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Roteiro 1 Penas

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Direito Penal II 
 Lidiane Moura Lopes 
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Profa. M.Sc. Lidiane Lopes 
 
Assuntos 
Penas/Medidas de Segurança: 
1. Penas Privativas de Liberdade 
2. Penas Restritivas de Direitos 
3. Medidas de Segurança 
 
1. Noções Gerais: 
Sanção é gênero e tem como espécies: 
a) as penas 
b) as medidas alternativas (previstas na Lei dos Juizados Especiais)1 
c) a medida de segurança 
 
2. Conceito de Pena: é sanção imposta pelo Estado ao autor do fato punível (crime). 
Observação: não confundir a pena de prisão e a prisão cautelar (para fins processuais) 
 
3. Principais diferenças entre pena e medida de segurança: 
Pena Medida de Segurança 
Tem por fundamento a culpabilidade Tem por fundamento a periculosidade 
Tem caráter retributivo e preventivo Tem apenas caráter preventivo 
É aplicável ao imputável É aplicável ao inimputável 
É imposta por tempo determinado É imposta por tempo indeterminado2 
 
4. Princípios: 
a) Princípio da Legalidade: não há pena sem previa cominação legal: 
CP: 
 
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 Para parte da doutrina, as duas espécies de sanção penal são: as penas e as medidas de segurança. 
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 Existe uma divergência entre o STF e o STJ quanto à duração do prazo da MS: 
Para o STF, o prazo máximo de duração da medida de segurança é o previsto no art. 75 do CP, ou seja, 
trinta anos (Neste sentido, temos as seguintes decisões: 1ª Turma, HC 107432, j. 24/05/2011; 2ª Turma, 
HC 97621, j. 02/06/2009); já o STJ, face os princípios da isonomia e da proporcionalidade, defende que p 
o tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente 
cominada ao delito praticado. 
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Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação 
legal. 
 
b) Princípio da Individualização da Pena: obedece a três momentos: 
1º) na cominação abstrata feita pelo legislador; 
2º) na aplicação da pena feita pelo juiz na sentença; 
3º) na execução da pena (observado pelo juiz da execução penal e pela estrutura 
penitenciária) 
 
Fundamento Constitucional: 
Art. 5º. XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as 
seguintes. 
 
c) Princípio da Proporcionalidade: Beccaria em 1764 já dizia que a pena deve ser 
proporcional à gravidade da infração cometida. 
 
Este princípio pode ser entendido em conjunto com o Princípio da Suficiência, 
segundo o qual, a pena deve ser suficiente para a reprovação e prevenção do crime. 
 
d) Princípio da Personalidade ou Pessoalidade da Pena: a pena não pode passar da 
pessoa do condenado. 
CF: 
Art. 5º. XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de 
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas 
aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. 
 
e) Princípio da Necessidade da Pena: quando a pena for desnecessária no caso concreto, 
pode o juiz conceder o perdão judicial, por exemplo, no caso em que o pai causou a morte 
do filho em um acidente de trânsito. 
CP: 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem 
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e 
suficiente para reprovação e prevenção do crime. 
 
f) Princípio da Humanidade: 
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CF: Art. 5º. III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou 
degradante. 
 
g) Princípio da Dignidade: a pena não pode servir para humilhar a pessoa, constituindo-
se em ofensa à dignidade humana, que é um dos fundamentos do nosso Estado, com 
previsão constitucional. 
CF: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem 
como fundamentos: 
III - a dignidade da pessoa humana. 
 
5. Finalidades da Pena: repressiva e preventiva – art. 59 do CP. Mas existem teorias 
que tentam explicar essa finalidade da pena, são elas: 
a) Teorias absolutas: defendem o caráter retributivo da pena (reprovação ao autor do 
fato criminoso). 
Expoentes: Kant/Hegel. 
Neste sentido, observa Claus Roxin que: 
“A teoria da retribuição não encontra o sentido da pena na perspectiva de algum fim 
socialmente útil, senão em que mediante a imposição de um mal merecidamente se 
retribui, equilibra e espia a culpabilidade do autor pelo fato cometido. Se fala aqui de uma 
teoria ‘absoluta’ porque para ela o fim da pena é independente, ‘desvinculado’ de seu 
efeito social”3. 
 
b) Teorias relativas: defendem a finalidade da prevenção. 
Esta teoria se fundamenta em 2 critérios de prevenção: 
a) Geral: negativa positiva - intimidação da sociedade 
b) Especial: negativa e positiva - dirige-se ao criminoso - visando ressocializá-lo 
 
c) Teorias unificadoras/unitárias/ecléticas/mistas: é a adotada pelo art. 59, CP: 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem 
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente 
para reprovação e prevenção do crime (...) 
 
 
3
 ROXIN, Claus. Derecho Penal – Parte General. Madrid: Civitas, 1997., t. I, p. 81-82. 
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6. Classificação Geral das penas: 
a) Penas corporais 
b) Penas privativas de liberdade 
c) Penas restritivas de liberdades/ direitos 
d) penas pecuniárias 
 
6.1. Classificação (Espécies) das penas de acordo com o CP: 
CP: 
Art. 32 - As penas são: 
I - privativas de liberdade; 
II - restritivas de direitos; 
III - de multa. 
 
Penas Privativas de Liberdade: 
Abrange: 
1) as penas de reclusão e a detenção: impostas aos crimes; 
 
2) a pena de prisão simples aplicável somente às contravenções penais. 
LICP: 
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de 
detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; 
contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão 
simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente. 
 
CP: 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. 
A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a 
regime fechado. 
§ 1º - Considera-se: 
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou 
média; 
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou 
estabelecimento similar; 
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.Direito Penal II 
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§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, 
segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as 
hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime 
fechado; 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 
(oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, 
desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
 
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância 
dos critérios previstos no art. 59 deste Código. 
 
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de 
regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à 
devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. 
 
CPP: 
Art. 387. 
§ 2o O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou 
no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena 
privativa de liberdade. 
 
Súmulas aplicáveis: 
STF: 
SÚMULA Nº 718 
A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO 
CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE 
O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA. 
 
SÚMULA Nº 719 
A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA 
PERMITIR EXIGE MOTIVAÇÃO IDÔNEA. 
 
 
 
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STJ: 
SÚMULA Nº 269 
É ADMISSÍVEL A ADOÇÃO DO REGIME PRISIONAL SEMI-ABERTO AOS REINCIDENTES 
CONDENADOS A PENA IGUAL OU INFERIOR A QUATRO ANOS SE FAVORÁVEIS AS 
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS. 
 
SÚMULA Nº 440 
FIXADA A PENA-BASE NO MÍNIMO LEGAL, É VEDADO O ESTABELECIMENTO DE REGIME 
PRISIONAL MAIS GRAVOSO DO QUE O CABÍVEL EM RAZÃO DA SANÇÃO IMPOSTA, COM 
BASE APENAS NA GRAVIDADE ABSTRATA DO DELITO. 
 
Regras de regimes: 
Regras do regime fechado 
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame 
criminológico de classificação para individualização da execução. 
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o 
repouso noturno. 
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das 
aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução 
da pena. 
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas. 
 
Regras do regime semi-aberto 
 Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o 
cumprimento da pena em regime semi-aberto. 
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia 
agrícola, industrial ou estabelecimento similar. 
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos 
profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. 
 
Regras do regime aberto 
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do 
condenado. 
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar 
curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período 
noturno e nos dias de folga. 
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§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime 
doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente 
aplicada. 
 
Regime especial 
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os 
deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto 
neste Capítulo. 
 
Direitos do preso 
 Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, 
impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. 
 
Trabalho do preso 
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios 
da Previdência Social. 
 
Legislação especial 
Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e 39 deste Código, 
bem como especificará os deveres e direitos do preso, os critérios para revogação e 
transferência dos regimes e estabelecerá as infrações disciplinares e correspondentes 
sanções. 
 
Superveniência de doença mental 
Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de 
custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. 
 
Detração 
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo 
de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de 
internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. 
 
 
 
 
 
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Penas Restritivas de Direitos: são também chamadas de penas alternativas e 
constituem-se em substitutivos ao cerceamento da liberdade do condenado. 
CP: 
Penas restritivas de direitos 
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
I – prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
II – perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984 , renumerado com alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998) 
V – interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 , 
renumerado com alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998) 
VI – limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 , renumerado 
com alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998) 
 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de 
liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for 
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, 
se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, 
bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. 
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 1o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou 
por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade 
pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas dedireitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em 
face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não 
se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 
1998) 
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o 
descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de 
liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, 
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respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 
9.714, de 1998) 
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da 
execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao 
condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
Conversão das penas restritivas de direitos 
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma 
deste e dos arts. 46, 47 e 48. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus 
dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância 
fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e 
sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual 
condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei 
nº 9.714, de 1998) 
§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação 
pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 
1998) 
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a 
legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – 
o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou 
por terceiro, em conseqüência da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas 
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às 
condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. (Redação dada pela Lei nº 
9.714, de 1998) 
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição 
de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, 
escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou 
estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, 
devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de 
modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
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§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena 
substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de 
liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato 
eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação 
especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
IV – proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela 
Lei nº 12.550, de 2011) 
 
Limitação de fim de semana 
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados 
e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento 
adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos 
e palestras ou atribuídas atividades educativas.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
Observações: 
Penas privativas de liberdade 
Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos na sanção 
correspondente a cada tipo legal de crime. 
 
Penas restritivas de direitos 
Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independentemente de cominação 
na parte especial, em substituição à pena privativa de liberdade, fixada em quantidade 
inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes culposos. 
 
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Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão 
a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 
4o do art. 46. 
 
Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, 
aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo 
ou função, sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes. 
 
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos 
crimes culposos de trânsito. 
 
Observações - Legislação Penal Extravagante: 
1. Lei Maria da Penha: 
Lei 11.340/2006: 
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, 
de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de 
pena que implique o pagamento isolado de multa. 
 
2. Crimes Militares: 
De acordo com entendimento do STF "não cabe a substituição de pena privativa de 
liberdade por restritiva de direitos em delitos militares" (HC 91.155, 1ª Turma, julgado em 
21.06.2007). 
 
3. Crimes Hediondos: não há vedação expressa na Lei 8.072/90 - razão pela qual, a 
substituição se faz possível, a depender do preenchimento das condições legais (CP) em 
cada caso concreto. 
 
 
Medidas de Segurança: CP - artigos: 96-99, CP 
Tópicos a serem ministrados: 
1. Peculiaridades. 
2. Procedimento - a depender da fase do persecução penal. 
3. Reflexos no processo penal. 
 
 
 
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Texto4: 
 
 
 
 
 
Autores: LUIZ FLÁVIO GOMES/Áurea Maria Ferraz de Sousa 
 
"No último dia 15 de fevereiro,o Senado editou resolução para suspender a execução 
(eficácia) de parte do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 e retirar a 
validade da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direitos”, considerada 
inconstitucional pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal. 
 
Vamos relembrar a sequência de fatos que antecederam a resolução do Senado. 
 
Em setembro de 2010, ao apreciar o HC 97.256-RS (rel. Min. Ayres Britto), o Plenário do 
STF admitiu a substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direito no 
tráfico ilícito de drogas, sob o fundamento de que a restrição legal (art. 44, Lei 11.434/06) 
ofendia o princípio da individualização da pena. 
 
De acordo com o artigo 44, os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta 
Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, 
vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos. 
 
Já o artigo 33, §4º, até a Resolução 5 do Senado, preconizava que Nos delitos definidos no 
caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, 
vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de 
bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização 
criminosa. 
 
Além do julgamento do STF, com o advento da Lei 11.464/2007, a vedação em abstrato da 
conversão de pena em restritiva de direitos perdeu sentido, visto que o regime 
 
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 Extraído do site: http://atualidadesdodireito.com.br/lfg/2012/03/05/conforme-stf-e-senado-
federal-cabem-penas-restritivas-de-direitos-substitutivas-no-trafico-de-drogas/(5 de março de 2012 
16:00 - Atualizado em 27 de março de 2012 10:18) 
 
Conforme STF e Senado Federal cabem penas restritivas de 
direitos (substitutivas) no tráfico de drogas 
 
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integralmente fechado foi abolido. Uma vez extinta a previsibilidade, na lei de crimes 
hediondos, do cumprimento de pena em regime integralmente fechado, desapareceu 
também a proibição para a substituição da pena de prisão por restritiva de direitos, pois 
seria um disparate admitir as substitutivas para crimes hediondos não violentos e afastar 
o mesmo benefício só para o delito de tráfico de entorpecente. 
 
A Resolução do Senado tem fundamento na Constituição Federal que lhe atribui a 
competência para suspender execução de lei declarada inconstitucional pelo STF: 
 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
 
(…) 
 
X – suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por 
decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; 
 
É neste sentido, o teor da Resolução nº 5: 
 
RESOLUÇÃO Nº 5, DE 2012. 
 
Suspende, nos termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, a execução de parte do 
§ 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. 
O Senado Federal resolve: 
 
Art. 1º É suspensa a execução da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de 
direitos” do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, declarada 
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal nos autos do Habeas 
Corpus nº 97.256/RS. 
 
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Senado Federal, em 15 de fevereiro de 2012".

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