia e intolerância à lactose; Discussão sobre erros: um erro frequente entre atletas que fazem uso de GH é de achar que, usando o hormônio, deve-se aumentar o consumo de carboidratos. O uso do hormônio aumenta a disponibilidade de glicose no sangue, pois diminui o poder de resposta dos tecidos à ação da insulina, tornando desnecessário o aumento do consumo de carboidratos; Figura 1. Estímulos e ações do GH Fonte: http://www.qualibio.ufba.br/txt025.html 4 3. FICHA 2 – ADH Hormônio: hormônio antidiurético ou vasopressina; Classificação: nonapeptídio homólogo à ocitocina; Local de produção: armazenado na neuro-hipófise; tendo origem principalmente nos núcleos supraópticos do hipotálamo. Principais ações: regula a osmolaridade sérica através do aumento da permeabilidade da porção final dos túbulos distais e dos ductos coletores de água; Mecanismo de ação: aumenta a permeabilidade à água através da inserção de aquaporina 2 na membrana dos túbulos distais, mediada pela interação entre hormônio e o receptor V2, por um mecanismo de ação adenilciclase-AMPc. Também causa a constrição do músculo liso vascular através de receptor V1 e mecanismo de ação IP3/Ca2+. Controle de secreção: alguns dos fatores que aumentam a secreção de ADH são: osmolaridade sérica, diminuição do volume, dor, náusea, hipoglicemia, opiáceos, agentes antineoplásicos. Já os que diminuem a secreção são: diminuição da osmolaridade, etanol, ANP (peptídeo natriurético atrial), alfa- agonistas. Relação clínica: pode estar relacionado à polidipsia primária, ao diabetes insípido e a SIADH (síndrome de secreção inapropriada do ADH). Discussão sobre erro: o maior erro de fisiculturistas no pré-competição é a eliminação de carboidratos, sal e água da sua alimentação, juntamente ao uso de diuréticos, para ‘definição’ da musculatura e diminuição de peso corporal. Com a alteração de sódio e água no organismo, libera-se aldosterona e ADH, para a maior retenção de líquido possível. Isso causa edema e faz com que a forma física do atleta se altere no momento mais inoportuno, que é a hora da competição. 5 4. FICHA 3 – PROLACTINAE OCITOCINA 4.1 FICHA 3A – Ocitocina Hormônio: Ocitocina (OT); Classificação: polipeptídeo homólogo à vasopressina. Difere-se dessa apenas por 2 aminoácidos, o que justifica a ação antidiurética e vasoativa da ocitocina quando administrada em altas doses; Local de produção: sintetizado nos núcleos paraventricular e supra-óptico e armazenado na neuro-hipófise; Principais ações: Estimula a contração do útero grávido, reduz o sangramento pós-parto e promove a contração das células mioepiteliais dos alvéolos mamários para os ductos e daí para o lactente. Além disso, determina efeitos sistêmicos, como relaxamento da musculatura lisa vascular, redução da pressão arterial e taquicardia reflexa. Mecanismo de ação: Impulsos nervosos são transmitidos elos nervos somáticos das mamas até a medula da mulher e daí para o hipotálamo, para que esses possam estimular a secreção de ocitocina. Esta, por sua vez, é transportada pelo sangue até as mamas, onde estimula a contração das células mioepiteliais através do mecanismo de ação do IP3/Ca2+. Controle de secreção: o principal estímulo para a secreção de ocitocina é a sucção, mas o fato da mãe ver ou ouvir o lactente pode estimular os neurônios hipotalâmicos. A dilatação do útero e o orgasmo também aumentam a secreção desse hormônio. Relação clínica: A ocitocina é o principal hormônio utilizado para a indução do parto e é utilizada para prevenção e tratamento de hemorragia pós-parto. 6 Figura 2. Estrutura molecular da Ocitocina Fonte: http://qnint.sbq.org.br/qni/ 7 4.2 FICHA 3B – Prolactina Hormônio: Prolactina (PRL); Classificação: hormônio peptídico composto por 199 aminoácidos; Local de produção: adeno-hipófise, pelas células especializadas chamadas lactotrófos; Principais ações: lactogênese e galactopoiese, além da estimulação de desenvolvimento de tecido mamário e de seu aumento durante a gravidez. Sua produção também inibe a produção do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH); Mecanismo de ação: atua através do sistema Ras/MAPK, regulando a transcrição gênica de caseína e outras enzimas responsáveis pela produção do leite materno; Controle de secreção: a secreção de prolactina é inibida pela dopamina (em seu receptor D2), que passa a ser conhecida também como fator de inibição da prolactina – PIF -, secretada pelo hipotálamo. Com o efeito contrário, o TRH aumenta a secreção da prolactina. Um outro mecanismo de controle é o do feedback negativo do próprio hormônio, que inibe a sua secreção ao estimular a liberação de dopamina; Relação clínica: a deficiência de prolactina resulta na incapacidade de lactação; já seu excesso provoca galactorreia e diminuição da libido, falência da ovulação e amenorreia, uma vez que inibe a secreção de GnRH. 8 5. FICHA 4 – TRH, TSH, T3 E T4 5.1 FICHA 4A- TRH Hormônio: hormônio liberador de tireotropina (TRH); Classificação: hormônio peptídeo; Local de produção: núcleo paraventricular (NPV) e secretado por terminações nervosas na eminência mediana do hipotálamo; Principais ações: é o hormônio liberador de TSH Mecanismo de ação: o mecanismo molecular pelo qual o TRH induz a produção de TSH pelas células da hipófise anterior consiste na sua ligação a receptores de membrana (TRH-R) dos tireotrófos, que pertencem a família de receptores acoplados à proteína G. Após a interação do hormônio e do receptor, a pGq é ativada e estimula a atividade da fosfolipase C que, por hidrólise de PIP2 leva a formação de IP3 e DAG. Esse mecanismo faz com que a concentração de Ca2+ intracelular seja aumentada, causando a exocitose das vesículas que contém TSH. Controle de secreção: um dos estímulos mais conhecidos para o aumento da liberação de TRH é a exposição ao frio, devido à necessidade do aumento da taxa do metabolismo basal. Seu feedback negativo é controlado pelo hormônio T3 circulante e pela somatostina. Relação clínica: 9 5.2 FICHA 4B – TSH Hormônio: tireotropina, tireotrofina ou hormônio estimulador da tireoide (TSH); Classificação: hormônio glicoproteico; Local de produção: adeno-hipófise, em células especializadas denominadas tireotrófos; Principais ações: o TSH participa de todas as etapas da biossíntese de hormônios tireoidianos. Um dos seus efeitos na célula folicular é a estimulação da captação de iodo (por estimular o transportados NIS); também eleva a atividade da bomba sódio-potássio; estimula a transcrição da tireoglobulina; a ativação da enzima peroxidase; facilita a endocitose do colóide; aumenta a quantidade de lisossomos na célula tireoidiana; induz o aumento da glândula tireoide como um todo, pois promove o aumento do número de células foliculares; além de aumentar a vascularização da glândula; Mecanismo de ação: ele interage com receptores de membrana das células foliculares tireoidianas, ativando tanto a via de sinalização da pGs (adenilcilase- AMPc), quanto a da pGq (fosfolipase C). Essas vias fosforilam proteínas nucleares, induzindo a expressão de genes como o da tireoglobulina (Tg); Controle de secreção: é estimulada pelo TRH e inibida pela somatostatina (SS) e pela dopamina (DA). Contudo, o maior regulador dessa secreção é o T3, pois, na presença de concentração elevada deste, observa-se a diminuição de TSH mesmo após administração de TRH. Outros reguladores menos controladores, mas que auxiliam nessa secreção são os glicocorticoides e os estrógenos, através de mecanismos que envolvem o aumento ou diminuição de expressão de receptores de membrana para TRH; Relação clínica: a elevação crônica de TSH leva hipertrofia da glândula tireoide. Sua elevada taxa também pode indicar hipotireoidismo (devido à diminuição da inibição por feedback na adeno-hipófise, por baixos níveis de hormônio tireoidiano). 10 5.3 FICHA 4C - T3 e T4 Hormônio: tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4); Classificação: iodotironinas; Local de produção: colóide folicular da glândula tireoide; Principais ações: exercem importante papel na termogênese, aceleram a diferenciação do pré-adipócito em adipócito, ajuda na síntese de colesterol, tanto a síntese como a degradação proteicas são estimuladas pelos hormônios tireoidianos (HT), intensifica a glicogenólise e a gliconeogênese, potencializa a ação da insulina na utilização da glicose, facilita a síntese do glicogênio, a síntese das GLUTs (transportadores de glicose). Apresenta aumento no efeito cronotrópico e inotrópico cardíacos. Os HT tem efeito direto na remodelação óssea; aumentam a eritropoiese, o metabolismo basal das células e o clearance de fármacos. Mecanismo de ação: o HT entra na célula e se liga ao seu receptor nuclear, que se encontra ligado a regiões específicas do DNA do gene alvo, denominadas TER (elemento responsivo à hormônio tireoidiano). Após, é ativado o complexo de regulação ou inativação da transcrição desse gene. Controle de secreção: existem três mecanismos de controle da secreção: 1) o controle hipotalâmico-hipofisário, onde o TRH estimula TSH que por sua vez, estimula tanto a síntese quanto a excreção dos HT; 2) as imunoglobulinas tireoestimulantes. Relação clínica: os dois hormônios tem íntima relação com o hipotireoidismo e o hipertireoidismo.11 6. FICHA 5 – CALCITONINA, PTH E VITAMINA D 6.1 FICHA 5A – CALCITONINA Hormônio: calcitonina Classificação: hormônio peptídico; Local de produção: células parafoliculares (ou células C) da glândula tireoide; Principais ações: tende a diminuir a concentração sérica de cálcio; Mecanismo de ação: o mecanismo imediato consiste em diminuir as atividades absortivas dos osteoblastos. O segundo mecanismo (mais demorado) consiste em diminuir a formação de novos osteoclastos, seguido por números reduzidos de osteoblastos. Controle de secreção: o principal estímulo para a secreção de calcitonina é a alta concentração sérica de cálcio. Relação clínica: a relação clínica mais importante do cálcio é, na verdade, com o paratormônio, pois o efeito deste é mais acentuado que o da calcitonina no controle do íon. 12 6.2 FICHA 6B - PTH Hormônio: paratormônio (PTH) ou hormônio paratireoideo; Classificação: hormônio peptídico; Local de produção: paratireoide; Principais ações: remoção dos sais ósseos (cálcio e fosfato), ativação dos osteoclastos e formação de novos osteoclastos, diminuição da reabsorção tubular proximal de fosfato, sódio, potássio e aminoácidos e aumento da reabsorção tubular renal de cálcio, magnésio e hidrogênio; aumenta acentuadamente a absorção intestinal de cálcio e fosfato. Mecanismo de ação: grande parte do efeito do PTH sobre os órgãos-alvo é mediado pelo AMPc. Dentro de alguns minutos após a aplicação de PTH, os níveis do segundo mensageiro aumenta nos osteócitos, osteoclastos, onde é responsável pela secreção osteoclástica de enzimas, por exemplo. Controle de secreção: a mais baixa diminuição na concentração plasmática de cálcio determina o aumento da secreção de PTH e pode ditar a hipertrofia das glândulas, se essa diminuição permanecer por muito tempo. O contrário também acontece, hipotrofia das glândulas pelo aumento da concentração de cálcio. Relação clínica: a baixa produção de PTH pode ser consequência de hipoparatireoidismo e a baixa concentração de cálcio pode causar tetania, representando perigo de morte ao paciente. Já o hiperparatireoidismo causa extrema atividade osteoclástica nos ossos, podendo causar doenças ósseas. 13 6.3 VITAMINA D Hormônio: 1,25-dihidroxivitamina D, vitamina D3 ou colecalciferol Classificação: hormônio esteroide Local de produção: sua forma inativa (pré-vitamina D) é produzida na derme e epiderme, pela ação dos raios UVB. Principais ações: sua principal ação é manter os níveis séricos e extracelulares de cálcio estáveis. Sua ação mais esclarecida é estimular o transporte ativo de cálcio da luz duodenal para o sangue. Também aumenta a absorção de fósforo pelo intestino, ajuda na manutenção da massa óssea, participa d amaturação do colágeno, inibe a proliferação de queratinócitos e fibroblastos (ação parácrina). Mecanismo de ação: A vitamina D3 é transportada pelas proteínas carreadoras até as células-alvo, onde se liga ao seu receptor, usualmente no citoplasma (mas que pode estar no núcleo) e regula a transcrição gênica. Controle da secreção: a concentração da vitamina é afetada pela concentração sérica de cálcio (ele exerce ligeira inibição na enzima conversora, que participa do processo de criação da VitD); outro fator e a relação cálcio-PTH-VitD: na presença de concentrações baixas de cálcio, o PTH promove a conversão do calciferol nos rins. Relação clínica: em crianças, a hipovitaminose pode causar raquitismo, que é a mineralização inadequada dos ossos durante o crescimento. Já no adulto, essa deficiência da mineralização óssea se chama osteomalácia. Na hipervitaminose (ingerida, não causada por exposição excessiva ao sol), há a presença de náuseas, perda de apetite, câimbras e, mais grave, hipercalcemia. 14 7. FICHA 6 – INSULINA E GLUCAGON 7.1 FICHA 6A – INSULINA Hormônio: Insulina; Classificação: hormônio peptídico; Local de produção: células beta das Ilhotas de Langerhans, no pâncreas; Principais ações: reduz o nível de glicemia, pelo aumento da captação de glicose, pela formação de glicogênio e pela diminuição da gliconeogênese; diminui as concentrações sanguíneas de ácidos graxos, cetoácidos, aminoácidos e do íon potássio. Mecanismo de ação: o receptor de insulina é um tetrâmero com 4 subunidades: duas alfa (extramembrana) e duas beta (transmembrana). As sununidades beta tem ação de tirosinaquinase (TK). Quando a insulina liga-se a seu receptor, a TK autofosforila as sub-beta, que fosforilam proteínas intracelulares. Controle de secreção: o nível de glicemia constitui-se no principal fator que regula a secreção da insulina: quando está aumentado, estimula a secreção do hormônio. Os hormônios gástricos liberados após refeições também causam a elevação da insulina, como um mecanismo “antecipatório”, para que a glicose da comida ingerida seja absorvida. O glucagon, o GH, o cortisol são outros hormônios que aumentam a secreção de insulina. Também, em certas situações, estimulações do SNA parassimpáticos podem aumentar a secreção do hormônio. Relação clínica: a deficiência de insulina pode causar hiperglicemia. A liberação aumentada de qualquer um dos hormônios cortisol, GH e glucagon pode causar exaustão das células beta produtoras de insulina, podendo levar a diabetes melito. 15 7.2 FICHA 6B – GLUCAGON Hormônio: glucagon; Classificação: hormônio peptídeo; Local de produção: células alfa das ilhotas de Langerhans, no pâncreas; Principais ações: o efeito mais notável do glucagon é a sua capacidade de aumentar glicemia através da glicogenólise no fígado (efetiva por um mecanismo da AC/AMPc). O glucagon também promove o aumento da captação de aminoácidos pelas células hepáticas, seguido da gliconeogênese nessas células. Além disso, ele causa a ativação das lipases das células adiposas; aumento da força do coração; aumento do fluxo sanguíneo em alguns tecidos; aumento da secreção da bile e inibição da secreção do suco gástrico. Mecanismo de ação: o glucagon age por um mecanismo de ação mediado por segundo mensageiro cíclico, ativado pela adenilato-ciclase. Controle de secreção: a variação da glicemia constitui o principal fator regulador da secreção de glucagon no organismo, numa ordem inversamente proporcional (aumento da glicemia – diminuição da liberação do glucagon). O aumento dos aminoácidos (sobretudo alanina e arginina) no sangue, também estimula a liberação do hormônio. O exercício também causa o aumento na concentração plasmática de glucagon. A somatostatina inibe a secreção de glucagon, atuando diretamente nas ilhotas de Langerhans. Relação clínica: a hiperglucagonemia é causada pela ausência ou deficiência da influência da insulina na secreção de glucagon. 16 8. FICHA 7 – CRH, ACTH, CORTISOL, ALDOSTERONA 8.1 FICHA 7A – CRH Hormônio: hormônio liberador de corticotrofina (CRH); Classificação: hormônio peptídico; Local de produção: núcleo paraventricular do hipotálamo; Principais ações: estimula a liberação da corticotrofina pela adeno-hipófise. Mecanismo de ação: O CRH exerce sua ação ao se ligar ao seu receptor de membrana celular acoplado à proteína G, acumulando AMP cíclico e o influxo de cálcio. Este processo ativa a fosforilação da proteína quinaseresultando no aumento de transcrição do gene do ACTH. Controle de secreção: A secreção do CRH, é controlada por, pelo menos, dois tipos de estímulos: o estresse e o relógio biológico, responsável por todo ritmo circadiano do organismo. O próprio nível elevado de cortisol na circulação proporciona a inibição da liberação de CRH. Relação clínica: o aumento de secreção do CRH é a origem, em tese, da depressão sombria, provavelmente decorrente da desordem de neurônios produtores do hormônio. 17 8.2 FICHA 7B – ACTH Hormônio: hormônio adenocorticotrófico ou corticotrofina; Classificação: hormônio peptídico; Local de produção: adeno-hipófise; Principais ações: o ACTH age estimulando o córtex da glândula suprarrenal, para a produção e liberação de cortisol. Mecanismo de ação: o ACTH age a partir do mecanismo da proteína Gq, que age ativando a fosfolipase C, que quebra o PIP2 em IP3 e DAG, aumentando a concentração sérica de Cálcio e despolarizando a célula. Controle de secreção: o ACTH é controlado positivamente pelo CRH, e tem seu mecanismo de autorregulação pela baixa do cortisol. Relação clínica: O aumento do ACTH provoca uma hiperfunção das glândulas suprarrenais e pode provocar depressão. 18 8.3 FICHA 7C – CORTISOL Hormônio: cortisol Classificação: glicocorticoide; Local de produção: zona fasciculada do córtex adrenal; Principais funções: estimulação da gliconeogênese, diminuição da utilização da glicose pelas células, elevação da glicemia, redução da proteína celular, aumento das proteínas hepáticas e plasmáticas, aumento dos aminoácidos sanguíneos, mobilização dos ácidos graxos, impede o desenvolvimento da inflamação, bloqueia a resposta inflamatória às reações alérgicas. Mecanismo de ação: exerce seu efeito ao interagir com receptores intracelulares existentes na célula alvo. Por ser lipossolúvel, ele difunde-se pela membrana celular. O complexo formado no citosol interage com pedaços específicos de DNA e regula a transcrição de vários genes, alterando a síntese de mRNA. Controle de secreção: o cortisol é estimulado pelo ACTH, mas exerce efeito inibidor sobre hipotálamo e hipófise, diminuindo os níveis de ACTH, numa espécie de feedback negativo. Relação clínica: pode provocar a síndrome de Cushing, aumento desproporcional de cortisol, com o aumento do estresse e, possivelmente, ganho de peso 19 8.4 FICHA 8D – ALDOSTERONA Hormônio: aldosterona; Classificação: mineralocorticoide; Local de produção: zona glomerulosa do córtex da adrenal; Principais funções: a aldosterona aumenta a reabsorção de sódio e a secreção de potássio pelos túbulos renais, pode aumentar o volume do LEC e da pressão arterial, estimula o transporte de sódio e potássio nas glândulas salivares, sudoríparas e células epiteliais intestinais. Mecanismo de ação: por ser lipossolúvel, atravessa a membrana celular e se liga a proteínas específicas, o complexo se difunde para o núcleo onde regula porções específicas do DNA para formar um ou mais tipos de mRNA. Controle de secreção: a regulação da aldosterona está profundamente ligada a concentração de eletrólitos no líquido extracelular; volume do líquido extracelular; volume sanguíneo e pressão arterial. Relação clínica: Hiperaldosteronismo causa pressão alta. 20 9. REFERÊNCIAS AIRES, Margarida de Mello. Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. ANTUNES-RODRIGUES, José. Neuroendocrinologia Básica e Aplicada. Ribeirão Preto, São Paulo: Guanabara Koogan, v. 1, n. 1, p. 250-261, 2005. Disponível em: <http://rfi.fmrp.usp.br/pg/fisio/cursao2012/recneuroendo.pdf>. Acesso em: 20 Maio 2015. AYALA, Alejandro R. Antagonistas do hormônio liberador da corticotrofina: atualização e perspectivas. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia Metabólica, São Paulo, v. 46, n. 6, p. 619-625, Dec. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004- 27302002000600004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 24 Maio 2015. CALDWELL, H. K.; YOUNG, W. S.. Oxytocin and Vasopressin: Genetics and Behavioral Implications. In: LIM, Ramon (Org.). Handbook of neurochemistry and molecular neurobiology. Nova York: Springer Verlag NY, 2006. Cap. 25. p. 574-593. 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