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slides direito penal - extradicao

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Direito Penal I
Elizon Medrado
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 	EXTRADIÇÃO, DEPORTAÇÃO E EXPULSÃO
EXTRADIÇÃO
 	1 – Conceito: extraditar significa entregar a outro país um indivíduo, que se encontra refugiado, para fins de ser julgado ou cumprir a pena que lhe fora imposta. É, em outros termos, o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso à justiça de outro país, competente para julgá-lo e puni-lo.
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 2 – Espécies de Extradição:
a) Ativa: em relação ao Estado que a reclama
b) Passiva: em relação ao Estado que a concede
c) Voluntária: quando há anuência do extraditando
d) Imposta: quando há oposição do extraditando
e) Reestradição: ocorre quando o Estado que obteve a extradição (requerente) torna-se requerido por um terceiro Estado, que solicita a entrega da pessoa extraditada.
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 	3 – Fontes da Extradição: as fontes legislativas relativas à extradição são a Lei nº 6.815/80, alterada pela Lei nº 6.964/81 – reconhecida como Estatuto do Estrangeiro, e o Decreto nº 86.715/81, além do disposto no art. 22, inciso XV, da Constituição. Em meados do século XX sustentava-se que se não houvesse lei ou tratado não se poderia conceder a extradição e que a reciprocidade e o direito costumeiro , por si sós, não autorizavam a entrega do infrator estrangeiro. Entretanto, constata-se que o princípio da reciprocidade assumiu a condição de dispensar a existência de lei ou tratado para viabilizar a extradição.
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 4 – Princípios e condições da Extradição
a) Princípio da Legalidade: por esse princípio não haverá extradição se o crime imputado ao extraditando não estiver especificado em tratado ou convenção internacional (art. 91, I, da Lei nº 6.815/80). Cede espaço ao princípio da reciprocidade
b) Princípio da Especialidade: significa que o extraditando não poderá ser julgado por fato diverso daquele que motivou a extradição.
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 c) Princípio da Identidade da norma: o fato que originou o pedido de extradição deve consistir em crime também no país ao qual a extradição foi solicitada (art. 77, II, do Estatuto do Estrangeiro)
d) Princípio da Comutação: a extradição concedida pelo Brasil é condicionada à não aplicação da pena de morte, prisão perpétua ou pena corporal. Se o país que a requerer tiver a cominação de tais penas para o delito imputado, terá que comutá-las (substituí-las) em pena privativa de liberdade (art. 91, III, do EE).
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	e) Princípio da Jurisdicionalidade: pretende impedir que o extraditando seja julgado, no país requerente, por Tribunal ou Juízo de Exceção (art. 91, VIII, do EE).
 	f) Princípio “non bis in idem”: há dois aspectos a considerar: em primeiro lugar, um conflito positivo de competência, que impede a concessão de extradição quando o Brasil for igualmente competente para julgar o caso; em segundo lugar, a necessidade de assumir a obrigação comutar o tempo de prisão que foi imposta o Brasil, em decorrência de pedido de extradição(art. 91, II, do EE).
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 	f) Princípio da Reciprocidade: a extradição institui-se basicamente sobre o princípio da reciprocidade, que convém a dois Estados soberanos, especialmente por dois aspectos: de um lado porque o delito deve ser punido na comunidade onde ele foi praticado, e, de outro lado, porque expulsa do território nacional um delinquente, naturalmente indesejável, que um Estado estrangeiro deseja julgar e punir. (art. 76, do EE).
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	5 – Requisitos para a concessão de Extradição
a) Exame prévio pelo Supremo Tribunal Federal: pela Constituição, a decisão jurídica sobre a concessão de extradição compete ao plenário do Supremo Tribunal Federal (decisão irrecorrível)
b) Existência de Convenção ou Tratado firmado com o Brasil ou, na sua falta, o oferecimento de reciprocidade. Obs: havendo conflito entre tratado e lei interna, prevalece a lei interna.
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	c) Existência de sentença final condenatória ou decreto de prisão cautelar: é indispensável que a sentença condenatória imponha pena privativa de liberdade, pois a condenação a pena alternativa não autoriza a extradição.
 	d) Ser o extraditando estrangeiro: a Constituição Federal não permite a extradição de brasileiro, nato ou naturalizado. No caso do naturalizado há, no entanto, duas exceções: a) ter sido obtida após o fato que motivou o pedido; b) quando for comprovado o envolvimento de naturalizado com tráfico de drogas (art. 5º , LI, da CF e 77, I, do EE).
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 	6 – Limitações à Extradição: o princípio geral de que toda pessoa pode ser extraditada sofre algumas limitações. A principal delas é a da não extradição de brasileiros natos. Por outro lado, o brasileiro naturalizado pode ser extraditado quando obtida a extradição após o fato que motivou o pedido e quando for comprovado seu envolvimento com tráfico de drogas
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 Deportação
 
 	Entre as formas coercitivas de retirada do estrangeiro do Brasil, temos a deportação, regulada nos artigos 57 a 64 da Lei 6815/80 e artigos 98 e 99, do respectivo Decreto de regulamentação. 
 	A deportação consiste em fazer sair do território brasileiro o estrangeiro que nele tenha entrado clandestinamente ou nele permaneça em situação de irregularidade legal, se do País não se retirar voluntariamente dentro do prazo que lhe for fixado (art. 57).	
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 	Segundo estabelece o art. 98, do Decreto 86.715/81, o estrangeiro que entrou ou se encontra em situação irregular no país, será notificado pela Polícia Federal, que lhe concederá um prazo variável entre um mínimo de três e máximo de 8 dias, conforme o caso, para retirar-se do território nacional. Se descumprido o prazo, o Departamento de Polícia Federal promoverá a imediata deportação. Vale ressaltar que a deportação só ocorrerá se o estrangeiro não se retirar voluntariamente depois de haver recebido a notificação da autoridade competente.
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Expulsão
 
 	A expulsão do estrangeiro que se encontre em território brasileiro está disciplinada na Lei 6815/80, nos artigos 65 a 75 e no Decreto 86.715/81, art. 100 a 109. 
 	O artigo 65 (Lei 6815/80) determina: “É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranqüilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais”.

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