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AULA 5.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
AULA 5.
I - Temas da aula: 
Continuação do processo de conhecimento
Provas
Audiência
Tentativa obrigatória de conciliação
II – Aula
Provas: são instrumentos processuais consideradas pelo ordenamento jurídico como aptos para demosntração da veracidade dos fatos alegados.
Todos meios legais de prova bem como os moralmente legítimos ainda que não especificados são hábeis a demonstrar a verdade dos fatos.
O objeto da prova são os fatos e não o direito. O direito o juiz sabe ( jura novit cúria), pois tem obrigação de conhecer o direito federal. Contudo poderá ser produzida prova em relação ao direito municipal, estadual, distrital estrangeiro e consuetudinário, determinando que a parte faça a prova (art 337 do CPC)
No processo a doutrina menciona que, os seguinte direitos serão objeto de prova: convenção coletiva, acordo coletivo, tratados e convenções internacionais, regulamentos da empresa, usos e costumes,leis municipais, estaduais e distritais.
Os fatos a serem provados deve ser os fatos relevantes, pertinentes e controvertidos. Alguns fatos não dependem de prova (art 334 do CP)I - notórios;II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;III - admitidos, no processo, como incontroversos;IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
Ônus da prova: a quem compete o que provar? Art 818 da CLT e 333 do CPC. A prova das alegações incumbe a quem a faz, aplicando-se subsidiariamente o CPC art 333. Dessa forma cabe ao autor provar o fato constitutivo de seu direito ao réu o fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Inversão do ônus da prova: 1 – CARTÕES DE PONTO - a regra geral é que a prova da jornada de trabalho cabe ao empregador que juntando os cartões de ponto transfere o ônus da prova da comprovação das horas extras alegadas ao empregado (inciso I da SUMULA 338 DO TST). Contudo os cartões de ponto que demonstrem o horário de entra e saída uniforme (denominada jornada britânica) são inválidos como meio de prova, invertendo o ônus ao empregador de provar ao empregador de que o empregado não fez as horas extras alegadas (inciso III da SUMULA 338 DO TST) 2 – TERMINO DO CONTRATO DE TRABALO – o onus de provar o termino do contrato de trabalho quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois, o principio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favoravela o empregador (SUMULA 212 DO TST)
A inversão do ônus da prova encontra respaldo nos seguintes fundamentos: facilitação da defesa e doa cesso do trabalhador a justiça, promoção da legislação trabalhista social; muitas vezes o empregado tem grande dificuldade de produzir provas poque a amioria delas encontra-se em poder do empregador.
Finalidade principal da prova é o convencimento do Magistrado. E a finalidade secundaria e convencer a parte contraria.
Provas em espécie:
Prova testemunhal – é a mais importante do processo do trabalho tendo em vista o principio da primazia da realidade sobre a forma, em que o confronto entre a verdade real dos fatos e a verdade formal prevalecerá a real. Principais características da prova testemunhas: 
Limite legal de numero de testemunhas: procedimento ORDINARIO 3 testemunhas, art 821 da CLT – procedimento SUMARISSIMO 2 testemunhas; procedimento especial INQUERITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE 6 testemunhas 
Testemunha suspeita: o fato da testemunha estar litigando ou ter litigado contra o mesmo empregador não a torna suspeita. Todavia é bom frisar que se o juiz verificar uma troca de favores haverá a presunção de suspeição da testemunha - SUMULA 357 DO C.TST)
As testemunhas comparecerão independentemente de intimação quer seja o procedimento ordinário, sumario ou sumaríssimo ou ainda especial
Se a testemunha convidada a comparecer para depor no dia esta não se apresenta há uma diferença entre o rito ORDINARIO e o rito SUMARISSIOMO: No rito ORDINARIO as testemunhas que não comparecerem serão intimadas de oficio ou a requerimento da parte ficando sujeitas a condução coercitiva e multa, assim deve a parte em audiência ter em mãos os nomes e endereços dessas para serem intimadas se não dispuserem o juiz dará prazo. No rito SUMARISSIMO somente será deferida a intimação da testemunha que comprovadamente foi convidada e deixar de comparecer. Essa prova do convite pode ser um telegrama com, uma carta com a.r ou uma notificação simples com recibo da testemunha.
Assim não há deposito prévio de rol de testemunha no processo do trabalho.
Toda testemunha antes de prestar compromisso será qualificada: indicando nome, documento de RG, estado civil, endereço e se empregado o tempo de serviço prestado ao empregador. OBS: a contradita deve ser feita depois da qualificação e antes do compromisso (art 414 do CPC). Outra coisa, se a testemunha negar os fatos da contradita pode se fazer prova em contrario deste por documento ou testemunhas (no máximo 3 testemunhas) apresentadas no ato e inquiridas em separado
Os depoimentos das testemunhas serão resumidos em ata art 828 da CLT
As testemunhas que não souberem falar o idioma nacional será feita a inquirição por meio de interprete nomeado pelo juiz do trabalho
As testemunhas que forem a juízo depor não poderão sofrer qualquer desconto em seu salário, pois, estão contribuindo com a Justiça prestando um serviço publico. Além disso, é uma causa de interrupção do contrato de trabalho nos termos do art 473, VIII da CLT.
Prova pericial: quando a demonstração dos fatos depender de conhecimentos técnicos especializados haverá prova pericial. Principais características da prova pericial:
A pericia será realizada por perito designado pelo juiz do trabalho que de fixará prazo para a entrega do laudo. Podem as partes indicar assistentes técnicos.
O magistrado poderá argüir os peritos e os assistentes
Os honorários periciais serão arcados pela parte sucumbente da pretensão do objeto da prova, salvo se beneficiária da assistência judiciária gratuita.
É comum a determinação do magistrado pelo deposito de honorários prévios, sempre a cargo da reclamada, todavia o TST entende essa exigência ilegal dada a incompatibilidade com o processo do trabalho. Essa decisão pode ser atacada por meio de mandado de segurança já que não cabe qualquer recurso contra atos de decisão interlocutória (OJ 98 da SDI –II).
Se houver pedido de insalubridade ou periculosidade a pericia é obrigatória segundo o art 195 § 2º da CLT. Mesmo que a reclamada seja revel o haja confissão ficta mesmo assim para condenar nessas verbas ou nesses adicionais deve haver obrigatoriamente pericia. Se o juiz julgar esses pedidos sem pericia a parte que sucumbiu deve recorrer via recurso ordinário requerendo nulidade de sentença por cerceamento de defesa ocasião em que o tribunal ira acolher a pretensão decretar nula a sentença o retorno dos autos a instancia inferior com a reabertura da instrução para a produção de prova pericial
Prova documental: é o meio probatório que tem por objetivo a prova material da existência de um fato. Características da prova documental:
O documento oferecido para prova poderá ser declarado autentico pelo próprio advogado sob sua responsabilidade pessoal. Impugnada a autenticidade da copia a parte que a produziu será intimada para apresentar copias devidamente autenticadas ou trazer as originais. Assim pode ser juntado copia simples de documento.
As anotações feitas pelo empregador na carteira de trabalho não geram presunção absoluta mas relativa (SUMULAS 12 DO TST e 225 DO STF)
Empresa com mais de 10 funcionários deve apresentar cartões de ponto em caso de pedido de horas extras. A não apresentação acarretará a veracidade da jornada apontada pelo Reclamante. (SUMULA 338, I DO TST)
O momento oportuno para apresentação da prova documental PELO RECLAMANTE com a INICIAL e PELA RECLAMADA com a DEFESA. (ART 787 E 845 DA CLT E396 DO CPC). Apesar disso é licito as partes em qualquer tempo juntar documentos novos,quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados em inicial e defesa, ou para contrapor os que foram produzidos nos autos (art 397 do CPC) OBSERVAÇÃO IMPORTANTE – JUNTADA DE DOCUMENTO EM FASE RECURSAL???? O TS admite somente se provado o justo impedimento da juntada outrora ou quando se referir a fato posterior a sentença.
Audiência: art 813 a 817 da CLT – 
É publica em apreço ao principio da publicidade insculpido em nossa CF art 5º inciso LX
Realizada em dias uteis previamente fixados
Realizada na sede do juízo no horário das 8h as 18h
Limite temporal: não podem ultrapassar 5 horas seguidas sal quando houver matéria urgente
Tolerância que as partes deverão ter em relação ao atraso do juiz do trabalho no comparecimento ao local da audiência: 15 minutos após a hora marcada, ultrapassando esse limite a CLT autoriza a retirada das partes, devendo o ocorrido constar no livro de registro das audiências (essa regra não se aplica para atraso de pauta, ou seja, se o juiz esta no local e o horário da audiência atrasa por causa das demais audiências não se aplica essa regra)
A realização de audiência sem a presença de advogado não enseja nulidade e não é motivo para adiamento desta, pois, no processo do trabalho vigora o jus postulandi art 791 da CLT.
Vem prevalecendo que o juiz não pode ter tolerância com o atraso com qualquer das partes no comparecimento a audiência conforme OJ 245 do TST.
Audiência UMA E FRACIONAMENTO: o art 849 da CLT aduz que a audiência trabalhista é uma, única e continua, em regra, contudo, se não for possível por motivo de força maior poderá ser fracionada designando para a primeira desimpedida independentemente de nova notificação. O fracionamento se dá da seguinte forma: audiência inaugural ou de conciliação, audiência de instrução ou em prosseguimento e audiência de julgamento
É obrigado haver tentativa de conciliação sob pena de nulidade. Assim deve haver 1ª tentativa de conciliação quando da abertura da audiência (art 846 da CLT) e depois do encerramento da instrução deve haver a 2ª tentativa ( art. 850 da CLT)
 Cabe recurso da homologação de acordo em audiência? Para as partes não trata-se de decisão irrecorrível transitando em julgado na data da homologação, cabendo apenas ação rescisória; para a previdência social cabe a interposição de recurso ordinário para a discussão das contribuições previdenciárias.
Por fim conforme SUMULA 414 DP TST, a concessão de liminar ou homologação de acordo constituem faculdade do juiz inexistindo direito liquido e certo tutelável pela via de mandado de segurança em caso de não homologação de acordo ou de não concessão de liminar.
Terminando a instrução poderão as partes aduzirem razões finais em 10 minutos para cada uma em seguida o magistrado renovará proposta de acordo, rejeitada a proposta será proferida a decisão. As razões finais poderão ser remissivas ( ou seja significa que as partes reiteram os termos de sua defesa a reclamada e o reclamante de sua inicial) ou poderá a critério do juiz ser concedido prazo para estas razões finais o que é exceção não prevista na CLT

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