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Facebook Prof Mauro Argachoff Twitter @MauroArgachoff 2 Aborto – forma qualificada • Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. - trata-se de causa de aumento - Não se aplica ao art. 124 - preterdolo. 3 Aborto legal • Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário (ou terapêutico) I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Se não for praticado por médico poderá ser reconhecido o estado de necessidade Aborto no caso de gravidez resultante de estupro (sentimental ou humanitário) II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. (Portaria MS 1145/2005). 4 Aborto legal • Anencefalia: STF (decisão de abril de 2012) desnecessidade de autorização judicial. - Regulamentação pelo Conselho Federal de Medicina pela Resolução 1989/12. Aborto eugenésico: exames demonstram que a criança nascerá com alguma anomalia (ex. Down, falta de membro, etc) – é crime. 5 Lesão corporal • Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. -Dolo: Animus laedendi ou animus vulnerandi. -Sujeitos ativo e passivo (crime comum). Feto (ministrar medicamento para deformidade – fato atípico). -Ação penal: pública condicionada na leve e culposa e incondicionada nas demais formas. -Autolesão: não é punida (art. 171, § 2º CP). -Elemento subjetivo: Dolo, culpa e preterdolo. 6 Lesão Corporal • Consumação: com a ofensa a integridade corporal ou saúde. Exame de corpo de delito. • Tentativa: possível. Distinção de vias de fato (art. 21 da LCP) • Algumas hipóteses: - corte de cabelo ou barba: lesão corporal leve/vias de fato/injúria real (art. 140, §2º, do C.P.). - Dor (Código Penal de 1890 previa) - Equimoses: rompimento de tecidos - Eritemas: deslocamento sanguínio/vermelhidão. 7 Lesão Corporal • Cirurgia de emergência: estado de necessidade de terceiro. • Cirurgia terapêutica/estética: autorização do paciente. Exercício regular de direito. • Lesão causada no esporte: exercício regular de direito. • Consentimento do ofendido Integridade física como bem relativamente disponível (bons costumes) 8 Lesão Corporal Lesão corporal de natureza grave § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias (aspecto funcional e não apenas econômico). Consuma-se no momento da lesão. II - perigo de vida (preterdolo/ tem que ser decorrente da lesão/ tem que ser informado, no laudo, em que consistiu o perigo. Morte provável e não apenas possível ); 9 Lesão corporal de natureza grave III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; -Membro inferiores e superiores. -Sentido (visão, audição, olfato, paladar e tato) -Função -Permanência: não é perpetuidade. IV - aceleração de parto (impropriedade do termo/ conhecimento da gravidez): Pena - reclusão, de um a cinco anos. 10 Lesão Corporal • Natureza gravíssima (inexistência do nomen iuris) § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; -Trabalho genérico e não específico. Crítica que o tipo torna-se praticamente inaplicável. II - enfermidade incurável - AIDS (Tentativa de homicídio ou lesão corporal?) 11 Lesão Corporal Gravíssima III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; -Mutilação: ação do agente -Amputação: intervenção cirúrgica. -Inutilização: membro permanece ligado ao corpo. IV - deformidade permanente; - Impressão vexatória/visível, de certa proporção. V – aborto (conhecimento da gravidez/preterdolo): Pena - reclusão, de dois a oito anos. 12 Lesão corporal seguida de morte § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos - Preterdolo • Vias de fato com resultado morte (homicídio culposo). • Homicídio culposo (conduta não se dirige ao delito). 13 Diminuição de pena • § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. • Lesão corporal privilegiada • Artigo 121, § 1º CP • Lesões graves, gravíssimas e seguidas de morte. • Lesões leves – art. 129, §5º 14 Substituição da pena • § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; II - se as lesões são recíprocas. - Lesão leve privilegiada 15 Lesão corporal culposa • § 6° Se a lesão é culposa: Pena - detenção, de dois meses a um ano -Gravidade das lesões (art. 59 do C.P.) -Ação penal: pública condicionada -Se decorrente de violência doméstica contra a mulher: pública incondicionada (STF). -CTB: art. 303 pena de seis meses a dois anos. 16 Aumento de pena • § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. • § 4º do art. 121.No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos • § 6o do art. 121. A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio 17 Perdão Judicial • § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. (Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequencias da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária) 18 Violência Doméstica • § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos -Não existe um crime chamado violência doméstica. - Trata-se de lesão dolosa leve qualificada pela violência doméstica. 19 Violência Doméstica - § apenas aplicável em caso de lesão leve. -Qualquer pessoa descrita, independentemente de coabitação (1ª parte) -Qualquer pessoa com quem coabite, não precisando ser as descritas no tipo (2ª parte) 20 Violência Doméstica • § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). • Lesão grave, gravíssima e seguida de morte. 21 Violência Doméstica • § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. • Deficiência física e mental 22 Lesão Corporal § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes dosistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços Perigo de Contágio Venéreo (Periclitação da vida e da saúde) Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. - crime de perigo abstrato: a lei presume sempre que houver relação sexual ou qualquer ato libidinoso com portador de doença. Há quem entenda ser concreto. - -moléstia não precisa ser grave. - Crime de ação vinculada: atos sexuais - Norma penal em branco: regulamento do Ministério da Saúde. - AIDS: não é moléstia venérea. 24 Perigo de Contágio Venéreo - Estupro: se souber ser portador e NÃO transmitir a moléstia, haverá concurso formal. Se transmitir responde por estupro com aumento de pena (art. 234-A, IV do CP) Elemento subjetivo: dolo direto “de que sabe” e dolo eventual “deve saber”. Parte da doutrina entende como culpa. Consumação: momento da relação, independentemente da transmissão. Se ocorrer o contágio: responde pelo art. 130 caput pq tem pena maior que a lesão corporal. Entendimento em contrário. 25 Perigo de Contágio Venéreo § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. - Crime de perigo com dolo de dano E se transmitir? Depende do resultado. Se lesão leve, esta fica absorvida. Se grave ou gravíssima, estas absorverão o art. 130. § 2º - Somente se procede mediante representação 26 Perigo de contágio de moléstia grave Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa - Crime de perigo concreto: prova de que o ato praticado era capaz de provocar o contágio. - Crime de ação livre. - Moléstia venérea grave: aplica-se o tipo se o perigo de contágio não decorrer de ato sexual. - Sujeito ativo: pessoa contaminada. - Sujeito passivo: qualquer pessoa a não ser que seja vacinada. 27 Perigo de contágio de moléstia grave - Consumação: com o ato capaz de contagiar. Independe da transmissão. - Elemento subjetivo: “com o fim” - dolo direto. Não admite culpa. Se transmitir haverá lesão culposa. - Moléstia letal: tentativa de homicídio ou homicídio. - Se ocorrer a transmissão: se ocorrer lesão leve, responde somente pelo art. 131. Se grave, gravíssima ou seguida de morte, responderá por essas, que absorvem o art. 131. - Ação penal: pública incondicionada. 28 Perigo para a vida ou saúde de outrem Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. - Crime de perigo concreto. - Crime de ação livre. - Forma omissiva: possível (não fornecer material de segurança). - Dolo de perigo. Se dolo de dano haverá tentativa de lesão ou tentativa de homicídio. - Comportamentos sociais aceitos: fato atípico. - ... 29 Perigo para a vida ou saúde de outrem - Sujeito passivo: pessoa certa e determinada- crime de perigo individual (indeterminada: crime de perigo comum – art. 250 e segs. do CP). - Disparo de arma de fogo: Se em local habitado ou via pública: art. 15 do Estatuto do desarmamento; Local absolutamente desabitado com intensão de expor a vitima a risco: art. 132 do CP. Sem intenção de expor a vitima a risco: fato atípico. 30
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