Buscar

TGPp14_Recurso

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL
FACULDADE DE DIREITO
TEORIA GERAL DO PROCESSO
Tema 14 - 	Recurso. Conceito. Juízo decisório e de admissibilidade. Princípios gerais ou pressupostos. Unicidade e fungibilidade. Noções.
D O S R E C U R S O S. 
Conceito. 
No sentido lato da expressão jurídica, recurso é toda e qualquer providência da qual alguém deve ou pode valer-se, com o fim de obter um determinado resultado, que tutele direito seu ou que lhe garanta o atendimento da sua necessidade subjetiva. É “todo meio empregado pela parte litigante a fim de defender o seu direito, como, por exemplo, a ação, a contestação, a exceção, a reconvenção , as medidas preventivas. Nesse sentido diz-se que a parte deve recorrer às vias ordinárias, ou deve recorrer ao processo cautelar, ou deve recorrer à ação ordinária reivindicatória, etc.” - sentido lato - (Theodoro Júnior, obr. cit., pág. 545-15ª edição - citando inclusive Gabriel Rezende Filho).
No sentido estrito da expressão, todavia, recurso induz ao conceito de que se diz da figura jurídica processual que faculta à parte vencida, e/ou outros interessados, pela sua irresignação, a oportunidade de promover o reexame do “decisum” pela mesma instância judiciária que o proferiu, como pela autoridade judiciária de instância hierárquica e imediatamente superior com o fim de, em nova decisão, reformar, esclarecer ou modificar, anular ou simplesmente suprir omissões, ou suprimir naquilo que extrapolem o conteúdo do pedido, etc., de modo a permitir, inclusive, a inversão do ônus da sucumbência, em alguns casos.
Convém, outrossim, trazer à colação parte importante do pensamento do Mestre Theodoro Júnior - obr. cit. págs. 565/566 :
“Mas, além do sentido lato, recurso em direito processual tem uma acepção técnica e restrita, podendo ser definido como o meio ou remédio impugnativo apto para provocar,dentro da relação processual ainda em curso, o reexame de decisão judicial, pela mesma autoridade judiciária, ou por outra hierarquicamente superior, visando a obter-lhe a reforma, invalidação,esclarecimento ou integração.
Não se deve, porém, confundir o recurso com outros meios autônomos de impugnação da decisão judicial, como a ação rescisória e o mandado de segurança (vide, adiante, nº 600).
Caracteriza-se o recurso como o meio idôneo a ensejar o reexame da decisão dentro do mesmo processo em que foi proferida, antes da formação da coisa julgada.
Quanto ao fim colimado pelo recorrente, os recursos podem ser classificados como:
a) de reforma, quando se busca uma modificação na solução dada à lide, visando a obter um pronunciamento mais favorável ao recorrente;
de invalidação, quando se pretende apenas anular ou cassar a decisão, para que outra seja proferida em seu lugar; ocorre geralmente em caso de vícios processuais;
c) de esclarecimento ou integração, são os embargos declaratórios onde o objeto do recurso é apenas afastar a falta de clareza ou imprecisão do julgado, ou suprir alguma omissão do julgador.
Quanto ao juiz que os decide os recursos podem ser :
a) devolutivos ou reiterativos, quando a questão é devolvida pelo juiz da causa a outro juiz ou tribunal (juiz do recurso). Exemplos: apelação e recurso extraordinário;
b)	não devolutivos ou iterativos, quando a impugnação é julgada pelo mesmo juiz que proferiu a decisão recorrida. Exemplos: embargos declaratórios e embargos infringentes;
c) mistos, quando tanto permitem o reexame pelo órgão prolator como a devolução a outro órgão superior. Exemplo: agravo de instrumento.
No que se refere à marcha do processo a caminho da execução, os recursos podem ser:
a) suspensivos: os que impedem o início da execução;
b) não suspensivos: os que permitem a execução provisória.
O agravo de instrumento e o recurso extraordinário são sempre não suspensivos. Mas a apelação, que normalmente é de efeito suspensivo, em alguns casos admite apenas a devolução do conhecimento da causa ao juízo recursal, não impedindo a execução provisória, como adiante se verá.
Há várias outras classificações que, todavia, oferecem menor interesse prático.”
 Obs.: vide art. 558, combinado com o art. 520, Parágrafo único, ambos do CPC.
Igualmente, vejamos o que pensa a respeito, Ernane Fidelis dos Santos :
“O recurso é meio específico para impugnar decisões judiciais. Outros meios, contudo, existem, como é o caso do mandado de segurança e da ação rescisória.
	O recurso não é ação autônoma, nova relação processual que se forma para atacar decisão interlocutória, sentença ou acórdão. Tem ele procedimento específico, mas se classifica simplesmente no rol dos direitos processuais de que se socorrem as partes e outros interessados no processo.
	Sendo direito e não obrigação, o recurso é faculdade. Mas faculdade que se revela como verdadeiro ônus processual, já que, se não exercida, pode fazer precluir a decisão e provocar a formação de coisa julgada.”
										(Obr. cit. pág.508)
Vide art. 504 do CPC, em face do que foi colocado em sala de aula.
Os Juízos de Admissibilidade e decisório, serão expostos em sala de aula.
PRINCÍPIOS GERAIS
PRESSUPOSTOS DO RECURSO
 
Os princípios gerais do recurso, nominados por Theodoro Júnior, são os mesmos chamados pressupostos do recurso, nominados por Moacyr Amaral Santos.
Assim, passemos a examiná-los do ponto de vista jurídico-doutrinário segundo os Mestres citados.
Ainda colhendo o ensinamento de Amaral Santos, e inspirados em sua obra, apontamos os pressupostos dos recursos. Segundo o referido Mestre, os pressupostos dos recursos são objetivos, quando “dizem respeito ao recurso em si mesmo”, porquanto objetivamente considerados, e subjetivos quando “dizem respeito à pessoa do recorrente”.
À partir daí, atentando para a finalidade pedagógica deste texto, esquematizamos a classificação desses pressupostos :
		. recorribilidade do ato decisório
		. tempestividade do recurso 
	 Objetivos	. singularidade do recurso (unicidade) 
		. adequação do recurso
		. preparo do recurso
Pressupostos dos recursos
 	. Legitimidade para recorrer
	 		. renúncia do direito de recorrer
		. Perda da legitimidade 	
 		 (art. 503 e P.Único) . conformismo com a decisão
	 Subjetivos		. Litisconsórcio
		. Terceiros intervenientes
		. Mutação subjetiva
		. Ministério Público
		. Terceiro prejudicado
D O S P R E S S U P O S T O S O B J E T I V O S
RECORRIBILIDADE DO ATO DECISÓRIO
(ADMISSIBILIDADE)
O Mestre Theodoro Júnior enfoca a recorribilidade ou admissibilidade dos recursos, pelo que nos resta tão só transcrevê-los :
“Recursos admissíveis (recorribilidade do ato)
	No primeiro grau de jurisdição (juízo de primeira instância), admitem-se os seguintes recursos:
	a) apelação (arts. 496, nº I, e 513);
	b) agravo (arts.496, nº II, 522);
	c) embargos de declaração (art. 535) ” - idem art. 496, IV -
	........................................................................................................................................................
“Quanto aos acórdãos dos tribunais, admite o novo código os seguintes recursos:
a)	 embargos infringentes (arts. 498/496, III, e 530);
b)	 embargos de declaração (arts. 496, IV, e 535);
c) 	recurso ordinário, para o Superior Tribunal de Justiça e para o Supremo Tribunal Federal (arts. 496, V e 539); STF e STJ
d)	 recurso especial (arts. 496, VI, e 541); - STJ
e) 	recurso extraordinário (arts. 496, VII, e 541); - STF
embargos de divergência no Supremo Tribunal Federal (art. 546, parágrafo único);” 
- vide art. 496, VIII, combinado com o art. 546(STJ-STF)
								(Obr. cit. pags. 548/549)
Obs. (1) 	É admissível o agravo nos tribunais, a exemplo dos previstos nos arts. 532, 544, 545 e 557, parágrafo único, todos do CPC.
				
 (2)	Para muitos juristas, adotando a letra fria do art. 504 do CPC, de decisões outras (de mero expediente), não cabe recurso. Todavia, como já vimos antes, quando a decisão, ainda que com o rótulo de mero expediente, atingir a direito substancial da parte, ou de terceiro interessado, cabe recurso.
TEMPESTIVIDADE DO RECURSO
O recurso há de ser interposto no prazo a ele reservado pela disposição específica do Código. Esses prazos são mencionados, quando examinados cada um dos recursos em particular.
A intempestividade do recurso, resulta areclusa a decisão que provoca o ato processual, produzindo efeito da coisa julgada formal e/ou material, tanto mais quando, por exemplo, em caso de sentença definitiva, transita em julgado a decisão, no que diz respeito ao direito questionado. 
(vide arts. 508, 522 e 536 do CPC)
SINGULARIDADE DO RECURSO (UNICIDADE)
Sobre o tema, em razão da clareza do texto, quanto aos detalhes, preferimos transcrever trecho da obra de Amaral Santos, no particular:
“Da mesma decisão, sentença ou acórdão não se admite a interposição simultânea de mais de um recurso. Aplicação do princípio da unirrecorribilidade: proibição de interposição simultânea de mais de um recurso. A respeito expresso era o Código de 1939, art. 809: ‘a parte não poderá usar, ao mesmo tempo, de mais de um recurso’. Embora, no tocante, omisso o Código vigente, o princípio permanece, dado o sistema recursal por ele estabelecido.
	Pela nova redação do art. 498 do Código de Processo Civil, atribuída pela Lei nº 10.352, de 26 de dezembro de 2001, não mais vigora a exceção ao principio da singularidade com relação aos embargos infringentes, anteriormente interposto simultaneamente com o recurso extraordinário ou o recurso especial. Devem, doravante, os embargos infringentes, ser interpostos singularmente quando o dispositivo do acórdão contiver julgamento por maioria dos votos e julgamento unânime.
	Permanece, todavia, a exceção consistente na possibilidade de interposição simultânea dos recursos extraordinário e especial (Cód. Proc. Civil, art. 541 a 543).”
										(Obr. cit. pág. 89/90)
Forçoso é lembrar e registrar que a Constituição Federal atual, pelo seu art. 102, III, diz que cabe ao Supremo Tribunal Federal -STF julgar recurso extraordinário, nos casos que indica, como também pelo seu art. 105, III, diz que ao Superior Tribunal de Justiça STJ cabe julgar recurso especial, nos casos que indica. Por seu turno, o CPC, em seção II do Capítulo IV e Livro II, - Do Recurso Extraordinário e do Recurso Especial, no particular à admissibilidade de mais de um recurso contra o mesmo acórdão, assim disciplina :
“	Art. 543 - Admitidos ambos os recursos, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça. 
	§ 1º - Concluído o julgamento do recurso especial, serão os autos remetidos ao Supremo Tribunal Federal, para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado.
	§ 2º - Na hipótese de o relator do recurso especial considerar que o recurso extraordinário é prejudicial àquele, em decisão irrecorríve,l sobrestará o seu julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal Federal, para o julgamento do recurso extraordinário.
	§ 3º - No caso do parágrafo anterior, se o relator do recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, não o considerar prejudicial, devolverá os autos ao Superior Tribunal de Justiça, para o julgamento do Recurso Especial.”
Observa-se que esta modificação foi gerada pela Lei nº 8.950, de 13 de dezembro de 1994.
No particular, assim preleciona Theodoro Júnior :
“Concomitância de recurso extraordinário e recurso especial
	Um só acórdão local pode incorrer tanto nas hipóteses do recurso extraordinário como nas do recurso especial. Quando isto se der, o prazo de quinze dias será comum para a interposição de ambos os recursos, mas a parte terá de elaborar duas petições distintas (arts. 541 e 543).
	O recorrido também produzirá contra-razões , separadas e o Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal de origem examinará, separadamente, o cabimento de um e outro recurso. Se ambos forem denegados, caberão agravos de instrumento, igualmente distintos, no prazo comum de cinco dias, sendo um para o STF e outro para STJ (arts. 544).
	Admitidos os dois recursos, os autos subirão em primeiro lugar ao STJ, para julgamento do especial. Após decidido este, é que haverá a remessa para o STF, para apreciação do extraordinário, salvo se, com a solução do primeiro, restar prejudicado o segundo”.
							
(Obr. cit. pags. 601/602)
Observa-se que o Ilustre Mestre aponta prazos de 5 (cinco) dias relativos aos atos do art. 544, evidentemente que por um natural engano, porque esses prazos são de 10 (dez) dias para cada um dos agravos. Os agravos contra decisão do Relator que não admite o agravo de instrumento interposto, estes sim, têm prazos de 5 (cinco) dias para cada um, na conformidade do art. 545.
Como se vê, há exceção à regra geral no que tange à singularidade ou unicidade dos recursos.
ADEQUAÇÃO DO RECURSO
No que refere à adequação dos recursos, acolhemos a manifestação de Theodoro Júnior:
“Há um recurso próprio para cada espécie de decisão. Diz-se, por isso, que o recurso é cabível, próprio ou adequado quando corresponda à previsão legal para a espécie de decisão impugnada.
	Quem quiser recorrer, ‘há de usar a figura recursal apontada pela lei para o caso; não pode substituí-la por figura diversa’.
	
	O Código Buzaid não reproduziu o dispositivo do art. 810 do estatuto anterior (princípio da fungibilidade dos recursos), que facultava a conversão de um recurso em outro, no caso de equívoco da parte, desde que não houvesse ‘erro grosseiro’.
	Em face do princípio da adequação, não basta que a parte diga que quer recorrer, mas deve interpor em termos o recurso que pretende. ” 			
 (idem, pag. 557)
FUNGIBILIDADE DOS RECURSOS
Entretanto, conforme destaca o mencionado autor, “a jurisprudência evoluiu e hoje é predominante, até mesmo no STF, no sentido de que prevalece no sistema do Código atual, mesmo sem texto expresso, o princípio da fungibilidade dos recursos, desde que não tenha ocorrido preclusão (por esgotamento do prazo do recurso certo), nem seja grosseiro o erro cometido na escolha da via recursal inadequada”.	
								 (idem, pág. 557)
PREPARO DO RECURSO. DESERÇÃO
O preparo para o recurso é o pagamento prévio das despesas do processamento do mesmo recurso, ato este que deve ser realizado no prazo determinado pela lei processual, ou seja no prazo de interposição do mesmo. A falta do preparo acarreta a deserção, cujo efeito é o trancamento do recurso, na presunção legal de que o recorrente desistiu do recurso, nos termos do art. 511.
Consoante o mandamento do § 1º do art. 511 do CPC , “são dispensados de preparo os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelos Estados e Municípios e respectivas Autarquias, e pelos que gozam de isenção legal”.
O § 2º do mesmo dispositivo fala da insuficiência do preparo “implicará na deserção, se o recorrente, intimado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. ”
No seu “caput”, o art.511 diz que a comprovação do preparo do recurso será feito no ato da interposição do recurso.
Haverão de ser observadas as disposições do art. 519 e Parágrafo Único , segundo as quais o juiz relevará a pena de deserção, quando o apelante provar justo motivo, fixando-lhe prazo para efetuar o pagamento. Esta decisão é irrecorível cabendo oportunamente ao Tribunal apreciar-lhe a legitimidade. O §1º do art. 525, no particular ao agravo de instrumento, diz que acompanhará a petição o comprovante das despesas recursais.
P R E S S U P O S T O S S U B J E T I V O S
LEGITIMIDADE PARA RECORRER
Segundo o disposto no art. 499 do CPC, “O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público”. Donde se infere que essas pessoas estão legitimadas para interpor recursos.
Assim, no dizer de Moacyr Amaral Santos, “tem interesse em recorrer aquele a quem a decisão, a sentença ou o acórdão causou prejuízo. Este resulta da sucumbência (ver nº 764). Donde legitimada para recorrer é a parte vencida. Essa é a regra”. Não nos esqueçamos todavia que, mesmo não sendo parte no processo, o terceiro prejudicado tem legitimidade para recorrer.
Assim, entendemos são legítimos para recorrer : a parte vencida e/ou prejudicada; pessoa alheia ao processo mas que foi atingida pelo ato decisório da jurisdição; e o Ministério Público, este pelo fato de agir como parte ou funcionar no processo como fiscal da lei.
Oportuno lembrar que o assistente, bem assim os Intervenientes e os litisconsortes, são partes, também, no processo, razão pela qual também tem legitimidade para recorrer.
PERDA DA LEGITIMIDADE
A perda da legitimidade ocorre quando:
a)	a parte renuncia expressamente ao direito de recorrer, ou
b)	a parte que se conforma com a decisão.
 “Expressamente ou por meio da prática de ato incompatível com o direito de recorrer” (art. 503 e parágrafo único).
LITISCONSÓRCIO
É evidente que os có-litigantes, na qualidade de litisconsórcios têm legitimidade para recorrer, ainda que a parte não tenha recorrido, valendo dizer tenha renunciado ou se conformado com a decisão. Nos dois casos prevalece o recurso do litisconsorte. (Vide art. 509 e Parágrafo Único).
TERCEIROS INTERVENIENTES
Os terceiros intervenientes, como parte que são no processo, têm direito legítimo para recorrer, tanto mais quando intervêm no processo como opoente, o nomeado à autoria, o denunciado e o chamado ao processo (Liv. I, Tit. II, Cap. VI do CPC) aí inclui-se o assistente ex-vi do art. 52 do CPC, que lhe confere “os mesmos poderes e sujeitar-se aos mesmos ônus processuais que o assistido”. (vide art. 54 do CPC).
MUTAÇÃO SUBJETIVA
Quem vier ocupar o lugar da parte no processo, pelo fenômeno da mutação subjetiva, tem legitimidade para recorrer (vide arts. 41/43 do CPC).
MINISTÉRIO PÚBLICO
Consoante já vimos, o Ministério Público tem legitimidade para recorrer tanto no processo em que é parte como naquele em que opinou como fiscal da lei. (Art. 499 e § 2º).
TERCEIRO PREJUDICADO
No particular, convém transcrever os ensinamentos do Mestre Amaral Santos, cujo texto tem clareza solar :
“O recurso de terceiro prejudicado é uma das modalidades de intervenção de terceiros no processo das partes. Estranho ao litígio e ao processo, do qual não participou como parte, ou deixou de o ser no seu curso, o terceiro está autorizado a recorrer do ato decisório impugnável que lhe haja causado algum prejuízo. Do prejuízo, que lhe adveio do ato decisório (decisão, sentença ou acórdão), nascem o interesse e, assim, o direito de impugná-lo. Daí a denominação tradicional no direito brasileiro - recurso de terceiro prejudicado.
	Terceiro prejudicado, com qualidade para recorrer, é, pois, todo aquele, estranho à relação processual por ocasião do ato decisório impugnável, a quem este causou prejuízo.
	Reclama a lei, entretanto, que, para o terceiro ser admitido a recorrer, seja titular de um interesse que tenha ligação com a relação jurídica submetida à apreciação judicial por intermédio de um nexo de interdependência. É o que dispõe o § 1º do art. 499, do Código de Processo Civil : ‘Cumpre ao terceiro demonstrar o nexo de interdependência entre o seu interesse de intervir e a relação jurídica submetida à apreciação judicial’. Por outras palavras, o interesse do terceiro, que insta seja por ele demonstrado, deverá advir de um ‘nexo de interdependência’ com ‘a relação jurídica submetida à apreciação judicial.’
	São, assim, condições que legitimam o terceiro a recorrer : a) que haja sido estranho à relação processual como parte, ou que tivesse se tornado estranho a ela no momento do proferimento do ato decisório, ainda que pudesse ter intervido no processo como assistente ou terceiro interveniente; b) que o interesse do terceiro, devidamente demonstrado, resulte de um nexo de interdependência com a relação jurídica submetida à apreciação judicial; c) que do ato decisório impugnável haja advindo algum prejuízo.” 
 								(Obr. cit., pag. 93/94)
____________________________________________________________
APOSTILA DE RESPONSABILIDADE DO PROFº LUIZ SOUZA CUNHA.
AUTORES CITADOS E CONSULTADOS
Moacyr Amaral Santos 	Direito Processual Civil
 	 	3º Vol. - 21ª Edição atualizada - 2003
Ernane Fidelis dos Santos 	 	Manual de Direito Processual Civil
 	 	Volume 1 - 3ª Edição - 1994
Humberto Theodoro Júnior 	 	Curso de Direito Processual Civil
 	 	Vol. I - 49ª Edição. - 2008
Atenção:	A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica.
		
Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, como diretriz do assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno.
Consulte a bibliografia anteriormente indicada além de outros autores. 
Atualizada em abril/2009
�PAGE �8�
TGPp14_Recurso_juízo decisório

Continue navegando