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PESQUISA HISTÓRICA: TEORIA E MÉTODO Eliza Tafner Miloni 1º História Diurno Para analise do livro "A Pesquisa Histórica: teoria e método" dividimos em três partes. A parte a ser abordada neste resumo é a segunda. O livro foi escrito por Júlio Aróstegui, historiador espanhol especialista em Idade Contemporânea. Para começar com o estudo histórico, implantamos a noção de historiografia. Para ela a sociedade age como sujeito principal, sendo, então, responsável por estudar suas transformação e desenvolvimento. Ao realizar tal fato, deve-se sempre levar em consideração as demais ciências sociais. Para examinar a sociedade e suas ações o historiador deve ter em mente três principais características. A primeira é que o homem faz parte da sociedade e esta é composta, determinantemente por ele, sendo esse o responsável por tais mudanças. A segunda é de que os movimentos sociais têm como princípio mudanças ocorridas nas estruturas da sociedade, a qual não estão contentes. Em último lugar o historiador deve perceber que, ao passar por tais fases e se transformar, a sociedade ganha um caráter mais de sistema, com novas relações interpessoais. A sociedade está sempre em confronto com suas estruturas contraditórias, como as opressores e oprimidas, as inovadoras e as arcaicas. Ao se colocar um indivíduo nela, ou ele tende a ficar homogêneo e englobar tais características, ou descorda completamente, originando, assim, os movimentos sociais. Os sistemas que regem a sociedade não precisam, necessariamente, ser fixos. Tais podem se modificar a qualquer momento, sendo, quase sempre, regidos por desencontros de opiniões que gerarão os movimentos sociais e futuras transformações. Associado ao sujeito sociedade encontra-se o fato tempo, também essencial para a historiografia. Esse se divide em tempo histórico, que pode ser observado pela decorrência exata do tempo, e tempo social, cuja importância é descrever as transformações subjetivas de personagens ou de povos, relacionando-os com os acontecimentos históricos. Sendo assim, o tempo social é o estudo em si e o tempo histórico serve como base cronológica. De acordo com o historiador, a história deve ser considerada como indivisível, pois o processo histórico que permite sua compreensão necessita do entendimento do que aconteceu, do que está acontecendo e do que irá acontecer, ou seja, seu impacto. Desse modo, não se pode chamar de história aquela que abrange o maior número possíveis de acontecimento, mas sim o conteúdo por inteiro. O elemento necessário para a história, ou seja, sua essência, é o acontecimento, ou como chamam alguns historiadores, o evento. É através dele que pode-se modificar os fatos históricos e as estruturas sociais. O acontecimento é necessário para o processo histórico, sendo ele o ditador dos fatos. Os valores a esses atribuídos são de diferentes pesos e podem representar diferentes mudanças e impactos no estudo. De acordo com G.H. Von wright, os acontecimentos e o estado formam um par de correlação. Isto significa que a existência de um depende diretamente da existência do outro. Os movimentos sociais são exemplos de tais acontecimentos impactantes no processo histórico. Esses consistem de atuações coletivas que buscam atingir um determinado objetivo, gerando alguma modificação na estrutura existente, isto é, indo contrário a algum pensamento ou modo de vida já imposto. Como exemplos de movimentos sociais pode-se destacar o movimento feminista, os movimentos operários e o mais vigente hoje em dia: o movimento ecológico. Os movimentos que são o produtor real dos acontecimento merecem destaque por serem únicos, isto é, não habtuais, como a morte e o nascimento. Como a historiografia busca suas fontes de estudo em tais acontecimento, e esses são a base das transformações sociais, podemos chegar a conclusão de que a historiografia tem por finalidade o estudo das ações humanas e suas transformações. A medida em que aumentam os acontecimento históricos, aumentam também os movimentos sociais. A mudança social pode ser entendida através de três características. Primeiro de que tal mudança é cumulativa, ou seja, a união de várias ações, sendo elas repetitivas ou não, geram os movimentos. Em segundo lugar o fato da duração dos fatos contribuir para sua maior disseminação e seu ganho de forças. Em terceiro ponto pode-se abordar a questão da conclusão em que o processo histórico não se responde por sua decorrência, e sim pelo que apresenta como modelo final. Tais mudanças, provindas de seus respectivos movimento socias, fazem com que a sociedade não apenas troque sua estrutura, mas desenvolva-se, evoluindo. Levando em consideração que o estudioso e o historiador levam em conta tudo que acontece na vida do homem, tomamos como exemplo a teoria marxista. Nela aplicou-se a teoria do contraste de uma sociedade burguesa existente com a classe oprimida, havendo, então, um desencontro nas idéias do certo modo de produção capitalista Através da cronologia o historiador pode se localizar, sabendo exatamente quando aconteceu o acontecimento e estabelecer seus precedentes e impactos no futuro. Desse modo, pode-se traçar a linha da cultura, mostrando os diferentes modos de viver. De acordo com o pensamento braudeliano, a escola dos Annales, a quantidade de movimentos históricos está diretamente associada ao nível de acesso e de evolução da sociedade As datações nada dizem sobre as mudanças comportamentais da sociedade, ou seja, não são as datas que vão determinar exatamente o fim do modo de vida regente na época. Pode-se acatar como exemplo a passagem da Idade Média para a contemporânea, onde predominam características religiosas. Não só a passagem dessas divisões históricas, mas das demais, pois sempre são carregados dogmas e costumes. O discurso sobre os acontecimentos toma como base hipotéticas situações. Através dessas pode-se estipular o porquê dos movimentos e seus impactos na história de hoje. O conhecimento que temos sobre algo, ou seja, aquilo que conhecemos deve seguir a ordem de raciocínio de como houve e o porquê daquilo ter acontecido. Essas indagações básicas servem para completar o racíocínio do homem. No entanto, as respostas nem sempre vem acompanhadas de premissas rápidas, muitas vezes passando por outros acontecimentos que exigem as mesmas perguntas, fechando assim um ciclo. O exemplo tomado, pelo livro, para explicar tal conceito é a Revolução Francesa de 1989. Tal fato demonstra que, diferentemente dos fatos científicos, as indagações históricas não recebem respostas diretas. Essas apresentam pontos de vista diferenciados e numerosos para explicar cada caso. De acordo com Aristóteles, a explicação poderia se dar pela "genética", pela finalidade" e pela "causa". A hermenêutica aparece no campo da história, desde o século 19, de duas maneiras. Por ela pretende-se chegar a uma "verdade" sobre o fato, não englobando aspectos e acontecimento de diferentes áreas. Alguns historiadores de perspectiva clássica utilizaram as "causas", ou o que levou ao fato ocorrido, como base para o estudo. A escola francesa, assim como a escola dos Annales, segue o esquema de "operações sintéticas". Nela consiste o agrupamento e estudo dos fatos que compõem o acontecimento, tirando dele as chamadas "causas" para chegar a uma conclusão. A partir do século 20, a pesquisa e teoria históricas ganharam novas raízes. Exemplos delas pode-se citar: a neo-positivista e a analítica. Através dela foi-sepossível englobar as ciências sociais ao estudo da história. Tudo servia como utilidade. Como exemplo faz-se uma analogia entre um crime e a história, em que os historiadores são os detetives e as provas são os acontecimentos que complementam e interferem no fato. Aborda-se a visão do escritor G. H. Wright no texto de acordo com suas idéias nomeadas "leis de subsunção". Ela leva como luz idéias, além de sociais, teológico, realizando uma abordagem mais ampla e completa. O uso da teologia limitou-se no uso do historiador, devido a sua subjetividade e o fato de procurar explicar o inexplicável. Outro modo de explicar os acontecimento é a "eleição racional" ou "lógica da situação", citada nos trabalhos de K. Arrow e dos sociólogos Olson e Boudon. Ela parte do pressuposto que se conhece as ações tomadas pelo homem e seu propósito, sendo sempre elas racionais. Pode ser vista também no ponto de vista individualista, em que se analisa a ação feita por um indivíduo e não o seu impacto na coletividade. Voltando a teoria hermenêutica, originada na Alemanha, deve-se ressaltar que "As ações humanas e históricas não podem ser objeto de explicação, mas sim de compreensão" (Pág. 374). Nela tende-se a analisar casa ato do homem, afim de relaciona-lo com o ocorrido. Insere-se também na hermenêutica a noção de ação humana associada com a racionalidade proposta pela teoria da lógica da situação, em que toda ação realizada pelo homem teria um porquê ou um plano. O método para estuda-la seria a lógica e não psicológica, pois deve seguir e estabelecer as relações necessárias. Outro fato abordado é a escrita. O historiador não pode limitar-se aos documentos apenas escritos na hermenêutica, mas sim atentar-se a tudo que ocorre ao seu redor, interligando os fatos. A visão de Max Weber é apontada no texto como a fase final e mais importante da hermenêutica. Ele foge da visão individualista e afirma que os acontecimento são produtos das transformações culturais de cada povo. Ou seja, analisa os fatos, sem levar em consideração a vontade das pessoas, e qualquer outra manifestação não materializada. Para finalizar o pensamento de teoria e método da pesquisa histórica, conclui-se que a historiografia é um texto assertivo. De acordo com o texto ela não pode ser caracterizada como um texto narrativo comum, e sim com cautela, para se julgar o campo social que abrange.
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